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HISTÓRIA DO NEOCOLONIALISMO
No século XIX, o continente europeu passava pela Segunda Revolução Industrial, quando outros
países, além da Inglaterra (onde a Primeira Revolução Industrial surgiu), entraram também (ou com mais força)
na industrialização.
Assim, França, Bélgica, Holanda, Itália e Alemanha aumentaram exorbitantemente suas
produções, e isso gerou novas necessidades. Os países passaram a precisar de mais matéria-prima bem como
de mais gente para consumir tamanha produção, ou seja, novos mercados consumidores e, para garantir mais
lucros, mão de obra barata — sobretudo onde a classe trabalhadora não estava ainda tão organizada a ponto de
haver greves, sindicatos e exigência de direitos, como já acontecia na Europa.
Além disso, processos de unificações aconteciam, como os da Itália e Alemanha, fortalecidas
ideologicamente pelo nacionalismo (também presente na Bélgica desde sua independência, em 1830). O
ideário nacionalista contribuiu para a competição entre as potências. Foi nesse contexto histórico europeu
que surgiu o neocolonialismo.
NEOCOLONIALISMO NA ÁFRICA
Até os dias atuais, muitos países africanos ainda passam por conflitos étnicos por conta dessa
divisão autoritária e externa feita por europeus interessados na exploração da região reunidos na Conferência
de Berlim (novembro de 1884 a fevereiro de 1885). Esse conjunto de reuniões visava encontrar uma saída
diplomática para as disputas entre as potências europeias na corrida em busca de mais lucros.
A força bélica europeia também foi utilizada, sobretudo para que as rebeliões dos explorados e
colonizados fossem contidas. No entanto, talvez um dos maiores prejuízos que os europeus deram aos
africanos, além da retirada de suas riquezas naturais, tenha sido ideológico.
O racismo foi muito propagado, assim como o darwinismo social, uma tentativa de justificar o
neocolonialismo ao afirmar-se que os países que tinham se industrializado e se tornado ricos em detrimento dos
mais pobres (no caso, os africanos) foi porque “evoluíram” mais.
Também ligada ao darwinismo social, existia a teoria do evolucionismo social, segundo a qual as
sociedades passavam por três etapas de desenvolvimento: bárbara, primitiva e civilizada. Assim, os europeus
eram civilizados, os asiáticos eram primitivos, e os africanos, bárbaros. Cabia, portanto, ao europeu, levar
civilidade a esses povos atrasados.
ATIVIDADES:
1. Como forma de justificar a dominação dos continentes africano e asiático, as potências europeias valeram-se
de teses científicas da época que pregavam a superioridade da civilização europeia com relação às demais.
Essas teses foram difundidas pela doutrina do(a):
a) Liberalismo
b) Mercantilismo
c) Estamento Burocrático
d) Sociobiologia
e) Darwinismo Social
2. (FGV-RJ) Entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, representantes de países europeus, dos Estados
Unidos e do Império Otomano participaram de negociações sobre o continente africano. O conjunto de
reuniões, que ficou conhecido como a Conferência de Berlim, tratou da:
a) incorporação da Libéria aos domínios norte-americanos, em troca do controle da África do Sul pela
Inglaterra e Holanda.
b) independência de Angola e Moçambique e da incorporação do Congo ao império ultramarino português.
c) ocupação e do controle do território africano de acordo com os interesses das diversas potências
representadas.
d) condenação do regime do Apartheid estabelecido na África do Sul e denunciado pelo governo britânico.
e) incorporação da Etiópia aos domínios italianos e à transformação do Egito em protetorado da Alemanha.
3. O neocolonialismo tem relação direta com um acontecimento que revolucionou a Europa. Estamos falando
da(s):
a) Revolução Francesa.
b) Revolução Industrial.
c) Revolução Gloriosa.
d) Guerras Napoleônicas.
e) Reforma Protestante.
4. O neocolonialismo no continente africano foi justificado pelos europeus como missão civilizatória para
encobrir seus interesses econômicos nesse território. Além disso, o neocolonialismo era baseado em inúmeras
teorias raciais do período, destacando-se entre elas o darwinismo social. Acerca do darwinismo social, podemos
afirmar que:
a) partindo de uma leitura incorreta e racista da Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin, o
darwinismo social defendia a existência de raças humanas naturalmente superiores às outras.
b) o darwinismo social partia do princípio de que a adoção do cristianismo pelos europeus tornava-os superiores
aos povos pagãos.
c) partia de um determinismo geográfico, que afirmava que o clima típico dos trópicos justificava a
“inferioridade” do desenvolvimento social dos povos da África.
d) reforçava a visão fraternal da época que reforçava os laços de igualdade entre europeus e africanos.
e) afirmava que um povo com o poder das armas modernas obrigatoriamente deveria impor seu domínio contra
outros povos.