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■■ INTRODUÇÃO
O estímulo à atividade física e a prática de exercício físico são importantes estratégias terapêuticas
utilizadas nas políticas de promoção, prevenção e reabilitação da saúde da população. Seus
benefícios são associados à redução da mortalidade em doenças crônicas, especialmente nas
doenças cardiovasculares, que são as de maior prevalência na população brasileira e mundial.
Novas modalidades de equipamentos e de intervenções têm sido propostas como forma de aumentar
as possibilidades de acesso e uso por parte das pessoas. Um recurso que ganhou visibilidade e
vem ganhando popularidade é a plataforma vibratória (PV) ou whole-body vibration (WBV) —
vibração de corpo inteiro (VCI). Seus benefícios vêm sendo investigados em pesquisas de alta
qualidade em diferentes populações saudáveis ou com doenças, ganhando notoriedade nas áreas
de fitness, desporto e reabilitação.
■■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
■■ ESQUEMA CONCEITUAL
Plataforma vibratória
Bases neurofisiológicas
Evidências científicas em
desfechos cardiovasculares
e pulmonares
Evidências científicas em
diferentes populações
Caso clínico
Conclusão
■■ PLATAFORMA VIBRATÓRIA
O treinamento de VCI é caracterizado por uma estimulação externa que induz uma vibração de
oscilação a um sujeito que está em uma plataforma de vibração; ou seja, uma oscilação mecânica
em torno de uma posição ou ponto de referência.1 Atualmente, o treinamento com vibrações
mecânicas vem sendo utilizado na melhora do desempenho físico, esportivo, funcional e na área
da reabilitação.2 A PV gera vibrações mecânicas que são transmitidas e se propagam no corpo em
forma de energia, provocando vibrações e adaptações nos tecidos.3
Na literatura científica, existem dois tipos de treinamento com vibração, conforme descreve o Quadro 1.
Quadro 1
VL: vibração localizada. VCI: vibração de corpo inteiro; WBV: whole body vibration.
Fonte: Elaborado pelos autores.
11
A VCI é o método mais utilizado para treinamento em PV. Existem diferentes marcas de PV e
comercialmente, dois tipos:9,10
As vibrações podem ser periódicas (senoidal, multissenoidal), não periódicas (transitória e choque)
ou aleatórias (estacionária aleatória ou não estacionária aleatória). Nas vibrações periódicas, a
oscilação ocorre em períodos fixos; nas vibrações não periódicas, surgem em forma de um impulso;
nas vibrações aleatórias, a oscilação é imprevisível.10 A Figura 1 apresenta formas das ondas.
Sinosoidal
Multi-sinosoidal
Transitória
Choque
Aleatória
estacionária
Aleatória não-
estacionária
Existem diversas formas e modos de exercícios na PV, até mesmo com adição de alguns dispositivos,
como ilustrados na Figura 2 a seguir.
12
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
A B C
D E I
G H F
J K M
■■ verificar os sinais vitais (SSVV) do paciente previamente à sessão e após a realização dos
exercícios;
■■ demonstrar ao paciente, previamente, a execução dos exercícios na PV;
■■ posicionar corretamente o paciente;
■■ estar sempre ao lado do paciente no caso de alguma intercorrência.
13
Para a realização do treinamento em PV, deve-se seguir uma metodologia conforme descrito por
■■ BASES NEUROFISIOLÓGICAS
A vibração ou aceleração provocada no corpo humano a partir da VCI se constitui como o agente
estressor e, portanto, é responsável pelas respostas neurais e morfológicas que ocorrem no
organismo.16
Sinteticamente, a melhora no desempenho físico após a exposição à vibração pode ser explicada
por fatores neurais, como:
Centros superiores
Interneurônios
Motoneurônio γ
Interneurônios
Motoneurônio α
OTG
Modulação
da rigidez
Músculo
Fuso muscular
Estímulo
Mecanorreceptores vibratório
O circuito neuronal do reflexo do estiramento utiliza uma via monossináptica (o motoneurônio realiza
a sinapse direta com o motoneurônio anterior), o que possibilita um retardo quase desprezível do
impulso. Quando o músculo é subitamente estirado, são excitadas as fibras musculares intrafusais
com bolsa nuclear e, em resposta, ocorre a contração reflexa instantânea muito forte do mesmo
músculo a partir do qual partiu o impulso (Figura 4).22–24
15
Motoneurônio alfa
Se o estímulo vibratório for captado pelo órgão tendinoso de Golgi (OTG), ocorre uma inibição
dos potenciais motores pelos α-motoneurônios, inibindo a contração muscular. Outra alternativa
sugerida de ação do estímulo seria a excitabilidade dos motoneurônios que inervam os músculos
agonistas, que seria diminuída por inibição recíproca.
Em 1992, Kasai e colaboradores25 descreveram que a vibração induzia a ativação dos receptores
do fuso muscular, não somente de forma localizada, mas também transmitia aos músculos vizinhos,
sugerindo que a aplicação da vibração pode ser transmitida entre os músculos e segmentos corporais.
Atualmente, as investigações acerca da utilização da vibração aumentam progressivamente, buscando
evidências sobre os efeitos nos sistemas musculoesquelético, neuromuscular e cardiovascular.
De acordo com Van Nes e colaboradores,34 as contraindicações absolutas para o uso da PV são:
■■ espondilólise;
■■ valvulopatias;
■■ enxertos metálicos;
■■ osteossíntese;
■■ marcapasso;
■■ feridas;
■■ alterações no ritmo cardíaco;
■■ risco de trombose;
■■ intervenções cirúrgicas recentes;
■■ processos inflamatórios;
■■ pinos ou placas de metal;
■■ gravidez;
■■ epilepsia;
■■ tumores.
ATIVIDADES
A) V—V—F—F
B) F—V—V—F
C) F—V—F—V
D) V—F—F—V
Resposta no final do artigo
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Resposta no final do artigo
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Resposta no final do artigo
7. Em um caso hipotético, será utilizada a PV pela primeira vez com o paciente jovem,
atleta, saudável, em pós-operatório tardio de reconstrução do ligamento cruzado
anterior, em fase de ganho muscular, propriocepção e equilíbrio. Como se deve
explicar ao paciente o que é a PV, como funciona e quais são os objetivos a serem
alcançados. Responda quais condutas fisioterapêuticas podem ser realizadas com
o auxílio da PV.
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Resposta no final do artigo
Foram examinados 10 pacientes em dois dias consecutivos. No primeiro dia, o teste de exercício
cardiopulmonar foi realizado em um cicloergômetro. No segundo dia, seis episódios de exercícios de
agachamento repetidos foram realizados em ordem aleatória durante um, dois ou três minutos com
ou sem VCI. Foi utilizada uma frequência de 26Hz e 5mm de amplitude. A combinação de exercícios
de agachamento com VCI induziu uma resposta cardiopulmonar semelhante em pacientes com
DPOC grave em comparação com exercícios de agachamento sem VCI. Acredita-se que, apesar
de o tamanho amostral ser uma limitação do estudo, pode ser uma modalidade de exercício viável
e segura mesmo em pacientes com DPOC grave.
Portanto, um período de treinamento de seis semanas com VCI foi capaz de melhorar a função
autonômica cardíaca e a composição corporal nessa população.
Outro estudo37 foi realizado com mulheres obesas, pós-menopausa e em estágio 1 de hipertensão.
O ECR avaliou os efeitos do treinamento com VCI associado ao exercício físico sobre a VFC
e a pressão arterial (PA) em mulheres obesas pós-menopausa. Vinte e cinco mulheres foram
randomizadas para grupo intervenção (n=13) e grupo controle (n=12).
O grupo controle não realizou exercício supervisionado. Já o grupo intervenção realizou treinamento
supervisionado três vezes na semana, com quatro exercícios estáticos de perna e quatro exercícios
dinâmicos em PV com vibração vertical, utilizando parâmetros progressivos:
■■ 25–40Hz de frequência;
■■ baixa a alta amplitude;
■■ aceleração de pico entre 4,3 e 21,3g;
■■ duração da série de exercícios — 30–60s;
■■ número de séries — 1–5s;
■■ duração total da sessão de treinamento — 11–60m;
■■ diminuição da duração dos períodos de descanso — 60–30s.
Os resultados mostram uma melhor modulação autonômica cardíaca com aumento do tônus vagal
e diminuição da atividade simpática com efeito anti-hipertensivo. Portanto, um programa de oito
semanas de exercícios físicos com VCI é capaz de proporcionar melhora no balanço simpático e
na PA de mulheres obesas pós-menopausa com pré-hipertensão e hipertensão estágio 1.
Tratando-se de artigos com maior poder de evidência, que verificaram o efeito da VCI em pacientes
com doenças cardiovasculares, Robinson e colaboradores38 realizaram uma revisão sistemática
com metanálise de ECR, para investigarem os efeitos da VCI no controle glicêmico, nos fatores
de risco cardiovascular (colesterol no sangue e triglicerídeos, índice aterogênico, índice de massa
corpórea [IMC], corporal, peso, circunferência da cintura, relação cintura quadril, PA, frequência
cardíaca [FC]) e na capacidade física e funcional de pacientes com diabetes melitos tipo 2 (DM2).
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa, que afeta, em sua maioria, mulheres, e tem grande
repercussão na qualidade de vida, podendo ainda estar associada a quadros de depressão. Uma
intervenção multiprofissional contribui para amenizar essa sintomatologia e, nesse contexto, insere-
se a fisioterapia e o exercício físico.
Alev e colaboradores39 realizaram um ECR que avaliou os efeitos da VCI associada ao exercício
físico em adultos com fibromialgia. Foram randomizados 20 pacientes em grupo intervenção (n
=10) e grupo controle (n=10). O grupo intervenção realizou exercício físico combinado com VCI
em uma frequência de 30Hz, 2mm de amplitude e seis diferentes tipos de exercícios, 30 segundos
cada, com seis repetições, por um período de quatro semanas.
O grupo controle realizou os mesmos exercícios na plataforma, sem vibração. Foram avaliados no
início do protocolo, no terceiro e no sexto mês, dor, qualidade de vida, ansiedade e depressão. Os
resultados do estudo mostram que os pacientes obtiveram melhora nos domínios de qualidade de
vida, no sexto mês, apenas no grupo intervenção. Portando, a VCI combinada ao exercício físico
reduz os sintomas de fibromialgia como um efeito de treinamento crônico.
Uma revisão sistemática41 de ECR com um público distinto avaliou a eficácia da terapia de VCI na
função física de pacientes com DM2. O DM é uma das doenças metabólicas mais comuns em todo
mundo e deve ser tratado com manejo multiprofissional, dentre eles, o exercício físico. Entretanto,
muitas vezes os pacientes sentem-se desmotivados, apresentam fadigas e até limitações físicas.
Os autores encontraram que a VCI pode ter um impacto favorável na manutenção e no ganho
muscular, bem como no equilíbrio dos pacientes; mas, o efeito sobre a mobilidade permanece
duvidoso. Concluem, ainda, que a terapia é uma abordagem segura e alternativa aos pacientes
com DM2. Porém, existe muita inconsistência entre os estudos, como variabilidade nos parâmetros,
diferenças nos níveis de vibração e na duração das intervenções, sendo inconclusiva a evidência
para aplicação da terapia de VCI em pacientes com DM2.
■■ capacidade funcional;
■■ qualidade de vida;
■■ desempenho nas atividades de vida diária;
21
■■ força muscular de membros inferiores (MMII);
Outra revisão sistemática43 com metanálise verificou os efeitos da VCI no desempenho muscular
e na mobilidade funcional em pacientes com EM. Devido à EM ser uma doença inflamatória e
progressiva do sistema nervoso central (SNC), manifesta-se com distúrbios de equilíbrio, fraqueza
muscular e fadiga no sistema musculoesquelético. O exercício físico visa atenuar esses sintomas;
entretanto, esse treinamento é longo, intensivo e demorado. Neste sentido, avaliou-se a eficácia
da VCI sobre a força muscular e mobilidade funcional. A análise dos estudos incluídos mostrou
melhora significativa na força do extensor de joelho, contudo sem alterações na flexão de joelho
e mobilidade funcional.
ATIVIDADES
8. Por que a vibração ou VCI realizada por meio dos aparelhos conhecidos como PV vem
ganhando notoriedade nos últimos anos, e por que essa tende a ser uma alternativa
promissora ao exercício físico ou associada a ele?
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Resposta no final do artigo
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Resposta no final do artigo
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10. Sobre as evidências científicas relativas aos benefícios do VCI, observe as afirmativas
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
a seguir.
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a III.
D) Apenas a I e a III.
Resposta no final do artigo
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Resposta no final do artigo
12. Sobre as evidências dos efeitos da VCI em diferentes populações, assinale a alternativa
correta.
13. Ao final da leitura do artigo, quais conclusões pode-se inferir acerca da utilização da
PV?
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Resposta no final do artigo
ATIVIDADES
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Resposta no final do artigo
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Resposta no final do artigo
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Resposta no final do artigo
24
■■ CONCLUSÃO
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
Novas modalidades de equipamentos e intervenções têm sido propostas como forma de aumentar
as possibilidades de acesso e uso por parte das pessoas. Um recurso que ganhou visibilidade e
vem ganhando popularidade é a PV ou WBV (VCI), cujos benefícios vêm sendo investigados em
pesquisas de alta qualidade em diferentes populações saudáveis ou com doenças, ganhando
notoriedade nas áreas de fitness, desporto e reabilitação.
Apesar de existirem muitas pesquisas na literatura, há escassez de pesquisas com boa qualidade
metodológica, o que dificulta a discussão dos resultados. Assim, é evidente que são necessárias
novas investigações com melhor qualidade metodológica.
Atividade 2
Resposta: B
Comentário: As vibrações podem ser periódicas, não periódicas e aleatórias. As ondas de vibração
periódica podem ser senoidal e multissenoidal; as de vibração não periódica, transitória e choque;
as de vibração aleatória, estacionária aleatória e não estacionária aleatória. A oscilação da vibração
periódica ocorre a períodos fixos, e a oscilação da vibração não periódica é surge em forma de um
impulso; já a oscilação da vibração aleatória é imprevisível.
Atividade 3
Resposta: C
Comentário: A primeira afirmativa é falsa porque a magnitude é uma combinação de amplitude e
aceleração. A segunda e a quarta afirmativas são verdadeiras. A terceira afirmativa também é falsa,
pois a frequência, a taxa de repetição dos ciclos oscilatórios, é medida em Hz, e não em mm — a
amplitude é que é medida em mm.
Atividade 4
Resposta: Devem ser repassadas orientações gerais aos indivíduos ou pacientes: utilizar roupas
e calçados adequados à prática de exercício físico; manter a tranquilidade, pois, inicialmente, a
vibração pode amedrontar; apoiar as mãos na haste de apoio do equipamento caso senta perda
de equilíbrio. Deve-se posicionar adequadamente o paciente de acordo com cada exercício e com
a forma que será utilizada a vibração: VCI ou VL. Deve-se lembrar que o terapeuta irá verificar
os SSVV antes e após a realização dos exercícios, que todos os exercícios serão demonstrados
previamente e que o terapeuta sempre estará ao lado no caso de alguma intercorrência.
Atividade 5
25
Resposta: De forma resumida, os benefícios no sistema muscular após a exposição à vibração
Atividade 6
Resposta: A
Comentário: Os pacientes com válvula aórtica metálica em pós-operatório imediato ou mesmo
tardio são contraindicação para exercícios em PV, em razão da questão da vibração contínua.
Não se sabe ao certo que interferências hemodinâmicas ou estruturais a vibração poderia causar;
entretanto, não se aconselha.
Atividade 7
Resposta: A VCI irá produzir estímulos mecânicos como uma alternativa para um possível potencia-
lizador do desempenho neuromuscular capaz de aumentar o seu desempenho, diminuir a oscilação
postural e melhorar a densidade óssea. Será ajustado à frequência em Hz, à amplitude em mm e ao
tempo de exposição à vibração. Sugere-se inicialmente frequência e amplitude baixas. O estímulo
vibratório destinado ao tratamento poderá ser aplicado de maneira indireta nos músculos-alvos,
sendo transmitido por meio das extremidades do corpo a partir das PV. Devem ser realizados
exercícios associados à PV com progressão dos parâmetros e até mesmo utilização de cargas.
Atividade 8
Resposta: A VCI realizada através dos aparelhos conhecidos como PV é uma alternativa promissora,
pois muitos estudos vêm sendo realizados em diferentes populações, com diferentes parâmetros, a
fim de buscar novas intervenções que tragam reais benefícios à saúde geral da população. Quando
se fala em desfechos cardiovasculares, é comprovado que o exercício físico tem ação protetora
na saúde cardiovascular e aumenta a expectativa de vida. Portanto, outras terapias que possam
aumentar a aderência de forma isolada ou associada ao exercício devem ser investigadas em prol
de uma maior gama de possibilidades para que diferentes públicos-alvo possam ser beneficiados.
Atividade 9
Resposta: As pesquisas realizadas com a utilização da VCI são geralmente nas áreas de desporto,
fitness ou reabilitação de pacientes com défices musculoesqueléticos, reumatológicos, neurológicos e
traumatológicos. A área cardiovascular com esse tipo de intervenção, até o momento, foi muito pouco,
ou quase nada, pesquisada. As evidências acerca da intervenção são obtidas em alguns pacientes
crônicos, mas não cardíacos. As evidências mostradas avaliaram desfechos cardiovasculares, e a
PV mostrou ser benéfica, viável e segura nos desfechos avaliados.
Atividade 10
Resposta: D
26
Comentário: A primeira e a terceira afirmativas estão corretas. A segunda afirmativa está incorreta
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PLATAFORMA VIBRATÓRIA: MECANISMOS FISIOLÓGICOS DE AÇÃO E EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
porque, no ECR que avaliou os efeitos de treinamento com VCI associado ao exercício físico sobre
a VFC e PA, em mulheres obesas pós-menopausa, os resultados mostram uma melhor modulação
autonômica cardíaca com aumento do tônus vagal e diminuição da atividade simpática, com efeito
anti-hipertensivo. Portanto, um programa de oito semanas de exercícios físicos com VCI é capaz
de proporcionar melhora no balanço simpático e na PA de mulheres obesas pós-menopausa com
pré-hipertensão e hipertensão estágio 1.
Atividade 11
Resposta: Os resultados demonstram que as intervenções a partir de 12 semanas causam melhorias
na hemoglobina glicada, nos fatores de risco cardiovascular e na capacidade física e funcional,
sendo favorável ao caso da paciente citada. Ainda, os efeitos da VCI foram comprovados na melhora
da DMO de mulheres pós-menopausa.
Atividade 12
Resposta: A
Comentário: Os pacientes com EM tratados com VCI mostraram melhora significativa na força do
extensor de joelho; contudo, não foram observadas alterações na flexão de joelho nem em mobilidade
funcional. As mulheres idosas pós-menopausa, com diagnóstico de osteoporose e tratadas com
VCI, apresentaram aumento significativo na DMO. Há um impacto favorável na manutenção ou no
ganho da massa muscular e no equilíbrio em pacientes com DM2 que utilizaram a terapia de VCI,
mas o efeito sobre a mobilidade permanece duvidoso.
Atividade 13
Resposta: Novas modalidades de equipamentos e de intervenções têm sido propostas como
forma de aumentar as possibilidades de acesso e uso por parte das pessoas; um recurso que
ganhou visibilidade e vem ganhando popularidade é a PV ou WBV (VCI), e seus benefícios são
investigados em pesquisas de alta qualidade em diferentes populações saudáveis ou com doenças,
ganhando notoriedade nas áreas de fitness, desporto e reabilitação. Contudo, apesar de existirem
muitas pesquisas na literatura, há escassez de pesquisas com boa qualidade metodológica, o que
dificulta a discussão dos resultados. Assim, é evidente que são necessárias novas investigações
com melhor qualidade metodológica.
Atividade 14
Resposta: Como se pode observar, há uma vasta sintomatologia na paciente. Deve-se orientá-la a
procurar um serviço multiprofissional, com o intuito de melhorar sua qualidade de vida geral, e que
foque, além da reabilitação físico-motora, os aspectos psíquicos e sociais. A paciente apresenta,
ainda, IMC elevado (obesidade grau I), podendo estar correlacionado a fatores como dificuldade
para caminhar, sintomas de ansiedade e depressão e osteopenia.
Atividade 15
Resposta: Devido ao quadro apresentado pela paciente, deve-se solicitar que essa realize uma
consulta médica inicial, com exames de rotina e exames cardiovasculares, com liberação médica
para o atendimento fisioterapêutico e prática de exercícios físicos. Ainda, após liberação médica,
deve-se verificar em todas as sessões os SSVV da paciente, realizar avaliação motora, avaliar suas
queixas e, se necessário, orientar e encaminhar para demais profissionais da saúde.
Atividade 16
27
Resposta: Deve-se prescrever um programa global que contemple a paciente como um todo. Dentre
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