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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E


EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

Chapter · March 2018

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2 authors:

Rodrigo Della Méa Plentz Isadora REBOLHO Sisto


Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
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| PROFISIO | FISIOTERAPIA CARDIOVASCULAR E RESPIRATÓRIA | Ciclo 4 | Volume 3 |


PLATAFORMA VIBRATÓRIA:
MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE
AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
RODRIGO DELLA MÉA PLENTZ
ISADORA REBOLHO SISTO

■■ INTRODUÇÃO
O estímulo à atividade física e a prática de exercício físico são importantes estratégias terapêuticas
utilizadas nas políticas de promoção, prevenção e reabilitação da saúde da população. Seus
benefícios são associados à redução da mortalidade em doenças crônicas, especialmente nas
doenças cardiovasculares, que são as de maior prevalência na população brasileira e mundial.

Entretanto, o avanço do sedentarismo e a inatividade física na população mundial são crescentes.


Em uma sociedade urbanizada e industrializada, exercícios físicos praticados regularmente são
importantes recursos para manter o nível de atividade física recomendado, aumentando a expectativa
e a qualidade de vida. Contudo, é preciso identificar as práticas mais adequadas às necessidades
de cada população como efeito protetor para a saúde.

Novas modalidades de equipamentos e de intervenções têm sido propostas como forma de aumentar
as possibilidades de acesso e uso por parte das pessoas. Um recurso que ganhou visibilidade e
vem ganhando popularidade é a plataforma vibratória (PV) ou whole-body vibration (WBV) —
vibração de corpo inteiro (VCI). Seus benefícios vêm sendo investigados em pesquisas de alta
qualidade em diferentes populações saudáveis ou com doenças, ganhando notoriedade nas áreas
de fitness, desporto e reabilitação.

■■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

■■ conceituar vibração e diferenciar seus tipos;


■■ aplicar as diferentes formas de vibração;
■■ descrever o mecanismo fisiológico da ação da vibração;
■■ explicar as adaptações neuromusculares e cardiovasculares da vibração;
10
■■ distinguir as indicações e contraindicações da utilização da PV.
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

■■ ESQUEMA CONCEITUAL

Plataforma vibratória

Bases neurofisiológicas

Indicações para o uso


da plataforma vibratória

Contraindicações para o uso


da plataforma vibratória

Evidências científicas em
desfechos cardiovasculares
e pulmonares

Evidências científicas em
diferentes populações

Avaliação inicial fisioterapêutica

Caso clínico

Conclusão

■■ PLATAFORMA VIBRATÓRIA
O treinamento de VCI é caracterizado por uma estimulação externa que induz uma vibração de
oscilação a um sujeito que está em uma plataforma de vibração; ou seja, uma oscilação mecânica
em torno de uma posição ou ponto de referência.1 Atualmente, o treinamento com vibrações
mecânicas vem sendo utilizado na melhora do desempenho físico, esportivo, funcional e na área
da reabilitação.2 A PV gera vibrações mecânicas que são transmitidas e se propagam no corpo em
forma de energia, provocando vibrações e adaptações nos tecidos.3

Na literatura científica, existem dois tipos de treinamento com vibração, conforme descreve o Quadro 1.
Quadro 1

TIPOS DE TREINAMENTO COM VIBRAÇÃO


Tipo Descrição
A fonte de aplicação da vibração é indireta (nos pés), sendo, assim, transmitida
VCI ou WBV
aos músculos.4
O local de aplicação da vibração é diretamente no tendão do músculo alvo ou no
VL
ventre muscular.5

VL: vibração localizada. VCI: vibração de corpo inteiro; WBV: whole body vibration.
Fonte: Elaborado pelos autores.
11

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A origem da utilização da PV como treinamento ainda necessita confirmação, mas sítios
eletrônicos relacionados a esses equipamentos relatam que os primeiros aparelhos foram
criados em 1857.6,7 Em 1881, a vibração era utilizada como terapia muscular; mas, apenas 100
anos depois, o russo Vladimir Nazarov investigou o equipamento e, após encontrar resultados
favoráveis, introduziu a plataforma em esportes competitivos, no balé, na medicina, e até em
programas espaciais na antiga União Soviética, como forma de exercício físico no espaço,
para reverter a hipotonia dos astronautas.8

A VCI é o método mais utilizado para treinamento em PV. Existem diferentes marcas de PV e
comercialmente, dois tipos:9,10

■■ as que produzem oscilações sinusoidais de lados alternados (VA);


■■ as que produzem vibrações verticais síncronas (VV).

As vibrações podem ser periódicas (senoidal, multissenoidal), não periódicas (transitória e choque)
ou aleatórias (estacionária aleatória ou não estacionária aleatória). Nas vibrações periódicas, a
oscilação ocorre em períodos fixos; nas vibrações não periódicas, surgem em forma de um impulso;
nas vibrações aleatórias, a oscilação é imprevisível.10 A Figura 1 apresenta formas das ondas.

Sinosoidal

Multi-sinosoidal

Transitória

Choque

Aleatória
estacionária

Aleatória não-
estacionária

Figura 1 — Forma das ondas.


Fonte: Cardinale & Bosco (2003).10

Para a realização do treinamento na PV ou de exercícios adicionados à PV, geralmente


o indivíduo é posicionado em ortostase, com os dois pés paralelos em cada lado do eixo
de rotação, gerando estímulos manipuláveis, como: direção, amplitude, velocidade e
frequência.11

Existem diversas formas e modos de exercícios na PV, até mesmo com adição de alguns dispositivos,
como ilustrados na Figura 2 a seguir.
12
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A B C

D E I

G H F

J K M

Figura 2 — Exemplos de exercícios


realizados na PV para diferentes grupos
musculares.
Fonte: Amaral & Pécora (2012).14

A utilização desse método de treinamento é extensa, e atende a diversas finalidades, dependendo


do público-alvo. O direcionamento do treinamento para um objetivo específico é realizado por
meio da manipulação das variáveis, como a frequência e amplitude da vibração do dispositivo,
além do tempo de exposição ao estímulo vibratório.12 A vibração da PV é medida por frequência e
amplitude ou magnitude.

A frequência é a taxa de repetição dos ciclos oscilatórios, dada em Hertz (Hz), e se


refere ao número de eventos/segundo (repetições dos ciclos oscilatórios). A amplitude
é a altura da onda, ou seja, a extensão do deslocamento da base vibratória dada em
milímetros (mm).13

Alguns fatores importantes são as orientações passadas aos indivíduos ou pacientes:

■■ utilizar roupas e calçados confortáveis;


■■ manter a tranquilidade, pois, inicialmente, a vibração pode amedrontar;
■■ apoiar as mãos na haste de apoio caso se sinta perda de equilíbrio.

O terapeuta, por sua vez, deve:

■■ verificar os sinais vitais (SSVV) do paciente previamente à sessão e após a realização dos
exercícios;
■■ demonstrar ao paciente, previamente, a execução dos exercícios na PV;
■■ posicionar corretamente o paciente;
■■ estar sempre ao lado do paciente no caso de alguma intercorrência.
13
Para a realização do treinamento em PV, deve-se seguir uma metodologia conforme descrito por

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Amaral & Pécora:14

■■ pedir autorização ao cliente/paciente para utilização da PV;


■■ realizar uma sessão demonstrativa;
■■ realizar a anamnese com avaliação subsequente dos exames clínicos e avaliação antropométrica;
■■ verificar as preferências, limitações e objetivos do cliente;
■■ planejar o treinamento;
■■ estruturar uma sessão de treinamento vibratório;
■■ progredir os exercícios;
■■ realizar o acompanhamento.

A magnitude é uma combinação de amplitude e aceleração. É calculada por meio da seguinte


fórmula: M=2 x π2 x F2 x A

M= magnitude; F= frequência (HZ); A= amplitude ou deslocamento pico a pico.13,14

A progressão do treinamento em PV parte dos princípios apresentados no Quadro 4.


Quadro 2

PRINCÍPIOS PARA PROGRESSÃO DO TREINAMENTO EM PV


O aumento do número de exercícios físicos pode estar associado ao
Número de exercícios físicos aumento do número de repetições e aos tipos de exercícios (estáticos
ou dinâmicos).
O aumento do tempo se dá à medida que o indivíduo/paciente tiver
Tempo de exposição à PV segurança em realizar os exercícios e for progredindo nas sessões.
Amplitude e frequência da PV Os aumentos na amplitude e na frequência podem ser ajustados.
Fonte: Elaborado pelos autores.

A maioria das PVs tem frequências de 15 a 60Hz e deslocamentos de 1 a 11mm, com


acelerações de até 15g (aceleração gravitacional; 1g = 9,8m/s2).15 É importante avaliar o
público alvo da população que se beneficiará e qual objetivo se almeja atingir.

■■ BASES NEUROFISIOLÓGICAS
A vibração ou aceleração provocada no corpo humano a partir da VCI se constitui como o agente
estressor e, portanto, é responsável pelas respostas neurais e morfológicas que ocorrem no
organismo.16

Sinteticamente, a melhora no desempenho físico após a exposição à vibração pode ser explicada
por fatores neurais, como:

■■ sincronização das unidades motoras por meio dos motoneurônios;10


■■ potencialização do reflexo de estiramento;17
■■ sinergismo da atividade muscular e alteração do sistema de inervação recíproca, inibindo a
musculatura antagonista;10
14
■■ adaptações morfológicas e funcionais.18,19
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

A vibração, ao atingir os mecanorreceptores, estimula um aumento dos potenciais motores, ativando


os centros superiores e os γ-motoneurônios, com respostas de contração sustentada e aumento
do reflexo tônico com ativação dos fusos musculares. Nas fibras musculares, a vibração parece
causar modificações rápidas e longitudinais, como uma tentativa de se reorganizar diante da
vibração. Quando o músculo é estirado, essas modificações são percebidas pelo fuso muscular
que aumenta sua taxa de disparo, ativando os potenciais motores, que ativam os α-motoneurônios,
desencadeando o reflexo miotático ou o reflexo do fuso muscular, ou ainda o reflexo de estiramento,
como é conhecido10,20 (Figura 3).21

Centros superiores
Interneurônios

Motoneurônio γ
Interneurônios

Motoneurônio α

OTG
Modulação
da rigidez
Músculo
Fuso muscular

Estímulo
Mecanorreceptores vibratório

Figura 3 — Diagrama esquemático da resposta do músculo ao estímulo vibratório.


Fonte: Costa (2016).21

O circuito neuronal do reflexo do estiramento utiliza uma via monossináptica (o motoneurônio realiza
a sinapse direta com o motoneurônio anterior), o que possibilita um retardo quase desprezível do
impulso. Quando o músculo é subitamente estirado, são excitadas as fibras musculares intrafusais
com bolsa nuclear e, em resposta, ocorre a contração reflexa instantânea muito forte do mesmo
músculo a partir do qual partiu o impulso (Figura 4).22–24
15

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Músculo quadríceps
femoral Fuso muscular
Percussão do tensão
patelar provoca Neurônio sensorial
estiramento muscular

Motoneurônio alfa

Figura 4 — Reflexo de estiramento.


Fonte: Foss e Keteyian (2000).22

Se o estímulo vibratório for captado pelo órgão tendinoso de Golgi (OTG), ocorre uma inibição
dos potenciais motores pelos α-motoneurônios, inibindo a contração muscular. Outra alternativa
sugerida de ação do estímulo seria a excitabilidade dos motoneurônios que inervam os músculos
agonistas, que seria diminuída por inibição recíproca.

Em 1992, Kasai e colaboradores25 descreveram que a vibração induzia a ativação dos receptores
do fuso muscular, não somente de forma localizada, mas também transmitia aos músculos vizinhos,
sugerindo que a aplicação da vibração pode ser transmitida entre os músculos e segmentos corporais.
Atualmente, as investigações acerca da utilização da vibração aumentam progressivamente, buscando
evidências sobre os efeitos nos sistemas musculoesquelético, neuromuscular e cardiovascular.

■■ INDICAÇÕES PARA O USO DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA


As indicações para a utilização da PV, segundo a literatura, são muito diversificadas. A indicação
depende diretamente do público alvo, do objetivo e do resultado que se deseja atingir. Algumas
revisões sistemáticas resumem os efeitos da VCI em algumas populações específicas, conforme
seguem

■■ melhora na DMO em mulheres na pós-menopausa;26


■■ melhora da força muscular da perna em idosos;27
■■ melhora do equilíbrio em indivíduos idosos;28
■■ melhora do equilíbrio, da marcha e da propriocepção em pacientes com DP, EM e AVC;29
■■ diminuição da intensidade da dor e aumento da função física em pacientes com osteoartrite
do joelho;30
■■ melhora na capacidade de exercício funcional e na qualidade de vida em pacientes com DPOC;31
■■ melhora da circulação sanguínea nas extremidades inferiores em mulheres perimenopáusicas;32
■■ melhora no desempenho muscular e no equilíbrio em jovens saudáveis;18
■■ aumento na produção de hormônio de crescimento em homens.33

16
■■ CONTRAINDICAÇÕES PARA O USO DA PLATAFORMA VIBRATÓRIA
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

De acordo com Van Nes e colaboradores,34 as contraindicações absolutas para o uso da PV são:

■■ espondilólise;
■■ valvulopatias;
■■ enxertos metálicos;
■■ osteossíntese;
■■ marcapasso;
■■ feridas;
■■ alterações no ritmo cardíaco;
■■ risco de trombose;
■■ intervenções cirúrgicas recentes;
■■ processos inflamatórios;
■■ pinos ou placas de metal;
■■ gravidez;
■■ epilepsia;
■■ tumores.

ATIVIDADES

1. Sobre a definição de PV e os tipos de treinamento com vibração, assinale a alternativa


correta.

A) O VL é aplicado diretamente nas mãos, sendo assim transmitido aos músculos.


B) No VCI, a fonte de aplicação da vibração é diretamente usada no tendão do músculo
alvo.
C) O treinamento de VCI trata-se de uma estimulação interna que induz oscilações
mecânicas.
D) A PV gera vibrações mecânicas que são transmitidas e propagadas no corpo em
forma de energia.
Resposta no final do artigo

2. Sobre os tipos de vibração utilizados em PV, assinale a alternativa correta.

A) Há dois tipos de vibração: as periódicas e as não periódicas.


B) Comercialmente, há dois tipos de PV: a VA e a VV.
C) Um exemplo de vibração aleatória é a onda senoidal.
D) A vibração periódica surge em forma de um impulso.
Resposta no final do artigo
17
3. Sobre frequência, amplitude e magnitude, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

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( ) A magnitude é a combinação de frequência e aceleração.
( ) A amplitude é a altura da onda.
( ) A frequência é a taxa de repetição dos ciclos oscilatórios, dada em mm.
( ) A maioria das PVs tem frequências de 15 a 60Hz e deslocamentos de 1 a 11mm.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V—V—F—F
B) F—V—V—F
C) F—V—F—V
D) V—F—F—V
Resposta no final do artigo

4. Quais orientações devem ser repassadas ao paciente antes da realização da VCI


em PV?

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Resposta no final do artigo

5. Explique o mecanismo neurofisiológico que ocorre quando o sistema musculoesquelético


é submetido à VCI.

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Resposta no final do artigo

6. Analise as afirmativas e identifique as indicações para utilização da PV.

I — Paciente com DPOC grave.


II — Paciente com válvula metálica aórtica.
III — Doenças do sistema conjuntivo.
IV — Idosos.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a III e a IV.


B) Apenas a II, a III e a IV.
C) Apenas a I e a II.
D) Apenas a II e a IV.
Resposta no final do artigo
18
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7. Em um caso hipotético, será utilizada a PV pela primeira vez com o paciente jovem,
atleta, saudável, em pós-operatório tardio de reconstrução do ligamento cruzado
anterior, em fase de ganho muscular, propriocepção e equilíbrio. Como se deve
explicar ao paciente o que é a PV, como funciona e quais são os objetivos a serem
alcançados. Responda quais condutas fisioterapêuticas podem ser realizadas com
o auxílio da PV.

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Resposta no final do artigo

■■ EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS EM DESFECHOS CARDIOVASCULARES


E PULMONARES
A VCI tem efeitos benéficos sobre a capacidade de exercício em pacientes com DPOC. Os exercícios
mais realizados em PV são os agachamentos dinâmicos que implicam maior demanda cardiopulmonar.
No entanto, não está totalmente elucidado se os pacientes apresentam maior estresse cardiopulmonar
durante a VCI por essa excitação dos músculos das extremidades inferiores. Portanto, Gloeck e
colaboradores35 avaliaram a demanda cardiopulmonar aguda em pacientes com DPOC grave que
realizaram exercícios de agachamento dinâmicos com e sem VCI.

Foram examinados 10 pacientes em dois dias consecutivos. No primeiro dia, o teste de exercício
cardiopulmonar foi realizado em um cicloergômetro. No segundo dia, seis episódios de exercícios de
agachamento repetidos foram realizados em ordem aleatória durante um, dois ou três minutos com
ou sem VCI. Foi utilizada uma frequência de 26Hz e 5mm de amplitude. A combinação de exercícios
de agachamento com VCI induziu uma resposta cardiopulmonar semelhante em pacientes com
DPOC grave em comparação com exercícios de agachamento sem VCI. Acredita-se que, apesar
de o tamanho amostral ser uma limitação do estudo, pode ser uma modalidade de exercício viável
e segura mesmo em pacientes com DPOC grave.

A obesidade e a menopausa são consideradas fatores de risco para doenças cardiovasculares;


nesse contexto, alguns trabalhos investigaram os efeitos da VCI nessa população. Severino e
colaboradores36 realizaram um ensaio clínico randomizado (ECR), com o objetivo de verificar os
efeitos de um treinamento com VCI durante seis semanas, em mulheres obesas na pós-menopausa.
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e a composição corporal foram avaliadas antes e
após as seis semanas. As mulheres foram randomizadas em grupo intervenção (n = 13) e grupo
controle (n = 14).
19
O grupo intervenção realizou uma série de exercícios progressivos na PV, e o volume de treinamento

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progrediu durante as seis semanas, o ocorrendo também a progressão na intensidade da vibração
(25 a 40Hz de frequência e 1 a 2mm de amplitude); na duração do conjunto de exercícios (30 a 60s);
na quantidade de séries (3 a 7); na diminuição da duração dos períodos de descanso (60 a 30s).

O grupo controle não participou de um programa de exercício supervisionado, e observou-se melhora


na VFC, no balanço simpatovagal e na porcentagem de gordura corporal.

Portanto, um período de treinamento de seis semanas com VCI foi capaz de melhorar a função
autonômica cardíaca e a composição corporal nessa população.

Outro estudo37 foi realizado com mulheres obesas, pós-menopausa e em estágio 1 de hipertensão.
O ECR avaliou os efeitos do treinamento com VCI associado ao exercício físico sobre a VFC
e a pressão arterial (PA) em mulheres obesas pós-menopausa. Vinte e cinco mulheres foram
randomizadas para grupo intervenção (n=13) e grupo controle (n=12).

O grupo controle não realizou exercício supervisionado. Já o grupo intervenção realizou treinamento
supervisionado três vezes na semana, com quatro exercícios estáticos de perna e quatro exercícios
dinâmicos em PV com vibração vertical, utilizando parâmetros progressivos:

■■ 25–40Hz de frequência;
■■ baixa a alta amplitude;
■■ aceleração de pico entre 4,3 e 21,3g;
■■ duração da série de exercícios — 30–60s;
■■ número de séries — 1–5s;
■■ duração total da sessão de treinamento — 11–60m;
■■ diminuição da duração dos períodos de descanso — 60–30s.

Os resultados mostram uma melhor modulação autonômica cardíaca com aumento do tônus vagal
e diminuição da atividade simpática com efeito anti-hipertensivo. Portanto, um programa de oito
semanas de exercícios físicos com VCI é capaz de proporcionar melhora no balanço simpático e
na PA de mulheres obesas pós-menopausa com pré-hipertensão e hipertensão estágio 1.

Tratando-se de artigos com maior poder de evidência, que verificaram o efeito da VCI em pacientes
com doenças cardiovasculares, Robinson e colaboradores38 realizaram uma revisão sistemática
com metanálise de ECR, para investigarem os efeitos da VCI no controle glicêmico, nos fatores
de risco cardiovascular (colesterol no sangue e triglicerídeos, índice aterogênico, índice de massa
corpórea [IMC], corporal, peso, circunferência da cintura, relação cintura quadril, PA, frequência
cardíaca [FC]) e na capacidade física e funcional de pacientes com diabetes melitos tipo 2 (DM2).

Em comparação com o grupo controle, as intervenções utilizando VCI reduziram:

■■ glicemia em jejum intervenção (25,7mL/dL em 12 horas);


■■ peso;
■■ circunferência da cintura;
■■ relação cintura-quadril;
■■ porcentagem de gordura corporal.

Os resultados demonstram que intervenções a partir de 12 semanas causam melhorias na hemoglobina


glicada, nos fatores de risco cardiovascular e na capacidade física e funcional.
20
■■ EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS EM DIFERENTES POPULAÇÕES
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

A fibromialgia é uma síndrome dolorosa, que afeta, em sua maioria, mulheres, e tem grande
repercussão na qualidade de vida, podendo ainda estar associada a quadros de depressão. Uma
intervenção multiprofissional contribui para amenizar essa sintomatologia e, nesse contexto, insere-
se a fisioterapia e o exercício físico.

Alev e colaboradores39 realizaram um ECR que avaliou os efeitos da VCI associada ao exercício
físico em adultos com fibromialgia. Foram randomizados 20 pacientes em grupo intervenção (n
=10) e grupo controle (n=10). O grupo intervenção realizou exercício físico combinado com VCI
em uma frequência de 30Hz, 2mm de amplitude e seis diferentes tipos de exercícios, 30 segundos
cada, com seis repetições, por um período de quatro semanas.

O grupo controle realizou os mesmos exercícios na plataforma, sem vibração. Foram avaliados no
início do protocolo, no terceiro e no sexto mês, dor, qualidade de vida, ansiedade e depressão. Os
resultados do estudo mostram que os pacientes obtiveram melhora nos domínios de qualidade de
vida, no sexto mês, apenas no grupo intervenção. Portando, a VCI combinada ao exercício físico
reduz os sintomas de fibromialgia como um efeito de treinamento crônico.

A atividade física desempenha um papel importante na manutenção da massa óssea


ou na redução da taxa de perda óssea. No entanto, se torna difícil para pessoas idosas
e/ou debilitadas praticarem exercícios físicos, principalmente aqueles com problemas
articulares e/ou neurológicos. Uma alternativa são as máquinas de VCI que auxiliam na
manutenção da DMO ou na redução da taxa de perda óssea.

Uma revisão sistemática40 de ECR avaliou a realização de exercícios em aparelhos de VCI em


mulheres idosas pós-menopausa com diagnóstico de osteoporose. Os artigos incluídos mostraram
aumento significativo na DMO. Dessa maneira, a VCI pode ser uma boa alternativa adjuvante ou
boa adição ao exercício físico para a prevenção e o manejo da osteoporose.

Uma revisão sistemática41 de ECR com um público distinto avaliou a eficácia da terapia de VCI na
função física de pacientes com DM2. O DM é uma das doenças metabólicas mais comuns em todo
mundo e deve ser tratado com manejo multiprofissional, dentre eles, o exercício físico. Entretanto,
muitas vezes os pacientes sentem-se desmotivados, apresentam fadigas e até limitações físicas.

Os autores encontraram que a VCI pode ter um impacto favorável na manutenção e no ganho
muscular, bem como no equilíbrio dos pacientes; mas, o efeito sobre a mobilidade permanece
duvidoso. Concluem, ainda, que a terapia é uma abordagem segura e alternativa aos pacientes
com DM2. Porém, existe muita inconsistência entre os estudos, como variabilidade nos parâmetros,
diferenças nos níveis de vibração e na duração das intervenções, sendo inconclusiva a evidência
para aplicação da terapia de VCI em pacientes com DM2.

A VCI ganhou popularidade na reabilitação de várias populações, e com o pressuposto de que


o aumento na força muscular e no desempenho são os seus principais efeitos. Uma revisão
sistemática42 com metanálise de ECR avaliou o treinamento com VCI em pacientes portadores de
DPOC. Os autores avaliaram:

■■ capacidade funcional;
■■ qualidade de vida;
■■ desempenho nas atividades de vida diária;
21
■■ força muscular de membros inferiores (MMII);

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■■ possíveis efeitos adversos.

Os artigos analisados mostraram melhora na distância percorrida no teste de caminhada de 6min


(TC6) e não encontraram efeitos adversos. Os demais desfechos não apresentaram mudanças
significativas. Os exercícios com VCI parecem beneficiar pacientes portadores de DPOC, melhorando
sua capacidade de exercício funcional.

Outra revisão sistemática43 com metanálise verificou os efeitos da VCI no desempenho muscular
e na mobilidade funcional em pacientes com EM. Devido à EM ser uma doença inflamatória e
progressiva do sistema nervoso central (SNC), manifesta-se com distúrbios de equilíbrio, fraqueza
muscular e fadiga no sistema musculoesquelético. O exercício físico visa atenuar esses sintomas;
entretanto, esse treinamento é longo, intensivo e demorado. Neste sentido, avaliou-se a eficácia
da VCI sobre a força muscular e mobilidade funcional. A análise dos estudos incluídos mostrou
melhora significativa na força do extensor de joelho, contudo sem alterações na flexão de joelho
e mobilidade funcional.

Devem-se ajustar os parâmetros da VCI ─ frequência, amplitude, tempo de aplicação e


duração em semanas ─ a cada situação-problema encontrada.

Devido ao efeito-aprendizado apresentado pela maioria dos pacientes com doenças


cardiorrespiratórias, recomenda-se realizar dois TC6 e considerar a maior distância percorrida
como resultado da avaliação.

ATIVIDADES

8. Por que a vibração ou VCI realizada por meio dos aparelhos conhecidos como PV vem
ganhando notoriedade nos últimos anos, e por que essa tende a ser uma alternativa
promissora ao exercício físico ou associada a ele?

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Resposta no final do artigo

9. O que a literatura científica tem demonstrado acerca da utilização da VCI em diferentes


populações com desfechos que avaliam variáveis cardiovasculares?

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Resposta no final do artigo
22
10. Sobre as evidências científicas relativas aos benefícios do VCI, observe as afirmativas
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

a seguir.

I — Um período de treinamento de seis semanas com VCI foi capaz de melhorar a


função autonômica cardíaca e a composição corporal de mulheres obesas na pós-
menopausa.
II — Um programa de oito semanas de exercícios físicos com VCI não afetou a PA de
mulheres obesas com pré-hipertensão e hipertensão estágio 1, mas teve efeito na
circunferência abdominal.
III — Os pacientes com fibromialgia, que realizaram a VCI combinada ao exercício físico
(treinamento crônico), obtiveram melhora nos domínios de qualidade vida.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a III.
D) Apenas a I e a III.
Resposta no final do artigo

11. De acordo o levantamento da literatura apresentado no artigo, qual programa de


exercícios físicos em PV deve ser realizado com uma paciente com DMO reduzida
e DM2?

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Resposta no final do artigo

12. Sobre as evidências dos efeitos da VCI em diferentes populações, assinale a alternativa
correta.

A) A VCI pode melhorar o TC6 em pacientes portadores de DPOC.


B) A VCI melhora a mobilidade funcional e a flexão de joelho em pacientes com EM.
C) Não há evidências de aumento da DMO em idosas com osteoporose que utilizaram
a VCI.
D) A VCI tem impacto favorável na mobilidade e no equilíbrio de pacientes com DM2.
Resposta no final do artigo

13. Ao final da leitura do artigo, quais conclusões pode-se inferir acerca da utilização da
PV?

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23
Resposta no final do artigo

| PROFISIO | FISIOTERAPIA CARDIOVASCULAR E RESPIRATÓRIA | Ciclo 4 | Volume 3 |


■■ CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, 60 anos de idade, viúva, sem filhos, apresenta osteopenia,
IMC de 31,2kg/m², fibromialgia, sintomas de ansiedade e depressão (SIC) e queixa
de dificuldade para caminhar, impactando negativamente em sua qualidade de vida. A
paciente procura atendimento de fisioterapia com o objetivo de analgesia.

ATIVIDADES

14. Como deve ser realizada a abordagem inicial dessa paciente?

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Resposta no final do artigo

15. O que deve ser verificado na avaliação inicial fisioterapêutica?

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Resposta no final do artigo

16. O que deve ser prescrito no atendimento fisioterapêutico?

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Resposta no final do artigo
24
■■ CONCLUSÃO
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

Novas modalidades de equipamentos e intervenções têm sido propostas como forma de aumentar
as possibilidades de acesso e uso por parte das pessoas. Um recurso que ganhou visibilidade e
vem ganhando popularidade é a PV ou WBV (VCI), cujos benefícios vêm sendo investigados em
pesquisas de alta qualidade em diferentes populações saudáveis ou com doenças, ganhando
notoriedade nas áreas de fitness, desporto e reabilitação.

Apesar de existirem muitas pesquisas na literatura, há escassez de pesquisas com boa qualidade
metodológica, o que dificulta a discussão dos resultados. Assim, é evidente que são necessárias
novas investigações com melhor qualidade metodológica.

■■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS


Atividade 1
Resposta: D
Comentário: Na VL, o local de aplicação da vibração é diretamente no tendão do músculo alvo, ou
no ventre muscular. Na VCI, a fonte de aplicação da vibração é indireta (nos pés), sendo, assim,
transmitida aos músculos. O treinamento de VCI é caracterizado por uma estimulação externa que
induz uma vibração de oscilação a um sujeito que está em uma plataforma de vibração, ou seja,
são oscilações mecânicas em torno de uma posição ou ponto de referência.

Atividade 2
Resposta: B
Comentário: As vibrações podem ser periódicas, não periódicas e aleatórias. As ondas de vibração
periódica podem ser senoidal e multissenoidal; as de vibração não periódica, transitória e choque;
as de vibração aleatória, estacionária aleatória e não estacionária aleatória. A oscilação da vibração
periódica ocorre a períodos fixos, e a oscilação da vibração não periódica é surge em forma de um
impulso; já a oscilação da vibração aleatória é imprevisível.

Atividade 3
Resposta: C
Comentário: A primeira afirmativa é falsa porque a magnitude é uma combinação de amplitude e
aceleração. A segunda e a quarta afirmativas são verdadeiras. A terceira afirmativa também é falsa,
pois a frequência, a taxa de repetição dos ciclos oscilatórios, é medida em Hz, e não em mm — a
amplitude é que é medida em mm.

Atividade 4
Resposta: Devem ser repassadas orientações gerais aos indivíduos ou pacientes: utilizar roupas
e calçados adequados à prática de exercício físico; manter a tranquilidade, pois, inicialmente, a
vibração pode amedrontar; apoiar as mãos na haste de apoio do equipamento caso senta perda
de equilíbrio. Deve-se posicionar adequadamente o paciente de acordo com cada exercício e com
a forma que será utilizada a vibração: VCI ou VL. Deve-se lembrar que o terapeuta irá verificar
os SSVV antes e após a realização dos exercícios, que todos os exercícios serão demonstrados
previamente e que o terapeuta sempre estará ao lado no caso de alguma intercorrência.

Atividade 5
25
Resposta: De forma resumida, os benefícios no sistema muscular após a exposição à vibração

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são explicados por fatores neurais, como a sincronização das unidades motoras por meio dos
motoneurônios, a potencialização do reflexo de estiramento, o sinergismo da atividade muscular; a
alteração do sistema de inervação recíproca (inibindo a musculatura antagonista) e as adaptações
morfológicas e funcionais. A VCI estimula receptores cutâneos e fusos musculares, provocando o
reflexo tônico vibratório através de rápidas mudanças no comprimento da unidade músculo-tendínea.
O circuito neuronal do reflexo do estiramento utiliza uma via monossináptica que possibilita um retardo
quase desprezível do impulso. Quando o músculo é subitamente estirado, as fibras musculares
intrafusais com bolsa nuclear são excitadas e, em resposta, ocorre a contração reflexa instantânea
muito forte do músculo a partir do qual partiu o impulso.

Atividade 6
Resposta: A
Comentário: Os pacientes com válvula aórtica metálica em pós-operatório imediato ou mesmo
tardio são contraindicação para exercícios em PV, em razão da questão da vibração contínua.
Não se sabe ao certo que interferências hemodinâmicas ou estruturais a vibração poderia causar;
entretanto, não se aconselha.

Atividade 7
Resposta: A VCI irá produzir estímulos mecânicos como uma alternativa para um possível potencia-
lizador do desempenho neuromuscular capaz de aumentar o seu desempenho, diminuir a oscilação
postural e melhorar a densidade óssea. Será ajustado à frequência em Hz, à amplitude em mm e ao
tempo de exposição à vibração. Sugere-se inicialmente frequência e amplitude baixas. O estímulo
vibratório destinado ao tratamento poderá ser aplicado de maneira indireta nos músculos-alvos,
sendo transmitido por meio das extremidades do corpo a partir das PV. Devem ser realizados
exercícios associados à PV com progressão dos parâmetros e até mesmo utilização de cargas.

Atividade 8
Resposta: A VCI realizada através dos aparelhos conhecidos como PV é uma alternativa promissora,
pois muitos estudos vêm sendo realizados em diferentes populações, com diferentes parâmetros, a
fim de buscar novas intervenções que tragam reais benefícios à saúde geral da população. Quando
se fala em desfechos cardiovasculares, é comprovado que o exercício físico tem ação protetora
na saúde cardiovascular e aumenta a expectativa de vida. Portanto, outras terapias que possam
aumentar a aderência de forma isolada ou associada ao exercício devem ser investigadas em prol
de uma maior gama de possibilidades para que diferentes públicos-alvo possam ser beneficiados.

Atividade 9
Resposta: As pesquisas realizadas com a utilização da VCI são geralmente nas áreas de desporto,
fitness ou reabilitação de pacientes com défices musculoesqueléticos, reumatológicos, neurológicos e
traumatológicos. A área cardiovascular com esse tipo de intervenção, até o momento, foi muito pouco,
ou quase nada, pesquisada. As evidências acerca da intervenção são obtidas em alguns pacientes
crônicos, mas não cardíacos. As evidências mostradas avaliaram desfechos cardiovasculares, e a
PV mostrou ser benéfica, viável e segura nos desfechos avaliados.

Atividade 10
Resposta: D
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Comentário: A primeira e a terceira afirmativas estão corretas. A segunda afirmativa está incorreta
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

porque, no ECR que avaliou os efeitos de treinamento com VCI associado ao exercício físico sobre
a VFC e PA, em mulheres obesas pós-menopausa, os resultados mostram uma melhor modulação
autonômica cardíaca com aumento do tônus vagal e diminuição da atividade simpática, com efeito
anti-hipertensivo. Portanto, um programa de oito semanas de exercícios físicos com VCI é capaz
de proporcionar melhora no balanço simpático e na PA de mulheres obesas pós-menopausa com
pré-hipertensão e hipertensão estágio 1.

Atividade 11
Resposta: Os resultados demonstram que as intervenções a partir de 12 semanas causam melhorias
na hemoglobina glicada, nos fatores de risco cardiovascular e na capacidade física e funcional,
sendo favorável ao caso da paciente citada. Ainda, os efeitos da VCI foram comprovados na melhora
da DMO de mulheres pós-menopausa.

Atividade 12
Resposta: A
Comentário: Os pacientes com EM tratados com VCI mostraram melhora significativa na força do
extensor de joelho; contudo, não foram observadas alterações na flexão de joelho nem em mobilidade
funcional. As mulheres idosas pós-menopausa, com diagnóstico de osteoporose e tratadas com
VCI, apresentaram aumento significativo na DMO. Há um impacto favorável na manutenção ou no
ganho da massa muscular e no equilíbrio em pacientes com DM2 que utilizaram a terapia de VCI,
mas o efeito sobre a mobilidade permanece duvidoso.

Atividade 13
Resposta: Novas modalidades de equipamentos e de intervenções têm sido propostas como
forma de aumentar as possibilidades de acesso e uso por parte das pessoas; um recurso que
ganhou visibilidade e vem ganhando popularidade é a PV ou WBV (VCI), e seus benefícios são
investigados em pesquisas de alta qualidade em diferentes populações saudáveis ou com doenças,
ganhando notoriedade nas áreas de fitness, desporto e reabilitação. Contudo, apesar de existirem
muitas pesquisas na literatura, há escassez de pesquisas com boa qualidade metodológica, o que
dificulta a discussão dos resultados. Assim, é evidente que são necessárias novas investigações
com melhor qualidade metodológica.

Atividade 14
Resposta: Como se pode observar, há uma vasta sintomatologia na paciente. Deve-se orientá-la a
procurar um serviço multiprofissional, com o intuito de melhorar sua qualidade de vida geral, e que
foque, além da reabilitação físico-motora, os aspectos psíquicos e sociais. A paciente apresenta,
ainda, IMC elevado (obesidade grau I), podendo estar correlacionado a fatores como dificuldade
para caminhar, sintomas de ansiedade e depressão e osteopenia.

Atividade 15
Resposta: Devido ao quadro apresentado pela paciente, deve-se solicitar que essa realize uma
consulta médica inicial, com exames de rotina e exames cardiovasculares, com liberação médica
para o atendimento fisioterapêutico e prática de exercícios físicos. Ainda, após liberação médica,
deve-se verificar em todas as sessões os SSVV da paciente, realizar avaliação motora, avaliar suas
queixas e, se necessário, orientar e encaminhar para demais profissionais da saúde.

Atividade 16
27
Resposta: Deve-se prescrever um programa global que contemple a paciente como um todo. Dentre

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os objetivos, deve-se focar prioritariamente na analgesia (devido à fibromialgia), no reforço muscular
(devido à osteopenia) e na dificuldade para caminhar, fortalecendo, assim, os MMII e melhorando a
marcha. Um programa de exercícios em PV auxiliará no controle da dor e promoverá reforço muscular.
Um programa com periodização e progressão dos exercícios, tempo e intensidade promoverá alívio
da dor, aumento da massa muscular, melhora da deambulação e, possivelmente, melhora dos
sintomas de ansiedade e depressão. Não se deve esquecer de que um trabalho em conjunto com
nutricionistas, psicólogos e médicos aumentará as chances de sucesso no tratamento da paciente.

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