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PROJETO DE FORMAÇÃO DE ATLETAS DO NACIONAL A.

C SUB10/14

O GUIA DE
TREINAMENTO
ÍNDICE DE CONSULTA

• A HISTÓRIA DE UM CLUBE FORMADOR...............................................................................................3

• CIÊNCIA DO FUTEBOL - PROJETO COROA NACIONAL A.C.....................................................................4

• APLICABILIDADE DO MÉTODO DE TREINAMENTO EM FORMATO DE PIRÂMIDE..................................5

• MOBILIDADE DE TORNOZELO & QUADRIL...........................................................................................5

• ATIVAÇÃO NEURAL............................................................................................................................7

• CARACTERÍSTICAS DA CATEGORIA......................................................................................................8

• TREINAMENTO FUNCIONAL / CORE....................................................................................................9

• TREINAMENTO DE FORÇA NO FUTEBOL............................................................................................13

• RECOVER.........................................................................................................................................14

• PORQUE DESENVOLVER AS CAPACIDADES COORDENATIVAS NO SUB10/13......................................15

• AVALIAÇÃO FÍSICA...........................................................................................................................16

• REDE DE PROFSSIONAIS DA CIÊNCIA DO FUTEBOL............................................................................17

• GESTÃO DO PROJETO.......................................................................................................................19

• REFERÊNCIAS...................................................................................................................................20
A HISTÓRIA DE UM CLUBE FORMADOR – CELEIRO DE CRAQUES
Oficialmente, a data de fundação do Nacional Atlético Clube é 16 de fevereiro de 1919,
mas surgiu em 1903 da iniciativa de funcionários da São Paulo Railway Company, uma
companhia ferroviária inglesa que criou o clube para ser uma alternativa de entretenimento
e lazer para os ferroviários e seus familiares. Durante esses anos, o clube é conhecido como
um verdadeiro “Celeiro de Craques”, onde diversos jogadores de renome internacional
vestium sua camisa e passaram pelas instalações de seu centro de treinamento – barra
funda.
No entanto, acredita-se que o Nacional Atlético Clube – também conhecida como
Naça – é uma agremiação que jamais será esquecida pelo futebol. Uma instituição de
grande tradição ainda tem despertado interesse e envolvimento de grande parte dos
apaixonados que militam no cenário futebolístico brasileiro. Portanto, é de interesse dos
envolvidos no projeto, a materialização de um conceito metodológico de treinamento,
onde se pretende externar todo esse respeito e admiração pelo Nacional A.C.
Leia mais: https://nacionalac.webnode.com.br/historia/

ATLETAS ANO
DODÔ 1989 á 1994
KAHÊ 2002 á 2004
PAULO CÉSAR 1995
MAGRÃO 1997 á 1999
CACAU 1997 á 1999
CAFÚ PENTA – MUNDIAL

QUADRO 1

Imagem1: CAFÚ PENTA CAMPEÃO MUNDIAL PELA SELEÇÃO BRASILEIRA 2002

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A CIÊNCIA DO FUTEBOL – PROJETO COROA/NACIONAL A.C

A Ciência do Futebol é uma metodologia de treinamento alicerçada em


evidências cientificas que busca a excelência na formação de novos futebolistas.
Ao decorrer dos anos, o método da Ciência do Futebol vem ganhando destaque
dentro do cenário nacional, se tornando em um verdadeiro modelo de expertise na
transmissão de conhecimento e intervenção de treinamento em futebolistas
amadores. Para isso, a Ciência do Futebol conta com dois Centro de Fisiologia
Aplicada ao Futebol (CFAF) dentro de uma abordagem multidisciplinar com
nutricionista/suplementação, médico e fisioterapeuta voltados a área esportiva.
Quanto a abordagem processual de treinamento, a Ciência do Futebol – CFAF
percorre um caminho com finalidades bem claras para a obtenção dos resultados
satisfatórios. Essa metodologia de treinamento nasceu pela necessidade eminente
dos clubes não possuírem uma intervenção personalizada aos jovens futebolistas,
uma vez que, no futebol, a abordagem predominante do preparador físico que
entenda sobre a fisiologia infantil é coletiva. Com isso, a Ciência do Futebol adota
suas particularidades quanto ao treinamento com objetivos voltados a eficiência
funcional do desenvolvimento. Especificamente, estamos falando do treinamento
funcional aplicado ao jovem futebolista, com intuito de cercear a incidência de
lesões musculoesqueléticas e maximizar o índice de performance atlética através de
movimentos que funcionem em qualquer ação especifica que o jogo pressupõe.
Esse aumento da capacidade é em decorrência de estímulos evolutivos que
priorizam a adaptação do corpo do atleta às diversas exigências características do
futebol como a conscientização corporal, coordenação motora, noção de
espaço/tempo, agilidade, força, velocidade, estabilização estática/dinâmica,
mobilidade articular, fortalecimento das articulações etc.
Embora exista diversas instituições que optam pelos mais diferentes métodos
tradicionais de treinamento, a Ciência do Futebol aprendeu com todas elas e criou
uma identidade particular de formar atletas. Com objetivo visionário, nasce a
necessidade de expandirmos aquilo que acreditamos quanto treinamento para
jovens futebolistas, buscando aproveitar cada fase sensível de desenvolvimento
fisiológico que o atleta se encontra, extraindo o máximo do seu potencial de
desenvolvimento. Com a finalidade de entendermos que tudo o que a Ciência do
Futebol faz é em prol do indivíduo, como seus respectivos objetivos e necessidades
reais de crescimento dentro do esporte, toda essa aquisição é possível através de
um sistema inovador que consegue obter os melhores resultados com abordagens
diferentes do senso comum.
APLICABILIDADE DO MÉTODO DE TREINAMENTO EM FORMATO DE PIRÂMIDE
Acreditamos que a abordagem mais coerente de aplicabilidade dessas evidências
cientificas defendidas pela Ciência do Futebol seja através da pirâmide pedagógica.
Dentro de toda prescrição de treinamento – sendo considerado no micro, meso e macro –
esses 5 pilares deverão ser aplicados em todas as categorias de formação, consideradas do
Sub10 ao Sub14. Vale ressaltar que nenhuma tentativa foi feita com finalidade de copiar
uma metodologia ou programa de treinamento de alguma instituição. Muito pelo contrário,
buscamos através do conhecimento cientifico, proporcionar aquilo que funciona para a
formação de carreira do jovem futebolista, extraindo o máximo de informações possíveis
sobre o potencial genético do mesmo e explorando da melhor forma possível, entendendo
que as individualidades biológicas são particulares de cada atleta (Rowland., 2007).

RECOVER

FORÇA
FUNCIONAL/CORE
CARACTERÍSTICAS DA CATEGORIA

MOBILIDADE, ATIVAÇÃO NEURAL & AQUECIMENTO

MOBILIDADE DE TORNOZELO & QUADRIL – tópico VERMELHO da pirâmide


O conceito de mobilidade defendido por Michael Boyle é como o quão bem a
articulação se movimenta. Um dos conceitos básicos para iniciarmos qualquer programa de
treinamento, é entendermos sobre a necessidade da mobilidade nas articulações para gerar
movimento eficiente. As articulações possuem características distintas pois, embora elas
precisam estar em harmonia para gerar o movimento eficiente, em termos de funções, elas
não iguais (Boyle 2015). A mobilidade é um mecanismo fundamental e de extrema
5
complexidade, entendendo que a disfunção de qualquer articulação poderá promover
diversos malefícios na formação a longo prazo na vida atlética do futebolista. Em termos da
complexidade referida anteriormente, nem todas as articulações são responsáveis por gerar
a mesma função mediante o movimento, algumas precisam gerar estabilidade enquanto
outras, mobilidade. Para entendermos melhor sobre as funções reais das articulações,
partimos para as essenciais aos futebolistas:

TORNOZELO: a articulação do tornozelo é uma das articulações que precisa de


mobilidade, quando a sua função se torna deficitária, o joelho – que é uma articulação que
precisa de estabilidade – se torna móvel, acarretando em dores e possíveis lesões
ligamentares. Em termos específicos, em ações de jogo/treino onde o futebolista precisa fazer
o movimento de aterrissagem, caso o mesmo não tenha uma mobilidade saudável da
articulação de tornozelo, esse estresse será transferido ao joelho, promovendo compressões
e possíveis disfunções articulares.

JOELHO: Diferente da articulação de tornozelo, quadril, região torácica e glenoumeral,


a articulação do joelho precisa promover estabilidade e não mobilidade. Grande parte do
programa de treinamento voltado a redução da incidência de lesões em atletas de futebol
está alicerçado na promoção da estabilidade de joelho. Em outras palavras, a prescrição de
treinamento que não está objetivada na materialização da estabilidade de joelho, está
fadada ao fracasso. É necessário que o joelho permaneça estável em qualquer ação
especifica do jogo e, a falta de mobilidade de algumas articulações podem gerar
instabilidade de joelho. A exemplo disso, como já citado anteriormente, o tornozelo móvel é
fundamental, agora vamos entender o mecanismo do quadril.

QUADRIL: O quadril também adota uma responsabilidade significativa para a


manutenção da integridade do joelho. Pesquisas apontam que a instabilidade e imobilidade
de quadril é propiciadora da rotação interna e adução do fêmur, causando estresse
rotacional do joelho - em alguns casos culminando em lombalgia (Boyle., 2013). Com o
quadril fraco, em suas ações de extensão ou flexão, o movimento produzira uma disfunção
anatômica, gerando mecanismo compensatório na coluna lombar.

A MOBILIDADE SE ENCONTRA NO PRIMEIRO PILAR DA PIRÂMIDE. PORTANTO, DEVE SER


APLICADA PRIMEIRO CONFORME A ORDEM CRESCENTE.

Imagem2: Sub 11 realizando mobilidade de quadril


ATIVAÇÃO NEURAL – tópico VERMELHO da pirâmide
A ativação neural consiste em estimular os neurônios dos atletas antes do treino
propriamente dito. Acredita-se que antes do futebolista aquecer o seu corpo, ele precisa
aquecer a sua mente, com a finalidade de gerar maior demanda atencional/concentração
nas atividades prescritas naquele dia. Para isso, alguns meios são necessários para a aquisição
desse objetivo encontrado no primeiro pilar da metodologia em formato de pirâmide, dentre
eles:
1- Levantamento Turco é uma das técnicas mais especificas dentro de nosso programa
de treinamento, uma vez que a sua execução permite que o futebolista realize todos
os componentes da pirâmide como a mobilidade de quadril, ativação neural,
estabilidade da cintura escapular, estabilidade do core além de ser executado em
alguns momentos com a perna unilateral. Os atletas irão realizar esse movimento de
3 a 5 repetições para cada lado no período de ativação neural/aquecimento.

2- Coordenação Motora pode ser definida como uma habilidade motora básica,
capaz de controlar o movimento de forma harmônica e econômica (Roth et al.
2015). Sendo assim, ela é caracterizada como determinante no processo de controle
e regulação do movimento, possibilitando a aprendizagem de novas habilidades
técnicas especificas (Greco., 2013). Dentro de nossa metodologia, o
desenvolvimento dessa habilidade motora será utilizada como mecanismo de
ativação neural no período de aquecimento e desenvolvida em atletas que estão
adentrando no período do pico de velocidade de crescimento – estirão.

3- Mini-Band consiste em uma faixa elástica de diferentes intensidades cujo a sua


disponibilidade de movimentos são diversas. Esse acessório é utilizado
costumeiramente em três posições especificas de membro inferior como na direção
do vasto medial – acima do joelho -, tuberosidade de tíbia – abaixo do joelho – e na
direção do tendão de Aquiles – tornozelo. Além disso, a utilização dessa ferramenta
pode ser utilizada para membros superiores como a cintura escapular, articulação
glenoumeral, manguito rotador etc. Em termos de biomecânica, quanto mais distal
estiver a resistência localiza maior será a força exercida pelo braço de alavanca
(Hall., 2015). De modo geral, a mini-band é um acessório que pode trabalhar em
diversos planos e eixos do movimento, podendo ser um ótimo estimulo para a
ativação dos glúteos na fase de pré-treinamento com finalidades na estabilidade de
quadril, joelhos e tornozelos (Boyle., 2015). Não obstante, através dessa fita elástica
de resistência contra a gravidade, é possível ativar musculaturas profundas e
pequenas, como aquelas que estão na região central do corpo ex. o psoas e ilíaco,
bem como as articulações de membro superior. Esse equipamento poderá ser
incrementado em qualquer categoria, sendo validada sua utilização ou não
mediante o feedback do professor.

A ATIVAÇÃO NEURAL SE ENCONTRA NO PRIMEIRO PILAR DA PIRÂMIDE. PORTANTO, DEVE SER


APLICADA PRIMEIRO CONFORME A ORDEM CRESCENTE.

7
CARACTERÍSTICAS DA CATEGORIA – tópico VERDE da pirâmide

A características da categoria é o segundo pilar de nossa pirâmide, onde cada categoria


terá suas particularidades específicas a serem desenvolvidas. Nesta etapa do programa de
treinamento é o momento onde todas as valências físicas características das categorias serão
trabalhadas, visando sempre a evolução paulatina, dentro do programa de formação a
médio/longo prazo. Para melhor facilitação de todo o processo, foi elaborado um arcabouço
teórico (QUADRO 2 e 3) de todo o conteúdo característico a ser desenvolvido em cada
categoria de formação. A atenção aos detalhes será primordial para a operacionalização
dessas fases sensíveis de desenvolvimento dos futebolistas.

O QUE SERÁ TRABALHADO NAS CATEGORIAS SUB10 / SUB14 – PROJEÇÃO SUB15


QUADRO 2

CATEGORIAS ETAPAS DO PROCESSO METODOLÓGICO

TODAS Coleta de dados para As avaliações físicas acontecerão de seis em seis meses com duas finalidades (1)
prescrição de treinamento. coletar dados de evolução do atleta (2) utilizar os dados no final do ano como um
CATEGORIAS dos critérios de credenciamento para o atleta ir ou não para a próxima categoria.
AVALIAÇÃO
FÍSICA

SUB 10/11 Fase de aumento do Nesta categoria, será prioritário o desenvolvimento dos padrões motores básicos
repertório motor através das como empurrar, segurar, sentar, levantar, pular, girar etc. Desenvolvimento das
capacidades coordenativas capacidades coordenativas como coordenação motora, noção de espaço/tempo,
ritmo, velocidade de reação, lateralidade, equilíbrio/propriocepção, agilidade,
flexibilidade, velocidade de reação, força básica funcional. Dando atenção
também a capacidade aeróbia e, principalmente, anaeróbia alática.

Fase de aumento do Nesta categoria, além da prefixação da fase anterior, nesta fase o futebolista será
SUB 12/13 repertório motor com submetido ao refinamento dessas capacidades coordenativas com a finalidade de
prefixação das capacidades aperfeiçoar o repertório motor adquirido na categoria anterior. Nesta fase, todo o
coordenativas aperfeiçoamento dos movimentos funcionais será mais direcionado a fase
posterior de especialização, sem se esquecer do estímulo mais direcionado a
capacidade aeróbia e, principalmente, anaeróbia alática.
Fase de especialização das Nesta categoria, as capacidades coordenativas estimuladas nas categorias
SUB 14 capacidades coordenativas e anteriores ainda serão aplicadas, mas dentro da especialização e refinamento de
início do desenvolvimento regime fechado. Além disso, aos atletas em período pubertário, serão submetidos
das capacidades ao desenvolvimento das capacidades físicas condicionantes como a resistência de
condicionantes força, força explosiva, força explosiva elástica, força explosiva elástica reflexa,
velocidade de deslocamento, velocidade de aceleração, capacidade aeróbia,
anaeróbia lática e alática.
Fase de aquisição de Nesta categoria, considera-se que o futebolista já tenha refinado todos os padrões
SUB 15 performance visando o básicos de movimento, tenha um vasto repertório motor adquirido do
futebol de alto rendimento desenvolvimento das capacidades coordenativas, além do aperfeiçoamento das
capacidades condicionantes. Do Sub15 em diante, a ênfase maior será direcionada
a potencialização das capacidades físicas condicionantes, incluindo a resistência de
velocidade.
Fonte: Elaborado pelo autor
QUADRO 3

QUANDO REPERTÓRIO REPERTÓRIO PRÉ-ESPEC. PRÉ-ESPEC. ESPECIALIZAÇÃO PERFORMANCE


FAZER (Cap.Coord) (Cap.Coord) (Cap.Coord) (Pré-Condionan) (Condicionantes) (Potencialização)
(SUB10) (SUB11) (SUB12) (SUB13) (SUB14) (SUB15)

O
• Estimular o • Fase de • Fase de • Fase de inicial de • Refinamento • Nível que atende a toda
maior desenvolvime prefixação das refinamento das fechado das complexidade da
número de nto das capacidades capacidades capacidades metodologia, com a

R vivências
motoras
capacidades
coordenativas;
coordenativas;
• Início da pré-
coordenativas;
• Início da pré-
coordenativas;
• Treinamento das
realização dos
movimentos com técnica

I
possíveis; • Vivência dos especialização fixação com capacidades perfeita em bases
• Pouca ou movimentos sobre orientação condicionantes; estáveis, instáveis, com
nenhuma básicos sobre orientação; superficialmente • Combinação de altas cargas e

E orientação
fechada;
orientação;
• Ampliação do
• Início dos
estímulos de
fechada;
• Início dos
movimentos com
sobrecarga de 10 a
complexidade máxima
dos movimentos;
estímulos de 20% do peso • Fase de potencialização

N
• Bastante repertório algumas
estímulo motor; capacidades algumas corporal; de todas as capacidades
verbal; • Predominânci condicionantes; capacidades • Fase de condicionantes;

T • Dinâmica na a dos • Início condicionantes; aperfeiçoamento • Refinamento fechado;


operacionaliz movimentos superficial da • Início dos do método de • Atenção aos atletas
ação do com o próprio especialização exercícios com treinamento; maturadores tardios;

A método;
• Contato
peso e maior
estímulos
das
capacidades
cargas com 10% do
peso;
• Atenção a idade
biológica/maturaci
• Avaliação Física.

Ç inicial com o voltados a coordenativas • Início da onal;


método conscientizaçã • Vivência de especialização das • Todos os estímulos
funcional; o corporal; estímulos capacidades serão de regime

Õ • Avaliação
física.
• Avaliação
Física.
unilaterais;
• Avaliação Física.
coordenativas;
• Maior
fechado em busca
da especialização

E
conscientização de do gesto;
estímulos • Avaliação Física.
unilaterais e

S antirotacionais;
• Avaliação Física.
ORIENTAÇÕES PARA A OPERACIONALIZAÇÃO DO MÉTODO EM CADA CATEGORIA

TREINAMENTO FUNCIONAL/CORE – tópico AMARELO da pirâmide


O treinamento funcional para a FUNCIONAL TRAINING FOR SPORTS é o treinamento que
proporciona aos atletas a eficiência mecânica em movimentos com o próprio peso corporal,
em diferentes planos e eixos anatômicos. Para Michael Boyle, o conceito que define o
treinamento funcional é o propósito. O proposito como prescrição de treinamento leva a uma
finalidade perspectivada, com base na funcionalidade motora frente o esporte praticado
(Boyle, 2018). Com isso, compactuamos com todos os exercícios que se assemelham com as
características mecânicas da modalidade, entendendo que a formação de um corpo
inteligente e saudável acontece mediante uma série de movimentos oriundos do futebol, ou
9
seja, o treinamento funcional deve preparar o atleta a estar mais preparado para resolver os
problemas oriundos do seu esporte.
Portanto, entender as demandas do futebol é fundamental, onde comumente
encontrarmos diversas ações de jogo que envolvem várias articulações, movimentos que
envolve as capacidades físicas como a força rápida, agilidade, velocidade, e aquelas
relacionadas a eficiência motora como deslocar-se com mais velocidade, equilibrar-se de
forma unilateral, coordenação motora, dentre outros. Para Gambeta e Gray (2002) (apud.,
Boyle, 2018) “Os programas de treinamento funcional precisam introduzir quantidades
controladas de instabilidade para que o atleta deva reagir de modo a readquirir sua própria
estabilidade”. Sendo assim, a premissa do nosso programa de treinamento é oferecer
estímulos que sejam compatíveis com a necessidade específica da modalidade, através de
movimentos dinâmicos, com diferentes intensidades e, especialmente, de caráter
multiarticular.
Os benefícios do treinamento funcional para o futebol são inúmeros, uma vez que esses
segmentos proporcionam ganhos qualitativos na performance e redução da incidência de
lesões musculares e articulares. Por ser um modelo de treinamento que tem como premissa a
realização dos movimentos com o próprio peso do corpo e por mecanismos que visam a
eficiência motora, o treinamento funcional auxilia no aumento do repertorio motor,
coordenação motora, equilíbrio, noção de espaço, tempo e reação. Com os propósitos que
destoam do senso comum, no treinamento funcional, o direcionamento está objetivado na
qualidade do movimento e não na quantidade de series e repetições propriamente dita, ou
seja, os benefícios oriundos dessa proposta de treinamento é elevar o desempenho do
atleta/criança através de propostas qualitativas e não quantitativas de movimentos.
No treinamento funcional, o que importa é a eficiência do movimento em fases de
progressão, atendendo as reais características do futebol. Como dito anteriormente, para
gerar funcionalidade do movimento em ações especificas do futebol, será necessário criar
situações próximas a realidade do jogo, gerando transferência de estímulos adquirido nos
treinamentos as diversas situações sistêmicas do jogo. Portanto, é necessário treinar o
futebolista dentro da especificidade eminente da modalidade, em diferentes planos, eixos e
segmentos corporais, respeitando a generalidade e diferenciações biológicas, fertilizando a
garantia da colheita de melhores resultados. Treinar funcionalmente é garantir a manutenção
da integridade física do futebolista, minimizando o risco de lesões e potencialização da
performance em ações especificas.
Dentro dessa premissa, buscamos desenvolver em nossos atletas a conscientização
corporal através de exercícios que estimulam a capacidade proprioceptiva (feedbacks
sensoriais internos), sem a devida utilização de maquinas que controlam e/ou guiam o
movimento. Em outras palavras, dentro do nosso programa de treinamento, realizamos os
movimentos com o próprio peso corporal, induzindo o futebolista a controlar suas ações em
diferentes planos e eixos, tornando-os em futebolistas mais eficientes em todas as suas ações
de jogo. Em suma, o treinamento funcional será operacionalizado em todas as categorias de
formação, partindo do Sub10 ao Sub15.

O QUE É CORE
Muito têm se falado sobre a estabilidade e fortalecimento do core nas principais
agremiações esportivas, o que ocorre é que nem sempre ele é evidenciado com objetivos
claros e definidos por grande parte daqueles que aplicam o treinamento. Resumidamente, o
core é centro do corpo, consistindo em alguns grupos musculares externos e profundos,
extremamente importantes para a prevenção e performance no esporte. Dentre eles,
encontra-se a musculatura do abdômen – reto abdominal, transverso do abdômen, oblíquo
interno e externo – quadril – adutor longo, ílio, psoas, pectíneo, glúteos mínimo, médio e
máximo – sendo esses os músculos predominantemente utilizados como estabilizadores –
inibidores de movimento. O core é cilindro, possui frente, verso, laterais e parte superior e
inferior, sendo, portanto, fundamental treina-lo em todas as partes. O centro do nosso corpo
é considerado um dos principais expoentes para gerar forca para as extremidades. Acredita-
se que, para gerar força no membro inferior ou superior do nosso corpo, é necessário que
haja estabilidade – antirrotação- do centro, sem movimentos compensatórios da coluna
vertebral ou pelve do quadril. Pesquisas apontam que todo e qualquer movimento que gera
algum gral de tensão muscular, precisa ser transmitida do solo e passa inevitavelmente pelo
centro do corpo (core). Em outras palavras, a força do tronco engloba estabilidade do core,
estabilidade de quadril, estabilidade de ombro e capacidade de transmissão da força do
solo para as extremidades (Boyle., 2015).
No senso comum, alguns grupos musculares são negligenciados nos mais diversos
movimentos que julgamos ser funcionais. Em especial, os glúteos é o principal grupo muscular
responsável por gerar estabilidade e eficiência funcional do CORE. Convencionalmente, é
possível encontrar atletas profissionais que ainda não conseguem utilizar adequadamente a
musculatura glútea e do core, acarretando em possíveis distensões musculares em
consequência do déficit funcional. No entanto, o fortalecimento do glúteo minimiza a
incidência de lesões do joelho, lombalgia, distensão dos músculos do jarrete e/ou isquiotibiais
(atrás da coxa) e dor anterior de quadril. Só esses benefícios já são contundentes e valiosos
para a aplicação de treinamentos com ativação do centro.

Imagem3: Categoria Sub11 realizando a prancha em decúbito dorsal com ativação glútea
11
CORE ROTACIONAL
O treinamento rotacional é uma combinação essencial de força e fortalecimento do core
(Boyle., 2015) para o jovem futebolista dentro do período de formação qualitativa a longo
prazo. Consiste em realizar movimentos rotacionais/giratórios com liberação de tornozelo,
joelho e quadril, deixando mais harmonioso o movimento especifico do jogo. Longe do senso
comum, acredita-se que os exercícios rotacionais devem ser específicos em cada região do
corpo, podendo trazer benefícios ou malefícios dependendo da forma que for executada. A
capacidade de resistir ou evitar a rotação é mais importante do que a capacidade de gerar
a rotação (Boyle., 2015). Assim, é possível afirmar que antes mesmo do futebolista gerar
movimento de rotação, é necessário que ele adquira força para suportar a resistência de
rotação do que gerar o movimento propriamente dito. Em especial, é necessário que os
futebolistas adquiram a conscientização corporal sobre as regiões responsáveis pela rotação
como o quadril e articulação escapulo-torácica. Em todos os movimentos, a rotação de
coluna lombar pode gerar perigos consideráveis.

PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO NA PREVENÇÃO DE LESOES


Toda intervenção do trabalho desenvolvido na Ciência do Futebol consiste em minimizar
a incidência de lesões dos futebolistas. A lesão de jovens futebolistas nas categorias de base
tem obtido uma crescente significativa nos últimos anos (Paschoal et al., 2013) em
decorrência dos fatores de volume e intensidade incompatíveis com a maturidade
musculoesquelética dos futebolistas. No entanto, sabe-se que a lesão é oriunda de todos os
esportes que exija certo grau de disputa e invasão, o que não inviabiliza a necessidade de
medidas preventivas para cercear esse acontecimento. Não obstante, essa problematização
não se assenta apenas nas categorias iniciais de formação, pesquisas atuais apontam que o
alto grau de incidência de lesões também está no futebol profissional (Checchi., 2013),
cabendo uma alerta ainda mais convincente de que o trabalho preventivo deve fazer parte
das periodizações já nas fases iniciais de formação.
Pesquisas apontam que as lesões em jovens futebolistas são decorrentes da falta de
treinamento preventivo, orientação nutricional e fatores psicológicos. Sendo assim, vale
ressaltar que o treinamento preventivo pode viabilizar a redução da incidência de lesões nas
categorias de base (Paschoal., 2013). Pensando nisso, a metodologia da Ciência do Futebol
buscou através de evidencias cientificas meios que viabilizam a materialização dessa
redução de lesões através de exercícios de força (Rhea., 2009), propriocepção e mobilidade
(Boyle., 2015).

Imagem4: dados do método da Ciência do Futebol


TREINAMENTO DE FORÇA NO FUTEBOL – tópico AZUL da pirâmide
Antes de ramificar as particularidades desse conteúdo em destaque, é necessário que o
profissional seja conscientizado acerca das individualidades biológicas e interesses de cada
esportista. Além dos aspectos fisiológicos, é de fundamental importância que o indivíduo não
tenha o seu desenvolvimento funcional interrompido.
No senso comum, encontra-se questionamentos sobre o treinamento de força para
crianças e jovens, esse tópico - com base em estudos científicos - tem por intenção final
mostrar o real benefício do treinamento de força para jovens e crianças na pré-puberdade,
púberes e pôs-púberes quando bem operacionalizados. Acredita-se que o treinamento de
força para criança possui sua real importância na formação de atletas de alto rendimento se
bem aplicada, orientada e de caráter progressivo, sem ocasionar em lesões
musculoesqueléticas (Malina et al., 2009) como apontada no senso comum. O treinamento
de força possui diversos objetivos no crescimento e desenvolvimento dos futebolistas, dentre
eles está a diminuição da incidência de lesões e aumento da densidade óssea quando
comparada com as crianças que não praticam treinamentos de força (Rhea., 2009).
A efetividade do treinamento de força também é um assunto bastante difundido no
contexto já referido, a Associação Nacional de Força e Condicionamento, as Sociedades de
Medicina Desportiva e a Academia Americana de Pediatria convergem nas opiniões quanto
a fundamentação do treinamento de força para crianças e jovens. Essas instituições afirmam
os benefícios desse tipo de treinamento prescrito corretamente e supervisionadas por
profissionais capacitados. O Treinamento de força para criança tem por objetivo viabilizar o
aumento dos níveis de força em consequência da maior coordenação neuromuscular
(Rowland., 2008), consequentemente, aumento de performance e redução do índice de
lesões. Dentre esses benefícios podemos encontrar o relacionado à maior liberação do
hormônio GH - viabilizador do crescimento - aspectos psicológicos e sociais (Malina;
Bouchard, Bar-Or 2009, McArdle et al., 2016, Wilmore & Costill., 2016). O pico de aumento da
força ocorrerá somente durante e apôs a puberdade em decorrência do maior aumento da
massa muscular, aumento da secção transversa do musculo – fibras com diâmetros maiores
com maiores pontes cruzadas nos filamentos de actina e miosina. Esses filamentos são os
responsáveis por gerar a contração muscular (Rhea., 2009). Porém, não é recomendado que
o treinamento de força aumente demasiadamente os seus níveis, excedendo os limites
eminentes do esportista e nem mesmo objetivar o aumento hipertrofia muscular - secção
transversa do musculo - antes do jovem atingir a plena maturidade.

Imagem5: Exercício de força específica Sub11 – jogo de corpo


13
RECOVER – tópico CINZA da pirâmide
A fase final do treinamento, nomeada de Recover – recuperação ativa – é o período de
pensarmos na recuperação ativa do futebolista já para a próxima sessão de treino. Um dos
exemplos simples, a liberação miofascial é um dos mecanismos viabilizadores que podemos
utilizar para a aquisição desses resultados. Essa técnica pode ser utilizada o rolamento do
músculo sobre a própria bola, liberando a fáscia dos isquiotibiais, gastrocnêmio/panturrilha,
Tensores da fáscia lata, quadríceps, glúteos e lombar.
Conceitualmente, a liberação miofascial consiste em gerar estresse muscular,
provocando as respostas das substancias químicas com rapidez no processo de cicatrização
da musculatura – uma vez que esta está fadigada pelo excesso de treinamento – e manter o
musculo saudável (Boyle., 2015). O fisioterapeuta Mike Clark recebe os créditos pela
exploração inicial do rolo de espuma ofertando na liberação miofascial. Esse benefício é
oriundo em decorrência da maior inclusão de oxigênio, sangue e nutrientes (Imagem6). Além
desses fatores apontados, a liberação miosfascial auxilia no relaxamento da musculatura,
minimizando o encurtamento muscular e/ou redução na amplitude de movimento. Assim,
com a utilização dessa técnica, é possível gerar maior comprimento tecidual, permitindo o
futebolista a realizar movimentos mais “limpos” nas ações especificas do jogo, bem como,
alongar-se melhor.
A liberação miosfascial antes do exercício auxilia na diminuição de densidade muscular,
possibilitando mais qualidade no aquecimento. Já as realizações da liberação após os
exercícios são benéficas para maximizar o tempo de recuperação do atleta. Quanto a
quantidade dessa pratica durante a semana, para Clair & Anber Davies (apud., Boyle, 2015)
autores do The Tringger Point Therapy Workbook, recomendam em até 12 vezes no dia em
situações extremas. Com base nesses autores credenciados na área da fisiologia e
fisioterapia, a liberação miofascial pode ser realizada por diversas vezes durante o dia
dependendo da necessidade eminente de cada futebolista. Esta abordagem será um dos
principais expoentes da metodologia em questão, acreditando que através de sua pratica
iremos reduzir a incidência de lesões.

Imagem6: exemplo de liberação miofascial de quadríceps


PORQUE DESENVOLVER AS CAPACIDADES MOTORAS COORDENATIVAS NO
SUB11/13
Um dos conceitos defendido dentro da literatura especializada é que as crianças
que não forem estimuladas dentro de suas fases sensíveis de desenvolvimento, elas não
conseguirão serem desenvolvidas em fases posteriores (Greco, 2008). Em outras palavras, se
o desenvolvimento das habilidades motoras básicas não for materializado em suas fases
sensíveis de aprendizagens, a criança perderá um período fundamental do aumento do
repertorio motor, culminando em uma dificuldade na aprendizagem de habilidades
motoras especificas em fases posteriores (Gallahue & Ozmun., 2008).

COORDENAÇÃO MOTORA
Entende-se como coordenação motora uma interação coorporativa do sistema
nervoso central com os músculos esqueléticos. Para muitos, o desenvolvimento da
coordenação motora pode ser considerado um fator contribuinte para o desempenho
esportivo como a força, velocidade, resistência, potência e flexibilidade (Rigolin, 2010).
Neste ponto especifico, é necessário direcionar o olhar para a perspectiva da formação a
longo prazo, entendendo que o bom desenvolvimento das capacidades coordenativas
está associado as fases do desenvolvimento humano e, não necessariamente, relacionado
a modalidade. Além disso, evidências indicam que a qualidade do padrão das
capacidades coordenativas, proporciona maiores possibilidades de aquisição do maior
repertório motor, angariando na otimização mais rápida de novas aprendizagens das
habilidades específicas (Barbanti, 2001).

Imagem7: Coordenação motora/lateralidade - categoria Sub11

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AVALIAÇÃO FÍSICA
Todos os atletas serão submetidos as avaliações físicas de seis em seis meses em nosso
Centro de Fisiologia Aplicada ao Futebol (CFAF). Fazendo uma abordagem mais suscita
daquilo que temos como perspectiva na formação do futebolista, iremos externar algumas
avaliações primária para a prescrição do programa de treinamento semestral. A coleta dos
dados será analisada e entregue a todos os profissionais da comissão, sendo os mesmos,
responsáveis pela orientação dos seus treinos mediante os dados obtidos da avaliação.

Sendo assim, os testes de aplicação serão os seguintes:

AVALIAÇÕES FÍSICAS DETALHES / ANO


MATURAÇÃO BIOLÓGICA MIRWALD 2002
FORÇA EXPLOSIVA POWER JUMP
CURVAS DE CRESCIMENTO ORG. MUND. SAÚDE.
INDÍCE DE MASSA CORPORAL E %G IMC – ORG. MUND. SAÚDE.
MÉTODO - CDOFUTEBOL 2016
BIOMECÂNICA DO AGACHAMENTO PHYSSIOMAAP
AMPLITUDE DO AGACHAMENTO TECHNIQUE
MOBILIDADE DE TORNOZELO BOYLE 2015
FLEXORES DE QUADRIL PSOAS E ÍLIACO BOYLE 2015

Neste momento, será possível encontrar atletas com necessidades extremas de maior
mobilidade das articulações, educativos de corrida, coordenação motora grossa e fina,
equilíbrio, ênfase na liberação miofascial de alguma musculatura e até mesmo algum
movimento que o futebolista tenha dificuldade de executa-lo. Portanto, acredita-se que o
grande diferencial desse pilar é despertar no atleta a senso crítico de melhora, com base nos
dados das avaliações iniciais, buscando sempre a necessidade de evolução consciente.
Todos os atletas receberão uma planilha individual, representando a sua necessidade de
melhora, facilitando a identificação de possíveis disfunções que serão trabalhadas até a
próxima avaliação que irá percorrer de 6s em 6s meses.

Imagem8: avaliações físicas do método Ciência do Futebol


MATURAÇÃO BIOLÓGIA E PERFORMANCE
A maturação tem uma estreita relação com os fatores de desempenho, aonde as
capacidades funcionais dos jovens aumentam em virtude do ganho de força (massa
muscular) e, a força em detrimento dos hormônios da testosterona (Arruda et al., 2013).
Quanto ao fator de crescimento, é notório que a criança conforme cresce, começa a
possuir maiores desempenhos em tarefas motoras, principalmente aqueles que dependem
da força e velocidade (Malina; Bouchard; Bar-or, 2009). O ambiente que a criança se insere
e os estímulos que esse determinado contexto oferece, irá influenciar diretamente o
desempenho motor (Rigolin., 2006).

Sabe-se que existem duas vias energéticas responsáveis por gerar energia em
atividades de curta duração e altíssima intensidade, conhecida como vias anaeróbias
alática – ATC CP e lática – glicolítica. Pesquisas apuraram que durante o estirão de
crescimento, essas duas vias energéticas citadas aumentam significativamente (Mortati.,
2006).

REDES DE PROFISSIONAIS DA CIÊNCIA DO FUTEBOL


NUTRIÇÃO EM PARCERIA COM O NACIONAL A.C
Toda e qualquer atividade física exige algum tipo de demanda metabólica, acionando
as vias energéticas para a produção de energia e potencial de ação. Mediante a isso, é
extremamente importante se atentarmos as orientações nutricionais acerca da reposição
energética após as atividades físicas (Rhea., 2009). Além disso, sabe-se que o futebol é uma
modalidade de alta performance, exigindo que as reservas energéticas estejam prontas para
serem utilizadas assim que solicitada pelos músculos em qualquer atividade física, seja no
treinamento ou no jogo propriamente dito (Haraguchi., 2013). Sabe-se que, em muitos casos,
jovens futebolistas não estão devidamente alimentados para atender as demandas
energéticas impostas pelas sessões exaustivas de treinamentos em seus respectivos clubes.
O processo de crescimento, desenvolvimento e maturação estão estreitamente
relacionados aos fatores genéticos (Gallahue & Ozmun., 2005). No entanto, os fatores

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ambientais como a nutrição e exercícios estão fortemente relacionados, podendo ser de
caráter prejudicial ou produtivo no processo de reprodução natural da criança (Rhea., 2009).
Em outras palavras, a nutrição e/ou educação alimentar orientada por um profissional
capacitado em conformidade com o treinamento, poderá resultar em ganhos significativos
na formação a longo prazo do futebolista, entendendo que essas duas ferramentas fazem
parte do fator ambiental responsável pelo crescimento e desenvolvimento da criança.
Portanto, tanto a educação alimentar como a suplementação alimentar – se for
necessário segundo a avaliação nutricional – são fatores que contribuem no desempenho do
futebolista nos treinos e nos jogos (Etacanelli., 2013). Pensando nesses atributos, a Ciência do
Futebol junto do seu centro de Nutrição Aplicada ao Futebol (CNAF), buscou associar o
treinamento com a alimentação individualizada para cara futebolista. Entendendo que
grande parte dos clubes brasileiros não possuem um profissional da área nutricional em seu
centro de formação e, quando há, a abordagem nunca será individual para cada
futebolista, a prescrição alimentar sempre será oriunda da categoria que o futebolista se
encontra.

MEDICINA
Pensando em toda a sua abrangência e expansão, nossa metodologia de treinamento
também conta com um especialista da saúde voltada ao contexto esportivo. Sabendo que
a medicina do esporte é uma área que possui um crescimento significativo nos últimos anos,
entendemos que seria inevitável a presença de um deles em nosso centro de medicina
aplicado ao futebol (CMAF). A medicina esportiva não está dentro do esporte somente para
promover melhor saúde por parte dos atletas, mas, também, para oferecer subsídios aos
profissionais do treinamento para que haja uma abordagem mais minuciosa sobre a
necessidade especifica de cada futebolista. Sendo assim, é possível afirmar que a medicina
esportiva é uma ótima vertente para a aquisição de melhores resultados relacionados a
performance e prevenção de lesões em atletas já nas fases inicias de formação.
Neste contexto, também buscamos a finalidade de atendimento longitudinal, onde o
profissional irá acompanhar o futebolista durante todo o seu período de formação,
entendendo suas variabilidades biológicas, taxa hormonal e todos os exames relacionados a
saúde como eletrocardiograma etc. Além disso, será possível a avaliação do gás carbono e
oxigênio do futebolista através da avaliação ergoespirométrica, coletando dados
significativos para gerar prescrição de treinamento o mais particular possível. Em suma,
buscamos todos esses profissionais para se envolverem em nosso centro de fisiologia,
justamente para agregar a multidisciplinariedade, tentando atender uma lacuna grande nas
grandes escolas de futebol e/ou categorias de base e, consequentemente, otimizando a
produtividade da formação a longo prazo do atleta.
GESTÃO DO PROJETO SUB10/15
CONTROLE DE ATLETAS

CATEGORIAS NÚMERO DE ATLETAS % DOS ATLETAS DA


CATEGORIA
SUB10 8 á 10 100% dos atletas de captação

SUB11 20 á 22 100% dos atletas da categoria Sub11


SUB12 8 á 10 80% dos atletas da categoria Sub11
SUB13 20 á 22 70% dos atletas da categoria Sub12
SUB14 20 á 25 60% dos atletas da categoria Sub13
SUB15 25 á 28 50% dos atletas do Sub14

A proposta final de todo o projeto é angariar na formação de novos futebolistas para as


categorias de base do Nacional A.C, partindo do Sub10 e entregando os atletas bem
desenvolvidos no Sub15, com uma média padrão de 50% dos atletas que iniciaram no
projeto. O número de 50% pode ser relativo por diversos fatores, dentre eles às dispensas,
desinteresses dos atletas em relação ao esporte, mudança de estado e, dentre outros. O que
se espera é que o padrão limite de 50% dos atletas sejam mantidos como meta do projeto.

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REFERÊNCIAS CONSULTADAS

1- Aoki, Marcelo Saldanha.


Fisiologia, treinamento e nutrição aplicados ao futebol / Marcelo Sandanha Aoki. – Jundiaí, SP. Fontoura, 2002.
Arruda, Miguel de
Treinamento de força em jovens / Miguel de Arruda, Jefferson Eduardo Hespanhol. – São Paulo; Phorte; 2009.
2- Boyle, Michael
Avanços no treinamento funcional ; Michael Boyle ; tradução: Ana Cavalcanti C. Botelho; revisão técnica; Ivan Jardim. –
Porto Alegre ; Artmed, 2015.
3- Cotter, Steve.
Treinamento com Kettlebell / Steve Cotter ; tradução: Vinicius Mancio ; revisão técnica: Ivan Jardim. – Porto Alegre ;
Artmed, 2015.
4- Dantas, Edimilson
Força e potência no esporte: levantamento olímpico/Edimilson Dantas, João Coutinho. – 2.ed. – São Paulo;
Icone. 2014.
5- Gallahue, David L.,
Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos/David L,. Gallahue, John C. Oznun,
revisão cientifica de Marcos Garcia Neira; (tradução de Maria Aparecida Pereira de Araujo, Juliana de Medeiros Pinheiros,
Juliana Pinheiro Souza e Silva). – 3.ed. – São Paulo; Phorte; 2005.
6- Garcia Manso, Juan M.
Treinamento dos músculos abdominais e lombares / Juan M. Garcia Manso, Marzo Edir Da Silva ; (tradução Mary
Hatakeyama). – São Paulo ;Phorte, 2008.
7- Martin Dietrich
Manual de Teoria do Treinamento Esportivo / Dietrich Martin, Klaus Carl, Klaus Lehnertz; revisão cientifica
FranciscoNavarro;(tradução Martin Lobmaier). – São Paulo;Phorte, 2008.
8- Rhea, Matthew
Treinamento de força para crianças / Matthew Rhea; [tradutor Hatsuya Kimura]. – São Paulo; Phorte, 2009.
9- Rigolin, Luiz Roberto S.
Desempenho esportivo: treinamento com crianças e adolescentes / organizador Luiz Roberto Rigolin da Silva. – 2.ed. –
São Paulo; Phorte, 2010.
10- Roth, Klaus
Escola da Bola: Um ABC para iniciantes nos jogos esportivos – 2.ed – Phorte Editora.
11- Rowland, Thomas W.
Fisiologia do exercício na criança / Thomas W. Rowland ; (tradução de Maria Salete Trilelli). – 2.ed – Barueri,SP; Manole,
2008.
12- Samulski, Dietmar.
Treinamento Esportivo 1.ed – Barueri SP; Manole, 2013.
13- Susan J. Hall
14- Biomecânica Básica / Susan J. Hall; 7 ed- Guanabara Koogan; Edição: 7ª
15- Oleshko, V. G
Treinamento de força ; teoria e pratica do levantamento de peso, powerlifting e fisioculturismo / V.G Oleshko ; tradução
de Felipe Freitas de Carvalho – São Paulo ; Phorte, 2008.

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