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UM MODELO DE EXCELÊNCIA NA INTERVENÇÃO DE TREINAMENTO E TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTO

• • •

CIÊNCIA DO FUTEBOL FORMANDO CAMPEÕES

O GUIA DE
TREINAMENTO

DIRETRIZES METODOLOGICAS PARA O TREINAMENTO INDIVIDUALIZADO


E-mail: cienciadofutebol@icloud.com
Instagram: @cienciadofutebol
“Quando treinamos alguém que vive do esporte, assumimos uma responsabilidade. Quando treinamos o filho de alguém, assumi-
mos uma responsabilidade ainda maior. Esperamos formar atletas melhores e pessoas melhores. Os dois trabalhos requerem bas-
tante atenção e muito cuidado” Michael Boyle (2015).
Ciência do Futebol – Formando Campeões

ÍNDICE
ATLETAS DA CIÊNCIA DO FUTEBOL ................................................................................................................................................... 3

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................................................... 4

QUEM PODE FAZER PARTE.................................................................................................................................................................5

UM MODELO DE EXCELENCIA............................................................................................................................................................5

TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO AO FUTEBOL.........................................................................................................................7

PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO NA PREVENÇÃO DE LESÕES ............................................................................................................7

METODOLOGIA DE TREINAMENTO EM FORMATO DE PIRÂMIDE......................................................................................................10

METODOLOGIA DE TREINAMENTO EM FORMATO DE NÍVEIS............................................................................................................21

CRTÉRIOS DE CREDENCIAMENTO ......................................................................................................................................................22

EXERCICIOS COM BASE UNILATERAL .................................................................................................................................................32

PLATAFORMA DESLIZANTE ...............................................................................................................................................................33

TRX FITA DE SUSPENSÃO ...................................................................................................................................................................34

KETTLEBELL .......................................................................................................................................................................................36

LEVANTAMENTO DE PESO OLIMPICO (LPO) ......................................................................................................................................36

AVALIAÇÕES INICIAIS ........................................................................................................................................................................38

MATURAÇÃO BIOLÓGICA ..................................................................................................................................................................40

MATURAÇÃO BIOLÓGICA E DESEMPENHO MOTOR .........................................................................................................................40

FUNCTIONAL MOVEMENT SCRENING – FMS ....................................................................................................................................41

A IMPORTÂNCIA DO CENTRO DE NUTRIÇÃO APLICADA AO FUTEBOL...............................................................................................48

A IMPORTÂNCIA DO CENTRO DE MEDICINA APLICADA AO FUTEBOL ...............................................................................................49

MATERIAIS ESPORTIVOS: SKLS e GEARS............................................................................................................................................50

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................................................................52

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ATLETAS DO SÃO PAULO F.C ATLETA DO E.C CORINTHIANS P.
TIAGO TONELLI SUB 9 MÁRIO VASCONCELLOS SUB14
RAFAEL NOGUEIRA SUB12
GABRIEL MAIOLI SUB14
BRUNO FIDALGO SUB14 ATLETA DO SANTOS F.C
MARCOS OLIVEIRA (MARQUINHOS) SUB15 JOÃO CRUZ SUB11
GUILHERME BASAGLIA SUB15
ATLETAS DA RED BULL BRASIL
ATLETAS DA S.E PALMEIRAS LUCAS DAL SECCO SUB11
RENATO MARIN GK SUB11 MATHEUS SILVA SUB13
GUSTAVO LIMA SUB11 GUSTAVO SHINN SHYONG SUB13
BRUNO OLIVEIRA SUB13 LAWAN MATHEUS SUB13
LUCAS ALVIN SUB13 ROBERTO LIMA SUB13
RAFAEL MARIN SUB14 OBS: APENAS 35% DE NOSSOS ATLETAS ESTÃO NESTA LISTA

ATLETAS DAS PRINCIPAIS EQUIPES DE BASE DA CIDADE DE SÃO PAULO


INTRODUÇÃO

No senso comum, postula-se que a atividade física tem um fator contribuinte


para a formação e sociabilização de qualquer criança em fase de crescimento e
desenvolvimento (Gallahue & Oznum., 2008). Sabe-se que todos esses ensinamen-
tos são oriundos da proposta pedagógica longitudinal, entendendo que a fertili-
zação da aprendizagem é caracterizada a longo prazo (Bohme., 2009). Além
disso, a fase biológica de cada criança deve ser levada em consideração para
proposta metodológica de treinamento, uma vez que, crianças com a mesma
idade cronológica podem divergir significativamente quando comparadas a
idade biológica (Malina; Bouchard Bar Or., 2009, Rowland., 2007, McArdle et al.,
2010, Wilmore & Costill., 2010). Na Ciência do Futebol, nenhuma tentativa foi feita
com finalidade de copiar uma metodologia ou programa de treinamentos de clu-
bes/empresas. Muito pelo contrário, buscamos através do conhecimento cienti-
fico, proporcionar aquilo que funcione para a carreira do jovem futebolista, ex-
traindo o máximo de informações possíveis sobre o potencial genético do mesmo
e explorar da melhor forma possível, entendendo que as individualidades biológi-
cas são particulares de cada atleta (Rowland., 2007).
Quanto a abordagem processual de treinamento, a Ciência do Futebol – CFAF
percorre um caminho com finalidades bem claras para a obtenção dos resultados
satisfatórios. Essa metodologia de treinamento nasceu pela necessidade eminente
dos clubes não possuírem uma intervenção personalizada aos jovens futebolistas,
uma vez que, no futebol, a abordagem predominante do preparador físico que
entenda sobre a fisiologia infantil é coletiva. Com isso, a Ciência do Futebol adota
suas particularidades quanto ao treinamento com objetivos voltados a eficiência
funcional do desenvolvimento. Especificamente, estamos falando do treinamento
funcional aplicado ao jovem futebolista, com intuito de cercear a incidência de
lesões musculoesqueléticas e maximizar o índice de performance atlética através
de movimentos que funcionem em qualquer ação especifica que o jogo pressu-
põe. Esse aumento da capacidade é em decorrência de estímulos evolutivos que
priorizam a adaptação do corpo do atleta ás diversas exigências características

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• METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

do futebol como a conscientização corporal, coordenação motora, noção de es-


paço/tempo, agilidade, força, velocidade, estabilização estática/dinâmica, mo-
bilidade articular, fortalecimento das articulações etc.
Embora exista diversas instituições que optam pelos mais diferentes métodos
tradicionais de treinamento, a Ciência do Futebol aprendeu com todas elas e
criou uma identidade particular de formar atletas. Com objetivo visionário, nasce
a necessidade de expandirmos aquilo que acreditamos quanto treinamento para
jovens futebolistas, buscando aproveitar cada fase sensível de desenvolvimento
psícobiológico que o atleta se encontra, extraindo o máximo do seu potencial de
desenvolvimento. Com a finalidade de entendermos que tudo o que a Ciência
do Futebol faz é em prol do indivíduo, como seus respectivos objetivos e necessi-
dades reais de crescimento dentro do esporte, toda essa aquisição é possível atra-
vés de um sistema inovador que consegue obter os melhores resultados com abor-
dagens diferentes do senso comum.

QUEM PODE FAZER PARTE?

Atletas que estejam compromissado com a carreira profissional, comporta-


mental e ética. Buscamos que o nome da Ciência do Futebol seja respeitado por
todas as ações dos atletas dentro e fora de campo, representando todos os prin-
cípios inegociáveis que acreditamos para uma humanização negligenciada den-
tro do futebol. Portanto, procura-se formar os melhores atletas e, principalmente,
melhores seres humanos, levando esses princípios e valores para dentro e fora do
campo. No entanto, saindo dos fatores relacionados a ética e comportamento, o
futebolista precisa ter uma vivencia básica dentro do futebol para fazer parte dos
nossos treinamentos, ou seja, não será permitido a entrada de crianças que nunca
tiveram nenhuma vivencia pratica dentro do futebol.

UM MODELO DE EXCELÊNCIA

PARA ATLETAS: A Ciência do Futebol é uma empresa pioneira no treinamento


para jovens futebolistas, sendo a primeira a trabalhar com mais de 40 atletas das
principais equipes das categorias de base da Cidade de São Paulo. Alicerçado
na ciência, o nosso centro de fisiologia aplicada ao futebol (CFAF) juntamente
com o nosso centro médico e nutricional, buscamos a excelência no desempenho
do atleta tanto relacionado a performance como a redução de lesões. Acredita-
Ciência do Futebol – Formando Campeões

mos que toda a melhora física dentro de campo será reflexo do trabalho desen-
volvido na Ciência do Futebol e, com isso, buscamos sempre otimizar a evolução.
Por fim, acreditamos no crescimento do atleta para juntos se tornarmos um modelo
de excelência na intervenção de treinamento.

PARA PROFESSORES/ACADÊMICOS: A materialização pelo modelo de excelên-


cia na transmissão de conhecimento foi um dos pilares fundamentais pelo sucesso
adquirido pela Ciência do Futebol. Com milhares de seguidores nas redes sociais,
o nosso centro multidisciplinar publica semanalmente artigos com fotos/vídeos so-
bre as principais temáticas do treinamento físico para jovens futebolistas, além de
assuntos relacionados a nutrição e medicina aplicada ao futebol. Há algum
tempo a Ciência do Futebol tem promovido cursos presenciais e a distância para
professores interessados na metodologia inovadora de treinamento que aplica-
mos aos atletas. São diversos professores certificados através dos cursos oferecidos
pela nossa rede, abrangendo não somente profissionais de São Paulo, mas de
todo Brasil.

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• METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

TREINAMENTO FUNCIONAL APLICADO AO FUTEBOL

O treinamento funcional para a FUNCIONAL TRAINING FOR SPORTS é o treinamento que


proporciona aos atletas a eficiência mecânica em movimentos com o próprio
peso corporal, em diferentes planos e eixos anatômicos. Os benefícios do treina-
mento funcional para o futebol são inúmeros, uma vez que esses segmentos pro-
porcionam ganhos qualitativos na performance e redução da incidência de le-
sões musculares e articulares. Com os propósitos que destoam do senso comum,
no treinamento funcional, o direcionamento está objetivado na qualidade do mo-
vimento e não na quantidade de series e repetições propriamente dita, ou seja,
os benefícios oriundos dessa proposta de treinamento é elevar o desempenho do
atleta/criança através de propostas qualitativas e não quantitativas de movimen-
tos.
No treinamento funcional, o que importa é a eficiência do movimento em fases
de progressão, atendendo as reais características do futebol. Como dito anterior-
mente, para gerar funcionalidade do movimento em ações especificas do fute-
bol, será necessário criar situações próximas a realidade do jogo, gerando transfe-
rência de estímulos adquirido nos treinamentos as diversas situações sistêmicas do
jogo. Portanto, é necessário treinar o futebolista dentro da especificidade emi-
nente da modalidade, em diferentes planos, eixos e segmentos corporais, respei-
tando a generalidade e diferenciações biológicas, fertilizando a garantia da co-
lheita de melhores resultados. Treinar funcionalmente é garantir a manutenção da
integridade física do futebolista, minimizando o risco de lesões e potencialização
da performance em ações especificas.

PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO NA PREVENÇÃO DE LESÕES

Todo o envolvimento do trabalho desenvolvido na Ciência do Futebol consiste


em minimizar a incidência de lesões dos futebolistas. Para que isso se materialize,
é necessário respeitarmos a anatomia funcional e biomecânica de movimento em
cada exercício estabelecido. Em cima disso, como será possível observar ao de-
correr do caderno metodológico, os futebolistas passarão por níveis de aprendiza-
gem, onde o nível 1 é exclusivamente voltado a mecânica e educativos de movi-
mento, buscando gerar repertorio motor e conscientização corporal. É necessá-
rio que entendamos que este tópico ira externar alguns segmentos para preven-
ção de lesão, sabendo que não é possível acabarmos com ela, e sim, reduzir a
incidência. A lesão de jovens futebolistas nas categorias de base tem obtido uma
Ciência do Futebol – Formando Campeões

crescente significativa nos últimos anos (Paschoal et al., 2013) em decorrência dos
fatores de volume e intensidade incompatíveis com a maturidade musculoesque-
lética dos futebolistas. No entanto, sabe-se que a lesão é oriunda de todos os es-
portes que exija certo grau de disputa e invasão, o que não inviabiliza a necessi-
dade de medidas preventivas para cercear esse acontecimento. Não obstante,
essa problematização não se assenta apenas nas categorias iniciais de formação,
pesquisas atuais apontam que o alto grau de incidência de lesões também está
no futebol profissional (Checchi., 2013), cabendo uma alerta ainda mais convin-
cente de que o trabalho preventivo deve fazer parte das periodizações já nas fa-
ses iniciais de formação.
Pesquisas apontam que as lesões em jovens futebolistas são oriundas da falta
de treinamento preventivo, orientação nutricional e fatores psicológicos. Sendo
assim, vale ressaltar que o treinamento preventivo pode viabilizar a redução da
incidência de lesões nas categorias de base (Paschoal., 2013). Pensando nisso, a
metodologia da Ciência do Futebol buscou através de evidencias cientificas
meios que viabilizam a materialização dessa redução de lesões através de exercí-
cios de força (Rhea., 2009), propriocepção e mobilidade (Boyle., 2015).

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• METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

Marquinhos Oliveira Atleta do São Paulo Futebol Club


Ciência do Futebol – Formando Campeões

METODOLOGIA DE TREINAMENTO APLICADA EM FORMATO DE PIRÂMIDE

RECOVERY

FORCE

CORE STABILITY

SPECIFIC NEED
MOBILITY, HEATING and NEURAL ACTIVATION

1 MOBILIDADE DE QUADRIL E TORNOZELO / MOBILITY

O conceito de mobilidade defendido por Michael Boyle é como o quão bem


a articulação se movimenta. Um dos conceitos básicos para iniciarmos qualquer
programa de treinamento, é entendermos sobre a necessidade da mobilidade
nas articulações para gerar movimento eficiente. As articulações possuem carac-
terísticas distintas pois, embora elas precisam estar em harmonia para gerar o mo-
vimento eficiente, em termos de funções, elas não iguais (Boyle 2015). A mobili-
dade é um mecanismo fundamental e de extrema complexidade, entendendo
que a disfunção de qualquer articulação poderá promover diversos malefícios na
formação a longo prazo na vida atlética do futebolista. Em termos da complexi-
dade referida anteriormente, nem todas as articulações são responsáveis por ge-
rar a mesma função mediante o movimento, algumas precisam gerar estabilidade
enquanto outras, mobilidade. Para entendermos melhor sobre as funções reais das
articulações, partimos para as essenciais aos futebolistas:

TORNOZELO: a articulação do tornozelo é uma das articulações que precisa de


mobilidade, quando a sua função se torna deficitária, o joelho – que é uma arti-
culação que precisa de estabilidade – se torna móvel, acarretando em dores e
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• METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

possíveis lesões ligamentares. Em termos específicos, em ações de jogo/treino


onde o futebolista precisa fazer o movimento de aterrissagem, caso o mesmo não
tenha uma mobilidade saudável da articulação de tornozelo, esse estresse será
transferido ao joelho, promovendo compressões e possíveis disfunções articulares.

JOELHO: Diferente da articulação de tornozelo, quadril, região torácica e gle-


noumeral, a articulação do joelho precisa promover estabilidade e não mobili-
dade. Grande parte do programa de treinamento voltado a redução da incidên-
cia de lesões em atletas de futebol está alicerçado na promoção da estabilidade
de joelho. Em outras palavras, a prescrição de treinamento que não está objeti-
vada na materialização da estabilidade de joelho, está fadada ao fracasso. É ne-
cessário que o joelho permaneça estável em qualquer ação especifica do jogo
e, a falta de mobilidade de algumas articulações podem gerar instabilidade de
joelho. A exemplo disso, como já citado anteriormente, o tornozelo móvel é fun-
damental, agora vamos entender o mecanismo do quadril.

QUADRIL: O quadril também adota uma responsabilidade significativa para a


manutenção da integridade do joelho. Pesquisas apontam que a instabilidade e
imobilidade de quadril é propiciadora da rotação interna e adução do fêmur,
causando estresse rotacional do joelho - em alguns casos culminando em lombal-
gia (Boyle., 2013). Com o quadril fraco, em suas ações de extensão ou flexão, o
movimento produzira uma disfunção anatômica, gerando mecanismo compen-
satório na coluna lombar.

1.1 MINI BAND / HEATING and NEURAL ACTIVATION

Mini-Band consiste em uma faixa elástica de diferentes intensidades cujo a sua


disponibilidade de movimentos são diversas. Esse acessório é utilizado costumeira-
mente em três posições especificas de membro inferior como na direção do vasto
medial – acima do joelho -, tuberosidade de tíbia – abaixo do joelho – e na direção
do tendão de Aquiles – tornozelo. Além disso, a utilização dessa ferramenta pode
ser utilizada para membros superiores como a cintura escapular, articulação gle-
noumeral, manguito rotador etc. Em termos de biomecânica, quanto mais distal
estiver a resistência localiza maior será a força exercida pelo braço de alavanca
(Hall., 2015). Sendo assim, esse mecanismo de intensidade objetivada do movi-
mento será oriunda da necessidade real de cada futebolista.

De modo geral, a mini-band é um acessório que pode trabalhar em diversos


planos e eixos do movimento, podendo ser um ótimo estimulo para a ativação dos
Ciência do Futebol – Formando Campeões

glúteos na fase de pré-treinamento com finalidades na estabilidade de quadril,


joelhos e tornozelos (Boyle., 2015). Não obstante, através dessa fita elástica de re-
sistência contra a gravidade, é possível ativar musculaturas profundas e peque-
nas, como aquelas que estão na região central do corpo ex. o psoas e ilíaco, bem
como as articulações de membro superior. Esse equipamento poderá ser incre-
mentado em qualquer nível de aprendizagem, sendo validade sua utilização ou
não mediante o feedback do professor.

Marquinhos Oliveira Atleta do São Paulo Futebol Clube

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO EM TODOS OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM

1.2 COORDENAÇÃO MOTORA / NEURAL ACTIVATION

Coordenação motora pode ser definida como uma habilidade motora bá-
sica, capaz de controlar o movimento de forma harmônica e econômica (Roth et
al. 2015). Ter o domínio de bola, conduzi-la, fintar/driblar o adversário, encontrar o
companheiro melhor colocado para receber o passe, são as situações mais corri-
queiras do jogo de futebol, onde a demanda cognitiva e coordenativa precisam
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• METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

estar associadas para que o movimento ocorra com a melhor eficiência possível.
Ainda sobre essa complexidade sistêmica do jogo, entende-se que o desenvolvi-
mento das habilidades motoras globais são essenciais para o desenvolvimento de
novas aprendizagens na fase das habilidades motoras especificas (Gallahue et al.
2005). Em outras palavras, coordenação motora é caracterizada como determi-
nantes no processo de controle e regulação do movimento, possibilitando a
aprendizagem de novas habilidades técnicas especificas (Greco., 2013). Dentro
de nossa metodologia, o desenvolvimento dessa habilidade motora será utilizada
como mecanismo de ativação neural no período de aquecimento e desenvolvida
em atletas que estão adentrando no período do pico de velocidade de cresci-
mento – estirão.

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO EM TODOS OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM


Ciência do Futebol – Formando Campeões

1.3 LEVANTAMENTO TURCO / NEURAL ACTIVATION

O levantamento turco é uma das técnicas mais especificas dentro de nosso


programa de treinamento, uma vez que a sua execução permite que o futebolista
realize todos os componentes da pirâmide como a mobilidade de quadril, ativa-
ção neural, estabilidade da cintura escapular, estabilidade do core além de ser
executado em alguns momentos com a perna unilateral. Os atletas irão realizar
esse movimento de 3 a 5 repetições para cada lado no período de aquecimento.

Leonardo Florindo (Nanão) atleta do Osasco Audax Futebol Clube

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO EM TODOS OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM

1.4 NECESSIDADE ESPECIFICA / SPECIFIC NEED

A necessidade especifica é o segundo pilar de nossa pirâmide, onde buscare-


mos identificar através das avaliações físicas inicias, potenciais de melhoramento
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• METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

para o desenvolvimento qualitativo do atleta. Neste momento, será possível en-


contrar atletas com necessidades extremas de maior mobilidade das articulações,
educativos de corrida, coordenação motora grossa e fina, equilíbrio, ênfase na
liberação miofascial de alguma musculatura e até mesmo algum movimento que
o futebolista tenha dificuldade de executa-lo. Portanto, acredita-se que o grande
diferencial desse pilar é despertar no atleta a senso crítico de melhora, com base
nos dados das avaliações iniciais, buscando sempre a necessidade de evolução
consciente. Todos os atletas receberão uma planilha individual, representando a
sua necessidade de melhora, facilitando a identificação de possíveis disfunções
que serão trabalhadas até a próxima avaliação que irá percorrer de três em três
meses.

1.5 ESTABILIDADE DO CORE / ESTABILITY CORE

Muito têm se falado sobre a estabilidade e fortalecimento do core nas princi-


pais agremiações esportivas, o que ocorre é que nem sempre ele é evidenciado
com objetivos claros e definidos por grande parte daqueles que aplicam o treina-
mento. Resumidamente, o core é centro do corpo, consistindo em alguns grupos
musculares externos e profundos, extremamente importantes para a prevenção e
performance no esporte. Dentre eles, encontra-se a musculatura do abdômen –
reto abdominal, transverso do abdômen, oblíquo interno e externo – quadril – adu-
tor longo, ilio, psoas, pectíneo, glúteos mínimo, médio e máximo – sendo esses os
músculos predominantemente utilizados como estabilizadores – inibidores de mo-
vimento. O core é cilindro, possui frente, verso, laterais e parte superior e inferior,
sendo, portanto, fundamental treina-lo em todas as partes. O centro do nosso
corpo é considerado um dos principais expoentes para gerar forca para as extre-
midades. Acredita-se que, para gerar força no membro inferior ou superior do
nosso corpo, é necessário que haja estabilidade – antirrotação- do centro, sem
movimentos compensatórios da coluna vertebral ou pelve do quadril. Pesquisas
apontam que todo e qualquer movimento que gera algum gral de tensão muscu-
lar, precisa ser transmitida do solo e passa inevitavelmente pelo centro do corpo
(core). Em outras palavras, a força do tronco engloba estabilidade do core, esta-
bilidade de quadril, estabilidade de ombro e capacidade de transmissão da força
do solo para as extremidades (Boyle., 2015).
No senso comum, alguns grupos musculares são negligenciados nos mais di-
versos movimentos que julgamos ser funcionais. Em especial, os glúteos é o princi-
pal grupo muscular responsável por gerar estabilidade e eficiência funcional do
Ciência do Futebol – Formando Campeões

CORE. Convencionalmente, é possível encontrar atletas profissionais que ainda


não conseguem utilizar adequadamente a musculatura glútea e do core, acarre-
tando em possíveis distensões musculares em consequência do déficit funcional.
No entanto, o fortalecimento do glúteo minimiza a incidência de lesões do joelho,
lombalgia, distensão dos músculos do jarrete (atrás da coxa) e dor anterior de qua-
dril. Só esses benefícios já são contundentes e valiosos para a aplicação de treina-
mentos com ativação do centro.

Mario Vasconcellos atleta do Sport Clube Corinthians Paulista

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO EM TODOS OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM

1.6 TREINAMENTO DO CORE ROTACIONAL / ESTABILITY CORE

O treinamento rotacional é uma combinação essencial de força e fortaleci-


mento do core (Boyle., 2015) para o jovem futebolista dentro do período de for-
mação qualitativa a longo prazo. Consiste em realizar movimentos rotacionais/gi-
ratórios com liberação de tornozelo, joelho e quadril, deixando mais harmonioso o
movimento especifico do jogo. Longe do senso comum, acredita-se que os exer-
cícios rotacionais devem ser específicos em cada região do corpo, podendo tra-

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• METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

zer benefícios ou malefícios dependendo da forma que for executada. A capaci-


dade de resistir ou evitar a rotação é mais importante do que a capacidade de
gerar a rotação (Boyle., 2015). Assim, é possível afirmar que antes mesmo do fute-
bolista gerar movimento de rotação, é necessário que ele adquira força para su-
portar a resistência de rotação do que gerar o movimento propriamente dito. Em
especial, é necessário que os futebolistas adquiram a conscientização corporal
sobre as regiões responsáveis pela rotação como o quadril e articulação esca-
pulo-torácica. Em todos os movimentos, a rotação de coluna lombar pode gerar
perigos consideráveis.

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO SOMENTE NO NÍVEL 2 DE APRENDIZAGEM

1.4 TREINAMENTO DE FORÇA PARA CRIANÇAS / FORCE

No senso comum, encontra-se questionamentos sobre o treinamento de


força para crianças e jovens, esse tópico - com base em estudos científicos -
tem por intenção final mostrar o real benefício do treinamento de força para
Ciência do Futebol – Formando Campeões

jovens e crianças na pré-puberdade, púberes e pôs-púberes quando bem


operacionalizados. Acredita-se que o treinamento de força para criança pos-
sui sua real importância na formação de atletas de alto rendimento se bem
aplicada, orientada e de caráter progressivo, sem ocasionar em lesões muscu-
loesqueléticas (Malina et al., 2009) como apontada no senso comum. O trei-
namento de força possui diversos objetivos no crescimento e desenvolvimento
dos futebolistas, dentre eles está a diminuição da incidência de lesões e au-
mento da densidade óssea quando comparada com as crianças que não pra-
ticam treinamentos de força (Rhea., 2009).
O treinamento de força para crianças e jovens é assunto de grande debate
no contexto acadêmico, se tornando um dos assuntos cada vez mais explo-
rado dentro da literatura especializada. Embora, seja uma temática bastante
evidenciada e discutida nos meios universitários e esportivos, ainda não há
uma unanimidade de opiniões sobre esse assunto vigente – muita das vezes
por falta de conhecimento sobre a fisiologia infantil. Antes de ramificar as par-
ticularidades desse conteúdo em destaque, é necessário que o profissional
seja conscientizado acerca das individualidades biológicas e interesses de
cada esportista. Além dos aspectos fisiológicos, é de fundamental importância
que o indivíduo não tenha o seu desenvolvimento funcional interrompido. Ou
seja, antes dos jovens esportistas aumentarem suas capacidades nas diferen-
tes manifestações de força, é necessário que ela possua uma vivencia motora
ampla e seja detentor de um domínio dos elementos específicos da modali-
dade. Portanto, é necessário que não se pule nenhum processo de formação,
minimizando as margens de erros conceituais na elaboração de qualquer mé-
todo de treinamento de força.
A efetividade do treinamento de força também é um assunto bastante di-
fundido no contexto já referido, a Associação Nacional de Força e Condicio-
namento, as Sociedades de Medicina Desportiva e a Academia Americana
de Pediatria convergem nas opiniões quanto a fundamentação do treina-
mento de força para crianças e jovens. Essas instituições afirmam os benefícios
desse tipo de treinamento prescrito corretamente e supervisionadas por profis-
sionais capacitados. O Treinamento de força para criança tem por objetivo
viabilizar o aumento dos níveis de força em consequência da maior coorde-
nação neuromuscular (Rowland., 2008), consequentemente, aumento de per-
formance e redução do índice de lesões. Dentre esses benefícios podemos
encontrar o relacionado à maior liberação do hormônio GH - viabilizador do
crescimento - aspectos psicológicos e sociais (Malina; Bouchard, Bar-Or 2009,
McArdle et al., 2016, Wilmore & Costill., 2016). O pico de aumento da força

18
• METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

ocorrerá somente durante e apôs a puberdade em decorrência do maior au-


mento da massa muscular, aumento da secção transversa do musculo – fibras
com diâmetros maiores com maiores pontes cruzadas nos filamentos de actina
e miosina. Esses filamentos são os responsáveis por gerar a contração muscular
(Rhea., 2009). Por fim, o principio objetivado da implementação do método de
treinamento com o caráter de estimular as manifestações de força, deve ter
apenas esse fim, estimular. Sendo assim, não é recomendado que o treina-
mento de força aumente demasiadamente os seus níveis, excedendo os limi-
tes eminentes do esportista e nem mesmo objetivar o aumento hipertrofia mus-
cular - secção transversa do musculo - antes do jovem atingir a plena maturi-
dade.

Guilherme Basaglia Atleta do São Paulo Futebol Clube

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO EM TODOS OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM


LIBERAÇÃO MIOFASCIAL / RECOVERY

Consiste em gerar estresse muscular, provocando as respostas das substancias


químicas com rapidez no processo de cicatrização da musculatura – uma vez que
esta está fadigada pelo excesso de treinamento – e manter o musculo saudável
(Boyle., 2015). O fisioterapeuta Mike Clark recebe os créditos pela exploração ini-
cial do rolo de espuma ofertando na liberação miofascial. Esse benefício é oriundo
em decorrência da maior inclusão de oxigênio, sangue e nutrientes no musculo
conforme é possível observar na imagem 1. Além desses fatores apontados, a libe-
ração miosfascial auxilia no relaxamento da musculatura, minimizando o encurta-
mento muscular e/ou redução na amplitude de movimento. Assim, com a utiliza-
ção dessa técnica, é possível gerar maior comprimento tecidual, permitindo o fu-
tebolista a realizar movimentos mais “limpos” nas ações especificas do jogo, bem
como, alongar-se melhor.
A liberação miosfascial antes do exercício auxilia na diminuição de densidade
muscular, possibilitando mais qualidade no aquecimento. Já as realizações da li-
beração após os exercícios são benéficas para maximizar o tempo de recupera-
ção do atleta. Quanto a quantidade dessa pratica durante a semana, para Clair
& Anber Davies (apud., Boyle, 2015) autores do The Tringger Point Therapy Work-
book, recomendam em até 12 vezes no dia em situações extremas. Com base
nesses autores credenciados na área da fisiologia e fisioterapia, a liberação mio-
fascial pode ser realizada por diversas vezes durante o dia dependendo da neces-
sidade eminente de cada futebolista. Esta abordagem será um dos principais ex-
poentes da metodologia em questão, acreditando que através de sua pratica
iremos reduzir a incidência de lesões.

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO EM TODOS OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM


IMAGEM 1 – Liberação Miofascial na musculatura do Quadríceps

METODOLOGIA DE TREINAMENTO APLICADA EM FORMATO DE NIVEIS

Todo atleta inserido nesse modelo de periodização de treinamento será clas-


sificado dentro de seis fases de desenvolvimento. Cada classificação possui suas
características especificas, onde o nível de complexidade irá aumentar medi-
ante a evolução de cada futebolista, respeitando todas as fases de aprendiza-
gens. O princípio objetivado em fomentar essas fases evolutivas de progressão,
está em ofertar de forma mais criteriosa o desenvolvimento qualitativo a longo
prazo, buscando atender as demandas biológicas e de aprendizagem, enten-
dendo que cada futebolista apresenta necessidades especificas. Em suma,
busca-se oferecer um caminho norteador de aprendizagem, cerceando uma la-
cuna nas categorias de base, onde nem sempre o processo de desenvolvimento
físico ocorre de maneira padronizada.
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

CRITÉRIOS DE CREDENCIAMENTO

O nível 1 é caracterizado como a fase inicial de envolvimento da metodolo-


gia. Neste período o atleta iniciando estará sendo submetido a uma variação sig-
nificativa de movimentos básicos de coordenação motora, agachamento,
avanço e combinação deles. Essa fase é propicia para gerar maior conscientiza-
ção corporal no atleta através de educativos biomecânicos dos movimentos cita-
dos, além de oferecer a possibilidade ao atleta de experimentar todos os equipa-
mentos concedidos na Ciência do Futebol. A progressão para a fase posterior con-
siste nos critérios de evolução adotados pelo Functional Moviment Screening
(FMS), onde o futebolista terá que realizar a prancha em decúbito ventral, dorsal
e lateral durante 30seg. Além disso, o futebolista iniciante terá que ter adotado o
padrão das variações do agachamento tido como ideal para método da Ciência
do Futebol.

CRITÉRIOS DE PROGRESSÃO: O credenciamento para a fase do nível 2, o fute-


bolista necessita realizar o movimento sem perder o contato do calcanhar com o
chão, não poderá haver oscilações de quadril, compensação predominante para
o lado direito/esquerdo, não poderá ocorrer a rotação interna da patela e assi-
metria de ombros com braços estendidos. Além disso, o agachamento com base
alternada também será avaliado seguindo os mesmos critérios adotados pelo FMS,
onde será possível avaliar a mobilidade de quadril, reto femoral e estabilidade de
joelho. Após a avaliação criteriosa de todos esses movimentos básicos, o futebo-
lista será analisado para saber se está apto ou não para iniciar no nível 2. (A ava-
liação desse nível será feita mensalmente e mesmo o futebolista estando neste
nível, poderá haver a possibilidade de ser submetido aos estímulos de outros mo-
vimentos básicos da fase 2 e 3).

ATLETAS COM OBJETIVOS NA REDUÇAÕ DA INCIDÊNCIA DE LESOES FAZEM PARTE DESSE NIVEL.

22
AGACHAMENTO BILATERAL

Bruno Fidalgo atleta do São Paulo Futebol Clube


•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

AGACHAMENTO COM BASE ALTERNADA

Rafael Marin atleta da Sociedade Esportiva Palmeiras

24
FORTALECIMENTO DA REGIÃO CENTRAL

O nível 2 é o período em que as formalizações dos treinamentos irão possuir


um caráter mais sistemático através de movimentos dinâmicos e com bases instá-
veis. Após o futebolista já possuir uma familiarização com os movimentos básicos
de força e fortalecimento da fase anterior, este será o momento em que o mesmo
terá que manter o controle mecânico em ações dinâmicas através de ações vo-
luntarias e involuntárias causadas pela base instável. Os planos e eixos do movi-
mento será explorado de todas as formas, gerando o máximo de estímulo com
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

instabilidade para o futebolista buscar o equilíbrio do core, extremidade superior


e inferior. Neste nível de desenvolvimento, os movimentos de força serão realizados
partindo de uma base instável, buscando gerar maior complexidade e eficiência
motora em movimentos oriundos da realidade de jogo. Em outras palavras, o fu-
tebolista terá que manter a integridade das curvaturas anatômicas em movimen-
tos voluntários de mobilidade e mudança de direção, bem como em movimentos
que possuem o agente agressor da instabilidade dinâmica. Embora o ideal seja
trabalhar com bases estáveis para gerar maior ganho de força, este nível 2 está
alicerçado nos conceitos característicos do jogo de futebol, buscando não ape-
nas gerar força estável, mas, também, prevenir lesões. (A avaliação desse nível
será feita bimestralmente e mesmo o futebolista estando neste nível, poderá haver
a possibilidade de ser submetido aos estímulos de outros movimentos básicos da
fase 1 e 3).

ATLETAS COM OBJETIVOS NA REDUÇAÕ DA INCIDÊNCIA DE LESOES FAZEM PARTE DESSE NIVEL.

CRITÉRIOS DE PROGRESSÃO: A progressão para a fase posterior consiste nos cri-


térios de evolução adotados pelo Functional Moviment Screening (FMS), para o
critério de avaliação da força, o futebolista terá que realizar 8 agachamentos no
disco de equilíbrio e 8 agachamentos com base alternada com o dorso do pé
posterior preso no TRX. Para os critérios avaliativos da estabilização e fortaleci-
mento, o atleta terá que está apto a realizar de 8 flexoes de braços e “rolluts” sobre
a bola suíça em posição de prancha em decúbito ventral, além de realizar a pran-
cha em decúbito ventral com o MobBar durante 30 seg.

26
Mario Vasconcellos atleta do Sport Clube Corinthians Paulista
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

Nikolas Andrade Atleta do Clube Atlético Juventus

Gabriel Maioli Atleta do São Paulo Futebol Clube


28
O nível 3 consiste em exercícios unilaterais (um pé no solo), tornando-se mais
especifico para esportes com base no solo (Boyle., 2015) e neste caso, extrema-
mente essencial para o futebol. Movimento unilaterais, além de seres específicos
para o futebol, eles proporcionam maior ativação das estruturas de força no qua-
dril, abdutores e os rotadores externos, otimizando adaptações contundentes para
estabilização de joelho em movimentos em planos frontais e transversos. Ainda so-
bre a anatomia dos grupos musculares trabalhados nessa fase, os extensores de
quadril também devem ser trabalhados com base unilateral. De forma mais sim-
ples, o treinamento funcional com uma base de apoio, gera adaptações mais es-
pecificas para o futebol além de proporcionar maior estabilização de joelho em
movimentos característicos do jogo como corrida em linha reta, mudanças de di-
reções, trombadas, finalizações etc. além de promover maior adaptação/consci-
entização corporal e potencialização dos mecanismos de redução de lesão do
LCA – Ligamento Cruzado Anterior. A progressão desse estagio consiste em au-
mentar a amplitude de movimento sem dor e, no segundo momento, aumento de
sobrecarga (Boyle., 2015). Nesta etapa, todos os movimentos são realizados em
decúbito (deitado), progredindo até chegar a posição especifica do futebol – em
pé – período este que atende a aproximação para o nível 4. (A avaliação desse
nível será feita trimestralmente e mesmo o futebolista estando neste nível, poderá
haver a possibilidade de ser submetido aos estímulos de outros movimentos básicos
da fase 1/2 e dos movimentos contidos do nível 4 na tabela 2).

CRITÉRIOS DE PROGRESSÃO: A progressão para o nível 4 consiste nos critérios


de evolução adotados pelo Functional Moviment Screening (FMS), onde o futebo-
lista terá que realizar a prancha em decúbito ventral e dorsal apenas com um
membro superior no chão, sem gerar instabilidade de quadril, compensações es-
capulo torácica, perca da anatomia funcional e caibras nos isquiotibiais. Já o se-
gundo critério de credenciamento do atleta para o próximo nível consiste no aga-
chamento unilateral em contato com o solo e plataforma sem gerar sobrecarga
no ligamento patelo femoral - tirando o calcanhar do chão – perca da anatomia
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

funcional do tronco e dominância de quadril. Além disso, o atleta terá que subir
na plataforma em espécie de avanço e não gerar falseio de joelho tanto na fase
concêntrica como excêntrica.

Bruno Lima Atleta da Sociedade Esportiva Palmeiras

30
O nível 4 é uma fase que pode perdurar algumas sessões de treinamento até
que o futebolista consiga realizar com perfeição as fases anteriores. Esse período
consiste com aquele gesto mais especifico para a modalidade (Boyle., 2015, Cam-
peiz et al., 2015) uma vez que adota a posição especifica do jogo. O nível 4 é o
período em que o futebolista irá realizar todos os movimentos anteriores com base
uni-lateral com sobrecarga e, adotando alguns gestos específicos da natureza
real do jogo. Esse método acredita-se ser o mais rico em especificidade pois, em
quase todas as ações de jogo os atletas estão com apenas uma perna em con-
tato com o solo. Este nível de desenvolvimento não possui o caráter de complexi-
dade uma vez que o futebolista já está adaptado as fases anteriores, o que se
busca neste período de progressão é o aumento da cargabilidade. Para o atleta
da Ciência do Futebol advindo da fase 1 de aprendizagem, este nível será permi-
tido mediante a uma periodização mínima de 1 ano - sempre respeitando as fases
de aprendizagem de cada indivíduo.

O nível 5 adota uma fase de especialização total ao componente de força


explosiva mais eficaz voltado ao esporte (Coutinho et al., 2014). Neste período,
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

embora ainda seja conhecido com a fase de educação ao movimento, o fute-


bolista já estará adaptado aos movimentos básicos do LPO pois, serão vivenciados
em forma de aquecimento nos níveis anteriores. Sendo assim, nesta fase, o atleta
estará executando todos os movimentos básicos de LPO com sobrecarga acima
de 20% de seu peso corporal e partindo para progressões ainda maiores. No en-
tanto, sabe-se que, para o jovem futebolista atingir o nível ótimo de perfeição para
subir a essa etapa, ira demandar alguns anos de pratica nos treinamentos, ou seja,
esse nível é para atletas que já estão conosco a mais de 1 (um) ano de treina-
mento intensivo.

EXERCÍCIOS COM BASE UNILATERAL

Exercícios unilaterais são de extrema importância para o futebol, uma vez que
atende a especificidade da modalidade além de estimular os estabilizadores pél-
vicos de quadril (Boyle., 2015). A prescrição de exercícios dessa natureza propor-
ciona diversas finalidades como a dominância de quadril, conscientização corpo-
ral, força concêntrica, excêntrica, com bases estáveis ou instáveis dentre outros
fins. Pense em qualquer ação especifica do futebol, todas elas possuem um cará-
ter de serem uni-laterais (uma perna no chão), tanto o movimento de corrida,
como passe, chute, drible etc. No entanto, é fundamental que o futebolista seja
estimulado a treinar mediante uma gama variada de situações que atenda a re-
alidade eminente da modalidade.
O treinamento de força unilateral possui diversos benefícios relacionados as
capacidades físicas, mas não pode ser negligenciado os aspectos voltados ás ha-
bilidades motoras. Movimentos com essa natureza desperta melhor a conscienti-
zação corporal, equilíbrio, coordenação, noção de espaço etc. Sendo assim, es-
ses movimentos também serão utilizados com base no desenvolvimento dessas
habilidades motoras básicas, entendendo toda a sua validade dentro do processo
de crescimento e desenvolvimento. Por fim, com todos esses benefícios com base

32
em evidencias que alicerçam a validação desses movimentos, partimos do princí-
pio paulatino para angariar a familiarização desse movimento por parte do atleta,
levando sempre em consideração os fatores de aprendizagem.

Joao Cruz Atleta do Santos Futebol Clube

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO SOMENTE NO NÍVEL 3 DE APRENDIZAGEM

PLATAFORMA DESLIZANTE - SLIDE BOARD

A plataforma deslizante consiste em uma superfície lisa que permite o desliza-


mento do futebolista lateralmente. Esse equipamento é um dos mais eficientes
para os futebolistas uma vez que pode ser caracterizado como específicos da mo-
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

dalidade pois, os movimentos laterais de membros inferiores fortalecem os aduto-


res e abdutores da coxa. A plataforma deslizante trata-se de um equipamento
raro, direcionado especialmente para movimentos laterais específicos para o fu-
tebol (Boyle., 2015). Todos as ações especificas do futebol consiste em uma semi-
flexão de joelho e quadril, posições que podem ser trabalhadas com deslizamen-
tos laterais na plataforma lisa, gerando maior fortalecimento dos adutores, abdu-
tores e flexores de quadril, consequentemente, reduzindo as chances de lesões na
região inguinal (Boyle., 2015).

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO SOMENTE NO NÍVEL 2 DE APRENDIZAGEM

Marquinhos Oliveira Atleta do São Paulo Futebol Clube

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TRX – FITA DE SUSPENSÃO

A fita TRX consiste em uma faixa suspensa que permite o futebolista trabalhe
diversos movimentos com finalidades diferentes como força, fortalecimento, coor-
denação, conscientização corporal etc. em de cadeia fechada ou aberta. O
treinamento suspenso é um novo conceito de treinamento adotado pelas prin-
cipais equipes do cenário mundial, com objetivos voltados a assertividade do de-
sempenho relacionado ao equilíbrio, potência e velocidade do movimento. Ou
seja, esse tipo de equipamento é utilizado não somente para gerar performance
mais para angariar na redução do índice de lesões dos atletas, independente-
mente da idade.

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO SOMENTE NO NÍVEL 2 DE APRENDIZAGEM

João Moreira Atleta da Sociedade Esportiva Palmeiras e Osasco Audax


•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

KETTLEBELL

O método de treinamento de Kettlebell vem ganhando destaque nos últimos


anos, sendo pela primeira vez operacionalizado na Rússica com objetivos claros
de aumento de força, aumento de mobilidade estática e dinâmica juntamente
com a coordenação motora e estabilização do core. Os benefícios do treina-
mento com Kettlebell são abrangentes, aonde trabalha-se o corpo de forma inte-
grada, sendo geralmente executado na posição em pé. Por ser um treinamento
com peso (4 Kg, 6Kg e 8Kg) a biomecânica/técnica será um dos pilares que irão
alicerçar qualquer prescrição de treinamento, para isso, esse método será apli-
cado para aqueles futebolistas que já possuem um grau de familiarização signifi-
cativo.
Em especial, os objetivos característicos do treinamento com o Kettlebell se-
gundo os conceitos defendidos por Cotter (2015) e na promoção do aumento da
agilidade, equilíbrio, coordenação, força, resistência e potência. Além desses be-
nefícios, a predominância dos movimentos com Kettlebell nos permite trabalhar
dentro da especificidade uni-lateral de membros superiores como a cintura esca-
pular, sendo responsável pela proteção de bola contra o adversário, auxilio nas
quedas etc.

ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO SOMENTE NO NÍVEL 4 DE APRENDIZAGEM

LEVANTAMENTO DE PESO OLÍMPICO (LPO)

Ainda não foi descoberto – ou documentado - nenhum método de treina-


mento com objetivos voltados ao aumento de força e potência que seja mais efe-
tivo do que o levantamento de peso olímpico. O levantamento de peso olímpico
além do atleta possuir uma força integrada, ele necessita de uma técnica extre-
mamente apurada para conseguir levantar o maior número de carga possível
(Dantas., 2014). Pensando nisso, a Ciência do Futebol foi a procura de diversas
36
literaturas que explorassem o ensino da técnica de todos os movimentos caracte-
rísticos do LPO. Sabe-se que este método de treinamento é um tanto quanto peri-
goso em sua pratica, uma vez que as cargas vencidas pelos atletas ultrapassam o
próprio peso do seu corpo. Primeiro desenvolveremos a técnica de movimento
com barras livres – bastão – até atingirmos a mecânica ideal de movimento, mini-
mizando o máximo possível de chance de possíveis lesões na fase 5 da metodolo-
gia da Ciência do Futebol.
Os benefícios ao treinamento do LPO são assertivos, além de aumentar signifi-
cativamente a força do atleta, ela otimiza o controle neural ao movimento, cons-
cientização corporal, equilíbrio, estabilidade glenoumeral, cintura escapular, cin-
tura pélvica do quadril e estabilidade do core (Oleshko., 2008). Só com esses be-
nefícios já é o suficiente para ensinarmos as técnicas educativas de todos os mo-
vimentos do LPO – snatch e clean and jerk - para as crianças, visando-as em um
futuro próximo ao alto rendimento, buscando ter os atletas mais fortes e resistentes
do futebol. Para Dantas (et al., 2014) é indispensável o treinamento de LPO para
esportes que exijam saltos, lançamentos e corridas em alta velocidade com mu-
dança de direção. Sendo assim, é possível dizer segundo a teoria defendida pelos
autores que o treinamento de LPO para futebolistas é indispensável.
Ao contrário do que o senso comum pensa, o treinamento de LPO não atinge
um índice lesivo aos praticantes, muito pelo contrário, o LPO SYSTEM promove além
do aumento de performance, a redução da incidência de lesões osteomuscula-
res, algo que se torna fundamental para o futebol, cujo a característica se consiste
em contato permanente com os adversários. Corroborando com tais pressupostos
apresentados, o LPO SYSTEN é uma ótima ferramenta na redução da incidência
de lesões (Dantas., 2014).
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

Matheus Silva Atleta do Red Bull Brasil


ESTE CONTEÚDO ESTÁ INCLUSO SOMENTE NO NÍVEL 5 DE APRENDIZAGEM

AVALIAÇÕES INICIAIS

Fazendo uma abordagem mais suscita daquilo que temos como perspectiva
na formação do futebolista, iremos externar alguns conteúdos práticos que serão
aplicados antes da ministração da primeira sessão de treinamento. Como já men-
cionado, o treinamento particularizado tem a intencionalidade exclusiva de aten-
der as reais necessidades do atleta. No entanto, para entender as necessidades,
será necessário que o mesmo seja submetido as avaliações físicas que nos trará
38
dados significantes para qualquer prescrição de treinamento. Sendo assim, os tes-
tes de aplicação serão os seguintes:

1- Maturação biológica pelas variáveis antropométricas de Mirwald


(2002);

2- Força explosiva (PowerJump);

3- Resistência abdominal (PROESP-BR);

4- Curvaturas de crescimento (OMS);

5- Nutricionista: Índice de Massa Corporal (IMC - OMS);

6- Nutricionista: Percentual de gordura (%G – OMS);

7- FUNCIONAL MOVIMENT SCRENING (FMS);

8- Biomecânica PHYSIOMAAP (agachamento);

9- Technique (Amplitude de movimento no agachamento);

10-MOBILIDADE DE TORNOZELO na parede de Boyle;

11-Flexores de quadril psoas e ilíaco;

12-Valgo de joelho na queda da plataforma de 38cm;

13-Valgo de joelho descendo da plataforma.


•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

MATURAÇÃO BIOLÓGICA

A maturação é um estado continuo de amadurecimento que todo


ser humano passa no percurso natural da vida, aonde suas funcionalida-
des orgânicas e psíquicas sofrem por modificações (Gallahue & Ozmun.,
2005). A velocidade de progressão biológica de um indivíduo na fase pu-
bertária poderá variar de acordo com os fatores genéticos e ambientais,
aonde eles se compõem de maneira direta. Pesquisas apontam Matsudo
e Matsudo (1991); Malina (1988) que a velocidade progressiva de matura-
ção poderá ocorrer em ritmos diferentes, sendo consideradas como pre-
coce ou tardia, aonde ambos precisam ser identificados para que não
haja erros na prescrição de treinamento. Estudos comprovam que garotos
que apresentam maturação precoce na puberdade também foram sub-
metidos a unidades de treinamento precoces, aonde não foram respeita-
das as fases sensíveis do desenvolvimento, momentaneamente trazendo
resultados, mas que acarretariam em uma desvantagem no momento de
nivelamento da maturação Ross, Rose e Ward (1991); (apoud, Arruda
p.44-45), devido ao fato do não oferecimento de estímulos provenientes
ao seu desenvolvimento em fases sensíveis.

MATURAÇÃO BIOLÓGICA E DESEMPENHO MOTOR

A maturação tem uma estreita relação com os fatores de desempe-


nho, aonde as capacidades funcionais dos jovens aumentam em virtude
do ganho de força (massa muscular) e, a força em detrimento dos hormô-
nios da testosterona (Arruda et al., 2013). Quanto ao fator de crescimento,
é notório que a criança conforme cresce, começa a possuir maiores de-
sempenhos em tarefas motoras, principalmente aqueles que dependem
da força e velocidade (Malina; Bouchard; Bar-or, 2009). O ambiente que a
40
criança se insere e os estímulos que esse determinado contexto oferece,
ira influenciar diretamente o desempenho motor (Rigolin., 2006).

Sabe-se que existem duas vias energéticas responsáveis por gerar


energia em atividades de curta duração e altíssima intensidade, conhe-
cida como vias anaeróbias alática – ATC CP e lática – glicolítica. Pesquisas
apuraram que durante o estirão de crescimento, essas duas vias energéti-
cas citadas aumentam significativamente (Mortati., 2006).

FUNCTIONAL MOVEMENT SCREEN – FMS

O Functional Movement Screening (FMS) é uma análise funcional do movi-


mento idealizada por Gray Cook e Lee Burton capaz de observar os padrões de
movimento e desequilíbrios bilaterais (Boyle., 2015,) tanto muscular como articular.
Com essa análise criteriosa do padrão de movimento do futebolista, será possível
desmistificar potenciais de lesões que o atleta poderá enfrentar de médio a longo
prazo. Com o advento do avanço dessas técnicas de avaliações funcionais e sua
validação cientifica, o FMS se tornou uma ferramenta utilizada pelas principais
equipes de futebol em cenário mundial, servindo como uma diretriz valiosa na
prescrição de qualquer treinamento cujo objetivo esteja alicerçado na formação
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

qualitativa a longo prazo. Através desses testes, será possível avaliar os movimen-
tos e identificar de forma objetiva os pontos fracos e assimetrias existentes dos fu-
tebolistas.

Lucas Dal Secco Atleta do Red Bull Brasil

42
AVALIAÇAO: Power Jump e Curva de Crescimento OMS
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

AVALIAÇAO: Physiomaap e Technique

AVALIAÇAO: Mobilidade de Tornozelo


44
AVALIAÇAO: Valgo de Joelho

Para melhor esclarecimento da necessidade eminente de aplicação dos


métodos, iremos abordar genericamente sobre a importância de entendermos
cada um deles. Começando pelo método que irá nortear todo o nosso trabalho
(1) matuação biologica: com essa avaliação teremos a idade em que a criança
ira alcançar o Pico de Velocidade de Crescimento (PVC – Estirão) e o período
pubertário que o jovem se encontra; (2) Power Jump: avaliar a distância em cen-
tímetros vertical saltada pelo futebolista; (3) Resistencia abdominal: buscando
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

quantificar o quão resistente é parede anterior em repetições máximas durante


1min; (4) Curvas de Crescimento: avaliar ás possíveis normalidades de crescimento
de acordo com as curvas oferecidas pela Organização Mundial da Saúde; (5) Nu-
tricionista Índice de massa corporal: avaliar a estimativa do índice de massa total
do futebolista; (6) Nutricionista Percentual de gordura: avaliar a estimativa de por-
centagem de gordura corporal total; (7) Functional Movement Screning: avali-
ando os padrões de movimento e possíveis disfunções; (8) Biomecânica Physi-
omaap: capaz de identificar possíveis desvios no agachamento através da ima-
gem; (9) Technique: sendo possível identificar o grau de amplitude do movimento
no agachamento; (10) Mobilidade de tornozelo: onde entendemos ser uma das
avaliações mais ricas em termos de movimento eficiente, sendo capaz de avaliar
se existe disparidade entre a mobilidade do tornozelo direito quando comparado
ao esquerdo e virse-versa; (11) Psoas e Ilíaco: avaliar os flexores de quadril através
do teste de sua resistência e (12/13) Valgo de joelho: podendo avaliar possíveis
rotações internas da patela, minimizando as estimativas de lesões do LCA.
QUADRO 1

NUMERAÇÃO DE EVIDENCIAS SOBRE OS METODOS DE TREINAMENTO PARA FORMAÇÃO

AUTORES ETAPAS DO PROCESSO METODOLÓGICO

AVALIAÇÃO FÍSICA Coleta de dados As avaliações físicas acontecerão de três em três meses com duas finalidades
PROESP-BR (1994) como prescrição (a) coletar dados de evolução do atleta (b) credencia-lo a progressão para
de treinamento. fase posterior das etapas aprendizagem – evolução do nível 1 para o 2 e su-
cessivamente.

HABILIDADES MOTORAS BÁSICAS Movimentos bá- A avaliação e desenvolvimento das habilidades motoras básicas como empur-
Gallahue (2005) e Greco (2008). sicos motores. rar, segurar, sentar, levantar, pular, girar etc. Esses movimentos são a base
para qualquer atividade física e a análise da fase rudimentar, elementar e
madura é essencial.

FUNCIONAL Princípios bá- Mobilidade Estabilidade Força Fortalecimento


Boyle (2015) sicos do trei-
namento fun-
cional

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KEETBELL Princípios bási- Força Potência Fortalecimento
Cotter (2015) cos do treina-
mento com
Keetlebell
FORÇA Tipos de força Profilaxia Funcional Explosiva
Wilmore & Costill (2009)
LPO Tipos de movi- Jerk Clean Combinação
Dantas (et al., 2014) ou Oleshko mentos
(2008)
Fonte: Elaborado pelo autor
QUADRO 2

ESPECIALIZA- POTENCIALI- PERFORMANCE


INICIAÇÃO INTERMEDIÁRIO AVANÇADO
ÇÃO ZAÇÃO (NÍVEL 6)
(NÍVEL 1) (NÍVEL 2) (NÍVEL 3)
(NÍVEL 4) (NÍVEL 5)

• Avaliação fí- • Treinamentos • Agachamento • Swing com as • Educativos de • Nível que atende a
sica; direcionados básico unila- duas mãos; LPO; toda complexidade da
• Vivência de ao início da teral com au- • Swing com • A puxada, tran- metodologia, com a
diversos base instável; xílio do trx na uma mão; sição, deslize e realização dos movi-
movimentos • Transferência plataforma; • Swing com fixação; mentos com técnica
básicos; do gesto mo- • Agachamento uma mão e aga- • Push press; perfeita em bases es-
unilateral na chamento; táveis, instáveis, com
• Correção da tor especi- • Jerk;
plataforma; • Swing com
biomecânica fico; • Clean; altas cargas e comple-
• Agachamento uma mão, aga-
do movi- • Início da fase • Combinação de xidade máxima dos
unilateral li- chamento e ex-
mento; transitória; movimentos movimentos.
vre; tensão de
• Início da • Avaliação
• Avaliação Fí- braço; com sobre-
fase transi- Físca. sica • Avaliação Fí- carga;
tória; sica. • Avaliação Física.
• Avaliação fí-
sica.
Etapas e atividades da metodologia em formato de quadro
Fontes: Greco (2008); Boyle (2015) Wilmore & Costill (2009); Cotter (2015); Coutinho (2014).
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

REDE DE PROFISSIONAIS DO NUCLEO DE FISIOLOGIA APLICADA AO FUTEBOL – CFAF

A IMPORTÂNCIA DO CENTRO DE NUTRIÇÃO APLICADA AO FUTEBOL

Toda e qualquer atividade física exige algum tipo de demanda metabólica,


acionando as vias energéticas para a produção de energia e potencial de ação.
Mediante a isso, é extremamente importante se atentarmos as orientações nutri-
cionais acerca da reposição energética após as atividades físicas (Rhea., 2009).
Além disso, sabe-se que o futebol é uma modalidade de alta performance, exi-
gindo que as reservas energéticas estejam prontas para serem utilizadas assim que
solicitada pelos músculos em qualquer atividade física, seja no treinamento ou no
jogo propriamente dito (Haraguchi., 2013). Sabe-se que, em muitos casos, jovens
futebolistas não estão devidamente alimentados para atender as demandas
energéticas impostas pelas sessões exaustivas de treinamentos em seus respecti-
vos clubes.
O processo de crescimento, desenvolvimento e maturação estão estreita-
mente relacionados aos fatores genéticos (Gallahue & Ozmun., 2005). No entanto,
os fatores ambientais como a nutrição e exercícios estão fortemente relacionados,
podendo ser de caráter prejudicial ou produtivo no processo de reprodução na-
tural da criança (Rhea., 2009). Em outras palavras, a nutrição e/ou educação ali-
mentar orientada por um profissional capacitado em conformidade com o treina-
mento, poderá resultar em ganhos significativos na formação a longo prazo do
futebolista, entendendo que essas duas ferramentas fazem parte do fator ambi-
ental responsável pelo crescimento e desenvolvimento da criança.
Portanto, tanto a educação alimentar como a suplementação alimentar – se
for necessário segundo a avaliação nutricional – são fatores que contribuem no
desempenho do futebolista nos treinos e nos jogos (Etacanelli., 2013). Pensando
nesses atributos, a Ciência do Futebol junto do seu centro de Nutrição Aplicada
ao Futebol (CNAF), buscou associar o treinamento com a alimentação individua-
lizada para cara futebolista. Entendendo que grande parte dos clubes brasileiros

48
não possuem um profissional da área nutricional em seu centro de formação e,
quando há, a abordagem nunca será individual para cada futebolista, a prescri-
ção alimentar sempre será oriunda da categoria que o futebolista se encontra.

A IMPORTÂNCIA DO CENTRO DE MEDICINA APLICADA AO FUTEBOL

Pensando em toda a sua abrangência e expansão, nossa metodologia de trei-


namento também conta com um especialista da saúde voltada ao contexto es-
portivo. Sabendo que a medicina do esporte é uma área que possui um cresci-
mento significativo nos últimos anos, entendemos que seria inevitável a presensa
de um deles em nosso centro de medicina aplicado ao futebol (CMAF). A medi-
cina esportiva não está dentro do esporte somente para promover melhor saúde
por parte dos atletas mas, também, para oferecer subsídios aos profissionais do
treinamento para que haja uma abordagem mais minuciosa sobre a necessidade
especifica de cada futebolista. Sendo assim, é possível afirmar que a medicina
esportiva é uma ótima vertente para a aquisição de melhores resultados relacio-
nados a performance e prevenção de lesões em atletas já nas fases inicias de
formação.
Neste contexto, também buscamos a finalidade de atendimento longitudinal,
onde o profissional irá acompanhar o futebolista durante todo o seu período de
formação, entendendo suas variabilidades biológicas, taxa hormonal e todos os
exames relacionados a saúde como eletrocardiograma etc. Além disso, será pos-
sível a avaliação do gás carbono e oxigênio do futebolista através da avaliação
ergoespirométrica, coletando dados significativos para gerar prescrição de trei-
namento o mais particular possível. Em suma, buscamos todos esses profissionais
para se envolverem em nosso centro de fisiologia, justamente para agregar a mul-
tidisciplinariedade, tentando atender uma lacuna grande nas grandes escolas de
futebol e/ou categorias de base e, consequentemente, otimizando a produtivi-
dade da formação a longo prazo do atleta.
•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

Dr: Renato Estrella, João Pedro e Gustavo Bexiga atleta da Ciência do Futebol

MATERIAIS ESPORTIVOS: SKLZ e GEARS

A Ciência do Futebol conta com uma das maiores empresas fornecedoras de


equipamentos de treinamento funcional do mundo. A SKLZ e a GEARS se transfor-
maram em uma referência internacional em materiais de alta tecnologia e segu-
rança para os atletas, onde principais equipes de futebol e empresas de treina-
mento contam com a parceria dessas duas grandes marcas. As duas marcas nas-
ceram pela necessidade de atender uma demanda do mercado, uma vez que o
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treinamento funcional se tornou um dos maiores métodos de treinamento para a
promoção de resultados qualitativos a longo prazo, tanto relacionado a preven-
ção de lesões como aqueles resultados relacionados a aumento de performance.

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•METODOLOGIA DE TREINAMENTO DA CIÊNCIA DO FUTEBOL

REFERENCIAS
1- Aoki, Marcelo Saldanha.
Fisiologia, treinamento e nutrição aplicados ao futebol / Marcelo Sandanha Aoki. – Jundiaí, SP. Fontoura, 2002.
Arruda, Miguel de
Treinamento de força em jovens / Miguel de Arruda, Jefferson Eduardo Hespanhol. – São Paulo; Phorte; 2009.
2- Boyle, Michael
Avanços no treinamento funcional ; Michael Boyle ; tradução: Ana Cavalcanti C. Botelho; revisão técnica; Ivan Jardim. –
Porto Alegre ; Artmed, 2015.
3- Cotter, Steve.
Treinamento com Kettlebell / Steve Cotter ; tradução: Vinicius Mancio ; revisão técnica: Ivan Jardim. – Porto Alegre ;
Artmed, 2015.
4- Dantas, Edimilson
Força e potência no esporte: levantamento olímpico/Edimilson Dantas, João Coutinho. – 2.ed. – São Paulo;
Icone. 2014.
5- Gallahue, David L.,
Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos/David L,. Gallahue, John C. Oznun,
revisão cientifica de Marcos Garcia Neira; (tradução de Maria Aparecida Pereira de Araujo, Juliana de Medeiros Pinheiros,
Juliana Pinheiro Souza e Silva). – 3.ed. – São Paulo; Phorte; 2005.
6- Garcia Manso, Juan M.
Treinamento dos músculos abdominais e lombares / Juan M. Garcia Manso, Marzo Edir Da Silva ; (tradução Mary Ha-
takeyama). – São Paulo ;Phorte, 2008.
7- Martin Dietrich
Manual de Teoria do Treinamento Esportivo / Dietrich Martin, Klaus Carl, Klaus Lehnertz; revisão cientifica Francisco-
Navarro;(tradução Martin Lobmaier). – São Paulo;Phorte, 2008.
8- Rhea, Matthew
Treinamento de força para crianças / Matthew Rhea; [tradutor Hatsuya Kimura]. – São Paulo; Phorte, 2009.
9- Rigolin, Luiz Roberto S.
Desempenho esportivo: treinamento com crianças e adolescentes / organizador Luiz Roberto Rigolin da Silva. – 2.ed. –
São Paulo; Phorte, 2010.
10- Roth, Klaus
Escola da Bola: Um ABC para iniciantes nos jogos esportivos – 2.ed – Phorte Editora.
11- Rowland, Thomas W.
Fisiologia do exercício na criança / Thomas W. Rowland ; (tradução de Maria Salete Trilelli). – 2.ed – Barueri,SP; Manole,
2008.
12- Samulski, Dietmar.

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Treinamento Esportivo 1.ed – Barueri SP; Manole, 2013.
13- Susan J. Hall
14- Biomecânica Básica / Susan J. Hall; 7 ed- Guanabara Koogan; Edição: 7ª
15- Oleshko, V. G
Treinamento de força ; teoria e pratica do levantamento de peso, powerlifting e fisioculturismo / V.G Oleshko ; tradução
de Felipe Freitas de Carvalho – São Paulo ; Phorte, 2008.

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