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GUIA COMPLETO DE CONECTIVOS PARA UMA

REDAÇÃO APROVADA

Neste post você vai aprender:

• O que são conectivos;


• A importância de usá-los em sua redação;
• Os tipos de conectivos existentes, a partir de uma lista imensa que preparamos
para você;
• Uma série de exemplos práticos, para conseguir aplicar os usos em seus textos.

Em resumo, este é um guia completo sobre conectivos, para você conseguir ter sua
redação aprovada em qualquer concurso!

Vamos nessa? �

O que são conectivos?

Os conectivos são palavras ou expressões que desempenham o papel de articular ideias,


informações e parágrafos. Em outras palavras, sua função é costurar, montar as partes do
texto, de acordo com o encadeamento lógico adequado. Esse recurso está a serviço do
que chamamos de “coesão textual”.

De modo geral, os conectivos podem pertencer a 3 classes gramaticais:

• Conjunções
• Advérbios
• Preposições

Mas você não precisa gravar esses nomes: basta entender como eles funcionam no texto!

Portanto, você deve saber que os conectivos são a principal estratégia de coesão textual,
que ajuda não só tornar a leitura mais fluida e mais agradável ao leitor, mas
principalmente fortalecer o raciocínio lógico que está sendo construído.

Afinal, não se faz uma boa redação apenas com ideias soltas: é preciso que elas tenham
conexão entre si, em prol de uma unidade lógica.

Nesse sentido, é importante ressaltar que o emprego de conectivos se destaca como uma
dificuldade entre a maioria dos candidatos. Sendo assim, se você dominar o assunto,
certamente estará alguns passo à frente de seus concorrentes!

Erros mais comuns

Os 2 erros mais comuns no que diz respeito à coesão textual são:

• A ausência de conectivos para articular orações, períodos ou parágrafos.


• O emprego inadequado de conectivos.
Dentre todos os problemas envolvendo a coesão textual, o principal deles é a carência de
articulação.

Muitas pessoas escrevem um parágrafo inteiro praticamente sem recorrer às estratégias


coesivas. O resultado disso é um texto fragmentado, sem conexão entre as informações
e, consequentemente, de difícil compreensão e com uma argumentação fragilizada.

Vamos analisar o fragmento abaixo e corrigi-lo juntos?

Este é um parágrafo que quase não apresenta o emprego de conectivos:

“É preciso comentar a respeito da relação entre produção e extrativismo sistemático de


recursos naturais. O consumo está na base da vida em uma sociedade capitalista. Ele é
uma verdade insuperável. É o que movimenta a economia de um país e subsidia a
sobrevivência dos milhares de famílias de trabalhadores. Zygmunt Bauman aponta que
“o problema não é consumir, mas o desejo insaciável de continuar consumindo”.
Quando ele se transforma em condição humana, padrão subjetivo e comportamental,
oferece efeitos danosos ao planeta. Para sustentar o consumo exacerbado de telefones
celulares e outros aparelhos eletrônicos, extrai-se uma significativa quantidade de
minerais, que não é recuperada, dada a fabricação em magnitude industrial. Essa
realidade, a longo prazo, empobrece o solo e pode prejudicar as produções agrícolas
sustentáveis.”

Você consegue perceber que falta articulação, isto é, uma costura, entre as frases?

Sem os conectivos, o texto carece de encadeamento lógico. Com isso, o raciocínio acaba
perdendo sua força.

Veja como fica mais fácil de apreender as informações, quando recorremos aos
conectivos!

Abaixo temos o mesmo conteúdo destacado anteriormente, mas agora com um emprego
adequado dos conectivos.

“É preciso comentar, de início, a respeito da relação entre produção e extrativismo


sistemático de recursos naturais. Tendo em vista que o consumo está na base da vida em
uma sociedade capitalista, ele é uma verdade insuperável: é o que movimenta a economia
de um país, subsidiando, dessa maneira, a sobrevivência dos milhares de famílias de
trabalhadores. Entretanto, como aponta Zygmunt Bauman, “o problema não é consumir,
mas o desejo insaciável de continuar consumindo”. Quando ele se transforma em
condição humana, ou seja, padrão subjetivo e comportamental, oferece efeitos danosos
ao planeta. Por exemplo, para sustentar o consumo exacerbado de telefones celulares e
outros aparelhos eletrônicos, extrai-se uma significativa quantidade de minerais, que
não é recuperada, dada a fabricação em magnitude industrial. Com isso, essa realidade,
a longo prazo, empobrece o solo e, consequentemente, pode prejudicar as produções
agrícolas sustentáveis.”
Atenção! � A esses conectivos, que utilizamos para ligar orações e períodos, damos o
nome de conectivos intraparágrafo, ou seja, são aqueles usados para estabelecer a lógica
entre informações que estão dentro de um mesmo parágrafo.

� No entanto, o mesmo problema de ausência de conectivos pode ocorrer a nível


interparágrafos, isto é, na articulação necessária entre os parágrafos da redação.

Por isso, você nunca deve esquecer de iniciar seus parágrafos por meio de algum elemento
que faça referência ao parágrafo anterior, considerando a relação de sentido que essas
partes estabelecem entre si.

Se, por um lado, a falta de conectivos na redação é um dos principais problemas entre os
candidatos, por outro, usá-los excessivamente ou em contexto inadequado não são
problemas menores.

Entre os usos indevidos, dispara na liderança o emprego de “onde”.

Por isso, faço questão de explicar como você deve usá-lo, para nunca mais perder ponto
com isso! �

� O “onde” só deverá ser usado para fazer referência a lugares físicos.

A casa onde moro é cercada de alegria. �

A situação onde se encontra o país é complexa. �



A situação na qual se encontra o país é complexa. �

As inadequações relacionadas ao “onde” são, de modo geral, bem simples de resolver.


Porém, não é assim que acontece com todos os conectivos: alguns demandam uma
interpretação mais apurada do contexto.

Assim, nós, da Minha Discursiva, preparamos uma lista com vários exemplos de todos
os tipos de conectivos, para você emprega-los à vontade, compreendendo adequadamente
cada contexto de uso! �

Então, não deixe de conferir até o final, para refinar seu processo de escrita!

Conectivos com o valor de PRIORIDADE

Usamos os conectivos que servem para manifestar a ideia de prioridade, geralmente, no


início de parágrafos.

Inclusive, é comum recorrer a eles para começar o primeiro parágrafo de


desenvolvimento da redação dissertativa-argumentativa.

No entanto, ele também pode ser aplicado em enumerações (listas) ou para estabelecer
uma ordem entre informações sequenciadas.
Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Primeiramente
• A princípio
• Em primeiro lugar
• Em primeiro plano
• Em uma primeira análise
• Sob uma primeira análise
• Antes de tudo
• Antes de mais nada

Por favor, Ari, aplicação numa frase... �

Exemplo prático:

“Em primeiro lugar, o meio digital se transformou em uma extensão da vida pessoal, o
que intensificou a exposição no geral.”

Esse pode ser um tópico frasal para iniciar o primeiro parágrafo de desenvolvimento, em
uma redação cujo tema é “O excesso de imagens e sua relação com a realidade”. Mas esse
é um papo para outro post... �

Atenção! Dica importante! �

A expressão “a priori” não tem a mesma função dos conectivos de prioridade, pois eles
são usados sobretudo para articular parágrafos (e não só frases).

A esses conectivos, que articulam PARÁGRAFOS, damos o nome de “conectivos


interparágrafos”.

A expressão “a priori” �não tem função coesiva de interligação de parágrafos e, por


isso, ela não deve ser usada para esse fim.

Conectivos com o valor de ADIÇÃO

Usamos os conectivos que servem para expressar o sentido de adição no encadeamento


lógico de ideias que se relacionam por meio da noção de acréscimo. Ou seja, eles são
empregados quando o objetivo é a soma de informações.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• E
• Além disso
• Ademais
• Outrossim
• Bem como
• Também
• Do mesmo modo
• Da mesma forma
• Da mesma maneira
• Nem
• Não só
• Não apenas
• Não somente
• Mas também
• Como também

Só aprendo com exemplo, Ari... �

Então, vamos à aplicação prática!

“Na atualidade, a inteligência artificial se faz presente até mesmo em tarefas domésticas
básicas, como limpar o chão da casa. Contudo, além disso, ela também é capaz de
auxiliar problemáticas complexas, como buscar e deter criminosos foragidos da lei.”

� Atenção!!!

O conectivo “nem”, apesar de ser usado em contextos nos quais se nega algo, pode
estabelecer uma relação de soma, adição, entre informações.

Observe o exemplo:

“Hoje não comi arroz, nem feijão.” ⇢ Arroz e feijão não foram comidos.

“Ele nem saiu, nem bebeu aquele dia.” ⇢ Da mesma forma que ele não saiu, ele
também não bebeu.

Conectivos com o valor de CONTRASTE ou OPOSIÇÃO

Como o próprio nome já indica, usamos os conectivos que servem para manifestar
oposição quando ideias ou informações se relacionam por meio do contraste.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Mas
• Porém
• Contudo
• Todavia
• No entanto
• Entretanto
• Por outro lado
• Não obstante
• Ao contrário
• Ao invés
Por favor, Ari, aplicação numa frase... �

Exemplo prático:

“Basicamente, a liberdade de expressão é essencial para um mundo mais tolerante. Não


obstante, a permissividade com os intolerantes pode restringir direitos de pessoas
inocentes.”

Cuidado � Não confunda “mas” e “mas também”!

O “mas”, de modo geral, tem como função manifestar a relação de contraste. Só que isso
não é uma regra: é preciso analisar o contexto.

Caso ele venha acompanhado do “também”, provavelmente estará sendo combinado a


expressões como “não só”, “não apenas” etc.

Por exemplo: “Ele não só fala inglês, mas também espanhol e francês.”

Nesse caso, o “mas” não indica o valor de oposição. �


Ele, na expressão “mas também”, indica ADIÇÃO. �

Conectivos com o valor CONCESSIVO

� Os conectivos que expressam concessão normalmente lideram o ranking de empregos


inadequados, além de serem os preferidos das questões objetivas sobre conectivos nas
provas de Língua Portuguesa.

Por isso, não perca as dicas que eu vou te dar agora! �

Antes de tudo, eu preciso que você saiba o que significa a palavra “concessão”. Você
sabe?

Em linguagem jurídica, “concessão” geralmente é sinônimo de “conceder permissão” ou


“atribuir direitos” a algo ou alguém; ou seja, dar consentimento.

� Para os estudos gramaticais, porém, “concessão” designa sobretudo uma


circunstância em que duas ideias aparentemente opostas harmonizam-se em uma síntese.

Por exemplo: “Embora esteja chovendo, vou à praia.”

Na frase acima, o “embora” está sendo empregado porque ir à praia e estar chovendo são
duas situações que normalmente são incompatíveis, mas, nesse caso, estão sendo postas
lado a lado.

Por isso...

Usamos os conectivos que servem para manifestar a noção de concessão justamente para
revelar uma conclusão inesperada, isto é, indicar uma combinação entre informações ou
ideias que muitas vezes podem parecer contraditórias entre si.
Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Apesar de
• Embora
• Mesmo que
• Ainda que
• Se bem que
• Por mais que
• Conquanto

Exemplo prático:

“Embora a tecnologia possa, de fato, impor a necessidade de renovação


de alguns cargos e algumas funções, ela ainda está a serviço do homem, como modo de
facilitar ou aprimorar as produções da mente viva.”

Conectivos com o valor de CONDIÇÃO

Usamos os conectivos condicionais quando duas ou mais ideias ou informações se


relacionam por meio das noções de restrição, requisito ou hipótese.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Se
• Salvo se
• Desde que
• A não ser que
• A menos que
• Caso
• Contanto que

Não, entendi, Ari... �

Vejamos os exemplos a seguir:

“O problema do analfabetismo funcional no Brasil poderá ser superado, desde que haja
investimento em políticas públicas de acesso e permanência à escola.”

� Atenção! Em alguns casos, os conectivos concessivos e os conectivos condicionais


podem aparecer em contextos semelhantes.

A diferença entre eles está no grau de certeza que a frases oferece.

Os conectivos concessivos, apesar de manifestarem aparente contradição, são


empregados em frases cuja afirmação ou negação é pautada por uma certeza.

Já os conectivos condicionais são da ordem da hipótese.


� Faça o teste da substituição entre eles, para entender a diferença e não dar bobeira:

A frase “ainda que esteja chovendo, eu vou à praia” só deixa de ser paradoxal devido ao
emprego do conectivo concessivo “ainda que”, pois ele revela que a conclusão lógica é,
de fato, inesperada.

Por outro lado, se nesse caso fizemos uma simples substituição do conectivo concessivo
por um conectivo condicional – “se estiver chovendo, eu vou à praia” – a frase parecerá
contraditória ao ouvinte, pois não há relação lógica entre chover e ir à praia. Para que ela
faça sentido, é preciso reescrever a frase, recorrendo a um conectivo condicional: “Se não
chover, vou à praia”.

Tranquilo, né? �

Conectivos com o valor de CERTEZA

Usamos os conectivos que expressam certeza para, evidentemente, manifestar certeza


diante de uma ideia, mas também demonstrar confiança em relação a um ponto de vista
ou mesmo dar ênfase a uma informação.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Sabe-se que
• É sabido que
• É evidente que
• É notório que
• É certo que
• É inegável que
• Não há dúvidas de que
• Com (toda) certeza
• De fato
• Sobretudo
• Certamente
• Realmente
• Seguramente

Exemplos práticos:

“É sabido que apenas uma pequena parcela da população brasileira tem acesso ao
ensino superior em nível de Mestrado ou Doutorado.”

“A violência é, certamente, o pior problema que o país enfrenta na atualidade.”

“A falta de um justo investimento público na carreira é, de fato, um dos pilares que


sustentam a desvalorização da figura do policial.”

Conectivos com o valor de DÚVIDA


Ao contrário dos conectivos apresentados anteriormente, aqueles que expressam o valor
de dúvida são empregados para questionar perspectivas ou apresentar uma informação da
qual você tenha convicção e não precisão, isto é, embora tenha evidências, ainda está no
campo da hipótese.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Provavelmente
• Talvez
• É provável que

Exemplo:

“Se a sociedade como um todo tiver mais empatia, é provável que a saúde mental dos
brasileiros, de modo geral, apresente uma melhora de qualidade.”

Conectivos com o valor de ALTERNÂNCIA

Usamos os conectivos de alternância quando queremos expor dois ou mais caminhos


possíveis, ou seja, quando há alternativa entre duas ou mais informações. Eles também
podem ser empregados para evidenciar que uma determinada ação ou ideia está
intercalada à outra.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Ou...ou
• Ora...ora
• Quer...quer
• Já...já
• Seja...seja

Por favor, Ari, aplicação numa frase... �

Exemplo prático:

“Quando o assunto é maioridade penal, nota-se muitas divergências. No entanto, dois


posicionamentos já estão consolidados: ou se atribui a necessidade de reduzir a
maioridade penal, ou se defende que esta não é a saída mais adequada para solucionar
o problema da violência entre os jovens.”

Conectivos com o valor de FINALIDADE

Usamos os conectivos que expressam o valor de finalidade para indicar o propósito de


uma determinada informação ou ideia, isto é, designar seu objetivo, seu intuito.

Cuidado! � Embora o nome desses conectivos possa nos confundir, eles NÃO devem
ser utilizados para manifestar o fim de uma sequência lógica de informações. Para isso,
usamos os conectivos conclusivos e NÃO os que expressam finalidade.
Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• A fim de
• Para que
• De modo que
• Com o objetivo de
• Com o propósito de

Exemplo prático:

“O Estado deve valorizar a carreira docente, bem como subsidiar investimentos em


infraestrutura para as escolas, de modo que a educação pública seja valorizada.”

Conectivos com o valor de CAUSA e CONSEQUÊNCIA

Esses conectivos servem para estabelecer uma relação de causa e consequência entre duas
informações. Por isso, eles também podem ser entendidos como conectivos que
introduzem explicações e justificativas.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Porque
• Pois
• Por isso
• Uma vez que
• Tendo em vista que
• Visto que
• Já que
• Dado que
• Como
• Como consequência disso
• Consequentemente
• Por causa de

Ainda não ficou claro, Ari... �

Vamos ao exemplo prático!

“A educação financeira se tornou essencial para o brasileiro, tendo em vista que a crise
econômica do país vem se agravando ao longo dos anos.”

ou

“A crise econômica do país vem se agravando ao longo dos anos. Como consequência
disso, a educação financeira se tornou essencial para o brasileiro.”

Conectivos com o valor de COMPARAÇÃO


Como o próprio nome sugere, usamos os conectivos que expressam comparação para
estabelecer uma relação comparativa entre ideias e informações. Assim, eles são um
ótimo recurso se o seu objetivo é, principalmente, ressaltar semelhanças.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Como
• Tal como
• Assim como
• Bem como
• Tal qual
• Tanto quanto
• Do mesmo modo
• Da mesma forma
• Da mesma maneira
• Igualmente
• Sob mesmo ponto de vista
• Similarmente
• De modo semelhante

Dica! �

Se, em uma comparação, você quiser destacar as diferenças (ao invés das semelhanças),
recorra aos conectivos de oposição, que expressam o valor de contraste.

Conectivos com o valor de PROPORÇÃO

Os conectivos que expressam proporcionalidade entre informações é comumente


confundido com os conectivos comparativos.

De fato, eles carregam funções semelhantes, mas há uma sutil particularidade que os
diferencia. Preste atenção!

Usamos conectivos cujo valor é a proporção para indicar que há uma relação de
equilíbrio ou equivalência inversa entre informações.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• À medida que
• À proporção que
• Ao passo que
• Quanto mais
• Quanto menos

Ih, Ari, aí você complicou... �

Que nada, vamos ao exemplo, que tudo fica mais fácil!


Se dissermos “quanto mais dançava, menos se entristecia”, estamos evidenciando uma
relação de proporcionalidade inversa, isto é, se a primeira ação aumenta de intensidade,
a segunda diminui; se a segunda diminui, a primeira aumenta. ↑↓

Na frase “ao passo que comia, bebia”, não há uma tentativa de especificamente comparar
as ações de comer e beber; indica-se apenas que elas são proporcionais, ou seja, alguém
comia e bebia em mesma quantidade, intensidade ou proporção.

Agora entendi, Ari, mas como uso isso em uma redação? �

Exemplo prático:

“A problemática do endividamento sistemático no país arrasta-se há anos, pois, ao passo


que não há educação financeira da sociedade, não há mudança comportamental.”

Conectivos com o valor de CONFORMIDADE

De modo geral, usamos os conectivos que expressam conformidade para introduzir


citações na redação, pois eles sinalizam a construção de uma analogia.

Atenção� �Eles podem ser confundidos com os conectivos de comparação e


proporcionalidade, mas suas situações de uso, como o próprio nome sugere, são mais
voltadas para o escopo da concordância, da correspondência (sem revelar proporção).

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Conforme
• Segundo
• De acordo com
• Como

Exemplo prático:

“Segundo Octavio Paz, a modernidade é caracterizada pela tradição da ruptura, através


da qual atribui-se valor ao novo.”

Conectivos com o valor de TEMPO

Usamos os conectivos que expressam o valor de tempo para articular ideias ou


informações a partir de aspectos temporais e/ou para situá-las no tempo.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Quando
• Enquanto
• Desde que
• Antes que
• Depois que
• Em seguida
• Atualmente
• Hodiernamente
• Hoje
• Ao mesmo tempo
• Logo que
• Assim que
• Frequentemente
• Sempre
• Por vezes
• Nunca
• Finalmente
• Nesse contexto

Exemplo prático:

“Com a revolução tecnológica vivenciada no século XXI, vê-se, de forma crescente, a


adesão aos bancos digitais. Nesse contexto, surge o debate acerca das limitações que os
produtos e serviços digitalizados oferecem ao consumidor.”

Conectivos com o valor de DISTÂNCIA ou PROXIMIDADE

Os conectivos que expressam distância ou proximidade podem ser desmembrados em


dois tipos: aqueles que aludem a aspectos espaciais e outros que estão ligados a
referências textuais.

Alguns dos principais exemplos de conectivo que revelam distância ou proximidade


especial são:

• Próximo a
• Junto de
• Além
• Dentro
• Fora
• Perto de
• Lá
• Ali

Já o grupo de conectivos que expressam distância ou proximidade textual é constituído


pelos chamados “pronomes demonstrativos”, isto é, palavras cuja função é fazer
referência a algo que já foi ou ainda será dito no texto.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Esse(a)
• Isso
• Este(a)
• Isto
• Aquele(a)
• Aquilo
• Desse(a)
• Disso
• Deste(a)
• Disto
• Daquele(a)
• Daquilo

Ari, eu não sei quando devo usar cada um dos pronomes demonstrativos... �

Atenção para estas dicas de OURO � Você nunca mais vai errar! �

1ª forma: esse(a), isso; desse(a), disso ⇢ Usamos quando a informação a que vamos fazer
referência já foi mencionada anteriormente no texto, ou seja, tem função anafórica.

2ª forma: Este(a), isto; desta(a), disto ⇢ Usamos quando a informação a que vamos fazer
referência ainda será mencionada no texto, ou seja, tem função catafórica*.

Sugestão para você conseguir memorizar �

A função catafórica é aquela que faz referência a uma informação que ainda virá, ou seja,
me joga para a frente no texto, como uma catapulta ⇢ usar os pronomes que têm “t”.

Fácil, né?

Mas... nem tudo são flores! �

Há também os casos das enumerações (listas)!

Para referenciar corretamente elementos que foram listados, devemos seguir a seguinte
ordem:

2ª forma: Este(a), isto; desta(a), disto ⇢ Usamos para fazer referência ao último elemento
citado.

1ª forma: esse(a), isso; desse(a), disso ⇢ Usamos para fazer referência ao penúltimo
elemento citado.

3ª forma: aquele(a), aquilo; daquele(a), daquilo ⇢ Usamos para fazer referência ao


primeiro elemento citado.

É confuso e misturado mesmo... �

Mas vamos a um exemplo:

“Hoje finalmente tive acesso aos materiais do Brabo: o pacote de aulas, o serviço de
correção personalizada e os modelos de redação. Estes vão me ajudar a ganhar senso
crítico diante de reflexões com as quais estou pouco familiarizado; esse serve como uma
oportunidade de simular a produção textual antes da prova; aquele me nutre com
conhecimentos que ainda não tenho.”

E na redação, Ari? �

“O consumo exacerbado também pode prejudicar a saúde da terra, já que essa não tem
recursos naturais inesgotáveis.”

Tranquilo, né?

Conectivos com o valor de ESCLARECIMENTO

Usamos os conectivos com valor de esclarecimento para reformular, explicar ou


exemplificar frases enunciativas, de modo a facilitar a compreensão das ideias ao leitor.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Por exemplo
• Para ilustrar
• Em outras palavras
• Dito de outro modo
• Ou seja
• Isto é
• Mais precisamente

Exemplo prático:

“Muitas vezes, o que subjaz à lógica de se comprar um “Iphone”, por exemplo, não é a
mera necessidade de obter um aparelho de telefonia móvel, mas de se apropriar de uma
expressão de riqueza. Ou seja, a construção da identidade passa a ser, ela mesma, objeto
de compra e venda.”

Conectivos com o valor de NEGAÇÃO

Como sugere o nome, os conectivos com valor de negação servem para negar fatos,
informações ou ideias.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Não
• Nunca
• Jamais
• Tampouco
• De modo algum
• Sob nenhuma hipótese

Exemplo prático:
“A fome é um dos mais graves problemas da humanidade. Sob nenhuma hipótese, ela
pode ser naturalizada.”

Conectivos com o valor de CONCLUSÃO

Usamos os conectivos que expressam o valor de conclusão para encerrar uma reflexão.

Por isso, eles NÃO devem ser usados apenas para introduzir o último parágrafo da
redação dissertativa-argumentativa: eles devem ser usados ao longo de toda a redação,
sempre que houver a necessidade de entregar uma frase de fechamento a uma determinada
parte do texto, seja ela a introdução ou um dos parágrafos de desenvolvimento.

Alguns dos principais exemplos desse tipo de conectivo são:

• Logo
• Sendo assim
• Assim
• Assim sendo
• Portanto
• Dessa forma
• Desse modo
• Dessa maneira
• Destarte
• Dessarte
• Diante do exposto

Esse caso é fácil, Ari, mas dá um exemplo prático, vai... �

Exemplo:

“Mais do que nunca, garantir os direitos humanos tornou-se essencial. Assim,


considerar as diretrizes da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) se faz
basilar para mitigar os conflitos.”

Agora você só precisa praticar...

Depois desse guia completo de conectivos, você está a um passo de ter sua redação
aprovada no concurso que desejar!

Mas, para isso, é necessário colocar o conhecimento adquirido na prática.

Não deixe de exercitar, fazendo quantas redações você puder, antes da sua prova...

E, para acompanhar e mapear sua evolução, não deixe de contar com nossos cursos e
nossa equipe especializada de corretores! �

Espero ter te ajudado em mais essa, na sua jornada! Até a próxima!

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