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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVEL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA - BACHARELADO

ANA FLÁVIA BARBOSA SANT’ANA

EFEITOS DE UM TRATAMENTO DE FACILITAÇÃO


NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA NA MARCHA DE PESSOAS
ACOMETIDAS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: UMA
REVISÃO NARRATIVA

CASCAVEL
2023
ANA FLAVIA BARBOSA SANT’ANA

EFEITOS DE UM TRATAMENTO DE FACILITAÇÃO


NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA NA MARCHA DE PESSOAS
ACOMETIDAS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: UMA
REVISÃO NARRATIVA

Projeto de Trabalho de Conclusão de


Curso apresentado ao Curso Bacharelado
em Fisioterapia, como pré-requisito para
obtenção do Título de Fisioterapeuta.
Orientador: Prof. Ana Paula Zanardi

CASCAVEL
2023
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me sustentou em toda essa jornada da


graduação, aos meus pais José Armando d’Luz Sant’ana e Ester Alves
Barbosa por todo apoio e motivação durante toda a minha jornada acadêmica,
ao meu namorado Lucas Mendes da Silva que me ajudou a me manter focada
em meu sonho e me deu todo o amparo necessário, a pessoas especiais
Isabella Barbosa Alves e Steffany Amanda que sempre acreditaram em mim, e
a todas as outras pessoas envolvidas nesse processo. Sou eternamente grata
por todo ensinamento passado a mim por professores maravilhosos e
inspiradores no decorrer desses quatro anos, agradeço especialmente minha
orientadora Ana Paula Janner Zanardi por todo conhecimento compartilhado e
todo apoio nessa reta final. Não poderia deixar de agradecer a todos os
pacientes que passaram por mim durante os estágios, por todo ensinamento
sobre humanidade, empatia, amor e persistência. Todos estarão sempre
guardados em meu coração, obrigada por fazerem parte do inicio de um grande
sonho!
EPIGRÁFE

“Os sonhos não determinam o lugar que você vai estar, mas produzem a força
necessária para o tirar do lugar em que está”

- Augusto Cury
RESUMO

Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC) está entre as patologias que


mais ocasiona morte e incapacidades no mundo, podendo ser classificado
como hemorrágico ou isquêmico. O AVC isquêmico ocorre quando um vaso
sanguíneo cerebral é obstruído, impossibilitando a passagem sanguínea,
enquanto que no AVC hemorrágico ocorre o rompimento do vaso sanguíneo,
fazendo com que o sangue extravase para todo o cérebro. Os sintomas podem
variar em cada caso, sendo um deles a alteração biomecânica da marcha.
Tendo em vista que a alteração na marcha afeta diretamente na qualidade de
vida, a fisioterapia aborda diversas técnicas que proporcionam melhora nos
aspectos biomecânicos da marcha, dentre elas a facilitação neuromuscular
proprioceptiva, método este que utiliza o sistema proprioceptivo do corpo para
facilitar ou inibir a contração muscular. Objetivo: Revisarna literatura os
beneficios da facilitação neuromuscular proprioceptiva na marcha de pessoas
com acidente vascular cerebral. Materiais e métodos: Foi realizado uma
pesquisa na literatura nos bancos de dados PubMed, SciELO e PeDRO a partir
dos seguintes descritores em inglês: stroke, gait e proprioceptive
neuromuscular facilitation o operador booleano “AND” foi utilizado, foram
incluidos periódicos em português e inglês sem restrições de datas de
publicação. Resultados: A partir da busca de estudos nas bases de dados,
foram selecionados 6 artigos que integraram este estudo.

Palavras-Chave: Acidente vascular cerebral, marcha, facilitação


neuromuscular proprioceptiva.
ABSTRAT

Introduction: Stroke is among the pathologies that most cause death and
disability in the world, and can be classified as hemorrhagic or ischemic.
Ischemic stroke occurs when a cerebral blood vessel is obstructed, making it
impossible for blood to pass through, while in hemorrhagic stroke the blood
vessel ruptures, causing blood to leak throughout the brain. Symptoms may
vary in each case, one of them being the biomechanical alteration of gait.
Bearing in mind that changes in gait directly affect quality of life, physiotherapy
addresses several techniques that improve the biomechanical aspects of gait,
including proprioceptive neuromuscular facilitation, a method that uses the
body's proprioceptive system to facilitate or inhibit gait. Muscular contraction.
Objective: To review in the literature the benefits of proprioceptive
neuromuscular facilitation in the gait of people with stroke. Materials and
methods: A literature search was carried out in the PubMed, SciELO and
PeDRO databases using the following descriptors in English: stroke, gait and
proprioceptive neuromuscular facilitation the Boolean operator “AND” was used,
journals in Portuguese and English were included no restrictions on publication
dates. Results: From the search for studies in the databases, 6 articles were
selected that were part of this study.

Keywords: Stroke, gait, proprioceptive neuromuscular facilitation.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8

2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 10

3 RESULTADOS................................................................................................11

4 DISCUSSÃO................................................................................................... 11

5 CONCLUSÃO................................................................................................. 21

4. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 22
8

INTRODUÇÃO

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das patologias que mais ocasiona
mortes e incapacidades no mundo, afetando cerca de 13,7 milhões de pessoas,
sendo que 5,5 milhões dessas pessoas vão a óbito anualmente. Aproximadamente
87% dos casos são do tipo isquêmico, e 10 a 15% são casos hemorrágicos, o qual
possui uma alta taxa de mortalidade1.
Segundo Kuriakose e Xiao1 o AVC é definido como uma explosão neurológica
brusca e repentina, podendo ser isquêmico ou hemorrágico. Comparados
fisiologicamente, o AVC isquêmico ocorre quando um vaso cerebral é obstruído,
fazendo com que o fluxo sanguíneo cesse, causando falta de oxigênio em
determinada área do cérebro, ocasionando uma morte neuronal desse local.
Enquanto o AVC hemorrágico trata-se do rompimento de um vaso cerebral, esse
rompimento pode ser causado quando a pressão sanguínea está muito forte, de
forma que as paredes do vaso sanguíneo não aguentem a pressão e se rompa,
espalhando sangue por todo o cérebro1.
O AVC isquêmico possui ainda subtipos, sendo eles trombótico e embólico.
No AVC trombótico, tem-se o estreitamento dos vasos devido à aterosclerose, que
consiste no acúmulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias. Este
acúmulo ocasiona dificuldade na passagem do sangue e forma coágulos, causando
o AVC trombótico. Já no AVC embólico, a diminuição do fluxo sanguíneo causa
uma embolia, o que ocasiona em uma morte celular (necrose)1.
O AVC hemorrágico é classificado como intracerebral e subaracnóidea. No
tipo intracerebral, os vasos sanguíneos são rompidos e causam um acúmulo de
sangue no cérebro. Enquanto, na hemorragia subaracnóidea o sangue se acumula
no espaço subaracnóideo do cérebro1.
De acordo com a Sociedade Brasileira de doenças cerebrovasculares2 Os
sintomas podem variar em cada caso, mas os sintomas mais frequentes são
fraqueza, alteração na fala, confusão mental, alterações de equilíbrio e
coordenação, cefaleia, entre outros sintomas. De acordo com a plataforma os
fatores de risco para o AVC são idade e sexo, histórico de doença vascular prévia,
patologias que envolvam o coração, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes,
9
colesterol e triglicérides, álcool e drogas e uso de anticoncepcional.
Segundo Li, Francisco e Zhou3 a caminhada é um fenômeno que requer um
processo complexo de controle neuromusculoesquelético. Do ponto de vista
biomecânico e cinesiológico, a marcha humana pode ser descrita como uma
progressão alternada de membros que suportam peso3.
A lesão do AVC, pode causar hemiplegia espástica, que ocorre quando os
córtices motores e seu trato cortico-espinhal são afetados. Essa lesão causará
fraqueza muscular e espasticidade, incluindo os músculos da extremidade superior,
do tronco e da extremidade inferior do lado afetado. A espasticidade e fraqueza
muscular somam para uma maior dificuldade narealização da marcha do paciente3.
A caminhada está presente em grande parte das nossas atividades diárias,
desde irmos até o mercado, ou até locomover-se de um cômodo para o outro dentro
de casa. Dessa forma, entende-se que as alterações da marcha causadas pelo AVC
impactam severamente a capacidade de realização das atividades de vida diária,
afetando sua qualidade de vida4.
Sabendo que a fisioterapia é a ciência que estuda e trata o movimento do
indivíduo, as funções afetadas pelo AVC podem ser avaliadas e tratadas por meio
dos atendimentos supervisionados pelo profissional da saúde. Segundo Guiu-Tula et
al.5, o estímulo da funcionalidade e as atividades de vida diária são fatores
extremamente positivos em pacientes acometidos pelo AVC, desta forma a
recuperação deve estar focada no movimento alterado e nas habilidades do
paciente.
Segundo Gil6, a medição e a avaliação são componentes essenciais no
exercício do fisioterapeuta, possibilitando uma base mais confiável para tomada de
decisão, credibilizando o exercício da profissão.
Segundo Fiorindo7, as profissões ligadas à saúde aproveitam a tecnologia como
instrumento valioso no tratamento de pacientes, aumentando o leque de recursos
terapêuticos. Atualmente, a possibilidade da utilização da tecnologia na avaliação
fisioterapêutica tem possibilitado cada vez mais confiabilidade nos resultados
obtidos, através de equipamentos desenvolvidos para avaliações especificas, que
fornecem resultados automáticos e precisos, possibilitando ao fisioterapeuta traçar o
plano de tratamento adequado de acordo com as necessidades apresentadas na
avaliação.
10
Desta forma, a partir da avaliação, a fisioterapia aborda diversas técnicas que
possibilitam o tratamento das disfunções causadas pelo AVE, sendo um deles a
facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), método este que utiliza o sistema
proprioceptivo do corpo para facilitar ou inibir a contração muscular5.
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do
tratamento fisioterapêutico utilizando o método FNP na marcha de pessoas
acometidas por AVC.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão bibliográfica, do tipo narrativa, que tem por objetivo
revisar os efeitos de um tratamento de FNP na marcha de pessoas acometidas por
AVC. Fez-se uma pesquisa na literatura nos bancos de dados PubMed, SciELO e
PeDRO a partir dos seguintes descritores em inglês: stroke, gait e proprioceptive
neuromuscular facilitation, o operador booleano “AND” foi utilizado, Foram incluidos
periódicos em português inglês sem restrições de datas de publicação.
Para que os artigos fossem elegíveis para análise, foram determinados os
seguintes critérios: ensaios clínicos randomizados ou não randomizados, que
aplicaram/avaliaram o FNP na marcha de pessoas acometidas por AVC. A busca foi
realizada entre janeiro de 2023 à junho de 2023.
O processo de avaliação dos estudos ocorrerá em quatro etapas: 1)
Delimitação da pergunta; 2) Busca por evidências científicas; 3) Seleção e revisão
dos estudos; 4) Apresentação dos resultados. Todas as etapas do estudo serão
realizadas por duas pesquisadoras independentes. A estratégia PICO (P- população;
I- intervenção; C- comparação; O-outcomes) direcionará a elaboração da pergunta
problema: “quais são os efeitos do tratamento de FNP na melhora biomecânica da
marcha na vida de pessoas com AVC?”.
11
RESULTADOS/DISCUSSÃO

A partir da busca de estudos nas bases de dados, foram selecionados 6 artigos


que integraram este estudo. A figura 1 apresenta o fluxograma de estudos incluídos
e excluídos neste estudo por razões de não obterem marcha, FNP e AVC.

Figura 1 - Detalhamento do processo de busca e seleção de periódicos.

Esta revisão narrativa destaca alguns aspectos sobre o efeito da Facilitação


Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) em pessoas com avc. A tabela 1 evidência as
características das amostras dos periódicos selecionados sobre os efeitos do FNP
na qualidade da marcha desses pacientes com AVC.
12
Tabela 1 - Caracteristicas dos estudos selecionados
Autores/ Objetivos Intervenção Nº de Idade Testes Principais Resultados
Ano sujeitos (anos) Funcionais
Grupo PNF
recebeu
treinamento de
esteira PNF e
treinamento de
marcha PNF
Aumento na velocidade da
com resistencia
marcha no TC10, melhora na
Jeannie B. aplicada na
Teste de cadência da marcha, melhora
Stephenson, Identificar qua pelve, atividades
42 a 80 caminhada de no nº de passos/min. Seis
Murray E. o tratamento no tapete 18
anos. 10m; participantes passaram de
Maitland, Jason mais eficaz na envolvendo individuos
Idade Classificação de caminhantes domésticos
W. Beckstead e marcha de padrões de com AVC
média Perry; para caminhada comunitária
Wendy K. pessoas com movimento crônico
60,7 Wisconsin Gait na classificação de Perry;
Anemaet. Ano AVC crônico pélvico e de
Scale (WGS). Melhora na descarga de
2014 MMII. Grupo
peso, base de apoio e
esteira:
extensão de quadril.
trinamento de
marcha em
esteira com
resistencia de
30% do peso
corporal
Cayco, CS, Descrever os Foram 1 idoso 69 BESTest; O Melhora nas dimensões do
Gorgon, EJR, efeitos de um realizados com AVC anos. BASIC Balance limite de estabilidade,
13
Lazaro, RT. tratamento de exercicios no crônico. Master LOS; melhora na velocidade do
Ano 2016. FNP no solo com FNP e Activities Escala movimento do centro de
equilibrio, treinamento de Específica de gravidade em todas as
força e caminhada Confiança de direções, melhora na
mobilidade em resistida com Equilíbrio excursão final nas direções
um idoso com FNP. Os (ABC); Five para frente, oara trás e para
AVC crônico. exercicios no Time Sit-to- o lado esquerdo e melhora
solo incluiram Stand Teste do controle direcional para
padrões pélvicos (FTSST); Teste todos os lados, melhora na
e MMII, de controle força de MMII, melhora na
atividades no motor vertical velocidade da marcha rápida
colchonete e (UMCT); Teste e melhora na coordenação
exercicios de caminhada do tronco e da pelve durante
sentados. O de 10 metros o movimento.
treinamento de (TC10).
marcha foi
realizada com
sustentação de
peso em barras
paralelas, andar
para frene e
para trás
facilitando a
transferência
exagerada de
peso para um
membro e
14
balanço do
membro oposto.
O grupo
experimental
recebeu
treinamento em
escadas de
madeira com
largura de 0,8 Grupo
m, plano de controle
30
Examinar as degraus de 28 idade
pacientes. Aumento significativo nos
alterações de cm e altura de média Escala de
KyoChul Seo, Sendo 15 resultados do BBS e FRT no
pacientes com 10 cm; 59,5 ± equilibrio de
Seung hwan do grupo grupo experimental, e o
AVC treinamento de 7,4. Berg (BBS);
ParK, controle e resultado do TUG do grupo
hemorrágico padrão de Grupo Time up and go
Kwangyong 15 do diminuiu significativamente.
crônico na marcha de FNP experim (TUG); Teste de
ParK. grupo Os resultados do BBS e TUG
capacidade de O grupo controle ental alcance
Ano 2015 experimen foram significativamente
equílibrio percorreu 10 m idade funcional (FRT)
tal diferentes entre os grupos
dinâmico. para frente e média
.
para trás no solo 59,4 ±
e treinamento de 10,8.
padrão de
marcha de FNP,
foi realizado o
padrão de
flexão de joelho,
adução e
15
rotação externa
de quadril,
enquanto
seguravam os
tornozelos dos
sujeitos e os
instruíam a
“levantar o
tornozelo;
elevação.
Os exercicios de
FNP e visaram a
estabilização de
MMII e do
Avaliar o efeito
tronco. Escala de tônus Melhora significativa na EEB
do método
Flexão de de Ashworth tendo pontuação média de
FNP na Idade
quadris e Modificada; 40,25±4,43 pré tratamento e
Lacerda NN, estabilidade média
joelhos com Escala de 45,58±2,67 pós tratamento,
Gomes EB, postural e 12 de
tornozelos em equilíbrio de melhora na estabilização e
Pinheiro HA. risco de homens. 55,75
posição neutra Berg (EEB); resistencia dos segmentos
Ano 2013. quedas em anos
apoiados no Estadiamento hemiparéticos e melhora na
pacientes com (±8,36).
tablado e braços motor de força muscular, diminuindo o
sequela de
paralelos ao Brunnstrom. risco de quedas.
AVC.
tronco e pré-
ponte; sentado
com os MMII
apoiados no
16
chão e MMSS
cruzados sobre
o tronco ou
apoiados sobre
os joelhos do
paciente; passar
de pé para
sentado e
manter-se na
posicação em
pé.
Exercicios de Grupo
movimentos movime
oculares para ntos
olhos sacádicos, oculares
O grupo que recebeu
Avaliar o efeito olhos de idade
Escala de tratamento de FNP
Si-Eun Park, dos perseguição e média
Catherine apresentou diferenças
Kyung-Ok Min, movimentos de adaptação. 60,2 ±
Bergego (CBS); significativas no equilibrio
Sang-Bin Lee, oculares e do Exercicios de 20 7,85.
Mini-Mental estático e no equilibrio
Wan-Suk Choi e FNP em treinamento de pacientes. Grupo
State dinâmico, com diminuição no
Soon-Hee Kim. pacientes com FNP padrão movime
Examination comprimento e na área de
Ano 2016. sindrome de extensor do ntos
(MMSE-K); oscilação com os olhos
negligencia. pescoço em oculares
abertos e fechados.
posição e FNP
sentado, padrão idade
de flexão, média
rotação direita e 61,1 ±
17
flexão lateral 8,17.
esquerda do
pescoço
Trunk Impair-
ment Scale
Padrão de FNP (TIS);
utilizado foi Avaliação de
Melhora do
elevação Mobilidade
controle do
anterior- Orientada para Melhora significativa nas
tronco e
depressão o Desempenho pontuações do teste de
mobilidade
posterior do lado (Tinetti-POMA); controle de tronco (TIS), no
através do
Sharma V, Kaur hemiplégico, 23 Teste de teste de classificação da
PNF afim de 40-60
J. com resistência participant Sistemas de marcha (tinetti-POMA),
melhorar a anos.
Ano 2017 aplicada de es. Avaliação de melhora na pontuação no
marcha e a
forma variável, Equilíbrio (Mini- teste de equilibrio (Mini-
capacidade
FNP pélvico BESTest); BESTest) e no teste de
funcional em
juntamente com Wisconsin Gait qualidade da marcha (WGS).
pacientes com
exercícios de Scale (WGS);
AVC.
flexibilidade do Barthel
tronco. Activities of
Daily Living
Index (BI).
WGS - Escala de Marcha de Wisconsin; ABC - Escala Específica de Confiança de Equilíbrio; FTSST – Teste de sentar e levantar
cinco vezes; UMCT - Teste de controle motor vertical; TC10 - Teste de caminhada de 10 metros; BBS - Escala de equilibrio de
Berg; TUG - Time up and go; FRT - Teste de alcance funcional; CBS - Escala de Catherine Bergego; MMSE-K - Mini-exame do
estado mental; TIS - Escala de comprometimento do tronco; BI - Índice de Atividades da Vida Diária de Barthel.
18
Esta revisão narrativa destaca algumas perspectivas sobre o efeito do FNP
nas alterações de marcha em pessoas acometidas por AVC. Os artigos revisados
evidenciam que pessoas que possuem AVC apresentam alteração na marcha devido
a hemiplegia causada pelo AVC, alterações estas que influenciam na qualidade de
vida e trazem o FNP como coadjuvante no tratamento, os aspectos da qualidade da
marcha que obtiveram melhora após o tratamento, foram principalmente o equilíbrio
e biomêcanica da marcha. A partir disso, a discussão será apresentada em capitulo
1) Facilitação neuromuscular proprioceptiva na melhora do equilibrio estatico e
dinâmico de pessoas pós AVC e 2) Facilitação neuromuscular proprioceptiva na
melhora da marcha de pessoas pós AVC.

1) Facilitação neuromuscular proprioceptiva na melhora do equilibrio estatico


e dinâmico de pessoas pós AVC

De acordo com a Sociedade Brasileira de doenças cerebrovasculares2, a


alteração de equilibrio está entre os sintomas do AVC. Esses déficits de equilibrio
causados pelo AVC podem persistir por anos após a alta hospitalar e são
responsáveis por altas incidências de quedas pós-AVC8. O tratamento com FNP
possui beneficios que condizem a melhores parâmetros de equilibrio estático e
dinâmico. Dentre os estudos selecionados para essa revisão, os autores utilizaram
como método de avaliação do equilibrio pré e pós-intervenção diversos testes.
KyoChul9, realizou o estudo com 30 pacientes, sendo que 15 fizeram parte do
grupo experimental. O autor utilizou o teste de Equilibrio de Berg que avalia o
equilibrio estático e dinâmico e o teste Time Up Go (TUG), o qual avalia o equilibrio
dinâmico. Após intervenção com método FNP os resultados de ambos os testes
obtiveram resultados significativamente mehores. A pontuação do grupo
experimental na escala de equilibrio de Berg foi de 23,9 ± 3,9 (pré-teste) para 25,0 ±
1,2 (pós-teste) e no teste de TUG o tempo de realização foi de 55,9 ± 7,8 (pré-teste)
para 53,9 ± 2,4 (pós-teste).
No estudo realizado por Sharma e Kaur10, foram avaliados 23 participantes, Foi
realizado o teste Trunk Impair-ment Scale (TIS), que consiste em uma escala
especifica para avaliar o controle de tronco em pacientes pós AVC, utilizou ainda o
Mini-BESTest, o qual avalia o equilibrio dinamico e estatico, determinando o grau de
19
risco de quedas. Nos resultados dos estudos, o autor apresenta que após
intervenção, ao realizar os testes novamente o grupo que recebeu intervenção
apresentou resultados significantes, sendo que no teste de TIS, os resultados
passaram de 10,92±1,25 (pré-intervenção) para 15,46±1,39 (pós intervenção). No
Mini-BESTest, os resultados passaram de 9,69±1,18 (pré-intervenção) para
16,15±1,28 (pós-intervenção).
Lacerda et al.11, avaliou e tratou 12 homens, para avaliação dos resultados do
método FNP utilzou a escala de equilibrio de Berg (EBB) para avaliar o equilibrio
dinamico e estático, que consiste em uma escala com 14 tarefas relacionadas ao
cotidiano, e os itens são pontuados 0-4, sendo que 0 representa incapacidade de
completar a tarefa e 4 representa a capacidade de concluira tarefa
independentemente. Nos resultados, o autor trás que os resultados médios dos
individuos que receberam intervenção de FNP, foram de 40,25±4,43 (pré-
tratamento) e 45,58±2,67 (pós-tratamento).
Park et al.12, avaliou 20 pacientes e utilizou como analise dos resultados a
escala de Catherine Bergego Scale (CBS), a qual avalia o impacto da negligência
espacial unilateral (USN) na vida cotidiana de pacientes após AVC, dentre as
funções avaliadas nesses pacientes está o equilibrio dinamico e estático. Nos
resultados o autor apresenta que os pacientes do grupo que receberam intervenção
de FNP obtiveram significativas no equilibrio estático e no equilibrio dinâmico, o
autor não apresentou resultados númericos.
Cayco et al.13, realizou um estudo de caso com um idoso de 69 anos que
apresentava AVC crônico. O autor utilizou como ferramenta de analise de resultados
de equilibrio o Mini-BESTest e o Activities Escala Específica de Confiança de
Equilíbrio, no pós-teste de ambos os testes o paciente apresentou melhora nas
dimensões do limite de estabilidade e aumento na pontuação do Mini-BESTest em 4
pontos.

2) Facilitação neuromuscular proprioceptiva na melhora da marcha de pessoas


pós AVC.

A lesão do AVC pode causar hemiplegia espástica, essa lesão causa fraqueza
muscular e rigidez muscular, incluindo os músculos da extremidade superior, do
20
tronco e da extremidade inferior do lado afetado, sintomas estes somam para uma
maior dificuldade na realização da marcha do paciente3. O tratamento com FNP
possui beneficios que condizem a melhores parâmetrosna biomêcanica da marcha.
Dentre os estudos selecionados para essa revisão, os autores utilizaram como
método de avaliação da biomêcanica da marcha alguns testes espeificos.
Jennie et al.14, realizou o estudo com 18 individuos com AVC crônico, os quais
receberam o teste de caminhada de 10 metros (TC10) que tem como objetivo
avaliar a velocidade da marcha em metros por segundo, foi utilizado ainda a escala
de classificação de Perry, a qual classifica os caminhantes de acordo com a
velocidade da marcha, sendo domésticos (<0,4 m/s), comunitários limitados (0,4 a
0,8 m/s) e comuns (20). Além disso, foi utilizado a Wisconsin Gait Scale (WGS), o
qual consiste em um teste clinico especifico para pessoas com AVC e avalia a
incapacidade da marcha, o teste possui 14 variaveis, sendo uma delas o tempo de
apoio do lado afetado, comprimento do passo do lado não afetado e extensão de
quadril do lado afetado, a pontuação total do teste varia de 14 a 45, sendo que
pontuações mais altas apontam pior qualidade na marcha. O autor avaliou ainda a
cadência da marcha desses pacientes, através do tempo e da contagem do número
de passos durante o TC10.
Os resultados do artigo selecionado nos trás uma melhora significativa no
pós-teste de caminhada de 10 metros em relação ao teste inicial realizado antes do
tratamento de FNP, apresentando aumento de 0,26 m/s após o treinamento. Foi
observado ainda melhora na cadência da marcha, tendo aumentado 24,09
passos/min entre o pré e pós teste. Ao final do tratamento, de acordo com a escala
de Perry, sete dos participantes que foram classificados como caminhantes
domésticos no pré-teste, avançaram para caminhada comunitária.13
Cayco et al.13, realizou um estudo de caso com um idoso de 69 anos que
apresentava AVC crônico. O autor utilizou como ferramenta de analise de resultados
biomêcanicos na marcha o teste de caminhada de 10 metros, onde foi avaliado a
média de três tentativas para a velocidade da marcha auto-selecionada e depois
para velocidade de marcha rápida. Nos resultados a marcha rápida no pós-teste
obteve uma mudança significativa, apresentando aumento na velocidade de 0,15
m/s, na marcha auto-selecionada não houve nenhuma mudança significativa. Além
do teste especifico para marcha, o autor realizou o teste de sentar e levantar que
21
avalia a força de MMII, o qual teve uma mudança significativa no pós-teste,
apresentando 2,8 s de diferença na realização do teste.
No estudo realizado por Sharma e Kaur10, o autor avaliou e tratou 23
participantes e usou como criterio de avaliação da biomêcanica da marcha o teste de
Tinetti-POMA, o qual tem como objetico avaliar a velocidade da marcha, a distancia
do passo, a simetria e o equilibrio do pé, além de avaliar o giro e mudança de
posturas com os olhos fechados, avaliando além da qualidade da marcha o risco de
quedas. Foi utilizado também o Wisconsin Gait Scale (WGS) para avaliar a
qualidade da marcha no pós AVC. Os resultados nos mostram que o grupo que
recebeu a intervenção de FNP teve a pontuação média de 14,23±1,53 no pré-teste
do Tinetti-POMA e 18,76±1,78 no pós-teste, e no WGS a média no teste pré-
intervenção foi de 27,01±2,13 e de 20,0±1,62, sendo que escores mais baixos
representam maiores prejuizos na marcha neste teste.

CONCLUSÃO

Através da revisão realizada no presente trabalho, foi possivel verificar a


eficácia do tratamento de FNP na qualidade da marcha de pessoas acometidas por
AVC, além dos beneficios apresentados no equilibrio dinamico e estatico e na força
muscular de membros inferiores e de tronco, fatores que influenciam em uma boa
execucação da marcha. Com isso, conclui-se que a utilização do FNP no tratamento
fisioterapeutico pode ser benefico nos sintomas biomêcanicos da marcha, e
consequentemente, melhora a qualidade de vida desses pacientes.

LIMITAÇÕES
Este estudo possui algumas limitações, como: 1). Não foram realizadas análises de
qualidade metodológica dos estudos selecionados, 2) Não inclusão de literatura
cinzenta, 3) Escassez de artigos publicados com o tema.
22

REFERÊNCIAS

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status and future perspectives. Int J Mol Sci. 15 de outubro de 2020;21(20):
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2022]. Disponível em: https://avc.org.br/pacientes/acidente-vascular-
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perspective and insights. Front Physiol [Internet]. 2 de agosto de 2018
[citado 11 de outubro de 2022];9:1021. Disponível em:
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metanálise. Vida (Basileia) [Internet]. 13 de junho de 2022 [citado 11 de
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