Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Para entender a situação atual do continente e o poder econômico dos países europeus, é
importante conhecer o processo imperialista que ocorreu no século XIX e que até
hoje influencia diretamente as relações de poder no cenário mundial e evidencia as
desigualdades entre as diferentes regiões do mundo.
Nesse texto, falaremos sobre como ocorreu esse processo e suas consequências para a
África atual.
Vamos a uma analogia: imagine que você vive em uma cidade e que cada bairro possui os
seus próprios costumes e líderes locais. Em um certo momento, chegam pessoas de outro
continente com uma cultura completamente diferente da que você está habituado e tomam posse
daquela região em que você vive, unificando o local e misturando diversos bairros, tornando-os
um só. Foi dessa forma que ocorreu a partilha do continente africano pelos europeus: de
maneira desordenada e desconsiderando as diferenças étnicas das tribos locais.
Com a mistura de tribos culturalmente distintas em uma mesma delimitação territorial,
surgem os conflitos no Continente Africano que ocorrem até os dias atuais. Esses conflitos vão
desde disputas territoriais entre tribos até desavenças religiosas. Pode-se dizer que os países
europeus auxiliaram no processo de estabelecimento desses conflitos durante a
neocolonização quando por exemplo, apoiavam líderes de determinadas etnias ou tribos para o
controle de uma zona que desejavam exercer influência. Alguns exemplos contemporâneos
são: os conflitos entre Sudão e Sudão do Sul e o genocídio de Ruanda.
Além dos conflitos étnicos existentes, há também outros problemas causados pelo
processo imperialista do século XIX nos países africanos, como, por exemplo, a miséria e as
crises humanitárias vivenciadas pela população local.
A falta de alimentos e recursos básicos para a sobrevivência e bem-estar da população
africana são um dos maiores desafios enfrentados e que demonstram as desigualdades
continentais existentes. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO), 257 milhões de pessoas passam fome na África, o que representa cerca de
20% da população total do continente. Tais crises humanitárias atuais, além do clima do
continente e de fatores como as concentrações de poder existentes, podem ser relacionadas com
o processo Imperialista uma vez que a Europa foi a responsável por explorar grande parte
dos recursos do Continente Africano.
Eugenia
A eugenia surgiu sob o impacto da publicação, em 1859, de um livro que mudaria para
sempre o pensamento ocidental: A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Darwin mostrou que
as espécies não são imutáveis, mas evoluem gradualmente a partir de um antepassado comum à
medida que os indivíduos mais aptos vivem mais e deixam mais descendentes. Pela primeira vez,
o destino do mundo estava nas mãos da natureza, e não nas de Deus.
Darwin restringiu sua teoria ao mundo natural, mas outros pensadores a adaptaram – de
um jeito meio torto – às sociedades humanas. O mais destacado entre eles foi o matemático
inglês Francis Galton, primo de Darwin. Em 1865, ele postulou que a hereditariedade transmitia
características mentais – o que faz sentido. Mas algumas idéias de Galton eram bem mais
esquisitas. Por exemplo, ele dizia que, se os membros das melhores famílias se casassem com
parceiros escolhidos, poderiam gerar uma raça de homens mais capazes. A partir das palavras
gregas para “bem” e “nascer”, Galton criou o termo “eugenia” para batizar essa nova teoria.
Galton se inspirou nas obras então recém-descobertas de Gregor Mendel, um monge
checo morto 12 anos antes que passaria à história como fundador da genética. Ao cruzar pés de
ervilhas, Mendel havia identificado características que governavam a reprodução, chamando-as
de dominantes e recessivas. Quando ervilhas de casca enrugada cruzam com as de casca lisa, o
descendente tende a ter casca enrugada, pois esse gene é dominante. Os eugenistas viram na
genética o argumento para justificar seu racismo. Eles interpretaram as experiências de Mendel
assim: casca enrugada é uma degeneração (hoje sabe-se que estavam errados – tratava-se
apenas de uma variação genética, algo ótimo para a sobrevivência). Misturar genes bons com
“degenerados”, para eles, estragaria a linhagem.
Para evitar isso, só mantendo a raça “pura” – e aí eles não estavam mais falando de
ervilhas. O eugenista Madison Grant, do Museu Americano de História Natural, advertia em 1916:
“O cruzamento entre um branco e um índio faz um índio, entre um branco e um negro faz um
negro, entre um branco e um hindu faz um hindu, entre qualquer raça européia e um judeu faz um
judeu”. As idéias eugenistas fizeram sucesso entre as elites intelectuais de boa parte do
Ocidente, inclusive as brasileiras. Mas houve um país em que elas se desenvolveram primeiro, e
não foi a Alemanha: foram os EUA. Não tardou até que os eugenistas de lá começassem a querer
transformar suas teorias em políticas públicas. “Em suas mentes, as futuras gerações dos
geneticamente incapazes deveriam ser eliminadas”, diz o jornalista americano Edwin Black, autor
de A Guerra contra os Fracos. A miscigenação deveria ser proibida.
(Adaptado da revista Superinteressante, jul. 2005.)
"As bases de inspiração dessas novas elites eram as correntes cientificistas, o darwinismo
social do inglês Spencer, o monismo alemão e o positivismo francês de Auguste Comte. Sua
principal base de apoio econômico e político procedia da recente riqueza gerada pela
expansão da cultura cafeeira no Sudeste do país, em decorrência das crescentes demandas
de substâncias estimulantes por parte das sociedades que experimentavam a intensificação
do ritmo de vida e da cadência do trabalho"
(SEVCENKO, N. “Introdução”. In: História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia
das Letra, 1998, p. 14).
ATIVIDADE 2
a) integração étnica
b) ação civilizadora
c) cooperação militar
d) proteção ambiental.
2) Dando continuidade ao que foi visto no texto da semana passada na atividade 1, comente
sobre sua resposta na questao 1.( ou seja, como essa tirinha pode ser entendida dentro do
contexto do Imperialismo?)
Bons estudos!
CORREÇÃO:
ATENÇÃO:
Bons estudos!
FONTE:
Braick, Patricia Ramos. História: das cavernas ao terceiro9 milênio/Patricia Ramos Braick, Myriam
Becho Mota. – 4. Ed..São Paulo: Moderna,2016.