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Efeitos de exercícios Aquáticos e em Esteira:

A recuperação de indivíduos que sofreram Acidente Vascular


Cerebral

EDNO LUIZ DE ALMEIDA

São Paulo

2022
INTRODUÇÃO

O Acidente Vascular Cerebral é um evento que ocorre quando, o


suprimento ou distribuição de sangue que vai para o cérebro é interrompido ou
drasticamente reduzido, privando as cédulas de oxigênio e de nutrientes.

Os principais sintomas são: fraqueza de um lado do corpo, alteração ou


perda de visão, dificuldade para falar, desvio de rima labial (sorriso torto),
desequilíbrio e tontura, alterações na sensibilidade, dores de cabeça fortes e
persistentes e dificuldade para engolir.

Seu diagnóstico é feito através de exames de imagem, que permitem


identificar a área do cérebro que foi afetada e o tipo do derrame cerebral que
ocorreu. A tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais
utilizado para a avaliação inicial do AVC, demonstrando seus sinais precoces.

Este trabalho procura mostrar, os benefícios que pessoas que sofreram


AVC (Acidente Vascular Cerebral) podem ter, ao iniciarem exercícios aquáticos
ou em esteira, já que, é notável as melhoras na recuperação de marcha e
locomoção destes indivíduos desde a melhora na realização de suas atividades
diárias até o fortalecimento de membros, pois os dois
tipos de exercícios levam à adaptação funcional semelhantes, com diferentes
ativação muscular durante a locomoção.
OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é mostrar como através de exercícios em


esteira e aquáticos, a vida de pacientes que sofreram AVC pode melhorar, já
que, muitos sentem uma mudança ne vida grande ao sofrerem o acidente, visto
que, eles passam a ser mais dependentes de outras pessoas, para a
realização de simples tarefas diárias, como caminhar, por exemplo.

É importante que estes exercícios sejam aplicados, principalmente, nos


primeiros dias após o acidente sofrer o AVC, já que, sem
uma reabilitação intensa durante estes primeiros dias, lesões
neurais desenvolvem-se gradualmente, comprometendo os pacientes face à
fraqueza muscular, espasticidade e perda de
coordenação, gerando assim mais tarde aos sobreviventes do acidente com
comprometimento crônico, menos independência para realizar
suas atividades de vida diárias e menos interação social.
METODOLOGIA

O acidente vascular cerebral (AVC), é caracterizado por a interrupção do


fluxo sanguíneo de uma ou mais áreas do encéfalo, fazendo com que haja uma
diminuição do suprimento de oxigênio, manifestando desenvolvimento
acelerado de sinais clínicos de permutação focal ou global. Pode ocorrer de
duas formas: por obstrução de uma artéria caracterizando o AVC isquêmico, ou
por ruptura de uma artéria caracterizando AVC hemorrágico.
Uma Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, revelou que cerca de
1,5% da população brasileira acima de 18 anos de idade, possuem diagnóstico
de AVC. A doença é mais comum na população idosa com idade acima dos 56
anos e com maior prevalência em pessoas do sexo masculino.
O AVC é um dos principais responsáveis por internações e óbitos,
quando ocorre do paciente não vir a óbito, a doença pode resultar em algumas
sequelas, afetando vários domínios de sua funcionalidade.
Os sintomas e características podem ser únicos ou combinados a
fraqueza muscular, parestesia, hemiparesias, hemiplegias, alterações na fala,
na visão, na compreensão, na consciência, na coordenação, na marcha, além
disso, podendo ocorrer uma desordem motora, que se caracteriza pela
excitação extrema do reflexo do estiramento com exacerbação dos reflexos
profundos e aumento do tônus muscular, chamada espasticidade. Dentre os
principais fatores de risco que podem acarretar essa síndrome neurológica,
estão: a hipertensão arterial sistêmica (HAS), doenças cardiovasculares,
obesidade, tabagismo, etilismo e sedentarismo.
Em relação ao diagnóstico clínico é realizado através da anamnese,
exame físico e estudo de neuroimagem, sendo: tomografia computadorizada de
crânio, angiografia, antirressonância, angiotomografia, ou exames
complementares de urgência: eletrocardiograma (ECG), exames laboratoriais
como hemograma e glicemia.
De acordo com 1O’ Sullivan SB, et al. (2010), umas das formas de
tratamento para a população vítima de AVC é a fisioterapia, que tem como

1
O’SULLIVAN SB, THOMAS J, SCHMITZ GDF. Fisioterapia: Avaliação e
Tratamento. 5o ed. São Paulo: Manole;
2010. 1506p.
objetivo reabilitar e prevenir deformidades e complicações, recuperar funções
cerebrais comprometidas pelo AVC, temporárias ou permanentes, reintegrando
o paciente à suas atividades diárias, promovendo assim, melhor qualidade de
vida e independência, utilizando técnicas da hidroterapia, visto que a imersão
aquática possui efeitos fisiológicos consideráveis sobre a homeostase,
podendo haver resultados imediatos ou tardios, repercutindo de forma benéfica
no tratamento da espasticidade, pois a água aquecida reduz esse sintoma,
facilitando o movimento e mobilidade funcional, trazendo ao paciente melhora
em sua qualidade de vida.
A hidroterapia é um dos recursos definidos como o uso externo da água
com propósitos terapêuticos a partir da incapacidade funcional que o paciente
venham a desenvolver é suma importância que ele realize tratamento
fisioterapêutico para que os déficits não progridam, vale ressaltar que a
hidroterapia utiliza as propriedades físicas da água, com as bases iomecânicas
e termodinâmicas da água possibilitando ao paciente alcançar facilmente
metas e desafios que por sua vez em solo seriam impossíveis de serem
realizados, sendo a hidrostática, hidrodinâmica e termodinâmica seu principal
fundamento. Porque as forças físicas da água agem sobre o organismo imerso,
ocasionando alterações fisiológicas extensas, afetando quase todos os
sistemas do organismo do paciente. As propriedades físicas da água
relevantes sobre o corpo imerso são: densidade, empuxo, pressão hidrostática,
turbulência, viscosidade, tensão superficial e refração.
Estes efeitos físicos da água são mecânicos e térmicos, e combinados
aos efeitos do exercício em imersão resulta em respostas fisiológicas. Os
efeitos térmicos da água facilitam a troca de calor com o corpo imerso por duas
vias: condução e convecção. A primeira acontece pelo movimento normal de
energia do corpo mais quente em direção ao mais frio, já segunda consiste na
perda que ocorre pelo movimento da água contra o corpo, mesmo em
temperaturas iguais. Os efeitos variam com a duração e tipo do exercício,
progressão e intensidade, temperatura da água, postura e patologia do
paciente.
Sendo o princípio da flutuação chamado por empuxo, trata-se de uma
força de sentido contrário à gravidade, facilitando ao corpo imerso um efeito de
sustentação, auxiliando na redução de edemas e facilitando a circulação,
favorecendo a redução do peso de suporte. 2
A densidade se trata da
combinação entre a massa e o volume do corpo imerso, estipulando a
capacidade que o corpo possui para flutuar e submergir ao comparar a
densidade com a da água, sendo densidade da água igual a 1, e a de um corpo
humano igual de 0,93, por isso ele submerge. No organismo humano, a
densidade varia com a composição corporal, ocasionando que pessoas com
maior quantidade de tecido adiposo flutuem com maior facilidade.
O presente trabalho torna-se relevante em razão de que os
conhecimentos e as ferramentas disponíveis nem sempre estão adequados
para solucionar problemáticas da saúde, por esse motivo faz-se necessário
buscar através de estudos, novos protocolos de tratamento que se adequem as
possíveis necessidades, visando a evolução e o bem estar desse paciente,
com a finalidade de acelerar o processo de reabilitação.
Portanto, este estudo tem como objetivo analisar através de uma revisão
sistemática a respeito dos efeitos da hidroterapia na diminuição da
espasticidade resultando na melhora da marcha de p acientes com sequelas de
AVC. Toda essa situação, envolve diversos cuidados em saúde, a fisioterapia
pode ajudar em todo o processo de reabilitação física dos pacientes depois de
um AVC. É por meio dessa área que será possível realizar a avaliação de força
e resistência muscular do paciente, além da amplitude dos seus movimentos.
Além disso, serão avaliadas as alterações na marcha e as sequelas sensoriais
causadas pelo AVC. Somente depois de uma análise profunda é possível
traçar um plano de reabilitação personalizado para as necessidades do
paciente. Este plano irá buscar a recuperação do controle motor, a estimulação
sensorial, a funcionalidade e a prevenção de outras complicações que possam
surgir. Tudo isso para que o paciente consiga retomar a sua autonomia
funcional, com a prática de exercícios, atividades e estímulos direcionados.

RESULTADO E DISCUSSÃO
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Revista Eletrônica Acervo Científico / Electronic Journal Scientific Collection |
ISSN 2595-7899
REAC/EJSC | Vol. 11 | e4046 | DOI: https://doi.org/10.25248/reac.e4046.2020
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Como base nas pesquisas, podemos perceber que:

 Nos exercícios aquáticos:

Diante dos exercícios aquáticos, foi percepitivel uma melhora na


qualidade de vida dos pacientes pós-AVC, pois o resultado: demonstrou que
houveram melhoras significativas nas limitações de maneira geral, sendo
elas físicas, emocionais, mentais, sociais e diante da dor corporal, para os
participantes do grupo de exercícios hidroterápicos.
A conclusão é de que, os exercícios na água, podem ser uma
alternativa para inclusão em programas de reabilitação, pois apresentaram
muitos benefícios aos pacientes que os utilizaram.

 Nos exercícios de esteira:


Notamos que os resultados para esta modalidade foram observadas
também melhoras significativas no CWT, BBS e ABC. Houveram melhoras
na simetria do passo e a simetria temporal.
A Conclusão é de que, O ATT melhora os aspectos funcionais da
marcha, incluindo CWT, BBS, ABC e simetria espaço temporal da marcha,
embora sem uma significância estatística e mais estudos serão necessários
para examinar e comparar os benefícios potenciais da TCA como uma nova
modalidade para a terapia de pacientes que sofreram AVC.

CONCLUSÃO
Percebemos ao longo deste estudos, que a hidroterapia oferece
resultados satisfatórios quando combinados (ou não) com a terapia em
esteira, em pacientes com sequelas de AVC, assim tornando-se um recurso
eficaz na melhora do equilíbrio, no ganho de força muscular, no controle da
espasticidade, na amplitude de movimento e na mobilidade dos pacientes,
fazendo com que eles tenham uma melhora em sua qualidade de vida, já
que, estas sequelas tendem a regredir ao longo do tratamento,
possibilitando que assim, tenham um retorno de suas atividades diárias.

Portanto, a hidroterapia ainda é um recurso que deve ser feito junto ao


exercício de esteira, para a obtenção de resultados mais significativos, já
que um complementa o outro.

REFERÊNCIAS
1 O’SULLIVAN SB, THOMAS J, SCHMITZ GDF. Fisioterapia: Avaliação e
Tratamento. 5o ed. São Paulo: Manole;
2010. 1506p.

2 Revista Eletrônica Acervo Científico / Electronic Journal Scientific Collection |


ISSN 2595-7899 REAC/EJSC | Vol. 11 | e4046 | DOI:
https://doi.org/10.25248/reac.e4046.2020 Página 3 de 9.

Site
https://acervomais.com.br/index.php/cientifico/article/download/4046/2677/
consultado em 30/05/2022.

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