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Para entender a situação atual do continente e o poder econômico dos países europeus, é
importante conhecer o processo imperialista que ocorreu no século XIX e que até hoje
influencia diretamente as relações de poder no cenário mundial e evidencia as desigualdades
entre as diferentes regiões do mundo.
Nesse texto, falaremos sobre como ocorreu esse processo e suas consequências para a África
atual.
O que foi o Imperialismo?
Com sua riqueza em minerais preciosos e reservas de petróleo, o continente Africano logo se
tornou atrativo para os países europeus. Vale destacar que esse processo está inserido no
contexto capitalista – mais precisamente no contexto do capitalismo industrial – afinal, a
produção industrial em massa era a prioridade para manter o sistema de consumo
funcionando, foi por isso, então, que as potências europeias passaram a disputar os territórios
africanos no século XIX.
Quando o assunto é o Imperialismo não se pode esquecer do Tratado de Berlim, visto que foi
definidor para a divisão do continente africano entre os países europeus.
Conhecido como “O futuro da África”, o Tratado de Berlim foi uma reunião entre as
potências imperialistas da época (Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Espanha, Portugal,
Bélgica, Holanda etc.), e baseou-se no desejo dos países participantes em adquirir territórios
no continente africano. Esse Tratado ocorreu na cidade de Berlim (atual capital da
Alemanha), no ano de 1884, e tinha como objetivo inicial o domínio europeu das rotas
fluviais africanas.
Ao final do acordo, as regiões dá África foram repartidas entre os países mais poderosos da
época, estabelecendo assim os limites territoriais do continente, da maneira que conhecemos
hoje. É importante salientar que nem todas as nações participantes do Tratado receberam
territórios africanos; todavia, havia um interesse comum entre elas quanto aos futuros acordos
comerciais.
Os principais países que ficaram com as maiores porções de territórios no continente africano
foram a Inglaterra e a França. Podemos identificar os rastros imperialistas nos países
colonizados principalmente através dos idiomas falados (como línguas oficiais ou não) pela
população nativa, como o inglês em países como África do Sul, Botswana, Camarões etc, e o
francês no Senegal, Costa do Marfim, Guiné e alguns outros.
É importante destacar que a divisão desigual dos territórios do continente africano entre os
países europeus no século XIX foi uma das razões para o surgimento da Primeira Guerra
Mundial em 1914. Buscando aumentar o poder de influência por meio do domínio não
somente nas nações colonizadas, mas no mundo como um todo, gerou-se atritos entre as
potências europeias, e posteriormente uma das maiores guerras já existentes.
Além dos conflitos étnicos existentes, há também outros problemas causados pelo processo
imperialista do século XIX nos países africanos, como, por exemplo, a miséria e as crises
humanitárias vivenciadas pela população local.
Eugenia: a palavra eugenia provém do grego e significa “bem nascido”. Foi um conceito
disseminado na Europa do século XIX e tinha como fundamento a seleção de seres humanos
com “boas” características genéticas, a fim de melhorar as gerações futuras. Com isso, há a
eugenia positiva (em que os indivíduos com as melhores características são incentivados a se
reproduzirem) e a eugenia negativa (em que há a eliminação do indivíduo considerado
inadequado para a sociedade).
Os Estados Unidos foi o único país da América a participar do Tratado de Berlim em 1884;
no entanto, diferentemente das potências europeias, não ocupou territórios no Continente
Africano, sendo o seu interesse da época obter tratados comerciais nas regiões africanas.
Mesmo assim, os EUA desempenharam um papel importante durante o Imperialismo no
século XIX, exercendo sua influência nas regiões da América.
Após o fim da Guerra Civil Americana em 1865, os Estados Unidos se consolidou como um
Estado Nacional, transformando-se em uma grande potência mundial fora da Europa. Com o
desenvolvimento industrial, na década de 1890, o mercado interno não era capaz de consumir
toda a produção dos Estados Unidos, surgindo a necessidade de abertura para o mercado
externo. A partir disso, o olhar estadunidense se abre para outras regiões do mundo, mais
precisamente para toda a América – uma vez que a África e a Ásia já estavam sob domínio
europeu – identificando-a como uma possível zona para a sua expansão.
Colonização x Imperialismo
Ambos os processos foram realizados com a finalidade de gerar lucro para os países
europeus, dominando e subjugando os povos nativos da região. Apesar de parecidos, há
grandes diferenças entre os processos de colonização e o imperialista. Entenda essas
diferenças abaixo:
Colonização: ocorreu nos século XV e XVI, as potências europeias da época eram Portugal e
Espanha, o sistema vigente era o capitalismo comercial (mercantilismo), o objetivo principal
era a busca por especiarias e metais preciosos, resultou na colonização de diversas regiões do
mundo.
Imperialismo: ocorreu no século XIX, diversos países europeus tiveram participação
(Alemanha, Portugal, Espanha, Inglaterra, Bélgica, Holanda etc.), o sistema vigente era o
capitalismo industrial (contexto da Segunda Revolução Industrial), o objetivo principal era a
busca por novos territórios para a extração de matérias primas, a utilização de mão-de-obra
barata e ampliação do mercado consumidor, resultou na divisão do Continente Africano entre
os países europeus.
Milhões de africanos foram enviados para o continente americano para serem escravizados.
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A escravidão no Brasil iniciou-se por volta da década de 1530, quando os
portugueses implantaram as bases para a colonização da América portuguesa, para
atender, mais especificamente, à demanda dos portugueses por mão de obra para o
trabalho na lavoura. Tal processo deu-se, primeiramente, com a escravização dos
indígenas, e, ao longo dos séculos XVI e XVII, essa foi sendo substituída pela
escravização dos africanos, trazidos por meio do tráfico negreiro.
Como começou
A escravidão no Brasil tem como ponto de partida a década de 1530, período em
que os portugueses deram início ao processo colonizatório. Até então, a ação
desses havia sido baseada na exploração do pau-brasil, e o trabalho dos indígenas
era realizado por meio do escambo. Assim, os indígenas interessados derrubavam
as árvores, levavam até a costa e então eram pagos com objetos oferecidos pelos
portugueses.
Por fim, é importante mencionar que, apesar da chegada dos escravos africanos ao
Brasil, por volta da década de 1550, os indígenas continuaram sendo a principal
mão de obra na economia açucareira aqui instalada até meados do século XVII. Na
década de 1590, por exemplo, cerca de 2/3 dos escravos no Brasil eram indígenas.|
3| Foi a prosperidade da economia açucareira que fez alguns lugares, como Bahia e
Pernambuco, possuírem uma grande quantidade de escravos africanos.
Acesse também: Saiba como ficou a vida dos ex-escravos após a aprovação da Lei
Áurea
Nas moendas, era comum que os escravos perdessem suas mãos ou braços, e nas
fornalhas e caldeiras, eram comuns as queimaduras. Nessa última etapa, o trabalho
era tão pesado que os escravos utilizados nela, geralmente, eram os mais rebeldes.
Era comum que os grandes engenhos possuíssem por volta de 100 escravos,
lembrando que os escravos africanos só se tornaram a maioria em meados do
século XVII.
Além disso, muitos escravos podiam ser acorrentados, para evitar que fugissem, e
usar uma máscara de ferro, conhecida como máscara de flandres, colocada neles
para impedir que engolissem diamantes (nas regiões mineradoras), se
embriagassem, ou mesmo cometessem suicídio por meio da ingestão de terra.
Escravidão no Brasil
Juliana Bezerra
Professora de História
Em 1535 chegou a Salvador (BA), o primeiro navio com negros escravizados. Este
ano é o marco do início da escravidão no Brasil que só terminaria 353 anos depois
em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea.
Portugal tinha uma população pequena, de cerca de dois milhões de pessoas, e não
tinha condições de dispensar parte de seus habitantes para sua colônia americana.
Para suprir os braços que faltavam, os colonizadores usaram a escravidão, que já
era praticada na África e no mundo árabe.
Por muito tempo, nas escolas brasileiras, se ensinou que o índio não servia como
escravo por ser "preguiçoso" e por isso, o portugueses teriam preferido escravizar o
africano. Na verdade, a escravidão de indígenas somente seria abolida no século
XVIII, e, portanto, o argumento não tem sentido.
O que aconteceu era que escravizar africanos era muito mais lucrativo que
escravizar indígenas, e por esta razão, os europeus preferiram investir no tráfico
negreiro.
As condições da escravidão
As condições de escravidão no Brasil eram as piores possíveis e a vida útil de uma
pessoa escravizada adulta não passava de 10 anos.
Errar não era permitido e poderia ser punível com castigos dolorosos. Eram
proibidos de professar sua fé ou de realizar suas festas e rituais, tendo que fazer
isso às escondidas. Afinal, a maioria das pessoas escravizadas vinham da África já
batizadas e era suposto que abraçassem a religião católica. Daí surge o sincretismo
que verificamos no Candomblé praticado no Brasil.
As mulheres negras eram exploradas sexualmente e usadas como mão-de-obra para
trabalhos domésticos, como cozinheiras, arrumadeiras, etc. Não era incomum que
as mulheres escravizadas recorressem ao aborto para impedir que seus filhos não
tivessem a mesma sorte.
Abolição da escravatura
Quando a sociedade europeia começou a adotar as ideias do liberalismo e do
Iluminismo, a escravidão passou a ser severamente questionada. Afinal, a privação
de liberdade não combinava com a nova etapa do capitalismo industrial.
Lei Áurea
A abolição da escravidão no país foi concedida pela Lei Áurea, aprovada pelo
Senado e assinada pela princesa Isabel, dia 13 de maio de 1888.
Isso retira o apoio dos latifundiários escravistas davam à monarquia. Quando surge
o golpe republicano, os grandes proprietários de terra sustentam o novo regime.
● Escravidão
Escravidão no Brasil
Por Ana Luíza Mello Santiago de Andrade
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Chegada ao Brasil
A chegada era marcada, inicialmente, pela burocracia.
Classificados por sexo e idade posteriormente eram enviados
para o local onde se faziam os leilões de escravos, que poderia
ser já na alfândega ou nos armazéns próximos à região portuária.
A Lei do Ventre Livre, por exemplo, foi decorrente da preocupação das elites
com a mudança da estrutura escrava no Brasil, com um maior número de
escravos nascidos no país, o que teria resultado em maiores rebeliões.
Libertar as crianças filhas de mães escravas era uma forma de impedir as
rebeliões e insatisfações. A imposição do fim do tráfico interprovincial, em
1881, era também uma lei que tinha como preocupação o surgimento de
uma guerra civil no Brasil, semelhante à ocorrida nos EUA entre 1861 e
1865.
As Configurações do Mundo
Contemporâneo
Ao final da década de 1990, o crescimento dos países emergentes passou a
redefinir as relações internacionais que configuram o Mundo Contemporâneo.
A maior participação dos países emergentes e as dificuldades dos países desenvolvidos frente à
crise mundial são fatos que marcam a contemporaneidade.
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A geopolítica mundial tem sofrido grandes modificações nos últimos 30 anos. A
partir da década de 1980, as sucessivas dissoluções dos regimes socialistas na
Europa, marcadas pela queda do Muro de Berlim em 1989 e o enfraquecimento do
império soviético, demonstraram que a configuração das relações políticas
internacionais pós-Segunda Guerra estava prestes a se reestruturar. Em 1991, a
União Soviética, país que idealizou um projeto político-econômico de oposição ao
domínio ocidental capitalista, não conseguiu resistir às pressões internas
relacionadas ao multiculturalismo e à fragilidade de sua economia. Sua decadência
decretou o fim da Ordem da Guerra Fria e o início da Nova Ordem Mundial,
liderada pelos Estados Unidos e com uma estrutura baseada no conflito Norte-Sul:
a interdependência entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
A Nova Ordem está vinculada aos interesses dos Estados Unidos. Detentor da
maior economia mundial, o país desenvolveu durante a Guerra Fria todo um
arcabouço técnico para aumentar a sua influência econômica, cultural e militar ao
redor do globo. Por outro lado, a Europa apostou na formação de um bloco
econômico bastante ambicioso, a União Europeia, que envolve relações
econômicas e políticas em torno do ideal de solidariedade e crescimento em
conjunto. Com a adoção do Euro, no ano de 2002, o bloco atingiu o maior dos seus
objetivos de integração regional, criando instituições para gerenciar esse modelo de
organização política. Na composição do eixo dos países desenvolvidos está o
Japão, país que conta com alto grau de desenvolvimento tecnológico, mas que está
atravessando muitas dificuldades econômicas desde o início da Nova Ordem
Mundial, principalmente pelo baixo crescimento econômico acumulado e o
envelhecimento de sua população.
Todas essas transformações recentes nos direcionam para a seguinte reflexão: após
duas grandes guerras, a Pax Americana estruturada ao final da 2a Guerra Mundial
pode estar passando por um processo de desconstrução?
Imperialismo
O imperialismo é caracterizado por uma política de expansão de uma nação sobre
outra, e sua manifestação no século XIX é chamada também de neocolonialismo.
Ilustração que retrata colonizadores europeus em contato com povos de uma região da África
Central.
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Além dessas, outras nações como Portugal, Espanha, Rússia, Estados Unidos,
Japão etc. foram enxergadas como praticantes de políticas imperialistas. A
influência do imperialismo sobre o planeta foi tamanho, e continentes como a
África, até hoje, colhem as consequências desse processo de dominação colonial.
Uma causa que explica, em grande parte, a expansão colonial da segunda metade
do século XIX é a busca por novos mercados consumidores, segundo aponta Eric
Hobsbawm|3|. Isso porque acreditava-se que a grande quantidade de mercadorias
produzidas seria absorvida com a expansão dos mercados consumidores.
Imperialismo na África
Mapa que informa as nações europeias que possuíram colônias no continente africano.
O historiador Valter Roberto Silvério aponta que três acontecimentos entre 1876 e
1880 foram cruciais para iniciar a corrida de ocupação do continente africano|5|:
"Esses acontecimentos deram início a uma corrida pela ocupação do continente africano
que resultou em uma série de atritos entre as nações europeias. Em decorrência disso, Otto
von Bismarck, chanceler alemão, buscando defender os interesses da Alemanha e pôr fim a
essas disputas, organizou a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885.
Algumas das pautas debatidas na conferência foram as questões relativas à navegação dos
rios Congo e Níger, a questão do mapa cor-de-rosa proposto por Portugal, e também foi
organizada a divisão do continente africano, isto é, estabelecidas as fronteiras entre as
regiões e estipulado quais nações teriam direitos sobre os territórios.
Hoje sabemos que as justificativas utilizadas não passavam de disfarce para os reais
interesses que eram de promover a exploração econômica do continente africano. A
ocupação do continente africano, por sua vez, não aconteceu de maneira pacífica, pois os
povos africanos lançaram dura resistência contra a presença europeia. Neste texto é
encontrado um dos exemplos de resistência ao imperialismo.
Consequências do imperialismo
O imperialismo foi muito forte no mundo, durante o período citado (entre 1884 e 1914), mas
a presença de europeus como colonizadores na África e na Ásia ocorreu até a segunda
metade do século XX. O imperialismo deixou graves consequências nesses locais, expostas
a seguir.
A demarcação de fronteiras artificiais gerou impactos negativos até hoje na África e causou
inúmeras tensões entre as nações africanas.
Durante o neocolonialismo, surgiu uma série de disputas étnicas influenciadas por ação
europeia. Um dos casos mais notáveis aconteceu em Ruanda, região que havia feito parte
do Congo Belga. Em 1994, um massacre de grandes proporções aconteceu no país, e
hutus foram responsáveis pela morte de aproximadamente 1 milhão de tutsis.
A exploração econômica deixou marcas profundas e, até hoje, a maioria absoluta dos
países africanos sofre com economias instáveis.
Os nativos foram sujeitos a uma violência escabrosa. Um caso notável foi no Congo Belga,
quando 10 milhões de pessoas morreram fruto da violência colonial dos belgas."
Definição
Fase monopolista do capitalismo, ocorrida no final do século XIX e início do século XX.
Fatores geradores
superprodução: expansão da Revolução Industrial e aprimoramento
tecnológico, resultando em aumento da produção de mercadorias;
países industrializados buscam mercados consumidores de artigos
industrializados;
crescimento demográfico: queda das taxas de mortalidade e manutenção
de elevadas taxas de natalidade geram fenômeno conhecido como
explosão demográfica. O excedente populacional vive em condições
miseráveis, mas começa a se organizar em sindicatos e partidos);
busca de matérias-primas: sofisticação tecnológica exige diversidade e
maiores quantidades de matérias-primas (borracha, petróleo, cobre,
etc.);
busca de investimentos de capitais: as áreas industrializadas não podem
reinvestir capitais excedentes na produção industrial sem agravar o
problema da superprodução; busca-se, portanto, áreas para a
exportação de capitais excedentes.
Itália, Estados Unidos, Rússia, Japão) no final do século XIX, por meio da expansão
Características
concentração da produção e do capital em reduzido número de países e,
dentro deles, nas mãos de pequena parcela da população (alta
burguesia);
capital financeiro, resultante da fusão do capital industrial e do bancário;
exportação de capitais, com investimentos nos setores de infraestrutura
(especialmente nos setores de comunicações e transportes), para
facilitar a dominação e agilizar o escoamento de mercadorias);
partilha do mercado mundial entre os países industrializados;
associações monopolistas – trustes, cartéis e holdings;
divisão territorial do planeta em áreas de dominação direta e zonas de
influência econômica;
o “fardo do homem branco” como justificativa ideológica para a dominação:
missão civilizadora que levaria aos que viviam nas trevas da ignorância
a luz do conhecimento; ideia de superioridade biológica da raça branca
sobre as demais.
Imperialismo na Ásia
Índia
Conhecida desde a Antiguidade pelos europeus. No século XV, a Índia se tornou uma área
muito cobiçada pelos comerciantes da Europa, graças às especiarias que possuía em seu
território.
Os portugueses dominaram por cerca de meio século a rota comercial marítima que levava
monopolistas de comércio.
época, a Índia se encontrava dividida em diversos estados rivais. Essa rivalidade era
estimulada pelos ingleses, a fim de evitar uma centralização política que prejudicasse seus
interesses econômicos.
Ainda assim, em 1857, eclodiu na Índia uma revolta nacionalista contra o domínio inglês.
Denominada Revolta dos Cipaios, o conflito durou até 1859, quando os rebeldes foram
derrotados pelos ingleses, que conseguiram, a partir de então, impor um domínio ainda
mais rígido.
A garantia do domínio britânico sobre a Índia – não apenas econômico, mas também
Imperatriz da Índia.
China
a China. Os ingleses exploravam o comércio chinês por meio das Companhias das Índias
Orientais. Mas ao contrário da Índia, que se encontrava dividida, o poder político chinês era
centralizado. A China era regida pela dinastia Manchu. Contudo, a aristocracia agrária
Ao longo dos séculos XVII e XVIII, o predomínio britânico sobre a China se aprofundou e,
aos poucos, os ingleses introduziram, ilegalmente, o ópio no mercado chinês. Esse artigo
apreciavam muito, gastando verdadeiras fortunas e endividando-se junto aos ingleses para
obtê-lo.
do ópio e, em 1839, adotou medidas enérgicas para coibi-lo. Tal atitude precipitou um
conflito entre China e Inglaterra, conhecida como a Guerra do Ópio, que foi vencida pelos
ingleses. Graças a essa vitória, a Inglaterra obteve uma maior abertura do mercado chinês,
e não apenas para si, mas também para outras nações do mundo, como a Alemanha, a
Em 1900, houve na China uma nova reação nacionalista contra o domínio dos países
industrializados. Essa revolta, denominada Guerra dos Boxers, foi violentamente reprimida
Japão
No início do século XIX, o Japão era cobiçado pelas potências industriais. O país não
terras, denominados xóguns. O comércio do país era vedado ao mundo ocidental, pois os
Pacífico Norte, forçaram, por meio de uma ação militar violenta, a abertura do mercado
japonês aos produtos ocidentais. Isso provocou uma também violenta reação nacionalista
isso pudesse ocorrer, o Japão assimilou muitas técnicas de produção ocidentais. Graças a
essas reformas, o Japão não apenas evitou a expansão imperialista sobre seu território,
O imperialismo japonês se manifestou no final do século XIX por meio de duas guerras
O imperialismo na África
A África foi o continente mais utilizado para a expansão territorial imperialista no final do
século XIX e início do século XX. A partilha formal do continente se iniciou após a
realização da Conferência de Berlim (1884 - 1885), em que o rei Leopoldo II, da Bélgica,
convidou os líderes das principais potências industriais da época para dividir o rico território
africano.
que inviabilizava a união de esforços entre os indivíduos para barrar a invasão dos
estrangeiros.
Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha foram os países que se
O imperialismo teve como principal resultado o acirramento das tensões entre os países
artilha da África
Juliana Bezerra
Professora de História
A Partilha da África é o nome pelo qual ficou conhecida a divisão do continente africano durante o
século XIX e que finalizou com a Conferência de Berlim (1884-1885).
Com o crescimento econômico de Inglaterra, França, Reino da Itália e Império Alemão, esses países
quiseram avançar sobre a África em busca de matérias-primas para suas indústrias.
Como ocorreu?
Países como Portugal já se encontravam no continente desde o século XVI. Utilizavam a África como
fornecedor de mão de obra escrava, num comércio lucrativo em que participavam Inglaterra, Espanha,
França e Dinamarca.
A expansão europeia para o continente africano, no século XIX, foi justificada para a opinião pública
como a necessidade de “civilizar” este território.
Assim, era necessário fazer com o que os africanos “atrasados”, segundo os moldes europeus, fossem
civilizados.
As potências europeias dividem a África conforme seus interesses
As notícias do continente africano chegavam à Europa através de relatos de expedições que tinham
diferentes finalidades:
Assim, percebemos que foram aspectos econômicos, religiosos e culturais influenciaram no desejo
pela posse do território.
Para o europeu, era preciso "salvar" o africano da selvageria, do atraso e das práticas que eram tidas
como condenáveis no Velho Mundo. Esse tipo de comportamento imperialista embasou o mito do
"fardo do homem branco" e a eugenia.
Resumo
Simultaneamente, os territórios foram sendo invadidos pelas nações europeias de maneira gradativa.
Veja abaixo como foi a ocupação da África pelas potências europeias:
Portugal
Após a independência do Brasil, Portugal conseguiu manter suas possessões africanas como Angola,
Cabo Verde, Guiné e Moçambique.
O país terá problemas com a Bélgica, Inglaterra e Alemanha que desejavam expandir seus territórios
na África, sobre os territórios portugueses.
Espanha
A Espanha ocupou as ilhas Canárias, Ceuta, Saara Ocidental e Melila. Para abastecer suas colônias
caribenhas de escravos, contava com o comércio feito pelos portugueses, franceses e dinamarqueses.
Mais tarde, o país invadiria a Guiné Equatorial (1778).
Bélgica
O rei Leopoldo II da Bélgica, estabeleceu a Associação Internacional da África, em 1876. Dita
organização tinha como objetivo explorar o território correspondente ao Congo que se tornaria sua
propriedade pessoal.
O país também ocupa Ruanda e ali instaura um sistema de divisão étnica, entre hutus e tútsis que terá
consequências desastrosas no futuro no Genocídio em Ruanda (1994).
Inglaterra
O Reino Unido era a maior potência econômica do século XIX devido a Revolução Industrial. No
entanto, precisava de mais matérias-primas baratas para manter o ritmo do seu crescimento.
A Inglaterra foi ocupando territórios como os atuais Nigéria, Egito, África do Sul. Tal era a certeza de
superioridade inglesa que alimentava-se a ideia de construir uma ferrovia ligando o Cairo e a Cidade
do Cabo.
Para isso, o país invade áreas entre esses território como o Quênia, Sudão, Zimbábue e vai entrar em
conflito com praticamente todos os outros países europeus com o intuito de manter ou expandir suas
possessões.
França
A França ocupou o território do Senegal, em 1624, a fim de garantir o fornecimento de escravos para
suas colônias no Caribe.
Ao longo do século XVIII, seus navegadores ocuparam várias ilhas no Oceano Índico como
Madagascar, Maurício, Comores e Reunião.
No entanto, foi no século XIX que conseguiu, entre 1819 e 1890, acertar 344 tratados com chefes
africanos. Assim ocuparam a Argélia, Tunísia, Marrocos, Chade, Mali, Togo, Benin, Sudão, Costa do
Marfim, República Centro Africana, Djibuti, Burkina Faso e Níger.
Além de enfrentar os habitantes que não aceitavam a invasão, os franceses travaram várias guerras
contra os alemães, pois estes queriam tomar suas possessões.
Holanda
A ocupação holandesa começou na atual Gana, chamada de Costa do Ouro Neerlandesa. Ali,
permaneceram até 1871 quando venderam a possessão aos ingleses.
No entanto, foi na África do Sul, que os holandeses permaneceram mais tempo. Ali, eles tinham
estabelecido um posto de abastecimento na atual Cidade do Cabo, em 1652.
Quando o território foi conquistado pelos ingleses, os holandeses foram expulsos em 1805, mas ainda
ficaram na África do Sul e entrariam em vários conflitos com os ingleses, como a Guerra dos Bôers
(1880-1881/1899-1902).
Itália
Depois da Unificação Italiana, a Itália parte para conquistar o mundo. No entanto, sem um exército
poderoso, o país ocupa os territórios da Eriteia, parte da Somália e a Líbia.
Tenta conquistar o reino da Etiópia, mas este foi ajudado por França e Rússia. Somente o fará na
década de 1930 sob comando de Benito Mussolini.
Alemanha
A Alemanha queria garantir seu quinhão de mercados na África. Após a Unificação Alemã, em 1870,
qualquer decisão europeia tinha que passar pelo poderoso chanceler Bismarck.
Como já havia muitos litígios por fronteiras entre as potências europeias, Bismarck convida os
representantes das principais potências coloniais para discutir os rumos da ocupação africana.
Este evento seria conhecido como a Conferência de Berlim. A Alemanha ocupou os territórios
correspondentes a Tanzânia, Namíbia e Camarões.
Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim (1884-1885) consistiu num acordo que tinha como objetivo reconhecer as
fronteiras dos territórios já ocupados e estabelecer as regras sobre as futuras ocupações no continente
africano.
Entre as suas diretrizes estava a necessidade de uma nação comunicar a outra quando tomava posse de
um território. Também era preciso provar que tinha condições de administrá-lo.
Consequências
Antes da Partilha da África, os reinos africanos estavam dentro de fronteiras naturais definidas de
acordo com os grupos étnicos que compunham estes reinos.
Os estados africanos foram traçados por fronteiras artificiais segundo a vontade do colonizador
europeu. Deste modo, etnias inimigas tiveram que conviver dentro do mesmo território causando
sangrentas guerras civis.
Igualmente, através da visão europeia, se espalhou o mito que os africanos são amaldiçoados por não
aceitarem o cristianismo e por isso não são capazes de prosperar.
Atualmente, o continente africano é o mais pobre do mundo e ainda há forte pressão sobre as riquezas
naturais da África, como petróleo, ouro, fosfato e diamantes.
Imperialismo na África
Juliana Bezerra
Professora de História
Até 1876, 10,8% do território africano estavam em posse de colonizadores. Já em 1900, o domínio
europeu correspondia a 90,4%.
A princípio, a exploração europeia estava espalhada ao longo da costa, com fortes postos comerciais
que garantiam o tráfico de escravos. As primeiras dominações em larga escala começaram com a
França e Grã-Bretanha.
As riquezas da África foram para os países industrializados
A França ocupou a Argélia, em 1832, a Tunísia, em 1881 e, em seguida, o Marrocos. Assim, estava
criada África Ocidental Francesa.
Por sua parte, com o mesmo intuito de expansão territorial, a Grã-Bretanha apossou-se do Egito em
1882, do Sudão e do sul da África.
Em 1876, o rei da Bélgica, Leopoldo II, dominou toda a área atual do Congo. A região ficou sob o
domínio pessoal do monarca até 1908, quando foi vendida ao governo da Bélgica e correspondia a
oitenta vezes o tamanho do país dominante.
Motivos
Entre os motivos para a dominação europeia estavam as riquezas naturais africanas. O território era
exuberante em pedras preciosas, matérias-primas vegetais e minerais.
Política e Guerra
Como estratégias de dominação foram usadas negociações políticas, manobras militares e religiosas.
Para as negociações políticas, os chefes tribais faziam acordos comerciais com os europeus. Estes
levavam produtos da terra enquanto forneciam armas aos africanos.
A fim de expandir o território, os próprios europeus se aliavam com tribos e participavam das guerras
travadas entre eles. Assim, garantiam mais terras e aliados poderosos.
Veja também: Imperialismo e Colonialismo
Religião e Ideologia
A religião cristã reforçou a ideia de inferioridade entre aquelas regiões onde era praticado o
politeísmo. Ali, os missionários demonizaram os costumes e os deuses, e conquistaram as mentes
também.
As teorias raciais, como o darwinismo social e o mito do fardo do homem branco, sustentaram a
exploração das riquezas naturais africanas. O argumento era apoiado na tese de que os africanos eram
“bárbaros” e precisavam da contribuição do europeu para alcançar o mesmo grau de civilização.
Partilha da África
O ápice do imperialismo viria em 1885, com o acordo selado na Conferência de Berlim, que garantia
a liberdade comercial para todos os países em certas áreas. Igualmente, a reunião serviu para
determinar as fronteiras do território africano.
Após a Conferência de Berlim, a África foi dividida em 50 estados. Os termos do acordo não
respeitavam as divisões étnicas tradicionais e geraram impacto catastrófico sobre as nações.
É por este motivo que, ainda nos dias de hoje, alguns países permanecem sob rivalidade étnica que
causa guerras civis e pobreza extrema.
A partilha da África também está entre as justificativas para a deflagração da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918). Descontentes com a divisão e sem mais territórios para conquistar, as grandes
potências entraram em desacordo e exigiam a revisão da partilha.
Neocolonialismo
Ontem e Hoje. Mudam os métodos, mas não as condições
Após o processo de descolonização africana, as antigas nações imperialistas buscaram seguir com um
relacionamento especial com estes países.
Ainda que seja uma relação entre Estados soberanos, muitos estudiosos veem como um novo modelo
de exploração e por isso o chamam de neocolonialismo.
● A França criou o princípio da francofonia que engloba todos os países de língua francesa e
assim, pode promover um intercâmbio linguístico e cultural. Além disso, o país estimulou a
imigração desses países nos anos 70 quando necessitava mão de obra para suas indústrias.
● Portugal ainda mantém laços políticos especiais com Angola e, em certa medida, com
Moçambique. Através do PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) mantém-
se a cooperação cultural e linguística.
● A Bélgica não mantém nenhum laço especial com o Congo e Ruanda, e as relações entre
esses países são extremamente delicadas.
● A Espanha mantém alguns enclaves e ilhas no território marroquino que sempre é motivo de
disputa entre as duas nações.
No entanto, as nações europeias vêm perdendo espaço cada vez mais para a China que tornou-se, no
século XXI, o maior parceiro das nações africanas.
Vários países europeus mantiveram colônias nas Américas desde o descobrimento no século
XVI. Mas, no século XIX, uma nova política expansionista foi iniciada — dessa vez, em
direção à África, Ásia e Oceania. Grande parte desses continentes foi explorada pelos países
europeus, servindo-os com seu trabalho e seus recursos naturais, entre meados dos séculos
XIX e XX.
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diamantes na África do Sul, que despertaram o interesse dos europeus; e a abertura do Canal
de 90% nas décadas seguintes. Pode-se dizer que esse continente tenha sido o mais afetado
por esse movimento expansionista europeu. Apenas a Etiópia e a Libéria não foram
colonizadas.
suas colônias no continente. Essa divisão considerou apenas os interesses econômicos das
Nas outras partes do mundo, destaca-se a posse britânica do subcontinente indiano, com o
ilhas no Oceano Índico, que hoje formam a Indonésia, enquanto os franceses ficaram com a
Indochina (Camboja, Laos e Vietnã). O Japão, inspirando-se nos impérios ocidentais, buscou
moderna e suas consequências são infinitas — rendendo diversas obras. Para destacar
algumas das mais importantes, podemos começar com a pobreza das ex-colônias.
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A partir dos anos 1950 e 1960, diversas regiões da África e Ásia começaram a pleitear suas
independências das potências europeias. Mas existiram dois problemas principais em meio a
esse processo: 1) os novos países seguiram fronteiras demarcadas pelos europeus, de acordo
com os interesses deles; e 2) os novos países tinham pouca estrutura para administrar sua
As fronteiras geraram inúmeros conflitos étnicos nos novos países — como o dos tutsis e
hutus, em Ruanda. Também houve tensões na divisão entre a Índia e Paquistão para hindus e
islâmicos, gerando ainda a separação de Bangladesh, já nos anos 1970. Além disso, muitos
desses países recém-independentes foram criados com governos instáveis — causando uma
Resistência indígena
Posted Seg, 26/03/2012 - 23:49 by moises
A ideia de que os indígenas do Brasil no período colonial desapareceram e/ou perderam sua
identidade, baseada na História tradicional, é debatida e combatida na historiografia recente. Os
nativos não podem ser reduzidos a meras vítimas da conquista, isso exclui a idéia de que os
próprios tomavam a iniciativa para resistir em uma luta pela sobrevivência. Eles jamais aceitaram,
sem resistência, a dominação do europeu. De acordo com Maria Leônia Chaves de Resende e Hal
Langfur, os índios não agiam tão somente em defesa própria,
A resistência indígena se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de
cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, pela
colaboração com o europeu, bem como pelo suicídio quando presos. A resistência intensificava-se,
sobretudo, a partir da penetração do conquistador no interior do país pela busca de metais
preciosos ou na expansão das fazendas, onde estes faziam, na maioria das vezes, o uso da
violência.
A Confederação dos Cariris foi um movimento de resistência da nação Cariri (ou Kiriri) à
dominação portuguesa, ocorrido entre 1683 e 1713, que envolveu nativos principalmente do Ceará
e algumas tribos de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Ela iniciou-se em resposta ao
avanço de sesmeiros que invadiram as terras ocupadas pelos indígenas e provocaram vários
conflitos. A revolta começou na região norte-rio-grandense do Açu, com ataques contra vilas e
fazendas resultando em mortes e destruição. A pedido do governo-geral do Brasil, bandeirantes de
São Paulo e de São Vicente foram requisitados para acabar com o motim. A presença dos
bandeirantes não acabou com a revolta, ao contrário, disseminou-a para outras regiões e provocou
a entrada de outras nações: os Anacés, Jaguaribaras, Acriús, Canindés, Jenipapos, Tremembés e
dos Baiacus.
Após anos de luta, entrou em ação o regimento de ordenanças do coronel João de Barros Braga,
que fora avassalador. Composta de homens conhecedores do terreno e do modo de guerrear
indígena fora promovida uma expedição guerreira em 1713 que subiu pelo vale do Jaguaribe ao do
Cariri, até os confins piauienses, exterminando todos os indígenas pelo caminho não importando
sexo ou idade. Assim terminou a Confederação dos Cariris, apontada nos livros de História
tradicionais como a "Guerra dos Bárbaros".
Os índios Goitacás por duas vezes destruíram a povoação e os engenhos de açúcar construídos em
seu território. Os Tamoio ou Tupinambá, da família Tupi, grandes guerreiros que ocupavam a
região do Rio de Janeiro até Ubatuba, formaram a Confederação dos Tamoios que aliada aos
franceses durante dez anos (1555-1565) ameaçaram o povoamento português das capitanias do
sul.
A superioridade militar dos europeus e a dificuldade dos indígenas de se unirem contra o inimigo
comum, foram fatores que prejudicaram esse tipo de resistência. Os indígenas, divididos por
rivalidades tribais, auxiliavam os europeus na luta contra outros indígenas. Mas nas poucas
ocasiões em que conseguiram se unir, na forma de confederações, foi penoso para os europeus
dominá-los.
Os índios procuraram adaptar-se a nova realidade. Sua cultura não fora destruída totalmente, esta
sobreviveu ao fazer (re)elaborações de suas práticas religiosas e das práticas cristãs. Essas
(re)leituras ao mesmo tempo negavam e incorporavam valores da dominação colonial,
(re)significando seus códigos culturais de acordo com a sua compreensão e necessidade.
Escravidão indígena
Escravidão indígena foi a primeira tentativa de escravidão no Brasil, mas os
portugueses encontraram várias dificuldades, como a ação jesuíta e a não
adaptação indígena.
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A escravidão entre os índios era o trabalho na tribo. Além disso, havia tribos
canibais que comiam a carne dos adversários, pois acreditavam que, dessa forma,
teriam as mesmas qualidades daqueles que morreram no combate. Por exemplo, se
um inimigo capturado era um bom corredor, suas pernas eram comidas para que a
velocidade delas fosse agregada a quem as comesse.
A resistência indígena
contra os novos
Bandeirantes
por Jornalistas Livres
• 10/11/2017
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Guaranis Mbya
(Foto: Teresa Paris / Comissão Guarani Yvyrupa/Divulgação)
Reivindicações Indígenas
As questões que envolvem os indígenas não se resumem às
demarcações de terra. Diversos outros assuntos foram
apresentados e discutidos, mas pouco se fala das propostas
apresentadas pelos povos indígenas e comunidades quilombolas.
Presidência da República
Congresso Nacional
Arquivamento imediato da PEC 215/2000 que visa impedir a demarcação das terras
indígenas, pois repassa a responsabilidade ao Congresso Nacional, espaço onde
não tem representação dos povos, a decisão sobre reconhecer territórios indígenas
e quilombolas.
Poder Judiciário
Por mais que a Constituição Federal reconheça o direito à terra pelos povos
originários, na prática o Estado tem falhado na titulação de terras indígenas. A
nação Xukuru só teve suas terras finalmente reconhecidas pelo Estado após 16
anos e a intervenção da Corte Interamericana de Direitos Humanos, após constatar
os problemas causados pela demora. Há 20 anos, o Cacique Chicão, que lutou pelo
direito à demarcação das Terras, foi executado. Amanda Santos, que pertence à
etnia, fala da importância da demarcação “Nós não queremos a terra para fazer
negócio, queremos ela pra cuidar, plantar e fazer com que nosso povo, nossas
crianças e jovens se desenvolvam para continuar a nossa luta. Nós estamos aqui
acima do medo e da coragem, como dizia Cacique Chicão”.