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COLÉGIO MUNICIPAL GETÚLIO VARGAS

PROFESSORA: ISABEL BERNARDI

O QUE É COESÃO TEXTUAL?


Podemos resumir a coesão textual como um recurso da Língua Portuguesa que cria vínculos entre as palavras, as
orações e entre diferentes partes de qualquer gênero textual.
Esses recursos dispõem de dois tipos de coesão no texto: a coesão referencial e a coesão sequencial.
A coesão referencial e a coesão sequencial são chamadas de recursos coesivos por
estabelecerem vínculos entre as palavras, orações e as partes de um texto.

COESÃO REFERENCIAL
A coesão referencial é responsável por criar um sistema de relações entre as palavras e
expressões dentro de um texto, permitindo que o leitor identifique os termos aos quais se referem. O termo
que indica a entidade ou situação a que o falante se refere é chamado de referente.

Exemplo 1 :

 Ana Elisabete gritou. Ela fica apavorada quando fica sozinha, apesar de ser uma menina calma e
inteligente.

Nesse exemplo, o termo referente é Ana Elisabete. Todas as vezes que o referente precisa ser retomado no
texto, podemos utilizar outras palavras para que os leitores possam retornar e recuperar a ideia.

Exemplo 2:
O cachorro latiu. Ele fica irritado quando há pessoas na rua, mas é um animal bastante amável.

Nesse caso, podemos dizer que o termo referente é o cachorro. Todas as vezes que o referente é retomado no
texto, podemos utilizar palavras para orientar os leitores, indicando se devem voltar atrás para recuperar algo
que foi dito ou se devem procurar a informação mais adiante no texto.

É bastante frequente o uso de figuras de construção/sintaxe para a coesão referencial, como


as anáforas, catáforas, elipses e as correferências não anafóricas (contiguidades, reiterações).

TIPOS DE COESÃO REFERENCIAL E EXEMPLOS DE CADA UM DELES


Existem 6 tipos de coesão referencial:
Anáfora Repetição ou Reiteração
Catáfora Contiguidade
Substituição Elipse

Vamos falar detalhadamente sobre cada um desses tipos a seguir.

1. COESÃO REFERENCIAL DE ANÁFORA

A anáfora retoma o referente usando elementos coesivos, tais como: artigos, advérbios, pronomes e
numerais.

Exemplo:

Fernanda estava muito feliz e agradecida. Ela tinha tudo o que precisava para viver bem!

Nesse caso, o pronome “Ela” retoma o substantivo próprio “Fernanda”.


2. COESÃO REFERENCIAL DE CATÁFORA

Diferentemente da anáfora, a catáfora antecipa o referente. Ou seja, o referente é encontrado somente


depois do termo coesivo. É comum que a catáfora seja empregada por meio de pronomes demonstrativos e
indefinidos.

Exemplo:

Patrícia olhou-a e disse: Bruna, guarde esses brinquedos!

Veja que o pronome oblíquo “a” introduz o substantivo próprio “Bruna”, que só aparece depois.

3. COESÃO REFERENCIAL DE SUBSTITUIÇÃO

Esse modelo ocorre quando há utilização de algum termo com valor coesivo correspondente ao de outro
elemento do texto.

Exemplo:

O cachorro se escondeu no porão. O nosso amigo de quatro patas não gostava de tomar banho, por isso
fugia!

O substantivo “cachorro” é retomado posteriormente pelo termo “amigo de quatro patas”. Com isso, evitou-
se a repetição desnecessária da palavra.

4. COESÃO REFERENCIAL DE REPETIÇÃO OU REITERAÇÃO

Esse caso diz respeito a uma maneira de dar ênfase em algum termo e, com isso, mantém-se o sistema de
referências no interior do texto.

Exemplo:

Juscelino Kubitschek esteve nos Estados Unidos recentemente. Kubitschek espera que a relação entre os
países melhore.

A repetição do nome do ex-presidente brasileiro serve para reforçar sua ação.

5. COESÃO REFERENCIAL DE CONTIGUIDADE

A chamada contiguidade é vista quando existe o uso de termos que são do mesmo campo semântico.

Exemplo:

À medida que o rio se afunila entre os paredões cada vez mais verticais, a correnteza vai ganhando velocidade
e companhia de uma espuma branca, originada pelo choque violento das águas contra as pedras. O bote
responde de imediato ao turbilhão, chacoalhando sem intervalos. O corpo esquenta, o coração bate mais
forte. Uns 3 metros acima de nossas cabeças, onde termina o cânion, a selva toma conta. […]
MEDAGLIA, Thiago. Terra. São Paulo, ano 14 n. 177, jan. 2007, p. 82. (Fragmento).

Note que os substantivos em negrito criam no fragmento um campo semântico relacionado a rio. Conforme
cada um desses substantivos é usado, retoma o assunto central e faz com que o texto progrida.
6. COESÃO REFERENCIAL DE ELIPSE

A elipse serve para omitir um ou mais termos da oração, que são facilmente identificáveis pelo leitor. Ou
seja, não há necessidade de repetição visto que o leitor já sabe sobre o que o autor está falando.

Exemplo:
“Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.”
(Trecho do poema ‘Motivo’ de Cecília Meireles)

No trecho do poema, acontece a omissão do pronome “eu” no terceiro verso. Com isso, essa omissão é
justificada pelo fato de o leitor conseguir entender a quem o autor se refere.

ATIVIDADES:
01. Responda às questões sobre a tirinha:

a) Quem seria a mulher que ama Adão? _____________________________________________________

b) A quem o pronome você no último quadrinho se refere? ______________________________________

c) Essas duas referências que você encontrou estão expressas no texto ou fazem parte do nosso
conhecimento de mundo?
______________________________________________________________________________________

Leia o texto a seguir:

Não o deixe desaparecer

É incrível. A árvore que nos deu seu nome, só cinco séculos depois do batismo foi declarada Árvore Nacional.
A lei 6.607, de 7 de dezembro de 1978, também obriga o Ministério da Agricultura a implantar viveiros.

O Jardim Botânico de São Paulo, no ano seguinte, plantou logo um bosque. A espécie sobrevive graças a
grupos e instituições ambientalistas. Em 1988, o professor pernambucano Roldão de Siqueira Fontes criou a
Fundação Nacional do Pau-Brasil, ou Funbrasil. Seu sonho: dar oportunidade aos brasileiros de ver, ao menos
uma vez na vida, um pé da árvore que deu nome ao País. Até pouco antes de falecer, em 1996, já havia
espalhado quase 3 milhões de mudas Brasil afora.

E você? Já plantou seu pau-brasil?

Brasil: almanaque de cultura popular, São Paulo, n. 106, fev. 2008.


02. No título, o pronome “o” se refere:

(A) à arvore (C) ao Ministério

(B) ao pau-brasil (D) ao pé da árvore

Leia o texto para responder às questões 03 e 04.

CREPÚSCULO

Bella vai morar com seu pai em uma nova cidade, depois que sua mãe decide casar-se novamente. No colégio,
ela fica fascinada por Edward, um garoto que esconde um segredo obscuro, conhecido apenas por sua família.
Eles se apaixonam, mas Edward sabe que quanto mais avançam no relacionamento, mais ele está colocando
Bella e aqueles à sua volta em perigo, já que é ele um vampiro.

Disponível em: <http://cinema.uol.com.br/filmes/crepusculo-2008.jhtm>. Acesso em: 6lev. 2011.

03. Para fazer referência aos personagens Bella e Edward, no decorrer do texto, o autor faz principalmente
o uso de ela e ele, como forma de coesão. Essas palavras são classificadas como:
(A) pronomes. (C) substantivos.
(B) adjetivos (D) verbos.

04. Observando o texto, podemos afirmar que ele se propõe a


(A) discutir um ponto de vista. (C) descrever um fato.
(B) listar ações. (D) resumir uma narrativa cinematográfica.

Leia o texto a seguir para resolver as questões 05 e 06.


contigo O meu melhor amigo
Velha Infância (Tribalistas)
É o meu amor...
Você é assim
E a gente canta E a gente dança
Um sonho pra mim
E a gente não se cansa De ser criança
E quando eu não te vejo Eu penso em você
Desde o amanhecer A gente brinca

Até quando eu me deito... Na nossa velha infância...


Disponível em: <http://letras.mus.br/tribalistas/64148/>.Acesso em: 02
Eu gosto de você mar. 2013.

E gosto de ficar com você Meu riso é tão feliz

05. Sobre a letra da canção, resolva:

a) Releia este trecho:


“... E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa

O emprego da expressão a gente é admissível em nossa linguagem coloquial. Nessa canção, esse recurso
linguístico reforça o aspecto informal, retratando situações típicas do cotidiano.
Reescreva o trecho na linguagem culta, substituindo a gente pelo pronome pessoal correspondente. Faça as
adaptações necessárias para a correção gramatical.

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Leia o poema a seguir e responda ao exercício 6.

Poesia exploratória a você

Quem alisa meus cabelos? Quem me tira o paletó?


Quem, à noite, antes do sono, acarinha meu corpo cansado? Quem
cuida da minha roupa? Quem me vê sempre nos sonhos?
Quem pensa que sou o rei desta pobre criação? Quem nunca se aborrece de
ouvir minha voz? Quem paga meu cinema, seja de dia ou de noite?
Quem calça meus sapatos e acha meus pés tão lindos?
Eu mesmo.

FERNANDES, Millôr. Disponível em: < http://pensador.uol.com.br/cronicas_de_millor_fernandes/>.


Acesso em: 30 mar.2012. (Adaptada).

Observe:

“Quem me tira o paletó?”

06. Nesse verso o pronome oblíquo tem valor de possessivo. REESCREVA a frase substituindo o pronome
oblíquo pelo possessivo adequado.

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Considere o cartum a seguir, que faz alusão à questão do trabalho infantil, para responder às questões 07 e
08.

Disponível em: <http://catingadeporco-cristinocastro.blogspot.com.br/2012/05/charges-sobre-o-dia-do-trabalhador.html> Acesso em: 20 mar.


2013.

07. Levando-se em consideração os recursos visuais e verbais do cartum, explicite a indignação do


menino retratado.

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08. JUSTIFIQUE o uso do demonstrativo este na frase do menino.

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Leia e responda

09. Sobre a linguagem empregada na tirinha, NÃO se pode afirmar que:

(A) “ta” é palavra de uso oral.

(B) “ulalá” é um emprego informal, coloquial.

(C) “legas” é gíria.

(D) As personagens dialogam em linguagem formal.

A questão 10 refere-se ao Cartum a seguir, com os personagens Calvin e seu amigo Haroldo (tigre peludo).

10. A tirinha acima nos faz refletir nas diferenças que podem existir nas conversas em dois amigos em uma
sociedade. Tal diferença nos quadrinhos, a respeito dos pensamentos dos amigos personagens, mostra-nos
que

(A) Haroldo não gosta de sair para brincar em outro local juntamente com Calvin.

(B) Tigre Haroldo é um animal irracional e Calvin é um animal racional: diferentes.

(C) Calvin pensava que divertido era sair brincar e Haroldo já se divertia na leitura.

(D) Calvin queria ficar longe de Haroldo para brincar junto com outros colegas.

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