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Ciência, eugenia e

racismo científico

01
Em 1859, Charles Darwin escreve a obra A
origem das espécies, onde propôs, dentre
outras teorias, que as espécies não são fixas,
mas evoluem ao longo do tempo.
Introduziu o conceito de seleção natural como
o principal mecanismo impulsionador da
evolução. Ele argumentou que as
características favoráveis que conferem uma
vantagem adaptativa a um organismo
aumentam suas chances de sobrevivência e
reprodução, levando a uma maior frequência
dessas características na população ao longo
do tempo.
Partindo dessa noção de evolução das espécies, Francis Galton(1822-
1911) vai cunhar o termo eugenia, que quer dizer “bem nascido”. A
eugenia foi definida por ele como “o estudo dos agentes sob o controle
social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das
futuras gerações seja fisica ou mentalmente”

As concepções eugênicas teorizam-se sobretudo a partir das seguintes


noções:

* O talento é hereditário e não resultado do meio ambiente;


* O valor da raça é mais importante do que a educação e o meio ambiente;
* Não só o talento é hereditario mas também o são a doença mental, o
crime e a marginalidade.
A tentativa de se “melhorar” a espécie humana é classificada em duas
seções:

Eugenia positiva Eugenia negativa


Os estudos eugenistas , centrados na raça branca enquanto superior e
evoluída, serviu como embasamento para o darwinismo social, empregado
durante o século XIX e XX: Se para Darwin as espécies evoluem, as raças
também poderiam... Será?

Qual seria o ideal de evolução no período?


Vamos contextualizar...
O século XIX foi marcado pelo imperialismo, ou neocolonialismo, onde
potências europeias estavam desenvolvendo, a todo vapor, suas atividades
industriais.
Vamos contextualizar...
O século XIX foi marcado pelo imperialismo, ou neocolonialismo, onde
potências europeias estavam desenvolvendo, a todo vapor, suas atividades
industriais.

Para tanto, necessitava-se:


- Buscar novas fontes de matéria-prima.
- Conquistar novos mercados consumidores
. - Acomodar o excedente populacional.
- Estrutura bases estratégicas (neutralizar a concorrência).
- Investir os capitais excedentes.
- Nacionalismo: expandir os domínios nacionais.
Dadas tais necessidades, potências europeias como Inglaterra, França,
Portugal, Bélgica, Itália e Alemanha passaram a alargar relações com nações
africanas e asiáticas, sobretudo a partir de negociações com reis e chefes
tribais. É nesse ensejo que o chanceler alemão Otto von Bismarck convoca a
Conferência de Berlim, também conhecida como a reunião de Partilha da
África.
Mapas com a partilha da Ásia e da África
Justificativas ideológicas
Darwinismo social ---> missão civilizadora ---> fardo do homem branco

“As raças superiores têm um direito perante as raças inferiores. Há para


eles um direito porque há um dever para elas. As raças superiores têm o
dever de civilizar as inferiores.”

Jules Ferry, ministro da França (1832-1893)


Tomai o fardo do Homem Branco -
Envia teus melhores filhos
Vão, condenem seus filhos ao exílio
Para servirem aos seus cativos;
Para esperar, com arreios
Com agitadores e selváticos
Seus cativos, servos obstinados,
Metade demônio, metade criança.
Tomai o fardo do Homem Branco -
As guerras selvagens pela paz -
Encha a boca dos Famintos, E
proclama, das doenças, o cessar; E
quando seu objetivo estiver perto (O
fim que todos procuram) Olha a
indolência e loucura pagã Levando
sua esperança ao chão.
O congo belga e a barbárie imperialista
O rei Lopoldo ll da Bélgica ambicionava ter uma
colônia Belga na África, em especial na central, onde a
riqueza advinda do marfim e da borracha eram
reconhecidas. Em 1884, Leopoldo se apoderou do
Congo, ( um território muito maior que a Bélgica, e rico
em materias primas), e conseguiu que outros paises
da Europa reconhecesse o domínio belga, que
posteriormente passou a ser uma propriedade
particular do rei Leopoldo ll.
Além das matérias-primas, o Congo também era estratégico pois ligava o centro
africano ao oceano através do Rio Congo
No Congo de Leopoldo, o ato de decepar a mão ou o braço dos nativos era
comum quando eles não conseguiam cumprir suas cotas de extração do látex
para a produção da borracha. Outros castigos físicos e torturas eram aplicados
regularmente por uma milícia (Force Publique) financiada pelo rei. Assassinatos,
amputações, açoitamentos, estupros e até mesmo esquartejamentos tornaram-
se ocorrências diárias no Congo ao final do século XIX.

Além de decepar a mão dos nativos também era recorrente mulheres e crianças
serem sequestradas para garantir que cotas de produção fossem cumpridas por
líderes tribais. A milícia era composta por mercenários europeus, oficiais belgas e
nativos alistados à força. Este regime de trabalho forçado, torturas e mutilações,
causou aproximadamente entre 5 milhões de mortes em um período de menos
de 15 anos.
Refletindo...
Leopoldo II ficou conhecido na
Bélgica como “ o Construtor”, visto
que usou do capital gerado no
período colonial para modernizar
seu país. Entretanto, ultimamente
vem crescendo um movimento que
busca decolonizar as estruturas
urbanas que fazem mensão ao rei
belga.
Qual sua opinião sobre isso?

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