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Bruno Luis Amoroso Borges

EFEITOS DA MANIPULAÇÃO E TÉCNICAS MIOFASCIAIS NA VARIABILIDADE


DA FREQUÊNCIA CARDÍACA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA – PIRACICABA-SP

2017

1
Bruno Luis Amoroso Borges

EFEITOS DA MANIPULAÇÃO E TÉCNICAS MIOFASCIAIS NA VARIABILIDADE


DA FREQUÊNCIA CARDÍACA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Trabalho para obtenção do


título de Diplmado em
Osteopatia (D.O.) sob
orientação do Prof.Dr. Hugo
Pasin Neto DO Mro (Br)

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA – PIRACICABA-SP

2017

2
Bruno Luis Amoroso Borges

EFEITOS DA MANIPULAÇÃO E TÉCNICAS MIOFASCIAIS NA VARIABILIDADE


DA FREQUÊNCIA CARDÍACA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Piracicaba, ___ de_______________ de 2017

___________________________________________________________________

Membro 1

___________________________________________________________________

Membro 2

___________________________________________________________________

Membro 3

3
Sumário
RESUMO .............................................................................................................................................. 5

ABSTRACT .......................................................................................................................................... 6

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 7

MÉTODOS ........................................................................................................................................... 9

RESULTADOS .................................................................................................................................. 11

DISCUSSÃO ...................................................................................................................................... 18

CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 24

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 25

4
RESUMO
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é uma análise importante para
investigar estímulos decorrentes do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). A osteopatia
pode ser uma forma de tratamento que consegue influenciar esse sistema seja em
indivíduos saudáveis como também com alguma disfunção ou doença. Dessa forma,
o objetivo desse estudo foi revisar sistematicamente o efeito da manipulação
vertebral e de técnicas miofasciais na VFC. Foram analisado vários estudos nas
bases de dados Pubmed, Scielo, Lilacs, PEDro, Ibesco, Cochrane, Scopus. Foi
utilizado o PEDro como critério para avaliar a metodologia de cada estudo
selecionado. Foram encontrados no total 503 estudos. Após a análise pelo resumo,
nove foram selecionados e avaliados. Conclui-se que a osteopatia pode influenciar o
SNA dependendo da localização do estímulo e do tipo do estímulo. Nas regiões
cervical e lombar houve maior resposta parassimpática enquanto que na região
torácica resposta simpática.

Palavras-chaves: manipulação vertebral, mobilização vertebral, liberação miofascial,


sistema nervoso simpático, sistema nervoso parassimpático.

5
ABSTRACT
Heart rate variability (HRV) is an important analysis to investigate stimuli derived from
the Autonomic Nervous System (ANS). Osteopathy can be a form of treatment that
can influence this system in healthy individuals as well as with some dysfunction or
disease. Thus, the objective of this study was to systematically review the effect of
vertebral manipulation and myofascial techniques on HRV. Several studies were
analyzed in Pubmed, Scielo, Lilacs, PEDro, Ibesco, Cochrane, Scopus databases.
PEDro was used as a criterion to evaluate the methodology of each selected study. A
total of 503 studies were found. After the analysis by the abstract, nine were selected
and evaluated. It is concluded that osteopathy can influence the ANS depending on
the location of the stimulus and the type of stimulus. In the cervical and lumbar
regions there was greater parasympathetic response whereas in the thoracic region
sympathetic response.

Keywords: vertebral manipulation, vertebral mobilization, myofascial release,


sympathetic nervous system, parasympathetic nervous system

6
INTRODUÇÃO
Variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é a variação ao longo do tempo
do período entre batimentos cardíacos consecutivos, é predominantemente
dependente da regulação extrínseca da frequência cardíaca (FC). A VFC fornece a
capacidade do coração de se adaptar a novas circunstâncias, detectando e
respondendo rapidamente aos estímulos imprevisíveis. É um sinal útil para a
compreensão do estado do sistema nervoso autônomo (SNA). Refere-se às
variações nos intervalos do batimento cardíaco ou, correspondentemente, na FC
instantânea. A variabilidade normal na FC é devida à regulação neural autonômica
do coração e do sistema circulatório. A ação de equilíbrio do sistema nervoso
simpático (SNS) e parassimpático (SNP) ramos do SNA controlam a FC. Os
sistemas que controlam são os baroceptores, quimioceptores, receptores atriais,
receptores ventriculares, modificações do sistema respiratório, sistema vaso motor,
sistema renina-angiotensina-aldosterona e sistema termorregulador. Os métodos
para análise podem ser realizados de forma linear, no domínio do tempo e da
frequência e bem como de forma não linear. Os métodos lineares são obtidos pelos
intervalos RR: SDNN (desvio padrão de todos intervalos RR), SDANN (desvio
padrão das médias dos intervalos RR normais a cada 5 minutos), SDNNi (média do
desvio padrão dos intervalos RR a cada 5 minutos), rMSSD (raiz quadrada da média
do quadrado das diferenças entre intervalos RR em um intervalo de tempo, pNN50
(porcentagem dos intervalos RR com diferença de duração maior que 50ms. Os
índices SDNN, SDANN, SDNNi representam as atividades simpática e
parassimpática. Os índices rMMSD e pNN50 representam a atividade
parassimpática (VANDERLEI et al., 2009).
Outro método é o domínio da frequência que decompõe a VFC: alta
frequência (HF) corresponde à modulação respiratória e é um indicador da atuação
do nervo vago sobre o coração; baixa frequência (LF) correspode a ação conjunta
dos componentes vagal e simpático sobre o coração, com predomínio do simpático;
muito baixa frequência (VLF) e ultra baixa frequência (ULF) parecem estar
relacionadas ao sistema renina-angiotensina-aldosterona, à termorregulação e ao
tono vasomotor periférico (VANDERLEI et al., 2009).

7
Estímulos do SNS aumentado ou SNP diminuído resulta em atividade
cardíaca acelerada. Por outro lado, a atividade do SNS baixo ou uma atividade SNP
alto faz desacelerar a ação cardíaca. O grau de variabilidade da FC fornece
informações sobre o funcionamento do controle nervoso na FC e habilidade de
resposta do coração (ACHARYA et al., 2006).
A manipulação vertebral (MV) tem sido muito utilizada no tratamento de
diversas desordens como disfunções viscerais, lombalgias crônicas, cervicalgias
(HURWITZ et al., 1996) e até na influência autonômica, como a variabilidade da
frequência cardíaca (PICKAR, 2002).
Esse recurso é feito através de um estímulo mecânico no tecido que circunda
uma vértebra ou através de um impulso (“thrust”) em uma vértebra específica. O
terapeuta controla a velocidade, magnitude e direção do impulso. Além disso, a
manipulação é realizada no final da amplitude de movimento, mas sem exceder os
limites de amplitude anatômicos. Geralmente, ocorre a cavitação, identificada
através de um estalido, todavia nem sempre isso ocorre. Apesar das evidências
clínicas mostrando benefícios da aplicação da manipulação vertebral, os
mecanismos fisiológicos estão totalmente elucidados. Entretanto, isso não refuta os
efeitos clínicos da manipulação (PICKAR, 2002).
Esse mesmo autor relata que existem algumas teorias que podem explicar a
MV. O que se pode considerar em comum a muitas destas teorias é que as
mudanças anatômicas, fisiológicas ou biomecânicas podem afetar a função do
sistema nervoso. A alteração entre os segmentos vertebrais hipoteticamente produz
efeito de sobrecarga mecânica que pode alterar a sinalização das propriedades
mecânicas ou químicas nos neurônios sensoriais nos tecidos paravertebrais. Essas
mudanças no input sensorial podem modificar a integração neural ou afetar
diretamente a atividade reflexa e/ou o centro de integração neural com pool neuronal
nociceptivo e até mesmo autonômico. A manipulação da coluna, então, alteraria o
fluxo de sinais sensoriais a partir de tecidos paravertebrais de uma maneira que
melhora a função fisiológica. Esta explicação compreende uma das bases mais
racionais para mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos efeitos da MV.
Esse recurso pode afetar o processamento da dor, possivelmente através da
alteração do estado central facilitada da medula espinhal, e pode afetar o sistema de
controle do motor. Experiências em animais mostram que input sensorial dos tecidos

8
paravertebrais tem a capacidade de alterar reflexamente a saída neural para o
sistema nervoso autônomo (SNA). No entanto, os efeitos da manipulação da coluna
vertebral sobre esse sistema são menos investigados BOLTON, HOLLAND, 1998) .
Em humanos, algumas investigações foram realizadas para medir
modificações da VFC, após manipulação cervical (BUDGELL, HIRANO, 2001) e
torácica (BUDGELL, POLLUS, 2006). Nestes estudos, foram observadas alterações
nas variáveis da VFC diversas, enquanto que em grupos controles foram incluídas,
as condições simuladas não demonstraram quaisquer alterações nos parâmetros da
VFC relatados. Há fortes indícios que VFC seja um bom marcador da atividade do
SNA (MARTINMA et al., 2006). Assim, nos estudos mencionados, parece que as
intervenções manipulativas da coluna vertebral podem afetar o SNA. Dessa forma, o
objetivo desse estudo foi revisar sistematicamente o efeito da manipulação vertebral
e de técnicas miofasciais na VFC.

MÉTODOS
Estudos que investigaram os efeitos da manipulação vertebral ou através de
outras técnicas manipulativas e fasciais na variabilidade da frequência cardíaca
foram selecionados para esta revisão, utilizando os seguintes critérios: pesquisa
clínica em indivíduos saudáveis ou com alguma doença; uso da manipulação com
ou sem outra intervenção; grupos dividos em experimental e controle (placebo ou
sem tratamento) ou dois grupos experimentais.

Somente estudos na lingua inglesa foram selecionados para esta revisão


publicados em revistas indexadas. Foram excuídos estudos controle, não
randomizados.

As bases de dados dos quais os artigos foram selecionados foram: Pubmed,


Scielo, Lilacs, PEDro, Ibesco, Cochrane, Scopus durante outubro à dezembro de
2016. As palavras utilizadas foram: heart rate variability, spinal manipulation,
osteopathy, chiropractic, manual therapy, myofascial, osteopathic.

De acordo com as diretrizes para revisão sistemática dos itens do Preferred


Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), dois
revisores independentemente foram selecionados para busca de todos os títulos e

9
resumos dos artigos. Após, esses passos, artigos relevantes foram adquiridos em
texto completo para avaliação. Dois membros da equipe de pesquisa avaliaram de
forma independente todos os textos em ordem para identificar potencialmente
estudos elegíveis. Em caso de discordância, um terceiro revisor avaliou os artigos
para um consenso comum.
PEDro é o banco de dados da Fisioterapia Baseado em evidências de mais
de 16 mil ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e diretrizes para a
prática clínica em fisioterapia para cada ensaio, revisão ou guideline. Além disso,
fornecem os detalhes de citação, o resumo e um link para o texto integral, sempre
que possível. Todos os ensaios do PEDro são avaliados independentemente da
qualidade, estas avaliações de qualidade são utilizadas para orientar os usuários
rapidamente aos ensaios que são mais propensos a ser válidos e conter
informações suficientes para orientar a prática clínica. Este banco de dados é
produzido pelo Centro de Fisioterapia Baseada em Evidências no The George
Institute for International Health.

Ele foi desenvolvido para dar aos fisioterapeutas e outros profissionais,


acesso rápido aos detalhes bibliográficos e resumos das melhores provas da
eficácia do tratamento. Ensaios constantes do PEDro são classificados por critérios
de qualidade para facilitar o acesso rápido aos elementos mais válidos.

De acordo com os critérios cada artigo recebe uma pontuação em relação à


sua qualidade metodológica, essa pontuação varia de 0 a 10 conforme o número de
critérios cumpridos no estudo. Uma pontuação abaixo de 4 é classificada como
qualidade metodológica “pobre”, de 4 a 5 pontos a qualidade metodológica é
classificada como “justa”, de 6 a 8 pontos como “boa” e de 9 a 10 pontos como
qualidade metodológica “excelente”.

10
RESULTADOS

Osteopathic =130 Estudos excuídos = 495

Osteopathy= 46
Estudos duplicados = 8

Heart rate variability= 181

Estudos incluídos = 8
Vertebral manipulation= 83

Vertebral mobilization= 14

Miofascial= 57

11
AUTORES, ANO SUJEITOS METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÃO QUALIDADE (PEDro)

Welch, Boone, Ensaio clínico Manipulação cervical A pressão diastólica Os individuos que receberam a 1/10 (1,8,)
2008 controlado (n=4) e torácica (n=3) diminui manipulação cervical houve um
cruzado. significativamente estímulo parassimpático, já os
Avaliação: PA e ECG
que receberam a manipulação
N= 40 para VFC A VFC foi avaliada apenas
torácica hou um aumento na
em 7 indivíduos.
atividade simpática.

Budgell, Hirano, Coorte 25 adultos SMT= manipulação de Aumentos de LF e HF no A manipulação pode refletir no 5/10(1,2,8,9,10,11)
2001. saudáveis C1 e C2 SMT balanço simpático-
parassimpático.
SMT= Placebo=
posicionamento
Placebo=

Avaliação: ECG, VFC.

Perry et al., RCT, 50 jovens EE- exercício de Ambos os grupos A manipulação vertebral tem 5/10 (2,8,9,10,11)
2011 saudáveis. extensão do tronco aumentaram atividade do efeito prolongado sobre
(Mckenzie) SNS, sendo que SMT o atividade do SNS.
N= 25 (EE)
resultado foi maior.
SMT – manipulação
N=25 (SMT)
L4/L5

12
Avaliação: medida
neurofisiológica de
condutibilidade da pele
para análise do SNS
(Biopac System)

Zhang et al., N= 10, porém 8 Ajustes manipulativos, No grupo imediatamente Os ajustes manipulativos podem 5/10 (1, 2, 8, 9 , 10,
2006 realizaram análise sem especificações pós ajustes: redução da modificar a VFC e reduzir a dor. 11)
da VFC. FC, aumentos da LF e HF.

No grupo de 4 semanas
houve aumento da LF.

Avaliação: ECG – VFC,


FC e dor.

Roy et al., 2009 RCT, 51 No grupo sem dor Aumento no VLF em Manipulação na lombar 7/10 (1,2,3,4,5, 9,
voluntários: manipulação em L5 com todos os grupos, exceto o independendo a técnica parece 10,11)
activator controle. o SNP lombar.
33 no grupo sem
dor : No grupo com dor Diminuição do LF em
manipulação em lombar todos os grupos menos
 11 por

13
grupos roll no placebo do grupo sem
(controle, dor.
placebo e
tratamen Avaliação da VFC

to) (frequencímetro

20 no grupo com Suunto)

dor

 10 por
grupo
(tratamen
to e
placebo)
Arroyo-Morales RCT, 62 Ambos os grupos Ambos grupos Liberação miofascial favorece a 7 (1,2,3,4,7,9,10)
et al., 2008 realizaram aquecimento diminuíram recuperação da VFC e da
Grupo controle=
em cicloergômetro, significativamente o valor pressão arterial diastólica
30
realizaram tempo de diastólico da PA e LF depois de ecercício de alta
Grupo fascia= 32 recuperação e depois depois do exercício. HF intensidade para níveis pré
realizaram a máxima foi estatisticamente exercícios.
performance durante o significante no grupo
protocolo. fáscia depois do
exercício.pressão
Protocolo de indução

14
miofascial: long J-stroke diastólica retornou a a
gastrocnêmios e biceps níveis basais no grupo
femoral, técnica fáscia e se manteve
cruzada para fáscia menor no grupo controle.
tóraco-lombar e
quadríceps, pressão
sustentada nos côndilos
occipitais, V spread
frontal, ear pull
temporal depois de
treino ciclístico de alta
intensidade

Controle: sham

Avaliação: ECG

Budgell, Pollus, Estudo SMT= manipulação de Aumento de LF e relação A manipulação torácica pode 7/10 (1,2,3,4, 8,9,
2006 controlado T1 a T4 LF/HF no SMT e do HF refletir no balanço simpático- 10,11)
cruzado, 28 parassimpático.
Placebo=
jovens saudáveis.
posicionamento

15
Avaliação: ECG para
VFC.

Castro-Sanchez RCT, 92 Protocolo terapia Após 20 semanas Terapia crâniosacral melhora os 8/10 (1, 2, 3, 4, 7, 8, 9,
et al., 2011 craniosacral: still point sintomas de dor a médio prazo 10)
Grupo GI: redução da dor de 13
nos pés, liberação em pacientes com fibromialgia
intervenção= 46 dos 18 tender points,
diafragmática pélvica,
diferença
Placebo= 46 liberação da cintura
estatisticamente
escapular, lift frontal,
significante do SDRR,
lift parietal, SEB
rMSDD e melhora da
compressão-
impressão global clínica,
descompressão,
prevalecendo durante 2
descompressão
meses e 1 ano pós
temporal, compressão-
intervenção.
descompressão da ATM
e equilíbrio da dura-
máter

Avaliação: ECG

Henley et al., N= 17 Grupo osteopatia foi Resposta parassimpática A osteopatia pode influenciar 6/10(1,2,4,8,9,10,11)
2008 realizado manobra na posição supina em respostas no SNA. Nesse estudo
9 voluntários
miofascial na cervical. todos os grupos. O grupo foi observado uma resposta

16
8 voluntárias Grupo sham foi relizado osteopatia huve uma vagal.
apenas toque na região resposta vagal . Não
cervical houve diferenças nos
outros grupos.
Grupo controle não
houve toque na região
cervical

Avaliação: ECG e foi


avaliado a VFC.

Delaney, 2002 RCT, n= 30 (16 No grupo intervenção Diminuição da FC no Aumento da atividade 6/10 (1,2,4, 8,9,10,11)
mulheres e 14 foi realizado manobra grupo intervenção, oarassimpática e
homens) miofascial na cervical, aumento no consequentemente maior
divididos em cabeça e ombro através comprimento do relaxamento no grupo que
grupo controle de deslizamento, intervalo RR, SDNN, recebeu manosbras miofasciais.
(n=15) e compressão, percussão RMSSD e pNN50 apenas
intervenção e fricção transversa no grupo intervenção,
(n=15) profunda. isso no domínio tempo.
No domínio frequência
Avaliação: Polar e VFC.
aumento VLF, HF e diminuição
na relação LF/HF no grupo
intervenção.

17
DISCUSSÃO
Este estudo teve como objetivo a análise de técnicas utilizadas na osteopatia
na variabilidade da frequência cardíaca. Após a análise dos artigos, nove foram
selecionados, independendo dos critérios metodológicos. Desses, cinco foram
ensaios clínicos randomizados. Esse fato mostra que deveria haver um melhor
critério metodológico para estudos de natureza tão importante como a influência da
osteopatia no SNA. Outro ponto importante é a pontuação obtida pelos estudos: seis
obtiveram classificação metodológica, segundo a base PEDro como “boa”; três
classificados como “justa”; e um como “pobre”.
A VFC descreve as oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos
consecutivos, chamados intervalos R-R, que são influênciadas através do SNA
sobre o nódulo sinusal, que pode ser utilizada para identificar fenômenos
relacionados a esse sistema nos mais variados indivíduos. Mudanças nos padrões
da VFC são importantes indicadores de alterações fisiológicas. Alta VFC é sinal de
boa adaptação, caracterizando um indivíduo saudável com mecanismos
autonômicos eficientes. Por outro lado, baixa VFC é frequentemente um indicador de
adaptação alterada e insuficiente do SNA, o que pode indicar alterações fisiológicas
no indivíduo (VANDERLEI et al., 2009).
O início da excitação cardíaca é gerado no nódulo sinusal, o qual é distribuído
pelos átrios, promovendo despolarização atrial, que é representada no ECG pela
onda P. Este impulso é conduzido aos ventrículos por meio do nódulo
atrioventricular e distribuído pelas fibras de Purkinje, resultando na despolarização
dos ventrículos, representada pelas ondas Q, R e S no ECG, formando o complexo
QRS. A repolarização ventricular é representada pela onda T. Os índices de VFC
são obtidos pela análise dos intervalos entre as ondas R, as quais podem ser
captadas por instrumentos como eletrocardiógrafos, conversores analógicos digitais
e os cardiofrequencímetros, a partir de sensores externos colocados em pontos
específicos do corpo (VANDERLEI et al., 2009).
A análise das variáveis podem indicar alguns estímulos em maior prevalência:
 A modulação R-R é conhecido pelo disparo vagal (Martinma et
al.,2006).
 HF está relacionada a atividade parassimpática e é sincronizada com o
ritmo respiratório (LOMBARDI et al., 1996)
18
 VLF está relacionada a variação da atividade do sistema nervoso
simpático (PARK et al., 2008)
 LF está relacionada a atividade simpática e atividade vasomotora
(LOMBARDI et al., 1996)
 Os índices SDNN, SDANN, SDNNi representam as atividades
simpática e parassimpática. Os índices rMMSD e pNN50 representam
a atividade parassimpática (VANDERLEI et al., 2009).
Nos estudos analisados, Castro-Sanches et al. (2010) utilizaram a ECG para
obtenção da análise da VFC com dois canais. Os eletrodos foram colocados no
bordo direito do manúbrio do esterno (canal 1 -), linha axilar anterior da sexta costela
(canal 1 +); no bordo esquerdo do manúbrio do esterno (canal 2 -),
aproximadamente 1cm a direita do processo xifoide (canal 2+); e o canal “terra” à
direita na parte óssea das costelas flutuantes. Já o estudo de Arroyo-Morales et al.
(2008), foi utilizado ECG de 3 canais, sendo que os dois canais foram colocados da
mesma maneira do estudo de Castro-Sanchez et al.(2010). Contudo o canal três foi
colocado no centro do manúbrio do esterno e linha do terço médio clavicular na
sexta costela esquerda. Zhang et al. (2008), utilizaram 3 pequenos eletrodos
posicionados nos braços e na perna esquerda também com ECG, mas com
processamento diferente através do sinal digital durante cinco minutos.O estudo de
Budgell e Hirano (2001) também utilizou ECG posicionando o eletrodo negativo na
região supraesternal e positivo na linha anterior axilar no quinto espaço intercostal à
esquerda e outro indiferente na linha axilar média. Foi avaliado um bloco de 5
minutos. Por fim, o estudo de Welch e Boone (2008) usaram ECG para avaliação da
VFC durante 5 minutos. Os eletrodos foram posicionados no punho esquerdo sobre
as artérias ulnar e radial e os voluntários estavam sentados. O estudo de Henley et
al. (2008) foi realizado ECG em um período de 5 minutos horizontal, 5 minutos de
“tilt”, e 5 minutos da recuperação da frequência cardíaca na horizontal. Os autores
não descreveram a colocação dos eletrodos.
Cabe ressaltar que o frequencímetro Polar S810 ou superior, que, segundo
Kingsley et al. (2005), apresentou boa acurácia nos registros em exercícios de baixa
intensidade, quando comparado aos do eletrocardiograma ambulatorial, pode ser
utilizado, visto que é um recurso de baixo custo e fácil manuseio. Similar a esse
dispositivo, o estudo de Roy et al. (2009) utilizaram um relógio da marca Suunto

19
através do modelo T6 durante 5 minutos pré e pós intervenção. Já o estudo de
Delaney (2002) utilizou o o frequencímetro da marca Polar, mas sem especificar o
modelo, na posição sentada por 10 minutos.
Outro ponto importante encontrado neste estudo foi a preocupação dos
autores em relação a análise da VFC, restringido os voluntários a não ingerir
qualquer alimento, como café, ou a não realização de atividade física durante os
procedimentos para que não ocorresse uma possível alteração do SNA decorrentes
de outros agentes.
Técnicas manipulativas são modalidades comumente utilizadas por
osteopatas, quiropatas e fisioterapeutas com ou sem uma das especialidades
citadas para utilização no tratamento desses profissionais, principalmente em
desordens musculoesqueléticas (Licciardone et al., 2008). Neste estudo, foram
analisadas alguns artigos que utilizaram essas técnicas.

O estudo de Perry et al. que usaram as técnicas nos níveis L4-L5, que
segundo eles denominaram grau V (alta velocidade e baixa amplitude) em ambos os
lados em decúbito lateral. Os autores dividiram em dois grupos para estudo. Em um
grupo (n=25) foi utilizada a técnica descrita, enquanto o outro grupo (n=25) foi
utilizado a técnica de McKenzie. Como resultados, os autores concluíram que ambos
procedimentos pode afetar mudança imediata na atividade do SNS. Contudo, o
grupo que recebeu a técnica manipulativa a mudança foi o dobro do grupo que
recebeu McKenzie. Alguns autores (Boal e Gillete, 2004, Bialosky et al. 2009)
atribuem ao efeito imediato da manipulação às respostas com o mecanismo de ação
atribuído a modulação da excitabilidade do corno dorsal da medula espinhal e com
isso provocando hipoalgesia. Outro fator é que a manipulação é feita em decúbito e
de forma passiva. Segundo Slater e Wright (1995) a atividade do SNS pode estar
relacionada à alterações ortostáticas.

Outro estudo no qual a cervical foi eleita para manipulação foi o de Budgel e
Hirano (2001). Eles dividiram em dois grupo, mas não descreveram o número de
voluntários em cada grupo, apenas citam o total de 25, sendo 20 homens e 5
mulheres. Os terapeutas manipularam C1 e C2 sem extensão, já o grupo sham mas
o thrust foi feito na pele. Como resultado imediatamente após as intervenções foi
observado diminuição da frequência cardíaca em ambos os grupos, porém apenas
no grupo manipulação foi observado aumento absoluto e normalizado de LF, HF
20
absoluto e relação LF/HF. Os autores postulam que os dados obtidos podem ser
explicado através de dois mecanismos: um é através do input aferente dos
receptores dos tecidos cervicais, o segundo envolve a estimulação vestibular. O
estímulo vestibular pode elicitar resposta cardiovascular. Muitos neurônios da
medula ventrolateral que responde a estimulação do nervo vestibular também
responde a estimulação do nervo do seio carotídeo. Coffe et al (2005) demonstraram
que a hipertensão pode estar associada à compressão ventrolateral da medula
espinhal. O que parece ser plausível é que a manipulação em C1 muda
siginificativamente o tono simpático.

Já o estudo de Welch e Boone (2008), dividiram os voluntários em dois


grupos, um que recebeu manipulação cervical e o outro torácica. O protocolo
consistiu: os dois primeiros encontros foram de avaliação, o terceiro e quarto foram
as intervenções e o quinto a reavaliação. Os autores descrevem apenas a posição
dos voluntários durante as intervenções: o grupo cervical (C1, n= 4) em supino e o
torácico em prono (T1, n=1 e T4, n=2). Apesar do estudo ter recrutado 40
voluntários, apenas 7 foram avaliados para análise da VFC. Após a manipulação
cervical, houve um aumento na dominância parassimpática, pois houve diminuição
na relação LF/HF. Já o grupo que recebeu a manipulação torácica aumentou a
relação LF/HF, a qual indica aumento da atividade simpática.

O estudo realizado por Zhang et al. (2006) não especificou a forma que foi
feita a manipulação. Foi realizado em 10 indivíduos, porém em apensa 8 foram feitas
as análises da VFC. Dos resultados encontrados houve mudanças estatisticamente
significante. A média da FC reduziu de 76 para 74, aumento da SDNN de 57,4 para
61,5, HF de 448 para 485 e LF de 446 para 448. Os autores atribuem que a
manipulação pode influenciar a VFC, porém um estudo a longo prazo faz-se
necessário.

Na intervenção da região lombar, o estudo de Roy et al. (2009), dividiu em


dois grupos e três subgrupos em cada: grupo sem dor (n=11) foi dividido em
tratamento, sham e controle, sendo que nesse grupo foi utilizado um dispositivo da
quiropraxia chamado Activator IV de 174,75 Newtons e aplicado a técnica na
vértebra L5. Já o grupo com dor (n=10) e foi dividido da mesma maneira. E utilizou a
técnica de lumbar roll. Os resultados obtidos indicaram que nos sujeitos do grupo

21
dor houve uma diferença entre os subgrupos na HF e VLF. Já no grupo sem dor
houve diferenças entre os subgrupos nos resutados da média RR e HF. A
diminuição dos valores HF em todos os grupos, exceto o controle fo atribuído pelos
autores como representativa resposta parassimpática que também é ligado à
atividade respiratória. O VLF aumentou também em todos os grupos exceto no
controle . Os valores de LF diminuíram exceto no subgrupo sham do grupo sem dor.
Este representa a resposta simpática e é relacionado à atividade vasomotora. A
prevalência de HF sobre LF também foi encontrado em todos os grupos exceto no
controle. Isso sugere uma mudança de equilíbrio simpatovagal em direção da
predominância parassimpática, ou seja, a manipulação na região lombar parece
estimular o sistema parassimpático.

Sabe-se que a osteopatia não utiliza apenas as técnicas manipulativas para o


tratamento. Técnicas miofasciais também são muito utilizadas para diversas
desordens encontradas nos pacientes. No estudo de Arroyo-Morales et al. (2008) os
voluntários saudáveis foram divididos em dois grupos: controle (30) e grupo fáscia
(32). Ambos os grupos realizaram o Wingate test em cicloergômetro com
aquecimento prévio com 3 minutos de recuperação. Os voluntários eram
encorajados a dar sua máxima performance no cicloergômetro e depois ficavam em
supino para as análises. No grupo fáscia foram utilizadas as seguintes técnicas:
Long J-stroke para os gastrocnêmios e bíceps femoral durante 3 minutos em cada;
técnica com as mãos cruzadas na fáscia tóracolombar durante 12 minutos e no
quadríceps por 8 minutos; pressão sustentada nos côndilos occipitais durante 5
minutos; V spread no frontal durante 5 minutos; ear pull nos temporais durante 4
minutos totalizando 40 minutos. Como resultado, as técnicas miofasciais favorecem
a normalização da PA e VFC após exercício de alta intensidade. É provável que tais
técnicas favoreçam efeitos parassimpáticos através de mecanoceptores dos tipos 3
e 4 mediam a resposta quando estimulados pelas manobras miofasciais ativando
resposta vegetativa parassimpática. Um grupo específico desses mecanoceptores
são responsáveis para esse tipo de resposta cardiovascular através do estímulo de
tração.

O estudo realizado por Castro-Sanchez et al. (2010) dividiram em dois grupos


voluntários com fibromialgia: grupo intervenção (n=46) e placebo (n=46). Após
analisar em ambos os grupos a algometria e a VFC, no grupo intervenção realizaram
22
Still point nos pés, liberação diafragmática pélvica, liberação da cintura escapular, lift
frontal, lift parietal, compressão-descompressão da SEB, descompressão do
temporal, compressão-descompressão da ATM e equilíbrio da dura-máter. Após 20
semans de tratamento, o grupo intervenção reduziu significativamente de 13 dos 18
tender points e diferença estatisticamente significante do SDRR, rMSDD e melhora
da impressão global clínica, prevalecendo durante 2 meses e 1 ano pós intervenção.

Henley et al. (2008) dividiram os voluntários (n=17) em três grupos: grupo


osteopatia, sham e controle. Porém não descrevram o número de voluntários em
cada um dos grupos. No grupo osteopatia, foi utilizada técnica miofascial na região
cervical, porém não descrevem como foi feita a manobra. No grupo sham, os
pesquisadores colocavam suas mãos na mesma posição do grupo osteopatia, mas
sem qualquer intervenção. E o grupo controle apenas realizava os procedimentos da
avaliação. Os autores obtiveram como resultados aumento da frequência cardíaca
em todos os grupos na posição “tilt”, assim como na análise da LF e a relação
LF/HF. E uma diminuição na HF em todos grupos também na posição “tilt”. Ao
comparar esses resultados entre os grupos, no grupo osteopatia o aumento de LF e
na relação LF/HF foram estatiscamente menores comparados aos outros grupos. Já
o valor de HF no grupo osteopatia foi maior comparado aos grupos sham e controle.
Nesse estudo os autores verificaram que a posição “tilt” apresenta uma mudança do
tono simpático e após a posição supina o retorno para parassimpático. No grupo
osteopatia é possível que houve uma mudança do equilíbrio simpatovagal de
resposta simpática para parassimpática mais evidente que os outros grupos. Os
autores hipotetizam que esses dados são decorrentes da aferência cervical para os
núcleos vestibulares.

Delaney (2002) realizou em seu estudo técnicas miofascias para verificar


influência das manobras na VFC. Ele dividiu em dois grupos: grupo controle (n=15) e
intervenção (n=15). No grupo intervenção, foi realizada as técnicas miofasciais na
região da cervical, cabeça e ombro através das técnicas de deslizamento,
compressão, percussão e fricção transversa profunda durante 20 minutos.
Comparando ao grupo controle, houve um aumento no intervalo RR, SDNN, RMSSD
e pNN50, além da diminuição da FC no domínio tempo. Já no domínio frequência,
houve um aumento em HF e VLF, além da diminuição dos valores na relação LF/HF,
apenas no grupo intervenção. A partir desses resultados, o autor conclui que houve
23
um aumento na resposta parassimpática e diminuição simpática. Esses achados
podem estar relacionados com aumento da resposta de relaxamento e redução da
resposta de excitação de defesa (estresse)

CONCLUSÃO
Dado o exposto,a osteopatia pode ser um importante aliado na interferência
no SNA. Alguns pontos foram importantes demonstrar em alguns aspectos. Primeiro
a metodologia utilizada por alguns autores. É sabido que ensaios clínicos
randomizados trazem critérios metodológicos mais confiáveis em uma pesquisa.
Este estudo mostrou que não são todos encontrados que utilizaram desse desenho
de estudo.

Outro ponto a destacar é a forma de avaliar a VFC. O uso de frequencímetros


são mais simples, fáceis de manusear e analisar e forma de avaliação segue um
padrão, o que pode diferir é o tempo de análise. Já análise com a ECG, existem
algumas adversidades. Tais como, a padronização de colocação de eletrodos,
interferência no aparelho e o custo.

Sobre a influência da osteopatia no SNA, pode-se observar alguns fatores


que podem facilitar resposta simpática e parassimpática:

 Estimulo na cervical superior estimula a resposta parassimpática seja por


estímulo vestibular através da aferência de receptores cervicais.
 A localização da manipulação pode influenciar a resposta. Quando a
manipulação é na região cervical há um estímulo parassimpático pela
resposta ao nervo vago e na região lombo-sacra pela localização dos nervos
parassimpáticos nessa região. Já a manipulação torácica aumenta a resposta
simpática, visto que as raízes simpáticas se localizam nesse nível.
 O relaxamento promovido por algumas técnicas miofascias podem facilitar a
resposta parassimpática.
 Tecnicas cranianas tendem a estimular a resposta parassimpática através de
estímulos em mecanoceptores que mediam a resposta quando estimulados
pelas manobras miofasciais ativando resposta vegetativa parassimpática, pois

24
alguns mecanoceptores são responsáveis para esse tipo de resposta
cardiovascular através do estímulo de tração.

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