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Instagram: @vempramimedicina

AVISOS
• Olá, tudo bem? Eu me chamo Allana e estou aqui para te dar algumas dicas sobre
Redação;
• Primeiro gostaria de informar que essa apostila é apenas um “MANUSCRITO”, ou seja,
é a versão dela sem estar diagramada. Mas, assim que ela estiver toda editada enviarei para você
sem cobrar nenhum adicional por isso. Resolvi lançar logo o manuscrito dela porque o Enem
está bem aí, então, o que importa é o conteúdo, não é mesmo? Hahaha Depois você pegará a
versão mais lindinha dela!
• Bem, desde 2016 resolvi fazer essas dicas aqui para algumas pessoas que vinham
pedindo minha ajuda em redação e como, infelizmente, não dá para ajudar todo mundo, um por
um, resolvi colocar tudo o que eu sabia em um só lugar para tentar ajudar o máximo de pessoas
que conseguissem adquirir esse material;
• Gostaria de dizer que NÃO sou professora de redação ou qualquer coisa semelhante. Sou
apenas uma vestibulanda (como você) que aprendeu algumas técnicas de como escrever melhor;
• Minhas notas de redação no ENEM foram as seguintes: 2015: 940, 2016: 940, 2017: 960;
• Meu intuito aqui é te mostrar que redação não é um bicho de 7 cabeças, ela é apenas
técnica e “malemolência”;
• Essa é a minha 2ª apostila feita em 2018. A primeira foi um grande sucesso, devo dizer
que fiquei surpreendida com isso. Por esse motivo decidi criar a 2ª Versão com assuntos novos,
dicas novas e tudo mais, é um complemento do que falei na 1ª;
• Algumas coisas que eu falar aqui para tentar te ajudar não serão de autoria plenamente
minha, pois serão coisas que aprendi no cursinho online (DESCOMPLICA) e pesquisando em
inúmeros outros lugares. No próprio material irei colocar todas as referências que eu utilizar,
assim você poderá ler da fonte sobre o assunto, caso queira.
• O meu método pode ou não funcionar para você, lembre-se de que toda aprendizagem é
singular e nós devemos sempre adequá-las a nossa rotina;
• Irei colocar no material algumas das redações escritas por mim esse ano, 2018. Além
disso, assim que acabarem as temáticas, você encontrará uma série de anotações e mais dicas
para você utilizar em seus textos, como filmes, filósofos, séries, enfim;
• Sou imensamente grata pela sua confiança em adquirir o meu material. Saiba que ele foi
criado com muito carinho, de Pequena Nerd para Pequenos Nerds 
• Tendo dito tudo isso: vamos começar.

P.s.: Desculpem-me qualquer erro de português, concordância e essas paradinhas, ainda não
consegui excelência na competência 1 

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Olá, meus pequenos e minhas pequenas Nerds, tudo bom com vocês?

Chegamos ao 2º semestre de 2018!!!

Ainda não se sente preparado (a) para escrever um bom texto no dia do Enem???

Pensando nisso, eu resolvi escrever uma 2ª Edição da Apostila de Redação da “Vem pra mim
Medicina”!!!

Diferente da 1ª, aqui nós iremos trabalhar um pouco mais a técnica do texto Dissertativo-argumentativo
exigido pelo ENEM. Vamos dar atenção a COMO escrever, mas também vamos falar sobre O QUE escrever,
ou seja, essa apostila vai ser recheada de bastante conteúdo novo.

Vamos nessa???

1. Nem sempre é “O QUÊ” você escreve, mas sim “COMO” você escreve que vai fazer toda a
diferença!

Estava pensando sobre esse assunto e percebi, analisando as competências, que apenas duas delas
vão avaliar o CONTEÚDO que você está escrevendo, ou seja, o seu repertório, são a 2 e a 3, nas
quais você precisa apresentar um amplo repertório sócio-cultural e interdisciplinar para deixar o seu
texto diferente e original. Já as outras 3 competências verificam o COMO você escreve: irão ver a sua
ortografia, pontuação, acentuação, coerência, coesão e como você resolve os problemas que foram
apresentados no seu texto.
Tendo essa noção, vamos trabalhar na definição da função de cada elemento do Texto
Dissertativo-Argumentativo para entendermos todas as competências e o que elas nos exigem.

INTRODUÇÃO
Começar um texto às vezes pode ser um pouco complicado, não é? Logo, saber quais são as
funções de uma Introdução ajuda bastante para que nós não fujamos daquilo que é esperado.
Em primeiro lugar, é necessário que você saiba que a sua introdução deve ter em torno de 5 a 6
linhas (pode ser 1 a menos que 5 ou uma a mais que 6 – mas aí já ficaria grande demais ou pequena
demais). Esse espaço é suficiente para que você:

A. Contextualize:

A contextualização pode ser feita de várias formas: Narrando um acontecimento, colocando uma
alusão história, utilizando flash (palavras chaves sobre o tema), definindo algum termo que tenha a ver
com o tema, colocando alguma citação, exemplificando alguma situação... Enfim, vai depender apenas
de qual forma você se sente mais confortável em começar o seu texto, ou seja, qual a forma que você
consegue fluir seus pensamentos melhor.

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B. Aborde o tema:

É necessário que você deixe exposto sobre qual tema você está falando logo na sua introdução, isso
vai contar na sua competência 2, a qual vai definir se você entendeu ou não a proposta de redação.
Logo, deixar explícito o assunto que você vai abordar no resto do seu texto é fundamental.
Algo muito legal de pensar quando você está escrevendo é: será que qualquer pessoa conseguiria
entender o que eu estou tentando dizer? Ou, pense que quem vai ler a sua redação é uma pessoa que
não faz ideia de qual tema você vai falar, logo, para que ela entenda o conteúdo que está lendo, no
primeiro parágrafo você já deve falar sobre o que você vai escrever. Sendo assim, às vezes você pode
deixar essa abordagem muito semelhante à proposta da redação, ou seja, dizer na íntegra as palavras
chaves que contém no tema, ou você poderá parafrasear essas palavras, colocando sinônimos delas.

C. Deixe sua TESE exposta:

A tese é o SEU ponto de vista sobre a proposta de redação: você concorda que haja um
problema? Não concorda?
É a sua tese que vai transparecer isso!
Ela pode ser de várias formas, você pode fazer uma pergunta (que deverá ser respondida ao longo
do seu texto), pode apresentar os problemas que você vai falar nos seus parágrafos de
desenvolvimento, pode apresentar os agentes que você vai utilizar para resolver os possíveis
problemas, pode deixar uma informação solta (que será concluída nos seus parágrafos de
desenvolvimento)... Enfim, pode ser bastante coisa, vou mostrar para você com exemplos. Mas, é
preciso que fique bem claro, antes de tudo, que a Tese, por ser a sua opinião, você vai fazer de tudo
para defendê-la até o último parágrafo (literalmente). Logo, antes de criá-la, é preciso definir bem o
que você vai falar sobre o tema, para que o seu texto fique coeso e coerente.

Exemplo 1:

E se o tema fosse sobre: Liberação de armas na sociedade brasileira.


Vamos definir uma vertente para ser defendida:
1. Sou contra ou sou a favor?
Sou contra!
(sem juízos de valores, por favor, vamos prezar apenas pela redação aqui).
2. Quais problemas existem para que eu seja contra a liberação de armas para todas as pessoas da
sociedade?

a. A falta de conhecimento da população sobre os reais impactos dessa liberação;


b. A falta de estrutura governamental para lidar com essa liberação.

Levantados os problemas, agora posso pensar em estruturar uma tese para ser defendida durante
todo o meu texto:

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Violência. Medo. Justiceiros. Não se pode negar que a instabilidade dentro de uma sociedade
pode dar margem à sensação cada vez maior de insegurança. Dentro desse contexto, a liberação de
armas para a população parece ser uma alternativa viável para modificar esse sentimento. Contudo, a
falta de conhecimento das pessoas atrelada à precária estrutura governamental para lidar com a livre
posse de armamentos torna essa alternativa mais em um problema do que em uma real solução.
Diante disso, analisar o atual contexto é fundamental para que medidas apenas sintomáticas sejam
evitadas.

Você conseguiu perceber o meu ponto de vista dentro dessa introdução?


Então vamos destrinchá-la:

a. Em amarelo: Lembra que eu falei que a sua introdução poderia começar por “Flashes”,
pois então, esse é um exemplo de Flash, você utiliza palavras-chave que caracterizam o
tema que você vai abordar. É como se fosse uma “manchete de jornal” anunciando alguns
elementos que será tratado no seu texto.
Perceba que eu falei “Justiceiro”, contudo eu não expliquei isso na minha introdução. Esse
recurso pode ser um gatilho para levar o leitor para o restante do texto, pois, ficará
subentendido que em algum dos parágrafos do desenvolvimento você falará sobre
justiceiros.

b. Em azul: essa é a minha contextualização, estou sistematizando uma justificativa que seria
dada por muitas pessoas que são a favor da liberação de armas.

c. Em rosa: Abordei o tema da redação, o leitor já sabe que durante os próximos 3 (ou 4)
parágrafos da minha redação eu falarei se sou a favor ou não da liberação de armas para a
sociedade.

d. Em verde: “Contudo”, eu já começo um período com um elemento coesivo de oposição,


ou seja, esse recurso vai introduzir um argumento mais forte do que aquilo que eu havia
falado antes, deixando claro que eu não sou a favor da livre posse de armas e que
defenderei isso, de forma crítica, no meu texto. Já é uma pontinha da minha Tese.

e. Em cinza: A Tese propriamente dita. Medidas sintomáticas são aquelas que não tratam a
causa do problema, mas sim os sintomas, isso resolve a sua problemática? Não! Logo, para
que a violência seja resolvida, não será a liberação de armas que solucionará isso, mas sim
medidas eficazes que trabalham a raiz do problema.

Então, agora, para defender a minha tese, irei buscar por argumentos sólidos para persuadir o
leitor a concordar com o meu ponto de vista sobre esse assunto. Isso é ter uma boa argumentação!

UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Como o texto é Dissertativo-Argumentativo, expor o seu pensamento é fundamental para que o


corretor veja o seu lado crítico ao abordar o assunto proposto pela banca. PORÉM, CONTUDO,

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TODAVIA (muita atenção nesses conectivos de ressalva, hein!!!), em momento algum ponha a sua
ideia no texto na 1ª Pessoa do Singular (EU) – eu sei que você está cansado (a) de saber disso, mas
não custa nada falar sobre isso mais uma vez – seu texto deve ser impessoal, com a sua posição crítica
bem argumentada para convencer o corretor. Ao longo da apostila você vai entender melhor o que
estou querendo dizer.

Exemplo 2:

E se o tema fosse sobre: Xenofobia.


Preconceito. Medo. Ódio irracional. A globalização, apesar dos seus inúmeros impactos positivos,
acirrou um problema existente desde o início da civilização: a xenofobia. Dentro dessa perspectiva,
diferenças culturais, ideológicas e econômicas são as principais geradoras desse chauvinismo. Diante
disso, analisar o atual contexto é fundamental para mitigar essa mazela social.

Em amarelo: Mais uma vez o meu texto começou por flashes!


Os flashes são um recurso muito bacana, também, para quando você não tem uma ideia formada
de como começar o seu texto, porque eles parecem dar um “start” para você conseguir fluir com o
resto da sua escrita.
Em rosa: estou introduzindo o tema que será abordado e depois eu o cito, após os dois pontos.
Em verde: cito, também, apenas de maneira superficial, as causas para a existência dessa mazela (a
intenção é explicar as causas no desenvolvimento, na introdução você apenas aborda alguns pontos,
para deixar com “gostinho de quero mais”).
Em azul: A tese!!!
Analise a minha tese e veja se você consegue definir se sou a favor ou contra a xenofobia. Quando
começar a perceber a opinião de um autor nas entrelinhas, você estará cada vez mais próximo de
construir os seus próprios textos colocando as suas teses.

Exemplo 3:

E se o tema fosse: Escravidão no século XXI


“Presa nos elos de uma só cadeia/ A multidão faminta cambaleia/ E chora e dança ali”. Marcada
pelo engajamento social, a poesia romântica do poeta Castro Alves já denunciava um problema que
persiste até hoje: a escravidão. Dentro desse contexto, as precárias ações de políticas públicas atrelada
a uma grande desigualdade social e educacional contribuem para a não resolução dessa problemática.
Com isso, para mitigar essa mazela, faz-se necessária uma parceria entre governo e mídia.

Em azul: contextualização do tema.


Aqui eu usei um recurso da literatura para enriquecer a minha competência 2 –
Interdisciplinaridade.

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Esse recurso, às vezes, é um pouco mais difícil de ser usado, porque você pode não conseguir
se lembrar de algum poema ou verso de música ou mesmo citação de algum autor para colocar na
Íntegra no texto (e nem precisa ter tudo isso decorado), mas, quando você conseguir utilizar, também
pode ser uma boa forma de começar a sua produção textual.
Em rosa: a abordagem do tema.
Citei sobre o que a minha redação irá falar.
Em amarelo: coloco em discussão algumas das causas geradoras para que essa mazela ainda exista em
pleno século XXI.
Em verde: A tese.
Essa tese é bem controversa porque muitas pessoas dizem ser errado você citar os agentes logo
na sua introdução. Contudo, eu conversei com alguns professores e eles disseram que essa forma não
está errada, que pode ser feita sim (apesar disso, eu não escrevo mais minhas teses colocando os
agentes, recebi tantas críticas – de outros alunos – que acabei ficando insegura e resolvi modificar essa
minha forma de escrever. No entanto, eu já usei essa forma no Enem de 2015 e tirei 940, então ela
realmente não está errada).
Moral da história: cuidado ao dar seu texto para outras pessoas lerem, nem sempre elas
opinarão conforme as competências do Enem, mas sim farão julgamento com base na sua forma de
escrever (o que não é muito legal, porque existem diversas formas certas de se escrever)!
Agora vamos passar para próxima etapa? Você lerá mais introduções na parte dos temas, por
enquanto vamos detalhar a estrutura do texto.

DESENVOLVIMENTO
Como você já sabe, o desenvolvimento é onde você vai mostrar a sua mágica, trazendo argumentos
que façam o leitor (corretor) concordar com a sua visão sobre determinado assunto.
Uma forma de você conseguir melhorar seu desenvolvimento e sempre trazer algo diferente a ser
discutido a cada parágrafo é fazer um ROTEIRO antes de escrever, ou seja, no momento que você
pegar a sua prova de redação leia o tema e pense: “o que eu sei sobre isso?”.
É bom saber, também, em se tratando de ENEM, que o tema sempre será uma problemática, um
problema a ser resolvido, porque você precisará fazer uma proposta de intervenção. Diante disso,
pergunte-se, ao ver o tema: “Quais são os problemas que envolvem esse tema?”, como fizemos lá na
introdução, lembra? Feito isso, você pode reunir o que sabe sobre o assunto para mostrar que o que
está sendo abordado no seu texto é real.
Outro ponto necessário de falar aqui é o tamanho de cada parágrafo e quantos parágrafos são
necessários. Bem, você pode fazer até 3 parágrafos de desenvolvimento, cada um contendo em torno
de 4, 5 ou 6 linhas (no máximo). Contudo, para elaborar muito bem uma argumentação e conseguir
expor tudo aquilo que você gostaria sem deixar seu parágrafo expositivo, às vezes, demanda mais que
6 linhas. Diante disso, eu te aconselharia a trabalhar com apenas 2 parágrafos de desenvolvimento, isso
porque você teria espaço suficiente para falar tudo o que gostaria e, ainda, sobraria mais espaço para
sua conclusão. Lembre-se de que a sua conclusão precisará ser bem detalhada, logo, ela demanda de
um espaço bem considerável.

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É importante destacar, também, que o tamanho de cada parágrafo seu irá depender muito do
tamanho da sua letra e do quão legível ela é. Não adianta diminuir sua letra ao ponto de ela ficar
indecifrável, treine isso escrevendo muitas redações à mão, para que no dia da prova você tenha noção
até mesmo do tamanho da sua letra.
Mais uma coisa, as funções de cada parágrafo do desenvolvimento são:
a. Tópico Frasal
Cada parágrafo você deve interpretar como uma “mini-redação”, isto é, deverá ter “início, meio
e fim”. Logo, o tópico frasal é a “introdução” de cada parágrafo. Esse tópico é uma síntese
daquilo que você vai desenvolver. Ele será ideal se tiver um tamanho de 1 a 2 linhas, no
máximo.
b. Ampliação
Como o próprio nome já diz você vai ampliar a ideia que você apresentou no seu tópico frasal
e é justamente nesse ponto que a sua mágica argumentativa vai vir à tona, isso porque, para que
você exponha a sua ideia e confirme que ela não é nenhum absurdo, serão necessários que
sejam utilizados recursos argumentativos, como: exemplos, argumento de autoridade, alusões
históricas, citações, fatos, pesquisas, dados estatísticos, enfim, um recurso interdisciplinar que
some e que ratifique (confirme) aquilo que você está falando.
Isso é importante porque você vai mostrar para o corretor que aquilo que você está falando
sobre o problema é real e ainda vai mostrar verdades “hey, ta vendo? Isso não é coisa da
minha imaginação não, fulano já disse isso... Olha essa pesquisa aqui!!!”
(Não me venha colocar na sua redação esse diálogo que eu puxo sua orelha, viu??? Ai ai ai,
nada de coloquialismo, primeira pessoa ou diálogo na sua redação!!!)

c. Fechamento

Essa parte é tão importante quanto às outras duas, tendo em vista que é justamente esse
fechamento que fará com que o seu texto não seja expositivo, mas sim argumentativo. Nesse
período você irá expor a sua opinião (impessoal, já sabe, né?) sobre o problema que você
abordou no parágrafo.
Existem várias formas de você fazer isso, só que, para mim, o que foi mais eficaz e deu certo
com todos os meus textos foi citar a falta de ação de um determinado agente ou uma
modificação que é necessária ser feita para mudar tal cenário.
Vem comigo aqui que vou mostrar um exemplo para que fique bem claro o que quero dizer:

Exemplo 1:

E se o tema for:
A importância dos movimentos sociais

Desenvolvimento 2 (parágrafo 3):

É válido ressaltar, ainda, que a burocracia contribui para a lenta modificação política e jurídica.
Seguindo essa linha de raciocínio, a inércia legislativa dificulta a conquista de direitos, principalmente
das minorias. Acerca dessa premissa, o movimento dos trabalhadores rurais luta para conseguir na
prática a reforma agrária em terras que não cumprem sua função social, algo previsto pela lei, contudo,
dificilmente aplicado. Sob esse aspecto, em consonância com o filósofo Aristóteles, o princípio de
equidade, dar a cada um o que é devido, de acordo com a Constituição de 1988, não é respeitado na
íntegra. Nessa perspectiva, tal conjuntura desencadeia inúmeros conflitos agrários entre aqueles que

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buscam por mudanças sociais e os que são contra, demonstrando a necessidade de reformulações
jurídicas.

Em amarelo: Esse é o tópico frasal, curto e simples, apenas uma síntese daquilo que irei abordar na
ampliação.

Em azul: Essa é ampliação!


Perceba que fiz uso de alguns recursos nesse parágrafo:
Figura de autoridade: Aristóteles
Argumento de autoridade: Constituição
Exemplo: Movimento dos trabalhadores rurais (MST), é um exemplo dentre os infinitos movimentos
sociais que existem.

Tudo isso para afirmar essa seguinte ideia:

Allana: Hey, banca, olha só, deixa eu te falar, a Constituição Brasileira é uma maravilha, linda demais,
a teoria dela, impecável, fala que terra sem uso deve ser usada para fazer reforma agrária, sabe? Dar
um pedacinho de chão para galera mais necessitada, para que eles plantem e consigam se sustentar. Só
que, a parada é a seguinte: mesmo tendo tudo escrito no papel e pá, o povo lá da política não dá a
mínima pra isso e enrola, enrola e enrola para poder dar às minorias aquilo que já é previsto em lei!
Banca: Não sei não, ainda não tô convencida!
Allana: Como não? Quer um exemplo? Tudo bem, te dou um: o que você me diz dos trabalhadores
rurais sem terra que há anos lutam para que aconteça a reforma agrária, hein? E mais, na antiguidade
já tinha um tiozinho que falava do princípio de Equidade, ta ligada no que é isso? Quer dizer “dar a
cada um o que é devido”, ou seja, se é devido dar terras para aqueles que necessitam, que assim seja,
esse é um princípio defendido pela nossa Constituição, saca? É um dos pilares da democracia, não dá
para ser ignorado assim não!
Banca: verdade, né?
Allana: claro que é! E sabe o que acontece quando esse princípio não é garantido? Tiro, porrada e
bomba! O campo ta mega perigoso por causa dessa treta aí. Por isso que eu digo: é necessário
reformular essas leis aí para funcionarem na prática.

“Mas Allana, você não pode escrever assim na sua redação”


Tudo bem, então deixa como estava na primeira forma que coloquei :D

Ah, detalhe importante: você não precisa colocar esse tanto de recurso em um só parágrafo,
geralmente você só precisará utilizar um em cada parágrafo do seu desenvolvimento (de preferência
que eles sejam diferentes).
Em rosa: esse é o meu fechamento!
Perceba que falei dos conflitos e depois disse que é preciso ter reformulações jurídicas. Essa é
a minha opinião no final do parágrafo, para que ele não fique expositivo.
Por exemplo, digamos que eu tenha escrito todo o parágrafo até o final da parte grifada em
azul:
É válido ressaltar, ainda, que a burocracia contribui para a lenta modificação política e jurídica.
Seguindo essa linha de raciocínio, a inércia legislativa dificulta a conquista de direitos, principalmente

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das minorias. Acerca dessa premissa, o movimento dos trabalhadores rurais luta para conseguir na
prática a reforma agrária em terras que não cumprem sua função social, algo previsto pela lei, contudo,
dificilmente aplicado. Sob esse aspecto, em consonância com o filósofo Aristóteles, o princípio de
equidade, dar a cada um o que é devido, de acordo com a Constituição de 1988, não é respeitado na
íntegra.
Você consegue sentir que falta algo? Você lê o texto e fica “sim, e aí? O que você quis dizer
com toda essa informação? Cadê a conclusão do seu pensamento?” parece que falta esse algo, né? E é
justamente isso que vai diferenciar o seu texto de ser expositivo ou um dissertativo-argumentativo.
Deu para entender?
Então vamos para mais exemplos. Mas, antes, gostaria de deixar uma dica aqui, que já falei na
minha primeira apostila: você vai ler muitos textos e parágrafos que foram escritos por mim e eu tenho
um tipo de escrita, em alguns momentos você vai concordar com o que eu escrevi, mas em outros
você vai discordar e isso é muito normal. Diante disso, minha dica para você é: leia redações nota
1000, isso você consegue encontrar em sites, blogs e afins, vou deixar alguns links de redações nota
1000 para que você leia.
Ah, em cima disso, tenho um dever de casa para você: toda redação nota 1000 que for lida,
defina as funções da introdução, do desenvolvimento e da conclusão. No momento que você
conseguir enxergar isso, você passará a ser um corretor e não apenas um escritor! E, sim, ainda dá
tempo de você crescer muito em redação, no primeiro Enem que fiz (pós-faculdade – 2015), minha
nota foi de 940, como já falei, e eu comecei a me dedicar mesmo à redação no período de agosto,
logo, nada está perdido, basta dedicação, foco e técnicas de estudos.
Tendo dito tudo isso, agora vamos para mais exemplos!

Exemplo 2:

O tema continua sendo sobre escravidão – abordado na parte da introdução (colocarei os dois
parágrafos de desenvolvimento aqui).
1º Parágrafo de desenvolvimento:

Na sociedade feudal, a existência do trabalho servil, exercido pela camada menos influente da
população, era imposta por uma Política Estamental. De maneira análoga, apesar de contra lei, hoje,
tal realidade ainda pode ser vista em países como a China, a Rússia, a Índia e o Brasil. Sob essa lógica,
além de possuírem como semelhança a ascensão econômica, essas potências emergentes, também,
têm em comum a grande desigualdade social e escolar, principais características para a exploração do
trabalho da camada mais pobre da sociedade. Prova disso é a “Indústria da Seca” presente no
Nordeste brasileiro, a qual aproveita-se das intempéries da região para explorar a população carente.

2º Parágrafo de desenvolvimento:

Ademais, é válido ressaltar a precária estrutura governamental na luta contra o trabalho escravo
atual. Apesar de ser garantida pela Constituição Brasileira de 1988, a integridade física e psicológica do
trabalhador, pode-se constatar que a exploração laboral vai de encontro a essa premissa. Seguindo essa
linha de raciocínio, de acordo com o Ministério do Trabalho, 46478 trabalhadores já foram libertos de
trabalhos similares à escravidão. Nesse sentido, ainda que existam programas como o “Marco Zero”,
responsável por fiscalizar e coibir contratos ilegais de trabalho, é nítida a necessária ação mais efetiva
do Estado brasileiro.

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Em amarelo: são os tópicos frasais (só uma observação sobre os tamanhos dos parágrafos: todos
parecem muito grandes quando estão aqui na apostila, mas, na minha letra, eles cabem em até 8 linhas
e os tópicos frasais ocupam 2 linhas ou menos).

Em azul: elementos que darão veracidade ao que estou escrevendo.


Lembre sempre quando você for colocar um argumento na sua redação, é preciso por bases que os
confirme, porque você nunca é a primeira pessoa a falar sobre o assunto e, não só por isso, serve para
mostrar que a sua análise faz sentido e por esse motivo o corretor deve concordar com você sobre o
assunto (e te dar uma boa nota).
Uma boa argumentação é feita com bons argumentos, com conhecimento, com exemplos ou
analogias e não com arrogância ou ataques a outras ideias, beleza? Então vamos para a próxima etapa
do nosso texto.

Conclusão
Chegamos a famigerada conclusão, o fechamento do seu texto e, geralmente, o bicho de 7 cabeças
de muitas pessoas, mas não o seu, não mais!
Muito bem, primeiro de tudo, a sua conclusão deve conter entre 7 a 9 linhas (mais que isso você
corre o risco de perder pontos por causa da estrutura do seu texto e menos que isso pode fazer com
que a sua conclusão não atenda a todas as funções que ela deve conter).
Funções de uma conclusão:
a. Retomar a tese:
Um texto bom e “bem casado” é aquele que os professores chamam de “texto-circuito”.
E o que significa isso, Allana?
Significa que aquilo que você falou lá na sua introdução irá ser retomado na sua conclusão.
Mas com as mesmas palavras?
Não, você pode parafrasear a sua tese.
Parafrasear?
Trocando em miúdos, parafrasear significa: falar a mesma coisa, mas com palavras diferentes.
Isso vai mostrar para o corretor que você planejou todo o seu texto.
b. Lançar a (s) proposta (a) de intervenção:
Esse é um dos pontos mais importantes do seu texto, está na hora de você resolver os
problemas que você apresentou durante toda a sua escrita.
Antes que você pire o cabeção e jogue tudo para o alto, calma, respira e segura minha mão que
vai dar tudo certo.
A sua proposta de intervenção não precisa ser algo ultra-mega-power inovadora, não tem como
ganhar o prêmio Nobel em tão poucas linhas (infelizmente)! Você precisa pensar apenas em
propostas viáveis e NÃO utópicas (impossíveis) para propor que sejam feitas.

Daí você vai ter que dizer:

1. Como que essas propostas vão ser feitas


2. Por quem elas vão ser aplicadas (Aqui você cita os agentes)
3. O que eles vão fazer
4. Para quê eles vão fazer

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Respondendo essas 4 perguntinhas você consegue deixar sua proposta super bem detalhada e
sem precisar ter um aneurisma cerebral, não é mesmo?

Ah, só lembrando algo MUITO IMPORTANTE: a sua proposta deve resolver APENAS
aquilo que você citou na sua redação, nada a mais e nada a menos, caso contrário, aí mesmo que não
terá espaço para que você fale tudo o que for preciso.

Outro ponto: ano passado o Inep decidiu que apenas 1 das suas propostas precisa ser bem
detalhada, respondendo as 4 perguntas, a outra (no caso de você ter apresentado 2 problemas no seu
desenvolvimento – 1 e 2) pode conter menos detalhamento. Contudo, entretanto, todavia (olha os
conectivos adversativos de novo, minha gente), eu tento detalhar cada uma das propostas que ponho,
isso porque, muitas vezes, quando colocamos apenas um agente para resolver os problemas que
falamos, a proposta fica completamente utópica e não tem como ser resolvida realmente. Logo, eu,
Allana, sempre apresento mais de um agente para que eles trabalhem em conjunto, visando resolver
aquilo que escrevi.
Vou mostrar para vocês um pouco mais abaixo.

c. Concluir o texto:
Muitas pessoas cometem um erro de achar que a redação termina quando a proposta termina,
mas não, a sua redação termina depois que você a conclui (dãããã, pelo amor de Deus, né,
Allana!!!).
Tá bom, dito de outra forma: a sua conclusão só termina quando você a fecha de forma a dar a
entender que aquele é realmente o fim do seu texto.
Lembra que eu falei sobre o texto-circuito? Então, essa parte conclusiva da sua conclusão
(perdão pelo pleonasmo) você pode usar como a “chave-ouro” do seu texto, ou seja, é possível
citar alguma passagem da sua redação, seja ela da introdução ou de algum dos
desenvolvimentos.
Por exemplo, se você citou um autor, você pode falar “Dessa forma, a premissa defendida por
fulano de tal não fará mais parte da realidade brasileira” ou, se os pilares democráticos foram
citados: “Dessa forma, os pilares democráticos serão aplicados na íntegra...”, entendeu?

Um ponto importante: cuidado para esse fechamento não se tornar clichê ou previsível demais,
do tipo: dessa forma a sociedade será feliz, ou, dessa forma a violência diminuirá, por exemplo.
Podemos modificar esses clichês por: “Dessa forma, o fim último aristotélico será garantido na
íntegra” (o homem busca pela Felicidade, segundo esse filósofo, logo, o fim último é a felicidade!
ÓBVIO que para falar isso você precisa ter explicado em algum momento do seu texto, mas, deu para
entender o que quis dizer?)

Vou exemplificar melhor, para que não restem dúvidas, vamos lá:

Exemplo 1:

O Tema continua sendo Movimentos Sociais:

Entende-se, portanto, que as manifestações sociais encontram entraves devido aos pré-
julgamentos atrelados à papelocracia existem no país. Diante disso, para mitigar essa problemática é
fundamental uma ação conjunta, na qual a mídia será responsável por trabalhar o sentimento de
empatia na população, por meio de ficções engajadas que mostrem o quão plural é a sociedade e a
importância de respeitar cada grupo, afirmando a legalidade das manifestações populares na busca por
garantir direitos constitucionais, a fim de mitigar os preconceitos. Concomitantemente, cabe ao

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Ministério da Justiça e Cidadania fazer valer aquilo que está previsto na lei, criando e fiscalizando
regulamentos que respeitem as necessidades das minorias, atendendo as reivindicações dos
movimentos. Dessa forma o país passará a respeitar os pilares democráticos na íntegra e a sociedade
não será mais excludente.

Em rosa: Essa é a retomada à tese com palavras diferentes (parafraseei o que havia escrito)

Em amarelo: como eu havia falado, essa é a forma de envolver mais de um agente para resolver
meus problemas.

Os agentes: Mídia e Governo (no caso eu especifiquei qual membro do governo deve fazer isso –
Ministério da Justiça e Cidadania).

Ações: Mídia: trabalhar o conceito de empatia na sociedade


Governo: criar leis (regulamentos)

Como vai ser feito: Mídia: por ficções engajadas que trabalhem esse assunto.
Governo: por fiscalização das novas leis e das antigas.

Para quê?: para mitigar os preconceitos e para atender as reivindicações das minorias.

Em azul: Esse é o fechamento do meu texto. Percebeu que o meu texto não acabou quando eu
acabei a proposta? Isso que quis dizer sobre a sua redação não terminar quando a sua proposta
terminar.

Exemplo 2:

E se o tem for:
Escravidão no século XXI
(sim, irei colocar a conclusão dessa redação para que você consiga analisar sua primeira redação de
forma completa e passo a passo).
É fundamental, portanto, um desempenho conjunto entre governo e mídia, na qual essa, por meio
de programas como o “Fantástico” e campanhas como “Somos Livres”, deve informar a população
sobre a importância de se combater o trabalho escravo, a fim de transformar a sociedade em um
agente ativo na luta contra essa mazela. Ademais, o Ministério Público, junto à Polícia Federal, deve
fiscalizar, coibir e punir de maneira mais eficaz os desviantes da lei, para, assim, evitar reincidências.
Além disso, deve disponibilizar mais escolas e projetos educacionais, a fim de atenuar as desigualdades
escolares e, consequentemente, sociais. Dessa forma, a poesia do Poeta dos Escravos fará parte apenas
do acervo literário e não mais da realidade.
Os agentes: Mídia e Governo (no caso eu especifiquei qual membro do governo deve fazer isso –
Ministério Público).
Ações:
Mídia: trabalhar a informação, a denúncia e a empatia
Governo: criar leis, fiscalizar mais, punir os desviantes da lei e disponibilizar mais escolas e
projetos educacionais.

Instagram: @vempramimedicina
Como vai ser feito:
Mídia: Por meio de programas televisivos e campanhas
Governo: por fiscalização das novas leis e das antigas.
Para quê?
Para mitigar os preconceitos, para transformar a população em um agente ativo na luta contra a
escravidão, para coibir novos casos e para minimizar as desigualdades sociais.
Em azul: perceba o fechamento do meu texto deixando ele circuito.

Exemplo 3:

E se o tema fosse: Reforma da Previdência

É fundamenta, portanto, uma ação conjunta entre governo e mídia, na qual essa, por meio de
programas como o “Fantástico” e o “Profissão Repórter”, deve informar à população sobre a
necessidade de uma mudança previdenciária. Contudo, compete a ela, também, o papel de orientar
sobre os pontos desfavoráveis da proposta, a fim de transformar a sociedade em um agente ativo na
busca por mudanças justas. Concomitantemente, cabe ao Estado corrigir as inadequações da reforma,
no intuito de torná-la mais legítima para toda população. Além disso, deve criar projetos de incentivos
fiscais para empresas que contratem pessoas da terceira idade. Dessa forma, além de resolver a crise
econômica, o país agirá consoante às sociedades menos complexas para com os anciões.

Nessa última conclusão faremos uma dinâmica diferente:


Quero que você analise qual é a diferença entre a primeira conclusão que coloquei e as outras
duas e quero que você defina elemento por elemento necessário nessa parte do texto:
Os agentes:

Ações:
.
Como vai ser feito:

Para quê?

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Último tópico a ser falado aqui na parte da conclusão:
Como fugir da utopia???
Parece algo surreal de difícil, mas, garanto a você que não é.
Para melhorar a sua situação e deixar a sua escrita fácil, defina o que cada agente é responsável por
fazer na sociedade.
“Que agentes são esses que você está falando, Allana?”
Se você ainda não os conhece (falei sobre eles na minha primeira apostila, porém, de forma
diferente), irei apresentá-los para você agora – são os GOMIFES (sigla que aprendi com o
Descomplica), que significa:
G – Governo; O – Ong’s; M – Mídia; I – Indivíduos; F – Família; E – Escola; S – Sociedade
“Entendi, mas, colocar eles assim ainda não deixa a redação muito geralzona não?”
Sim, deixa, então, para que ela fique mais detalhada, vamos definir as possíveis ações que cada
Ator Social poderia fazer para melhorar nossa problemática (na primeira apostila tem alguns órgãos do
governo e de ONG’s que você pode utilizar na sua conclusão para deixar cada vez mais detalhado,
além de conter um mapa mental explicando alguns tópicos importantes sobre a mídia e a função dos
principais Ministérios do Executivo):
GOVERNO:
Está dividido em 3 grandes grupos:
Legislativo; Executivo e Judiciário.
São responsáveis por Criar lei, executá-las e julgá-las. Além disso, os órgãos derivados desses 3
poderes também são responsáveis por FISCALIZAR, fazer PARCERIAS com outros Atores Sociais,
fornecer SUBSÍDIOS FISCAIS para que alguns outros agentes atuem em áreas que ele, sozinho, não
consegue atuar e, ainda, aplicar SANÇÕES àqueles que não trabalharem para o bem comum da
sociedade.

OGN’s (Organizações Não Governamentais):


Quando falei no tópico anterior sobre dar subsídios (incentivos fiscais) a outros agentes, estava me
referindo às ONG’s.
Essas Organizações fazem parte do 3º Setor da Sociedade e são responsáveis por “tapar um
buraco” que o governo não consegue atuar. Contudo, elas não podem assumir completamente o papel
social do Estado.
Elas podem atuar na parte de Assistencialismo, Capacitação, Defesa de causa, dentre outras áreas.
Segundo uma reportagem da Revista Super Interessante:
Para que serve uma ONG?
“ONGs são as ferramentas que a população tem para participar da sociedade”, diz Plínio
Bocchino, diretor de marketing da S Mata Atlântica, uma ONG fundada em 1986 para combater o

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desastre ecológico na mata que já ocupou 15% do território brasileiro e hoje mal chega a 2%. Até 20
anos atrás, participar da sociedade era sinônimo de votar ou ser membro de um partido político. Hoje,
quem está insatisfeito pode entrar para uma ONG. Lá encontrará pessoas unidas por uma causa
comum, lutando por ideais que consideram relevantes e, até por isso, focadas e especializadas nesses
temas – sejam eles a utilização de bicicletas nas cidades, a construção de casas populares
ecologicamente corretas ou a promoção do teatro nas periferias.
Mas o poder de ação das ONGs é limitado. Todos os entrevistados para esta reportagem são
unânimes em dizer que elas não podem – e não devem – substituir o Estado. Pegue-se o exemplo do
rio Tietê. “Jamais vai surgir uma ONG capaz de limpar o rio. Ela não teria dinheiro nem autoridade
política para isso”, diz Luiz Carlos Merege, coordenador do Centro de Estudos do Terceiro Setor da
FGV. Cabe à ONG protestar, organizar a sociedade, apresentar propostas, pressionar o governo e até
associar-se a ele na execução do projeto. Mas ainda assim seria do Estado a responsabilidade de
colocar a mão na massa.
Fonte: https://super.abril.com.br/comportamento/para-que-servem-as-ongs/

VOCÊ SABIA?
O exemplo de uma parceria de sucesso entre: Governo, mídia e ONG’s:
O Programa Criança Esperança, uma parceria da TV Globo e da UNESCO, contribui para
empoderar pessoas, criar oportunidades e transformar vidas. Ao longo de 30 anos já beneficiou mais
de 4 milhões de crianças, adolescentes e jovens em todo o Brasil.
Doações da sociedade e também de empresas permitem apoiar projetos em diferentes áreas, como
educação, esporte, cultura, cidadania, inclusão e juventudes, desenvolvidos por organizações não-
governamentais, localizadas em diversas regiões do Brasil.

MÍDIA:
Sabemos o quanto a Mídia pode ser decisiva em questões sociais, logo, ela pode muito bem ser
utilizada como um forte Agente para modificar algumas ideias presentes na sociedade. Tendo em vista
isso, Campanhas publicitárias, propagandas, ficções engajadas (novela, série, filme), programas
televisivos, telejornais, redes sociais, são ótimos exemplos de meios pelos quais a mídia pode atuar
como conscientizadora de determinados assuntos.
Eu sei que o Enem não gosta muito da palavra “conscientizar”, então utilizaremos em seu lugar:
Instigar, propagar, sensibilizar, despertar, trabalhar, divulgar. São verbos que trabalham bastante a
importância da mídia dentro de um país.
A mídia é tão importante que ela passou a ser chamada de “O 4º Poder”, logo, não é utópico que,
ao sugerirmos a sua utilização como um dos atores sociais, ela consiga realmente mudar a sociedade
para melhor. Prova disso são as discussões levantas depois que alguns assuntos “tabus” são levados às
grandes mídias, como o aborto, o machismo, o feminicídio (que existe, e muito, infelizmente), a
homossexualidade, o racismo, dentre outros, levando, em alguns casos, até mesmo, na diminuição do
preconceito para com determinados grupos minoritários. Contudo, é necessário ter cautela, pois, os
meios de comunicação, quando utilizado para fins ruins, podem ser completamente perigosos, como,
por exemplo, aconteceu com os países do Oriente Médio, que tiveram suas populações, em grande
parte, sendo associada a terroristas, sofrendo preconceito, xenofobia mundo afora.
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INDIVÍDUO:
O papel de uma pessoa na sociedade é algo difícil de abordar na proposta de intervenção, porque
ela precisará ser modificada por um fator externo, como as leis, a família, a cultura, a escola, a mídia,
dentre outros. Entretanto, a sua participação como cidadã pode ser abordada quando ela atuar como
voluntária em projetos sociais, apoiando ONG’s, sendo uma ativista dentro e fora das redes sociais e
afins.
É preciso ter cuidado ao abordar o indivíduo como um agente para que sua conclusão não fique
utópica, pois, nenhuma pessoa muda suas concepções da noite para o dia, por exemplo: “nossa, hoje
eu acordei menos preconceituoso, percebi que tava sendo muito babaca, preciso mudar!” Percebe
que não faz muito sentido a pessoa mudar “do nada”? Para que haja essa mudança, deve ocorrer
algum processo educacional envolvido, seja ele por uma educação formal (dentro dos locais de ensino)
ou informal (fora desses ambientes educacionais).
FAMÍLIA:
O núcleo familiar é o primeiro contato com educação e com a sociedade que um indivíduo vai ter.
Logo, inicialmente, a bagagem cultural de uma pessoa será a imagem da família que a cria.
Mais uma vez, o papel da família, na proposta de intervenção precisa ser analisado em conjunto
com outros agentes, pois ela não mudará caso não sofra uma interferência de outras visões externas e
diferentes das dela, tendo em vista que é o diferente que nos causa a reflexão sobre os nossos
conhecimentos e nossos valores.
Existem alguns temas que a família pode ser mais utilizada, como a Depressão ou o Suicídio entre
os jovens (tema abordado na minha 1ª apostila), a obesidade infantil e discursos de ódio.
ESCOLA:
O papel da escola é fundamental no processo de formação dos indivíduos de uma sociedade.
Os ambientes educacionais irão ampliar o contato social de cada pessoa e, consequentemente,
mostrarão visões diferentes daquelas que foram aprendidas no seio familiar. Essa é uma educação
definida como formal.
Logo, alguns conceitos, às vezes preconceituosos, advindos da família poderão ser desconstruídos,
construídos ou reconstruídos pelo ambiente escolar por meio de debates, palestras, disciplinas (como
História, Filosofia e Sociologia), projetos, como o Programa Semente, responsável por trabalhar uma
Educação Socioemocional, dentre outras formas.
Importante Destacar:
Você sabia que existe um projeto chamado “Programa Semente” que pode ser utilizado na nossa
proposta de intervenção para trabalhar conceitos como Política, Autorresponsabilidade, Bullying,
Decisões Responsáveis, dentre inúmeros outros importantíssimos de se ensinar a uma criança, no
intuito de formar cidadãos cada vez mais conscientes da sua importância dentro da sociedade?
Link para conhecer mais sobre o projeto:
http://programasemente.com.br/

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SOCIEDADE:
A sociedade pode trabalhar por meio de Movimentos Sociais para conseguir melhores condições
de vida, visando ter na íntegra os direitos constitucionais. Além disso, ela pode, e deve, trabalhar em
parcerias com ONG’s, sendo voluntárias de projetos sociais, e com os ambientes de ensino,
fiscalizando e exigindo uma melhor educação para os menos abastados.
Com essas definições de cada um dos Atores Sociais, acho difícil você não saber detalhar a sua
conclusão, não é mesmo???

IMPORTANTE SABER:
Você conhece a nossa Constituição???
Sabia que ela foi apelidada de “Constituição Cidadã”???
A Constituição brasileira mais recente é a de 1988 e foi promulgada com inúmeros direitos sociais,
por isso passou a ser chamada de Constituição Cidadã!
Existem 2 artigos, em especial, que colocarei aqui porque são interessantíssimos tanto para
usarmos na nossa argumentação, quanto na conclusão e, claro, para a vida! São os Artigos 5º e 6º:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos


cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

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IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial;

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o


transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
Último ponto a ser abordado na Conclusão: A defesa dos Direitos Humanos!
No Enem de 2017 foi definido que o candidato não teria sua redação zerada ao desrespeitar os
Direitos Humanos. PORÉM, CONTUDO, TODAVIA, você pode até não zerar a sua conclusão,
mas também dificilmente obterá os 200 pontos destinados a essa competência. Então, vamos
combinar aqui que você NÃO desrespeitará os direitos humanos? Combinado? Eu ouvi seu sim daqui
e não te dou opção de mudar de ideia!
Lembre-se que os Direitos Humanos não são nossos inimigos, muito pelo contrário, se com eles
nós já sofremos com várias coisas surreais, imagina sem eles, nada legal, não é? Pois é!

Os direitos humanos são comumente compreendidos como aqueles direitos inerentes ao ser humano.
O conceito de Direitos Humanos reconhece que cada ser humano pode desfrutar de seus direitos
humanos sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outro tipo, origem social
ou nacional ou condição de nascimento ou riqueza.

Os direitos humanos são garantidos legalmente pela lei de direitos humanos, protegendo indivíduos e
grupos contra ações que interferem nas liberdades fundamentais e na dignidade humana.

Estão expressos em tratados, no direito internacional consuetudinário, conjuntos de princípios e


outras modalidades do Direito. A legislação de direitos humanos obriga os Estados a agir de uma
determinada maneira e proíbe os Estados de se envolverem em atividades específicas. No entanto, a
legislação não estabelece os direitos humanos. Os direitos humanos são direitos inerentes a cada pessoa
simplesmente por ela ser um humano.

Tratados e outras modalidades do Direito costumam servir para proteger formalmente os direitos
de indivíduos ou grupos contra ações ou abandono dos governos, que interferem no desfrute de seus
direitos humanos.

Algumas das características mais importantes dos direitos humanos são:

Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o valor de cada pessoa;

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Os direitos humanos são universais, o que quer dizer que são aplicados de forma igual e sem
discriminação a todas as pessoas;

Os direitos humanos são inalienáveis, e ninguém pode ser privado de seus direitos humanos; eles podem
ser limitados em situações específicas. Por exemplo, o direito à liberdade pode ser restringido se uma
pessoa é considerada culpada de um crime diante de um tribunal e com o devido processo legal;

Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já que é insuficiente


respeitar alguns direitos humanos e outros não. Na prática, a violação de um direito vai afetar o respeito
por muitos outros;

Todos os direitos humanos devem, portanto, ser vistos como de igual importância, sendo igualmente
essencial respeitar a dignidade e o valor de cada pessoa.

Desde o estabelecimento das Nações Unidas, em 1945 – em meio ao forte lembrete sobre os
horrores da Segunda Guerra Mundial –, um de seus objetivos fundamentais tem sido promover e
encorajar o respeito aos direitos humanos para todos, conforme estipulado na Carta das Nações Unidas:

“Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direitos
humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e
mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade
mais ampla, … a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o
ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações…”

Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948

ROTEIROS PARA REDAÇÃO


Nessa área nós vamos trabalhar com alguns temas mais cotados para cair no Enem de 2018.
Algumas dessas propostas conterão redações, escritas por mim, para que, com isso, fique mais nítido
para você a ideia de como escrever um roteiro e depois como transformá-lo em texto. Já outras
conterão apenas o Roteiro para poder direcionar você em uma escrita.
É importante deixar claro, antes de começar, que na hora da sua redação escrever as palavras-
chave das suas ideias é importante para que você não as esqueça, mas não é preciso escrever cada uma
detalhe por detalhe, farei isso aqui para que você consiga entender aquilo o que eu quis dizer
colocando cada palavra destacada e para munir você com bastante informação sobre cada assunto.
Outro ponto que gostaria que você ficasse ciente é: dentro de uma temática existem várias visões
que podem ser abordadas e na apostila eu colocarei apenas algumas delas. Além disso, para munir
você com dados, figuras de autoridade e fontes confiáveis, sempre buscarei fundamentar aquilo que
estou falando com base em reportagens, sites e várias outras fontes, para que a apostila fique o máximo
possível objetiva (e não subjetiva), como deve ser em uma redação.
Prometo que é a última coisa: alguns temas são bem polêmicos e dos quais eu não estou no lugar
de fala para poder debater na íntegra sobre cada um deles. Contudo, isso não me impossibilita de
defender algumas causas e falar por elas do ponto de vista que me encontro, porque são assuntos
necessários de serem debatidos, não só pelas camadas da sociedade que fazem parte do assunto
diretamente, mas por todos os cidadãos (com fundamentação e sem intolerâncias, claro).

Dito tudo isso, vamos trabalhar!!!

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1. O Panorama de Descrença no sistema político brasileiro
O que você falaria sobre esse assunto???
Bem, vamos fazer aquilo que propus a você, respira fundo e vem:

A. A primeira coisa que você precisa pensar é: O que eu sei sobre esse assunto?

Corrupção Ética Constituição Escola

Jeitinho Brasileiro Cidadania Mídia Ong’s

Aristóteles Habermas Independência

Esse tópico serve para que você faça um “Brain Storm” sobre aquilo que você sabe e que
poderia ser útil para contextualizar na sua redação. Como expliquei no início, essa é forma mais ideal
de você fazer na hora da sua prova, para não se perder na hora de construir suas ideias, mas também
para não perder tanto tempo nessa parte da produção do texto.
(A explicação sobre Brain Storm foi feita na 1ª apostila)

Brain Storm
o Um primeiro ponto a se discutir nesse tema é parar para pensar: por que estamos tão
descrentes assim com a política?
A história recente da política brasileira trouxe a tona vários casos explícitos de corrupção,
armações, jogos políticos e impunidades, fazendo o cenário brasileiro se tornar cada vez mais caótico.
Para confirmar tal pensamento, deixo essa reportagem do Estadão:
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,brasileiro-e-quem-menos-confia-em-seus-politicos-no-
mundo-alerta-forum,70002017300
o Aristóteles e Política
Um filósofo maravilhoso para trabalharmos nesse tema é o titio Ari, isso porque ele falava que o
homem é um animal político e, para ser feliz, ele precisaria participar ativamente da política, pois,
somente assim estaria cumprindo seu papel social. Contudo, para atingir essa felicidade, o homem
precisaria aliar a ÉTICA à POLÍTICA, tal premissa foi chamada por ele de EUDAIMONIA.
Para Aristóteles, um bom político deve ser possuidor da JUSTA MEDIDA, isto é, ele deve saber
utilizar-se de suas virtudes para tomar atitudes éticas que visem o bem comum.
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Percebemos que o cenário político brasileiro vai de encontro a esse axioma aristotélico.
o Habermas
Na política, sua teoria é base para alternativas à democracia representativa, modelo que passa a ser
cada vez mais contestado por eleitores que não se sentem representados pelos políticos e governantes.
A defesa de outras formas de participação política, como comitês e audiências públicas, resgata, ainda
que parcialmente, aspectos da democracia direta e dos plebiscitos, comuns na Antiguidade.
Fonte: Guia do Estudante

o Cidadania
Ser cidadão, em uma sociedade democrática, significa ter direitos e deveres para com o Estado,
isto é, assim como o Estado deve dar ao cidadão todos os direitos previstos na Constituição, o cidadão
tem o dever de seguir leis, pagar impostos e participar ativamente da política do país.
Como vivemos em um contexto no qual a participação direta na política, como ir a debate público,
é inviável, a democracia passou a ser em muitos países, REPRESENTATIVA. Essa representatividade
é escolhida por meio do VOTO. Contudo, no Brasil, um problema muito sério tomou conta da nossa
realidade: a compra de votos.
Historicamente a compra de votos faz-se presente na nossa sociedade. Prova disso é o “Voto de
Cabresto” da época da política do Café com Leite e que persiste até os dias atuais.
Tal contexto enfraqueceu a importância da participação política de cada cidadão, gerando o
quadro de descrença e pouca participação política que vemos hoje.
(Esse é um comentário feito por mim kkkkk Tentando bancar a super entendedora de política.
Mas, pelo que podemos analisar o cenário atual do Brasil, acredito realmente que essa realidade tenha
influenciado bastante para essa política desacreditada que vemos hoje).
Ah! Sabia que a Democracia Brasileira é Semidireta?
Isso quer dizer que o governo pode solicitar a atuação mais direta da população em algumas
questões políticas, utilizando-se de PLEBISCITO: convocado previamente à criação do ato legislativo
(criação de uma lei) ou administrativo, ou um REFERENDO: convocado posteriormente ao ato, para
validar ou rejeitar, como aconteceu em 2005 com o Referendo sobre a livre posse de armas por
qualquer cidadão.
https://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/em-2005-63-dos-brasileiros-votam-em-referendo-
favor-do-comercio-de-armas-17786376
o Jeitinho Brasileiro
Nós podemos realmente criticar a política e os políticos pelo caos que está acontecendo no nosso
país. Contudo, é válido analisar o seguinte pensamento: a culpa é realmente só deles? De onde vêm os
políticos corruptos? Esse cenário tem salvação?
Para respondermos a essas perguntas, precisamos averiguar um pouco mais profundamente a
cultura brasileira. Nesse sentido, um dos aspectos que define o povo do Brasil é o seu “jeitinho
brasileiro”. Tal descrição, muitas vezes é caracterizada como um elogio, devido à esperteza do nosso
povo. Diante disso, esse conceito foi sendo enraizado e naturalizado na nossa cultura e, em

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conseqüência disso, passamos a não notar que o “Jeitinho Brasileiro” nada mais é do que pequenos
atos de corrupção praticados diariamente pela população.
Sendo assim, podemos responder a primeira pergunta: de onde vêm os políticos corruptos? Do
povo!
Se a origem deles se dá na própria população, a culpa do caos é só de quem está no plenário?
Não!
Esse cenário tem salvação? Possivelmente sim, por meio da reestruturação cultural e com a
eliminação da cultura negativa do Jeitinho Brasileiro.
Eu sei que é muito polêmico dizer que a corrupção tem origens na própria nação. Todavia, se
quisermos mudar a atual realidade política do país, é necessário que não haja uma isenção de
responsabilidade por parte da sociedade, tendo em vista que os políticos não vieram de Marte, não é
mesmo?
Para corroborar essa ideia, vou deixar aqui um link para vocês do Politize:
http://www.politize.com.br/jeitinho-brasileiro/
o O que fazer?
O principal agente que podem intervir nessa realidade negativa da política brasileira, a meu ver, é a
ESCOLA, a MÍDIA e ONG’s. Isso porque modificando a educação você consegue formar cidadãos
mais éticos e conscientes da importância da participação política em uma sociedade. A mídia, como 4º
poder, pode influenciar, informar e instruir a população de camadas mais carentes sobre os direitos e
deveres dos cidadãos e falar sobre a importância do voto e de como ele pode mudar o cenário político
brasileiro. As Ong’s podem trabalhar em parceria com os ambientes de ensino, dando palestras e
fazendo debates, para instruir a população desde a base com a finalidade de formar cidadãos mais
críticos, reflexivos e participativos da política do país.
Um exemplo maravilhoso de Projeto que pode ajudar, e MUITO, em âmbito educacional é o
PROGRAMA SEMENTE:
http://programasemente.com.br
Bem, essas foram algumas ideias que tive para aplicar nesse tema, espero que tenha ajudado de
alguma forma a criar mais argumentos para que você possa discutir, agora vamos colocar a mão na
massa!

ROTEIRO
INTRODUÇÃO:
Corrupção. Crise. Pouca representatividade. Não se pode negar que o atual cenário político
brasileiro passa por um momento de inúmeras dificuldades. Dentro desse contexto, a não participação
política da sociedade aumenta ainda mais a incerteza e desesperança na resolução desses problemas.
Diante disso, analisar o atual panorama é fundamental para contornar a apatia política da população
brasileira. (TESE)
Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): O problema da corrupção no Brasil.

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Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): A histórica pequena participação popular na
política do país.

Conclusão  Proposta de Intervenção:


Quem – quais agentes utilizar?
Mídia e Escola
O quê eles vão fazer?
A mídia vai instruir a população sobre os direitos e deveres do cidadão, sobre a importância do
voto e da não venda deste.
A escola deve instigar mais a criticidade do estudante, a sua reflexão ética e atuação na política do
país.
Como – utilizando quais meios?
Palestras, campanhas educacionais, debates, campanhas televisivas instrutivas, abordagem de temas
dentro de ficções engajadas, programas de TV, dentre outros.
Para quê – com qual intuito essas ações devem ser feitas?
Para evitar que casos como os que estão acontecendo perpetuem e para tornar os próprios
cidadãos agentes fiscalizadores dos políticos, cobrando aquilo pelo qual foram eleitos, representar a
vontade da população nas decisões políticas.

2. As manifestações populares no Brasil como ferramenta de


mudança social
Vamos discutir agora sobre Movimentos Sociais.
Um ponto a se destacar aqui é: quero que você perceba como em muitos temas utilizarei os
mesmos recursos argumentativos para debatê-los. Por exemplo, lembra que no primeiro tema nós
falamos sobre cidadania e Aristóteles e o conceito de “Animal político”? Aqui nós também
poderemos fazer uso desses conhecimentos.

Brain Storm
o O que é exatamente um movimento social?

Segundo Alain Touraine, sociólogo francês, os movimentos sociais são ações sociais que permitem um
relativo progresso social. Esse sociólogo faz uma diferença entre as noções de “ação social” que é
relativa aos atores e dos “movimentos sociais”, referentes à mudança. Para que um movimento social
exista, segundo ele, é preciso ter bastantes indivíduos representando a sociedade, ter um movimento
duradouro e algo onde as pessoas compartilhem uma relativa identidade. Então, segundo Alain
Touraine, os movimentos sociais se caracterizam em três pontos fundamentais:

– o princípio de identidade: Quem luta?


– o princípio de oposição: Quem é o adversário?
– o princípio de totalidade: Por que lutar?

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Quando os três princípios estão juntos, isso gera uma “consciência coletiva”. Segundo ele, nos nossos
dias, não existe nenhum movimento que corresponda à sua definição de movimento social.

o Tipos de Direito:

Nesse debate podemos encaixar os DIREITOS POLÍTICOS (direitos de 2ª Geração, surgidos no


século XIX), que dizem respeito a todos os cidadãos serem possuidores do direito de se organizarem
em movimentos sociais para questionar as atividades políticas e exigir melhorias para a sociedade.

o Os movimentos sociais passaram a existir, sobretudo, para lutar contra os governos autoritários
de antigamente, a exemplo da Ditadura Militar. Hoje, esses movimentos tomaram novos parâmetros,
lutando contra as Desigualdades sociais, como os movimentos feministas, os movimentos dos negros e
os movimentos dos LGBTI+.
Esse tipo de manifestação é fundamental para que o cidadão participe ativamente da vida política, já
que o tipo de democracia que vivemos não é 100% direto, mas sim semidireto, Representativo com
algumas possibilidades de participação (como já foi falado no tema anterior).
Fonte: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/breve-historia-dosmovimentos-sociais-no-brasil/

o Um contexto histórico que pode ser utilizado nesse tema é a “PRIMAVERA DOS POVOS”,
isso porque outras revoluções famosas, como a Revolução Francesa, Americana, Gloriosa, Industrial
são sim movimentos que envolvem uma grande parcela da população, contudo, são movimentos que
são comandados pela camada mais rica da sociedade, a burguesia, em sua maioria. Com isso, a
Primavera dos Povos de 1848, Segundo o historiador Eric Hobsbawm, foi a primeira revolução
potencialmente global, tornando-se um paradigma de “revolução mundial”.
Fonte: teoriadourbanismo

Entre os anos de 1846 e 1848, uma sequência de péssimas colheitas provocou uma crise econômica
responsável pela elevação súbita do preço dos alimentos. Ao mesmo tempo, a diminuição de consumo
de produtos industrializados causou a demissão de operários nos centros urbanos. Com isso, toda a
economia capitalista europeia enfrentava um delicado processo de estagnação que daria origem aos
levantes que marcaram a chamada Primavera dos Povos.
Reagindo a esse quadro desfavorável, membros do operariado e do campesinato passaram a exigir
melhores condições de vida e trabalho. Aproveitando das novas tendências que surgiam, fizeram uma
forte oposição ao regime monárquico por meio de uma série de levantes.
Os revoltosos fizeram várias reuniões, mas a que mais se destacou foi o banquete público da oposição
de 22 de Fevereiro de 1848, que o governo tentou impedir que se realizasse. A burguesia afastou-se
dos operários, os quais juntamente com artesãos e estudantes, concentraram-se no local combinado.
Milhares de pessoas insatisfeitas com o desemprego e ressentidas pelas injustiças de que foram vítimas
sob uma legislação em que não têm voto, nem representação, desejando elevar o nível do trabalhador
ao nível do proprietário e do cidadão (através do ensino, do salário e da assistência universal do
Estado), queriam derrubar o governo do rei Luís Filipe, de seus ministros e de todo o sistema
econômico que os enriquecia a custa dos trabalhadores, porém não tinham um programa político
claro. No outro dia, o centro de Paris estava cheio de barricadas que assustaram os burgueses
moderados da oposição.
Fonte: teoriadourbanismo

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o Os movimentos sociais mudaram o contexto de algumas situações:
http://blog.wearehuman.com.br/4-movimentos-sociais-que-valem-apena-acompanhar/
A. Primavera Árabe: derrubou inúmeros governos ditatoriais no Oriente
Médio.
B. Caras Pintadas – 1992: Impeachment de Collor
C. Movimentos Feministas (Igualdade de gênero e de direitos)
Ex: Marcha das Margaridas, Greve Internacional das Mulheres (2018), 8 de Março de 1857- Greve das
mulheres e morte delas em uma fábrica nos EUA...
D. Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST): busca por reforma agrária.
E. Movimento Negro: Luta por igualdade social.

Exemplos de Conquistas:

São criados programas de cotas, iniciativas estaduais e municipais, e em 2003, a Secretaria Especial de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR).

A “Lei Caó”, de 1989, tipificou o crime de racismo no Brasil. Hoje, esse crime é imprescritível e
inafiançável no país. Além dessa lei, há a injúria racial (Art. 150, CP), que configura os casos de ofensa
à honra pessoal, valendo-se de elementos ligados à cor, raça, etnia, religião ou origem.

F. Movimento LGBTI+: Luta por igualdades sociais e civis.

Exemplos de Conquistas:

https://www.nexojornal.com.br/explicado/2017/06/17/A-trajet%C3%B3ria-e-asconquistas-
do-movimento-LGBT-brasileiro

o ‘HOMOSSEXUALIDADE NÃO É DOENÇA’.


o ‘ORIENTAÇÃO SEXUAL’
o VISIBILIDADE
o UNIÃO E CASAMENTO CIVIL
o REDESIGNAÇÃO SEXUAL
o NOME SOCIAL

É importante abordar, também, que os movimentos sociais atingiram outros patamares depois
do surgimento da internet. Contudo, ao mesmo tempo em que as redes sociais podem ajudar a
ampliar uma ideologia positiva e atingir mais pessoas, ela também pode gerar um quadro de pessoas
que apenas participam online das movimentações. Tal comodismo pode acarretar em um menor
envolvimento da população nas questões sociais, haja vista a ilusão de que se está praticando cidadania
apenas ao clicar e compartilhar um determinado assunto. Esse comportamento faz com que a
participação política real da sociedade entre cada vez mais em queda.

o Zygmunt Bauman pode definir essa menor participação política como a liquefação das relações
por causa das redes sociais.

Bem, essas foram algumas ideias que tive para aplicar nesse tema, espero que tenha ajudado de
alguma forma a criar mais argumentos para que você possa discutir, agora vamos colocar a mão na
massa!

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ROTEIRO
INTRODUÇÃO:

Grupo Gay da Bahia. Primavera Feminina. Movimento Negro. Não se pode negar o crescente
número de movimentos em busca de igualdades jurídicas, civis e sociais mundo afora. Dentro desse
contexto, no Brasil, cada vez mais grupos minoritários organizam-se para obter tais conquistas.
Contudo, um problema que vai de encontro a essa luta são os preconceitos sociais e a dificuldade de
se obter aquilo que é previsto pela Constituição brasileira. Diante disso, analisar o atual panorama é
fundamental para contornar essas desigualdades sociais. (TESE)

Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): Preconceitos enraizados na sociedade machista e


patriarcal brasileira.

Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): a dificuldade burocrática enfrentada por esses


grupos para conseguirem mudar sua realidade social.

Conclusão  Proposta de Intervenção:

Quem – quais agentes utilizar?


Mídia, Escola e Governo
O quê eles vão fazer?
A mídia vai instruir a população sobre os direitos e deveres do cidadão, sobre a importância de se
cumprir aquilo que é previsto pela Constituição.
A escola deve instigar mais a criticidade do estudante, a sua reflexão ética e trabalhar os diferentes
grupos existentes em uma sociedade, instigando o sentimento de empatia nos estudantes, construindo
uma população condescendente (tolerante; flexível; compreensivo) desde a base.
O Estado deve trabalhar para minimizar a burocracia existente na conquista de novas leis que atendam
os direitos das minorias.
IMPORTANTE SABER:
Quem trabalha com projetos de lei é o LEGISLATIVO, formado por Senadores, Deputados e
Vereadores. Contudo, apesar de eles serem os responsáveis por debaterem e votarem novas leis, não
são os únicos responsáveis por propor novas leis, até mesmo nós, como sociedade, por meio de uma
INICIATIVA POPULAR, podemos propor novas regulamentações.
Diante do exposto acima, os próprios Movimentos Sociais podem pressionar órgãos, como o
Ministério da Justiça e Cidadania, para que os direitos Constitucionais sejam aplicados na íntegra.
O Ministério da Justiça, órgão da administração pública federal direta, tem como área de competência
os seguintes assuntos:

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I - defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garantias constitucionais;
II - política judiciária;
III - direitos dos índios;
IV - políticas sobre drogas;
V - defesa da ordem econômica nacional e dos direitos do consumidor;
VI - nacionalidade, imigração e estrangeiros;
VII - ouvidoria-geral dos índios e do consumidor;
VIII- prevenção e repressão à lavagem de dinheiro e cooperação jurídica internacional;
XIX - defesa dos bens e dos próprios da União e das entidades integrantes da administração pública
federal indireta;
X - articulação, coordenação, supervisão, integração e proposição das ações governamentais e do
Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas nos aspectos relacionados com as atividades de prevenção,
repressão ao tráfico ilícito e à produção não autorizada de drogas e aquelas relacionadas com o
tratamento, a recuperação e a reinserção social de usuários e dependentes e ao Plano Integrado de
Enfrentamento ao Crack e outras Drogas;
XI - atuação em favor da ressocialização e da proteção dos dependentes químicos, sem prejuízo das
atribuições dos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD;
XII - política nacional de arquivos; e
XIII- assistência ao Presidente da República em matérias não afetas a outro Ministério.
Fonte: http://www.justica.gov.br/

Como – utilizando quais meios?


Palestras, campanhas educacionais, debates

Para quê – com qual intuito essas ações devem ser feitas?

Para construir um sentimento de empatia na sociedade como um todo e fazê-la um agente ativo na
busca pelo cumprimento dos pilares democráticos do país.

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REDAÇÃO
A Importância dos Movimentos Sociais – Nota: 960
Parada gay. Primavera feminista. Movimento negro. Não se pode negar o crescente número de
movimentos em busca de igualdades jurídicas, civis e sociais mundo afora. Dentro desse contexto, no Brasil,
cada vez mais grupos minoritários organizam-se para obter tais conquistas. Contudo, um problema que vai de
encontro a essas lutas é o preconceito e a dificuldade de se obter o que é previsto pela Constituição. Diante
disso, analisar o atual cenário brasileiro é fundamental para modificar as desigualdades.

É importante considerar, antes de tudo, a formação social das culturas, baseadas no patriarcalismo e no
machismo. Sob essa lógica, o preconceito presente no atual contexto encontra raízes medievais. Prova disso é a
persistência da ideia de inferioridade feminina, notória nas diferenças salariais entre homens e mulheres que
assumem mesmos cargos e nos elevados números de feminicídio. Além disso, o Brasil é o país que mais assina
LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) no mundo, segundo uma reportagem da revista Galileu, quadro
que demonstra as discrepantes realidades presentes no panorama brasileiro e ratifica a importância das
manifestações populares para modificar esse cenário segregacionista.

É válido ressaltar, ainda, que a burocracia contribui para a lenta modificação política e jurídica.
Seguindo essa linha de raciocínio, a inércia legislativa dificulta a conquista de direitos, principalmente das
minorias. Acerca dessa premissa, o movimento dos trabalhadores rurais luta para conseguir na prática a reforma
agrária em terras que não cumprem sua função social, algo previsto pela lei, contudo, dificilmente aplicado. Sob
esse aspecto, em consonância com o filósofo Aristóteles, o princípio de equidade, dar a cada um o que é
devido, de acordo com a Constituição de 1988, não é respeitado na íntegra. Nessa perspectiva, tal conjuntura
desencadeia inúmeros conflitos entre aqueles que buscam por mudanças sociais e os que são contra,
demonstrando a necessidade de reformulações jurídicas.

Entende-se, portanto, que as manifestações sociais encontram entraves devido aos pré-julgamentos
atrelados à papelocracia existente no país. Diante disso, para mitigar essa problemática é fundamental uma ação
conjunta, na qual a mídia será responsável por trabalhar o sentimento de empatia na população, por meio de
ficções engajadas que mostrem o quão plural é a sociedade e a importância de respeitar cada grupo, afirmando
a legalidade das manifestações populares na busca por garantir direitos constitucionais, a fim de mitigar os
preconceitos. Concomitantemente, cabe ao Ministério da Justiça e Cidadania fazer valer aquilo que está previsto
na lei, criando e fiscalizando regulamentos que respeitem as necessidades das minorias, atendendo às
reivindicações dos movimentos. Dessa forma, o país passará a respeitar os pilares democráticos na íntegra e a
sociedade não será mais excludente.

Perdi 40 pontos na competência 1 dessa redação, mas já corrigi os erros que foram apontados
pelo corretor. As marcações em azul servem para que você analise, não só nessa, mas em todas as outras
redações que você vai ler, os recursos coesivos utilizados para manter a coesão entre os parágrafos e
dentro deles também. A competência que irá analisar a sua coesão é a 4. Lembrando que, para você ter
uma coerência na sua redação (relativo a competência 3), é imprescindível que você valorize a coesão do
seu texto.

Na minha primeira apostila tem uma lista de conectivos que você pode laçar mão no seu texto,
mas deixarei aqui um link com outros recursos também:

https://www.todamateria.com.br/conectivos/

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3. Internet sem riscos, é possível?
Caraca, esse tema é bem interessante e difícil de falar, não acha? São vários os lados que
podemos abordar e várias ideias já começaram a pipocar aqui na minha cabeça, então, chega de
conversa e vamos trabalhar...

Brain Storm
o Links:

 https://cgi.br/lei-do-marco-civil-da-internet-no-brasil/
 https://www.significados.com.br/marco-civil-da-internet/
 https://monografias.brasilescola.uol.com.br/computacao/seguranca-na-internet.htm
 https://direitosbrasil.com/lei-carolina-dieckmann/
 https://www.oficinadanet.com.br/artigo/internet/direitos-e-deveres-na-internet
 https://www.gazetadopovo.com.br/tecnologia/webcam-espia-ameaca-mostrada-na-serie-black-
mirror-e-mais-comum-do-que-voce-imagina-3daa3lyhyu4ek7lv54h9gtqxe
 https://www.lumiun.com/blog/2017/11/crimes-ciberneticos-como-agir-em-caso-de-invasao-e-
roubo-de-dados/

Não sei você, mas toda vez que eu estudo coisas sobre o mundo cibernético me dá um calafrio na
espinha com um tanto de coisas bizarras que vejo. Dentro desse contexto, vamos apontar alguns
perigos que podemos encontrar nesse mundo para podermos argumentar na nossa redação.
1. Roubo de dados:
É algo que, infelizmente, se tornou muito comum na internet e, informações que deveriam ser
sigilosas, são repassadas para terceiros.
A falta de informação para navegar no mundo cibernético contribui para que muitas pessoas caiam
em armadilhas deixadas pelos sites e, com isso, acabam tendo seus dados roubados, situação que pode
gerar, algumas vezes, em prejuízos econômicos ou, até mesmo, prejuízo pessoal, como o que
aconteceu com a atriz global Carolina Dieckmann, a qual teve fotos íntimas vazadas na internet depois
de ter seu computador hackeado. Tal caso, inclusive, deu origem a Lei Carolina Dieckmann, que tenta
punir alguns crimes cibernéticos, porém, essa lei ainda tem muitas controversas.
IMPORTANTE DESTACAR: A DIFERENÇA ENTRE HACKER E CRACKER

"Hacker" e "cracker" podem ser palavras parecidas, mas possuem significados bastante
opostos no mundo da tecnologia. De uma forma geral, hackers são indivíduos que elaboram e
modificam softwares e hardwares de computadores, seja desenvolvendo funcionalidades novas
ou adaptando as antigas. Já cracker é o termo usado para designar quem pratica a quebra
(ou cracking) de um sistema de segurança.
Na prática, os dois termos servem para conotar pessoas que têm habilidades com
computadores, porém, cada um dos "grupos" usa essas habilidades de formas bem diferentes.
Os hackers utilizam todo o seu conhecimento para melhorar softwares de forma legal e nunca
invadem um sistema com o intuito de causar danos. No entanto, os crackers têm como prática a
quebra da segurança de um software e usam seu conhecimento de forma ilegal, portanto, são
vistos como criminosos.
As denominações foram criadas para que leigos e, especialmente a mídia, não confundissem os
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dois grupos. O termo "cracker" nasceu em 1985, e foram os próprios hackers que disseminaram
o nome em sua própria defesa. A ideia era que eles não fossem mais confundidos com pessoas
que praticavam o roubo ou vandalismo na internet.
Apesar dos termos serem mundialmente conhecidos, chamar alguns de “bons” e outros de
“maus” não agrada a todos. Há quem acredite que tanto o hacker quanto o cracker são
habilidosos e podem fazer as mesmas coisas, como o programador Vinicius Camacho “Uma
pessoa pode quebrar um software, como fazem os crackers, mas não usar as informações de
forma antiética. O oposto também pode acontecer: um hacker usar sua habilidade de forma
mal-intencionada”, conclui.
O que isso quer dizer? Isso significa que, para ele, o termo cracker, criado para denotar um
“Hacker do mal”, é bastante subjetivo. Para ele os termos mais corretos são os usados dentro
da ética hacker : “White Hat” (Chapéu Branco), “Black Hat” (Chapéu Preto) e “Gray Hat”
(Chapéu Cinza). Os hackers "Chapéu Branco" são pessoas interessadas em segurança e, na
maioria das vezes, usam suas habilidades a favor das empresas, sendo 100% éticos em suas
ações. São eles que ocupam os cargos de analista de sistema, especialista em TI ou outros
empregos na área de informática.
Já os hackers "Chapéu Preto" são criminosos e, normalmente, especializados em invasões
maliciosas de sites. Os hackers "Chapéu Cinza" têm as intenções de um Chapéu Branco, mas
suas ações são eticamente questionáveis.
Apesar dessa contradição dentro do próprio cenário de profissionais da segurança, ainda
muitos programadores aceitam os termos hacker e cracker como definições corretas. Diversos
Fóruns sobre programação, blogs de tecnologia, sites como Wikipedia e até dicionários
conceituam os hackers como profissionais do bem e crackers como criminosos.

Fonte: https://olhardigital.com.br/fique_seguro/noticia/qual-a-diferenca-entre-hacker-e-
cracker/38024

2. Pedofilia:
https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/delegada-faz-alerta-sobre-aumento-do-numero-de-casos-de-
pedofilia-via-internet-no-rio-veja-dicas-para-os-pais.ghtml
Não é de hoje que o acesso à internet está cada vez mais constante entre todas as faixas etárias
da população. Contudo, um problema alarmante e cada vez mais crescente na sociedade mundial,
inclusive no Brasil, é o crime de pedofilia.
Em uma sociedade cada vez mais atarefada e sem tempo, as crianças são deixadas à mercê dos
dispositivos eletrônicos e, devido à imaturidade infantil, essa camada acaba sendo alvo fácil no
ambiente virtual para os pedófilos.
A “Deep Web” é um território sem lei dominado por conteúdo ilícito de menores de idade
feitos para esses pedófilos.
É preciso uma orientação familiar muito grande e um controle parental para evitar que tal
crime continue crescendo.
3. Terrorismo:
Há alguns poucos anos fomos bombardeados de informações sobre como o Estado Islâmico
utilizou-se da internet para aterrorizar o mundo. Nessa linha de raciocínio, o grupo terrorista fez uso

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das redes sociais para conquistar cada vez mais adeptos a sua ideologia no mundo todo. Esse cenário
gerou um caos maior do que o já existia e desencadeou um crescente medo na população Europeia,
uma das principais rotas dos imigrantes, aumentando, assim, os casos de xenofobia.
https://www.dn.pt/mundo/interior/os-terroristas-exploraram-todas-as-vulnerabilidades-da-internet-
8511065.html
http://www.raidbr.com.br/blog/conheca-o-poder-dos-terroristas-na-internet.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/hackers-declaram-guerra-ao-estado-islamico-vamos-
encontra-los.html
4. Ciberbullying:
O termo “Bullying” não é tão recente e a prática é menos ainda. No entanto, com a internet e as
redes sociais, o bullying passou a ser cibernético. Tão, ou até mais, destrutivo quanto o bullying físico,
os ataques virtuais destroem o psicológico da vítima e, muitas vezes, pode gerar conseqüências graves,
como o suicídio.
Ao se sentir protegido atrás de uma tela de computador, celular ou tablet, os agressores não tem
medo em atacar suas vítimas e, com as poucas leis que abarcam o mundo cibernético, esses
transgressores, geralmente, saem impunes, dando margem para que pratiquem sempre mais e mais
violências.
o Agora vamos para a parte que mais gosto: usar filmes e séries para deixar nossa argumentação
bem criativa.

A. 13 Reasons Why
Sério, não tem como não citar essa série kkk Porém, não irei me alongar em explicá-la porque você já
a conhece.
B. Cyberbully
É um filme que trata muito bem dessa realidade. Vou deixar um link com uma análise sobre ele:
http://www.gemeasescritoras.com/2015/07/dica-de-filme-no-netflix-cyberbully.html
E aqui vai mais uma lista de 10 filmes que trabalham essa temática
https://canaldoensino.com.br/blog/10-filmes-sobre-bullying-que-voce-deveria-assistir

Acredito que já dei inúmeras ideias de problemas que podem ser citados na sua argumentação, então
agora vamos para o nosso roteiro!

ROTEIRO
INTRODUÇÃO:

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Ciberbullying. Pedofilia. Terrorismo. O surgimento da internet trouxe inúmeras oportunidades
para o mundo, a exemplo da maior integração entre os países e as pessoas e o aumento da velocidade
dessas relações. Contudo, apesar de ser um avanço, o mundo cibernético ainda é pouco fiscalizado e
isso contribui para a disseminação de muitos crimes que ultrapassam as barreiras virtuais. Diante disso,
analisar as falhas presentes nesse novo ambiente é fundamental para torná-lo mais seguro. (TESE)
Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): O desconhecimento da população para utilizar a
internet de forma segura.
Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): A falta de leis que abarquem o novo mundo de
interações.

Conclusão  Proposta de Intervenção:


Quem – quais agentes utilizar?
Mídia , Escola e Governo
O quê eles vão fazer?
Instruir a população sobre os perigos que existem na internet, sobre os riscos que as crianças, e até
mesmos os adultos, estão à mercê quando não conhecem a ferramenta que estão utilizando e acabam
passando informações demais para possíveis criminosos.
O governo é responsável por criar mais leis voltadas para o mundo da internet.
VOCÊ SABIA???
Já existem algumas leis que abrangem o ambiente virtual, segue o link para que você as conheça
melhor:
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2012/12/leis-que-garantem-punicao-para-crimes-na-
internet-sao-sancionadas
https://istoe.com.br/354777_A+INTERNET+AGORA+TEM+LEI/
É interessante analisar, na sua argumentação e depois ratificar na sua proposta: “ué, se existe lei,
por que há tanto crime no mundo virtual?”
O que falta para essas leis funcionarem?
Em cima dessa falha governamental você irá abordar a sua proposta.

Como – utilizando quais meios?


Mídia: campanhas publicitárias, ficções engajadas, programas de TV, como o Fantástico, por
exemplo.
Escola: orientação aos estudantes e, principalmente, à família, o controle parental é essencial no
combate de alguns crimes na internet, como o ciberbullying e a pedofilia.
Governo: o Ministério da Justiça e Cidadania poderia ser um dos órgãos públicos citados para
propor novas leis e fiscalizar as já existentes.

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Para quê – com qual intuito essas ações devem ser feitas?
Governo: Para punir os desviantes das normas e, consequentemente, coibir reincidências dos
crimes.
Mídia e escola: informar à população sobre o ambiente que elas freqüentam, para, dessa forma,
preveni-las de possíveis crimes nesse meio.

4. A questão do lixo na sociedade brasileira

Esse tema envolve muito o assunto “Meio Ambiente”, um tema interessante, importante e muito
cotado para cair no Enem!

Então, vamos logo debater sobre ele 

Brain Storm
o Links:
 http://www.comunicaquemuda.com.br/dossie-lixo/o-lixo-no-brasil/
 https://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/ambiente-se/brasil-produz-lixo-como-primeiro-
mundo-mas-faz-descarte-como-nacoes-pobres/
 https://exame.abril.com.br/brasil/os-numeros-malcheirosos-da-gestao-de-lixo-no-brasil/
 https://www.otempo.com.br/capa/economia/brasil-perde-r-120-bilh%C3%B5es-por-ano-ao-
n%C3%A3o-reciclar-lixo-1.1423628
 https://novaescola.org.br/conteudo/6250/ilha-das-flores-o-descaso-com-o-lixo-e-a-ampla-
desigualdade-social
 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/o-lixo.htm
 http://www.ambientelegal.com.br/catadores-de-lixo-parte-da-solucao/
 http://www.politize.com.br/meio-ambiente-e-os-municipios-os-principais-desafios/
 http://www.politize.com.br/direitos-e-deveres-cidadao/
 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/o-capitalismo-sociedade-consumo.htm
 https://www.infoescola.com/filosofia/o-fetichismo-da-mercadoria-na-obra-de-karl-marx/
 https://projetocolabora.com.br/saneamento/festival-lixo-
zero/?utm_source=Colabora&utm_campaign=751ca5f35a-
EMAIL_CAMPAIGN_2018_08_15_08_57&utm_medium=email&utm_term=0_7b4d6ea50c-
751ca5f35a-417973665

Haja informação, não é? É um tema muito amplo e que dá para falar tanta coisa, mas vou tentar
afunilar mais essas opções!
o Geografia

Um tema que pode (e deve) ser abordado na questão do lixo produzido pela sociedade
contemporânea é a OBSOLESCÊNCIA PROGAMADA.

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E o que seria isso?
Bem, na 2ª Revolução Industrial os produtos eram feitos por uma linha de produção e a lógica era
fazer muito de uma mesma coisa, só que, apesar de não haver tanta variedade de um mesmo produto,
a qualidade deles era muito grande e a durabilidade era gigantesca, esse é o modelo produtivo de
Henry Ford, o qual ficou conhecido como FORDISMO. Tal modelo produtivo, em termos
qualitativos, era excelente, no entanto, economicamente falando, isso é péssimo para as indústrias
(empresas), haja vista que uma vez que você adquire um produto e ele é útil para você por muito
tempo, não faz sentido você comprar mais, correto?
Então as empresas começaram a pensar nisso e no prejuízo que estavam tendo.
Diante do exposto, em uma época depois da Grande Depressão de 1929 (que teve como uma de
suas causas a super produção e estoques cheios), as empresas começaram a diminuir a vida útil dos
seus produtos PROPOSITALMENTE, gerando na sociedade a necessidade de estar sempre trocando
seus aparelhos.
Outra coisa bizarra que também segue essa lógica é a OBSOLESCÊNCIA PSICOLÓGICA. Essa
está atrelada muito à ideia de Propagandas e Indústria Cultural, ou seja, mesmo que você tenha um
objeto bom, quando surge um novo, a necessidade de comprá-lo fala muito mais alto. Isso se deve, em
grande parte, pela forte propaganda investida para induzir os consumidores a comprarem cada vez
mais e mais.

Okay, eu entendi os termos, sei que a gente estuda isso em Geografia e Sociologia, mas o que isso
tem a ver com o lixo?

Ué, TUDO!!!

Quanto mais você consome, mais lixo você gera e se não existe uma coleta de lixo responsável no
seu país, isso faz com que surjam vários lixões a céu aberto cheio de itens que podem contaminar solo,
água e ar.

Tenso, não é? E é exatamente isso que acontece!

Existe um termo, trabalhado pelo autor Karl Marx, chamado Fetichismo de mercadoria que pode
ser associado à obsolescência psicológica. Mas, quem fala mais sobre o termo de Fetichismo e
indústria cultural é o Adorno (desculpa a intimidade de chamar pelo primeiro nome).

Deixarei um link especialmente sobre isso abaixo:

https://medium.com/@leonardo_vaz/o-fetichismo-na-ind%C3%BAstria-cultural-segundo-t-w-adorno-
d771d3662f13

o Referências Culturais

A. WALL-E
Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o
planeta e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos,
com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último desses robôs, que se mantém em
funcionamento graças ao auto-conserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente
no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao
realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno
robô: Eva.

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O interessante desse filme é abordar tanto a temática do lixo, quanto a obsolescência dos
eletrônicos, porque a Eva é uma versão bem mais nova e tecnológica que o Wall-E e o abandono
desse robozinho na Terra exemplifica aquilo que falamos sobre a Obsolescência Psicológica.
B. ILHA DAS FLORES
Esse documentário é super antigo, porém, não deixa de ser uma boa referência, até porque, serve
para que você faça uma comparação das décadas passadas e das atuais. Dentro disso, a gente se
questiona: o que estamos fazendo para mudar essa situação?
https://jornalggn.com.br/noticia/o-texto-completo-do-documentario-ilha-das-flores-de-jorge-furtado

C. LIXO EXTRAORDINÁRIO
A resenha desse filme nesse blog é muito boa, vale a pena dar uma conferida:
http://helenfarias.blogspot.com/2013/10/resenha-do-filme-lixo-extraordinario.html
o Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e
contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos
principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos
resíduos sólidos.
Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos
de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da
reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou
reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser
reciclado ou reutilizado).
Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes,
importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos
sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.
Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de
planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano e municipal;
além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que
concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e
reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.
Além disso, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do Plano Nacional
sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em 2015.

o Os 5 R’s (Reciclar, Reduzir, Reutilizar, Repensar, Rejeitar)

Reciclagem é um termo utilizado para indicar o reaproveitamento ou a reutilização de um


material que por algum motivo foi rejeitado. A partir da reciclagem diminuem a quantidade de

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lixo que é jogada na natureza e a quantidade de energia e de matéria-prima que é utilizada para
a produção de novos produtos.

No Brasil, cerca de 240 mil toneladas de lixo são produzidas diariamente, sendo que apenas 2%
desse lixo é reciclado. Agora se somarmos toda a produção mundial de lixo diário, veremos
números assustadores.

É extremamente importante que nossos alunos se conscientizem e tenham ações práticas que
reduzam o seu impacto sobre o planeta Terra. Para isso é imprescindível que eles saibam o que
significam os 5 Rs (repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar). Abaixo listaremos o
significado dos 5 Rs e como o professor pode trabalhá-los em sala de aula.

1º R: Repensar. É muito importante repensar hábitos de consumo e descarte. Será que o que
você está comprando é algo de que realmente necessita? Será que algumas vezes você consome
por impulso e acaba cometendo desperdício? Ao invés de comprar algo novo, você não poderia
reaproveitar algo que já tem? Você compra um tênis, um computador, uma peça de roupa nova,
mas o que você faz com os antigos? Você os reaproveita ou joga no lixo comum? Como você
descarta o lixo na sua casa? Você separa embalagens, matéria orgânica e óleo de cozinha usado,
jogando no lixo apenas o que não for reutilizável ou reciclável? Essas e outras perguntas podem
ser feitas aos alunos a fim de que eles repensem a maneira como estão consumindo e também
como estão descartando o lixo que produzem.

2º R: Reduzir. Consumir menos produtos, dando preferência aos que tenham maior
durabilidade. Uma forma de reduzir é: adquirir refis de produtos; escolher produtos que
tenham menos embalagens ou embalagens econômicas; dar prioridade às embalagens
retornáveis; adquirir produtos a granel; ter sempre sua sacola de compras ao invés de utilizar
as sacolinhas de plástico; usar a criatividade e fazer bijuterias, brinquedos e presentes
personalizados utilizando materiais recicláveis; utilizar pilhas recarregáveis ao invés de pilhas
alcalinas; utilizar lâmpadas econômicas, etc.

3º R: Recusar. Quando você recusa produtos que prejudicam a saúde e o meio ambiente está
contribuindo para um mundo mais limpo. Prefira produtos de empresas que tenham
compromisso com o meio ambiente e sempre fique atento às datas de validade dos produtos.
Recuse sacos plásticos e embalagens não recicláveis, aerossóis e lâmpadas incandescentes.

4º R: Reutilizar. Ao reutilizar, você estará ampliando a vida útil do produto, além de


economizar na extração de matérias-primas virgens. Muitas pessoas criam produtos artesanais
a partir de embalagens de vidro, papel, plástico, metal, cd’s, etc. Utilize os dois lados do papel
e faça blocos de rascunho, pois, assim, você preserva muitas árvores.

5º R: Reciclar. Ao reciclar qualquer produto reduz-se o consumo de água, energia e matéria-


prima, além de gerar trabalho e renda para milhares de pessoas. Faça a coleta seletiva e
contribua com um mundo mais sustentável.

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Após esclarecer e discutir com os alunos o significado dos 5 Rs, o professor pode propor um
seminário, no qual os alunos apresentarão às outras turmas da escola o que aprenderam e quais
atitudes práticas devemos tomar no dia a dia para termos um mundo mais sustentável.

Fonte: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/educacao-ambiental-os-5-rs.htm

ROTEIRO
INTRODUÇÃO:
Na animação Wall-E é retratada uma sociedade que vive no espaço devido ao planeta Terra ter
sido tomado por lixo e gases tóxicos. Apesar de ser uma ficção, o longa não se afasta muito da atual
realidade mundial, tendo em vista que um dos maiores problemas contemporâneos é o descarte
irregular de lixo. Nesse contexto, no Brasil, o consumo exagerado atrelado à ineficácia de políticas
públicas contribui para a persistência dessa problemática. Diante disso, analisar as causas dessas falhas
é fundamental para contornar essa realidade. (TESE)
Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): O consumo exagerado atrelado ao pouco
investimento na Educação ambiental dentro das escolas.
Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): A ineficácia das leis existentes para lidar com essa
problemática.
Conclusão  Proposta de Intervenção:
Quem – quais agentes utilizar?
Mídia , Escola e Governo
O quê eles vão fazer?
Mídia e Escola: Instruir a população sobre os perigos existentes em decorrência do descarte irregular
de lixo: doenças, inundações, dentre outros. Além disso, o lixo contamina rios, solos e ar,
contribuindo para a proliferação da poluição.
Governo: O Ministério do meio ambiente é responsável por fiscalizar as leis já existentes e por
implementar a Educação Ambiental dentro dos locais de ensino.
Como – utilizando quais meios?
Palestras, campanhas educacionais, debates, dando subsídios para OGN’s como a WWF,
GrennPeace, dentre outras, fiscalizar as empresas, indústrias e todos os atores responsáveis pelo
descarte irregular dos lixos. Deve, também, fazer parcerias com as prefeituras para aumentar a frota de
veículos que recolham lixo por coleta seletiva.
Para quê – com qual intuito essas ações devem ser feitas?
No intuito de mitigar os impactos ambientais ocasionados por esse descarte irregular. Além de
melhorar a saúde da população, haja vista que as doenças transmitidas por causa disso serão
erradicadas e, ainda, melhorar a economia, já que a reutilização e reciclagem de materiais colaboram
muito para diminuir gastos e para gerar lucros.

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REDAÇÃO
A questão do lixo na sociedade brasileira – Nota: 960

Algumas redações eu deixarei digitada e outras colocarei a imagem dela com a minha própria letra,
para que vocês acreditem que realmente cabe tudo em 30 linhas (eu sei que é difícil de acreditar!)
Nesse tema perdi 20 pontos na competência 1 e 20 na competência 4 – o corretor disse que eu repeti
o conectivo “Diante disso” – é importante ficar de olho nisso, porque geralmente passa despercebido por
nós na hora da escrita. Em relação a 1ª competência, errei algumas concordâncias também.

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5. Preconceito Linguístico
Esse é um dos temas mais difíceis que já escrevi, mas é importante falar sobre ele, porque é um
dos Top Temas para o Enem desse ano!

Brain Storm
o Links:

 https://www.cartacapital.com.br/politica/preconceito-que-cala-lingua-que-discrimina
 https://plenarinho.leg.br/index.php/2017/04/23/todas-as-linguas-do-brasil/
 http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=3053&catid=2
8&Itemid=39
 https://www.vice.com/pt_br/article/7xda7a/corrigir-portugues-preconceito-linguistico
 https://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/1-minuto-com-augusto-nunes-depois-de-13-anos-o-
brasil-voltou-a-ser-governado-por-alguem-que-sabe-falar-portugues/
 https://www.conjur.com.br/2012-abr-22/lima-barreto-republica-bruzundangas-formalismo-
literario
 https://www.todamateria.com.br/etnocentrismo/

o Literatura:
Esse assunto foi e é muito recorrente na Literatura, o que é muito bom para você utilizar como
referência cultural no seu texto e, para, também, dar um “check” na 2ª Competência, responsável por
avaliar a sua Interdisciplinaridade.
Quais escolas literárias podemos utilizar?
A. QUINHETISMO
A literatura de 1500 não é bem uma escola literária, é mais um acervo historiográfico escrito pelos
escrivães que viajavam nos navios para reportarem à Coroa europeia sobre as novas terras
conquistadas.
E por que ela é uma fonte para ser citada nesse tema de preconceito linguístico, Allana?
Logo no início da colonização portuguesa os colonos portugueses ao chegarem às novas terras
subjugaram as populações que já existiam nesse território. Prova disso foi a catequização dos índios
aqui no Brasil. Nessa época, um dos mais notórios representantes dessa dominação foi o Padre José
de Anchieta, o qual fez uso da Literatura jesuítica para educar os aborígenes de acordo com a cultura
europeia. No início, a língua utilizada por esses Padres era a própria língua do índio, contudo, depois
de certo tempo, o próprio português passou a ser utilizado como língua oficial da colônia, ação que
contribuiu para o desaparecimento de vários falares nativos existentes.
Nesse fragmento de texto escrito por Pero de Magalhães de Gângavo, um cronista português de
1576, demonstra o preconceito por parte do povo europeu ao lidar com novas culturas:
A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R,
coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente,
sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.
GÂNGAVO, P M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos
Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado)

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B. PARNASIANISMO
O Parnasianismo foi uma escola literária que surgiu por volta de 1882 e durou até meados de
1922.
Essa geração de autores valorizava demais a Perfeição Formal, então, usavam e abusavam de uma
métrica regular, rimas ricas e preciosas, versos e formas clássicas, dentre outras características. Diante
de tais traços, é lógico imaginar que o português prezado pelos poetas dessa época era o mais culto e
mais difícil possível. Nesse contexto, trabalhar com as palavras era o que se tinha de mais valioso, os
artistas valorizavam a arte pela arte e nada além disso, ou seja, não havia envolvimento político ou
social dessa camada (lógico que existem exceções à regra, contudo, falaremos da regra geral), logo,
falar do próprio fazer artístico enaltecendo as palavras era bastante presente nesse momento.
Achei interessante abordar essa escola pelo fato de ela engrandecer a escrita tipicamente difícil,
como rimar classes gramaticais diferentes, planejar cada palavra de um poema a ponto de que ele fique
com uma métrica perfeita. Tal ação, mesmo que não propositalmente, exclui os outros falares
presentes no Brasil nessa época e perpetua uma característica presente desde a colonização, como
vimos antes, o preconceito linguístico para com aqueles que não são falantes do português culto.
Diferente do que aconteceu na Europa, o Parnasianismo foi uma escola que teve muito sucesso e
durou um bom período aqui no Brasil. Muitas vezes as pessoas lotavam teatros para ouvir os poetas,
sem, contudo, entender aquilo que eles diziam. Tal realidade demonstra uma cultura de “quanto mais
difícil uma pessoa fala, mais valorizada e respeitada ela é”. Prova disso, nos dias atuais, foram algumas
divulgações feitas elogiando o português do atual presidente, quando ele assumiu o governo, em
detrimento dos outros líderes que já haviam estado no poder, a exemplo da fala do jornalista Augusto
Nunes da Revista Veja, em 2017:

“No primeiro discurso como presidente, Michel Temer mostrou que trata o idioma com
bastante carinho. Eis aí uma notícia animadora: depois de 13 anos, o Brasil voltou a ser
governado por alguém que sabe falar português.”

Na visão do sociolinguista Eduardo Cabulcci:


"Afirmar que agora nós temos um presidente que sabe falar português é tão equivocado.
Mesóclise é um tipo de construção ultraformal e completamente distante da realidade da
população brasileira. Eu acredito que um presidente deva falar de uma maneira que ele seja
compreendido pelas pessoas. Escolher uma mesóclise para se comunicar é dar um exemplo de
autismo linguístico, ou seja, alguém que não soube escolher a expressão adequada à situação de
comunicado. Isso é um erro muito mais grave do que escrever pretensioso com c."

Como podemos perceber o português culto ainda é muito valorizado. Todavia, a partir do
momento que tal forma de falar subjuga outras, isso se torna preconceito e, muitas vezes,
discriminação e marginalização de determinados grupos.
Outros exemplos que corroboram tal premissa são os próprios comentários em algumas redes
sociais que depreciam algumas pessoas apenas pela sua forma de falar, como, por exemplo, o seguinte:
“deixei de ler sua opinião no momento que li ‘agente’ no lugar de ‘a gente’”. Tal conduta constitui-se
como um ideal etnocêntrico, haja vista que ela perpetua posturas como as que os portugueses tiveram
assim que chegaram ao Brasil.

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Quantas vezes nós mesmos, estudantes, não assumimos essa postura preconceituosa diante uma
pessoa que não falava dentro das regras gramaticais “corretas” ou, até mesmo, diante de pessoas que
possuíam um dialeto diferente do nosso?
Algo a se pensar, não é mesmo?

C. MODERNISMO
Não poderíamos, de jeito nenhum, falar sobre preconceito linguístico e não comentar sobre a
escola Modernista.
Iniciada com a Semana de 22, essa escola vem romper com todos os padrões estéticos trabalhados
em todas as anteriores, principalmente o Parnasianismo e, algumas vezes, o Romantismo.
Sabe aquele português culto e altamente trabalhado que vimos ser ultravalorizado pelos
parnasianos? Esqueça!
Os modernistas vão mostrar que valoroso mesmo é enaltecer o português falado pelo povo, aquele
informal, coloquial, mas compreendido por todos.
As temáticas mais abordadas por esse período:
 Dessacralização da Arte
 Nacionalismo Crítico
 Liberdade de criação: sem mais métricas, rimas, musicalidade, poesias cheias de palavras que
combinam e que deixavam de lado a importância social ou pouco possuíam
representatividade.
A 1ª Geração do Modernismo é conhecida por sua agressividade, por demolir toda a arte clássica
anterior e engrandecer o cotidiano brasileiro.
A Semana de Artes Modernas, em 1922, é o marco inicial do Modernismo no Brasil e é vista
como uma Independência Cultural do País, para se ver livre das dominações impostas pelos modelos
europeus.
Logo, os artistas dessa época trabalharão muito com o conceito de Poesia Antropofágica, ou seja:
absorver tudo o que vem de fora “deglutir e vomitar” cultura brasileira.
Como exemplo de tal conduta, Manuel Bandeira escreveu esse poema com uma crítica ao Lirismo
Parnasiano e ao Lirismo Romântico:
Poética

Estou farto do lirismo comedido


Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr.
diretor.

Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção

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Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar & agraves mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.
- Não quero saber do lirismo que não é libertação.
Manuel Bandeira BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de janeiro: José Aguilar, 1974.

Oswald de Andrade também foi um dos artistas mais importantes dessa escola e falou em suas
poesias sobre a dominação portuguesa sob os indígenas, subjugando toda uma cultura.
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Andrade, O. In: Faraco & Moura. Língua e Literatura. v.3


São Paulo: Ática, 1995. p. 146-147.

Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Oswald de Andrade ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1972.

Passado um pouco a euforia da 1ª fase Modernista e todo o seu envolvimento com a estética,
surge, por volta da Década de 1930, a 2ª Fase dessa corrente. Esse período vai ter um caráter bem
mais social e político, devido a todo o contexto histórico vivido na época (Getúlio Vargas no Brasil, 2º
Guerra Mundial, Nazi-Fascismo) e os artistas experimentam uma liberdade muito maior e
aprofundam as conquistas da 1ª geração.
Falar sobre o Modernismo no tema sobre Preconceito Linguístico é interessante porque foi a
partir dessa corrente que os artistas começaram a discutir as diversas formas de falar do povo, não só
da elite.

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É válido destacar aqui que em momento nenhum estamos defendendo uma forma de falar em
detrimento de outra, é óbvio que o português culto é importante e necessário, até mesmo na nossa
redação do Enem, já que é, inclusive, uma das competências da prova. Todavia, não é só porque
estudamos e sabemos algumas regras gramaticais que isso nos dá o direito de discriminar pessoas que
não tem a mesma oportunidade que estamos tendo.
o Etnocentrismo e Xenofobia
Lembra que falei no tópico do Parnasianismo sobre etnocentrismo?
Vamos explicar o conceito agora:

Etnocentrismo é um substantivo masculino de raiz grega, formado pelo prefixo "ethnos"


que significa nação, tribo, raça ou povo, mais o sufixo "centrismo", que sugere centro.

Etnocentrismo é um conceito da Antropologia definido como a visão demonstrada por alguém


que considera o seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo, portanto, num plano mais
importante que as outras culturas e sociedades.
O termo é formado pela justaposição da palavra de origem grega "ethnos" que significa "nação,
tribo ou pessoas que vivem juntas" e centrismo que indica o centro.
Um indivíduo etnocêntrico considera as normas e valores da sua própria cultura melhores do
que as das outras culturas. Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá
origem a preconceitos e ideias infundamentadas.

Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento dos diferentes hábitos
culturais, levando ao desrespeito, depreciação e intolerância por quem é diferente, originando
em seus casos mais extremos, atitudes preconceituosas, radicais e xenófobas.

Fonte: https://www.significados.com.br/etnocentrismo/

A xenofobia está relacionada com diversos tipos de conceitos que englobam a discriminação,
formada pelo sentimento de superioridade entre os seres humanos.

A xenofobia corresponde a um problema social baseado na intolerância e / ou discriminação


social, frente a determinadas nacionalidades ou culturas.
A xenofobia gera violência entre as nações do mundo, desde humilhação, constrangimento, e
agressão física, moral e psicológica. Tudo isto promovido principalmente pela não aceitação
das diferentes identidades culturais.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/xenofobia/

• Desigualdade Social e Dominação pela Língua


Um autor muito famoso que discute essa temática é o Marcos Bagno.
Deixarei uma reportagem do site “Brasil de Fato” que fala exatamente sobre essa questão do
Preconceito Linguístico ser derivado de diversos outros pré-julgamentos existentes e sobre como ele
acarreta uma dominação política:

Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a ideologia de exclusão social e de
dominação política pela língua, típica das sociedades ocidentais. “Podemos amar e cultivar nossas línguas,

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mas sem esquecer o preço altíssimo que muita gente pagou para que elas se implantassem como idiomas
nacionais e línguas pátrias”.

O preconceito linguístico é um preconceito social. Para isso aponta a afiada análise do escritor e
linguista Marcos Bagno, brasileiro de Minas Gerais. No Brasil, tornou-se referência na luta pela
democratização da linguagem e suas ideias têm exercido importante influência nos cursos de Letras e
Pedagogia.

A importância de atingir esse meio, segundo ele, é que o combate ao preconceito linguístico passa
principalmente pelas práticas escolares: é preciso que os professores se conscientizem e não sejam eles
mesmos perpetuadores do preconceito linguístico e da discriminação. Preconceito mais antigo que o
cristianismo, para Bagno, a língua desde longa data é instrumentalizada pelos poderes oficiais como um
mecanismo de controle social. Dialeto e língua, fala correta e incorreta: na entrevista concedida a
Desinformémonos, ele desnaturaliza esses conceitos e deixa à mostra a ideologia de exclusão e de
dominação política pela língua, tão impregnada nas sociedades ocidentais.

“A língua é um dialeto com exército e marinha”, Max Weinreich

O controle social é feito oficialmente quando um Estado escolhe uma língua ou uma determinada
variedade linguística para se tornar a língua oficial. Evidentemente qualquer processo de seleção implica
um processo de exclusão. Quando, em um país, existem várias línguas faladas, e uma delas se torna
oficial, as demais línguas passam a ser objeto de repressão.

É muito antiga a tradição de distinguir a língua associada ao símbolo de poder dos dialetos. O uso do
termo dialeto sempre foi carregado de preconceito racial ou cultural. Nesse emprego, dialeto é
associado a uma maneira errada, feia ou má de se falar uma língua. Também é uma maneira de distinguir
a língua dos povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas de falar dos povos selvagens.
Essa forma de classificação é tão poderosa que se erradicou no inconsciente da maioria das pessoas,
inclusive as que declaram fazer um trabalho politicamente correto.

De fato, a separação entre língua e dialeto é eminentemente política e escapa aos critérios que os
linguistas tentam estabelecer para delimitar dita separação. A eleição de um dialeto, ou de uma língua,
para ocupar o cargo de língua oficial, renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de
língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser. A referência do que vem de cima, do
poder, das classes dominantes, cria aos falantes das variedades de língua sem prestígio social e cultural
um complexo de inferioridade, uma baixa auto-estima linguística, a qual os sociolinguistas catalães
chamam de “auto-ódio”.

Falar de uma língua é sempre mover-se no terreno pantanoso das crenças, superstições, ideologia e
representações. A Língua é um objeto criado, normatizado, institucionalizado para garantir a unidade
política de um Estado sob o mote tradicional: “um país, um povo, uma língua”. Durante muitos séculos,
para conseguir a desejada unidade nacional, muitas línguas foram e são emudecidas, muitas populações
foram e são massacradas, povos inteiros foram calados e exterminados. No continente americano, temos
uma história tristíssima de colonização construída sobre milhares de cadáveres de indígenas que já
estavam aqui quando os europeus invadiram suas terras ancestrais e dos africanos escravizados que
foram trazidos para cá contra sua vontade.

Não podemos esquecer que o que chamamos de “língua espanhola”, “língua portuguesa”, ou “língua
inglesa” tem um rico histórico, não é algo que nasceu naturalmente. Podemos amar e cultivar essas
línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita gente pagou para que elas se implantassem como
idiomas nacionais e línguas pátrias.

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Breve histórico linguístico da América Latina

A história linguística da América Latina foi e é marcada por muita violência contra as populações não-
brancas, em todos os sentidos, dos massacres propriamente ditos, passando pela escravização e
chegando aos dias de hoje com a exclusão social e o racismo.

No caso específico das línguas, as potências coloniais (Portugal e Espanha) se empenharam


sistematicamente em impor suas línguas. As situações variam de país a país. Na Argentina, por exemplo,
depois da independência, o governo traçou um plano explícito de extermínio dos indígenas, a chamada
“Conquista do Deserto”, pagando em dinheiro às pessoas que levassem escalpos como prova do
assassinato. Com isso, a população indígena da Argentina, principalmente do centro para o sul,
desapareceu quase completamente, e com ela suas línguas.

No Peru e na Bolívia, a língua quéchua, que era uma espécie de idioma internacional do império inca, é
muito empregada até hoje, havendo mesmo comunidades mais isoladas cujos falantes não sabem falar
espanhol.

No Brasil, o trabalho de imposição do português foi muito bem feito, de maneira que é a língua
homogênea da população. O extermínio dos índios fez desaparecer centenas de línguas: hoje sobrevivem
cerca de 180, mas faladas por muito pouca gente, algumas já em vias de extinção. Durante boa parte do
período colonial, a língua mais usada no Brasil foi a chamada “língua geral”, baseada no tupi antigo, que os
jesuítas empregaram para catequizar os índios. Com a expulsão dos jesuítas no século XVIII e a
proibição do ensino em qualquer língua que não fosse o português, a língua geral desapareceu. É uma pena
que não tenhamos uma riqueza linguística como no México, que possui mais de 50 línguas diferentes,
sendo que o nahua é falado por cerca de 1 milhão de pessoas. Ainda assim, essas minorias linguísticas no
Brasil estão cada vez mais reconhecendo seus direitos e lutando por eles.

Quanto às línguas africanas no Brasil, elas não puderam sobreviver porque os portugueses tomavam
cuidado para separar as famílias em lotes diferentes bem como os falantes de uma mesma língua, de
modo que fossem obrigados a aprender o português para se comunicar entre si e com os brancos. Mesmo
assim, as línguas africanas, sobretudo as do grupo banto, influíram fortemente na formação do
português brasileiro, fazendo com que ele se tornasse o que é hoje, uma língua bem diferente do
português europeu.

No Paraguai, como não houve expulsão dos jesuítas, a língua geral empregada por eles, o abanheenga
(guarani), permanece até hoje como elemento importante da vida dos paraguaios, que são bilíngues em
sua maioria: espanhol e guarani.

Falar errado? Para quem?

Também existe uma ideologia linguística que não é oficializada, mas que ao longo do tempo se
instaura na sociedade. Em qualquer tipo de comunidade humana sempre existe um grupo que detém o
poder e que considera que seu modo de falar é o mais interessante, o mais bonito, é aquele que deve ser
preservado e até imposto aos demais.

Nas sociedades ocidentais as línguas oficiais sempre foram objetos de investimento político. As
línguas são codificadas pelas gramáticas, pelos dicionários, elas são objetos de pedagogias, são
ensinadas. Claro que essa língua que é normatizada nunca corresponde às formas usuais da língua, sempre
há uma distância muito grande entre o que as pessoas realmente falam no seu dia-a-dia, na sua vida
íntima e comunitária, e a língua oficializada e padronizada.

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A questão da língua é a única que une todo o espectro linguístico, ou seja, a pessoa da mais extrema
esquerda e da mais extrema direita geralmente concordam, por exemplo, diante da afirmação de que os
brasileiros falam português muito mal. É uma ideologia muito antiga, eu digo que é uma religião mais
antiga que o cristianismo, porque surgiu entre os gramáticos gregos 300 anos antes de Cristo e se
impregnou na nossa cultura ocidental de maneira muito forte.

Entretanto, ao mesmo tempo em que as classes dominantes diziam que era preciso impor o padrão
para todo o mundo, elas não permitiam às classes dominadas o acesso a ele. Havia essa contradição, que
na verdade não é uma contradição, mas uma estratégia político-ideológica: “Você tem que se comportar
assim, mas não vou te ensinar como”. Isso, para as classes dominantes terem, além de outros
instrumentos de controle social, também o controle da língua. É o que Pierre Bourdieu chama de a ‘língua
legítima’: as classes dominadas reconhecem a língua legitima, mas não a conhecem. Ou seja, elas sabem
que existe um modo de falar que é considerado bonito, importante, mas elas não têm acesso a ele.

O preconceito linguístico nas sociedades ocidentais é derivado principalmente das práticas escolares.
A escola sempre foi muito autoritária, muitas vezes as pessoas tinham que esquecer a língua que já
sabiam e aprender um modelo de língua. Qualquer manifestação fora desse modelo era considerada erro,
e a pessoa era reprimida, censurada, ridicularizada.

Outro grande perpetuador da discriminação linguística são os meio de comunicação. Infelizmente,


pois eles poderiam ser instrumentos maravilhosos para a democratização das relações linguísticas da
sociedade. No Brasil, por serem estreitamente vinculados às classes dominantes e às oligarquias,
assumiram o papel de defensores dessa língua portuguesa que supostamente estaria ameaçada. Não
interessa se 190 milhões de brasileiros usam uma determinada forma linguística, eles estão todos
errados e o que apregoam como certo é aquela forma que está consolidada há séculos. Isso ficou muito
evidente durante todas as campanhas presidenciais de que Lula participou. Uma das principais acusações
que seus adversários faziam era essa: como um operário sem curso superior, que não sabe falar, vai
saber dirigir o país? Mesmo depois de eleito, não cessaram as acusações de que falava errado. A mídia se
portava como a preservadora de um padrão linguístico ameaçado inclusive pelo presidente da República.

Nessas sociedades e nessas culturas muito centradas na escrita, o padrão sempre se inspira na
escrita literária. Falar como os grandes escritores escreveram é o objetivo místico que as culturas
letradas propõem. Como ninguém fala como os grandes escritores escrevem, a população inteira em
teoria fala errado, porque esse ideal é praticamente inalcançável.

Entretanto, isso é muito contraditório, porque os ensinos tradicionais de língua dizem que temos que
imitar os clássicos, mas ao mesmo tempo somos proibidos de fazer o que os grandes autores fazem, que
é a licença poética. Como aprendemos nas escolas, ela é permitida àquele que em teoria sabe tão bem a
língua que pode se dar ao luxo de desrespeitar as normas. A diferença entre a licença poética e o erro
gramatical é, basicamente, de classe social. Uma pessoa pela sua própria origem social se dá ao direito e
tem esse direito reconhecido de falar como quiser, outra, também por sua origem social não tem esse
direito.

Cria-se um padrão linguístico muito irreal, muito distante da realidade vivida da língua. É a partir
desse confronto entre a maneira de falar das pessoas e essa língua codificada, que surgem esses
conflitos linguísticos. A pessoa, ao comparar seu modo de falar com aquilo que aprende na escola ou com
o que é codificado, vê a distância que existe entre essas duas entidades e passa a achar que seu modo de
falar é feio, é errado.

Qualquer tipo de imposição linguística acaba gerando um efeito contrário que é a auto-rejeição
linguística ou a promoção de um preconceito linguístico por parte das camadas sociais dominantes.

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Luta contra o preconceito linguístico

Acabar com o preconceito linguístico é uma coisa difícil. É preciso sempre que façamos a distinção
entre preconceito e discriminação. O que nós temos que combater é a discriminação, ou seja, quando
esse preconceito deixa de ser apenas uma atitude ou um modo de pensar das pessoas e se transforma em
práticas sociais.

Primeiro é preciso reconhecer a existência do preconceito linguístico, conhecer os modos como ele
se manifesta concretamente como atitudes e práticas sociais, denunciar isso e criar modos de combatê-
lo.

Justamente pelo fato de o preconceito linguístico nas sociedades ocidentais ser derivado das
práticas escolares, na minha opinião, o grande mecanismo para começar a desfazer o preconceito
linguístico, a discriminação linguística, está também na pratica escolar. É muito importante que a escola,
em sociedades letradas como a nossa, permita ao aluno esse processo do acesso ao letramento a partir
de práticas pedagógicas democratizadoras, em que as variações linguísticas sejam reconhecidas como
prática da cultura nacional, que não sejam ridicularizadas. E é claro que isso tem um funcionamento
político muito importante, não só na escola, mas em toda a sociedade.

Por isso que no Brasil, eu e um conjunto de outros linguistas e educadores estamos sempre atacando
muito o preconceito linguístico e propondo práticas pedagógicas democratizadoras. Que a criança, ao
chegar na escola falando uma variedade regional menos próxima do padrão, não seja discriminada. Nosso
trabalho atualmente se centra muito na escola, nos materiais didáticos e na formação dos professores
de português, para que não sejam eles mesmos perpetuadores do preconceito linguístico e da
discriminação.

Além disso, vale considerar que, em menos de meio século, a proporção mundial entre a população
urbana e a rural ficou muito desigual, com a população mundial muito mais urbanizada. A urbanização
implica o contato com formas linguísticas de maior prestigio, na televisão, na escola, na leitura etc. Isso
vai implicar também uma espécie de nivelamento linguístico. Embora as variedades linguísticas se
mantenham, quanto mais pessoas souberem ler e escrever e tiverem ascensão social, é mais provável que
haja um nivelamento linguístico maior.

No caso específico do Brasil, nos últimos oito anos, quase 30 milhões de pessoas saíram da linha da
pobreza e com isso vão impor também sua maneira de falar. Outro dado muito importante é que a grande
maioria das pessoas que se formam professores (de português, principalmente) vem dessas camadas
sociais. Portanto, o professor que está indo para sala de aula já é falante dessas variedades linguísticas
que antigamente eram estigmatizadas. Isso vai provocar um grande movimento de valorização dessas
variedades menos prestigiadas. Estamos assistindo a um momento muito importante da história
sociolinguística do Brasil.

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/node/5396/

Que texto!!!

Tive que colocá-lo quase todo na íntegra, porque é um aprendizado para vida!

• O papel da escola como mantenedora do preconceito


Para falar do papel da Escola como perpetuadora ou não do Preconceito Linguístico, irei abordar
alguns trechos de um artigo escrito por Mestrandos em Letras do estado de Minas Gerais:

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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), um ensino deve considerar a
existência das várias situações comunicativas:

• Utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade linguística


valorizada socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa
de que participam;
• Conhecer e respeitar as diferentes variedades linguísticas do português falado.

Apesar da orientação feita, é possível perceber que dentro dos locais de ensino as variantes linguísticas
são deixadas de lado devido à imposição de um padrão culto da norma aplicado pela educação formal.
Tal predomínio de apenas uma forma de falar desconsidera a formação dos estudantes e não leva em
consideração a existência de uma diferença entre fatores geográficos, socioeconômico, etários, de
gêneros e, nem mesmo, o canal que utilizam para se comunicar (se pela escrita ou pela fala).

“A escola nega a existência dos vários dialetos ao apresentar o padrão culto da Língua
Portuguesa como sendo o único Português aceitável. Esquecemo-nos que os alunos são falantes
nativos da língua e, por tanto, conhecem e utilizam-na (mesmo que apenas na modalidade oral)
muito antes de adentrarem a escola. Esses alunos já aprenderam a falar desde pequenos,
conhecem a língua em sua essência, a lógica do funcionamento da língua. O que eles não dominam
são as regras impostas pela norma padrão culturalmente valorizada em nossa sociedade.”
A partir dessa negação da existência da variedade linguística, Nildo Viana (2004) passa
a tratar disso como “preconceito linguístico”. Em um artigo denominado Educação, Linguagem e
Preconceito Linguístico, o autor diz que “a linguagem é um fenômeno social e está ligada ao
processo de dominação, tal como, o sistema escolar, que é a fonte da ‘dominação linguística’”
(VIANA, 2004).
Segundo Marcos Bagno (2008), o Preconceito Linguístico está ligado, em boa medida, à
confusão que foi criada, no curso da história, entre a língua e a gramática normativa (...) e se
baseia na crença de que só existe uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a
língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogadas nos dicionários (...).
(BAGNO, 2008, p. 11).
Segundo os PCN’s:
“O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais
deve ser enfrentado na escola (...). Para isso, e também para poder ensinar Língua Portuguesa, a
escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma “certa” de falar: a
que parece com a escrita; e o de que a escrita é o espelho da fala (...). Essas duas crenças
produziram uma prática de mutilação cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do
aluno (...) denota conhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a
nenhum de seus dialetos, por mais prestigio que um deles tenha em um dado momento
histórico.” (PCN’s, 2000, p 31).
A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre
existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa. Assim quando se fala
em “Língua Portuguesa” está se falando de uma unidade que se constitui de variedades. (PCN’s,
Língua Portuguesa 5ª a 8ª séries, 2000, p. 29)
Embora Possenti (1996, p.17) afirme que “O objetivo da escola é ensinar o português
padrão”, ressaltamos que é possível cumprir sua função considerando as variedades da língua,
em um ensino reflexivo que contribua para a não perpetuação do preconceito linguístico. O que
se constata, ao comparar os PCN e as pesquisas relativamente recentes publicadas sobre

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ensino de português, é que nem sempre é claro para o professor de nível fundamental e médio o
que deve ser priorizado em sala de aula.
Para que o ensino de língua materna não se concentre apenas nas regras rígidas da
gramática normativa é preciso que o professor, a mídia, os gramáticos e a sociedade em geral
compreendam que o ensino de Língua Portuguesa só será bem sucedido (só formaremos sujeitos
realmente letrados) quando a escola estimular a capacidade cognitiva e linguística do aluno
através da sua competência oral e escrita. É necessário que se entenda ainda que a língua é viva
e sua dinamicidade é consequência das sucessivas transformações ocorridas ao longo do tempo.
Fonte: http://travessiasinterativas.com.br/_notes/vol10/ana.pdf

“Quase me apetece dizer que não há uma língua portuguesa; há línguas em português”
José Saramago

ROTEIRO
INTRODUÇÃO:
“A língua de que usam, por toda costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha F, nem L,
nem R, coisa digna de espanto”. O escritor português Pero Gôndavo, no século XVI, já demonstrava
um pré-julgamento que persiste na contemporaneidade: o preconceito linguístico. Nesse contexto,
apesar de ser possuidor de uma boa fama de receptividade, devido a sua alta pluralidade, o Brasil
ainda sustenta uma grande falha social decorrente de poucas políticas protetoras da sua diversidade
cultural. Diante disso, é fundamental analisar o atual panorama para desconstruir essa realidade
excludente. (TESE)
Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): o preconceito enraizado na sociedade.
Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): poucas políticas públicas existentes para
modificar um preconceito histórico.

Conclusão  Proposta de Intervenção:


Quem – quais agentes utilizar?
Mídia, Escola e Governo
O quê eles vão fazer?
Escola: deve trabalhar na desconstrução da ideia de “certo e errado” e ensinar os estudantes a serem
poliglotas no seu próprio idioma, sabendo adequar a sua forma de falar de acordo com o ambiente no
qual se encontra.
Governo e Mídia: orientar a população sobre a inconstitucionalidade da discriminação linguística e
sobre a importância de se respeitar a pluralidade do país, haja vista que os variados tipos de falas são
heranças das diversas culturas formadoras do país, logo, valorizá-las é prezar o Patrimônio Cultural
Imaterial do país.
Como – utilizando quais meios?
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O governo, por meio do Ministério da Educação, pode atuar dentro dos locais de ensino, formando
profissionais capacitados para trabalhar tanto com a norma culta da língua, quanto com as outras
variedades linguísticas. Além disso, em parceria com a mídia, deve promover campanhas que
desconstruam a imagem caricaturizada de determinados grupos sociais e geográficos presentes no país.
Pode, ainda, atuar na criação de acervos linguísticos
linguísticos que projetam línguas que são faladas por poucas
pessoas, protegendo-as
as da extinção.
Para quê?
Para construir uma sociedade conhecedora de sua formação cultural e, consequentemente
valorizadora de todas as suas origens, a fim de mitigar as discriminações
discriminações existentes e formar indivíduos
mais condescendentes uns com os outros. Dessa forma, os Parâmetros Curriculares serão aplicados na
íntegra e a satisfação de José Saramago será compartilhada pela nação brasileira.

REDAÇÃO
Uma das perguntas que mais me fazem é: como reescrever uma redação?
Pensando em você, nesse tema em especial, colocarei uma redação com uma nota abaixo de 900
(tirei 840) analisada pela maravilhosa professora de português e redação, Maria Carolina
Carol Coelho
(@coelhocaarol)
@coelhocaarol) e depois a colocarei reescrita
reesc com uma nota mais elevada

Introdução:: Após a presença de uma citação direta, há uma breve explicação sobre como a literatura jesuítica avaliava as
questões linguísticas no Brasil. Entretanto, faltou uma conexão
conexão entre os dois períodos, pois, num primeiro momento, não fica
claro como essas ideias estão relacionadas. Seria bem-visto
bem visto revelar a autoria da citação ou, então, explicar o contexto (esta foi
a opção escolhida!). Ao longo do parágrafo, a Allana opta por uma tese analítica (isto é, em que expõe os argumentos que serão
aprofundados no desenvolvimento).

Desenvolvimento 1:

O 1º tópico frasal reflete sobre a formação cultural brasileira. Para validar seu ponto de vista, a Allana usufrui de referências
referên
históricas
ricas que visem confirmar as raízes do preconceito linguístico. Porém, ao mostrar que essa persistência reflete nos dias

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atuais, a comparação pecou na justificativa dos exemplos: no período de eleições presidenciais, como ocorreu a discriminação
linguísticaa a partir de variações regionais? Essa pergunta precisa ser respondida.

Mesmo assim, o caráter argumentativo fez-se


fez se presente ao final do parágrafo, uma vez que ela apresentou as consequências de
tal problemática, mostrando, ainda, a relação com o Patrimônio Cultural Imaterial do país (ótima referência!).

Desenvolvimento 2:

O 2º tópico frasal associa o preconceito linguístico à desigualdade social. Por meio de uma referência cultural, o filme “Que
horas ela volta?”,ela exemplifica um caso da ficção,
ficção, mas que reflete no âmbito social. Ainda que a inserção do autor Marcos
Bagno como argumento de autoridade, a referência histórica ao governo de Getúlio Vargas e a menção à Constituição Federal
sejam pertinentes ao tema, há muitas informações expostas em um único parágrafo, o que acaba diminuindo o espaço para o
teor argumentativo. Neste sentido, seria interessante selecionar as melhores referências para a defesa do ponto de vista. O
único erro ortográfico está na linha 17 com otermo “subjulgando”, que não
nã possui o –l,l, sendo então: subjugando.

Conclusão:

Após a retomada da tese no primeiro período, temos, então, a apresentação das propostas interventoras. A primeira diz
respeito ao poder midiático como ferramenta de comunicação e persuasão para desconstruir a visão conservadora e de senso
comum sobre as variações
riações linguísticas. Ademais, a segunda evidencia como a união dos Ministérios (Educação e Cultura) podem
contribuir para valorizar e preservar os aspectos linguísticos culturais. A conclusão está super detalhada, como ainda, retoma
retom
a todas as problemáticasas abordadas anteriormente. Os erros estão relacionados com a competência 1 (domínio da norma culta)
em: “socio-cultural”
cultural” >> sociocultural e “atrelada à políticas”>> atrelada a políticas, pois não ocorre crase com o ‘a’ no singular
diante de palavras no plural.

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REDAÇÃO
Preconceito Linguístico – Nota: 960

Sem dúvidas esse tema realmente foi de longe o mais difícil que escrevi, foram 7 redações enviadas
e mesmo assim não cheguei no que eu queria, mas vou colocar o texto com a maior nota para que
você analise e veja se você concorda com o que o corretor falou:
falou
Perdi 40 pontos na 5ª Competência. Segundo o corretor: não detalhei a proposta como deveria
ser feito.
Lembrando: Observe se cumpri todos os requisitos que devem ser cumpridos em uma
conclusão: Quem vai fazer, como, o que será feito e para quê será feito?
Corrigir redações também é excelente para você aprender a fazer certo no seu próprio texto!

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REDAÇÃO
Pr
Preconceito Linguístico – Nota: 980

Acredito que você já percebeu que o 960 me persegue, não é?

Bem, resolvi colocar 3 redações desse mesmo tema para você perceber como a mudança
de algumas palavras, a forma de escrever e algumas modificações de ideia podem subir sua nota
de 800 para 960 e até mesmo 1000.

Nesse texto eu perdi 40 pontos na competência


competência 1, apenas, pois escrevi errado “década”
na segunda linha (haja falta de atenção). “Não modificada” deve ter hífen, na linha 12 e errei na
concordância em “linguística”, deveria ser “linguístico”.

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6. Caminhos para combater a cultura de assédio no Brasil

Brain Storm
o Sites indicados:

 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/18/deportes/1529354611_738461.html
 https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/13/ciencia/1528899877_715296.html
 https://www.cartacapital.com.br/diversidade/assedio-nao-e-brincadeira-no-brasil-video-
machista-renderia-multa
 https://trt-10.jusbrasil.com.br/noticias/100607355/conceito-de-assedio-sexual-e-mais-amplo-
na-justica-trabalhista
 http://www.politize.com.br/violencia-contra-a-mulher-questoes-vitais/
 http://www.politize.com.br/cultura-do-estupro-como-assim/
 https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/assedio-sexual-o-ilicito-silencioso/
 https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/entenda-a-lei-do-feminicidio-
e-por-que-e-importante/
 http://hbrbr.uol.com.br/desconstrucao-preconceito/

(Para esse assunto o que não falta são sites para serem indicados e coisas das quais podemos falar, tive
que me conter aqui para não colocar a internet inteira hahaha)
Infelizmente na nossa sociedade existe uma cultura enraizada que perpetua até os dias atuais
quando se fala sobre assédio sexual, então, vamos levantar alguns pontos, históricos e atuais, que
servirão como argumentações na nossa redação.
Herança cultural
Vivemos em uma sociedade na qual a base cultural foi formada pelo sistema Patriarcal, com o
Homem como chefe de família, e machista, com a Mulher sendo inferiorizada diante o homem em
diversos momentos da história.

Elementos históricos que nos permitem ratificar esse fato:

A. Na Grécia Antiga a importância da mulher estava atrelada à procriação. Em Esparta, por


exemplo, apesar de ter uma maior liberdade sexual, a mulher era vista como objeto de
reprodução, isto é, ela precisava dar filhos perfeitos ao Estado, para que fossem formados
excelentes guerreiros.

Em Atenas a submissão feminina era ainda maior, como podemos ver em uma música escrita por
Chico Buarque:

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Mulheres de Atenas Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Mirem-se no exemplo
Vivem pros seus maridos
Daquelas mulheres de Atenas:
Orgulho e raça de Atenas
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Quando fustigadas não choram
Têm medo apenas
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas
Não tem sonhos, só tem presságios
Mirem-se no exemplo
O seu homem, mares, naufrágios
Daquelas mulheres de Atenas
Lindas sirenas, morenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas
Mirem-se no exemplo
Quando eles embarcam soldados
Daquelas mulheres de Atenas
Elas tecem longos bordados
Temem por seus maridos
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos Heróis e amantes de Atenas
Querem arrancar, violentos
As jovens viúvas marcadas
Carícias plenas, obscenas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Mirem-se no exemplo
Vestem-se de negro, se encolhem
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos Se conformam e se recolhem
Às suas novenas, serenas
Bravos guerreiros de Atenas
Mirem-se no exemplo
Quando eles se entopem de vinho
Daquelas mulheres de Atenas
Costumam buscar um carinho
Secam por seus maridos
De outras falenas
Orgulho e raça de Atenas

B. Andando alguns milhares de anos: A mulher na Idade Média

• http://softwarelivre.org/feminismo/blog/a-mulher-na-idade-media

C. Abordando conceitos literários agora, acredito que existem 3 escolas literárias que podem ser
evidenciadas quando se fala de mulher:

• Barroco: escola na qual a mulher é considerada como o pecado na Terra;


• Romantismo: a mulher é tratada como algo divino e puro;
• Naturalismo: a mulher é trabalhada de forma bem sexualizada.

D. Movimentos Femininos

As mulheres lutam durante muito tempo pelo reconhecimento de seus direitos. Nesse contexto, é
válido ressaltar que a Constituição Brasileira de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, fala que
nem um indivíduo pode ser tratado de forma diferente, independente de Gênero, etnia, religião...

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Logo, as manifestações feministas lutam por uma igualdade e equidade que lhe são garantidas por
lei e buscam apenas que se torne realidade na prática.
Exemplos de movimentos atuais:

• https://www.huffpostbrasil.com/2016/05/28/principais-movimentos-feministas-do-pais-vao-lutar-
contra-os-ret_a_21682854/
• https://istoe.com.br/revolucao-feminista/
• https://www.todamateria.com.br/feminismo-no-brasil/
• #NiUnaMenos na Argentina
• Primavera Feminista
• Greve Internacional das Mulheres
• #meuprimeiroabuso e #nãomereçoserestuprada
• https://calle2.com/5-movimentos-feministas-que-abalam-o-machismo-latino/

E. O Brasil é o 5º país mais perigoso do mundo para mulheres!


o https://www.vix.com/pt/bbr/ciencia/4061/os-20-paises-mais-perigosos-para-as-mulheres

F. Séries e Filmes:
Acredito que pode ser um baita gancho nesse tema de assédio sexual: 13 reasons why !!!
Hanna Backer e diversas outras meninas em sua escola são abusadas sexualmente por seus colegas
de classe e a série gira em torno de abrir uma discussão do quanto a justiça é falha para punir os
estupradores e assediadores, o que, apesar de ser uma série, mostra a verossimilhança com o que
vivemos na realidade. Prova disso são os crescentes casos de feminicídio que acontece mesmo depois
da mulher ter denunciado seu agressor à polícia ou a grande naturalidade com que as pessoas encaram
o assédio sexual.

Outra referência muito legal é o filme “Eu não sou um homem fácil”:
Um cara totalmente machista tem a experiência de, depois de um acidente, acordar em um mundo
ao avesso, ou seja, o mundo não é dominado por homens, mas por mulheres e são elas que passam a
ter todas as atitudes que os homens têm no nosso mundo, inclusive agora são as mulheres que
cometem assédio sexual, tanto no trabalho, na rua, quanto em ambientes como bares, festas, dentre
outros.
O mais legal desse filme é que ele faz você entrar em choque ao perceber o tanto de coisas que as
mulheres passam diariamente e o quanto isso é naturalizado e banalizado na sociedade, tanto que você
só se dá conta porque é um homem que está passando por tudo aquilo, não uma mulher. Super indico
esse filme (tem uma analise bem mais detalhada sobre ele no “Espaço Nerd”).

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G. Se é tão naturalizado assim, como acabar com essa cultura do Assédio?
As reivindicações femininas já são um enorme passo para que essa mudança ocorra. Os
movimentos feministas, apesar de serem tão discriminados por uma parcela da população, são muito
importantes no processo de conquistas de direitos das mulheres.
Outro ponto que podemos abordar é a importância da mídia como forma de ratificar as lutas
femininas, isto é, as grandes redes de comunicação e as mídias sociais são meios de transformações e
podem modificar o olhar preconceituoso e machista da população ou podem maximizar essa cultura
excludente.
A escola também pode, e deve, ser um excelente agente de transformação, trabalhando em aulas,
projetos, debates e palestras sobre igualdade de gênero e, ainda, trabalhar a desconstrução de valores
arcaicos.

ROTEIRO
INTRODUÇÃO:
Não se pode negar a crescente importância da mulher dentro da economia, da política e da
cultura mundial. Contudo, de encontro a esse avanço, um problema persistente, e que cerca a
realidade do Brasil, é o assédio sexual sofrido por essas nos mais diversos ambientes. Diante dessa
situação, muitos movimentos femininos começaram a surgir para lutar contra essa cultura patriarcalista
enraizada. Dessa forma, analisar o atual contexto vivido pelas mulheres é fundamental para apoiar tais
resistências. (TESE)
Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): propagação e perpetuação de valores arcaicos
baseados no machismo e no patriarcalismo.
Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): banalização da violência sofrida pela população
feminina.

Conclusão  Proposta de Intervenção:


Quem? Mídia e Ministério da Educação
O quê?
Mídia: Propagar o sentimento de empatia e alteridade;
Governo: reformular a educação para a criação de uma sociedade menos misógina e mais cumpridora
dos pilares democráticos do país.
Como?
Palestras, campanhas educacionais, debates, discussão em programas televisivos e novelas
engajadas (malhação, novela das 9)
Para quê?

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Para combater o preconceito, mitigando visões deterministas. Além de garantir a real inserção de
todas as camadas da sociedade, cumprindo com os pilares democráticos garantidos pela Constituição.

7. Fake News
“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
Atribui-se esta frase a Paul Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler na
Alemanha Nazista.
Polêmicaaaa!!!!
Chegamos a outro tema super quente!
Estamos na Era da Pós-verdade??? Você acredita em tudo o que lê na internet e na televisão?
Vou logo avisar que esse tema vai gerar muitos debates, então, pega sua pipoca aí e vamos
mergulhar nessas discussões!

Brain Storm
o Links:
 https://www.youtube.com/watch?v=lt8pWcrtzM0
 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43797257
 https://www.significados.com.br/falacia/
 https://apublica.org/checagem/
 https://g1.globo.com/politica/noticia/marcela-ross-nao-existe-pesquisa-nao-mostra-94-de-
apoio-a-intervencao-militar-e-pais-nao-esta-em-estado-de-sitio-como-funciona-uma-das-
fabricas-de-fake-news-no-brasil.ghtml
 https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/
 https://apublica.org/checagem/
 https://www.psafe.com/blog/brasileiros-fake-news-2018/
 https://www.youtube.com/watch?v=V4E0yXQeI2Y&t=62s
 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43797257
 http://www.abin.gov.br/
 https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/tecnologia/2018/03/08/interna_tecnologia,
664835/fake-news-se-espalham-70-mais-rapido-que-noticias-verdadeiras.shtml

O que não falta nesse tema também são links para ler, mas, vamos levantar os principais tópicos de
discussões aqui:
A. O que é Fake News e Pós-verdade?

Fake news significa "notícias falsas". São as informações noticiosas que não representam a
realidade, mas que são compartilhadas na internet como se fossem verídicas, principalmente
através das redes sociais.
Normalmente, o objetivo de uma fake news é criar uma polêmica em torno de uma situação
ou pessoa, contribuindo para o denegrimento da sua imagem. Por ter um teor extremamente

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dramático, apelativo e polêmico, as fake news costumam atrair muita atenção das massas,
principalmente quando estas estão desprovidas de senso crítico.
Assim, os conteúdos falsos podem agir como uma "arma" ilegal contra algo. No âmbito
político, por exemplo, as notícias falsas são usadas com o intuito de "manchar" a reputação de
determinado candidato, fazendo com que perca potenciais eleitores.

Pós-verdade é um neologismo criado para nomear o fenômeno social desenvolvido na internet


onde notícias falsas (fake news) passam a ser consideradas verdades devido a sua massiva
difusão.
O termo "pós-verdade" foi eleito a Palavra do Ano em 2016 pelo dicionário Oxford. A pós-
verdade foi definida como a ideia de que um fato concreto tem menos significância ou
influência do que "apelos à emoção e a crenças pessoais".
Isso significa que, de acordo com o conceito da pós-verdade, torna-se mais importante
acreditar que algo é verdade (mesmo não sendo) do que aquilo que de fato é verídico.

Assim, o uso do prefixo "pós" remete a ideia de que o conceito de verdade passa a não ter o
mesmo significado que em outrora.

Fonte: https://www.significados.com.br/fake-news/

B. O impacto dessas notícias na política e na economia


INFLUENCIANDO A POLÍTICA

Nos últimos três meses da campanha à presidência dos EUA, as notícias falsas a
respeito da eleição geraram 8,7 milhões de reações, compartilhamentos e comentários no
Facebook – quase 1,5 milhão a mais do que as verdadeiras. O Buzzfeed News chegou a um
resultado semelhante no Brasil: as dez notícias falsas mais populares sobre a Operação Lava
Jato têm maior engajamento do que as dez verdadeiras mais populares. Metade das fakes
vinham das mesmas páginas: Brasil Verde e Amarelo e Click Política.

Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-sao-fake-news-como-identifica-las/

Em 2016, 33 das 50 notícias falsas mais disseminadas no Facebook eram sobre a política nos
Estados Unidos, muitas delas envolvendo as eleições e os candidatos à presidência. Durante a
campanha presidencial, notícias falsas foram espalhadas sobre os dois candidatos: o
republicano Donald Trump – depois eleito – e a democrata Hillary Clinton. No monitoramento de
115 notícias falsas pró-Trump e 41 pró-Hillary, os economistas Hunt Allcott e Matthew
Gentzkow concluíram que as postagens pró-Trump foram compartilhadas 30 milhões de vezes,
enquanto as pró-­Hillary 8 milhões.
Sobre Trump, a “notícia” de que o Papa Francisco havia apoiado sua candidatura e lançado um
memorando a respeito foi a segunda maior notícia falsa sobre política mais republicada,
comentada e a qual as pessoas reagiram no Facebook em 2016. Outra notícia falsa,
diretamente relacionada com Trump, afirmava que ele oferecia uma passagem de ida à África e
ao México para quem queria sair dos Estados Unidos – a postagem obteve 802 mil interações no
Facebook. Quanto à Hillary Clinton, uma notícia falsa com alta interação no Facebook – 567 mil

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– foi de que um agente do FBI (órgão de investigação federal) que trabalhava no caso do
vazamento de e-mails da candidata foi supostamente achado morto por causa de um possível
suicídio.
Quanto ao Brexit, houve diversas informações truncadas disseminadas pela campanha Vote
Leave – em tradução livre, “vote para sair” – para a saída do Reino Unido da União Europeia. As
questões envolviam principalmente as políticas de imigração da UE e questões econômicas. O
jornal The Independent reporta que um dos líderes da campanha pelo Brexit afirmou que mais
5 milhões de imigrantes iriam ao Reino Unido até 2030 por conta de uma licença dada a 88
milhões de pessoas para viver e trabalhar lá – uma informação que não tem fundo de verdade.
Um dos pôsteres da campanha clamava: “Turquia (população de 76 milhões) está entrando na
UE” – quando, na verdade, o pedido de entrada na UE pela Turquia é antigo e não mostra sinal
de evolução.
Para as eleições de 2018, não se acredita que as notícias falsas poderão de fato mudar o
resultado da eleição, como discutido num evento da Revista ÉPOCA. Mas é claro que os boatos
enfraquecem e distraem a população do assunto que realmente importa: os planos de governo,
as ideias de políticas públicas, o modelo de gestão… Essa questão é tão latente que até órgãos
de defesa do governo federal, como o Ministério da Defesa e a Agência Brasileira de
Inteligência (Abin), junto ao Tribunal Superior Eleitoral, preparam uma força-tarefa para
combater as notícias falsas no período eleitoral em 2018.
Fonte: http://www.politize.com.br/noticias-falsas-pos-verdade/

Ainda se investiga o real impacto das fake news e dos robôs no resultado da eleição americana,
que elegeu Donald Trump. Mas é inegável que essas notícias irreais acabam afetando a
percepção da população sobre candidatos e partidos. “O caso de Marielle é gravíssimo”, afirma
Taís Seibt. “Envolve um parlamentar que, pelo cargo que exerce, tem grande impacto na
formação da opinião pública”, explica.
Os boatos difamatórios a respeito da figura de Marielle, entre áudios e fotos, acusavam a
vereadora de ser apoiada pelo Comando Vermelho, “defender bandido” e ter sido vítima de uma
queima arquivo do tráfico.
Um desses textos foi parar no celular da Desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que afirmou em uma rede social que Marielle seria
“engajada com com bandidos” e “cadáver comum”. A Associação Brasileira de Juristas pela
Democracia e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) entraram com representações no
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora.
Já o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), depois de publicar informações falsas em sua conta no
twitter, e ser questionado por usuários e jornalistas, terminou desativando todas as suas
contas em redes sociais.
Uma matéria exclusiva do jornal O Globo rastreou a disseminação de notícias falsas que
atacavam a vereadora do PSOL. Segundo a reportagem investigativa, que também usou dados
colhidos pelo Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes), há envolvimento do grupo político Movimento Brasil Livre
(MBL) e do site Ceticismo Político. O fundador do site, Carlos Augusto de Moraes Afonso,
assumiu que usa a plataforma como uma ferramenta de “guerra política”. E que o método que
ele desenvolveu “funciona que é uma beleza”.

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Na interpretação do presidente da Comissão Nacional de Estudos dos Cibercrimes da
Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (ABRACRIM), o advogado Luiz Augusto
Filizzola D’Urso, mesmo que seja difícil configurar esses atos como crime de calúnia — por
faltarem detalhes específicos nos ataques dirigidos à Marielle — a prática se configura como
difamação. Ainda de acordo com o advogado, embora as postagens em relação à morte da
Marielle não possam ser consideradas criminosas, ainda cabe processo: “como a família tem
sofrido um dano moral reflexo, poderá acionar a justiça no âmbito civil com objetivo de
recebimento de indenização”.
Na quarta-feira, 28, o juiz Jorge Jansen Counago Novelle, da 15ª Vara Cível do Tribunal de
Justiça do estado do Rio de Janeiro, acatou uma ação movida por Anielle Silva e Mônica
Benício, respectivamente irmã e companheira de Marielle Franco, contra o Facebook, pela
propagação de notícias falsas relacionadas à vereadora do PSOL.
Segundo a ação, a empresa terá de retirar do ar, em até 24 horas, todas as publicações que
ofendam a intimidade, honra e a imagem de Marielle Franco. Além disso, o Facebook será
obrigado a fornecer dados sigilosos, como o número do IP, para que familiares possam
processar os usuários que estão disseminando notícias falsas.
Fonte: https://medium.com/revista-subjetiva/ataque-%C3%A0-imagem-de-marielle-franco-
revela-a-l%C3%B3gica-das-fake-news-f9c60999f07b

O impacto das notícias falsas dentro da política é notório, logo, fazer uma análise crítica sobre tudo
aquilo que você lê é fundamental. Entretanto, não é apenas a política ou a economia que essas
divulgações mentirosas afetam:
C. O impacto social dessas inverdades

o PRECONCEITO
Vivemos em um mundo no qual cada vez mais se discute sobre preconceito de gênero, de etnia,
de religião, geográfico, dentre outros. Dentro desse contexto, o uso das redes sociais pode aumentar
exponencialmente um pré-julgamento, haja vista que o mundo virtual ainda é tido como um território
sem leis. Seguindo essa linha de raciocínio, os “guerreiros dos teclados” sentem-se seguros atrás da
telas de seus aparelhos eletrônicos e disseminam cada vez mais discursos homofóbicos, racistas,
misóginos e por aí vai.
o INTOLERÂNCIAS
Acerca do abordado acima, os preconceitos passam a ser tão difundidos que chegam ao ponto de
se tornarem-se intolerâncias. Sob essa lógica, o uso de Fake News para atacar determinados grupos
torna-se frequente, como, por exemplo:

BALI — Após a prisão de 14 pessoas na Indonésia, a polícia local acredita ter descoberto uma
operação clandestina de divulgação de notícias falsas comandada pelo Exército Cibernético
Muçulmano (ECB). Segundo matéria do jornal britânico "The Guardian", o grupo tinha como
objetivo influenciar a política do país e desestabilizar o governo. Para isso, espalhava nas redes
sociais notícias falsas e discursos de ódio contra diferentes grupos étnicos e religiosos. O
presidente da Indonésia, Joko Widodo, também estava na mira do ECB.

De acordo com investigação conduzida pelo jornal, as mensagens idênticas e em grande


quantidade indicam o uso de uma rede de robôs e contas semiautomatizadas pelo grupo. O

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conteúdo das postagens, por sua vez, era elaborado para atrair atenção da comunidade islâmica
do país, misturando notícias de perseguição a muçulmanos com textos de ódio e difamação
contra chineses, comunistas, homossexuais e o governo.

Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo/robos-fake-news-viram-ferramenta-para-
extremistas-na-indonesia-22485076#ixzz5PKvOCdWr

o XENOFOBIA
Medo, preconceito, ódio irracional. A xenofobia, como já definida aqui em outro tema, é um
sentimento negativo contra aquilo que é diferente. Sob essa perspectiva, em momentos de crises
políticas e econômicas, esse dissentimento tende a aumentar consideravelmente e acarreta em ações
catastróficas. Dentro dessa premissa, o uso de Fake News contribui para colocar mais “lenha na
fogueira”, como podemos ver no exemplo a seguir:

Surtos de violência e xenofobia contra os nicaraguenses fugindo do governo de Daniel


Ortega e refugiar-se na Costa Rica, não só viveram nas ruas de San Jose, a capital, também em
redes sociais.
No Facebook, perfis criados quase exclusivamente para difamar os refugiados da
Nicarágua, divulgar informações tendenciosas sobre situação na Costa Rica e designada como
responsável por quase todos os males que afligem o país: roubo, assalto, estupro ... A lista de
acusações infundada, na maior parte, preenche páginas inteiras que incitam o ódio e a violência
contra os migrantes. A maioria dessas publicações é compartilhada milhares de vezes pelos
usuários.
Perfis como para um novo exército da Costa Rica [morto em Facebook após a publicação
deste artigo], Alajuelita INFORMADO ou Costa Rica Guarda Nacional se tornou muito popular
na rede social depois de espalhar informações falsas. Outras páginas exaltando o nacionalismo
como Costa Rica Estados - gerida por David Segura, assessor da bancada legislativa do partido
Restauração Nacional, a segunda força de oposição do país têm tido um papel forte nos dias de
hoje levantando valores patrióticos tendenciosamente contra os imigrantes .
Da mesma forma, a informação aumentou com uma forte carga xenofóbica em sites que
passam pela mídia e que são responsáveis pelo barulho da informação e pela disseminação de
notícias falsas que a Costa Rica e a Nicarágua estão vivendo.
O jornal La Nación foi encarregado de verificar e negar as notícias errôneas que
inundam as redes e fertilizam sentimentos nacionalistas e xenófobos. Através da hashtag
#NoComaCuento, a mídia negou as informações sobre os migrantes que estão gerando muita
tensão no país.
Um grupo de jovens queima uma bandeira da Costa Rica
Esta fotografia, compartilhada milhares de vezes, mostra como dois jovens queimam
uma bandeira da Costa Rica. O texto que circulou ao lado da imagem dizia que eles eram
nicaragüenses queimando o símbolo patriótico. No entanto, a imagem foi tirada em 2016
durante um concerto punk no distrito de Sabanilla, no cantão de Montes de Oca.
Fonte: https://verne.elpais.com/verne/2018/08/21/mexico/1534819250_019538.html

Não precisamos ir muito longe para verificar os estragos feitos por Fake News. O caso mais
recente aconteceu no estado de Roraima com a crise dos refugiados venezuelanos:

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Por Rodrigo Passoni
Em São Paulo (SP)
Uma conversa entre integrantes do SJMR (Serviço Jesuíta para Migrantes e
Refugiados) e migrantes venezuelanos em Boa Vista teve seu conteúdo distorcido e
transformou a instituição – e um de seus integrantes, em especial – em alvo de ameaças e
manifestações xenofóbicas em Roraima.
De acordo com o SJMR, o diálogo ocorreu em junho passado, após a desocupação de
venezuelanos de uma pousada que estava abandonada, e que os migrantes estavam no local há
pelo menos quatro meses. Na ocasião, um representante da ONG orientava sobre como funciona
o processo legal de desocupação – que requer uma ordem judicial para ser feito.
No entanto, a conversa foi registrada em vídeo e divulgada nas redes sociais como um
suposto incentivo a que venezuelanos invadissem propriedades privadas. De acordo com o
Estadão Verifica, serviço do jornal O Estado de São Paulo destinado a desmentir notícias
falsas, o representante da ONG teve vazados seu perfil pessoal, telefone e inscrição na OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil). A SJMR informa ainda que ele começou a receber ameaças
de morte.
Em entrevista publicada no jornal Folha de Boa Vista, o principal de Roraima, o
presidente da OAB local, Rodolpho Morais, disse que o advogado será submetido ao Conselho de
Ética da instituição para avaliar se a orientação dada aos migrantes foi certa ou errada.
Fake news
O dono da página no Facebook chamada “Roraima Sem Censura”, Ezequiel Calegari,
escreveu que o representante da ONG foi “diagnosticado pela psiquatria como psicopata” e que
“veio para o Estado de Roraima formar quadrilha e e implantar o terror às famílias e cidadãos
de bem”.
Dias depois, Calegari publicou um vídeo no qual foi até a sede da SJMR, desferindo
ofensas aos funcionários e acusando o representante da ONG que apareceu no vídeo “de ter
fugido de medo” de Roraima.
Questionado pelo Estadão Verifica, Calegari disse acreditar que a ONG de fato
incentivava invasões de terra. Quando perguntado se sabia da veracidade das acusações contra
o representante da entidade, respondeu que “publica as coisas para agradar seus eleitores” –
ele é candidato a deputado estadual pelo partido Patriotas e se diz apoiador do presidenciável
Jair Bolsonaro (PSL).
Mais tarde, Calegari usou o Roraima Sem Censura para criticar a reportagem, dizendo
que suas palavras foram distorcidas e que o jornal paulista “está a serviço da esquerda”.
Apoio
Em nota conjunta, 40 instituições de todo o Brasil e do exterior repudiaram as ameaças
ao trabalho do SJMR em Roraima e do representante ameaçado de morte. Também reafirmou
apoio e continuidade do trabalho junto aos migrantes venezuelanos.
“Ainda causa rechaço a distorção feita por perfis, em redes sociais, com ameaça a
instituições e profissionais que lutam pela execução dos direitos e garantias constitucionais de
pessoas mais vulneráveis. Entendemos também que as entidades responsáveis pela realização
da reintegração de posse são públicas e respondem à decisão de um Juiz de Direito. Qualquer
outra forma de intervenção forçada frente a estas populações é arbitrariamente constituição
de crime, desrespeito às leis republicanas e aos princípios fundantes do Estado Democrático de
Direito”, aponta trecho da nota.

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A sede do SJMR chegou a ficar fechada por alguns dias devido à polêmica, mas vem
normalizando suas atividades.
Tensão
O episódio relacionado à ONG está longe de ser um fato isolado. Na verdade, reflete uma
tensão que tende a crescer em Roraima com a aproximação das eleições – e a persistência da
crise na Venezuela e do fluxo de migrantes em direção ao Estado, que deve ser um dos
assuntos principais na campanha.
Fonte: http://migramundo.com/ongs-que-apoiam-venezuelanos-em-roraima-sao-alvo-de-
hostilidades-e-fake-news/

o As notícias falsas podem gerar inúmeras conseqüências não só para grupos sociais, mas
também para indivíduos.
Segundo uma reportagem do site G1:

O que pode começar como algo pequeno em um grupo de Whatsapp ou em uma página na
internet pode acabar com a vida das pessoas. A autônoma Sarah Monteiro, do Pará, ficou um
mês sem sair de casa após uma falsa montagem pornográfica que circulou pelas redes. Já
Aninha Moura, do Piauí, foi morar a 1.500 km de sua cidade natal para tentar recomeçar a vida
após uma corrente que a acusava de espalhar o vírus HIV a homens. O comerciante Luiz
Aurélio, do Rio, teve o seu carro incendiado após um boato de sequestro de crianças. A dona de
casa Fabiane Maria de Jesus, de São Paulo, foi vítima de uma história semelhante e morreu
espancada.
O professor da FGV Direito Rio Pablo Cerdeira, coordenador do Centro de Tecnologia e
Sociedade, destaca também as repercussões na vida social das pessoas.
“Ela pode ter problemas psicológicos, desde os mais simples como ficar reclusa e parar de
falar com amigos e família, até transtornos mais graves, como o suicídio.”

D. Fake News é algo novo?

A história nos mostra que Notícias Falsas não são algo tão novo assim. Aristóteles, lá na Grécia
antiga, já falava sobre isso, só que ele deu outro nome: Falácia. Nesse tópico vamos viajar em alguns
casos famosos e impactantes que envolveram fake news.

Falácia significa erro, engano ou falsidade. Normalmente, uma falácia é uma ideia errada que
é transmitida como verdadeira, enganando outras pessoas.
No âmbito da lógica, uma falácia consiste no ato de chegar a uma determinada conclusão errada
a partir de proposições que são falsas.
A filosofia de Aristóteles abordou a chamada “falácia formal” como um sofisma, ou seja, um
raciocínio errado que tenta passar como verdadeiro, normalmente com o intuito de ludibriar
outras pessoas.
De acordo com a lógica filosófica aristotélica, a “falácia informal” difere-se da formal,
principalmente pelo fato da primeira usar de raciocínios válidos, a princípio, para chegar a
resultados que sejam inconsistentes e com premissas falsas. Ao contrário das falácias formais,
que são mais fáceis de identificar, as falácias informais, por apresentar uma forma lógica
válida, podem ser de difícil identificação.
Fonte: https://www.significados.com.br/falacia/

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o A causa da Peste Negra
Quando a Peste Negra surgiu durante a Idade Média, matando até um em cada três
europeus, os judeus foram acusados de serem os responsáveis pela praga. Judeus já eram
frequentemente massacrados por conta dos libelos de sangue, acusações de sacrificarem
crianças em seus rituais. Como os judeus pareciam morrer menos que o resto, foram apontados
como a causa, no maior libelo de todos. Acusados de envenenar poços e de serem protegidos
pelo Satã, calcula-se que, no auge da Peste, 200 comunidades foram erradicadas. E os cristãos
continuaram a nem fazer ideia de que os ratos eram culpados.
o Na mira da Inquisição
A série de julgamentos das Bruxas de Salém, entre 1692 e 1693, levou à execução de 20
pessoas – cinco outras morreriam aprisionadas. O episódio foi um dos muitos que surgiram com
a circulação do livro Malleus Maleficarum, de 1487, que dizia, entre outras coisas, que toda
mulher tinha tendência a se tornar bruxa. Não só elas como homens foram torturados e
queimados no esforço de confessar que voavam ou que tinham relações sexuais com o diabo.
o Nobres vampiros
Dentre as inúmeras acusações que renderam a morte na guilhotina a Maria Antonieta, a
mais célebre é a frase “Se eles não têm pão, que comam brioches!”. No entanto, a sentença
nunca foi dita pela rainha da França. As palavras são um trecho da obra Confissões, de Jean
Jacques Rousseau. Seu marido, o rei Luís XVI, também foi alvo de boatos. Ao assumir o trono
em 1774, teve que lidar com a reputação manchada do avô, o rei Luís XV. Por sofrer de lepra,
fora acusado de matar crianças para banhar-se com o sangue delas.
o A campanha Antivacinação
A polêmica em torno da vacina tríplice (caxumba, sarampo e rubéola) teve início quando o
médico britânico Andrew Wakefield, um gastroenterologista, publicou um artigo no jornal
Lancet, em 1998, a respeito do tratamento de crianças diagnosticadas com autismo. Wakefield
afirmava que tais crianças desenvolveram o distúrbio neurológico após receberem a vacina. O
médico era, na verdade, um vigarista que havia arquitetado a farsa após ser pago por um grupo
que pretendia processar a indústria farmacêutica. O jornal retirou o artigo e Wakefiled foi
impedido de exercer a profissão.

Nota da autora (eu, Allana): Vale ressaltar que isso é mais contemporâneo do que nós gostaríamos
que fosse. O que mais vemos na mídia é a volta de doenças erradicadas devido, principalmente, a não
vacinação das pessoas, em especial as crianças.
Veja uma reportagem que ratifica essa atualidade:

André Mello - 22/06/2018 (Pleno.News)


PEDIATRAS EM ALERTA – A vacina contra a Tuberculose (BCG) é aplicada nas
maternidades. Mas o movimento antivacinal e o defensores dos partos alternativos fizeram a
cobertura da vacina BCG, que era de 110% em 2002, recuar para 91% em 2017. E a tendência é
de recuo na curva vacinal. 10% das crianças correm risco, desnecessário, de contrair uma
doença mortal. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atribui a queda da vacinação aos
movimentos defensores de terapias alternativas e, principalmente, ao avanço de informações
falsas nas redes sociais. Uma epidemia de fake news contagia whatsapp, facebook e twitter. A
SBP e o Programa Nacional de Imunização apelam para que os pais procurem informações com
os pediatras e desconfiem das “notícias falsas”, fantasiosas e boatos. A Sociedade Brasileira

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de Pediatria comunicou a todos os seus associados um alerta para que dobrem a atenção contra
a Poliemolelite.
A NOVA ERA CONTRA A VACINA – O movimento antivacinal, que atualmente ajuda a
espalhar conceitos de que a vacina provoca doenças, estimula terapias alternativas e práticas
“espirituais” que ficaram conhecidos na década de 80/90 como “Nova Era” (“New Age”).
Defensores de parto fora da maternidade, de cristais e florais para “fortalecer a imunidade”,
os movimentos antivacinais caíram no gosto de uma parcela da classe A no Brasil e no mundo.
Sociedades Internacionais de Medicina – como a OPAS e OMS – já diagnosticaram o
movimento, responsabilizando-o pela volta do Sarampo e da Pólio em locais onde essas doenças
já haviam sido erradicadas. A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e a Organização
Mundial de Saúde (OMS) alertam que o Brasil corre o risco de perder o certificado de
eliminação da pólio e sarampo – que o país conquistou em 2016.
o A grande Conspiração
Publicado pela primeira vez na Rússia em 1903, o Protocolo dos Sábios de Sião continha as
(falsas) atas de uma reunião do fim do século 19, sobre uma conspiração que os judeus
formariam para dominar o mundo, controlando a imprensa e a economia mundial. O conteúdo foi
traduzido para vários idiomas e propagado freneticamente no século 20 – só nos EUA, 500 mil
cópias foram impressas e distribuídas. Quando os nazistas ascenderam ao poder em 1933, o
conteúdo foi usado como propaganda contra os judeus.
o O PLANO COHEN
Em 30 setembro de 1937, os ouvintes do programa de rádio Hora do Brasil foram
surpreendidos com o anúncio de um plano que detalhava um golpe comunista contra Getúlio
Vargas. Os direitos constitucionais foram suspensos. Era uma farsa criada por Olímpio Mourão,
ex-general do Exército brasileiro, para garantir a permanência de Vargas no poder – que
estabeleceria o Estado Novo. Morreu a democracia. E um número desconhecido de opositores.
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/10-fake-news-
historia.phtml
E. Fontes de dados
Um estudo recente do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês),
publicado na renomada revista Science, revelou que as fake news têm 70% mais chances de viralizar do
que uma notícia real. Além disso, uma notícia falsa se propaga seis vezes mais rápido que uma notícia
verdadeira. Segundo a doutoranda em Comunicação e Informação na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Taís Seibt, o motivo da rápida circulação e aderência das fake news é o tom
sensacionalista e emotivo dessas mensagens.
“O que faz com que uma notícia falsa tenha um grande poder de viralização é justamente esse apelo
exagerado à sensação — o sensacionalismo”, explica a professora de jornalismo e fundadora do Filtro
Fact-checking. De acordo com a especialista, as notícias que são fabricadas para se tornarem virais
geralmente lidam com temas que despertam emoções: surpresa, raiva, revolta, medo, alegria, ódio.
Quem é que não gosta de ter seu ponto de vista reforçado? O impulso por mostrar que estamos
certos faz com que o dedo aja mais rápido que a curiosidade e nos leva a compartilhar aquele post
mentiroso antes mesmo de fazer uma busca no Google para verificar a solidez da informação. Ou,
como explica a pesquisadora: “Se for uma informação que confirme uma expectativa ou uma
convicção, também há uma tendência maior para que a pessoa compartilhe isso”.
A quantidade de informação a que temos acesso também influencia na confusão entre boato e
notícia. “A facilidade de distribuição de mensagens por meio de aplicativos e redes sociais, sem

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procedimentos de verificação ou checagem das informações, criou nos últimos anos uma verdadeira
indústria informal da disseminação de boatos, da qual todos somos, em maior ou menor grau,
contribuidores”, pontua o professor doutor Francisco Rolfsen Belda, que realiza pesquisas sobre
credibilidade e pós-verdade.

Fonte: https://medium.com/revista-subjetiva/ataque-%C3%A0-imagem-de-marielle-franco-revela-a-
l%C3%B3gica-das-fake-news-f9c60999f07b

F. Como combater as Fake News?


A escola, a mídia e o governo podem ser ótimos agentes nesse tema, haja vista que uma das
principais formas de combate a essa prática é informar a população sobre o que é fake news, seus
impactos e possíveis punições para aqueles que compartilham sem checar as informações previamente.
De acordo com o site “Significados”:

Devido à facilidade com que informações podem ser criadas e compartilhadas na internet,
torna-se imprescindível que o usuário tenha um elevado senso crítico quando se depara com
qualquer tipo de conteúdo.
Pode parecer difícil identificar fake news, mas seguindo alguns passos básicos fica fácil
saber se a informação analisada é verdadeira ou não.
Ler todo o conteúdo
Um dos tipos mais comuns de fake news é quando o título da notícia é apresentado de modo
desconexo com o restante da informação. Infelizmente, muitas pessoas compartilham
conteúdos nas redes sociais, por exemplo, sem ler todo o texto e, assim, estão a disseminar
ideias totalmente deturpadas sobre o que de fato ocorreu.
Verificar a origem
Notícias falsas são pobres de fontes. Quando uma informação não contém elementos
jornalísticos básicos, como a referência daquilo que está sendo dito, por exemplo, a veracidade
do texto passa a ser questionável.
Confira os autores
Outra dica é conferir a identidade dos autores do texto e procurar um histórico de
trabalhos que já foram feitos por essas pessoas. Em muitos casos os autores de uma fake news
podem ser falsos, por isso caso não haja nenhum indício de quem escreveu a informação, a
probabilidade de se tratar de uma notícia falsa é alta.
Pesquisar por outras fontes
Quando recebemos alguma informação não devemos confiar exclusivamente na primeira
fonte de notícias. O ideal é pesquisar por outros veículos de comunicação credíveis e verificar
se o conteúdo também foi publicado e quais as informações contidas nos diferentes textos.
Confira a data de publicação da notícia
Pode ser que a informação seja verdadeira, mas esta está a ser usada fora do seu contexto
original. Por isso, antes de compartilhar uma notícia, por exemplo, é importante verificar a data
em que ela foi publicada.
Senso crítico em alerta
O mais importante é ter a capacidade de questionar as "verdades", não aceitando tudo
como se fosse absolutamente real apenas porque "leu na internet".

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ROTEIRO
INTRODUÇÃO:

A globalização proporcionou ao mundo uma maior integração virtual desde o surgimento da


internet. Dentro desse contexto, informações passaram a ser amplamente disseminadas e acessadas.
Entretanto, um problema que cerca essa realidade é a crescente propagação de notícias falsas,
acarretando inúmeros transtornos. Diante disso, analisar o atual panorama é fundamental para a
formação de uma população crítica e não compartilhadora de pós-verdades. (TESE)

Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): o impacto negativo das fake news na política.

Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): a falta de criticismo da sociedade e o crescimento


de intolerâncias decorrentes do uso de pós-verdade.

Conclusão  Proposta de Intervenção:

Quem – quais agentes utilizar?


Mídia , Escola e Governo
O quê eles vão fazer?
Mídia: orientação, informação e desenvolvimento do olhar crítico dos cidadãos
Governo e Escola: implantar projetos dentro das escolas que trabalhem uma educação socioemocial
dos estudantes.
Como – utilizando quais meios?
Mídia: campanhas televisivas, como a que está sendo realizada agora pela Rede Globo (não
interessa se você é contra ou a favor da Globo, ela é uma rede de comunicação altamente conhecida e
servirá como figura de autoridade na sua redação, então seja imparcial, pelo menos na sua redação!),
utilização de ficções engajadas que exemplifiquem os possíveis desdobramentos de uma falsa notícia e
de programas, como o Profissão Repórter na divulgação de informações.
Para quê?
Para coibir o maior impacto dessas notícias, tendo em vista que se a população é bem
informada, ela irá analisar melhor o conteúdo das reportagens e pensará duas vezes em curtir ou
compartilhar algumas reportagens que podem ter fundos falsos.

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REDAÇÃO
Fake News – Nota: 960

Nesse texto perdi 40 pontos na 4ª Competência, segundo o corretor, eu poderia ter


utilizado melhores conectivos e fazer substituição de algumas palavras.

OBS: Na introdução eu escrevi “raciocício” (ri demais quando o corretor marcou, nem
tinha percebido), mas não perdi ponto porque foi o único erro que cometi e, claramente,
por esse motivo, não fui penalizada, porque o corretor entendeu que foi falta de
atenção
nção e não um erro por falta de desconhecimento da norma culta.

Por isso que revisar o texto depois de escrito é fundamental também!

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8. Homofobia em discussão no Brasil
Esse não é o meu lugar de fala, contudo, esse é um assunto cada vez mais importante de ser
tratado, não só pela comunidade LGBT, mas sim por toda a sociedade, haja vista que, perante a
Constituição de 1988, somos todos iguais. Tendo em vista isso, como estudante e educadora não
poderia deixar de levantar esse assunto aqui na apostila. Mas, para não falar nenhuma besteira sobre
aquilo que não tenho vivência direta, irei continuar colocando várias reportagens, sites de confiança e
figuras de autoridade para falar também. Então vamos lá!

BRAIN STORM
o Links
 https://www.youtube.com/watch?v=8ulJwx7w2Vw
 https://www.youtube.com/watch?v=guYD4uqi0do
 https://www.youtube.com/watch?v=nkEPIyvsM2A
 https://www.youtube.com/watch?v=rqi-UTb9f9Y
 https://www.youtube.com/watch?v=8zx8HXIZ-44
 http://ramosdahistoria.blogspot.com/2009/04/homossexualidade-na-grecia-classica.html
 https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/o-combate-a-homofobia-no-
brasil-e-no-mundo/
 https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/homossexualidade-dna-e-a-ignorancia/

o Orlando: Terrorismo + Homofobia


O atentado à boate Pulse, em Orlando (EUA), aconteceu em 2016. Na época várias suposições
foram feitas para tentar explicar o motivo de o terrorista ter atacado uma das mais famosas boates
LGBT da cidade. Uma das teorias foi a homofobia, como podemos observar na reportagem da
Agência Brasil:

Ativistas alertam que homofobia de massacre em Orlando não pode ser ignorada
Orlando (EUA) - Em entrevista à imprensa, autoridades locais falam sobre o atentado em uma
boate que deixou 50 mortos e 53 feridosRodrigo Lins/Correspondente do site Só Notícia Boa
nos Estados Unidos
Em meio ao clima de solidariedade e tristeza pelas vítimas do massacre que deixou 49 vítimas
em uma boate gay nos Estados Unidos, ativistas do movimento LGBT no Brasil destacam que
não se pode apagar do ataque a sua motivação homofóbica. Na madrugada de domingo (12), um
atirador disparou com um rifle contra frequentadores da boate Pulse, na Flórida, e, além dos
mortos, feriu 53 pessoas. A casa era voltada ao público LGBT e tinha cerca de 300 pessoas no
momento do ataque. O atirador foi morto pela polícia, totalizando 50 mortos.
Para o ativista Beto de Jesus, representante na América Latina da Associação Internacional de
Lésbicas, Gays, Bissexuais,Transexuais e Intersexuais (Ilga), a situação não era inesperada, já
há um discurso recorrente de ódio aos LGBTs que circula nos Estados Unidos, no Brasil e em
outras partes do mundo. Para ele, não se pode encarar o ato apenas como terrorista e se deve
discutir os elementos que levaram a um ataque de ódio.
"É muito fácil justificar como terrorismo, e isso leva à cultura do medo, à cultura da violência.
Esse evento demonstra claramente uma situação de uma violência homofóbica extrema de uma

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pessoa que, por algum motivo ou com alguns motivos, desenvolveu esse ódio, desenvolveu essa
necessidade de querer matar pessoas que se mostram diferentes dela", analisa Beto, que
pondera que isso não significa ignorar o extremismo de grupos terroristas como o Estado
Islâmico, cuja possível influência no episódio está sendo investigada.
Para Beto de Jesus, é preciso criar e fortalecer instrumentos da sociedade para combater o
discurso de ódio, como por exemplo a educação. "Tem uma questão que é muito séria: ninguém
nasce homofóbico, ninguém nasce racista e ninguém nasce misógino. A gente aprende a ser e
aprende em espaços que não deveriam ensinar isso. Se as escolas fossem espaços de respeito à
diversidade em que você pudesse discutir de forma aberta as questões, você não teria ou teria
de uma forma muito menor situações como essa, porque o entendimento das diferenças seria
algo muito mais fácil", defende ele, que criticou o movimento político no Brasil que tem retirado
dos planos municipais de educação a discussão sobre diversidade de gênero. "Quando a gente
tem um discurso de ódio e cria dispositivos que retiram as possibilidades de discussão desses
temas, a gente vai gerando a cultura e esse discurso de ódio, de não aceitação do que é
diferente da gente".
Coordenador do programa Rio Sem Homofobia, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e
Assistência Social do Rio de Janeiro, Cláudio Nascimento concorda que o debate sobre
diversidade nas escolas pode ser uma das ferramentas para combater o discurso de ódio.
Cláudio lembrou que o Brasil é um país que registra grande violência contra a população LGBT e
pediu que o governo federal incentive a ação de todos os estados contra esse problema. "É
necessário que o governo federal aponte para os estados um plano nacional de enfrentamento
da discriminação contra LGBT", disse ele, que defende a discussão da diversidade de gênero
nas escolas, a adoção de leis que criminalizem a homofobia e a adoção no resto do país de meios
para denúncia, como o Disque Cidadania LGBT, um telefone 0800 que funciona 24 horas por dia
no Rio de Janeiro. "É necessário que o governo federal faça uma grande campanha nos estados.
Ele não pode ficar refém da posição dos fanáticos religiosos, que invadiram a política e querem
fazer dela instrumento de seus posicionamentos religiosos".
Claudio compara que esses mesmos grupos, nos Estados Unidos e no Brasil, tentam invisibilizar
a motivação homofóbica do ataque à boate em Orlando. "Não tenho dúvida alguma de tudo que
aconteceu teve motivação homofóbica. Não tem o que discutir. Se tem outras motivações, não
se pode apagar, fingir que não teve essa motivação", diz ele, que completa: "[Apagam a
motivação] para negar esse debate e não avançar nessa discussão no congresso americano, onde
a maioria se omite nesse debate. É para invisibilizar e criar uma narrativa. Aqui no Brasil
também passamos pela mesma situação".
Orlando (EUA) - Em entrevista à imprensa, autoridades locais falam sobre o atentado em uma
boate que deixou 50 mortos e 53 feridosRodrigo Lins/Correspondente do site Só Notícia Boa
nos Estados Unidos
Em meio ao clima de solidariedade e tristeza pelas vítimas do massacre que deixou 49 vítimas
em uma boate gay nos Estados Unidos, ativistas do movimento LGBT no Brasil destacam que
não se pode apagar do ataque a sua motivação homofóbica. Na madrugada de domingo (12), um
atirador disparou com um rifle contra frequentadores da boate Pulse, na Flórida, e, além dos
mortos, feriu 53 pessoas. A casa era voltada ao público LGBT e tinha cerca de 300 pessoas no
momento do ataque. O atirador foi morto pela polícia, totalizando 50 mortos.
Para o ativista Beto de Jesus, representante na América Latina da Associação Internacional de
Lésbicas, Gays, Bissexuais,Transexuais e Intersexuais (Ilga), a situação não era inesperada, já

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há um discurso recorrente de ódio aos LGBTs que circula nos Estados Unidos, no Brasil e em
outras partes do mundo. Para ele, não se pode encarar o ato apenas como terrorista e se deve
discutir os elementos que levaram a um ataque de ódio.
"É muito fácil justificar como terrorismo, e isso leva à cultura do medo, à cultura da violência.
Esse evento demonstra claramente uma situação de uma violência homofóbica extrema de uma
pessoa que, por algum motivo ou com alguns motivos, desenvolveu esse ódio, desenvolveu essa
necessidade de querer matar pessoas que se mostram diferentes dela", analisa Beto, que
pondera que isso não significa ignorar o extremismo de grupos terroristas como o Estado
Islâmico, cuja possível influência no episódio está sendo investigada.
Para Beto de Jesus, é preciso criar e fortalecer instrumentos da sociedade para combater o
discurso de ódio, como por exemplo a educação. "Tem uma questão que é muito séria: ninguém
nasce homofóbico, ninguém nasce racista e ninguém nasce misógino. A gente aprende a ser e
aprende em espaços que não deveriam ensinar isso. Se as escolas fossem espaços de respeito à
diversidade em que você pudesse discutir de forma aberta as questões, você não teria ou teria
de uma forma muito menor situações como essa, porque o entendimento das diferenças seria
algo muito mais fácil", defende ele, que criticou o movimento político no Brasil que tem retirado
dos planos municipais de educação a discussão sobre diversidade de gênero. "Quando a gente
tem um discurso de ódio e cria dispositivos que retiram as possibilidades de discussão desses
temas, a gente vai gerando a cultura e esse discurso de ódio, de não aceitação do que é
diferente da gente".
Coordenador do programa Rio Sem Homofobia, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e
Assistência Social do Rio de Janeiro, Cláudio Nascimento concorda que o debate sobre
diversidade nas escolas pode ser uma das ferramentas para combater o discurso de ódio.
Cláudio lembrou que o Brasil é um país que registra grande violência contra a população LGBT e
pediu que o governo federal incentive a ação de todos os estados contra esse problema. "É
necessário que o governo federal aponte para os estados um plano nacional de enfrentamento
da discriminação contra LGBT", disse ele, que defende a discussão da diversidade de gênero
nas escolas, a adoção de leis que criminalizem a homofobia e a adoção no resto do país de meios
para denúncia, como o Disque Cidadania LGBT, um telefone 0800 que funciona 24 horas por dia
no Rio de Janeiro. "É necessário que o governo federal faça uma grande campanha nos estados.
Ele não pode ficar refém da posição dos fanáticos religiosos, que invadiram a política e querem
fazer dela instrumento de seus posicionamentos religiosos".
Claudio compara que esses mesmos grupos, nos Estados Unidos e no Brasil, tentam invisibilizar
a motivação homofóbica do ataque à boate em Orlando. "Não tenho dúvida alguma de tudo que
aconteceu teve motivação homofóbica. Não tem o que discutir. Se tem outras motivações, não
se pode apagar, fingir que não teve essa motivação", diz ele, que completa: "[Apagam a
motivação] para negar esse debate e não avançar nessa discussão no congresso americano, onde
a maioria se omite nesse debate. É para invisibilizar e criar uma narrativa. Aqui no Brasil
também passamos pela mesma situação".
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2016-06/ativistas-
alertam-homofobia-de-massacre-em-orlando-nao-pode-ser

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o LGBTfobia

A homofobia é a repulsa ou aversão aos homossexuais. O preconceito em muitas sociedades


impede que gays possam exercer livremente a sua cidadania ou viver em segurança. Alvo de
discriminação, são constantemente ameaçados com insultos ou agressões físicas que muitas
vezes levam à morte.
O pior acontece quando o preconceito se torna uma política de Estado. Em pleno século
XXI, a prática homossexual é considerada crime em mais de 70 países. Em oito deles, a
punição para quem se relaciona com alguém do mesmo sexo é a morte: Mauritânia, Nigéria,
Sudão, Iêmen, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Paquistão e Afeganistão.
Fonte: https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/o-combate-a-
homofobia-no-brasil-e-no-mundo/

o Homofobia no Brasil:
De acordo com a Agência Brasil:

Levantamento aponta recorde de mortes por homofobia no Brasil em 2017


(Essa reportagem é do início de 2018)
Em 2017, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) foram mortos em
crimes motivados por homofobia. O número representa uma vítima a cada 19 horas. O dado
está em levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que registrou o maior número
de casos de morte relacionados à homofobia desde que o monitoramento anual começou a ser
elaborado pela entidade, há 38 anos.
Os dados de 2017 representam um aumento de 30% em relação a 2016, quando foram
registrados 343 casos. Em 2015 foram 319 LGBTs assassinados, contra 320 em 2014 e 314 em
2013. O saldo de crimes violentos contra essa população em 2017 é três vezes maior do que o
observado há 10 anos, quando foram identificados 142 casos.
Também nesta quinta-feira (18) a organização não governamental Human Rights divulgou um
relatório a respeito da violação dos direitos humanos no Brasil. O documento destaca que a
Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos recebeu 725 denúncias de violência, discriminação e
outros abusos contra a população LGBT somente no primeiro semestre de 2017.
Levantamento
O levantamento realizado pelo GGB se baseia principalmente em informações veiculadas pelos
meios de comunicação. Na avaliação de Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia e um dos
autores do estudo, o fenômeno pode ser ainda maior, uma vez que muitos casos não chegam a
ser noticiados.
“Tais números alarmantes são apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, pois não
havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, tais mortes são sempre
subnotificadas já que o banco de dados do GGB se baseia em notícias publicadas na mídia,
internet e informações pessoais”, comenta.
Causas violentas
Das 445 mortes registradas em 2017, 194 eram gays, 191 eram pessoas trans, 43 eram lésbicas
e cinco eram bissexuais. Em relação à maneira como eles foram mortos, 136 episódios
envolveram o uso de armas de fogo, 111 foram com armas brancas, 58 foram suicídios, 32

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ocorreram após espancamento e 22 foram mortos por asfixia. Há ainda registro de violências
como o apedrejamento, degolamento e desfiguração do rosto.
Quanto ao local, 56% dos episódios ocorreram em vias públicas e 37% dentro da casa da vítima.
Segundo o GGB, a prática mais comum com travestis é o assassinato na rua a tiros ou por
espancamento. Já gays em geral são esfaqueados ou asfixiados dentro de suas residências.
Um exemplo foi o assassinato da travesti Dandara, de 42 anos. Ela foi espancada, apedrejada e
depois morta a tiros por oito pessoas em Fortaleza no dia 15 de fevereiro de 2017. Os autores
aidna registraram o crime em vídeo, que ganhou grande circulação nas redes sociais.
Distribuição regional
O estado com maior registro de crimes de ódio contra a população LGBT foi São Paulo (59),
seguido de Minas Gerais (43), Bahia (35), Ceará (30), Rio de Janeiro (29), Pernambuco (27) e
Paraná e Alagoas (23). Entre as regiões, a maior média foi identificada no Norte (3,23 por
milhão de habitantes), seguido por Centro-Oeste (2,71) e Nordeste (2,58).

o Homossexualidade x Homossexualismo

O sufixo “ismo” é usado para indicar patologias, bem como doutrinas e ideologias. Portanto o
uso de tal prefixo no termo “homossexual”, tornando-se “homossexualismo”, considera as
homossexuais pessoas portadoras de patologias, distúrbios de natureza psíquica.
Até o ano 1990, a Organização Mundial de Saúde considerava a homossexualidade como
doença e por isso, entre a lista de doenças mentais da mesma, estava o “homossexualismo”.
Foi graças a pesquisas e questionamentos de pesquisadores da área sexual que se pode
retirar o “homossexualismo” da lista de doenças mentais. Mas por qual motivo foi retirado o
termo? Os pesquisadores perceberam, por intermédios de pesquisas e testes de métodos
terapêuticos, que não há teorias que provem a origem da homossexualidade; assim como não há
teorias que provem a origem da heterossexualidade. Ora, uma vez que não se pode provar a
origem de uma prática e nem “a cura da mesma”, tal prática não pode ser considerada oriunda
de distúrbios mentais.
Se fosse possível um método terapêutico que “curasse a homossexualidade”, nesta linha de
pensar, este mesmo método deveria ser usado para “curar a heterossexualidade”.
Uma vez que as relações homossexuais deixaram de ser consideradas oriundas de causas
patológicas, importava-se a retirada do sufixo “ismo” da palavra. Por isso, não sendo um
homossexual uma pessoa doente, não podemos usar o termo “homossexualismo”.
Atualmente, embora tem-se prós e contras no que diz respeito ao uso do termo
“homossexualidade” para remeter às pessoas que se relacionam com o mesmo sexo,
homossexualidade é o termo mais utilizado e aceito.
É importante conhecer os termos e suas origens, pois os mesmos podem dar continuidade ao
preconceito quando mal usados. Fora o preconceito! Fora a homofobia! Não somos diferentes,
não somos anormais!
Fonte: http://movimentolgbt.com.br/homossexualidade-x-homossexualismo/

o Análise Histórica da Homofobia e da Homossexualidade (uma ressalva sobre essa reportagem,


ela é de 2014 e ainda fala “Homossexualismo” em vez do termo correto, Homossexualidade):

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A. INTRODUÇÃO
É comumente exposto nos meios de comunicação violências de todas as espécies e tendo como vítimas
diferentes tipos de pessoas ou grupos sociais, dentre elas uma que está ganhando um destaque maior
nos últimos tempos é a violência contra a liberdade de orientação sexual.
De modo geral pode acentuar que as maiores vítimas dessa agressão são os homossexuais (gays,
lésbicas, transsexuais e outros), tendo esta violência estendida para os heterossexuais que apóiam a
liberdade da opção sexual. Tal violência contra a opção sexual vulgarmente é chamada de homofobia.
O termo homofobia de acordo com Junqueira (2007) surgiu durante os anos 70 nos Estados Unidos, e
basicamente consiste na aversão, ódio a pessoas que optam por ter relações homossexuais ou que de
qualquer forma tenha uma orientação diferente da que é aceita pelo seio da sociedade. Dessa forma,
seria o homossexual visto como anormal ou inferior em relação aos heterossexuais.
B. HISTÓRIA DO HOMOSSEXUALISMO
O fenômeno do homossexualismo que hoje é visto por algumas pessoas com certa repulsa, em
sociedades antigas eram toleradas.
Em certas comunidades como a grega, conforme asseverado por Silva e Bornia (2009, p.37), as relações
homossexuais eram vistas em uma posição hierarquicamente superior às relações heterossexuais,
tendo inclusive uma função civil, pois eram a partir delas que o jovem grego passava a ser visto como
cidadão.
Também durante o Império Romano a questão da homossexualidade sofreu modificações. Para Moreira
Filho e Madrid (2008, p.5), no início do Império romano o homossexualismo entre romanos e jovens
eram altamente aceitos, mas com o passar do tempo foi sofrendo restrições, podendo ser passível de
multa, a depender de quem estivesse envolvido na relação.
Importante ressaltar conforme exposto por Moreira Filho e Madrid (2008) que o fenômeno do
homossexualismo não está limitado às sociedades ocidentais, já que em civilizações orientais como, por
exemplo, a chinesa e a Indiana, seja por motivo religioso ou cultural, o homossexualismo era visto com
naturalidade.
Durante a Idade Média, de acordo com Silva e Bornia (2009, p. 38) a relação homossexual devido à
influência de fatores religiosos passou a ser bastante oprimida, tendo sido o prazer sexual de um modo
geral visto como pecado, uma tentação diabólica.
De acordo com Silva e Bornia (2009, p. 39) outro período de bastante evidência das características
homofóbicas foi durante a 2ª Guerra Mundial, onde homossexuais juntamente com ciganos, judeus
negros e outros, foram vitimas de graves violências, em nome da “superioridade da raça ariana”.
Após a 2ª Guerra Mundial segundo Toniette (2006), o Movimento dos Direitos dos Homossexuais
começou a se estruturar nos Estados Unidos da América e na Europa, onde a principal proposta desse
movimento era descriminalizar a homossexualidade e ter o reconhecimento dos seus direitos civis.
Depois de séculos de repressão o homossexualismo visto antigamente como um pecado, ou uma
doença, começou a ter no inicio dos anos 70 esse modo de pensar modificado, segundo Junqueira
(2007), em 1973 a Associação Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do seu Manual de
Diagnóstico de Distúrbios Mentais, e em 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) excluiu a
homossexualidade do Código Mundial de Doenças.
No Brasil, desde 1985 os Conselhos Federais de Medicina, e desde 1999 os Conselhos de Psicologia não
consideram mais o homossexualismo como doença, distúrbio mental ou perversão.
C. HOMOFOBIA
Segundo Junqueira (2007), o termo homofobia surgiu durante os anos 70 nos Estados Unidos cunhado
pelo psicólogo clínico George Weinberg[1], e basicamente consiste na aversão, ódio a pessoas que
optam por ter relações homossexuais ou que de qualquer forma tenha uma orientação diferente da que
é aceita pelo seio da sociedade, seria o homossexual visto como anormal ou inferior em relação aos
heterossexuais.
O surgimento da homofobia segundo Scola e Amaral (2007, p.7), está intimamente ligado à necessidade
que alguns indivíduos têm de reafirmar os papéis tradicionais de seu gênero, onde muitas vezes essa
necessidade tem seu fundamento em argumentos religiosos, políticos, culturais e etc.
Essa aversão sofrida pelos homossexuais muitas vezes são manifestadas em simples piadas, ou graves
insultos e pode chegar ao extremo das agressões físicas e ter como resultado morte. As pessoas que
sofrem discriminação por motivo de opção sexual geralmente são receptoras de uma conduta que as
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tratam de modo pejorativo, e as que agridem, ou seja, os chamados de homofóbicos têm o argumento de
impor sua sexualidade como superior às das demais pessoas.
D. ANÁLISE DA HOMOSSEXUALIDADE SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO DE 1988
A atual Constituição Federal Brasileira, assim como os demais textos constitucionais, conforme
asseverado por Silva e Bornia (2009, p.40) traz a previsão expressa dos direitos e garantias
fundamentais.
Importante ressaltar que atual Constituição Federal traz uma inovação em relação aos demais textos,
uma vez que trouxe os direitos fundamentais antes mesmo de tratar da organização do estado.
Em seu art. 5º afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade. Neste tocante, importante ressaltar que de acordo com Moraes
(2005) a expressão residentes no Brasil deve ser entendida no sentido de que a Carta Magna só pode
assegurar a fruição dos direitos fundamentais dentro do território brasileiro, estando incluso no rol de
proteção da Constituição o estrangeiro, que transita em território nacional.
Apesar de não estar expresso na carta magna a não discriminação pelo motivo de orientação sexual,
seguindo Silva e Bornia (2009, p.41) o texto Constitucional não traz uma enumeração exaustiva de
direitos fundamentais, podendo através de uma interpretação da constituição, abrir prerrogativas para
a proteção de direitos implícitos, ou seja, que não estão expressos, levando-se em conta os princípios
fundamentais de uma democracia que são a igualdade, dignidade e a não tratamento desumano ou
degradante.
E. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
O princípio da Dignidade da pessoa humana está expresso no artigo 1º, inciso III, da Constituição
Federal de 1988, que fala sobre os fundamentos da Republica Federativa do Brasil.
Este princípio traz unidade de direitos e garantias inerentes à personalidade humana, dessa forma:
Concede unidade aos direitos e garantias fundamentais, sendo inerente às personalidades humanas.
Esse fundamento afasta a idéia do predomínio das concepções transpessoalistas de Estado e Nação, em
detrimento da liberdade individual. A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se
manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz
consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável
que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas
limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sem menosprezar a necessária estima que
merecem todas as pessoas enquanto seres humanos.(MORAES, 2005, Ed.17, p.16).
Desse modo, a possibilidade que dispõe o ser humano de fazer suas escolhas deve ser respeitada por
todos, não podendo sofrer grandes intervenções.
F. PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Também o princípio da igualdade está consolidado na Constituição Federal de 1988, e
basicamente diz que todos os cidadãos têm o direito de um tratamento idêntico pela lei. Deste modo,
esse princípio veda as discriminações absurdas, desproporcionais, pois segundo expõe Moraes (2005) o
tratamento desigual dos casos desiguais na medida em que se desigualam está intrínseco ao conceito de
justiça.
Segundo Moraes (2005) este princípio traz uma limitação quanto ao legislativo e executivo, pois
impede que estes criem tratamento diferente às pessoas em situações idênticas. Por outro lado, obriga
que o intérprete da lei/ autoridade pública aplique a lei ou ato normativo de maneira igualitária, sem
distinção por motivo de religião, sexo, raça ou classe social. Vedando ainda a aplicação da lei ou ato
normativo nos casos concretos de forma a ampliar a desigualdade.
G. NÃO TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE
Ainda prevê a Constituição que ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou
degradante, estando intimamente ligado ao direito a vida, que segundo Moraes (2005) tem um duplo
sentido, o primeiro está envolvido com o direito de continuar vivo, e o segundo consiste no direito de
ter uma vida digna quanto à subsistência.
Desse modo quaisquer atos discriminatórios que atentem, ainda que indiretamente contra a vida,
honra deve ser passível de punição pelo ordenamento jurídico brasileiro. Nesse sentido, Silva e Bornia
(2009, p.42) asseveram que toda pessoa, encontrando-se na sua qualidade de ser humano, deve ter sua
dignidade respeitada de maneira mais ampla possível.
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H. CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA
Tramita hoje no Congresso Nacional o projeto de lei 5003/2001, que já foi aprovado pela Câmara
dos Deputados, que visa alterar o rol de proteção da lei 7716 de 1989 que tipifica a discriminação por
raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Com a possível aprovação do projeto de lei, irá
especificar também a discriminação e o preconceito por gênero, sexo, orientação sexual e identidade de
gênero.
Entretanto, para que alguma conduta seja passível de punição, é preciso que se respeitem os
preceitos impostos na Carta Magna de 1988, dentre eles o da Reserva Legal (Art. 5º, inciso XXXIX).
O princípio da legalidade é ponto fundamental do Direito Penal, pois é a partir dele que se pode
criar normas que incriminam certas condutas que violam os bens jurídicos mais importantes de uma
sociedade.
O princípio basicamente diz que não existe crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal, está explícito na Constituição Federal de 1988 e no Artigo 1º do atual Código
penal Brasileiro de 1941.
Nesse sentido, segundo Teles (2011) a lei penal deve ser certa, exata, precisa, proibida de fórmulas
extremamente genéricas ou passíveis de muitas interpretações, devendo o legislador fazer o uso
expressões claras, para que todos os interpretes da lei penal consigam enxergar o alcance da norma.
Com tudo, verificamos que deve haver por parte do legislador um dever de cuidado na hora de elaborar
um tipo penal, para que a sua aplicação se realize respeitando todas as garantias fundamentais.
Tem-se ainda que se lembrar do princípio da lesividade, fundamental no Direito Penal, e que segundo
Greco (2009, Ed.11, p.53) “o princípio da lesividade, limitando ainda mais o poder do legislador, quais
são as condutas que poderão ser incriminadas pela lei penal.” Desse modo, não se pode punir condutas
que não ultrapassem o âmbito de direitos de cada indivíduo, ou seja, atitudes internas ou estados e
condições de existência.
O projeto de lei 5003/2001 ainda não passou por todas as fases do processo legislativo, desse
modo, a discriminação por orientação sexual, ainda não pode ser considerada crime pela legislação
brasileira.
Mas apesar da ausência de tal previsão expressa, importante salientar que de acordo com Silva e
Bornia (2009, p.46) “é possível uma subsunção indireta, pois determinadas ações dirigidas à pessoa
homossexual, mesmo não sendo tratadas por lei própria, são passíveis de punição.”
Sendo assim, os atos de discriminação por orientação sexual devem ser passíveis de punição, tendo a lei
o ideal de proteger tanto os homossexuais quanto os heterossexuais.
Tendo em vista que no texto constitucional vem a previsão da punição de qualquer ato
discriminatório, sendo assim condutas de caráter homofóbico deve ser punida e deve-se proteger
qualquer forma de orientação sexual.
I. CONCLUSÃO
O fenômeno do homossexualismo está presente na história do ser humano desde as sociedades
mais remotas, entretanto com o passar do tempo, por interferência de motivos religiosos, políticos e
sociais de um modo geral passou a ser visto como se fosse uma doença, ou um pecado.
O fato é que o problema de certos grupos de pessoas em nossa atual sociedade tem a necessidade
de impor sua sexualidade perante os outros de modo agressivo, de modo a ultrapassar sua esfera de
direitos, havendo assim necessidade de uma conscientização por parte das autoridades e das demais
pessoas, seja através de programas sociais ou de criação de legislação, para assim poder amenizar, ou
até extinguir essa violação ao direito fundamental de cada um ter sua opção sexual.
Fonte: https://jus.com.br/artigos/32379/homofobia-analise-historica-do-fenomeno-homossexual-e-
sua-possivel-criminalizacao

o A Homossexualidade retratada na literatura:


https://www.webartigos.com/artigos/a-abordagem-da-homossexualidade-na-literatura-algumas-
reflexoes/58282
https://www.infoescola.com/livros/o-bom-crioulo/

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ROTEIRO
INTRODUÇÃO:

Adolfo Caminha, escritor naturalista do século XIX, em seu livro “O bom crioulo”, retrata pela
primeira vez na literatura brasileira a homossexualidade entre dois homens, visando criticar a
sociedade preconceituosa e purista da época. Nesse contexto, apesar de passados alguns séculos, a
discriminação vivida pelos homossexuais persiste na contemporaneidade, acarretando uma das
intolerâncias mais graves no Brasil: a homofobia. Diante disso, analisar as causas da perpetuação dessa
mazela é fundamental para mitigá-la. (TESE)

Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): preconceito da sociedade diante a


homossexualidade.

Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): a tentativa de manter dentro da lei atitudes


intolerantes contra os LGBT.

Conclusão  Proposta de Intervenção:

Quem – quais agentes utilizar?

Mídia , Escola e Governo

O quê eles vão fazer?

Mídia e Escola: Abordar a temática da orientação sexual dos indivíduos e a importância de respeitá-la.
Governo: Criminalizar a homofobia e ampliar para todas as escolas projetos que trabalhem a questão
da tolerância com o diferente.
Como – utilizando quais meios?

Mídia: Campanhas televisivas, ficções engajadas, programas de TV.


Governo: projetos de leis, fiscalização e punição.
Para quê?

Para mitigar o preconceito enraizado na sociedade, garantindo na prática os direitos previstos na


Constituição.

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REDAÇÃO
Homofobia em discussão no Brasil – Nota: 960
Adolfo Caminha, escritor naturalista do século XIX, em seu livro “O bom crioulo”, retrata pela
primeira vez na literatura brasileira a homossexualidade entre dois homens, visando criticar a
sociedade preconceituosa e purista da época. Nesse contexto, apesar de passados alguns séculos, a
discriminação vivida pelos homossexuais persiste na contemporaneidade, acarretando uma das
intolerâncias mais graves no Brasil: a homofobia. Diante disso, analisar as causas da perpetuação dessa
mazela é fundamental para mitigá-la.
Deve-se pontuar, antes de tudo, que a relação entre duas pessoas do mesmo sexo não é algo
surgido na contemporaneidade. Nessa perspectiva, na Grécia Antiga, a prática homossexual era
amplamente aceita e incentivada em determinados grupos sociais. Hoje, contudo, o relacionamento
homoafetivo sofre constantes ataques de discriminação, alguns até mesmo físicos. Prova disso foi o
atentado a uma boate gay, em 2016, na cidade de Orlando (EUA), o qual deixou 50 mortos, motivado
por preconceito a essa camada da população. Dentro desse contexto, no Brasil, de acordo com uma
pesquisa do Grupo Gay da Bahia, o mesmo ano, 2016, foi o período com mais mortes de LBGT
(lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), já registrados nas últimas três décadas. Sob esse viés, não
criminalizar a homofobia gera uma sensação de impunidade, mantenedora dessa problemárica.
Outrossim, é válido destacar que, na contramão de tanta desigualdade civil, o Conselho
Nacional de Justiça aprovou a união homoafetiva. Todavia, apesar de ser um grande avanço, tal ação
não configura-se como uma aceitação social desses casais. Seguindo essa linha de raciocínio, o projeto
de lei 4931, “A cura gay”, parte da premissa de que a homossexualidade é uma escolha condicionada
pelo meio e, sendo assim, os indivíduos poder ser curados por tratamento psicológico. Tal postura
determinista, entretanto, segundo o Doutor Drauzio Varella, ignora que a homoafetividade é um
fenômeno de natureza tão biológico quanto a heterossexualidade. Nesse sentido, tal proposta vai de
encontro à liberdade e à igualdade que todos devem ter perante à lei, independente de orientação
sexual. Tal quadro corrobora a intolerância com o diferente persistente na sociedade brasileira.
Entende-se, por conseguinte, que a homofobia decorre do preconceito enraizado no país. Para
mitigar essa problemática é necessária uma ação conjunta, na qual a mídia será responsável por
abordar a temática da orientação sexual dos indivíduos e a importância de respeitá-la, utilizando-se de
ficções engajadas e campanhas publicitárias para construir o sentimento de empatia na sociedade, no
intuito de minimizar o preconceito. Nessa mesma linha de atuação, o Ministério da Educação, dentro
das escolas, deve ampliar projetos, como o “Programa Semente”, responsável por formar
socioemocionalmente os cidadãos ao trabalhar conceitos, como compreensão, tolerância, moral e
ética, a fim de, por meio de debates e palestras entre alunos, família, escola e psicólogos, desconstruir
a intolerância contra os LGBT. Concomitantemente, na esfera judicial, o Ministério da Justiça deve
criminalizar a homofobia para coibir reincidência desse crime. Dessa forma, essa realidade fará parte
apenas da literatura.

Por mais incrível que isso pareça, sim, isso tudo deu em 30 linhas :D

Perdi 40 pontos na primeira competência, coloquei vírgulas além do necessário


hahaha Mas consertei e agora está sem os erros marcados pelo corretor.

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9. Conceitos de Família no século XXI
Mais um tema polêmico?
Não deveria ser, contudo, ainda existem muitos desafios para serem enfrentados pelos modelos de
família contemporâneos. Vamos analisar alguns deles!

BRAIN STORM
o Links

 https://www.youtube.com/watch?v=1TDIImIA0GI
 https://www.youtube.com/watch?v=THzRytWcHHU
 http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/novas-familias-velhos-problemas-2/
 https://jus.com.br/artigos/37521/os-novos-arranjos-de-familia-no-direito-brasileiro
 https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-familia-pauta-na-escola-
mudancas-seculo-xxi.htm

o Patriarcalismo e Preconceito
Desde que nos conhecemos por gente e que estudamos na escola, em história, o modelo de
família ensinado para nós é: pai, mãe e filhos, com a figura paterna como provedora da família e os
outros submissos a ela. Durante séculos esse foi o único modelo considerado certo dentro da
sociedade, qualquer ponto fora da curva era altamente discriminado e colocado à margem da
sociedade.
Parece que estou falando de século atrás, não é mesmo? Entretanto, o preconceito contra as novas
formações ainda estão presentes na nossa sociedade.
A evolução da família brasileira se deu de forma lenta. Em tempos mais remotos, homens e
mulheres desempenhavam papéis diferentes perante a família, em que o papel do homem era
sustentar a casa e o da mulher cuidar da casa e dos filhos.
A mulher era considerada relativamente incapaz e precisava da autorização do marido para
exercer certos atos, conforme preleciona Dias ((a) s.d.:1): “[...] a mulher ao casar perdia sua
plena capacidade, tornando-se relativamente capaz, como os índios, os pródigos e os menores.
Para trabalhar precisava da autorização do marido”.
Além disso, o regime de bens obrigatório da época era o da comunhão universal de bens,
conforme a ilustre doutrinadora Dias ((d) 2013: 44):
“Ao casar, a mulher tornava-se relativamente capaz, não podia trabalhar nem administrar
seus bens [...]. Duas pessoas fundiam-se numa só, formando uma unidade patrimonial, sendo o
homem o elemento identificador do núcleo familiar”.
Essa visão arcaica e engessada do direito de família se estendeu até o ano de 1.962 (mil
novecentos e sessenta e dois), pois com o advento do Estatuto da Mulher Casada a mulher teve,
ainda que timidamente, alguns direitos em relação a dependência do marido, de acordo com o
artigo acima citado da ilustre doutrinadora Dias ((a) s.d.: 2):
“O chamado Estatuto da Mulher Casada devolveu a plena capacidade à mulher, que passou à
condição de colaboradora na administração da sociedade conjugal. Mesmo tendo sido deixado

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para a mulher a guarda dos filhos menores, sua posição ainda era subalterna. Foi dispensada a
necessidade da autorização marital para o trabalho e instituído o que se chamou de bens
reservados, que se constituía do patrimônio adquirido pela esposa com o produto de seu
trabalho”.
Somente 15 (quinze) anos mais tarde, em 1.977 (mil novecentos e setenta e sete), o divórcio
tomou o lugar do desquite, porém, cada cônjuge poderia se divorciar uma única vez, tendo-se
como regra nos casamentos, o regime da comunhão parcial de bens, iniciando mesmo que
lentamente a questão da mudança no âmbito familiar, ficando visível a diferenciação e
principalmente a evolução nos modelos familiares a partir desta época. De acordo com Dias ((d)
2013: 44): “Daí a Lei do Divorcio, que em 1.977 (mil novecentos e setenta e sete), consagrou a
dissolução do vínculo matrimonial, mudou o regime legal de bens para o da comunhão parcial e
tornou facultativa a adoção do nome do marido”, pois até então era obrigatória à aquisição do
nome do marido pela mulher.
Fonte: https://jus.com.br/artigos/37521/os-novos-arranjos-de-familia-no-direito-
brasileiro

De acordo com uma reportagem da Revista Carta Educação:

Novas famílias, velhos problemas: Apesar do empenho de escolas em aceitar novos tipos de
famílias, preconceito entre pais, alunos e até mesmo professores ainda é obstáculo.
O que é família? A primeira resposta à pergunta relativamente simples é a imagem clássica
de pai, mãe e filhos. Mas esse próprio “conceito” já sofreu transformações importantes ao
longo da história. Especialistas identificam três tipos de família na cultura ocidental: a
tradicional, nas quais o casamento arranjado embutia a ideia de negócio; a moderna, que, a
partir do fim do século 18, pauta a escolha do parceiro através do amor e desejo; e as
contemporâneas, que se modelaram por uma série de transformações a partir dos anos 1960,
tais como o divórcio, o feminismo, os direitos homossexuais, os métodos contraceptivos e a
fertilização in vitro.
Elementos que mostram, segundo o livro A Família em Desordem, de Elizabeth Roudinesco,
que a imagem da “família Doriana” – aquela que povoava os comerciais de uma marca de
margarina nos anos 1990 – é um tipo idealizado que dificilmente faz jus à realidade de hoje. No
Brasil, por exemplo, o tripé pai, mãe e filhos vem dando espaço para novos formatos, nos quais
mães e pais solteiros, casais homoafetivos, avós e tios cuidadores são os novos protagonistas.
“A família hoje é mais livre, mais verdadeira, mais autêntica. Sua essência não é mais
um núcleo econômico e reprodutivo, mas sim um locus da estruturação de um ser”, observa
o advogado Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do Instituto Brasileiro de Direito de
Família (IBDFAM). “O casamento não é mais o legitimador das relações sexuais e a
reprodução está cada vez mais desatrelada da sexualidade.”
As novas maneiras de se relacionar e a queda de tabus em relação a, por exemplo,
orientação sexual levaram a uma verdadeira revolução na composição familiar. Seus ecos são
tanto produto da transformação social em curso quanto desafios para setores como as escolas,
que ainda tateiam como absorvê-los.
Ainda em um processo de adaptação às novas configurações, as instituições de ensino vêm
se esforçando para assimilar alunos cujo núcleo primário foge à forma mais tradicional. A
tarefa não tem sido das mais fáceis, revelam mães e educadores.

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Psicanalista com especialização em criança, adolescente e família, Luciana Pires
observa que a sociedade, em geral, costuma ser conservadora no que diz respeito a
formatos familiares. “Acho que temos algum apego, um resto da concepção infantil de
papai e mamãe, que fica em um lugar mais idealizado”, opina.
“Existe preconceito em todas as classes sociais e todos os tipos de escola. Escola tem, por
princípio, um caráter conservador, pois se ocupa da transmissão da cultura, tradição e
conhecimento acumulado. Acho curioso que no Dia dos Pais, por exemplo, apresentem uma
figura mítica como se fosse o Papai Noel ou o coelhinho da Páscoa”. Ela explica ainda que as
novas famílias têm tanto reflexo nos pequenos pertencentes a elas quanto naqueles oriundos de
composições tradicionais. “Os novos formatos familiares têm tanto efeito sobre as crianças
quanto a composição das famílias heterossexuais tem. O formato familiar dá trabalho para o
filho, sempre, seja ele qual for”, esclarece.
Fonte: http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/novas-familias-velhos-problemas-2/

o Religião e novas famílias

Lidar com alguns conceitos, não só dentro da sua redação, mas também na vida, algumas vezes é
algo difícil, pois vai de encontro a nossa subjetividade, principalmente quando se trata de crenças
religiosas. Mas é algo necessário de ser feito, até para que nós possamos entender a diferença entre
aquilo que é subjetivo, nossos valores, daquilo que é objetivo, os direitos contidos na Constituição de
1988.
Apesar de convivermos em um Estado laico, a opinião e os ensinamentos cristãos ainda têm muita
relevância na vida da sociedade. Sendo entendimento predominante entre aqueles que seguem uma
religião cristã, o modelo tradicional, aquele composto pelo pai, a mãe e os filhos e irmãos bilaterais.
A família é considerada para os cristãos como a igreja doméstica, a primeira igreja, a igreja a qual se
nasce, se tem ensinamentos acerca da religião e acerca de tudo o que se considera certo e errado para
os seguidores de Cristo.
Os católicos possuem uma doutrina de suma importância, chamada de Catecismo da Igreja Católica
(CIC) (2000: 455) que explana que em seu parágrafo 1666 que:
“O lar cristão é o lugar onde os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. É por isso que a casa de família
se chama, com razão, Igreja doméstica, comunidade de graça e de oração, escola de virtudes humanas e
de caridade cristã”.
A sociedade contemporânea, por conta da religião discrimina alguns dos novos tipos de entidade
familiar alegando uma ofensa à família, pois as religiões cristãs veem o matrimônio como um
sacramento que tem como objetivo a procriação. Considerando acima de tudo o casamento como união
indissolúvel.
Segundo a Bíblia, livro sagrado para os cristãos, baseando-se na ordem divina do livro de Gênesis,
capítulo 1 (um), versículo 22 (vinte e dois), é possível enxergar que o objetivo divino era a procriação.
Logo, os cristãos não poderiam viver um casamento sem a devida procriação.
Dessa forma, as famílias contemporâneas sofreram certa discriminação por conta das atitudes da igreja.
Porém para Maria Berenice Dias, o afrouxamento dos laços entre o Estado e a Igreja acarretou em uma
profunda evolução social e com essa evolução muitos tipos de famílias surgiram sem que tivessem
nomenclatura para elas.
Porém algumas dessas famílias são alvos de discriminação. Segundo Dias ((f), 2005), a igreja fez com
que as relações homoafetivas fossem alvo de preconceito, conforme se lê no trecho abaixo transcrito:
“As uniões de pessoas do mesmo sexo sempre existiram, mas a partir do momento em que a igreja
sacralizou o conceito de família, conferindo-lhe uma finalidade meramente procriativa, as relações
homossexuais se tornaram alvo do preconceito e do repúdio social”. (p. 40)
Ocorre que a igreja católica rapidamente se posicionou frente às evoluções nos modelos familiares. E
isso é visível com as novas formas de interpretação do CIC, pelo Papa Francisco.

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Apesar de a igreja possuir uma doutrina visivelmente preconceituosa com as famílias contemporâneas,
a forma de interpretar e transmitir essa interpretação aos fieis se tornou diferente.
Como exemplo temos o discurso do Papa Francisco sobre as mães solteiras:
“Pensem em uma mãe solteira que vai à igreja, à paróquia e ao secretário: 'Quero batizar meu filho'. E
depois esse cristão, essa cristã lhe diz: 'Não, você não pode porque você não é casada!'. Mas, veja, essa
jovem teve a coragem de levar adiante a sua gravidez e não devolver o seu filho ao remetente, e o que
ela encontra? Uma porta fechada! […]”.

Fonte: https://jus.com.br/artigos/37521/os-novos-arranjos-de-familia-no-direito-brasileiro

o Modelos de Família

“Pai, mãe e filhos” já não reinam mais nos lares

Formação clássica ‘casal com filhos’ deixou de ser maioria no Brasil: segundo o IBGE,

representa 49,9% dos domicílios, enquanto outros tipos de famílias já somam 50,1%

Desde o advento da Constituição Federal em 1988, passaram a ser reconhecidas outras formas
de família, diferentes daquela vista por muitos como a forma “tradicional”. É claro que todas
essas famílias já existiam antes e mereciam proteção. Porém, depois de 1988 elas passaram a
ser juridicamente reconhecidas, tendo, portanto, seus direitos resguardados por lei.
A sociedade vem a cada dia se adaptando às realidades vivenciadas pelas pessoas e, com isso, o
conceito de família passou a ser visto de maneira plural.

Podemos nos deparar com as seguintes modalidades:

• Família Matrimonial: aquela formada pelo casamento, tanto entre casais heterossexuais
quanto homoafetivos.
• Família Informal: formada por uma união estável, tanto entre casais heterossexuais
quanto homoafetivos.
• Família Monoparental: família formada por qualquer um dos pais e seus descendentes.
Ex.: uma mãe solteira e um filho.
• Família Anaparental: Prefixo Ana = sem. Ou seja, família sem pais, formada apenas por
irmãos.
• Família Unipessoal: Quando nos deparamos com uma família de uma pessoa só. Para
visualizar tal situação devemos pensar em impenhorabilidade de bem de família. O bem de família
pode pertencer a uma única pessoa, uma senhora viúva, por exemplo.
• Família Mosaico ou reconstituída: pais que têm filhos e se separam, e eventualmente
começam a viver com outra pessoa que também tem filhos de outros relacionamentos.
• Família Simultânea/Paralela: se enquadra naqueles casos em que um indivíduo mantém
duas relações ao mesmo tempo. Ou seja, é casado e mantém uma outra união estável, ou, mantém
duas uniões estáveis ao mesmo tempo.
• Família Eudemonista: família afetiva, formada por uma parentalidade socioafetiva.

Fonte: https://direitofamiliar.com.br/voce-sabia-que-existem-varios-tipos-de-familia/

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o Projetos de Leis
Vou colocar aqui, na íntegra, uma reportagem do site Jusbrasil que fala sobre dois projetos de lei
que estão em discussão desde 2014. Achei importante colocar tudo porque existem muitos dados
legais e duas visões opostas sobre o mesmo assunto, que servem, até mesmo, para você trabalhar
dialeticamente.
Dois projetos de lei em tramitação na Câmara e no Senado debatem formação dos lares e divergem
sobre inclusão ou não de casais homossexuais e pais solteiros nessa legislação.
A historiadora Regina Helena Alves da Silva e a psicóloga Sílvia Esteves estão juntas há 10 anos e
têm um casal de filhos pequenos, que são a alegria da casa. Os dois são irmãos e foram adotados há
cerca de três anos. Foram retirados dos pais porque eram vítimas de violência. Hoje, fazem parte de
uma família como outra qualquer ou como muitas que existem no Brasil e no mundo e que não se
encaixam naquele modelo tradicional formado apenas por pai, mãe e filhos. Porém, não para o Projeto
de Lei 6.583/2013, em tramitação na Câmara dos Deputados, que cria o Estatuto da Família. De acordo
com o texto, são consideradas entidades familiares apenas o núcleo social formado a partir da união
entre um homem e uma mulher ou por apenas um dos pais e seus filhos.
Caso seja aprovado, casais homossexuais, netos criados por avós, irmãos criados sozinhos e
todos os diversos tipos de unidades familiares já reconhecidas pela Justiça brasileira e por doutrinas de
direito estarão à margem dessa proposta. Segundo dados do Censo Demográfico do IBGE, realizado em
2010, o modelo familiar formado por pai, mãe e filhos deixou de ser maioria no Brasil. Os novos
arranjos já representam 50,1% dos lares brasileiros, contra 49,9% da formação tradicional.
No entanto, um outro projeto analisado pelo Senado tem orientação antagônica ao conceito de
família que está sendo debatido pela Câmara, apesar de as duas propostas terem nomes praticamente
idênticos. O projeto do Senado foi batizado de Estatuto das Famílias, no plural, ao contrário do texto
analisado pelos deputados. Por essa proposta, são protegidas todas as unidades familiares, em qualquer
de suas composições. Apesar de ter começado a tramitar depois do projeto da Câmara, o Estatuto das
Famílias, de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), tem chances de ser aprovado primeiro, pois
já está em fase de relatoria na Comissão de Direitos Humanos. Se isso ocorrer, deve seguir para a
Câmara, onde será apensado ao Estatuto da Família.
O texto do estatuto em tramitação na Câmara é de autoria do deputado Anderson Ferreira (PR-
PE), integrante da bancada evangélica e autor do parecer favorável ao projeto de cura gay, do
parlamentar tucano João Campos (GO), arquivado ano passado pelo Congresso após diversos protestos
e manifestações. Ele justifica sua proposta alegando a desconstrução do conceito de família no contexto
contemporâneo.
ENQUETE O projeto está sendo debatido em uma comissão especial criada na Câmara dos
Deputados e já é um dos mais comentados no site da Casa. Uma enquete feita pelo portal sobre o
conceito de núcleo familiar proposto pelo estatuto registra recorde de acessos. No ar desde fevereiro, já
recebeu 1.130.218 votos, a maioria (61,15%) a favor da definição proposta pelo projeto, que inclui
apenas famílias formadas por casais héteros.
Em entrevista à TV Câmara, o relator do projeto, o pastor e deputado federal Ronaldo Fonseca
(PROS-DF), defendeu o conceito de família dado pelo estatuto e disse que ele tem respaldo na
Constituição Federal, que reconhece o núcleo familiar como formado por homem e mulher ou por
apenas um dos dois, em caso de morte ou separação conjugal. Segundo ele, um terceiro modelo, que é o
da união homoafetiva, foi resultado de uma interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Precisamos debater para saber o que a população quer, o que está previsto na Constituição ou o que foi
criado pelo STF. Na minha convicção, a Constituição Federal está correta no que propõe para a família
brasileira.
Para ele, as minorias também têm de respeitar o direito da maioria. Um outro estatuto da família
já tramitou e chegou a ser aprovado, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania da Câmara, em 2010, mas recurso apresentado pela bancada evangélica para que o texto
fosse submetido ao plenário empacou sua tramitação. Ele também ampliava o conceito de família e
reconhecia todas as suas modalidades, sem exceção.

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Para o presidente do Instituto Brasileiro do Direito de Família (IBDFAM), Rodrigo da Cunha
Pereira, o projeto da Câmara pegou carona na proposta de 2010 e o distorceu. Por isso, demos uma
atualizada no texto que foi aprovado e decidimos tentar aprová-lo via Senado, por meio de uma
proposta assinada pela senadora Lídice da Mata, afirma Rodrigo. O PL da Câmara é absurdo e desconexo
com a realidade brasileira. É um retrocesso sem lugar no ordenamento jurídico brasileiro. É um
estatuto religioso que quer impor à população conceitos morais e sexuais de um determinado grupo,
critica.
Entidades criticam fundamentalismo
Para a assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) Fernanda
Saboia, a definição proposta pelo estatuto exclui a pluralidade das famílias brasileiras. É um projeto
fundamentalista, que faz oposição tardia à decisão do Supremo Tribuna Federal, que reconheceu a
união civil entre pessoas do mesmo sexo, afirma. Segundo ela, esse conceito é conservador e não
representa a doutrina de direito familiar, que já reconhece 11 tipos de família, entre elas a homoafetiva
e as formadas não só pelos laços consanguíneos ou matrimoniais, mas pautadas também pelas mais
diversas relações de afeto. Na avaliação de Fernanda, caso seja aprovado, o estatuto deve ser alvo de
ações contestando sua constitucionalidade, pois todos são iguais perante a lei. Para ela, o projeto pode
gerar insegurança jurídica a todas as famílias que não se enquadram na definição proposta pelo
estatuto.
O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
(ABLGT), Carlos Magno, considera o projeto um retrocesso. Para ele, a restrição do conceito de família,
além de temerária, é imoral, ao fechar os olhos descaradamente e negar proteção de todas as estruturas
familiares presentes na sociedade moderna. Não podemos ignorar que o conceito de família é cada vez
mais plural, pois os núcleos criados não estão mais vinculados exclusivamente ao matrimônio, e sim aos
laços de afetividade. Segundo ele, essa nova concepção retrata uma realidade mundial, que estabelece
núcleo familiar como algo abrangente, recepcionando como famílias os núcleos homoafetivos,
monoparentais, as adoções, comprovação de paternidade via testes de DNA, a paternidade socioafetiva,
famílias de casais inférteis, os vínculos de tutelas e curatelas e outras diversas formas de relações
familiares cujo principal elo é o afetivo.
A historiadora Regina Helena diz que o texto do estatuto em tramitação na Câmara, caso seja
aprovado, não vai interferir em nada na sua vida. Ela é casada há 10 anos com Sílvia Esteves e as duas
têm, juntas, dois filhos. Vamos continuar sendo uma família e, espero eu, cada dia mais feliz. Para ela, a
crença de cada um não pode ser imposta ao outro, por ninguém, muito menos por meio de leis. É
preciso alertar os deputados que o Estado se separou da Igreja lá no século 19. Segundo ela, as leis não
podem excluir pessoas ou famílias que não estão fazendo nada de errado apenas porque os legisladores
não concordam com o modo como elas vivem. Os mesmos deputados que querem defender a família são
os que não aceitam a lei da palmada, que protege as crianças de serem alvo de violência dentro de casa.
O que dizem os projetos
PL 6.583/13, batizado de Estatuto da Família, que tramita na Câmara dos Deputados
Art. 2º Para os fins desta lei, define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união
entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade
formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
PLS 470/13, batizado de Estatuto das Famílias, que tramita no Senado
Art. 3º É protegida a família em qualquer de suas modalidades e as pessoas que a integram.
Art. 4º Todos os integrantes da entidade familiar devem ser respeitados em sua dignidade pela família,
sociedade e Estado. (UAI)
Fonte: https://amp-mg.jusbrasil.com.br/noticias/124514593/congresso-polemiza-com-projeto-de-lei-
sobre-conceito-de-familias

Outra reportagem interessante e mais atual (de 2017) mostra que o embate entre conservadores e
progressistas continua dentro da Câmara:

No Brasil de 2017, a responsabilidade de cuidar dos filhos não cabe mais exclusivamente à mãe. Isso
se deve tanto à maior presença da mulher no mercado de trabalho e à crescente participação do pai no

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cuidado das crianças quanto às novas configurações das famílias, que já não são necessariamente
encabeçadas por um homem e uma mulher — há famílias de casais gays, famílias chefiadas só pela mãe ou
só pelo pai, famílias em que as crianças são criadas pela avó ou pelo tio. As novas leis tratam de
acompanhar as mudanças.
O conceito de família é discutido no Congresso. Em estudo no Senado, o PLS 470/2013 cria o
Estatuto das Famílias. A proposta, da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), condensa numa única lei todos
os temas relativos ao direito de família. O projeto contempla as famílias modernas ao não classificá-las
como as resultantes da união entre homem e mulher.
Segundo o psicólogo Luiz Felipe Silva, da Universidade de Brasília (UnB), o fato de os pais serem do
mesmo sexo não afeta o desenvolvimento da criança:
— O mais importante é a capacidade de os pais, sejam eles um casal homossexual, sejam um casal
heterossexual, proverem o cuidado material e afetivo do filho.
O tema, porém, está longe de ter unanimidade. O senador Magno Malta (PR-ES) avisou que não
aceita a proposta:
— Esse projeto tenta desconstruir a base da sociedade, que é a família.
A Câmara analisa o PL 6.583/2013, que cria o Estatuto da Família. Apesar do nome quase idêntico ao
do texto em estudo no Senado, o projeto vai na direção oposta e prevê como família só a formada a
partir de um casal heterossexual. É por isso que a palavra “família” aparece no singular.
Discussões
A proposta provocou discussões acaloradas na Câmara. A deputada Maria do Rosário (PT-RS),
integrante da comissão especial que analisou o texto, votou contra:
— A família é um lugar de profundo respeito entre as pessoas. Existem famílias que são compostas
por pessoas do mesmo sexo. Não podemos desconhecer isso e desprotegê-las. Além disso, há famílias
formadas por uma mãe chefe de família e seus filhos, por uma avó e os netos, mas o projeto do Estatuto
da Família não prevê esse tipo de família.
O senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), por sua vez, se manifestou favorável ao projeto:
— Com meus valores e princípios, eu defendo família formada por pai, mãe e filho.
Censo
O Censo não contabiliza toda a variedade de composições familiares modernas. O IBGE só considera
três tipos: o casal com filhos, o casal sem filhos e a família monoparental com filhos. De acordo com
Censo de 2010, cerca de 9% das famílias brasileiras não se encaixaram nas três classificações.

Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu como família a união estável entre pessoas
do mesmo sexo. O então presidente do STF, ministro Cezar Peluso, pediu ao Congresso que aprovasse
uma lei regulamentando a sentença.
O casal de Brasília Osmir Junior, de 55 anos, e Carlos Eduardo dos Santos, de 56, oficializou a união
civil em 2013 e dois anos mais tarde adotou quatro irmãos — o mais velho com 7 anos, e o mais novo com
menos de 2 anos. Eles disseram ter sofrido preconceito no processo de adoção.
— O funcionário que recebe o processo ou dá a decisão final pode até não aceitar, mas a opinião dele
não pode interferir — afirma Osmir Junior.
A lei determina que o afastamento remunerado do adotante varia conforme a idade do filho —
quatro meses de licença para criança de até 1 ano, dois meses quando o filho tem entre 1 e 3 anos, e um
mês para o adotado a partir de 4 anos.
A legislação também prevê que as mulheres podem gozar de quatro meses de licença-maternidade,
sem prejuízo do emprego e do salário. Quem trabalha num estabelecimento participante do Programa
Empresa Cidadã tem a licença ampliada para seis meses. Em 2016, o Senado aprovou o projeto que deu
origem à Lei 13.257, que aumentou a licença-paternidade de 5 para 20 dias, beneficiando os funcionários
das “empresas cidadãs”.
Adoção

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Entre os gays, são poucos os que obtêm licença-adoção, licença-maternidade ou licença-paternidade
sem dificuldades.
Foi o que aconteceu no caso dos quatro irmãos adotados em Brasília. O pedido de licença-adoção de
Carlos Eduardo dos Santos, que é funcionário público, levou demorados oito meses para ser autorizado.
A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) apresentou uma proposta que facilita o processo, proibindo a
discriminação. É a PEC 110/2011, apelidada de PEC da Natalidade.
— No casamento homossexual, existe tanto a possibilidade da adoção quanto a da inseminação
artificial. O mundo mudou e é natural que mudemos a lei — argumenta.
A PEC da Natalidade faz a licença-maternidade virar licença-natalidade, durando seis meses e
podendo ser usufruída ou pela mãe ou pelo pai. Assim, um benefício que hoje só pode ser gozado pela
mulher que trabalha numa “empresa cidadã” seria estendido a todos os casos. A senadora explica:
— O pai pode tirar a licença no lugar da mãe caso o homem tenha mais vocação para cuidar do bebê
ou caso a mulher esteja num trabalho do qual ela não possa sair naquele momento. A proposta dá
mobilidade. E o direito será extensivo aos casais homoafetivos e aos adotantes. Não fiz a proposta
pensando no pai ou na mãe, mas na criança.
Neste ano, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou a PEC 16/2017, que permite que
a licença-maternidade seja compartilhada entre o pai e a mãe em períodos alternados.
Uma estatística mostra que os pais ainda podem ter um papel mais ativo na criação dos filhos. No
país, segundo o IBGE, 79% dos processos de guarda de filho beneficiam só a mãe após o divórcio. O
índice é maior que os 13% que determinam a guarda compartilhada entre mãe e pai e os 5% que dão a
guarda ao pai. Os 3% restantes se referem a casos em que a guarda ficou com outra pessoa e a
processos sem informação.
Guarda compartilhada
A advogada Renata França, do Instituto Brasileiro do Direito da Família, destaca que a Lei da
Guarda Compartilhada (Lei 13.058/2014), que tornou a divisão da guarda a regra no processo de divórcio,
tem aumentado a participação do pai.
— O pai está lutando por espaço. Quer passear com os filhos, acompanhar os estudos e ter uma
presença marcante, não ser uma visita — ela afirma.
O publicitário Fernando Lopes equilibra o trabalho com a criação da filha Ester, de 9 anos. Ele
compartilha com a ex-mulher a guarda da menina.
— Tento conciliar os meus horários para estar sempre em casa nos dias em que ela fica comigo —
disse.
Marta Suplicy conta que ouve questionamentos do tipo: “se são dois homens adotando uma criança,
qual deles será chamado de mãe?”. Ela afirma:
— Isso é tolice. Há casais heterossexuais nos quais o pai, não a mãe, é que é mais afetivo com a
criança, dá colo. Não é por isso que o filho vai chamar o pai de “mãe”. A função maternal não depende do
gênero.
Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/congresso-avalia-
projetos-para-atender-familias-modernas/familias-modernas

o O trabalho da Mídia
Nós sabemos o quanto a mídia pode influenciar na construção ou desconstrução de valores dentro
de uma sociedade. Sob essa premissa, a ideia é utilizar os meios de comunicação para que eles
trabalhem a favor da disseminação do conceito de empatia para seus telespectadores, no intuito de
mitigar preconceitos enraizados.

“De acordo com a psicóloga e psicopedagoga educacional Marisa Irene Siqueira Castanho,
conselheira da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), o modelo de família e de
gênero que conhecemos teve origem no século 19, quando a sociedade passou a dar valor à

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criança e à sua educação associada a uma nova ordem social com a família nuclear, instituída
pelo casamento e com papéis masculinos e femininos determinados. “O modelo heterossexual
assumido nessa nova ordem social levou ao desenvolvimento de relações sociais dicotômicas
que associam ao homem papeis masculinos de força, atividade, agressividade, trabalho,
controle de emoções, e ao papel feminino, fragilidade, docilidade, passividade, aceitação.”,
explica. Ou seja: o gênero é uma construção social, algo que pode variar de acordo com a
cultura.”
“Os procedimentos dessa pesquisa, se replicados no Brasil, trariam resultados semelhantes
e provavelmente inesperados, uma vez que pela mídia não estamos sujeitos apenas a
propagandas de roupas e brinquedos infantis, mas a programas que incitam violência e sexo
explícito”, explica Marisa. E o problema é que as crianças entram em contato com essas ideias
muito cedo, em um período em que estão construindo suas referências, solidificando
paradigmas. Mais tarde, fica muito difícil de desconstruir esses padrões.
Infelizmente, não há como blindar as crianças dessas influências. Mas é possível, sim,
oferecer, em casa outras possibilidades, que fogem dos modelos reproduzidos por personagens
na ficção. “A escolha da brincadeira e dos brinquedos pelas crianças funciona como uma
espécie de tubo de ensaio daquilo que os homens e mulheres fazem no mundo adulto do
trabalho e que pode ser experimentado por elas, ampliando suas experiências e vivências,
treinando suas competências, apontando caminhos e escolhas”, explica a psicopedagoga. Deixe
que seu filho experimente, explore, brinque e questione.
E aproveite as oportunidades em que seu filho tiver contato com algum tipo de mídia – seja
um filme, um desenho ou até uma propaganda – para ensiná-lo a questionar as informações
que ele recebe. Comente as atitudes dos personagens, os enredos, estimule-o a pensar e a
refletir. No mundo em que vivemos, o encontro com o outro, com o diferente, é inevitável.
Inclusive com as ideias que são opostas aos nossos ideais. A grande questão é: como
ensinaremos nossos filhos a lideram com elas? “As diferenças existem e não são elas o
problema. O problema se instala quando, frente às diferenças, as relações de identidade
ordenam-se em torno de oposições binárias: masculino/feminino, branco/negro,
heterossexual/homossexual, usando-se um dos pares para identificar o que é normal e
esperado, em detrimento do outro que é discriminado e tratado com preconceito”, completa
Marisa. Tenha isso em mente e o coração aberto para que seu filho aprenda a aceitar o
diferente e tenha confiança se ser ele mesmo, independente do que se espera dele por seu
gênero.
Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2017/07/preconce
ito-pesquisa-comprova-que-midia-reforca-estereotipos-de-genero-para-criancas.html

De acordo com um artigo da UFRGS, escrito por Inês Hennigen:

A mídia processa conhecimentos produzidos nos diferentes campos de saber e apresenta,


através de seus produtos, versões sobre formas de ser e de viver, fomentando valores, idéias e
sentimentos. Por ser presença constante em nossa vida, pelos recursos e formatos de seus
produtos, a mídia tem-se tornado mais do que um meio que veicula informações e promove
mercadorias e serviços. Em seu espaço aprendemos modos de viver e estar no mundo, o que
significa que a mesma assume um lugar decisivo no processo de subjetivação. E faz isso
mobilizando afetos.

Fonte:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/download/1493/3037

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Diante do exposto, é importante analisar o papel da mídia na formação dos indivíduos, haja vista
que ela assume, praticamente, o papel de uma Instituição Social, pois nela está incutida uma
hierarquia específica, normas de conduta, função e valores próprios.

ROTEIRO
INTRODUÇÃO:
Família: pessoas do mesmo sangue ou não, ligadas entre si por casamento, filiação, ou mesmo adoção.
A definição dada pelo dicionário Michaelis demonstra a possibilidade de diferentes núcleos familiares,
descrição que vai ao encontro da atual realidade brasileira. Contudo, apesar dos avanços conquistados
em prol das novas famílias, a persistência do conservadorismo gera um quadro de preconceito e não
aceitação dessas formações. Diante disso, analisar as causas da manutenção dos pré-julgamentos é
fundamental para mitigá-los. (TESE)

Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): esse é um tema que é possível fazer uso da
dialética para trabalhar a argumentação. Logo, nesse primeiro parágrafo podemos falar das mudanças
ocorridas durante os séculos na formação das famílias.
Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): agora podemos falar que apesar dos avanços,
ainda existem alguns setores da sociedade que tentam manter a cultura patriarcalista da família
tradicional.
Só para deixar claro: não estou dizendo que o modelo de família tradicional é errado ou que, com o
surgimento de novos modelos, ele deixará de existir. O que há de erro é, mesmo diante da nítida
mudança, impor apenas um modelo como o correto, subjugando todos os outros.

Conclusão  Proposta de Intervenção:


Quem – quais agentes utilizar?
Mídia , Escola e Governo
O quê eles vão fazer?
Mídia e Escola: Mostrar a mudança nos últimos tempos e trabalhar a mudança no conceito de família,
abordando a necessidade de respeitá-los.
Governo: deve proteger por lei os novos modelos familiares, assim como os antigos e deve coibir
propostas de leis que vão contra os direitos Constitucionais e Humanos.
Como – utilizando quais meios?
Mídia e escola: Campanhas publicitárias, ficções engajadas, programas de TV, palestras, debates,
conversa com as famílias.
Para quê?
Para mitigar o conservadorismo dentro da sociedade e, com ele, todo o preconceito existente com os
demais grupos que não se encaixam no padrão imposto por determinados grupos. Além disso, punir
aqueles que fazem propostas que atacam os direitos constitucionais de todo cidadão.

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REDAÇÃO
Conceito de família no século XXI – Nota: 960

Perdi 40 pontos na competência 1, segundo o corretor, porque eu deveria ter colocado entre
parênteses as seguintes sentenças:
Linha 7: (pai, mãe e filhos);
Linha 20: (igualdade, equidade, justiça e liberdade)
Além de não ter colocado no plural a palavra “deve-se”,
“deve na linha 22.

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10. O poder de manipulação das mídias

Importante destacar: abordei alguns conceitos sobre Mídia e Sociedade na minha 1ª apostila, mas
vou aprofundar mais alguns conceitos aqui, porque a mídia pode ser um tema direto na prova ou ela
poderá te ajudar a escrever um parágrafo de desenvolvimento e, ainda, você utilizá-la na conclusão,
como um ator social.

BRAIN STORM
o Links:
 http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/a-midia-realmente-tem-o-
poder-de-manipular-as-pessoas/
 http://despertarcoletivo.com/10-estrategias-da-midia-na-manipulacao-da-opiniao-
publica/
 https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/imprensa-manipulacao-poder-
1.htm
 https://jornalggn.com.br/noticia/os-padroes-de-manipulacao-da-midia
 https://jornalggn.com.br/noticia/sociologo-diz-que-sociedade-esta-enfeiticada-pela-
manipulacao-da-midia
 https://www.conjur.com.br/2017-dez-18/jorge-queiroz-manipulacao-midia-ameaca-
democracia
 https://desordemordeira.noblogs.org/titulos-recuperados/midia-noam-chomsky/

o O QUARTO PODER
A ideia de quarto poder surgiu a partir de meados do século 19 como recurso no meio de
sociedades democráticas: um órgão responsável por fiscalizar os abusos dos três poderes originais
(Legislativo, Executivo e Judiciário). Esse poder, representado pela imprensa, teria como dever
denunciar violações dos direitos nos regimes democráticos – o que ocasionalmente não acontece – nos
quais as leis são votadas “democraticamente” e os governos são eleitos pelo sufrágio universal.
Por muitos anos, o quarto poder recebeu o título de “voz dos sem vozes” e seus representantes
sofreram grandes retaliações por diversos segmentos, o que não impediu que se mantivesse como forte
contrapeso na balança social com os demais poderes. A mídia, com suas ferramentas de alcance e
representatividade, seria “os olhos e ouvidos” da humanidade, a vontade e opinião do povo. Inclusive,
as informações produzidas/veiculadas pelo quarto poder são o meio pelo qual a opinião pública se
expressa. Ou seria o contrário?
O quarto poder hoje é orientado por um feixe de grupos econômicos e financeiros planetários e
de empresas globais. A revolução midiática agrupa uma imprensa centralizadora e por vezes totalitária,
imprensa que já possui autonomia e autoridade e controla o fazer jornalístico, cinematográfico,
editorial, como um tentáculo sem fim. Sendo assim, como um quarto poder poderá não alcançar e
construir uma opinião pública nivelada?
Uma democracia de faz de conta
A informação surge, se desenvolve e limita-se às fronteiras de interesses comerciais dessas
organizações. Mas o ponto positivo do cenário pós-moderno é que aos poucos os cidadãos enxergam
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mais claramente com olhos desconfiados as ações das grandes mídias – exemplo mais vivo são as
últimas manifestações desencadeadas em junho no país. Até as ações do quarto poder foram
questionadas.
A desconfiança do povo surge do momento em que a contingência de informação põe em dúvida
a sua autenticidade. O fenômeno é denominado por Ignacio Ramonet como uma “censura
democrática”. Contrariamente ao que se pensava, a censura não é uma arma exclusiva de regimes
autoritários, que agem por supervisão e amputação constante das informações. O quarto poder do
século 21 instala entre a informação livre e o espectador obstáculos comunicacionais compostos por
circulação de mais e mais informação, o chamado “bombardeio informativo”, recheado de novas
roupagens que desviam a atenção e/ou superficializam o conteúdo, em uma espécie de “manobra”
para que o receptor não perceba quais outras informações lhe são ocultadas e dissolvidas pela
“censura”.
Dessa forma, o amplo recebimento de numerosas informações limita o acesso à informação. Esse
mecanismo atrofia inclusive o desenvolvimento intelectual da “massa”, bloqueando o caminho e a
construção de uma opinião pública realmente formada e consistente.
O quarto poder não representa mais – não em sua totalidade – o conceito de fiscalizar os poderes
e nortear os cidadãos. Por ele agora passam filtros que são geridos por interesses particulares,
amputando informações, direcionando olhares, minando o funcionamento intelectual, em uma
verdadeira democracia de faz de conta.
Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br/diretorio-
academico/_ed765_o_quarto_poder_e_censura_democratica/
11. Tecnologia e seu impacto na democracia
Não podemos falar sobre mídia e meios de comunicação e não citar as mudanças sociais e políticas
decorrentes do uso dessas ferramentas.
Estamos no ano de 2018 e a vida virtual tornou-se quase uma extensão da nossa vida real. Prova disso
são as inúmeras coisas que podemos fazer dentro da internet sem nem ao menos precisar levantar da
nossa cama. Cabe ressaltar, contudo, que nem tudo são flores, da mesma forma que os meios de
comunicação podem nos conectar com mais informações e nos transformar em pessoas mais
conhecedoras de determinados assuntos, eles também viabilizam o comodismo. Sob esse viés, apenas
clicar, comentar e compartilhar dentro das redes sociais não se configura inteiramente como um papel
de cidadania, devido ao fato de que, algumas vezes, essa forma de ativismo gera uma ideia de Licença
Moral e culmina na diminuição de ações mais significativas na vida real.
Segundo uma reportagem do site “Uai”:

“Algumas vezes tenho medo de ficar doente como minha mãe”, diz um garoto de rosto triste. O
cenário é um quarto marcado pela pobreza, em que um menino menor aparece sentado ao
fundo, sobre um colchão no chão. “Quem cuidaria do meu irmão mais novo? Mas acho que tudo
ficará bem. Hoje, o Unicef Suécia tem 177 mil likes no Facebook”, completa a criança. A
mensagem faz parte de uma campanha lançada em março passado no país europeu pelo Fundo
das Nações Unidas para a Infância. O objetivo era motivar as pessoas a não limitarem sua
participação a uma simples curtida na mais popular das redes sociais on-line. No entanto, o
comercial também conseguiu levantar uma questão que começa a atrair a atenção de
especialistas: o apoio a causas pela internet motiva ações no mundo real?

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Segundo uma pesquisa da Universidade de British Columbia, no Canadá, esse tipo de
manifestação on-line pode ter, na verdade, um efeito inverso. Segundo o estudo, a sensação de
dever cumprido provocada pelo clique no botão “curtir” estimula as pessoas a deixarem de
lado ações mais significativas, como doar dinheiro a instituições ou se engajar de fato em um
trabalho voluntário.

O objetivo dos cientistas era investigar um fenômeno que ainda gera controvérsias entre
estudiosos, conhecido como slacktivism. O termo em inglês, surgido em 1995, é formado pelas
palavras slack (preguiçoso, negligente) e activism (ativismo). Na época, a expressão se referia
às atividades feitas por jovens na internet para afetar a sociedade de forma progressiva.
Atualmente, porém, é usada para definir atos de apoio que têm como único resultado real a
satisfação pessoal de quem constrói uma falsa imagem de engajamento sem fazer muito
esforço.

Na investigação, os pesquisadores canadenses conduziram uma série de testes para verificar


se, após demonstrarem apoio a uma instituição, as pessoas se sentiam mais ou menos
dispostas a doar dinheiro a essa entidade. No mais significativo deles, um grupo de voluntários
ganhou broches para mostrar apoio aos veteranos de guerra. Enquanto uma parte era
convidada a usar o bottom, a outra era orientada a não exibi-lo. Depois, todos os participantes
foram convidados a fazer uma doação. Entre os que ganharam as peças, mas não a penduraram
na roupa, o índice de contribuição foi bem mais alto; já os que ostentaram o símbolo não
doaram muito mais do que as pessoas que não receberam brinde.

LICENÇA MORAL

Para Kirk Kristofferson, principal autor do estudo, os resultados mostram que fazer
demonstrações de engajamento, como curtir uma página na rede social, usar uma pulseira ou
divulgar a assinatura de uma petição on-line, pode inflar o ego da pessoa a tal ponto que ela se
abstém de ajudar de uma forma mais significativa. Isso pode ter relação com um efeito
inconsciente chamado licença moral: se o indivíduo fez uma boa ação, ele se sente no direito de
ser negligente ou de fazer algo ruim depois. É como quando uma pessoa se permite comer uma
sobremesa depois de trocar o refrigerante por uma bebida light.

“Se você recebe um pedido para dar um apoio mais significativo, que realmente ajudaria a
caridade, não há muita possibilidade de fazê-lo quando já foi feito em público. As pessoas já
pensam que você está fazendo o bem”, explica o estudante de doutorado. “Mas quando as
pessoas ajudam de forma privada, essa motivação pela impressão causada é amenizada, e elas
ficam mais motivadas a dizer sim para a ajuda”, completa.

Kristofferson não condena o uso da rede por empresas de caridade, mas acha que as redes
sociais não são a melhor forma de conquistar o apoio de um novo público. O espaço seria mais
eficiente, segundo ele, para campanhas que tenham como objetivo a conscientização sobre
alguma questão. Nesse caso, a finalidade são os próprios compartilhamentos das imagens, o
que pode ser conquistado por meio do slacktivism.

Fonte: https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/11/28/noticias-
saude,193399/apoio-a-causas-em-redes-sociais-produz-sensacao-de-dever-cumprido.shtml
“Ah, Allana, quer dizer então que o ativismo na internet é ruim e que deveríamos parar com isso?”
É necessário agir de maneira DIALÉTICA nesse assunto, ou seja, debater os dois lados da moeda: o
ciberativismo é importante sim e já foi demonstrado várias vezes que a utilização das redes sociais de

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forma consciente leva milhões de cidadãos às ruas em busca de mudanças sociais e políticas. Todavia,
não podemos deixar de levantar os defeitos oriundos dessa prática, haja vista que há sim a Licença
Moral. Logo, a utilização de ONG’s, Escola e a própria Mídia é fundamental para orientar a sociedade
para fazer o bom uso dessa nova ferramenta de cidadania.

“Há especialistas, no entanto, que contestam a visão negativa sobre o ativismo virtual. O
argumento mais comum é que as ações na internet não excluem ações na vida real. Ao
contrário, elas seriam fundamentais para organizar encontros fora da rede, como ocorreu com
a Primavera Árabe, o movimento Occupy, nos Estados Unidos, ou mesmo as manifestações
populares que tomaram o Brasil neste ano. Nesses casos, os internautas não só divulgaram sua
posição política, como também colocaram os planos em prática.

O estudante de doutorado em ciência política Henrik Serup Christensen, da Universidade Åbo


Akademi, na Finlândia, escreveu um artigo em que defende o valor das manifestações on-line.
“As críticas, às vezes, supõem que as únicas ações políticas significativas são aquelas que
exigem grandes sacrifícios pessoais. Eu diria o contrário, seria ótimo se elas exigissem o
mínimo possível”, afirma.

Ele lembra a diferença entre campanhas sérias e manifestações de ódio que costumam invadir
a timeline das redes sociais. Reclamações sobre acontecimentos, acusações a políticos ou fotos
de pessoas em situação de miséria até sobrevivem por um tempo na internet — e algumas
chegam a colecionar um número considerável de curtidas. Mas, sem um objetivo específico, a
ação costuma não dar em nada. “Essas atividades raramente têm sucesso e são parte da razão
pela qual as campanhas na internet ganharam uma má reputação”, acredita Christensen.

Diferenciação

Por isso, os especialistas acreditam que é necessário separar o slacktivism das ações virtuais
que fazem a diferença. Curtir uma foto de crianças em situação de risco, como o Unicef lembra,
não vai comprar vacinas nem fazer qualquer diferença na vida delas (leia Três perguntas para).
Mas, talvez, uma pessoa seja influenciada por uma imagem compartilhada por um amigo ou dê
mais atenção a um post escrito em um blog de uma pessoa influente do que a um link
patrocinado. “As organizações precisam pensar em como auxiliar seus apoiadores a cumprir o
papel de narradores em seu benefício”, lembra Julie Dixon, diretora do Centro para
Comunicação de Impacto da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos.

Julie Dixon é autora de uma pesquisa na qual metade das pessoas entrevistadas se sentem
motivadas a ajudar uma causa fora da internet depois de mostrar o apoio on-line. “Chamá-los
de slacktivists ou implicar que o apoio deles não é tão valioso quanto dinheiro é uma forma
fácil de encorajá-los a levar seu tempo ou dinheiro para outro lugar”, ressalta Dixon. Em outra
pesquisa da mesma instituição, as pessoas que disseram se dedicar mais a causas pela internet
também afirmaram ter a mesma disposição dos ativistas off-line, e duas vezes mais vontade
para se voluntariar.

Antonella Weyler, pesquisadora brasileira que participou dos estudos, concorda com o
potencial da rede, mas alerta que o espaço deve ser usado com cautela, para não cansar o
internauta. O levantamento da Georgetown mostrou que metade dos entrevistados acredita
que recebe muitos e-mails e mensagens sobre diferentes causas. “Portanto, o importante não é
a quantidade, é a relevância”, acredita Weyler, que hoje trabalha em uma agência de
publicidade.

TRÊS PERGUNTAS PARA...


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Jim Carlberg, oficial sênior de Marketing do Unicef Suécia.

Por que a peça publicitária aborda a questão da quantidade de curtidas no Facebook? Os


senhores notaram que o número de pessoas apoiando o Unicef na internet não era
proporcional à ajuda que recebiam?

Essa campanha foi uma afirmação, em meio à discussão sobre slacktivism, sobre o sentimento
de contribuir para salvar a vida de crianças por meio de curtidas no Facebook. Nós fizemos um
levantamento com o instituto de pesquisa em marketing YouGov perante o público sueco, e o
resultado nos trouxe alguns insights: uma em cada cinco pessoas acha que um like no Facebook
é uma boa maneira de apoiar uma organização, duas a cada três curtiram algo na rede social
sem se importar com a mensagem ou questão e uma em sete acha que o apoio virtual é tão bom
quanto a doação em dinheiro. Nós apreciamos muito os likes, e a mídia social pode ser um bom
primeiro passo para alguém se envolver, mas não para aí. Curtidas não salvam vidas de
crianças. É preciso dinheiro para comprar vacinas, por exemplo.

Como foi a resposta à campanha?

A maior parte foi extremamente positiva. Apenas alguns poucos comentaram que as mídias
sociais são fundamentais para que o alcance, principalmente das organizações pequenas, seja
ampliado. Nós ficamos especialmente felizes de receber uma resposta muito boa dos próprios
fãs da página do Unicef Suécia no Facebook. A campanha teve mais de 650 mil visualizações do
mundo todo e levou a mais de 1.700 tuítes, que espalharam a mensagem. Mas o mais
importante: 540.053 crianças podem agora ser vacinadas graças às contribuições recebidas
durante a campanha.

Por que algumas pessoas que demonstram apoio on-line não transformam esse ato em
prática?

Mídias sociais são uma ferramenta muito boa para chamar a atenção para um tópico específico
de forma imediata, para espalhar uma mensagem e defender uma causa. Mas, como mostrou
nossa pesquisa, uma em cada sete pessoas acha que curtir no Facebook é uma ação tão boa
quanto doar dinheiro. Nossa campanha pretendia justamente apagar essa concepção
equivocada, e esperamos que as pessoas com boas intenções repensem o papel da internet na
criação do bem social. Se elas fizerem isso, talvez elas se envolvam mais de outras maneiras.

Fonte: https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/11/28/noticias-
saude,193399/apoio-a-causas-em-redes-sociais-produz-sensacao-de-dever-cumprido.shtml

Com o surgimento das novas Tecnologias da Informação e Comunicação, mais destacadamente


a internet, muitas são as discussões acerca da revitalização da democracia. Entre os novos
conceitos gerados pelo novo espaço virtual, a Ciberdemocracia merece destaque e deve ser
observada a partir da emergência da internet e da participação direta do cidadão na política
mediante o uso das novas tecnologias. Em certo sentido, podemos até dizer que quem não
estiver conectado a essa rede mundial, ficará fora da vida social, econômica, científica, que se
desenrola em tempo real através dos caminhos da internet. Os extraordinários avanços
tecnológicos dos últimos anos veem transformando significativamente o panorama das
modernas sociedades democráticas. Estas transformações afetam não somente o modo
substancial das relações sociais, mas também o funcionamento das atuais instituições e
estruturas políticas. Neste sentido, a Ciberdemocracia consiste na criação de processos e
mecanismo de discussão, a partir de um diálogo entre o Cidadão e o Estado, para se chegar a

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uma política de decisões, onde a participação popular se torna mais real em termos práticos.
Este projeto pretendeu, portanto, usar um website através da rede mundial world wide web
para divulgar informações, notícias, textos sobre como é possível exercer nosso papel de
cidadão através dessas novas tecnologias além de utilizá-lo como uma importante ferramenta
pedagógica, estimulando no leitor do website uma leitura crítica da política em seus mais
variados aspectos: científico, filosófico, pedagógico, econômico, entre outros.

Leia mais: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/ciberdemocracia%3A-a-


democracia-e-as-novas-tecnologias-de-informa%C3%A7%C3%A3o-e-
comunica%C3%A7%C3%A3o/
12. História: o uso de propagandas para doutrinação política
NOAM CHOMSKY
“O controle da mídia: os espetaculares feitos da propaganda”

A propaganda foi fortemente utilizada para o controle das massas, bem como, manobra de
convencimento, e porque não dizer, uma espécie de justificativa para os ataques e guerras que
perpassam a história da humanidade. O primeiro capítulo do livro “O controle da mídia: os
espetaculares feitos da propaganda”, aborda o contexto da Primeira Guerra Mundial como
contexto, utilizando como exemplo as propagandas do governo americano de Woodrow
Wilson. Wilson criou um comitê chamado “Comissão Creel”, que em seis meses transformou
uma população que até então defendia a paz e a ordem, em um bando de histéricos à favor da
hegemonia americana e exterminadores da Alemanha.

Para o contexto da democracia, Chomsky não deixa de destacar a importância da mídia para a
criação de um consenso político. Em síntese, o discurso criado pelos meios de comunicação,
atrelados aos interesses do governo, levando uma nação a crer que querem ou precisam da
mesma coisa. Tais manobras são facilmente executadas, pois, para o autor grande parte da
população (população de massa) é estúpida demais para questionar a posição diante dos
gestores políticos (p. 17).

O autor destaca que para fabricarmos uma opinião, precisamos amedrontar a população,
plantar uma ideia que destabilize a sociedade emocionalmente, democraticamente e
moralmente(p. 27). Mesmo que grande parte da massa seja controlada por ideais e ideias
fabricadas por toda manipulação forjada, existem aqueles que resistem e desafiam os discursos
propostos. Existem tensionamentos e crises dentro de qualquer tentativa de manobras de
massas. Por exemplo, vivemos hoje no Brasil um golpe político cujos argumentos e contextos
criados, foram executados pela mídia, pela oposição ao governo e pelo judiciário. Mesmo que
os grandes jornais estejam ao lado do discurso do impeachment da presidenta Dilma, existe
uma grande parcela da população que vai contra, questiona e resiste a toda e qualquer
tentativa de manipulação da informação e da verdade. Em síntese, é preciso deturpar a
história, as verdades e alinhar muito bem o que a grande mídia veicula, atrelando o uso da
força e da violência para controlar àqueles que resistem em acreditar no que lhe está sendo
imposto.

Noam utiliza muito como exemplo as grandes guerras e ataques aos muçulmanos para nos
elucidar sobre os efeitos de um sistema político e democrático que se sustentam sobre fortes
programas de controle e propagandas. É durante uma crise política ou momentos de
enfrentamento militar, que conseguimos visualizar os efeitos e/ou poder dos embargos de
informações que não sejam ataques sobre “os inimigos”, justificando assim, os motivos para
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determinada ação. Para o autor a alternativa mais fácil encontrada pelos governantes e pela
mídia, é utilizar-se da hipocrisia. Por meio de ataques a moral, a supremacia, a democracia e
aos direitos sociais, é que o discurso de controle se forma. Se um governo supre as necessidade
intelectuais e econômicas de um povo, significa que as classes médias e altas não irão mais
deter o controle sobre essa determinada parcela social. Logo, é possível criar um discurso que
nos leva a crises políticas e enconômicas, que justifiquem por exemplo, cortes de gastos com
assistência médica gratuita, educação e direito à moradia digna para os menos abastados. O
controle da mídia por meio das propagandas é capaz de derrubar sistemas políticos, governos
democráticos e cruzar a linha dos direitos humanos, patrocinando assim, a famigerada
barbárie que vivenciamos nos quatro cantos do mundo.

Fonte: https://www.jornalismo.ufop.br/criticademidia/?p=1547

o Vargas e a DIP

O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) surge em 1939 como uma reorganização


de órgãos que já existiam desde 1931. A primeira forma foi o DOP (Departamento Oficial de
Propaganda), depois em 1934 é substituído pelo DPDC (Departamento de Propaganda e
Difusão Cultural), quando então já no contexto do Estado Novo é substituído pelo DIP.

O DIP tinha como principal objetivo disseminar as ideias do Governo ditatorial de Vargas
iniciado em 1937 com o Estado Novo. Para efetiva propagação dos ideais nacionalistas o DIP
detinha o controle de várias centrais de divulgação, controlando e censurando os conteúdos
nos meios da radiodifusão, do teatro, do turismo, da imprensa e do cinema.

As DEIPS eram as filiais ramificadas nos Estados, assim mantinha-se o monopólio nacional das
divulgações e do controle da cultura nacional.

O governo de Vargas tinha no DIP seu principal aliado para a construção da imagem do
presidente para o povo. O governo que se inicia de maneira autoritária mediante um golpe
sobre Júlio Prestes(presidente eleito no pleito de 1930), e se mantém no governo implantando
uma ditadura em 1937, precisava formar sua imagem junto à população.

Uma das principais ações do DIP, ainda até os dias de hoje existe. O rádio era a grande
ferramenta de comunicação daquele momento e era por ele que as notícias e informações eram
veiculadas de maneira mais ampla. Nesse cenário o DIP cria a “Hora do Brasil”, um programa
de rádio de amplitude nacional, responsável por informar sobre o país e realizar a propaganda
do Estado Novo. Até hoje a “Hora do Brasil” ainda é veiculada nas rádios de todo o Brasil,
durante uma hora nos dias uteis (na faixa das 19 às 20 horas.).

Pelo DIP passavam todo conteúdo midiático que seria reproduzido em território nacional.
Fossem em material impresso (jornais, livros), fossem em espetáculos (musicais, peças de
teatro, cinema), ou músicas. Tudo passava pelo crivo da censura, e qualquer forma notada de
crítica ao governo de Vargas era censurada. Portanto esse órgão foi um grande entrave aos
artistas que se viam podados pelas garras da ditadura varguista.

Fonte: https://www.infoescola.com/era-vargas/departamento-de-imprensa-e-propaganda-
dip/

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o A propaganda no III Reich
Quando se estuda o Nazismo e o processo de instituição do Terceiro Reich por Adolf Hitler, uma
das características mais evidentes é a retórica antissemita, isto é, o conjunto de discursos elaborados
contra a população judaica europeia. Entretanto, é necessário ressaltar que a esses discursos estavam
associados outros, que se referiam propriamente ao “sequestro” da consciência da própria população
alemã, que foi progressivamente “inflamada” pela linguagem do nazismo, ou, como dizem alguns autores,
a linguagem do Terceiro Reich. A função da propaganda e o uso dos meios de comunicação de massa
foram cruciais nesse processo.
Antes de tudo, é necessário compreender que não apenas o nazismo, mas também o Fascismo e as
demais variações políticas totalitárias do início do século XX só foram possíveis em face da formação da
sociedade de massas, advinda do processo de industrialização da Europa, completado no século XIX.
Meios de comunicação como o rádio tornaram-se muito populares nesse contexto e sua utilização
para transmissão de discursos políticos de líderes como Hitler foi peça chave para a cooptação das
massas que viam em tal líder uma figura “redentora”, “messiânica”. O pesquisador Luiz Sérgio Krausz
assinalou que: “A gradativa entrega ao fanatismo que se observa na Alemanha dos anos 1933-1945
revela-se como o triunfo de uma retórica e de uma língua cujo objetivo é conduzir à criação de hordas e
não de um corpo de consciências individuais. (KRAUSZ, Luis Sérgio. Consciência e inconsciência do
nazismo. Pandaemonium ger., São Paulo. n. 15, 2010. p 194.)
No caso específico da propaganda nazista, a máquina de fabricação de discursos políticos que
enalteciam os feitos do Terceiro Reich, a figura do Füher e a figura da raça ariana e, ao mesmo tempo,
demonizavam os judeus, os poloneses, os comunistas, os cristãos, ciganos, deficientes físicos, etc., era
habilmente controlada por Joseph Goebbels (1897-1945), ministro da propaganda de Hitler.
Goebbels ficou conhecido pela frase “uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”, que sintetiza a
proposta de implicação psicológica da propaganda nazista. A elaboração da máquina de propaganda
nazista contava com a instrumentalização de intelectuais e pessoas ligadas às artes (arquitetos,
escultores, pintores, músicos, cineastas etc.). Um dos exemplos mais notórios foi o da cineasta Leni
Riefenstahl (1902-2003), que produziu o famoso documentário O Triunfo da Vontade, em 1934.
Nesse filme, Riefenstal buscou retratar a formação da sociedade disciplinada e militarizada criada
pelo III Reich. Dessa forma, além da gravação dos discursos de Hitler e seus ministros proferidos para
centenas de milhares de pessoas em praça pública, em O Triunfo da Vontade, pode-se observar ainda
soldados em treinamento exibindo os corpos atléticos que, segundo a linguagem visual do nazismo,
encarnavam a essência da raça ariana. Os desfiles e paradas militares também foram retratados com
uma linguagem visual que pretendia dar o “ar de triunfo”, de espetacularização do poder dominador
nazista, que se preparava para a Segunda Guerra Mundial.
Além de filmes e discursos apologéticos, outras formas comuns de disseminação da ideologia nazista
foram cartazes e painéis com caricaturas ridicularizando os principais alvos nazistas, como os judeus,
bem como panfletos com o mesmo conteúdo.

o Capitão América e a propaganda Norte Americana


Fazendo uma relação cultural com esse tema, não tem como deixar de citar nosso querido Steve
Rogers, Capitão América, que irá surgir no contexto da 2ª Guerra Mundial para lutar contra o Hitler.
A imagem desse personagem demonstra a força da propaganda para combater um ideal e disseminar
outro. A utilização das histórias em quadrinho e de personagens patriotas não foi utilizada apenas
nesse contexto, como você pode ler nos links abaixo:
https://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/capitao-america-um-heroi-menos-imperialista-do-que-
parece/n1597105942384.html

Instagram: @vempramimedicina
https://ambrosia.com.br/quadrinhos/voce-precisa-saber-sobre-capitao-america-nao-tinha-pra-quem-
perguntar/
Além do Capitão América, podemos citar, ainda, a POLÍTICA DA BOA VIZINHANÇA,
promovida na época da 2ª Guerra Mundial e altamente utilizada para promover a aliança entre as
Américas. Prova disso foi a criação do Zé Carioca e Panchito, o galo mexicano, por Walt Disney, para
propagar a ideia de união e camaradagem no continente americano.
13. A importância da Mídia: “O cão de guarda da sociedade”

“A função da imprensa é ser o cão de guarda público” Karl Marx

Para o filósofo alemão uma imprensa estatal é nociva à sociedade, “O governo ouve somente sua
própria voz; sabe que ouve somente a sua voz; entretanto tenta convencer-se de que ouve a voz do povo,
e exige a mesma coisa do povo. O povo, portanto, cai parcialmente numa superstição política, ou isola-se
totalmente da vida política, tornando-se uma multidão privada”. Marx condena também a censura à
imprensa, “uma imprensa censurada é ruim mesmo se produzir bons frutos”. O filósofo fez ainda duras
críticas ao Estado que restringe a informação, “a censura é a crítica como monopólio do governo…quando,
finalmente, é tão pouco crítica que confunde ditames do poder com ditames da razão”. E por fim foi
radical ao afirmar que “a lei da censura pune a liberdade…”.

Marx defende a liberdade de imprensa como instrumento para vigiar o poder púbico e manter o
Estado trabalhando a serviço do povo. Para ele “a função da imprensa é ser o cão de guarda público, o
denunciador incansável dos dirigentes, o olho onipresente, a boca onipresente do espírito do povo que
guarda com ciúme sua liberdade”. Estes são apenas alguns trechos de artigos de Karl Marx publicados
no jornal alemão Rheinische Zeitung (Gazeta Renana), em 1842, que comprovam o repúdio do filósofo ao
Estado que restringe o papel da imprensa.

Deturpar o socialismo e o marxismo convertendo-os em regimes autoritários é o caminho mais


curto para calar a imprensa. Enquanto jornalistas forem torturados e mortos com a aprovação de
governos abusivos a população continua alienada da realidade e sem acesso a janelas que lhes permitam
olhar para fora.

Fonte: https://oolharcidadao.wordpress.com/2010/05/12/%E2%80%9Ca-funcao-da-imprensa-e-
ser-o-cao-de-guarda-publico%E2%80%9D-karl-marx/
14. A propagação de Intolerância
Mais uma vez irei te pedir para analisar o papel da Mídia de forma Dialética, porque, sim, ela é
fundamental como “Cão de guarda da Sociedade”, entretanto, isso não quer dizer que ela também não
seja responsável pela propagação de inúmeros preconceitos, pela perpetuação de conceitos que vão de
encontro aos direitos humanos e pela ratificação de exclusões históricas presentes na sociedade. Logo,
nossa missão aqui é ter essa visão crítica e bem embasada sobre como fazer um meio de informação
funcionar sem compactuar com as intolerâncias presentes na sociedade.
De acordo com uma reportagem da Carta Capital:

A comunicação se configura como um direito humano a ser reivindicado, interferindo diretamente


na garantia ou negação de outros direitos. Espaço político com capacidade de formar valores, propagar
ideias e influenciar comportamentos, a mídia desempenha, historicamente, um papel duplo: por um lado,
podem atuar como instrumentos estratégicos na construção de uma cultura de respeito aos direitos

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humanos; por outro, muitas vezes, reproduz e legitima violações desses direitos, fortalecendo, assim, a
constituição de uma sociedade baseada no preconceito e na opressão.
E no Brasil, como a mídia tem atuado em relação aos direitos humanos? Quantos programas nas
emissoras de televisão debatem, com profundidade e de modo permanente, temáticas relativas aos
direitos humanos? Quantas campanhas educativas nas emissoras de rádio incentivam mudanças de
comportamento para conseguirmos, por exemplo, combater o racismo ou a violência aos/às
homossexuais? Quantas propagandas de cerveja se utilizam das mulheres como objetos e a colocam em
posição de inferioridade e sob assédio moral? Quantos programas disponibilizam mecanismos de
acessibilidade para que pessoas com deficiência tenham acesso aos seus conteúdos? Em qual capital, de
Norte a Sul do país, temos programa de TV que criminaliza negros e pobres das periferias?
As respostas a essas e outras questões não deixam dúvidas: em nosso país, a mídia tem se
revelado, indiscutivelmente, um eficaz instrumento de violação de direitos. Uma análise mais cuidadosa e
ampla da produção midiática consegue escancarar uma dimensão ainda mais séria e preocupante dessa
realidade, tendo em vista o poder de alcance dos meios de comunicação de massa e a manutenção de uma
postura, se não sempre violadora, mas omissa, desde que o sistema de comunicação brasileiro foi
implantado.
A televisão aberta, assistida cotidianamente por 94% da população brasileira, segundo recente
pesquisa da Fundação Perseu Abramo, coleciona programas campeões de violações. Dois exemplos são
emblemáticos: os programas de auditório que exploram conflitos pessoais e abusam da exposição das
mazelas de pessoas em situação de vulnerabilidade psicológica e social; e os programas policiais que
violam direitos de crianças e adolescentes, criminalizam a pobreza, invadem domicílios e desrespeitam,
de todas as formas, a dignidade humana. Em síntese, a mídia brasileira, de um modo geral, tem sido
criminosa e irresponsável pela infinidade flagrante de reforços de intolerância e violência.
Atento a este cenário e buscando intervir diretamente na construção de uma nova postura dos
meios de comunicação de massa, o Intervozes está realizando o Ciclo de Formação Mídia e Educação em
Direitos Humanos, um projeto do coletivo fruto de convênio com a Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República.
Por meio de oficinas que discutem história, princípios e características dos direitos humanos,
direitos de mulheres, negros e negras, população LGBT, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência
e população idosa, o Ciclo busca capacitar – nas cidades de Brasília, Curitiba, Fortaleza, Salvador e São
Paulo - militantes de movimentos sociais e comunicadores/as comunitários/as para a educação em
direitos humanos e a multiplicação de uma cultura de paz e valorização da diversidade.
Porém, mais que o debate sobre a relação entre mídia e direitos humanos ou a capacitação dessas
lideranças sociais, o Ciclo visa incentivar denúncias de violações e a exigibilidade dos direitos humanos
em diferentes espaços, incluindo os meios de comunicação, bem como ampliar o debate sobre o papel da
mídia em temáticas relativas. Justamente por isso, as oficinas têm como público pessoas que lidam
diretamente com direitos humanos ou que representam grupos que, cotidianamente, têm seus direitos
violados.
Com as oficinas em andamento, o Ciclo já proporcionou encaminhamentos que vão ao encontro
destes objetivos, como a criação de um grupo de trabalho permanente formado pelas entidades
participantes das oficinas e o Ministério Público, em Curitiba; e o envolvimento e participação dos grupos
e coletivos presentes às oficinas em Salvador na Frente Baiana pela Democratização das Comunicações.
Acreditamos que esse é um caminho essencial. O debate permanente, a qualificação de militantes
sociais e a articulação para medidas efetivas de denúncia e exigibilidade de direitos são ações
necessárias para que tenhamos, no Brasil, uma mídia que valorize e promova os direitos humanos de
mulheres, da população LGBT, dos negros e das negras, das populações tradicionais, das crianças e
adolescentes, das pessoas com deficiência e da população idosa.
Fonte: https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/midia-e-direitos-humanos-um-debate-
necessario-9408.html

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ROTEIRO
INTRODUÇÃO:
O sociólogo Karl Marx, no século XIX, definiu a imprensa como um “cão de guarda” da sociedade,
feita para vigiar o Poder Público, a fim de que este trabalhe a serviço do povo. Acerca dessa lógica,
hoje a mídia assume um importante papel, não só como guardiã, mas também como um espaço de
inúmeras discussões sociais. Contudo, a liberdade irrestrita aos meios de comunicação pode acarretar
várias conturbações. Diante disso, analisar o atual panorama é fundamental para fazer o uso correto
dessa ferramenta.
Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): Nessa redação eu fiz uso da Dialética para
trabalhar os dois pontos de visão que envolve esse assunto (como aconselhei que você fizesse
também). Logo, o primeiro parágrafo não conterá um problema, mas sim um ponto positivo dos
meios de comunicação: o papel de desconstruir preconceitos enraizados na sociedade.
Um excelente exemplo para que fique bem nítido esse papel social importante desse meio, são as
novelas globais: a Malhação e a das 20h (ou 21h não sei ao certo), elas sempre levantam temas
polêmicos por abordarem em suas tramas: gravidez na adolescência, violência contra mulher,
homofobia, crianças na rua, escola pública, racismo, enfim, é uma gama muito grande de assuntos que
são tabus, mas que, ao serem abordados em horário nobre, para uma grande massa de
telespectadores, essa rede de televisão torna possível o debate sobre esses assuntos. (Sim, eu sei que
muitas vezes eles pisam na bola e tudo mais, mas, não podemos negar que eles são sim atores sociais e
que moldam a visão de uma grande parcela da população).
Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): Agora sim podemos levantar um problema dessa
ferramenta: LIBERDADE IRRESTRITA.
Sabemos que a Liberdade de Expressão é um direito Constitucional, CONTUDO, existe sempre
aquela máxima “o seu direito acaba onde começa o meu” (algo assim), ou seja, a liberdade irrestrita
aos meios de comunicação pode gerar atitudes e propagação de Intolerâncias e manutenção de valores
discriminatórios.

Conclusão  Proposta de Intervenção:


Quem – quais agentes utilizar?
ONG’s e Governo
O quê eles vão fazer?
Ong’s: Fiscalizar os meios de comunicação, fazendo denúncia daqueles que não cumprirem com o seu
dever social.
Governo: o Ministério da Educação deve atuar, dentro das escolas, na formação dos estudantes,
viabilizando a ampliação de Projetos que trabalhem com o desenvolvimento da criticidade, empatia e,
ainda, tornar os próprios indivíduos em agentes fiscalizadores da imprensa, para que não compactuem
com propagação de intolerâncias.
Como – utilizando quais meios?
ONG’s: vão monitorar a mídia como um todo e informar os órgãos governamentais sobre as infrações
cometidas por algum meio.
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Governo: por palestras, debates, rodas de conversas, cursos.
Para quê?
Para que a mídia sirva cada vez mais para cumprir o seu papel social como um espaço
esp de construção
social e desconstrução de preconceitos enraizados na sociedade.

REDAÇÃO
A mídia como espaço de debates na sociedade – Nota: 980
98

Perdi 20 pontos na competência 1, esqueci de colocar vírgula antes da palavra


“como” na linha 27.

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11. MOBILIDADE URBANA
Mais um tema “top temas” para o Enem de 2018!

BRAIN STORM
o Liks:

 https://www.youtube.com/watch?v=6j9HXdNxO2o
 https://www.youtube.com/watch?v=Le8smUv1O6w
 http://www.politize.com.br/trilhas/mobilidade-urbana/
 https://brasilescola.uol.com.br/geografia/mobilidade-urbana-no-brasil.htm
 https://exame.abril.com.br/tecnologia/os-aplicativos-de-corrida-sao-bons-para-
a-cidade-este-estudo-diz-que-sim/

o O que é Mobilidade Urbana?

O que é mobilidade urbana? É a condição que permite o deslocamento das pessoas em uma cidade.
No dicionário, mobilidade significa “facilidade para se mover”. A ideia, então, é tornar esse
movimento fluido e prático. Ônibus, metrô, outros transportes coletivos e carros fazem parte
das soluções de mobilidade e tem o intuito de deixar a vida das pessoas mais fácil.
Ou pelo menos, deveria.
A questão é que cada vez mais as cidades estão perdendo a capacidade de permitir que as
pessoas se movam com qualidade.
Por este motivo, o tema mobilidade urbana passou a ser repensado. Há interesse em trazer de
volta o seu sentido primário e original, para melhorar a qualidade de vida das pessoas de forma
sustentável. Isso inclui aspectos econômicos, sociais e políticos, como veremos mais abaixo.
Para atingir esses objetivos, o poder público precisa se comprometer oferecendo à população um
plano de mobilidade urbana, que traça providências e mira um espaço público no futuro com muito
mais qualidade de vida, a chamada mobilidade urbana sustentável.

O que é plano de mobilidade urbana?


Plano de mobilidade urbana é um conjunto de diretrizes pensadas para melhorar o deslocamento
das pessoas em uma cidade de forma sustentável e de olho em resultados positivos na qualidade
de vida.

Atualmente, cada cidade no Brasil pode desenvolver um plano de mobilidade urbana que tenha
como base usar os meios de transporte para trazer rapidez no ir e vir das pessoas, sem agredir o
meio ambiente.

As propostas visam garantir acessibilidade, segurança, eficiência, qualidade de vida, e dinamismo


econômico, além inclusão social e preservação do meio ambiente. Este último aspecto é
importante por diminuir impactos sobre o meio ambiente em médio e longo prazo para as cidades.

O que é mobilidade urbana sustentável?

Sabendo o que é mobilidade urbana, resta conhecer o conceito de mobilidade urbana sustentável.

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Ele está diretamente ligado ao tipo de transporte usado para o deslocamento de pessoas. Somado
a isso, está também a preocupação em facilitar trajetos, considerando amenizar impactos
ambientais causados por combustíveis fósseis que degradam o ambiente, por exemplo.

Neste aspecto, as soluções apresentadas incluem a implementação de sistemas de deslocamento


sobre trilhos, como metrôs, bondes e ônibus “limpos”, que alternam entre motor elétrico e a
diesel, e os VLTs (veículos leves sobre trilhos).
Há também a preocupação na integração desses transportes com outros mecanismos facilitadores
do deslocamento: ciclovias, esteiras rolantes com alta capacidade, elevadores de grande porte
para suportar maior número de pessoas, bicicletas públicas e teleféricos.

Má qualidade do transporte público no Brasil; Aumento da renda do brasileiro; Redução de


impostos do Governo Federal para incentivar a compra de carros; Concessão de crédito ao
consumidor; Herança rodoviarista no Brasil; Falta de planejamento urbano e arquitetônico.

O que é mobilidade urbana e qualidade de vida?

O ir e vir da casa para o trabalho dos brasileiros virou um problema nos últimos anos,
prejudicando a qualidade de vida principalmente dos metropolitanos. O uso do carro é o principal
vilão. Há 1 automóvel para cada 4,4 habitantes, causando congestionamentos problemáticos e
impedindo o deslocamento fluído nas cidades.

De acordo com o Numbeo, site internacional especializado em comparar metrópoles sob


diferentes aspectos, há 7 capitais brasileiras entre as cidade com o trânsito mais lento do
mundo, em uma lista de 163 metrópoles analisadas.

Se sobra tempo no engarrafamento, falta tempo para buscar o filho na escola, jogar vôlei com os
amigos na praia, curtir um jantar com a família e outras atividades de lazer que ficam
prejudicadas.
Para solucionar problemas de falta de tempo por causa do gigantesco conglomerado de carros,
algumas cidades fazem um planejamento urbano que pode atender a demanda da metrópole, como
é o caso de Belo Horizonte.
A cidade ganhou o prêmio Transporte Sustentável do Instituto de Políticas de Transporte e
Desenvolvimento (ITDP), em Nova York, Estados Unidos, por implementar a ciclovia e o BRT,
sistemas bem-sucedidos de mobilidade urbana que geram acesso mais rápido e sustentável,
proporcionando qualidade de vida aos moradores.
O que é acessibilidade e mobilidade urbana?

Pessoas com deficiência física em geral passam um terço de qualquer deslocamento se


locomovendo a pé ou em cadeiras de rodas, sem poder usar um transporte público.

Por isso, as políticas de acessibilidade urbana passaram a repensar a maneira como construir uma
infraestrutura capaz de dar fluidez ao deslocamento dessas pessoas.

Parte do conjunto de soluções para obter um espaço público mais acessível são calçadas
confortáveis e niveladas, sem buracos ou obstáculos, ruas com marcações para deficientes
visuais, corrimão e outras alternativas que permitem o deslocamento seguro e estável.

Mobilidade urbana e desenvolvimento urbano

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A urbanização no Brasil teve início no final do século XIX, a partir da chegada da
industrialização, e se consolidou na década de 1930.

Mas foi na segunda metade do século XX que a urbanização se fortaleceu devido ao surgimento da
automatização mecânica das atividades produtivas no meio rural. Isso desencadeou o desemprego
e a migração da área rural para as cidades.

Por causa desse deslocamento em massa, o Brasil passou a ter cidades populosas e
predominantementes urbanas. Em 1960, 80% dos brasileiros já moravam em cidades e não mais
em espaços rurais. A concentração de migrantes foi direcionada para cidades como São Paulo, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Esse desnível populacional causou importante desigualdade no número de habitantes nas áreas
urbana e rural. Veio a falta de infraestrutura, a incapacidade de suportar os novos moradores das
cidades e o déficit de desenvolvimento econômico.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro vivem 90% da população de toda a região Sudeste. Já no
Nordeste e Norte, as taxas de urbanização são as menores do país. Pará, Maranhão e Piauí são os
estados menos urbanizados do Brasil.

Portanto, o planejamento é fundamental, tanto para as novas áreas que serão urbanizadas quanto
para solucionar os problemas de desenvolvimento urbano nas metrópoles onde eles já se
manifestam.

Mobilidade urbana e a arquitetura

O que é mobilidade urbana sem arquitetura? O papel da arquitetura, palavra grega que significa
“principal construção”, é crucial para se estabelecer o desenho adequado da cidade.

Mas a própria arquitetura se sucubiu à progressão desenfreada da urbanização. Cidades viraram


caixas de concreto sobre ruas de asfalto, despreocupadas com a ordem e a fluidez.

A causa da péssima mobilidade está na falta de planejamento urbano e na administração


ineficiente de projetos arquitetônicos, responsáveis por desenhar o espaço público. Muitas vezes,
este desenho é mal distribuído, gerando mais complicações para a mobilidade urbana em um
efeito dominó negativo.

290 km de congestionamentos e um contingente de carros que ultrapassa 20 milhões de veículos –


quase metade da frota nacional – se encontram em apenas 12 cidades brasileiras. A aglomeração
de construções impede a ordem e dificultam a mobilidade nas grandes cidades.
E, sem dúvida, é papel dos arquitetos e urbanistas resolver esse problema, em conjunto com as
autoridades de nosso país.
Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/o-que-e-mobilidade-urbana/

o Modais e Juscelino Kubistchek

Modais de transporte

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Para que os fluxos ganhem mobilidade, é possível distinguir, em função da adequação da malha viária aos
produtos transportados, os seguintes meios de transportes: Rodoviário, Ferroviário, Aeroviário e
Aquaviário.
No Brasil, o Transporte rodoviário teve impulso a partir da década de 1920 do século XX por iniciativas
de governantes brasileiros com objetivo de articular as regiões brasileiras. A predominância desse modal
em território nacional deve-se ao modelo implantado na década de 50 por Juscelino Kubistchek,
consagrado pela frase “governar é abrir estradas”, promovendo a adoção do Modelo Rodoviarista, ou
seja, construção, ampliação e melhoramento de rodovias. Dentro do Planos de Metas, que visava avançar
“50 anos em 5”, JK faz uso desse modelo como manobra político-econômica para incentivar/viabilizar a
instalação de indústrias automobilísticas no Brasil.
Durante os governos militares, a política rodoviarista foi mantida sob o propósito de “Integrar (o
território) para não entregar (os recursos)”. O modelo rodoviário no Brasil adotou em muitos casos as
privatizações, que podemos entender como concessões dadas a empresas privadas, que pagam
tributações ao governo para explorar por período determinado trechos rodoviários. As privatizações
encarecem os custos dos fretes e, por conseguinte, aumentam o custo final dos produtos, ainda mais
pondo em análise a dimensão continental brasileira.
O Transporte Ferroviário brasileiro totaliza aproximadamente 30.000 quilômetros de extensão, malha
considerada de pequena extensão ao comparar com sua dimensão territorial. Existem, no Brasil, duas
grandes empresas ferroviárias: a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A), aberta a concessão na década
de 1990, e a FEPASA (Ferrovias Paulistas S.A). As ferrovias brasileiras, em contexto com a década
perdida de 1980, entram em estado de sucateamento e esterilização da ampliação da malha ferroviária
nacional por motivos de austeridade fiscal. No entanto, visto a necessidade de sanar os gargalos
logísticos, em 2011, validando a Lei 12.379 que dispõe do Sistema Nacional de Viação (SNV), busca-se
trabalhar com o Programa de Aceleração Ferroviário (PAC Ferroviário). O Programa objetiva a expansão
e o melhoramento da malha existente, além de buscar viabilizar trens de alta velocidade.Tais obras
serão conexões dos principais centros urbanos do País proporcionando benefícios na mobilidade, na
segurança, no tempo e no conforto dos usuários.
O Transporte Aeroviário é bem recente, com desenvolvimento após a Segunda Guerra Mundial,
estabelecendo uma nova referência de velocidade de deslocamento. Este modal é responsável pelo
deslocamento de produtos de alto valor agregado e de baixo peso unitário, com intuito de entregas
urgentes, como equipamentos médicos, transplante de órgãos, equipamentos científicos, entre outros.
Para a aviação comercial de passageiros é economicamente mais rentável. O Brasil recentemente passa
por crises aéreas devido à defasagem infraestrutural de seus aeroportos e carência de mão de obra
qualificada para as operações de controle de tráfego aéreo.
A modalidade aquática de transporte é a mais econômica, particularmente para grandes cargas e longas
distâncias. Com a ampliação do processo de Globalização, torna-se cada vez mais necessária uma política
de incentivos ao transporte marítimo, já que ele é o grande responsável pelo comércio internacional. O
Brasil é privilegiado em termos de recursos hídricos em geral e de vias navegáveis, de modo que os
trechos hidroviários mais importantes economicamente localizam-se no Sudeste e Sul do Brasil. Para o
pleno aproveitamento de outras hidrovias, é preciso construir eclusas, fazer obras de dragagem e
principalmente construir portos que possibilitem a integração intermodal (conceitos de unidade de
cargas e conexão de infraestruturas). Os corredores de exportação, na face de postos específicos,
correspondem ao ponto culminante de estruturação intermodal, onde as malhas rodoviárias e ferroviárias

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interconectam a pontos de transporte e armazenamento para escoamento de produtos de alta
concentração e de grandes volumes, priorizando agilidade no escoamento para exportação ou consumo
interno.

MOBILIDADE URBANA

A mobilidade urbana se apresenta como um desafio não só nos centros urbanos do Brasil, mas também
nas grandes metrópoles do mundo. O deslocamento de pessoas, em busca de bens e serviços de
qualidade, oportunidades de qualificação e empregos, acarreta, nas regiões metropolitanas e
grandes capitais, localidades de concentração populacional.

O notório inchaço urbano obriga com urgência a harmonia e agilidade o deslocamento de bens e pessoas
com eficiência, conforto e segurança além de mitigar os impactos ambientais, visuais e de poluição
sonora e atmosférica, ressaltando também modelos de minimização da exclusão social.
É neste bojo que o planejamento em transportes em longo prazo é imprescindível, fato este que,
explicado pela adoção do modelo rodoviarista, as metrópoles brasileiras sofrem com os
congestionamentos e elevado custo no preço das tarifas, ao ponto de ofertas de serviços precários,
ineficientes e defasados que acarretam significativa diminuição da qualidade de vida. Dentre as
estratégias de melhoria e aperfeiçoamento da mobilidade em empreendedorismo intermodal, as
iniciativas públicas e privadas devem priorizar o gerenciamento de transportes de massas, acima de
tudo, transporte sobre trilhos, desenvolvendo logística de integração local, regional, nacional e
internacional.

Fonte: http://educacao.globo.com/geografia/assunto/atualidades/mobilidade-urbana.html

15. Alternativas
De acordo com o site POLITIZE, essas são algumas das alternativas viáveis para contornar o
problema da Mobilidade Urbana:
A abordagem tradicional para aumentar a eficiência do trânsito é a construção de novas vias, mais
modernas, projetadas para receber grandes quantidades de veículos. Entretanto, esse modelo, adotado
com força total entre as décadas de 1960 e 1990 no Brasil, revela agora várias consequências
perniciosas. Quanto mais estradas e faixas são abertas, pior parece ficar o trânsito. Isso porque, segundo
especialistas, quanto mais espaço se dedica ao automóvel particular, maior o incentivo para que
pessoas comprem carros e deixem de utilizar o transporte público ou meios alternativos de
deslocamento. Isso significa mais carros nas ruas, mais espaço ocupado por pessoa e
consequentemente, mais engarrafamentos e acidentes.
E o que não faltou na última década foram incentivos à compra de automóveis. O crescimento da renda
per capita, a isenção de alguns impostos e o acesso facilitado ao crédito são apenas alguns dos fatores
que levaram a frota total de veículos particulares no Brasil passar de 24 milhões em 2001 para 51
milhões em 2012.
Para além de continuar a investir na malha viária, que invariavelmente precisa crescer e demanda
constante manutenção, quais outras soluções estão ao nosso alcance? Veja algumas opções para
melhorar a mobilidade urbana e deixar o trânsito mais humano no Brasil:

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o Transporte de Massa

Se o espaço nas ruas é limitado e a demanda só aumenta, é indispensável otimizar o seu uso. Para isso,
não há como fugir de investimentos em sistemas de transporte coletivo mais eficientes e agradáveis aos
seus usuários. A maioria das nossas cidades possui um sistema de transporte coletivo baseado em
ônibus, que são invariavelmente mais lentos e desconfortáveis que os carros – além de estarem sujeitos
aos mesmos congestionamentos dos automóveis. Em um mundo ideal, teríamos mais ônibus à
disposição, mais horários e veículos menos lotados, o que aumentaria a adesão ao transporte coletivo. É
o básico do que se espera de um bom sistema de transporte coletivo.

Para além disso, uma medida de valorização do transporte coletivo que tem sido adotada nos maiores
centros do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, é a abertura de faixas exclusivas para ônibus em certas
vias e horários. Tal medida faz com que quem pega ônibus tenha uma grande vantagem nos horários de
pico sobre os que estão de carro, diminuindo bastante o tempo de deslocamento. Por outro lado, essa
medida gera reclamação nos usuários de carros, afinal as faixas exclusivas ficam subutilizadas.

Para além do transporte coletivo rodoviário, ainda há outras opções que são pouco ou mal exploradas
no nosso país: o modal ferroviário, por exemplo, é muito utilizado em grandes centros de países
desenvolvidos. O metrô, apesar de ser uma solução cara, é capaz de movimentar grandes volumes de
pessoas e oferecer rapidez e relativa comodidade. As malhas metroviárias de grandes cidades
brasileiras têm se mostrado insuficientes para a demanda existente. Além dos metrôs subterrâneos,
existem os chamados metrôs de superfície, mais baratos. Mesmo tomando espaço da estrutura viária,
ainda são mais eficientes que carros ou mesmo ônibus. Essa opção é praticamente inexplorada no
Brasil.

Outro modal pouco explorado no país é o aquaviário. Em um país que concentra grande parte de sua
população em cidades litorâneas, isso causa certo estranhamento. Os deslocamentos por mar ou por
rios poderia distribuir melhor o trânsito, por custos razoáveis.

o Bicicleta

É cada vez mais comum ver pessoas se deslocando de bicicleta nas grandes cidades. Infelizmente, esse é
um meio de locomoção ainda pouco priorizado no trânsito brasileiro: a extensão de ciclofaixas e
ciclovias nos grandes centros ainda é muito menor que a extensão de vias dedicadas para veículos
motorizados (para cada 100 km de vias para carros, existe apenas 1 km para bicicletas). Isso obriga
muitos ciclistas a fazerem percursos por vias compartilhadas com carros, causando frequentes
conflitos, quando não acidentes e mortes.

A eficiência do uso das bicicletas como meio de superar o problema da mobilidade no Brasil ainda é
questionada por muitos. Muitos não se convencem com exemplos de países desenvolvidos como
Holanda e Dinamarca, já que estes seriam países em outro patamar de desenvolvimento e educação.
Amsterdam, referência no uso de bicicleta, é uma cidade muito menor e mais plana do que São Paulo,
por exemplo. Argumenta-se que é por isso que lá as pessoas andam mais de bike do que aqui.

O fato é que a bicicleta é apontada como uma opção muito válida para deslocamentos curtos dentro das
cidades, afinal elas ocupam um espaço muito menor que carros, demandam menos manutenção das vias
e possuem um impacto ambiental praticamente nulo. Como se deslocam em menores velocidades,
oferecem menos riscos aos pedestres. Sem contar que é uma ótima opção de atividade física.

Ainda por cima, é importante notar que quanto mais ciclistas na rua, maior também a segurança para
pedalar.

o Deslocamento a pé

É isso mesmo, andar pode ser de grande ajuda para o nosso trânsito. Boa parte dos deslocamentos no
Brasil são feitos dessa forma. Ainda assim, não é nada agradável ser um pedestre em uma grande cidade

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brasileira: faltam calçadas adequadas (com largura suficiente e sem obstruções) e também respeito por
grande parte dos motoristas, muitos dos quais não param na faixa de pedestres e não demonstram se
preocupar com a segurança deles. O resultado é que os pedestres são geralmente as maiores vítimas do
trânsito.

Aumentar o tráfego de pedestres também tem relação com uma forma desejável de organização das
cidades, em que grande parte das pessoas moraria perto de seu local de trabalho, diminuindo assim a
necessidade do uso do automóvel no dia a dia. Quanto mais pedestres na rua, menos carros e mais
segurança para os próprios pedestres. E de quebra, é sempre bom lembrar, caminhar faz muito bem à
saúde.

Fonte: http://www.politize.com.br/alternativas-mobilidade-urbana/

Além dessas ideias, no link abaixo você pode ler sobre 25 ideias para resolver o problema da
Mobilidade Urbana:
https://meiaum.wordpress.com/2013/10/08/25-alternativas-para-a-melhoria-da-mobilidade-urbana/
16. Não é só por 20 centavos
No ano de 2013 o Brasil viu uma das maiores manifestações já feitas em nosso território. O
estopim para tais movimentos se levantarem foi o aumento da tarifa do transporte público na cidade
de São Paulo, que acabou gerando um efeito dominó para inúmeras outras capitais que passaram a
abordar inúmeras outras reclamações.
“Em junho de 2013 o Governo Federal autorizou os Estados e os Municípios a elevarem as tarifas dos
transportes públicos (metrô, trem e ônibus) em todo o País. O que se viu foi um levante contrário ao aumento
protagonizado por toda a nação, e que foi capitaneado por um grupo de jovens denominados “Movimento do Passe
Livre” que conseguiu mobilizar o povo que marchou pela bandeira de redução de tarifa, e ao término de alguns dias
de protestos populares, conseguiram o que almejavam”.

O Movimento pela redução das tarifas só tomou força e visibilidade nacional porque a Policia Militar de São Paulo,
“filha de uma concepção” advinda da ditadura militar, utilizou de forma desmedida a força para reprimir uma
manifestação popular livre e pacífica organizada pelas redes sociais que ocorreu no dia 13/06/2013 na Avenida
Paulista.

Após o “vandalismo” perpetrado pela repressão estatal contra os direitos constitucionais que foram
“saqueados” dos manifestantes, mais de 100 mil pessoas avançaram pelas ruas de São Paulo já no dia 17/06/2013. O
movimento foi crescente e constante e no dia 18/06/2013 o país inteiro já estava mobilizado pela causa da redução
das tarifas e inúmeras outras manifestações populares se sucederam em diversas cidades do país, quer capitais ou
cidades interioranas.

No dia 19/06/2013 após relutar e menosprezar o movimento das ruas os governadores e prefeitos de algumas
cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro recuaram politicamente e reduziram as tarifas dos transportes em R$
0,20, que era a reivindicação inicial do movimento. Mas JÁ ERA TARDE. O povo brasileiro havia percebido que algo
mais profundo estava em jogo, O FUTURO DA NAÇÃO! Desde então as pautas de reivindicações dos movimentos
populares foram inúmeras e as manifestações não pararam, pois como se fez ecoar pela voz do povo: “não eram
apenas os vinte centavos” e assim “o gigante acordou”!

Porém, passados alguns dias dos fatos, possíveis algumas reflexões do cenário desenhado por jovens muito idealistas
e um Estado repressivo ao extremo. Logo, destes fatos temos as seguintes considerações preliminares, quais sejam:

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1- A “VITÓRIA” do povo (re)unido, pois de forma abominável sob a ótica política e após muita truculência estatal,
gratuitamente e sem qualquer contraprestação da população, os Governos revogaram os aumentos das tarifas dos
transportes públicos, os R$ 0,20. Ponto positivo para o Movimento dos Jovens pelo Passe Livre, que escancararam a
ausência de caráter dos governantes que repassavam para a população um custo que o Estado Brasileiro podia muito
bem absorver, evidenciando a elevada carga tributária nacional;

2- “A VITÓRIA” continuou, pois imediatamente o Governo Estadual de São Paulo suspendeu o aumento das tarifas
dos pedágios do Estado, que ocorreria no mês seguinte. Novamente o aumento não foi repassado de forma gratuita,
sem qualquer contraprestação do Estado, o que evidencia o caráter político e econômico da decisão, além da
sobrecarga fiscal dos contribuintes;

3- A “VITÓRIA” do direito de manifestação, pois, após a violência abominável da polícia militar paulista e a
péssima repercussão “on line” e “full time” em toda a mídia sensata, o Povo Brasileiro marchou contra o terror e a
subtração de direitos sociais, e quer em solidariedade pela “não violência e repressão estatal” ou pela revogação dos
aumentos das tarifas dos transportes, a pauta das ruas eram: mais direitos sociais, efetiva liberdade, mais
democracia.

Fato é que o povo nas ruas fez com que os Governos cedessem a um direito que estava adormecido na Constituição
Federal, qual seja, o direito fundamental da livre manifestação e do direito de reunião, em detrimento ao direito
individual de “ir e vir”;

4- “A VITÓRIA” da liberdade de manifestação e da soberania popular foram tão expressivas, que após atos
únicos convocados pelos Movimentos do Passe Livre, os jovens brasileiros em geral se sentiram à vontade para
convocar pelas redes sociais da internet outras manifestações (micro ou macro manifestações em todo o País), e com
isso, houve o início do pleno exercício do Direito Constitucional e a LIBERDADE BRASILEIRA foi fortalecida;
Reportagem na íntegra: http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13549

17. Direito à Mobilidade


Você conhece os Pilares Democráticos de um país que tem a Democracia como forma de governo?
Em algum momento você já deve ter escutado falar sobre eles, até mesmo aqui nessa apostila ou na
primeira. Então, dentro desse contexto, a precariedade da Mobilidade Urbana vai de encontro a todos
esses pilares, mas gostaria de destacar um em especial: a Liberdade. Nesse sentido, se você não tem
um modelo de transporte eficiente e que abarque a necessidade de todos dentro de uma sociedade,
você está negligenciando a Liberdade de ir e vir de todo cidadão.
Sob esse aspecto, é fundamental analisar o impacto que gera dentro das despesas de uma
família que recebe salário mínimo o aumento de uma tarifa do transporte público, o impacto social
que “apenas 20 centavos” pode causar. Acerca disso, vejamos a fala de um Arquiteto, entrevistado pela
revista Hypeness, sobre esse assunto:

Augusto Aneas tem 33 anos, é arquiteto-urbanista autônomo formando pela FAU-USP, ativista
do Parque Augusta, Rede Novos Parques e Hub Livre.
Hypeness (H) –O que a mobilidade urbana representa do ponto de vista do direito à cidade?
Augusto Aneas (AA) – A mobilidade urbana é uma das questões centrais do Direito à Cidade,
principalmente a partir de 1970 com o crescimento dos grandes centros urbanos. No caso específico de
São Paulo e dos grandes centros urbanos brasileiros pesa a herança do equivocado projeto de mobilidade
rodoviarista, pautado no automóvel individual e que colocou em um plano secundário o desenvolvimento de

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uma política de transporte público com uma infraestrutura minimamente satisfatória, que é o que se
espera ter em grandes centros urbanos.

“A mobilidade urbana é uma das questões centrais do Direito à Cidade.”


Mas a mobilidade urbana significa antes de tudo o direito de acesso à cidade. É um direito constitucional
essencial, assim como a saúde, a educação e a cultura. É um dos caminhos para garantir tanto a qualidade
de vida nas cidades quanto à inclusão social urbana, já que o acesso aos locais de trabalho aparece como
uma necessidade fundamental dos trabalhadores, assim como o acesso à cultura e ao lazer.
H – O preço da passagem pode afetar o acesso a esse direito?
AA – Um estudo recente de economistas da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade Federal de
Viçosa apontam que a tarifa de São Paulo e das grandes cidades brasileiras já estão entre as maiores do
mundo. Por outro lado, a qualidade desse serviço ainda não é nem minimamente satisfatório. Então não
faz o menor sentido esse crescente aumento do preço das passagens.
A população que vive nas periferias é a mais vulnerável em relação a esse direito básico de acesso à
cidade. É essa população que normalmente é obrigada a se deslocar por grandes distâncias para chegar
ao trabalho e aos equipamentos urbanos.

“As tarifas de São Paulo e das grandes cidades brasileiras já estão entre as maiores do mundo.”
O aumento da passagem significa então o aumento da exclusão e desigualdade social. Significa que menos
pessoas terão acesso aos seus trabalhos e aos equipamentos de cultura e de lazer e conseqüentemente
que menos pessoas terão o Direito á Cidade garantidos.
O artista Mundano tem um trabalho recente que explicita bem isso: Pão ou busão?
H –Pensando o transporte público de uma maneira mais ampla, o que poderia melhorar em São Paulo
na sua opinião?
AA – É senso comum entre os arquitetos-urbanistas apontar que a melhoria do transporte vai no sentido
de incentivar o uso do transporte público através da ampliação do malha metroviária, a criação de novos
modais de transporte junto com medidas para a restrição do automóvel através da criação de rodízios e
pedágios urbanos. Para os ambientalistas e os defensores das cidades sustentáveis é senso comum a
defesa do caminhar e da bicicleta com objetivo de reduzir a emissão de poluentes.
Na minha visão, todas essas frentes são importantes e devem ser consideradas na busca de um
transporte público mais igualitário e com mais qualidade e eficiência, mas nenhuma delas toca o cerne da
questão.

“Hoje vivemos a pressão pela mercantilização de todas as esferas da vida, e a mobilidade urbana é

umas esferas.”
Hoje vivemos a pressão pela mercantilização de todas as esferas da vida, e a mobilidade urbana é umas
esferas. A questão central da crise da mobilidade está na aliança velada do Estado com as grandes
empresas de transportes, deslocando esse que deveria ser um direito constitucional essencial para o
campo da mercadoria. De um lado, as empresas operam unicamente visando a mercantilização e lucro. Do
outro lado, o Estado opera como um facilitador dessas empresas, dando privilégios visando o
financiamento de apoio dos partidos políticos.

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De nada adiantará os subsídios governamentais, que pesam no bolso da população junto com as altas
tarifas, se a caixa preta dos custos e lucros não for aberta, permitindo um debate transparente com
toda a sociedade.
A solução mais eficiente para a crise da mobilidade depende da posição do Estado: Direito à Cidade ou
“máfia dos transportes” ?
Fonte: https://www.hypeness.com.br/2016/01/mobilidade-urbana-e-um-direito-constitucional-
como-saude-educacao-e-cultura-diz-urbanista/

12. A questão da Saúde Pública no Brasil

Chegamos ao nosso último temaaaa (ahhhh!) !


Como essa e a minha Primeira apostila vêm abordando diversos temas possíveis, não poderia
faltar um relacionado à saúde, não é mesmo?
(Apesar de que na primeira apostila você encontre um eixo temático sobre Psicopatologias e
outro sobre Obesidade)
Então, simbora destacar os principais pontos a serem discutidos sobre esse tema!

BRAIN STORM
18. Links:
 https://noticias.uol.com.br/saude/listas/falta-medico-e-dinheiro-10-grandes-problemas-da-
saude-no-brasil.htm
 http://www.politize.com.br/direito-a-saude-historia-da-saude-publica-no-brasil/
 https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/10/30/O-que-impede-o-Brasil-de-melhorar-
ainda-mais-seu-%C3%ADndice-de-doa%C3%A7%C3%A3o-de-%C3%B3rg%C3%A3os
 https://www.youtube.com/watch?v=91D5LI3gI8U
 https://saude.ig.com.br/minhasaude/2018-07-10/doencas-erradicadas-no-brasil-voltam-
assustar.html
 http://www.boasaude.com.br/noticias/360/doencas-erradicadas-voltam-a-se-manifestar-no-
pais.html
 http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/06/vacinacao-de-menores-de-um-ano-de-idade-
atinge-menor-nivel-em-16-anos.html

19. Sistema Único de Saúde (SUS)


Ministério da Saúde:
Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a “Saúde é direito de todos e dever do
Estado”. Assim foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de

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saúde do mundo, que abrange desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial até o
transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país.
No período anterior a CF-88, o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos
trabalhadores vinculados à Previdência Social, aproximadamente 30 milhões de pessoas com acesso
aos serviços hospitalares, cabendo o atendimento aos demais cidadãos às entidades filantrópicas.
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde, sem
discriminação. A atenção integral à saúde, e não somente os cuidados assistenciais, passou a ser um
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade
de vida.
A CF-88 e posteriormente, a Lei Orgânica da Saúde, de nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
intensificam debates já existes acerca do conceito. Nesse contexto, entende-se que saúde não se limita
apenas a ausência de doença, considerando, sobretudo, como qualidade de vida, decorrente de outras
políticas públicas que promovam a redução de desigualdades regionais e promovam desenvolvimentos
econômico e social.
Dessa maneira, o SUS, em conjunto com as demais políticas, deve atuar na promoção da
saúde, prevenção de ocorrência de agravos e recuperação dos doentes. A gestão das ações e dos
serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes da Federação: a União, os
Estados e os municípios.
A rede que compõem o SUS é ampla e abrange tanto ações, como serviços de saúde. Ela
engloba a atenção básica, média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção
hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência
farmacêutica.
Ministério da Saúde
Gestor nacional do SUS, formula, normatiza, fiscaliza, monitora e avalia políticas e ações, em
articulação com o Conselho Nacional de Saúde. Atua no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite
(CIT) para pactuar o Plano Nacional de Saúde. Integram sua estrutura: Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS,
Hemobrás, Inca, Into e oito hospitais federais.
Princípios do SUS
Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado
assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas,
independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.
Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas
possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em
outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é
maior.
Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas
necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a
prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade
pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação
intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos
indivíduos.
Princípios Organizativos
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Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de
complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios
epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um
processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já
a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços
que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada
região.
Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade
entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com
maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a
responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao
município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para
que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde
cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os
princípios gerais e a participação da sociedade.
Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser
criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a
execução da política de saúde.

Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde

A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz informações para que você conheça seus
direitos na hora de procurar atendimento de saúde. Ela reúne os seis princípios básicos de
cidadania que asseguram ao brasileiro o ingresso digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou
privado.

1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.

2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema.

3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer


discriminação.

4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e
seus direitos.

5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu trata- mento aconteça da
forma adequada.

6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os
princípios anteriores sejam cumpridos.

Fonte: http://portalms.saude.gov.br/

o Os problemas da Saúde Pública

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A crise econômica brasileira chegou com tudo e, dentro desse contexto, o sistema privado de
saúde perdeu inúmeros clientes, devido suas altas taxas de adesão dos planos. Diante essa situação, o
SUS, já sobrecarregado, passa a ter que abarcar uma demanda muito maior de pessoas procurando
por tratamentos, consultas e transplantes, situação que agrava cada vez mais a realidade calamitosa da
saúde pública.
A questão da Saúde é um dos principais desafios dos governantes e uma das maiores
preocupações da população brasileira. Um levantamento do Ministério da Saúde, que avalia o nível de
qualidade do SUS (Sistema Único de Saúde), em uma escala de 0 a 10, revelou que a média nacional
ficou em 5,5. O sistema público de saúde, que tem como função atender à toda população, expõe
falhas em seus principais programas, como por exemplo, o programa Saúde da Família, focado em
prevenção de doenças.
Em 20 anos, nenhum estado alcançou a cobertura completa e, somente Piauí e Paraíba
ultrapassaram os 90% de cobertura. Por outro lado, sete estados têm apresentado atendimento abaixo
da metade: Amazonas, Roraima, Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do
Sul, com 20%.
A consequência destas falhas são hospitais lotados: de acordo com dados do TCU (Tribunal
de Contas da União), 64% dos hospitais brasileiros estão sempre com superlotação e, somente 6%
nunca estão cheios. Outro problema é a mão de obra, uma vez que faltam oportunidades para a
capacitação de profissionais, além de infraestrutura e médicos para atuar no interior dos estados. "Os
centros de formação formam profissionais para o mercado de saúde. O SUS é uma política pública de
Estado, não é mercado. A saúde no SUS é vista como direito social, enquanto que no mercado é vista
como mercadoria", afirma o consultor legislativo e Mestre em Saúde Pública, Geraldo Lucchese.
Gestão e Financiamento
Segundo especialistas, a gestão de recursos é um dos principais entraves da saúde pública no
Brasil. "Não há gestão qualificada. Há fraude, há corrupção. Isso precisa ser resolvido e se resolve com
um gerenciamento competente e também com um financiamento adequado", ressalta Roberto Luiz
d’Ávila, médico e ex-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Além disso, a questão do financiamento do SUS também precisa ser resolvida. Embora o
governo tenha prometido atender à todos, o Brasil ainda é um dos países que menos investe em
saúde. "Não podemos manter o Sistema Único de Saúde com a missão para a qual ele foi criado com
esse volume de recursos", disse Ana Maria Costa, presidente do Centro Brasileiro de Estudos de
Saúde.
No ano 2000, a Emenda Constitucional 29 definiu que os municípios investissem em saúde de,
no mínimo, 15% do que arrecadam, já os estados, 12%. O Governo Federal deve investir a mesma
quantia do ano anterior reajustado pela inflação.
Fonte: https://www.domboscoead.com.br/pos-graduacao/noticias/gestao-e-financiamento-sao-os-
principais-problemas-da-saude-publica-no-brasil/307

QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO SUS HOJE?


O SUS é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, são 190 milhões de brasileiros
potencialmente usuários e 150 milhões que dependem exclusivamente desse sistema. Apesar de inúmeras
conquistas e avanços desde a sua criação, a saúde pública no Brasil enfrenta diversos problemas. É

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comum pacientes esperarem horas para ser atendidos, hospitais sem leitos suficientes, estrutura
precária e grandes filas para consultas e tratamentos.
Muitos pesquisadores e especialistas na área têm se debruçado sobre o tema a fim de verificar
os principais gargalos do sistema e há certa unanimidade em relação a dois aspectos: o sistema é mau
gerenciado e o financiamento é insuficiente.
Gestão e financiamento
Não há como separar as dificuldades de gestão da saúde pública com o seu financiamento, pois em
grande medida, eles são causa e consequência. O SUS tem um caráter de descentralização, o que visa
dar mais autonomia aos entes federados. O grande problema é que descentralizou-se a gestão, porém os
recursos não foram descentralizados de maneira proporcional.
O que acontece na prática é: os estados e municípios possuem grandes responsabilidades em relação aos
atendimentos em seu território, porém não recebem recursos suficientes para isso.
Também é muito comum constatar incapacidade de municípios pequenos em estabelecer e gerenciar seus
sistemas de atendimento. Como o município é responsável pela atenção básica, que pode resolver cerca
de 85% dos problemas de saúde, as deficiências nesse nível podem comprometer em grande medida a
qualidade da saúde da população.
• Afinal, por que dizemos que o SUS é subfinanciado?
O SUS é subfinanciado pois não recebe recursos suficientes para atender toda a população da maneira
que propõe a Constituição. Dados de 2015 mostram que o Brasil gastava cerca de 3,1% do PIB em saúde
pública. São em média 525 dólares por habitante gastos anualmente no Brasil. Em outros países onde há
sistema de saúde pública como o Brasil, investe-se, em média, 3 mil dólares anuais.
• Ainda temos alguns agravantes…
Um dos principais agravantes é o envelhecimento da população brasileira. Uma pesquisa realizada pelo
IBGE mostrou que em 2016, 26 milhões de habitantes tinham mais de 60 anos. Como nessa faixa etária
os problemas de saúde se tornam mais recorrentes, isso representa um alto custo para a saúde
pública. Outro agravante é a PEC 241 aprovada em 2016 que limita os gastos públicos em saúde ao
valor do ano anterior, corrigido pela inflação.
• Considerando o subfinanciamento e a má gestão, quais seriam as soluções para melhorar o
SUS? Reunimos as opiniões de alguns especialistas.
Sérgio Piola, coordenador da área de Saúde do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) afirma
que não há solução se não houver mais recursos, pois inclusive para a melhoria da gestão, seriam
necessários investimentos. Segundo ele, também é preciso investir para que se resolvam as disparidades
regionais; a população que depende do SUS nas regiões Sul e Sudeste, recebem muito mais serviços que
os moradores do Norte e Nordeste.
Para Gonzalo Vecina, médico e superintendente do Hospital Sírio Libanês, o modelo do SUS é bom e não
precisa ser reformulado, é necessário melhorar a gestão administrativa, aumentando a produtividade
do sistema. Drauzio Varella destaca que há mudanças importantes a serem feitas em relação à concepção
do sistema. Segundo ele, a saúde está focada na doença, mas é preciso focar na prevenção, é preciso
agir antes. Uma medicina preventiva reduz as chances de doenças e por consequência, reduz os gastos
necessários com tratamento.

Fonte: http://www.politize.com.br/panorama-da-saude/
20. Doação de Sangue e Órgãos
Sangue:

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Conhecidos mundialmente pela simpatia com que tratam o visitante estrangeiro, os brasileiros
são menos solidários com seus semelhantes ─ pelo menos quando o assunto é doar sangue.
Dados da ONU apontam que o Brasil, apesar de coletar o maior volume em termos absolutos na
América Latina, doa proporcionalmente menos do que outros países da região, como Argentina, Uruguai
ou Cuba.
As estimativas, referentes ao período entre 2012 e 2013 e obtidas com exclusividade pela
reportagem da BBC Brasil, fazem parte de um estudo ainda não publicado pela OPAS (Organização Pan-
Americana de Saúde), braço da OMS (Organização Mundial de Saúde) nas Américas.
Quando se analisa a totalidade de doações no continente americano, o país também fica atrás de
Estados Unidos e Canadá.
Isso não significa, por outro lado, que o Brasil doe "pouco", mas sim que poderia "doar mais",
argumentam especialistas do setor da saúde à BBC Brasil.
"Não há notícia de que está faltando sangue ou de que cirurgias estão sendo suspensas por causa
disso", diz Dimas Tadeu Covas, diretor-presidente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto. "Mas sem
dúvida alguma as doações poderiam aumentar, especialmente em períodos do ano em que o ritmo delas se
reduz significativamente", acrescenta.
A meta agora, segundo o Ministério da Saúde, é ampliar o número de doações dos atuais 1,8% da
população para algo em torno de 2,2% a 2,3% nos próximos cinco anos.
Mas para alcançar tal objetivo será preciso enfrentar desafios que ainda atravancam o potencial
das doações. Confira quais são eles:

Quais os requisitos para doar sangue?

 Estar em boas condições de saúde e descanso;

 Ter entre 16 e 69 anos (menores, a partir dos 16 anos podem doar acompanhados de um dos pais
ou responsável legal; maiores de 65 anos só podem doar se já doaram antes dos 60 anos);

 Pesar no mínimo 50 kg;

 Estar alimentado (evite ingerir alimentos gordurosos);

 Apresentar documento oficial de identidade com foto;

 Não ter tido hepatite após os 10 anos de idade;

 Não estar utilizando medicamentos;

 Não estar resfriado ou com gripe;

 Não ter tido doença de Chagas, Sífilis, Malária ou ser soropositivo de AIDS;

 Não ter feito tatuagem ou colocado piercing nos últimos 12 meses;

 Não estar grávida ou amamentando.

1) Falta de conscientização

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Especialistas apontam a falta de conscientização da população como um dos principais limitadores
para o aumento da doação de sangue no Brasil.

Eles defendem que campanhas de incentivo à doação sejam feitas desde os primeiros anos de vida e
que o assunto seja discutido nas escolas para reverter o atual cenário.

"O Brasil não se prepara para captar o doador desde criança. Sem essa política, não construímos o
doador do futuro. É preciso formarmos doadores com responsabilidade social real", opina Yêda Maia de
Albuquerque, presidente do Hemope (Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco), o
principal do Nordeste brasileiro.

Yêda queixa-se da falta de doadores voluntários, ou seja, aqueles que doam frequentemente sem se
importar com quem vai receber o sangue.

"Tenho muita doação de reposição (pessoas que doam para parentes e familiares em caso de
urgência), o que não é ideal. Já o doador voluntário aumenta a qualidade do produto que a gente oferece,
pois conseguimos monitorá-lo", acrescenta.

Para Tadeu, da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, o entendimento de que a doação de sangue
seja um ato "social e contínuo" ainda não está totalmente presente na mentalidade do brasileiro.

"É preciso um esforço educacional em escolas e por meio de campanhas públicas para garantir que as
pessoas entendam a necessidade e se disponham a doar sangue regularmente".

Além disso, de acordo com os especialistas, muitas pessoas ainda buscam doar sangue com o intuito
de "obter vantagens".

"Tem gente que vem aqui com o simples objetivo de ganhar o dia de folga ─ previsto em lei. Ou
mesmo para fazer um exame laboratorial e confirmar se tem alguma doença, como o HIV (vírus que
transmite a Aids)", admite Joselito Brandão, diretor médico do Instituto HOC de Hemoterapia, ligado ao
Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

2) Estigma

Segundo Naura Faria, chefe de atendimento ao doador do HemoRio, hemocentro coordenador do


Estado do Rio de Janeiro, a doação de sangue no Brasil ainda é cercada de "mitos".

"Infelizmente, ainda existem alguns mitos em relação à doação de sangue. Há pessoas que acreditam
que se doarem uma vez, vão ter de doar sempre. Outras acham que doar sangue engorda. Existem ainda
aquelas que temem contrair alguma doença infecciosa durante a coleta", enumera.

"É preciso desfazer esses mitos e informar a população sobre os benefícios da doação", argumenta.

3) Herança cultural

Para Júnia Guimarães Mourão, presidente da Fundação Hemominas, hemocentro coordenador do


Estado de Minas Gerais, o volume de sangue doado está relacionado "à cultura dos países".

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"Diferentemente de países desenvolvidos, como o Japão ou os Estados Unidos, o Brasil não se
envolveu em grandes guerras ou passou por grandes catástrofes naturais, que, acredito, podem ter
criado em suas sociedades a compreensão da importância da doação de sangue.
O Brasil não se prepara para captar o doador desde bebê. Sem essa política, não construímos
o doador do futuroYêda Maia de Albuquerque, presidente do Hemope (Fundação de Hematologia e
Hemoterapia de Pernambuco)

Ainda sob o ponto de vista histórico, ela lembra que até a década de 80, o Brasil remunerava
doadores, prática que se tornou proibida pela Constituição de 1988, o que, em sua opinião, "levou a
sociedade a não se envolver com a necessidade de realizar doações para garantir o tratamento de quem
precisa"

"Nesses quase 30 anos, temos visto mudanças, mas ainda há muito que caminhar", diz.

4) Deficiência estrutural

Segundo especialistas, não basta apenas elevar o volume de doações, sem aumentar a "eficiência do
produto".

"Precisamos minimizar a possibilidade de um descarte eventual do sangue já que se trata de um


material difícil de ser acondicionado", explica Yêda Maia de Albuquerque, do Hemope.

Ela diz que muitos dos hospitais do Nordeste não tem as chamadas "agências transfusionais",
espécie de filial dos hemocentros dentro dos centros médicos. Cabe a elas gerenciar o estoque das
bolsas de sangue e fornecer assessoria técnica.

"Imagine que o paciente que deveria receber uma bolsa de sangue venha a falecer. Se não
soubermos disso, liberamos o material e ele será perdido. Por essa razão, quando não há essas agências,
que funcionam como uma comunicação entre o hemocentro e o hospital, não tenho o alcance dessas
condições", acrescenta.

É preciso um esforço educacional em escolas e por meio de campanhas públicas para garantir
que as pessoas entendam a necessidade e se disponham a doar sangue regularmenteDimas Tadeu
Covas, diretor-presidente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto

Para Tadeu, da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, o problema central está no


"financiamento".

"Os hemocentros trabalham numa lógica de financiamento que impede o oferecimento de serviços.
Não há recursos para investir em agências transfusionais na maioria dos hospitais. Enfrentamos desafios
não só na parte de capilarização quanto no controle de qualidade", afirma.

"Como resultado, a heterogeneidade do serviço é muito grande. Temos sangue produzido em


hemocentros que poderia ser tranquilamente usado nos Estados Unidos e na Europa; outro sem a mesma
qualidade do ponto de vista técnico. Tudo isso decorre não só das dimensões continentais do país, mas
também da insuficiência do financiamento", explica.

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Outra barreira, aponta Faria, do HemoRio, envolve a locomoção do doador até o centro de doação.

"Temos apenas duas unidades móveis, capazes de fazer a coleta junto a potenciais doadores",
lamenta.

5) Normas e proibições

As normas e proibições ─ muitas delas polêmicas ─ também são consideradas por muitos um entrave
ao aumento no número de doações no país.

Até bem pouco tempo, por exemplo, segundo contam os especialistas, menores de 18 e maiores de
65 anos eram proibidos de doar. Desde novembro de 2013, a faixa etária passou de 16 a 69 anos.

"É mais fácil colocar regras mais gerais para não cometer o equívoco de deixar a particularidade ser
avaliada caso a caso", explica Tadeu, da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, acrescentando que as
decisões são baseadas em "estudos epidemiológicos". "Sempre temos de trabalhar com o menor risco
possível".

"Mas as autoridades que deveriam estar fazendo revisões periódicas dessas orientações nem
sempre as fazem", argumenta.

"No caso do Brasil, as regras são similares às vigentes nos Estados Unidos e na Europa", lembra
Tadeu.

Uma dessas regras, por exemplo, impede pessoas que tenham permanecido mais de três meses, de
forma cumulativa, no Reino Unido ou na Irlanda, entre 1980 e 1996. O veto foi motivado pela Doença de
Creutzfeldt-Jakob, cuja variante ficou conhecida como "doença da vaca louca".

A proibição, no entanto, não vigora na Inglaterra e no País de Gales, segundo confirmou o NHS, o
SUS britânico, à reportagem da BBC Brasil.

Outro veto polêmico envolve homens que se relacionaram sexualmente com outros homens no
período de 12 meses anteriores à coleta. Para ativistas de direitos LGBT, a norma é "discriminatória".

"O que deveria ser levado em consideração é o comportamento de risco e não a identidade sexual.
Por que um gay que tenha um parceiro fixo não pode doar?", questiona Welton Trindade, ativista LGBT e
coordenador de mídia do grupo Estruturação, sediado em Brasília.

Na América Latina, México, Chile e Uruguai já permitem a doação de sangue por "homens que se
relacionaram com homens".
Outro lado

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil não doa "nem muito nem pouco, mas o suficiente".

"Não podemos colher mais do que a necessidade, senão desperdiçamos um bem tão precioso", afirma
à BBC Brasil João Paulo Baccara, coordenador da área de sangue e hemoderivados do Ministério da
Saúde.

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Baccara admite ser "crescente" a demanda por sangue "devido ao envelhecimento da população e ao
aumento da complexidade da medicina", mas diz que órgão vem atuando para elevar o número de doações.

"Não se trata de captar por captar, mas captar sangue de qualidade. Devemos trabalhar, sobretudo
a consciência das pessoas".

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150812_sangue_doacoes_brasil_lgb

21. O preconceito em Palta na Doação de Sangue (Polêmico? DEMAIS! Mas, vou colocar
uma reportagem aqui que fala sobre isso):

“Homossexuais têm restrições para doar sangue no Brasil, EUA e outros países”

No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado nesta terça-feira (14), a polêmica em torno da
doação por homossexuais volta à discussão no cenário mundial. Isso porque, após atentado à boate
gay em Orlando (EUA), no último domingo (12) – que culminou com 50 mortos e 53 feridos – muitos
homossexuais, dispostos a ajudar, se viram impedidos por infringir as regras norte-americanas.
Nos Estados Unidos, a legislação diz o mesmo que as normas do Brasil: “homens que tenham
mantido relações sexuais com outro homem no último ano não podem doar”. A determinação faz
com que, na prática, integrantes desse grupo sejam impedidos de fazer a doação.
Uma campanha lançada em abril deste ano pela agência de publicidade Africa, em parceria com a
ONG internacional All Out, quantificou em uma fila virtual o reflexo dessas regras. Contabilizando -
por meio de uma enquete online - homens homossexuais que gostariam de doar sangue e não podem,
a Wasted Blood tem uma lista de 215.301 doadores em uma fila de espera fictícia.
Segundo a campanha, os possíveis doadores têm, em sua maioria, entre 25 e 50 anos e poderiam
ajudar 863.604 pessoas com um estoque simbólico de 97.155 litros de sangue.
A regra de abstinência sexual de um ano para os homossexuais interessados em doar sangue é
nova em solo norte-americano. Ela vale desde 2015, quando o FDA (Agência Federal de Drogas e
Alimentos), órgão que equivale à Anvisa brasileira, derrubou a norma que bania homens gays de doar
sangue por toda a vida e publicou as novas determinações similares às brasileiras. Para os brasileiros,
por sua vez, a regra já vale desde 2004.
No Brasil, a restrição está expressa na portaria 158/2016, do Ministério da Saúde, e na Resolução
43/2014, da Anvisa, as quais incluem na lista de 12 meses sem poder doar tanto os “homens que
tiveram relações sexuais com outros homens”, como as “parceiras sexuais” desses.

As regras brasileiras são questionadas no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Partido Socialista
Brasileiro (PSB). Na última semana, o ministro do STF, Edson Fachin, abreviou a tramitação da ação
e decidiu que a questão será julgada diretamente no mérito, sem concessão de uma medida liminar.
No entanto, ainda não há data para julgamento do processo.
“Todo sangue recebido no país é testado para averiguar qualquer tipo de contaminação. Se existe
risco, ele existe para todas as amostras, a orientação sexual não deve ser parâmetro para isso”, avalia o
ativista LGBT e presidente fundador da ONG Grupo Dignidade, de Curitiba, Toni Reis .
Voltada ao tema, a campanha Igualdade na Veia, criada pelo Grupo Dignidade, já reúne mais de
19 mil assinaturas em petição online contra a regra vigente no Brasil. “Não é a orientação sexual que
deve eliminar um doador, mas sim o seu comportamento de risco, independentemente se falamos de
héteros ou homossexuais”, avalia Toni Reis.
A causa é apoiada pela Defensoria Pública da União (DPU). Em audiência pública sobre o tema,
em maio deste ano, o defensor público federal Erik Boson classificou as regras vigentes como
“discriminatórias” e apontou que a norma “ajuda a estigmatizar a população gay, atribuindo a esses o

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estigma de 'grupo de risco'”. “A previsão alimenta, reproduz e reforça a discriminação já existente na
sociedade”, acrescentou.
Recomendação mundial
As normas brasileiras se apoiam em diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). O
órgão, no entanto, destaca que a expressão “homens que fazem sexo com outros homens” descreve
“um fenômeno comportamental e social em vez de um grupo específico de pessoas”. “É importante
esclarecer que o critério de inaptidão temporária para doação de sangue para este grupo está
fundamentado em dados epidemiológicos presentes na literatura médica e científica nacional e
internacional, e não em orientação sexual”, destaca nota do Ministério da Saúde.
Segundo dados da pasta, no Brasil, 1,8% da população brasileira entre 16 e 69 anos doa sangue.
Para justificar a restrição aos homossexuais, o ministério explica que dados do Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais no ministério apontam que a epidemia de Aids está concentrada em
populações de maior vulnerabilidade, tais como “homens que fazem sexo com outros homens,
usuários de drogas e profissionais do sexo”.
O ministério destaca que essas populações apresentam maior prevalência de infecção por HIV
quando comparadas à população em geral. “Atualmente, cerca de 718 mil pessoas vivem com
HIV/Aids no Brasil, indicando uma taxa de prevalência de 0,4% na população em geral. Já nas
populações de maior vulnerabilidade, a taxa é de 10,5%”.
O presidente do Grupo Dignidade, Toni Reis, reconhece os números mas pondera que as
estatísticas “não mostram que todos os homossexuais têm Aids”. “Precisamos promover uma
discussão nacional, também queremos confiar no sangue que está nos bancos de todo o país, mas o
que não pode é que as coisas continuem como estão. Temos relatos de homossexuais que nunca
tiveram relações e mesmo assim foram impedidos de doar. A situação que existe hoje é de
discriminação”, avalia.
A OMS corrobora com as regras em vigor no Brasil e nos EUA. Segundo documento em que a
entidade trata de doadores de sangue, estudos internacionais apontam que “diminuir a restrição por
um período mínimo de 12 meses a homens que mantiveram relações sexuais com outros homens
poderia levar a um aumento de 60% no número de doadores com o vírus HIV”.
O dado levado em consideração é o de uma pesquisa realizada em 2003 no Reino Unido, que
também aponta que esse mesmo risco subiria 500% caso não houvesse qualquer restrição. Já
publicação da Organização Pan-Americana de Saúde, braço da OMS, deixa claro que “pessoas que se
engajam em comportamentos sexuais de risco devem ser recusadas como doadores por 12 meses após
a última ocorrência”.

No mundo

Segundo informações do Ministério da Saúde, na maior parte dos países da Europa, homens que
tiveram relações sexuais com outros homens são considerados "inaptos permanentes para doar
sangue".
No Canadá, o prazo considerado como chamada janela imunológica - período em que o vírus
pode ficar incubado no organismo - é de cinco anos. Além do Brasil e dos Estados Unidos, Austrália e
França consideram o intervalo de restrição para doações de 12 meses.
Já de acordo com informações da ONG Grupo Dignidade, “pelo menos outros 17 países não
fazem distinção ou não estabelecem critérios específicos de exclusão de gays e outros homens que
fazem sexo com homens como doadores de sangue”. Entre estes países estão Argentina, Chile,
Colômbia, México, Peru, Espanha, Itália, Portugal e Rússia.

Outros critérios

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O Ministério da Saúde lembra que a realização recente de cirurgias e exames invasivos, vacinação
recente, ingestão de determinados medicamentos, tatuagens nos últimos 12 meses, bem como
histórico recente de algumas infecções também podem tornar qualquer doador inapto por certo
tempo.
Entram na lista, ainda, práticas variadas que deixem o candidato vulnerável a adquirir
determinadas infecções, viagens a locais onde há alta incidência de doenças que tenham impacto
transfusional, sintomas físicos e a temperatura do candidato no momento da doação.
Por Noelle Oliveira Edição:Amanda Cieglinski Fonte:Portal EBC

Órgãos:

Brasil é referência, mas ainda há problemas

No primeiro trimestre de 2017 a fila de espera de doação de órgãos no Brasil era de 34.384
pessoas, entre rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas e córneas. O estado com maior fila de espera é
o de São Paulo, que totaliza 15.578 pessoas. O tempo de espera pelo transplante é de
aproximadamente de 3 anos. Os dados são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
(ABTO).
No Brasil, cerca de 90% dos transplantes feitos todos os anos são realizados pelo Sistema Único
de Saúde (SUS), mas há problemas afetam a agilidade e um crescimento no numero de doadores.
Alguns hospitais têm fragilidade nas aparelhagens e, muitas vezes, a família também não autoriza a
doação.
Ivonei Bittencourt é enfermeiro e trabalha há 10 anos como coordenador de equipe de doação de
órgãos. Bittencourt também foi o criador da página do facebook “Doação de Órgãos", pois acredita
que o principal motivo para as pessoas não doarem é a falta de informação. Para ele, muitos não
sabem da importância e benefício em doar órgãos, e outros não acreditam no processo de doação do
Brasil. Além disso, alguns fatores também colaboram para que a família se recuse a autorizar a doação,
como a religião, por exemplo.
Nesse sentido, especialistas apontam que é importante comunicar aos familiares o desejo de ser
doador de órgãos, pois segundo a legislação brasileira a doação só é feita com autorização dos
familiares mais próximos (pais, cônjuge, filhos). “Quando fica pronto o diagnóstico de morte
encefálica, o médico anuncia a morte do paciente e a equipe de doação de órgãos oferece à família a
oportunidade de doação. Como muitos não conhecem o desejo do falecido, concluem que ele era
contrário à doação por não verbalizar. Por isso, é fundamental deixar claro para a família seu desejo
em ser doador. Doação de órgãos é corrida contra o tempo e quanto mais cedo for concluído o
processo, melhor a qualidade do órgão e a sobrevida do transplantado", aponta o enfermeiro.
Como funciona a fila de espera?
A fila de espera é organizada por ordem cronológica, mas alguns casos dependem da gravidade da
doença. Segundo o Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes, menores de 18 anos
têm prioridade nos transplantes, por isso, crianças e adolescentes têm maior chance de receber um
órgão.
Além da doação feita pela morte cerebral, alguns órgãos podem ser doados em vida. Por lei,
parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores em vida. Não parentes, somente com
autorização judicial.
A médica gastroenterologista Daphne Benatti Morsoletto explica como funciona o processo: “Um
doador vivo pode doar um rim, parte do fígado e parte do pulmão. Um doador falecido pode salvar,
em média, oito vidas. Se for doador de tecido musculoesquelético (ossos e pele), aí pode beneficiar
mais de 100 pessoas.”

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No Paraná existe um grande número de hospitais que fazem a cirurgia de transplante de órgão,
como coração, rins e fígado. Por isso, é comum pessoas de outras regiões do país viajarem,
principalmente até a capital, para realizar o transplante.
Para incentivar as doações de órgãos e, principalmente, a conversa com os familiares sobre o
assunto, o Ministério da Saúde vem realizando campanhas em diversas mídias. A última campanha
contou com atletas de diferentes esportes que precisaram de um transplante.
Fonte: http://www.entreverbos.com.br/single-post/2017/11/20/Doa%C3%A7%C3%A3o-de-
%C3%B3rg%C3%A3os-Brasil-%C3%A9-refer%C3%AAncia-mas-ainda-h%C3%A1-problemas

22. A volta de Doenças Erradicadas

Dentre os avanços no serviço de saúde no Brasil está a vacinação. Estamos entre os países mais

avançados na área. Doenças como o sarampo, meningite, coqueluche, hepatite, entre outras, hoje,

estão controladas graças ao elevado índice de imunização. Enfermidades que, há poucas décadas,

registravam números de óbitos preocupantes, principalmente em crianças.

No último ano, vivemos a chegada da vacina da dengue pelas redes particulares, o que foi um

ganho enorme para o controle da doença. Além disso, o Brasil tem avançado na vacina brasileira, além

de estar investido em pesquisas para o desenvolvimento de outras vacinas, como contra o zika e a

chikungunya.

Entretanto, nos últimos anos, uma das doenças erradicadas no Brasil alertou as autoridades de
saúde. Trata-se do sarampo. Após o registrado 147 casos em quatro países das Américas, sendo 121
nos Estados Unidos, 21 no Brasil, quatro no Canadá e um no México, a Organização Mundial de
Saúde (OMS) e a Pan-Americana de Saúde (Opas) emitiram um alerta ao continente Americano
quanto ao risco de disseminação. Mas como uma doença controlada pode ganhar força novamente?
É o que vou tentar responder.
Em 2002, atingiu-se a impressionante meta de interromper a circulação do sarampo nas
Américas. No entanto, desde 2003, e mais drasticamente em 2013 e 2014, houve um absurdo
aumento do número de casos, não só nas regiões em desenvolvimento, como Brasil e México, mas
também nos Estados Unidos e Canadá, o que trouxe maior preocupação às organizações de saúde.
Entre 2003 e 2014 atingiu-se o número de 5.077 infectados. No Brasil, já são 971 casos em nove
estados: Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, São Paulo, Santa
Catarina e Roraima. O Canadá recentemente teve duas epidemias nas províncias de Ontário e
Quebéc. Os Estados Unidos vivem atualmente um surto epidêmico no estado da Califórnia, mas com
casos em outros 17 estados.
O sarampo é uma doença viral, de fácil disseminação, que possui altas taxas de mortalidade entre
crianças menores de cinco anos. Até o final dos anos 70, era uma das principais causas de óbito no
Brasil, dentre as doenças infectocontagiosas, sobretudo em menores de cinco anos, em decorrência de
complicações, especialmente a pneumonia. Na década de 80, houve um declínio gradativo no número
de óbitos. Essa redução foi atribuída ao aumento da cobertura vacinal e à melhoria da assistência
médica ofertada às crianças com complicações pós-sarampo. Em 1992, o Brasil adotou a meta de
eliminação do sarampo para o ano 2000, com a implantação do Plano Nacional de Eliminação do

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Sarampo, cujo marco inicial foi à realização da primeira campanha nacional de vacinação. Mas se a
doença estava controlada, onde retrocedemos?
Os movimentos anti-vacina tem sido apresentados como os principais responsáveis. Atualmente,
nos países que conseguem manter altos níveis de cobertura vacinal, a incidência do sarampo é
reduzida. No entanto, a autonomia adquirida pela população para a prática não científica da medicina,
baseada em fatos não comprovados, via redes sociais ou sites leigos, tem trazido prejuízos. Este
movimento de desconstrução progressiva da autoridade médica tem contribuindo bastante para os
extremos de negação das evidências científicas. Exemplo são os pais ideologicamente contra a
vacinação na Califórnia/EUA, que gerou número suficiente de pessoas desprotegidas contra o vírus do
sarampo, levando à epidemia.
Hoje, os médicos se tornaram quase dispensáveis. Claro que a autoridade absoluta do médico não
é saudável. Mas negá-la a ponto de colocar crianças em risco, como no caso dos movimentos anti-
vacinas não é o caminho. A sociedade precisa voltar ouvir os argumentos científicos da medicina
baseada em evidências para que não ocorra ressurgimento de outras doenças do passado.
A vacinação continua sendo a forma mais segura de prevenção contra as doenças
infectocontagiosas. Por isso fica o alerta: se informem antes de acreditar em boatos. As vacinas são
seguras, desenvolvidas com base em estudos científicos. Atualizem o cartão de vacinas. Não coloquem
a saúde em risco.
Fonte: https://www.dm.com.br/opiniao/2017/06/por-que-doencas-controladas-estao-ressurgindo-
no-seculo-21.html

23. Série: Sob Pressão

Sob Pressão é uma série brasileira, derivada de um filme, que mostra a realidade de alguns
médicos brasileiros que trabalham em hospital público.
Nela irá ser abordado inúmeros desafios que esses médicos irão passar para salvar seus pacientes.
Entretanto, não é só o hospital que será retratado, mas também a vida dos médicos e as suas
dificuldades pessoais para lidar com determinados assuntos.
Segue abaixo um link que fala sobre alguns assuntos polêmicos abordados nessa série:
https://www.huffpostbrasil.com/2017/07/11/como-a-serie-sob-pressao-vai-retratar-o-sistema-
publico-de-sau_a_23025701/

ROTEIRO
INTRODUÇÃO:
Falta de leitos. Estrutura física precária. Poucos recursos. A série brasileira “Sob Pressão”
retrata o dia a dia de médicos que trabalham contra as adversidades dos hospitais públicos para salvar
seus pacientes. A obra cinematográfica, apesar de ser uma ficção, não se afasta muito da realidade
vivida no país, tendo em vista um dos maiores problemas contemporâneos do Brasil: o sucateamento
da saúde pública. Diante disso, analisar as causas dessa mazela é fundamental para mitigá-la.

Problema 1 (Será discutido no 1º desenvolvimento): A falta de investimento, por parte do governo, na


saúde pública brasileira.

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Problema 2 (Será discutido no 2º desenvolvimento): Desconhecimento, por parte da população, dos
seus direitos de cobrar a funcionalidade desse sistema único de saúde.

Conclusão  Proposta de Intervenção:


Quem – quais agentes utilizar?
Governo e Mídia
O quê eles vão fazer?
Mídia: informar a população sobre seus direitos constitucionais.
Governo: aumentar o repasse de verbas para melhorar o SUS, além de fiscalizar os órgãos
responsáveis pela saúde.
Como – utilizando quais meios?
Mídia: por meio de campanhas publicitárias, por telejornais, por ficções engajadas, por programas
televisivos, como o Fantástico e o Profissão Repórter.
Para quê?
Para que a população saiba de todos os seus direitos garantidos pela Constituição, transformando-a,
assim, em um agente ativo na busca por melhorias do sistema (utilizando movimentos sociais e afins
para conseguir isso).
Além disso, fiscalizar e punir os infratores e desviadores de verbas da saúde inibe a reincidência do
crime e possibilita uma melhoria na administração pública na área da saúde.

Área Nerd
Muitas vezes nós pensamos que para ter interdisciplinaridade na redação do Enem é preciso
decorar trocentas citações ou mesmo saber de toda a história, filosofia e sociologia existente na face da
terra. Contudo, isso não é verdade, muito do que vou colocar aqui na “Área Nerd” você já conhece,
ela só vai te direcionar a como tirar da sua cabecinha todo o conhecimento que está aí dentro e colocar
na ponta do papel.
Algumas séries, filmes e afins, eu assisti e farei a minha própria análise sobre alguns temas
importantes que vi e que podem ser utilizados por nós. Outras são indicações bem famosas e que
colocarei resenhas de outras pessoas para explicarem o conteúdo delas.
Vamos nessa?
Só uma coisa muito importante: se você não assistiu algo que irei citar aqui, sinto lhe informar que vai
ter spoiler demais!!!
Mas é por uma boa causa!

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FILMES E SÉRIES

o ANNE WITH AN E
Se você ainda não assistiu essa série, recomendo fortemente que o faça, porque ela é o puro
amorzinho!!!
A história se passa em 1908 e é baseada no livro “Anne of Green Gables”. Nela você vai
encontrar a discussão de inúmeros temas que se passavam naquela época e que podemos ver até hoje
mundo afora, como: adoção, conceito de família, feminismo, racismo, homofobia, trabalho infantil,
bullying, dentre outros. Vamos levantar aqui alguns desses tópicos para que você veja como essa série
poderia ser abordada na sua redação:
A. Adoção e conceito de família.
A série retrata a adoção de Anne por um casal de irmãos. Contudo, no início, essa adoção era
mais um negócio do que realmente a vontade de ter um novo membro na família, já que o casal queria
um garoto para ajudar nas tarefas da fazenda em quem moram. Entretanto, acontece um engano e, em
vez de enviarem um menino, o orfanato manda a garota Anne Shirley para a família.
O interessante de abordar sobre conceito de família nesse caso é que Anne foi adotada por um
homem e uma mulher que são irmãos, que, por algum motivo (não fica exatamente claro nas
temporadas), não se casaram e envelheceram um cuidando do outro.
É possível ver que essa família é um tanto quanto diferente, tanto que a mulher mais velha,
Marilla, será alfinetada em alguns momentos da série, por sua vizinha, Rachel, pelo fato de nunca ter
se casado, contrariando o contexto social daquela época, no qual toda mulher deveria se casar e ter sua
própria família.
Ainda sobre o conceito de família, no início é possível perceber o enorme preconceito para com
Anne, que será destratada por todos da cidade e será chamada de “A órfã”. Um momento muito
marcante é quando Rachel a destrata e a chama de feia, magricela e diz que ela será uma grande dor
de cabeça para Marilla (sua mãe adotiva). Tal comportamento demonstra o quanto à sociedade era
preconceituosa para aceitar novos formatos de família.
(Parece que não mudou muita coisa hoje em dia, não é?)

B. Feminismo

É sutil, porém, é bem gostoso ver como as mulheres já começavam a questionar seu papel dentro
da sociedade.

“Por que ser apenas uma dona de casa?”

A própria Anne é uma afronta à sociedade dessa época, pois ela não se enquadra nos padrões
exigentes desse contexto.
Em alguns momentos da série é possível ver como o papel da mulher é questionado, como
quando a mãe de Diana, melhor amiga de Anne, obriga as filhas a deixarem de serem crianças antes
da hora, dizendo a elas que é necessário saber regras de etiqueta, porque toda dama deve se portar de
forma correta.

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Outro momento marcante dessa questão é quando uma menina da escola, com seus 15 anos, é
pedida em casamento pelo seu professor e, antes mesmo do casamento do casamento ele exige que a
moça largue seus estudos para que ela cuide apenas das tarefas destinadas a uma mulher casada. É
nítido o desgosto da mãe dessa moça no momento que se passa uma cena na qual ela fala que
esperava um futuro para filha diferente do seu, pois sonhava que a menina fosse para a universidade e,
ao casar, ela estava jogando esse sonho no lixo. (Para saber se ela casou ou não, tem que ver a série :D)
Mais momentos de feminismo são vistos: Anne se recusa a dar seu primeiro beijo só porque
estava sendo mandada por seus colegas, ela fala que fará isso apenas quando for de sua vontade.
Uma grande modelo para Anne passa a ser uma senhora, tia de Diana, que de início é julgada
como rabugenta, mas logo depois surge uma amizade entre a pequena ruivinha e a mulher mais velha.
A menina se encanta ao descobrir como a mulher é independente e dona de si e, ao decorrer da série,
percebemos o quão “fora dos padrões” essa mulher realmente era, haja vista que vivia com sua melhor
amiga, ou seja, de início nós desconfiamos que ela casou-se com outra mulher, mas não fica muito
claro, somente depois fica realmente visível que a melhor amiga dessa mulher era na verdade sua
alma gêmea.
Para terminar (a minha fala, porque realmente tem muitas coisas para serem ditas sobre essa
série), Anne encontra sua maior inspiração em sua nova professora. Viúva, professora, usando calças e
sem espartilhos apertando seu corpo Ao chegar à cidade, Miss Stacy causa um grande alvoroço por ser
completamente fora dos padrões femininos exigidos naquele tempo.
Julgada antecipadamente e preconceituosamente por todas as mulheres da cidade, até mesmo
aquelas que se diziam mais progressistas e sufragistas, Miss Stacy correrá grande perigo de perder seu
emprego por causa de seus ensinamentos diferenciados. Entretanto, os alunos dela trabalham
conjuntamente para reverter essa situação, assim como a própria professora e, ainda, Marilla, que,
surpreendentemente, apóia a permanência da moça no cargo de educar as crianças do local.

C. Preconceito
Racismo, homofobia, padrões estéticos também fazem parte da série.
Um dos personagens, Gilbert (que também é uma criança), depois que seu pai morre, viaja
mundo afora e conhece um amigo, que é negro, e chama-o para morar junto com ele, para que
construam um futuro promissor um com a ajuda do outro. Contudo, ao chegar à cidade, Sabastian
percebe que não há negros como ele ali, a não ser quando estão trabalhando. Além disso, ele sofre
inúmeros preconceitos por causa de sua cor, desde não conseguir comprar medicamentos até negarem
a entrada dele dentro de um trem junto com passageiros brancos. Um momento que fica nítido essa
discriminação é quando acontece uma briga entre Sebastian e outro personagem negro, o qual diz para
ele que os negros não convivem com os brancos e que Sebastian sonha demais em achar que pode
modificar isso.
Outro preconceito abordado é a questão da homossexualidade ao explorar o personagem Cole
sendo discriminado pelo seu próprio professor apenas por demonstrar sensibilidade e gostos
diferentes daqueles que “meninos deveriam gostar”. Constantemente humilhado pelo educador, Cole
não entende o motivo de o homem odiá-lo tanto. Até descobrir que seu professor também era
homossexual, mas se negava a aceitar e maltratava o menino por causa disso. O menino vive um
grande conflito interno, pois, assumir-se gay nesse cenário era até mesmo um crime. No entanto, sua
vida dará uma reviravolta quando conhecer a tia de Diana (aquela que foi casada com sua melhor
amiga) e finalmente consegue encontrar seu lugar com ela.
Por último, mas não menos importante, a série discute os padrões femininos que as mulheres
deveriam seguir naquela época e mostram como as mulheres eram discriminadas quando não seguiam
esses moldes Exemplo disso foi a própria Anne, constantemente hostilizada por ser ruiva e muito
magra. Além dela, Miss Stacy por não usar espartilhos, por não ter marido, por andar de calças e
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motocicleta, irá ser acusada de várias coisas que não são verdades. E, ainda, Marilla por não ser
casada, passará também por questionamentos dentro da série, dentre outros exemplos.
D. Bullying
Como podemos perceber nos tópicos anteriores, Anne sofreu muito bullying ao chegar à pacata
fazenda Green Gables, tanto de pessoas mais velhas, quanto das próprias crianças, como é visto em
algumas cenas nas quais alguns garotos tentam “colocar ela no lugar dela porque ela se acha esperta
demais!”.Entretanto, não foi apenas ao chegar à Green Gables que Anne sofreu bullying. Durante toda
sua vida no orfanato a ruivinha era maltratada pelas outras crianças que viviam com ela, situações que
deixaram marcas psicológicas na menina, como mostrado em vários momentos da série, nos quais ela
se perde em seus pensamentos relembrando situações assombrosass de sua vida.
Outra parte que chama bastante atenção em alguns episódios é o bullying praticado pelo próprio
professor para com seus alunos, nos fazendo questionar o papel desse formador em sala de aula.
E. Trabalho infantil
Nessa época era bastante comum o trabalho infantil e as crianças trabalhavam como adultos para
ajudarem em casa. O maior destaque para esse papel está no personagem Jerry, um pequeno francês
que trabalha na fazenda Green Gables. Além dele, antes de chegar à fazenda, Anne foi adotada por
diversas famílias que a fizeram de empregada da casa, sendo responsável por cuidar de tarefas
domésticas e de outras crianças e, ainda, sofrendo constantemente castigos físicos e psicológicos
quando não cumpria seu papel.
Outras crianças aparecem trabalhando na série, também, como o Gilbert e o Cole.
Como podemos perceber, essa série é riquíssima e pode ser abordada em vários temas diferentes,
como:

1. Conceito de família no século XXI:


2. A importância do empoderamento feminino na sociedade brasileira
3. Homofobia no século XXI
4. A persistência do Racismo na sociedade brasileira
5. A questão da adoção no Brasil do século XXI
Alguns desses temas já caíram no próprio Enem, mas outros podem aparecer similares a esses.
Mas, como abordar uma série na sua redação?
Algo muito legal de fazer é uma ANALOGIA, ou seja, fazer comparações entre a ficção e a vida
real, ou mesmo fazer uma comparação na história, ou seja, como você pode perceber, todos os temas
levantados pela série são muito atuais ainda hoje. Logo, você pode citar a série e depois trazê-la para o
nosso contexto:
Exemplo:
A série “Anne com E” retrata em sua história uma menina que sofre com os padrões limitantes
impostos às mulheres no final do século XIX. Sob essa lógica, apesar de ser uma ficção, a realidade
vivida pela protagonista ainda é vigente na contemporaneidade, haja vista as dificuldades enfrentadas
pelas mulheres ao tentarem conseguir na prática os direitos garantidos pela Constituição de 1988.
Diante desse contexto, é necessário analisar os principais entraves enfrentados pela população
feminina para mitigar os pré-julgamentos de gêneros.

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o MEU MALVADO FAVORITO
“Meu malvado favorito? Como assim você quer que eu coloque Meu Malvado Favorito na
Redação? O que pode ter demais nesse filme que eu possa citá-lo no meu texto”?
Sim, dá para citar animações no seu texto, porque lá no fundo, apesar de esses desenhos serem
destinados ao público infantil, eles possuem muitas críticas e reflexões por trás do humor e esse filme
não é diferente, vamos analisar:
Gru tinha tudo para ser mais um vilão odiado dos desenhos animados, mas, surpreendentemente,
para conseguir ter sucesso nos seus planos maldosos, ele acaba adotando três meninas, que são irmãs.
Nesse contexto, o que ninguém contava era com o fato de que ele fosse se apegar às garotas e se tornar
um excelente pai para elas, deixando até mesmo a vilania de lado por causa das crianças.
Olhando em um primeiro contexto, o que teria demais nessa história, não é mesmo?
Entretanto, Analisando mais atentamente, é possível fazer um paralelo entre a história de ficção e a
realidade ao abordarmos a modificação do conceito de família nos últimos tempos.
Gru é um homem solteiro que, sozinho, adota três meninas e passa a criá-las como se fossem
suas filhas. Em qual momento da história da sociedade isso seria possível de acontecer sem ser mal
visto?
Vamos combinar que ainda hoje é questionável, por algumas pessoas, a educação dada por pais
solteiros aos seus filhos. Dentro desse contexto, o modelo patriarcal de família é colocado em
discussão: será que ele é o único correto ou existem outros modelos tão bons quanto esse que podem
ser postos em prática?
Não falaremos da questão religiosa que envolve essa temática, até porque, aqui nesse espaço estão
sendo colocados exemplos que você pode utilizar para contestar a existência de um único modelo
vigente, sem, contudo, desrespeitar as crenças que você ou outras pessoas possuem.
Tendo em vista isso, o filme pode ser abordado em temas como:
1. O conceito de Família no século XXI:
Exemplo:
Na animação “Meu malvado Favorito”, o personagem Gru, um homem solteiro, adota três
meninas e as cria sozinho. É importante destacar que, apesar de tratar-se de uma ficção, o modelo
familiar do desenho não se afasta da atual conjuntura vista na sociedade. Dentro desse contexto, o
modelo caracterizado como monoparental, formado por um dos pais e seus descendentes, cresce,
sobretudo, com mulheres como chefes de suas famílias, como pode ser constatado no senso brasileiro
de 2010, realizado pelo IBGE. Tal realidade demonstra a mudança histórico-cultural sofrida pelo
conceito de família, antes vista apenas dentro do modelo patriarcalista como possível.

o ATLANTA
Essa é uma série que nunca vi, mas o tanto que já ouvi sobre ela e sobre o criador dela, Donald
Glover, me fez colocá-la aqui no catálogo de indicações, porque o cara é, UAU, muito inteligente,
altamente genial. A temática principal do autor da série vai ser sobre RACISMO, mas abordado de
maneira leve, irônico e bem satírico.

Instagram: @vempramimedicina
Earn (Donald Glover) é um jovem que abandonou Princeton (sem dar muitas explicações) e
agora está entre a busca pelo sonho de fazer algo importante com sua vida e a necessidade de se
manter e criar uma filha que teve com a ex-namorada Vanessa (Zazie Beetz), que por igual quer
crescer na vida mas encontra muitos obstáculos. Zazie tem uma belíssima interpretação, e vai
ganhando destaque ao longo dos episódios, sendo um ótimo referencial de mulher jovem, pobre e
negra, mas cheia de determinação e dúvidas.
Uma das melhores coisas na série é mostrar a complexidade da comunidade negra, que no geral
possui papéis estereotipados.
Essa ideia que o cidadão branco comum americano tem sobre os negros é satirizada no programa,
como no 9º episódio “Juneteenth”, onde o anfitrião da festa, um homem branco de meia idade, quer
ditar o que é ou não cultura negra, e que todos os negros deveriam “voltar a sua terra natal para
conhecer suas raízes”. É algo comum na cultura ocidental e principalmente norte-americana achar que
os negros ainda são africanos e possuem alguma conexão com a África. Se quiserem ir, ótimo, mas a
terra natal deles é onde nasceram e não de onde vieram seus ancestrais. Nesse mesmo episódio, o
anfitrião tem o álbum “Awaken, my love!”, do pseudônimo de Donald Glover, bem posicionado em
sua prateleira. “Atlanta” é cheia de referências.
O humor da série vem justamente dessas cenas comuns em uma sociedade historicamente racista,
e apenas quem tiver muita empatia não sendo negro é que considerará “Atlanta” um humor. Para os
que olham de passagem e que não possuem um senso crítico, talvez o programa seja na realidade um
drama. É uma mistura dos dois, é certo, mas diferentes olhares perceberão em “Atlanta” tendências de
determinado gênero.
Comédia e assuntos importantes se misturam, e constroem uma narrativa nova, se passando
justamente em uma cidade que pertence a um dos últimos estados a abolir a escravidão, a Géorgia – o
tom opressor do sul está presente o tempo todo. Os problemas dentro da própria comunidade são
discutidos ao longo dos 10 episódios, como a violência e o alto índice de assassinatos de homens
negros por outros homens negros, algo pouco falado em tempos de #BlackLivesMatter e violência
policial, mas uma constante na vida em periferias.
Fonte: https://www.portalitpop.com/2017/11/atlanta-e-um-retrato-real-da-juventude.html
Essa série pode ser abordada em temas como:
1. Caminhos para combater o racismo (preconceitos) na sociedade brasileira.

o Insatiable
Essa é uma das mais novas séries daquela rede de catálogos que possuem vários filmes e séries
(não, não vou falar o nome dela, porque não estou sendo patrocinada, mas você sabe de quem estou
falando,obrigada, de nada!), enfim.
Essa nova ficção nem tinha estreado e já estava causando polêmica.
“Por quê?”
Digamos que a série deu a entender que viria com uma proposta de abordar um velho clichê “a
garota gorda que emagrece e vira a popular da escola” e todos ficam felizes para sempre. A crítica em
cima disso foi que a grande empresa vermelha traria uma temática preconceituosa e gordofóbica que
só serviria para corroborar um problema existente na nossa sociedade.

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Contudo, depois de lançada e assistida (sim, maratonei a série, porque eu precisava formar minha
opinião sobre ela – vamos fingir que acreditamos nisso :D) podemos perceber que a série aborda tanto
assunto que acaba deixando a gente um pouco perdido para acompanhar. Mas, como a nossa intenção
aqui é falar sobre o que podemos utilizar na nossa redação, deixarei alguns temas que foram citados
nessa ficção:
Gordofobia; Pedofilia; Alcoolismo; Abuso sexual, LGBT, Padrões de beleza excludentes;
consumo de drogas; Família desestruturada; Transtornos alimentares.
Vou deixar um link do canal Alexandrimos que fez uma crítica maravilhosa sobre a série e todos
os temas que perpassam por ela:
https://www.youtube.com/watch?v=Cl-utTV9JnQ
Essa série pode ser abordada em temas como:
1. Culto a padronização corporal
2. Obesidade e Gordofobia
3. Assédio Sexual
4. LGBIfobia
Foram os principais temas que consegui associar a essa ficção.

o Eu não sou um homem fácil


Esse filme é completamente surpreendente! Se você ainda não o viu, corra para assistir antes que
eu te dê um baita spoiler, porque já deu para perceber que estou trabalhada nos spoilers por aqui e
não pretendo parar 
O site NerdPoltrona fez uma análise incrível desse filme, irei colocar alguns trechos aqui:

O Filme
Damien é o típico estereótipo de um homem machista. Além de ser um conquistador, trata
mulheres como objetos e pensa existir exclusividades de gênero, como roupas e tipos de bebida.
Conforme caminhava pelas ruas, a vida resolve lhe dar uma lição e recorre a uma maneira nada gentil
de fazer isso. Damien bate a cabeça em um poste, literalmente, e acorda em um mundo invertido (não
o de Stranger Things). Nele, homens e mulheres têm seus papéis trocados em todos os sentidos. A
vida do protagonista não mudou, visto que ele ainda tem seus amigos e seu emprego de antes.
Entretanto, todos estão adaptados ao mundo novo. Enquanto seu melhor amigo se tornou dono de
casa, sua chefe passou a usar terno para trabalhar. O corpo masculino passou a ser tratado de maneira
exageradamente sexual, bem como o corpo feminino passou a ser coberto por calças.
De maneira cômica e irônica, mulheres passaram a classificar os homens como sexo frágil.
Depilação se tornou algo destinado (e quase obrigatório) ao gênero masculino. O romantismo se
tornou raro entre as garotas, que apresentam a fama de serem infiéis. Os cargos de importância e
liderança são todos ocupados por mulheres, que correm pelas ruas sem camisa e sem a preocupação
de serem assediadas. Além disso, para desespero de Damien, a moça por quem ele tinha se
interessado antes da mudança, se transformou em uma versão feminina dele mesmo. Alexandra
objetifica os homens, tratando-os como meros pedaços de carne para seu bel-prazer. Ele passa, então,

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a sentir a consequência de seus atos na pele. E o longa desenvolve isso da melhor e mais divertida
maneira possível.

Eu Não Sou Um Homem Fácil?


O objetivo principal do longa é mostrar que não é fácil viver na sociedade em que vivemos. Uma
vez que você tenha nascido como membro do gênero feminino, tais dificuldades se multiplicam.
Quando Damien perde “os privilégios” de ter nascido homem, ele passa a entender como é ruim viver
no lado “desprivilegiado”. Suas roupas confortáveis e largas passaram a ser substituídas por peças
curtas e extremamente apertadas. Sua chefe exibe absorventes internos em cima da mesa, sem a
menor preocupação de mencionar o assunto “menstruação”. Ela por sua vez, oferece uma
oportunidade de trabalho para Damien em troca de favores sexuais. Chocante não?
No momento em que mulheres começam a olhar para suas pernas e sua bunda, Damien acha
graça. Não demora, porém, para ele não aguentar mais viver no “mundo feminino”. Eu Não Sou Um
Homem Fácilexagera – ou não – nos estereótipos para construir sua trama. As personagens femininas
arrotam, não se preocupam com a aparência, só bebem cerveja, gostam de futebol e são experts em
trair seus parceiros. Mesmo que nem todos os homens sejam assim na “realidade”, sabemos que o
objetivo principal do longa é criticar a sociedade patriarcal em que vivemos.
Para fechar com chave ouro, temos também os gays do mundo invertido. No novo cotidiano de
Damien, os homossexuais são pessoas que se vestem da forma que a “normalidade” do protagonista
exige. Mulheres de vestido e homens de blazer se escondem em festas exclusivas e reservadas aos
olhos do público. Apesar das diferenças, algo permanece: independente do mundo, a sociedade irá
marginalizar o diferente.

O Que Achamos?
Apesar de todas as risadas que damos ao longo do filme, Eu Não Sou Um Homem Fácil não
deve ser classificado apenas como uma “comédia romântica invertida”. A diretora e roteirista Eleonore
Pourriat optou por uma forma divertida e sútil de criticar o machismo intrínseco na sociedade. E em
tempos de grandes denúncias de assédio em Hollywood, o filme não poderia ter vindo em melhor
hora. Ao final da trama, o público tem a certeza de que uma sociedade matriarcal é tão ruim quanto a
patriarcal, tendo apenas os papéis invertidos. Para conseguir o efeito desejado, o roteiro apela para os
clichês tradicionais do gênero. A protagonista cafajeste muda de opinião ao conhecer o homem da sua
vida e vice-versa.
Algumas cenas ganham destaque em meio as outras. O momento de dar à luz, por exemplo, é
bizarro. Embora a responsabilidade de gerar um filho ainda caiba a elas, são eles que se preocupam
com as frivolidades. Um outro exemplo acontece na cena em que Damien é assediado física e
verbalmente em um bar. Em nosso mundo, basta assistir a poucos minutos de um telejornal para
observarmos casos piores com mulheres em todo o mundo. Por que o contrário é chocante? Talvez
porque não estejamos acostumados a igualdade entre os gêneros, nem mesmo as mulheres. E é por
isso que Eu Não Sou Um Homem Fácil se tornou extremamente necessário. O filme é sem dúvidas,
mais um acerto da Netflix. Só nos resta esperar que seja aceito pelo lado masculino do público.
Fonte: https://poltronanerd.com.br/filmes/critica-eu-nao-sou-um-homem-facil-um-filme-que-
precisa-ser-visto-69354
Depois dessa análise, em qual tema podemos utilizar esse filme?
1. Caminhos para combater a cultura do assédio no Brasil
2. Diversidade de Gênero em questão no Brasil

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3. A cultura do estupro
Esses foram os principais temas que consegui associar essa ficção.
Exemplo:
No filme “Eu não sou um homem fácil”, o protagonista representa uma sociedade fundamentada
no machismo ao subjugar a figura feminina em diversos ambientes. Dentro desse contexto, apesar de
ser uma ficção, o longa retrata a persistência de um preconceito de gênero que cerca a realidade
mundial na contemporaneidade. Sob esse aspecto, um dos maiores problemas enfrentados pela
população feminina é o assédio sexual. Diante disso, é fundamental analisar o atual panorama para
encontrar as causas da permanência de tal impertinência.

o Explicando
É uma série da Netflix, estilo documentário, que explica alguns conceitos um pouco complexos
da atualidade (alguns são complexos, outros nem tanto, outros são tabus).
Aqui não farei spoiler, é mais um indicação de uma série que pode contribuir para você conseguir
ter bastante repertório sobre diversos temas.

o Orange is the new Black


Essa série trabalha diversos conceitos, é muito interessante também.
 Sistema Prisional:
A série se passa em uma prisão feminina dos EUA e vai apresentar várias temáticas polêmicas,
como a violência dentro dos presídios, o abuso de poder da polícia, o assédio sexual às mulheres, o
tráfico dentro dos presídios, a qualidade de vida das prisioneiras, racismo, homossexualidade
feminina, emponderamento das mulheres, machismo, dentre outros.
Análise do site Universia Brasil:
 Racismo

O racismo, infelizmente, ainda existe e está enraizado em muitas pessoas. Um algoritmo que
analisou as redes sociais dos brasileiros, em 2016, identificou 393.284 mil menções negativas sobre
temas sensíveis – 84% delas expunham preconceito e discriminação racial. Isso não acontece só na
internet. Um negro ganha 56% do rendimento médio de um branco. Apenas 0,4% dos cargos
executivos no Brasil são ocupados por mulheres negras. Somente 12,8% dos jovens negros de 18 a 24
anos estão cursando o ensino superior. Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são
negras.
Sim, os dados são realmente impactantes e foram colocados aqui para nos fazer pensar. Assim
como nos sentimos quando a série aborda, em seu enredo, os impactos negativos do preconceito e da
segregação racial. É de extrema importância que uma trama que possui milhares de
espectadores coloque esses questionamentos em pauta e nos faça refletir a respeito de como a
sociedade precisa evoluir – e muito – nessa questão.

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 Visibilidade LBGT

Orange is the New Black tem um papel importante na conscientização da sociedade acerca
da necessidade de combater o preconceito com a comunidade LGBT(Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis, Transexuais e Transgêneros).
A homofobia e a transfobia impedem, infelizmente, que muitas pessoas exerçam seus direitos de
cidadania e vivam com mais liberdade e em segurança: no Brasil, mais de 300 pessoas são assassinadas
por ano vítimas de crimes homofóbicos.
Mas a série não teve medo de botar o assunto em pauta. Explora, constantemente, os
relacionamentos homoafetivos entre as detentas e aborda, por meio da personagem Sophia
Burset (interpretada pela atriz trans Laverne Cox), o drama de ser uma mulher transexual dentro – e
fora – de uma prisão. Larvene, inclusive, é a primeira protagonista trans de uma série de TV nos
Estados Unidos e também a primeira indicada ao Emmy.

 Machismo

Alguns personagens e diálogos durante a série representam como o machismo está presente em
nosso dia a dia. Abandono de paternidade, relacionamento abusivo do homem para com a mulher,
cultura da violência e do estupro e culpabilização da vítima são alguns dos temas que Orange is the
New Black não hesitou abordar na trama.
Ao menos uma vez por episódio, algum diálogo entre as personagens critica o machismo, a
misoginia e a sociedade patriarcal em que ainda vivemos. Exagero? Não! No Brasil, um em cada três
brasileiros culpam a mulher em caso de estupro e 85% das mulheres brasileiras afirmam ter medo de
serem vítimas de violência sexual.
Machismo mata. Machuca. E as pessoas precisam ser cada vez mais conscientizadas a respeito dos
seus danos na vida de uma mulher.

 Empoderamento Feminino
A série é escrita e protagonizada por mulheres. Aborda, de forma direta e explicativa, suas lutas
diárias e os preconceitos que enfrentam diariamentepelo simples fato de ser mulher. Também explora
e destaca a desconstrução de estereótipos, a independência feminina, a mulher como líder e a
importância da sororidade na sociedade (união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e
companheirismo).

 Mais um tema que eu gostaria de abordar nessa questão do empoderamento é a temática do


Aborto trabalhada em um episódio da série. É um tema muito sensível, mas que a série nos põe para
refletir diante do seguinte diálogo:

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Big Boo: Já leu o livro "Freakonomics"?
Pennsatucky: Não. É sobre mulheres barbadas e anões?
Big Boo: Quase. É sobre teoria econômica. Causa e efeito.
Pennsatucky: Parece chato.
Big Boo: Na verdade, é uma boa leitura. Tem um capítulo chamado "Aonde foram parar os
criminosos". Na década de 1990, o crime caiu dramaticamente e o livro atribui isso à aprovação
do aborto.
Pennsatucky: A escuridão de 1973.
Big Boo: É bem ao contrário, na verdade. Os abortos ocorridos após a legalização eram crianças
indesejadas. Crianças que, se suas mães fossem forçadas a ter, terminariam pobres,
negligenciadas e maltratadas, os três ingredientes mais importantes ao se produzir um
criminoso. Só que eles não nasceram. Então, 20 anos depois, quando estariam no auge do
crime, eles não existiam. E a taxa de crime caiu drasticamente.
Pennsatucky: O que você quer dizer?
Big Boo: Quero dizer que você era uma 'bostinha' entupida de metanfetamina, e se seus filhos
tivessem nascidos, também seriam 'bostinhas' entupidas de metanfetamina. Ao interromper estas
gestações, você poupou a sociedade do flagelo de sua prole.
Pennsatucky: Nunca havia pensado desta forma.
Big Boo: Talvez você deva. Talvez você deva parar de punir a si mesma.

Na cena acima, Tiffany 'Pennsatucky' Doggett (Taryn Manning), afastada da festa, criou um 'mini'
cemitério com palitinhos de sorvete, simbolizando os cinco abortos que fez ao longo da vida. É
quando Boo se aproxima para consolá-la.
Por meio da lógica do livro Freakonomics, de Steven D. Levitt de Stephen J. Dubner, Boo
explica e retoma um dos principais assuntos do livro, em que os autores mostram como a
descriminalização do aborto pode diminuir drasticamente a taxa de criminalidade nos Estados Unidos
-- e talvez, no mundo.
Após a conversa, Tucky -- que ironicamente é a personagem mais religiosa e reacionária da série -
- fica aliviada e confortada com o discurso de Boo. Por isso, talvez esta tenha sido o melhor diálogo da
série até agora -- sem menosprezar nenhum dos outros momentos emblemáticos, claro.
Esta talvez seja a temporada em que Tucky está mais próxima da realidade em vários aspectos -- e
distante do fanatismo religioso de sempre. O que se viu ao final da cena, foi uma mulher religiosa
disposta a entender questões que vão muito além do que a discussão sobre acreditar ou não em Deus
ou no que uma religião impõe.

Fonte: https://www.huffpostbrasil.com/2015/06/15/esta-cena-de-orange-is-the-new-black-explica-a-
importancia-de_a_21682839/
É uma visão que pode ser abordada nessa temática sobre legalização ou descriminalização do
aborto.
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o Black Mirror
Vou confessar uma coisa aqui, não tive estrutura psicológica para assistir a todos os episódios
dessa série, porque eles mexem com a sua mente de uma forma que te assusta, basicamente porque
tudo o que acontece nos episódios não são tão impossíveis de acontecer na vida real, apesar de serem
surreais.
Deixarei aqui alguns episódios que podem nos ajudar na hora da redação:

1. Manda quem pode

As pessoas estão cada vez mais paranóicas na Era da Informação e com bom motivo. Muitas de
nossas vidas estão na "nuvem" e há criminosos com habilidades técnicas e conhecimento para nos
manipular com essas informações. Nós não somos pessoas perfeitas e há momentos de nossas vidas das
quais nos envergonhamos. Este episódio leva essa noção ao extremo com Kenny, e é por isso que a
segurança cibernética acaba se tornando tão importante.

2. Urso Branco

Como retratado no episódio, estamos familiarizados em ver pessoas gravando coisas terríveis ao
invés de tentar ajudar. O efeito de espectador é um fenômeno que aparentemente sempre existiu, mas
foi piorando com a tecnologia. E há muitos exemplos disso acontecendo hoje em dia que parece não haver
muita esperança de mudar.

3. 15 milhões de mérito

Já pensou em viver numa sociedade onde shows de televisão e sua publicidade imperam, manipulando
as pessoas da forma que bem entender? No final do episódio, vemos Bing em sua audiência no show de
talentos, colocando pra fora toda sua raiva pelo mundo escravo à sua volta. Mas essa não é apenas a sua
raiva, seria a nossa também, já que vivemos num mundo parecido.

4. Arkangel

Na cena final, sabemos que, apesar de tudo, Marie só quis proteger sua filha como qualquer mãe
faria. Mas ao mesmo tempo, podemos simpatizar com a raiva de Sara. Sua mãe acabou indo longe demais
e invadiu a sua privacidade em quase todos os sentidos. E isso é um aviso de como a tecnologia pode levar
um relacionamento saudável a ruínas se não tivermos cuidado.

5. Natal Branco

No episódio, a esposa de Matt, ao descobrir o que ele tem feito, acaba o bloqueando de sua vida
através do Z-Eye, se tornando um borrão de pixels, que não pode ser visto ou ouvido. Apesar de parecer
surreal, nós já vivemos essa realidade nas redes sociais, onde bloquear alguém vem se tornando algo cada
vez mais comum.

6. Volto Já

O episódio gira em torno de Martha, que através de um chatbot com uma Inteligência Artificial,
consegue conversar com seu falecido namorado, afim de superar a dor de sua perda. Podemos entender o
quão tentador seria usar essa tecnologia para que possamos sentir a presença de um ente querido mais
uma vez, mesmo que talvez discordamos dessa idéia.

7. Queda Livre

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Assim como Lacie fez ao tirar a foto de seu ursinho para impressionar um amigo no episódio. Nós
também fazemos coisas para chamar a atenção de alguém, em uma tentativa de parecer diferente ou
mais felizes do que realmente somos, manipulamos coisas, para simplificar momentos inesquecíveis, mas
que acabam não tendo a verdadeira emoção por trás deles.

8. Toda a sua História

Liam podia até estar certo em suas suspeitas de traição de sua esposa no final do episódio, mas
ainda podemos ver quão destrutivo foi sua obsessão na luta para descobrir a verdade, como se realmente
o levasse à autodestruição. E nesse caso, a tecnologia só vem a atrapalhar ao invés de ajudar.

9. O hino nacional

Este episódio é infame por seu final chocante no qual o primeiro ministro britânico para salvar a
princesa de um sequestrador é obrigado a fazer atos obscenos com um porco numa transmissão ao vivo.
Mas o enredo em si, fala sobre o perigo da influência das redes sociais na vida das pessoas. E isso não é
muito diferente das circunstâncias que vivemos hoje.

Fonte: https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/126114-9-episodios-black-mirror-pensar-nossa-
realidade.htm
Prova disso foi o jogo Baleia Azul, responsável pela morte de inúmeras crianças e adolescentes,
que veio a tona em 2017.
Outro link que analisa alguns temas levantados pelo Black Mirror:
https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/01/10-previsoes-de-black-mirror-que-
podem-se-tornar-realidade-ou-ja-sao.html
Temas que podemos abordar:
1. Caminhos para combater o crime de pedofilia na internet
2. Internet segura, é possível?
3. Riscos de compartilhar mentiras e boatos na rede
4. Sociedade de aparências
5. Relacionamento abusivo
Dentre outros, existe um mundo de possibilidades para essa série, porque cada capítulo aborda
um assunto. Mas, algo em comum entre ele é que sempre tem algo relacionado à tecnologia.

o Tal mãe, Tal filha (GILMORE GIRLS)


É uma série bem antiga que retrata a realidade de uma menina que engravidou aos 16 anos e teve
sua filha sem ser casada. Dentro de uma pacata cidade, Lorelai e Rory passarão por inúmeras
situações que demonstram o preconceito contra a gravidez na adolescência e contra a mãe solteira.
Lorelai Gilmore fez algumas escolhas erradas em sua vida, mas tem feito o melhor que pode para
educar a sua filha Rory e colocá-la na faculdade. Lorelai teve Rory com apenas dezesseis anos e isto
causou muita fricção com seus conservadores pais, Richard e Emily Gilmore. Esta família de classe alta
decidiu que Lorelai teria de se casar com o pai de Rory e, devido a imensas discussões, Lorelai decide
fugir de casa, emancipar-se e criar Rory sozinha. Encontra refúgio na pequena cidade de Stars Hollow,

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onde o povoado é tudo menos usual. A pequena cidade, que parece ter saído de um livro de contos
infantis, é um local agradável para se viver.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gilmore_Girls
Essa série pode ser citada em:

1. Conceito de Família no século XXI


2. Emancipação e empoderamento feminino

o Extraordinário
Extraordinário é um filme extraordinário (perdão pelo trocadilho). É uma cinematografia doce e
que vai te tocar do início ao fim com a história do pequeno Auggie Pullman e de sua família.
Auggie tem uma doença genética raríssima e isso faz com que ele tenha uma aparência fora dos
padrões considerados belos pela sociedade. Educado pela mãe até certa idade, o menino usa um
capacete de astronauta para esconder seu rosto das outras pessoas. O mais interessante de observar é
que enquanto ele usa um capacete gigante de astronauta na rua ninguém o olha. Contudo, no
momento que ele tira o capacete vira o centro das atenções.
A trama começa quando a mãe do menino decide que está na hora de ele frequentar uma escola
de verdade e, a partir daí, Auggie será alvo de outras crianças que passarão a cometer bullying contra
ele, chegando ao ponto de dizer que se tivessem nascido como ele se matariam (muito forte).
No decorrer do filme percebemos quanto a família influencia na formação do caráter da criança
e a importância da escola em combater o bullying.
É o filme mais amorzinho da vida e indico muito que você o assista. Conselho: pegue um lenço
para te acompanhar!
Temas que podemos abordar:
1. Bullying
2. O papel da família na formação dos indivíduos
3. O papel da escola na desconstrução de preconceitos

o 3%

É uma série brasileira que faz uma crítica social bem legal: para você conseguir ir para um lugar
melhor, “subir” na vida, é preciso que você passe por um processo seletivo antes e se você não passar,
você está fadado a ter uma vida marginalizado, sem direitos sociais e completamente injustiçado.
Em uma mistura de "Jogos Vorazes" e "Black Mirror", a narrativa se desenrola em um futuro
distópico, onde a cisão da sociedade em classes é bastante clara: o Lado de Cá e o Lado de Lá. O
Lado de Lá é o Maralto, uma ilha de abundância e progresso, onde não existe dinheiro ou
criminalidade. O Lado de Cá, no continente, é devastado pela miséria. A única maneira de ir para o
Maralto é passando pelo Processo.
Todo jovem de 20 anos pode se inscrever para participar no Processo, mas apenas 3% dos
inscritos passam. Os candidatos passam por uma série de provas, físicas e psicológicas, das quais nem

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sempre saem com vida. Sob um discurso meritocrático, alimenta-se nesta sociedade uma intensa fé no
Processo. Mas nem todos compram essa ideia.
A Causa é um grupo revolucionário que vê no Processo um sistema injusto e busca destruir a
divisão social entre Lado de Lá e Lado de Cá, lutando pela igualdade entre as classes. A facção é
brutalmente reprimida pelo Maralto e este conflito é pano de fundo para 3%.
Fonte: Gente - iG @ https://gente.ig.com.br/2016-12-02/critica-serie-3.html
Temas que podemos abordar:
1. Desigualdade Social
2. O mito da Meritocracia
3. Inclusão social de pessoas com limitações físicas

o Cara gente Branca


Depois de várias produções denunciando o racismo de formas subliminares, a Netflix resolveu
comprar de vez essa luta e lançou Dear White People, série onde o antagonista principal não é um
vilão com superpoderes ou um político higienista, mas uma estrutura social invisível e ao mesmo
tempo absurdamente sólida. O serviço de streaming já faz sua parte na representação étnica e na
discussão com sensatez de problemáticas raciais com programas como The Get Down, Luke
Cage e Chewing Gum, mas Dear White People finalmente levou para a televisão uma aula didática
sobre como, onde, como e o que é preconceito racial.
A série é uma adaptação do filme Cara Gente Branca, premiado em 2014 no Festival de
Sundance, e gira em torno de um grupo de alunos negros que se sentem frequentemente
desrespeitados em uma universidade onde a maioria dos estudantes são brancos - como qualquer
instituição com caráter elitista. Justin Simien, diretor do filme e roteirista da adaptação, conseguiu na
série ter mais tempo para discutir e se aprofundar pedagogicamente em outras problemáticas
relacionadas ao racismo de forma absolutamente brilhante.
A premissa da inquietação na trama é uma festa blackface, onde os estudantes brancos usam seus
referenciais de pessoas negras de formas alegóricas e satíricas como fantasia. A série, inclusive faz
questão de pontuar que esse é um hábito comum: brancos ocidentais frequentemente usam outras
manifestações culturais, sejam elas asiáticas, latinas, indígenas, negras, ou qualquer coisa que não seja
branca (ou alguém já viu uma festa à fantasia cuja temática fosse a de imitar pessoas brancas?), de
forma caricatural para se divertir sem se preocupar com o tipo de estereótipos que estão ajudando a
alimentar nesse processo.
Infelizmente, o próprio assunto-base do programa impede que os principais beneficiários dessa
discussão sejam atingidos - as pessoas que mantém comportamentos preconceituosos, mas que se
recusam a ouvir e aceitar isso. Como a própria série mostra, existe um incômodo no agente do
preconceito em ser identificado como preconceituoso - ninguém, ou quase ninguém, quer estar do
lado dos vilões de uma equação binária. Na trama, quando o personagem interpretado por Marque
Richardson pede que seu amigo branco não use a palavra “nigga” em função do histórico pejorativo
que ela carrega, ele automaticamente se ofende por ser identificado como alguém com potencial de ser
ofensivo. A cultura racista faz com que o jovem branco se incomode menos com a possibilidade de ter
ofendido o amigo e mais com o fato de ter sido alertado pelo comportamento racista. E é isso que a
série mostra que o tempo todo dá combustível ao racismo: uma escala de poder onde as pessoas estão
acostumadas a toda e qualquer necessidade branca se sobrepor às demandas negras.
De forma genial, a cena que começa com uma discussão onde negros pedem para não serem
ofendidos e brancos dizem estar se sentindo censurados por, resumidamente, não poderem ofender,
termina com a polícia invadindo a festa e escancarando até onde vai o racismo. Um policial
interrompe a briga e direciona todos os questionamentos para o primeiro negro que encontra,
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colocando em dúvida que o rapaz pudesse mesmo ser um estudante daquela instituição e apontando
uma arma para ele após sua revolta ao ser o único obrigado a se identificar. A situação acontece no
quinto episódio da trama, que começa com os amigos de Reggie cobrando que o rapaz esfrie um
pouco a cabeça e pare de viver cada segundo de sua vida em prol da militância. O que a cena mostra é
que é impossível se desligar da luta quando ela está estampada na pele o tempo inteiro: sair na rua é
um ato político para um indivíduo que a qualquer momento pode ser discriminado em função de uma
característica intrínseca sua.
Além disso, a série faz um trabalho magistral ao conseguir tratar com certa ironia alguns dos
comportamentos dos envolvidos na militância em ambiente acadêmico sem deslegitimar nenhum dos
inúmeros mecanismos de quem luta por igualdade. Samantha White (Logan Browning), Reggie
(Marque Richardson), Troy Fairbanks (Brandon P Bell), Colandrea “Coco” Conners (Antoinette
Robertson) e Lionel (DeRon Horton) são os cinco negros protagonistas da trama e, de certo modo,
cada um deles lida com a opressão de uma forma diferente - todas elas justificadas pelas suas
experiências prévias.
Quando se condena Samantha por ser supostamente exagerada, a própria série pontua que é
necessário que pessoas como ela existam para que moderados como Troy, o filho perfeito do reitor,
sejam vistos como o meio-termo razoável e a luta por direitos, pelo menos, avance. Se a postura
da estudante de audiovisual não existisse e as demandas de Troy fossem o máximo exigido, seria ele o
radical da história. Outro ponto interessante da série é que pode parecer fácil, por exemplo, acusar
Coco de ser uma vítima passiva em um primeiro momento, mas a acusação que se mostra superficial
quando, no quarto episódio, é revelado que a jovem viu amigos e parentes serem mortos em função da
etnia e, em função disso, optou por lidar com o racismo de outras maneiras.
Coco, aliás, é uma das melhores personagens da trama. A jovem ambiciosa aborda questões
próximas de quem é envolvido na militância negra, como a discussão do colorismo (a ideia de que
quanto mais escura for a pele de alguém, mais a leitura social afasta o indivíduo dos privilégios sociais
dos brancos, mas que, se não for bem discutida, pode gerar sectarismo dentro do próprio movimento
negro) ou a questão da solidão da mulher negra (quando Coco amarga sozinha enquanto se vê sendo
preterida em relação às suas amigas brancas em uma festa). Antoinette Robertson faz um ótimo
trabalho ao mostrar as contradições da personagem sem deixar que as justificativas delas soassem
levianas ou menores do que deveriam. A forma como Coco lida com o racismo é um modo de defesa
fruto de como a sociedade fez ela se sentir em inúmeras outras situações.
Dear White People aborda ainda outras questões referentes ao complexo universo do racismo,
como relacionamentos interraciais e apropriação cultural. Não é por menos que a série é tão certeira:
o time de diretores que colaboram com a atração já tocam em temas vitais ao debate do preconceito
racial há algum tempo. A diretora do quarto episódio é Tina Mabry, responsável pelo
longa Mississippi Damned, que fala sobre a vida de três crianças negras lidando com o ciclo de abuso,
vício e violência familiar. No quinto episódio, temos a direção de ninguém menos que Barry Jenkins,
nome à frente do ganhador do Oscar Moonlight.
Como ser vítima de um sistema de opressão não impede ninguém de ser o agente da opressão em
outro, infelizmente a série esbarra em alguns problemas ao falar, por exemplo, de orientação sexual.
Ainda que isso não tire a legitimidade de Dear White People em todos os debates que levanta, ela
desliza quando resume a jornada de autodescoberta de Lionel, um dos melhores personagens da
trama, ao clichê do gay tímido apaixonado pelo amigo hétero com o qual nunca terá chance - é esse
tipo de estereótipo que faz com que heterossexuais desenvolvam a lógica preconceituosa e arrogante
de que gays, lésbicas e bissexuais vão atacá-los na primeira oportunidade. Aliás, falando em bissexuais,
a série elimina qualquer possibilidade de bissexualidade ser vista como algo normal quando um dos
diálogos da trama diz que a professora que mantém um caso com Troy “não é lésbica quando está na
cama com ele” e retrata a dupla de estudantes de teatro dentro de uma lógica dicotômica.
Apesar disso, tendo em vista que a série é sobre conflitos raciais, é interessante como Dear White
People pincela feedbacks de como outros grupos étnicos se sentem perante estereótipos criados por

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brancos. As manifestações dos asiáticos na trama são tão certeiras quanto a dos negros. O próprio
ponto de vista de Gabe Mitchell (John Patrick Amedori) é interessante por mostrar que ele, ainda que
ocasionalmente se desagrade com algumas coisas, entende que o seu incômodo pontual é muito
menor do que o conjunto de privações e constrangimentos vividos pelos seus companheiros negros o
tempo todo. E (importante!) a série não o glorifica por isso, nem o eleva ao status de herói só por ser
alguém razoável.
A série talvez atinja muito mais quem já está familiarizado com a discussão do que quem precisa
urgentemente se inteirar sobre o assunto. Dear White People tem o poder de desobstruir ouvidos
brancos para a voz de pessoas negras. A série mostra que, ao contrário do que a maioria das pessoas
pensa, estruturas de poder são menos sobre indivíduos e mais sobre grupos sociais. Se o rapaz branco
na festa decidisse não falar mais a palavra “nigga” não por ter sido proibido, mas por simplesmente
não estar disposto a ofender alguém de forma gratuita, certamente não veria o amigo na mira de uma
arma unicamente por ele ser negro. O drama da série está muito mais no fato de que, ao contrário das
fantasias na festa blackface, os brancos do programa não são caricaturais: existe muita gente que, assim
como o editor do Pastiche, não entende que não há horizontalidade em comparar atacar negros e
atacar brancos pelo simples fato de que negros já estão sendo atacados o tempo inteiro, ainda que seja
difícil ver isso do alto da zona de segurança branca. E Dear White People ainda vai precisar de muitas
temporadas para fazer isso claro na cabeça dos inúmeros potenciais leitores da Pastiche que existem
por aí - que venham as próximas.

Fonte: https://www.omelete.com.br/series-tv/criticas/dear-white-people-1a-temporada-critica
Essa crítica do site Omelete está lindíssima e aborda tudo aquilo que há de temática social na
série.
Temas que podemos abordar:
1. Racismo (essa temática tem um conteúdo danado)
2. Apropriação Cultural
3. Elitização do Ensino Superior
4. O mito da meritocracia (de novo)

o Batman e Homem de Ferro


DC e MARVEL trabalharam bem nos seus homens ultra ricos e inteligentes que investem em
tecnologia para se transformarem em Super-Heróis. Nós conhecemos bem a história dos dois, então,
sem mais delongas, a ideia de utilizar esses personagens é falar sobre: JUSTIÇA COM AS
PRÓPRIAS MÃOS ou LIBERAÇÃO DE ARMAS PARA A SOCIEDADE. Um tema importante de
ser analisado e que passa longe de ser heróico como é abordado nos filmes.
(Inspiração: Débora Aladim)

o Shrek
É um filme antigo, eu sei, mas, é um dos primeiros filmes de princesa da Disney que começa a
quebrar o Tabu da Princesa perfeita que espera pelo seu príncipe encantado em uma torre até o fim
de seus dias. Além disso, o padrão de beleza também é quebrado quando Fiona prefere ficar como
uma Ogra a ser transformada em humana novamente, sendo que se ela voltasse a ser humana o Shrek
também seria humano, o que não é da natureza dele.
Nesse filme o príncipe lindo é um mau caráter e o Ogro ganha o coração da princesa.

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Nessa mesma linha de quebrar o tabu, podemos citar outros filmes modernos da Disney que
começam a valorizar o empoderamento feminino: Enrolados, Frozen e Valente.
Logo, podemos abordar esses temas em:
1. Empoderamento feminino
2. Quebra de padrões de beleza

FILÓSOFOS, SOCIÓLOGOS, ESCRITORES E


AFINS

o Oswald de Andrade - Preconceito Linguístico


“A língua sem arcaímos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos
os erros.”
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/ensaios/165737

o Frans Boas – Etnocentrismo


Em suma, Boas defende uma antropologia que enxergue a cultura como um conjunto de diversos
fatores, como uma totalidade. Como algo impossível de ser resumido em leis, tais como ocorre muitas
vezes nas ciências biológicas.
Fonte: http://www.reflexaogeral.com.br/2011/06/franz-boas-rompendo-com-o-evolucionismo.html

o Kant e a Ética utilitarista de Bentham


“Age sempre de tal modo que o teu comportamento possa vir a ser princípio de uma lei
universal.”

“Age de modo que consideres a humanidade tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outro, e
sempre como objectivo, nunca como simples meio.”

x
“Todo o acto de bondade é demonstração de poder.”

― Jeremy Bentham
Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com/etica-kantiana-em-poucas-palavras-filosofia-moral-
de-immanuel-kant/

o Zygmunt Bauman
1. “As redes sociais são uma armadilha”.

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2. “O velho limite sagrado entre o horário de trabalho e o tempo pessoal desapareceu. Estamos
permanentemente disponíveis, sempre no posto de trabalho”.

3. “Tudo é mais fácil na vida virtual, mas perdemos a arte das relações sociais e da amizade”.

4. “Esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o trabalho bem feito. O que se consome, o que se
compra, são apenas sedativos morais que tranquilizam seus escrúpulos éticos”.

5. “O movimento [espanhol] de 15 de março é emocional, carece de pensamento”.

6. “Os grupos de amigos ou as comunidades de bairro não te aceitam sem dar razão, mas ser membro
de um grupo no Facebook é facílimo. Você pode ter mais de 500 contatos sem sair de casa, você
aperta um botão e pronto”.

7. “Foi uma catástrofe arrastar a classe média à precariedade. O conflito não é mais entre classes, é de
cada um com a sociedade”.

8. “As desigualdades sempre existiram, mas de vários séculos para cá se acreditou que a educação
podia restabelecer a igualdade de oportunidades. Agora, 51% dos jovens diplomados estão
desempregados e aqueles que têm trabalho têm empregos muito abaixo das suas qualificações. As
grandes mudanças na história nunca vieram dos pobres, mas da frustração das pessoas com grandes
expectativas que nunca se cumpriram”.

9. “A possibilidade de que o Reino Unido funcione sem a Europa é mínima”, disse em 2011.

o Habermas
“O agir comunicativo fundamenta-se na força sem violência do discurso argumentativo.”
Habermas visa a fundar uma “ética da discussão”: em vez de um sujeito buscar fazer valer uma lei
universal, é preciso buscar uma discussão na qual as questões morais sejam objeto de debates, dando
lugar a acordos. Uma norma ética, para ele, só é válida quando for objeto de uma livre discussão. Só o
agir comunicativo, que tende ao entendimento entre os atores, pode ser a base ética de uma sociedade.
Fonte: https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/jurgen-habermas/

o Montesquieu
Liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem.

A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.

A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios.

Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois
boas leis há por toda a parte.

A ignorância é a mãe das tradições.

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o Nietzsche

O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.

Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.

o Helen Keller
A ciência poderá ter encontrado a cura para a maioria dos males, mas não achou ainda remédio
para o pior de todos: a apatia dos seres humanos.
A mente que vê sempre o lado positivo, isto é, otimismo, é a base para realizar o que quer seje.
Sem esperança, nada poderá ser conseguido
O resultado mais sublime da educação é a tolerância.

o Maquiavel
O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem
à sua volta.
Para bem conhecer o caráter do povo, é preciso ser príncipe, e para bem conhecer o do príncipe,
é preciso pertencer ao povo.
“Os preconceitos têm mais raízes do que os princípios.”
“Poucos vêem o que somos, mas todos vêem o que aparentamos.”
“As armas devem ser usadas em última instância, onde e quando os outros meios não bastem.”

o John Locke
Onde não há lei, não há liberdade
Quando o homem nasce, sua mente compara-se a um papel em branco, que vai sendo
preenchido conforme suas experiências.
Toda a humanidade aprende que, sendo todos iguais e independentes, ninguém deve lesar o
outro em sua vida, sua saúde, sua liberdade ou seus bens.

“Os pais se perguntam porque os riachos são insalubres, quando eles mesmos envenenam a fonte.”

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TEORIAS

1. O crescimento de Intolerâncias diante de crises econômicas


Origem do fascismo
Diante da agitação social e política e da consequente ameaça de uma revolução socialista, o
fascismo fortaleceu-se com o apoio da classe média e o financiamento de grandes banqueiros,
industriais e latifundiários.
Nas eleições de 1921, o Partido Fascista conseguiu eleger 35 deputados. Os camisas negras
fascistas invadiam e destruíam sindicatos, assassinavam líderes socialistas, dissolviam manifestações
espancando os participantes e arrasavam as instalações dos jornais que os criticassem. A ação terrorista
dos camisas negras foi possível devido à conivência do Exército, da polícia e do Poder Judiciário. O rei
Vitor Emanuel III, o primeiro-ministro Giolitti e as instituições do aparelho estatal fechavam os olhos
à agressão contra os socialistas, pois imaginavam mais tarde poder destruir os camisas negras, retomar
o controle sobre os fascistas e manter o poder com mais estabilidade. Enganaram-se. A violência
fascista rapidamente atingira também os liberais.
Nas eleições de 1921, quatro diferentes partidos conquistaram forte representação na Câmara. Os
dois maiores, o Partido Socialista e o Partido Popular (católico) não entravam em acordo,
inviabilizando a estabilização do governo parlamentar.
Aproveitando a total desorganização do regime parlamentar, Mussolini ordenou aos camisas
negras a Marcha sobre Roma, em outubro de 1922. Cerca de 30 mil fascistas desfilaram pela capital e
exigiram a entrega do poder.
O rei Vitor Emanuel III, pressionado por militares, pela alta burguesia e pelos latifundiários,
convidou Mussolini para ocupar o cargo de primeiro-ministro. Sob a aparência de uma monarquia
parlamentarista, o líder fascista detinha plenos poderes e convocou um novo ministério. Estava
formado um novo governo, cujos cargos essenciais eram dominados pela maioria fascista. Mussolini
passou a se servir das instituições do Estado como instrumento de destruição da democracia
parlamentar e de instauração da ditadura fascista.
Fonte: Hexag 2017

2. Antropofagia Cultural
O Manifesto Antropófago ou Antropofágico foi um manifesto literário escrito por Oswald de
Andrade, publicado em maio de 1928, que tinha por objetivo repensar a dependência cultural
brasileira.

O Manifesto foi publicado na primeira edição da Revista de Antropofagia, meio de comunicação


responsável pela difusão do movimento antropofágico brasileiro. A linguagem do manifesto é
majoritariamente metafórica, contendo fragmentos poéticos bem-humorados e torna-se a fonte teórica
principal do movimento.

Fonte: https://www.infoescola.com/literatura/manifesto-antropofagico/

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3. Aculturação
A aculturação é um conceito antropológico e sociológico que está relacionado com a fusão de
elementos pertencentes a duas ou mais culturas.
Ela é determinada por um processo dinâmico de mudança social e cultural que acontece pelo
contato (direto ou indireto) entre grupos sociais distintos.
Esses grupos são influenciados por elementos diversos, e assim, vão criando novas estruturas.
Como exemplo, podemos citar a fusão entre a cultura grega e romana que gerou a cultura greco-
romana.
Lembre-se que cultura é um conceito muito amplo que envolve conhecimentos, valores,
costumes, modos de fazer, práticas, hábitos, comportamentos e crenças de determinado povo. Ela não
é estática, estando, portanto, em um processo contínuo de modificação.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/aculturacao/

4. Empatia e Alteridade
Um dos princípios fundamentais da alteridade é que o homem na sua vertente social tem uma
relação de interação e dependência com o outro. Por esse motivo, o "eu" na sua forma individual só
pode existir através de um contato com o "outro".

Quando é possível verificar a alteridade, uma cultura não tem como objetivo a extinção de uma
outra. Isto porque a alteridade implica que um indivíduo seja capaz de se colocar no lugar do outro,
em uma relação baseada no diálogo e valorização das diferenças existentes.

Fonte: https://www.significados.com.br/alteridade/
Empatia significa a capacidade psicológicapara sentir o que sentiria uma outra pessoa caso
estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e
emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.
A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente ligada ao altruísmo - amor
e interesse pelo próximo - e à capacidade de ajudar. Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o
sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo
princípios morais.

A capacidade de se colocar no lugar do outro, que se desenvolve através da empatia, ajuda a


compreender melhor o comportamento em determinadas circunstâncias e a forma como o outro toma
as decisões.

Fonte: https://www.significados.com.br/empatia/

5. Homem Cordial
Homem cordial é um conceito desenvolvido pelo historiador brasileiro Sérgio Buarque de
Holanda em seu livro "Raízes do Brasil", cuja primeira edição foi publicada no ano de 1936. De
acordo com esse conceito, virtudes tão elogiadas por estrangeiros como hospitalidade e generosidade
representam “um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece viva e
fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano”.[1] Logo, as raízes do caráter
brasileiro se encontram no meio rural e patriarcal do período colonial. O “homem cordial” é, segundo
essa definição, “a forma natural e viva que se converteu em fórmula”.[1] Mas essas virtudes não são

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sinônimos de bons modos, muito menos de bondade ou amizade. No fundo, a nossa forma de
convívio social é “justamente o contrário da polidez”.[1] Ou seja, a atitude polida equivale a um
disfarce que permite cada qual preservar sua sensibilidade e suas emoções e, com essa máscara, “o
indivíduo consegue manter sua supremacia ante o social”[1]. A “cordialidade” descrita por Holanda
faz com que o brasileiro sinta, ao mesmo tempo, o desejo de estabelecer intimidade e o horror a
qualquer convencionalismo ou formalismo social. Na prática, isto faz com que as relações familiares
continuem a ser o modelo obrigatório de qualquer composição social entre nós. Por isso, em geral, os
indivíduos não conseguem compreender a distinção fundamental entre as instâncias públicas e
privadas, principalmente entre o Estado e a família.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem_cordial

THE END!!!
UHULLLL!!!

Chegamos ao final de mais uma apostila!!!

Você esperou que daria tudo isso? Nem eu pensei que fosse falar tanto. Preciso
admitir que me superei hahaha

Mas, espero que essa nova apostila tenha te ajudado de alguma forma, seja para tirar
alguma dúvida de algo que você já sabia, seja para te ajudar do zero, seja para te dar
novas ideias, enfim, espero ter feito parte de um momento positivo enquanto você
esteve lendo que escrevi especialmente para você!

Saiba que estou torcendo pela sua vitória e que acredito que você é capaz de fazer
muita coisa, só basta que você mesmo acredite!

VAMOS DOMINAR O MUNDO, MEU (MINHA) PEQUENO (A) NERD!!!

Super beijos e bons estudos <3

P.s.: Peço, encarecidamente, que você, que adquiriu essa apostila de maneira licita não a
compartilhe de forma ilícita, porque tive um tremendo trabalho para fazê-la e o dinheiro que
conseguirei com ela é para ajudar a custear meus estudos. Então, se você conhecer alguém que
precisa da apostila, mas que não pode pagar, ao invés de repassar o material de maneira ilegal,
peça para a pessoa vir conversar comigo (mas também não faça isso só para tentar me passar a
perna, hein! Ai ai ai!) Estamos cominados? Conto com você <3

Agora é a hora de deixar você trilhando sua própria jornada!!!

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina


Cora Coralina

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