Políticos e territoriais. O que vamos discutir? O que foi esse desdobramento?
Qual foi a razão para
essa partilha acontecer?
A conferência de Berlim
Quais foram as consequências
dessa partilha? O que foi esse desdobramento? • A “partilha” da África e da Ásia se deu fundamentalmente no século XIX (pelos europeus), mas continuou durante o século XX. No decorrer deste, os Estados Unidos e o Japão ascenderam industrialmente e exerceram sua influência imperialista na América e na Ásia, respectivamente. • A “corrida” com fins de “partilha” da África e da Ásia, realizada pelas potências imperialistas, aconteceu por dois principais objetivos: 1º) a busca por mercados consumidores (para os produtos industrializados); 2º) a exploração de matéria-prima (para produção de mercadorias nas indústrias). A industrialização europeia se acentuou principalmente após as inovações técnicas provenientes da 2ª fase da Revolução Industrial. • O domínio da África e da Ásia, exercido pelos países industrializados, teve duas principais formas: 1ª) a dominação política e econômica direta (os próprios europeus governavam); 2ª) a dominação política e econômica indireta (as elites nativas governavam). Mas como as potências imperialistas legitimaram o domínio, a conquista, a submissão e a exploração de dois continentes inteiros? Qual foi a razão dessa partilha acontecer? • Um dos discursos ideológicos que “legitimariam” o processo de domínio e exploração dos europeus sobre asiáticos e africanos seria o evolucionismo social. Tal teoria classificava as sociedades em três etapas evolutivas: 1ª) bárbara; 2ª) primitiva; 3ª) civilizada. Os europeus se consideravam integrantes da 3ª etapa (civilizada) e classificavam os asiáticos como primitivos e os africanos como bárbaros. Portanto, restaria ao colonizador europeu a “missão civilizatória”, através da qual asiáticos e africanos tinham de ser dominados. Sendo assim, estariam estes assimilando a cultura europeia, podendo ascender nas etapas de evolução da sociedade e alcançar o estágio de civilizados. • O domínio colonial, a conquista e a submissão de continentes inteiros foram legal e moralmente aceitos. Desse modo, os europeus tinham o dever de fazer tais sociedades evoluírem • O darwinismo social se caracterizou como outra teoria que legitimou o discurso ideológico europeu para dominar outros continentes. O darwinismo social compactuava com a ideia de que a teoria da evolução das espécies (Darwin) poderia ser aplicada à sociedade. Tal teoria difundia o propósito de que na luta pela vida somente as nações e as raças mais fortes e capazes sobreviveriam • A partir de então, os europeus difundiram a ideia de que o imperialismo, ou neocolonialismo, seria uma missão civilizatória de uma raça superior branca europeia que levaria a civilização (tecnologia, formas de governo, religião cristã, ciência) para outros lugares. Segundo o discurso ideológico dessas teorias raciais, o europeu era o modelo ideal/ padrão de sociedade, no qual as outras sociedades deveriam se espelhar. Para a África e a Ásia conseguirem evoluir suas sociedades para a etapa civilizatória, seria imprescindível ter o contato com a civilização europeia A CONFERÊNCIA DE BERLIM • A conferência de Berlim foi mais um capítulo do colonialismo, Conferência de Berlim • A conferência de Berlim foi mais um capítulo do colonialismo, processo de exploração de regiões na África e Ásia a partir do século XIX. O desenvolvimento tecnológico, que possibilitou avanços na geração de energia e nos meios de transporte, e a busca pelo acúmulo de riquezas, levaram as potências econômicas da Europa a procura de novos mercados consumidores e, ao mesmo tempo, áreas de fornecimento de matérias-primas a baixo custo • Foi diante desse cenário que os continentes africano e asiático passaram a fazer parte dos interesses dos países europeus industrializados. No caso da África, por exemplo, as disputas pelo seu controle partiram de três nações: Bélgica, Portugal e França. O primeiro passo foi dado pelos belgas, quando o rei Leopoldo II dominar o Congo. Ele foi o responsável pelo assassinato de milhões de nativos • A França, que também visava a ocupação do território, logo resolveu tomar posse de Brazzaville – hoje a capital da República do Congo. Tempos depois, ainda expandiu seu poder para República de Guiné e Tunísia. Já Portugal, temendo a perda das suas colônias, reivindicou a unificação entre dois dos seus domínios: Angola e Moçambique • A ideia de ligação entre as colônias deu origem ao “mapa cor-derosa”, que defendia o controle de leste a oeste dessas regiões e acreditava que a mudança poderia facilitar o transporte de mercadorias e comércio. A proposta foi recusada pelo Reino Unido e os portugueses foram obrigados a desistir do plano • Para evitar mais conflitos diplomáticos, Portugal então idealizou um encontro entre as nações europeias. No entanto, foi a Alemanha que organizou – em 15 de novembro de 1884, a conferência de Berlim. Sob a liderança de Otto von Bismarck, representantes de diferentes nações uniram-se para decidir a ocupação e exploração da África Quais foram as consequências dessa partilha? • A insatisfação de alguns países, dentre eles a Itália e a Alemanha, com o processo de divisão, teve grande influência nas causas da Primeira Guerra Mundial (1914- 1918). Vale ressaltar que a divisão de 1885 privilegiou Inglaterra e França, que ficaram com grande parte dos territórios africanos • O processo de independência dos países africanos, que teve início em meados do século XX, gerou diversos problemas de fronteiras e de disputas internas (entre tribos e nações). Estes geraram diversas guerras civis e disputas territoriais em vários países da África Obrigado por escutar!
TAVEIRA, Celso - Da Primeira À Terceira Roma: Considerações Acerca Do Papel de Bizâncio Na Sucessão Histórica e Geopolítica de Centros de Poder Imperial.