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2016

REPRESENTAÇÃO
TEMÁTICA I
Sínteses e tabelas da
CDD

PROF. JOÃO PAULO BORGES DA SILVEIRA

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL - UCS


2016
5.1 Sínteses e tabelas da CDD

Olá turma!

Essa semana, além de termos exercícios práticos, iremos ver como


elaborados as principais sínteses entre as classificações e o uso das tabelas
da CDD.
De antemão aviso que não há uma regra única. O que deixa mais
complexa as ações são as exceções, que são aos montes. Posso dizer que
cada caso é um caso, ou seja, cada documento que temos em não devemos
estar atentos às exceções de como elaborar as sínteses e a aplicação das
tabelas.
Agora que vocês já conhecem a plataforma Web Dewwy e já
começaram a utilizá-la, vamos conhecer mais de suas particularidades.

A CDD na versão impressa possui 4 volumes, a saber:


- Vol. 1: Introdução e tabelas;
- Vol. 2: Classes de 0 a 5;
- Vol. 3: Classes de 6 a 9;
- Vol. 4: índice alfabético e o manual.

Importante ressaltar que todos esses documentos estão juntamente


com as classes e as tabelas, na íntegra na Web Dewey.

Os usos das sínteses e das tabelas devem ser realizados conforme a


demanda. As sínteses objetivam construir um número que não há pronto na
tabela e a utilização das tabelas objetiva complementar uma notação.

Quando realizar síntese ou utilizar as tabelas?


Não existe uma resposta pronta e única. Vai depender muito da
biblioteca em que estejas atuando, da comunidade de usuários que utilizam a
unidade de informação e claro, do documento. Cada documento é único e o
bibliotecário é o responsável por designar o seu endereço na estante.
Se estivermos falando de uma biblioteca pequena, a utilização somente
das classes principais darão conta do recado e servirão muito bem para a
organização da biblioteca. Porém, se estivermos atuando em uma biblioteca
grande e/ou especializada, aprofundar a classificação será importante.
Uma pergunta: você acha mesmo que o usuário entenderá “aqueles
números” (notação) na lombada do livro se tiver 10, 15 ou mais números em
sequência? A menos que ele seja um usuário muito assíduo da biblioteca,
para entender o seu funcionamento, com certeza você deixará o usuário
perdido, sem entender nada. Resultado: o seu trabalho foi em vão. A cada
usuário que entrar na biblioteca você terá que parar de fazer as suas
atividades, se levantar e ir entre as estantes com ele, pois sozinho ele não
conseguirá se localizar.

Então o professor que dizer que não devemos usar ou devemos evitar
usar as sínteses e as tabelas?
Não é isso, mas sínteses e tabelas não são confetes para seres
jogados para o ar e sim para serem usados quando há necessidade. Em um
cotidiano normal de atuação, na maioria das vezes não será preciso utilizá-
las, mas sempre que assim se fizer, use, claro!

Vamos pensar assim, exemplificando: se você atua em uma biblioteca


pública e lá no acervo há 20 livros da área do Direito, que ocupam meia
prateleira. Como você irá classificá-los? Eu proponho que todos sejam
classificados no 340 ou na sua subdivisão simples (343, 344, etc). Não há
razão utilizar 20 horas de trabalho classificando (pensando em utilizar 1 hora
para classificar ao máximo cada livro), se você pode estar envolvido(a) com
projetos de incentivo a leitura, que é muito mais interessante e útil
socialmente do que “enfiar a cara na CDD”.
Confie em mim, no exemplo acima os usuários irão encontrar os livros,
estes serão utilizados pela comunidade e você terá usuários autônomos, além
de se sentirem importantes encontrando os próprios livros, você poupará a
rótula de seus joelhos evitando se levantar a cada usuário que chega, pois ao
invés de ajudar, você resolveu atrapalhar a vida dos usuários.
Mas se você atua em uma biblioteca jurídica, de um escritório de
advocacia ou de um tribunal, independente se o acervo possui 10 mil ou 100
mil obras, ai sim, classifiquem extensamente. Além de o acervo ser específico
e apresentar temáticas muito detalhadas, os usuários são especialistas no
assunto. Além de que juízes, promotores, procuradores etc, costumam não
possuírem nem tempo, nem paciência para se localizarem no acervo se o
mesmo estiver classificado todo apenas no 340.

Acho que até aqui estamos claros, certos?


Se não estivermos, entrem em contato!

5.1.1 Sínteses

Como já foi comentado, as sínteses visam formar classificações


(notações) complexas que não existem nas classes principais. Vejamos:

Síntese entre tabelas principais (as classes) e a tabela auxiliar 1 –


Subdivisões padrões, comuns a todas as classes (T1)

398 folclore + 03 dicionários =


398.03 Dicionário de folclore
540 química geral + 05 periódicos =
540.5 periódicos de química (observem como a classe terminava em zero,
suprimiu-se um, evitando que ficasse com dois zeros > 540.05.

664 tecnologia de alimentos + 076 exercícios =


664.076 caderno de exercícios sobre tecnologias de alimentos

Síntese entre tabelas principais (as classes) e a tabela auxiliar 2 – Áreas


geográficos, períodos históricos e biografias (T1)

A regra é a utilização do 09 entre a classe principal e a notação da tabela


auxiliar T2
Vai ser sempre assim? Não! A própria CDD faz em notas observações
quando não for para ser incluído o 09, ou quando for para ser incluído uma
numeração diferente.

305.9 (grupos étnicos) + 09 + 13 desertos (área geográfica T2) =


305.0913 grupos étnicos que moram/vivem em desertos

330.9 situações e condições econômicas + 09 + 81 Brasil (T2)


330.90981 situação econômica do Brasil

381.3 política comercial + 85 Peru + 09 + 89 Paraguai


381.3850989 política comercial estabelecida entre Peru e Paraguai

Esse exemplo é diferente:


Educação no Japão = 379.52
370 educação + 09 + 52 João (T2), no caso os dois zeros são suprimidos.
Síntese de dois números das tabelas principais (classes)

070.4 jornalismo + 330 economia =


070.4330 jornalismo econômico (o que é diferente de periódico (jornal ou
revista sobre economia) – (observem o quanto um número a mais ou a
menos faz a diferença: 070.433 é notícias/jornalismo de/sobre guerras) – (por
haver essas notações parecidas, o zero final não é eliminado).

962 história do Egito + 610 medicina e saúde =


962.61 história da saúde no Egito (nesse caso o zero final é suprimido

E quando eu vou saber quando o zero final é suprimido ou não?


Consultem sempre as notas na própria CDD.
Em caso de dúvidas, mantenha o zero final e consulte a CDD para ver se
suprimido, não terá uma classificação igual.

5.1.2 Ordem de citação

A ordem de citação se refere ao uso das tabelas e/ou das sínteses para
compor uma notação complexa que envolva a aglutinação de vários
elementos.
Por ventura a própria CDD irá informar como realizar a ordem de
citação, quando não o fizer, utilizemos seguinte ordem padrão:

Assunto específico (a notação das classes)


Aspecto geográfico (o uso da tabela 2)
Aspecto temporal (período histórico)
Forma (se é dicionário, periódico etc)
5.1.3 Tabelas

As tabelas NUNCA podem ser usadas sozinhas para compor uma


classificação, sempre devem ser aplicadas com a notação de uma das
classes principais.

Tabela 1: Subdivisões padrão

Aborda a forma do material e o seu tratamento.


Pode ser utilizada em todas as classes.
Nunca utilizar duas ou mais notações da tabela 1 justapostas, ou seja,
em uma mesma classificação.

O Manual do professor Odilon Pereira da Silva, estudado na segunda


semana já dizia: “na dúvida, não usar subdivisões padrão” (p. 33). O Manual
ainda orienta:
- empregar as subdivisões exceto quando houver instruções específicas em
contrário nas tabelas;
- não usar mais de uma subdivisão padrão com um mesmo número principal,
a menos que autorizado pelo Sistema;
- não havendo instruções especiais, empregar sempre, apenas um zero, que
já vem na notação da tabela 1;
- quando houver subdivisão do número principal começando por zero,
devem-se empregar dois zeros nas subdivisões padrão; se houver dois zeros
nas subdivisões principais, empregam-se três zeros nas subdivisões padrão.
As tabelas instruirão sobre quando empregar zeros extras. A regra geral é
que as subdivisões padrão devem conter tantos zeros quantos necessários
para evitar conflito (coincidência) com números já existentes nas tabelas
principais
01 Filosofia e Teoria
02 Miscelânea
03 dicionários, enciclopédias, concordâncias
04 Tópicos especiais
05 Publicações em série
06 Organizações e gestão
07 Tópicos Educação, pesquisa, relacionados
08 Grupos de pessoas
09 História, tratamento geográfica, biografia

Observem que na Web Dewey, muitas vezes as classes já abordam a


forma e o tratamento dos assuntos, ou seja, as classificações já estão
prontas, não sendo preciso usar a tabela 1.

Tabela 2: Subdivisão de Tratamento geográfico, períodos históricos e


biografias

O Manual do prof. Odilon alerta:

Essas notações não podem, igualmente, ser empregadas


por si sós, mas apenas justapostas a qualquer número
das tabelas principais, quando julgado necessário. Para
fazê-lo, devem-se observar as instruções das tabelas, que
algumas vezes ordenam o emprego de 09 entre o conceito
geográfico e o número principal, outras, mandam justapor
diretamente. Há, até mesmo, casos em que ordenam
utilizar apenas 0, em vez de 09.

Ou seja, o fato de não ter uma regra única, não sou eu quem digo e sim
a sistemática de uso do sistema de classificação.
Exemplo: Ciências no Brasil durante o Império tem como classificação
509.810 4, síntese de 500 CIÊNCIAS + 09 SUBDIVISÃO PADRÃO + 81
BRASIL (Tabela 2) + 04 ÉPOCA IMPERIAL (último dígito retirado no número
de História do Brasil no Império: 981.04).

Tabela 3A, 3B e 3C – Subdivisão de artes e literaturas específicas

As Tabelas 3 devem ser utilizadas com a classe 800 e na classe 700


somente quando especificado, considerando que:

Esta tabela tem como finalidade proporcionar números


que representam os diversos detalhes próprios da
literatura, como os gêneros (ou formas literárias), os
períodos, as escolhas, as pessoas envolvidas com a
criação literária, os leitores especiais a que se destinam
certas categorias de obras, os estilos, a crítica literária, a
retórica, etc (Manual do prof. Odilon, p. 45).

A Tabela 3A é para autores individuais.


A Tabela 3B é para dois ou mais autores e retórica de formas literárias
específicas.
E a Tabela 3C deve ser usada para complementar a tabela 3B, quando
essa se manifestar.

O * (asterisco) em algumas notações das classes na CDD indica que a


classificação está apta a receber uma notação da tabela 3.

Recomendo a leitura do Manual do prof. Odilon, das páginas 46 a 57


para detalhes de como usar as tabelas e exemplos.
Tabela 4 – Subdivisão de línguas e famílias linguísticas

Esta tabela é constituída de números que representam as


divisões, subdivisões, detalhes, aspectos da Gramática
Geral quando aplicados a uma língua específica. É, por
isso, de emprego exclusivo com números principais da
Classe 400, no intervalo 420-490 (Manual do prof. Odilon,
p. 57).

O * (asterisco) em algumas notações das classes na CDD indica que a


classificação está apta a receber uma notação da tabela 4.

Exemplo:
152 Ortografia
460 Língua espanhola
46 Número base
461.52 Ortografia espanhola

Tabela 5 – Subdivisão de Etnias e grupos étnicos

Os números dessa tabela não podem ser empregadas a


não ser justapostas a um número principal, com
autorização expressa do Sistema. Há três tipos de
possibilidades de justaposição:
a) diretamente ao número principal;
b) através do elemento de ligação 089 da Subdivisão
Padrão; e.
c) tendo como elemento de ligação com o número
principal dígitos retirados de outras tabelas, como o -174
(da Tabela de Área) (Manual do prof. Odilon, p. 58).

A tabela pode ser aplicada a qualquer classe principal.


Tabela 6 – Línguas

Estas subdivisões são constituídas de números que


representam as línguas e dialetos em que podem estar
redigidos os assuntos contidos nos documentos objeto de
classificação. São a base para a formação dos números
das classes 490 e 890, sendo essa, na verdade, sua
função primordial, ocorrendo, também, às vezes, seu
emprego em combinação com o -175, da Tabela 2
(Subdivisão de Área).

A Tabela 6 só pode ser utilizada com ordem expressa do sistema.

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