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CASCAVEL
2023
ANA FLAVIA BARBOSA SANT’ANA
CASCAVEL
2023
AGRADECIMENTOS
“Os sonhos não determinam o lugar que você vai estar, mas produzem a força
necessária para o tirar do lugar em que está”
- Augusto Cury
RESUMO
Introduction: Stroke is among the pathologies that most cause death and
disability in the world, and can be classified as hemorrhagic or ischemic.
Ischemic stroke occurs when a cerebral blood vessel is obstructed, making it
impossible for blood to pass through, while in hemorrhagic stroke the blood
vessel ruptures, causing blood to leak throughout the brain. Symptoms may
vary in each case, one of them being the biomechanical alteration of gait.
Bearing in mind that changes in gait directly affect quality of life, physiotherapy
addresses several techniques that improve the biomechanical aspects of gait,
including proprioceptive neuromuscular facilitation, a method that uses the
body's proprioceptive system to facilitate or inhibit gait. Muscular contraction.
Objective: To review in the literature the benefits of proprioceptive
neuromuscular facilitation in the gait of people with stroke. Materials and
methods: A literature search was carried out in the PubMed, SciELO and
PeDRO databases using the following descriptors in English: stroke, gait and
proprioceptive neuromuscular facilitation the Boolean operator “AND” was used,
journals in Portuguese and English were included no restrictions on publication
dates. Results: From the search for studies in the databases, 6 articles were
selected that were part of this study.
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8
3 RESULTADOS................................................................................................11
4 DISCUSSÃO................................................................................................... 11
5 CONCLUSÃO................................................................................................. 21
4. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 22
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INTRODUÇÃO
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das patologias que mais ocasiona
mortes e incapacidades no mundo, afetando cerca de 13,7 milhões de pessoas,
sendo que 5,5 milhões dessas pessoas vão a óbito anualmente. Aproximadamente
87% dos casos são do tipo isquêmico, e 10 a 15% são casos hemorrágicos, o qual
possui uma alta taxa de mortalidade1.
Segundo Kuriakose e Xiao1 o AVC é definido como uma explosão neurológica
brusca e repentina, podendo ser isquêmico ou hemorrágico. Comparados
fisiologicamente, o AVC isquêmico ocorre quando um vaso cerebral é obstruído,
fazendo com que o fluxo sanguíneo cesse, causando falta de oxigênio em
determinada área do cérebro, ocasionando uma morte neuronal desse local.
Enquanto o AVC hemorrágico trata-se do rompimento de um vaso cerebral, esse
rompimento pode ser causado quando a pressão sanguínea está muito forte, de
forma que as paredes do vaso sanguíneo não aguentem a pressão e se rompa,
espalhando sangue por todo o cérebro1.
O AVC isquêmico possui ainda subtipos, sendo eles trombótico e embólico.
No AVC trombótico, tem-se o estreitamento dos vasos devido à aterosclerose, que
consiste no acúmulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias. Este
acúmulo ocasiona dificuldade na passagem do sangue e forma coágulos, causando
o AVC trombótico. Já no AVC embólico, a diminuição do fluxo sanguíneo causa
uma embolia, o que ocasiona em uma morte celular (necrose)1.
O AVC hemorrágico é classificado como intracerebral e subaracnóidea. No
tipo intracerebral, os vasos sanguíneos são rompidos e causam um acúmulo de
sangue no cérebro. Enquanto, na hemorragia subaracnóidea o sangue se acumula
no espaço subaracnóideo do cérebro1.
De acordo com a Sociedade Brasileira de doenças cerebrovasculares2 Os
sintomas podem variar em cada caso, mas os sintomas mais frequentes são
fraqueza, alteração na fala, confusão mental, alterações de equilíbrio e
coordenação, cefaleia, entre outros sintomas. De acordo com a plataforma os
fatores de risco para o AVC são idade e sexo, histórico de doença vascular prévia,
patologias que envolvam o coração, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes,
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colesterol e triglicérides, álcool e drogas e uso de anticoncepcional.
Segundo Li, Francisco e Zhou3 a caminhada é um fenômeno que requer um
processo complexo de controle neuromusculoesquelético. Do ponto de vista
biomecânico e cinesiológico, a marcha humana pode ser descrita como uma
progressão alternada de membros que suportam peso3.
A lesão do AVC, pode causar hemiplegia espástica, que ocorre quando os
córtices motores e seu trato cortico-espinhal são afetados. Essa lesão causará
fraqueza muscular e espasticidade, incluindo os músculos da extremidade superior,
do tronco e da extremidade inferior do lado afetado. A espasticidade e fraqueza
muscular somam para uma maior dificuldade narealização da marcha do paciente3.
A caminhada está presente em grande parte das nossas atividades diárias,
desde irmos até o mercado, ou até locomover-se de um cômodo para o outro dentro
de casa. Dessa forma, entende-se que as alterações da marcha causadas pelo AVC
impactam severamente a capacidade de realização das atividades de vida diária,
afetando sua qualidade de vida4.
Sabendo que a fisioterapia é a ciência que estuda e trata o movimento do
indivíduo, as funções afetadas pelo AVC podem ser avaliadas e tratadas por meio
dos atendimentos supervisionados pelo profissional da saúde. Segundo Guiu-Tula et
al.5, o estímulo da funcionalidade e as atividades de vida diária são fatores
extremamente positivos em pacientes acometidos pelo AVC, desta forma a
recuperação deve estar focada no movimento alterado e nas habilidades do
paciente.
Segundo Gil6, a medição e a avaliação são componentes essenciais no
exercício do fisioterapeuta, possibilitando uma base mais confiável para tomada de
decisão, credibilizando o exercício da profissão.
Segundo Fiorindo7, as profissões ligadas à saúde aproveitam a tecnologia como
instrumento valioso no tratamento de pacientes, aumentando o leque de recursos
terapêuticos. Atualmente, a possibilidade da utilização da tecnologia na avaliação
fisioterapêutica tem possibilitado cada vez mais confiabilidade nos resultados
obtidos, através de equipamentos desenvolvidos para avaliações especificas, que
fornecem resultados automáticos e precisos, possibilitando ao fisioterapeuta traçar o
plano de tratamento adequado de acordo com as necessidades apresentadas na
avaliação.
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Desta forma, a partir da avaliação, a fisioterapia aborda diversas técnicas que
possibilitam o tratamento das disfunções causadas pelo AVE, sendo um deles a
facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), método este que utiliza o sistema
proprioceptivo do corpo para facilitar ou inibir a contração muscular5.
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do
tratamento fisioterapêutico utilizando o método FNP na marcha de pessoas
acometidas por AVC.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma revisão bibliográfica, do tipo narrativa, que tem por objetivo
revisar os efeitos de um tratamento de FNP na marcha de pessoas acometidas por
AVC. Fez-se uma pesquisa na literatura nos bancos de dados PubMed, SciELO e
PeDRO a partir dos seguintes descritores em inglês: stroke, gait e proprioceptive
neuromuscular facilitation, o operador booleano “AND” foi utilizado, Foram incluidos
periódicos em português inglês sem restrições de datas de publicação.
Para que os artigos fossem elegíveis para análise, foram determinados os
seguintes critérios: ensaios clínicos randomizados ou não randomizados, que
aplicaram/avaliaram o FNP na marcha de pessoas acometidas por AVC. A busca foi
realizada entre janeiro de 2023 à junho de 2023.
O processo de avaliação dos estudos ocorrerá em quatro etapas: 1)
Delimitação da pergunta; 2) Busca por evidências científicas; 3) Seleção e revisão
dos estudos; 4) Apresentação dos resultados. Todas as etapas do estudo serão
realizadas por duas pesquisadoras independentes. A estratégia PICO (P- população;
I- intervenção; C- comparação; O-outcomes) direcionará a elaboração da pergunta
problema: “quais são os efeitos do tratamento de FNP na melhora biomecânica da
marcha na vida de pessoas com AVC?”.
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RESULTADOS/DISCUSSÃO
A lesão do AVC pode causar hemiplegia espástica, essa lesão causa fraqueza
muscular e rigidez muscular, incluindo os músculos da extremidade superior, do
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tronco e da extremidade inferior do lado afetado, sintomas estes somam para uma
maior dificuldade na realização da marcha do paciente3. O tratamento com FNP
possui beneficios que condizem a melhores parâmetrosna biomêcanica da marcha.
Dentre os estudos selecionados para essa revisão, os autores utilizaram como
método de avaliação da biomêcanica da marcha alguns testes espeificos.
Jennie et al.14, realizou o estudo com 18 individuos com AVC crônico, os quais
receberam o teste de caminhada de 10 metros (TC10) que tem como objetivo
avaliar a velocidade da marcha em metros por segundo, foi utilizado ainda a escala
de classificação de Perry, a qual classifica os caminhantes de acordo com a
velocidade da marcha, sendo domésticos (<0,4 m/s), comunitários limitados (0,4 a
0,8 m/s) e comuns (20). Além disso, foi utilizado a Wisconsin Gait Scale (WGS), o
qual consiste em um teste clinico especifico para pessoas com AVC e avalia a
incapacidade da marcha, o teste possui 14 variaveis, sendo uma delas o tempo de
apoio do lado afetado, comprimento do passo do lado não afetado e extensão de
quadril do lado afetado, a pontuação total do teste varia de 14 a 45, sendo que
pontuações mais altas apontam pior qualidade na marcha. O autor avaliou ainda a
cadência da marcha desses pacientes, através do tempo e da contagem do número
de passos durante o TC10.
Os resultados do artigo selecionado nos trás uma melhora significativa no
pós-teste de caminhada de 10 metros em relação ao teste inicial realizado antes do
tratamento de FNP, apresentando aumento de 0,26 m/s após o treinamento. Foi
observado ainda melhora na cadência da marcha, tendo aumentado 24,09
passos/min entre o pré e pós teste. Ao final do tratamento, de acordo com a escala
de Perry, sete dos participantes que foram classificados como caminhantes
domésticos no pré-teste, avançaram para caminhada comunitária.13
Cayco et al.13, realizou um estudo de caso com um idoso de 69 anos que
apresentava AVC crônico. O autor utilizou como ferramenta de analise de resultados
biomêcanicos na marcha o teste de caminhada de 10 metros, onde foi avaliado a
média de três tentativas para a velocidade da marcha auto-selecionada e depois
para velocidade de marcha rápida. Nos resultados a marcha rápida no pós-teste
obteve uma mudança significativa, apresentando aumento na velocidade de 0,15
m/s, na marcha auto-selecionada não houve nenhuma mudança significativa. Além
do teste especifico para marcha, o autor realizou o teste de sentar e levantar que
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avalia a força de MMII, o qual teve uma mudança significativa no pós-teste,
apresentando 2,8 s de diferença na realização do teste.
No estudo realizado por Sharma e Kaur10, o autor avaliou e tratou 23
participantes e usou como criterio de avaliação da biomêcanica da marcha o teste de
Tinetti-POMA, o qual tem como objetico avaliar a velocidade da marcha, a distancia
do passo, a simetria e o equilibrio do pé, além de avaliar o giro e mudança de
posturas com os olhos fechados, avaliando além da qualidade da marcha o risco de
quedas. Foi utilizado também o Wisconsin Gait Scale (WGS) para avaliar a
qualidade da marcha no pós AVC. Os resultados nos mostram que o grupo que
recebeu a intervenção de FNP teve a pontuação média de 14,23±1,53 no pré-teste
do Tinetti-POMA e 18,76±1,78 no pós-teste, e no WGS a média no teste pré-
intervenção foi de 27,01±2,13 e de 20,0±1,62, sendo que escores mais baixos
representam maiores prejuizos na marcha neste teste.
CONCLUSÃO
LIMITAÇÕES
Este estudo possui algumas limitações, como: 1). Não foram realizadas análises de
qualidade metodológica dos estudos selecionados, 2) Não inclusão de literatura
cinzenta, 3) Escassez de artigos publicados com o tema.
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REFERÊNCIAS
8. Lim JY, Jung SH, Kim WS, Paik NJ. Incidência e fatores de risco de quedas
pós-AVC após a alta da reabilitação hospitalar. PM&R
[Internet]. 1 de dezembro de 2012 [citado em 10 de junho de
2023];4(12):945–53. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1934148212003498
9. Seo KC, Kim HA. Os efeitos do exercício de marcha em rampa com PNF no
equilíbrio dinâmico de pacientes com AVC. Jornal da ciência da
fisioterapia. 2015;27(6):1747–9.
13. Cayco CS, Gorgon EJR, Lázaro RT. Efeitos da facilitação neuromuscular
proprioceptiva no equilíbrio, força e mobilidade de um idoso com acidente
vascular cerebral crônico: relato de caso. J Bodyw Mov Ther. outubro de
2017;21(4):767–74.