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INTERVENÇÃO FISIOTERAPEUTICA EM
PACIENTE COM ARTROSE DE JOELHO

Ana Gabriela Leite Mourão Saraiva; Rua Jorge João Tajra nº 862 São Cristóvão
Teresina; Telefone: (086)32341941; lela-saraiva@hotmail.com

Olavo Rebêlo de Carvalho Neto;Rua João Martins do Rego nº4012 São Cristóvão
Teresina; Telefone: (086)99843739; olavorebelo@hotmail.com

Araciana Soares Lima; Rua LIcurgo de Paiva ed Niwton Macêdo n 4038 ap 103;
Recanto das Palmeiras; Teresina; Telefone: 99864037; aracianna@hotmail.com

Alunos de Fisioterapia da Faculdade CEUT-Teresina, Piauí, Brasil.

Palavras-chave: osteoartrose, amplitude, cartilagem, rigidez.


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RESUMO

Na contextualização temos a artrose sendo a forma mais comum de


reumatismo e mais freqüente patologia na espécie humana. Embora não haja cura, a
disponibilidade de um protocolo terapêutico adequado para cada paciente, permite
prevenir ou corrigir problemas da morfologia, aliviar os sintomas, melhorar a
capacidade funcional e fundamentalmente, a qualidade de vida. Objetivando melhorar a
sintomatologia da paciente através do método de atendimentos e avaliações semanais,
dentre os quais foram obtidos resultados satisfatórios comparando os dados colhidos
antes e depois do tratamento fisioterapêutico. Nestas condições observou-se uma
significativa evolução na ADM (amplitude de movimento) melhorando a mobilidade,
flexibilidade, produção do liquido sinovial, diminuição da dor e a conseqüente melhora
da qualidade de vida da paciente.Concluiu-se, então, que a osteoartrose limita amplitude
de movimento funcional, além de provocar rigidez articular, dor e fraqueza muscular,
alterando o equilíbrio corporal.

Palavras-Chave: Artrose; osteoartose, articulação, mobilidade.


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ABSTRACT

In the contextualization we have the athrosis being


the most common form of rheumatism and more frequent
pathology in the human sort. Although it have not cures,
the availability of an adequate therapeutic protocol for
each patient, is going to prevent or correct problems of
the morphology, relief the symptoms, improve the functional
capacity and fundamentally, the quality of life. Planning
improve to sintomatologia of the sick one through the
approach of services and weekly evaluations, among the
which were obtained satisfactory results comparing the
facts reaped before and after the handling
fisioterapêutico. In these conditions observed itself a
significant evolution in the ADM (amplitude of movement)
improving the mobility, flexibility, output of I liquidate
sinovial, diminution of the pain and to consequent
improvement of the quality of life of the
paciente.Concluiu-se, then, that to osteoartrose limits
amplitude of functional movement, beyond provoke strictness
articulate, pain and muscular weakness, altering the
corporal equilibrium.

Keyword: Athrosis; osteoartose, articulation, mobility.


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INTRODUÇÃO

Segundo Sobotta7, joelho é uma articulação complexa entre a tíbia, o fêmur e


a patela que possue dois graus de movimento e suporta o peso corporal na posição ereta
sem a contração muscular. Participa das AVD’s como sentar, levantar, deambular e
possibilita a rotação do tronco com os pés fixo e durante a macha, o joelho reduz o
dispêndio de energia ao diminuir as oscilações do centro de gravidade.
A artrose ou osteoartrite do joelho é uma doença degenerativa articular, de
etiologia primária ou secundária E tem um forte componente genético que pode afeta
uma ou várias articulações, sendo caracterizada pela degeneração da cartilagem que
facilita o movimento destas. Segundo Gilberto Luis¹, a osteoartrose do joelho é uma
doença de caráter inflamatório e degenerativo que provoca a destruição da cartilagem
articular e leva a uma deformidade da articulação. Existem teorias que dizem que esse
processo se deve ao envelhecimento, pelo desgaste que ocorre durante a vida do
paciente e existem situações que se inicia precocemente o desgaste estrutural, ocorre no
caso de doenças inflamatórias ou infecções que destroem a cartilagem articular, dando
inicio a sintomatologia da osteoartrose. A cartilagem articular também perde a sua
elasticidade, integridade e consistência, o que leva também á perda de parte ou
totalidade da sua capacidade funcional. Segundo Ibsen Bellini Coimbra 4, A osteoartrite
(OA) é uma doença crônica, multifatorial que leva à incapacidade funcional
progressiva. O tratamento deve ser também multidisciplinar e buscar a melhora
funcional, mecânica e clínica.
Sua prevalência aumentada com o envelhecimento da população, assim
como pela exposição do indivíduo jovem a situações de traumatismo articular. Esta
situação é acentuada na pessoa com predisposição familiar. Segundo André Luis
Maierá5, é importante atentar que as modificações normais da cartilagem com o
envelhecimento são observados na OA. As principais alterações cartilaginosas com o
passar do tempo relacionam-se com a diminuição progressiva do numero de
condrócitos, desorientação das moléculas de colágeno, diminuição da espessura da
cartilagem, da água e da quantidade de acido hialurônico (diminuição da
viscoelasticidade). Algumas doenças (displasias ósseas e cartilaginosas, acromegalias,
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doenças por deposição de cristais de urato monossódico e pirofosfato de cálcio, artrite


reumatóide, diabetes mellitus, doença de Paget, arteriosclerose, necrose asséptica,
hemofilia e hipotireoidismo) e traumas (entorse, fratura intra-articular e meniscectomia)
podem induzir o aparecimento da osteoartrite. Segundo Wilson Mello A. Jr. 8 a
reabilitação no tratamento da osteoartrose do joelho tem limites e o tratamento deve ser
modificado nas situações de dor incontrolável, limitação funcional importantes nas
AVD’s, falta de motivação para modificar hábitos de vida e condições clinicas
limitantes para prática de atividade física. Seu maior objetivo é a restauração da
homeostasia tecidual pela recuperação do equilíbrio muscular, o que pode ser obtido
pela introdução de programas de exercícios que melhorem a força e a elasticidade
muscular dos membros inferiores.
Diante do exposto, quis-se investigar, em que medida a terapia manual e a
cinesioterapia atuam em benefício do paciente portador de artrose do joelho e altera as
variáveis que serão investigadas, observando os efeitos fisiológicos e terapêuticos dos
exercícios passivos em detenção aos exercícios ativos que proporcionavam fortes picos
de hipertensão da paciente em estudo.
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MATERIAIS E MÉTODOS

Os estudos foram realizados na comunidade da Vila da paz, onde foram


divididos determinados grupos para prestar o atendimento. O paciente que atendemos
responsável para tratar durante o decorre do semestre possuía 66 anos de idade e
apresentava artrose nos dois joelhos, esta por sua vez limitava suas AVD’s. As
avaliações começaram no período de 10 / 08 / 2009 neste dia foi medida da pressão
arterial, avaliação global do paciente, fizemos a mensuração da ADM, grau de
movimento de cada segmento MMSS, MMII, observando as formas de deambular.
Logo após a avaliação foram anotadas as informações coletadas, e com base estas
informações foi feito à conduta terapêutica durante um período de três meses, sendo que
os atendimentos eram feitos em um período de 1:40 minutos e uma vez por semana, a
seção acontecia nos dias de segunda-feira no horário de 15:40 horas as 17:30. Era
realizado o atendimento e no final do tratamento o paciente foi reavaliado e coletado
novamente as mesmas observações do início do tratamento observando a evolução e
diminuição dos sintomas.
O tratamento aplicado na paciente era basicamente a cinesioterapia e terapia
manual. Com ela, realizamos alongamentos de membro inferior, de extensores do
joelho, de isquiotibiais, de flexores do quadril, de dorsiflexores e flexores plantares,
devido a uma dor que ela relatava no joelho, na face poplítea e realizou-se a técnica de
contrair-relaxar no hálux (flexão e extensão) devido a uma extensão permanente do
mesmo visando ganho de ADM para flexão. Realizamos também alongamento de
membros superiores, de flexores, extensores, adutores e abdutores horizontais do ombro
e alongamento de cervical, mobilizações articulares, de patelofemoral, tibiofemoral,
tornozelo, interfalangianas do pé, exercício ativo, passivo, priorizando o passivo, devido
à mesma apresentar oscilação da pressão arterial ao esforço mínimo na manipulação do
membro inferior esquerdo, na qual sofria alterações como palpitações, vertigem, picos
hipertensivos, tontura, hiperventilação, impossibilitando a realização de exercícios
ativos Em algumas situações foram realizadas técnicas de massagem para relaxamento
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da musculatura e crioterapia. É importante salientar que a pressão da paciente era


aferida antes, durante e depois do atendimento.
RESULTADOS

Goniometria INÍCIO DO FIM DO TRATAMENTO


TRATAMENTO

Flexão de ombro D=120 °/ E=80° D=130 º/ E=135 º


Abdução de ombro D=105 °/ E92=º D=130 º/ E=170 º
Extensão de ombro D=25 º/ E=27 º D=28 º/ E=30 º
Flexão de cotovelo D= 130º/ E=140 º D= 135º/ E=147 º
Flexão de quadril D=90 º/ E=70 º D=95 º/ E=75 º
Flexão de joelho D=110 º/ E=90 º D=? º/ E=?º
Art.metatasofalângica Extensão= 22º Extensão= 10º
Fonte: alunos
LEGENDA: D: Direito, E: Esquerdo,

Paciente encontra-se com o diagnóstico de artrose bilateral de


joelho, o paciente foi tratado com supervisão por três acadêmicos de
Fisioterapia da Faculdade CEUT. O paciente referia dor nos dois joelhos, no
esquerdo a dor era mais intensa, paciente também apresentou encurtamento
de cadeia posterior, alterações respiratórias e circulatórias. As sessões se
ocorreram por um período de três meses e cada sessão com duração de 1hora
e 40 minutos, o paciente obteve melhoras do quadro de encurtamento
muscular, diminuição da dor nos joelhos, houve ganho de amplitude de
movimento MMII e diminuição da dor na lombar.
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DISCUSSÃO

Mediante os resultados obtidos durante o estudo com a paciente observou-se um


ganho de ADM em todos as articulações mensuradas, principalmente flexão e abdução
do ombro e flexão do metatarsofalângicas falangiana do hálux e na patelofemoral.
Segundo Kisner9, mobilização e manipulação são duas palavras que tem o mesmo
significado e refere-se a técnicas de fisioterapia manual incluindo massagem por
fricção, liberação miofascial, acupressão e fisioterapia em pontos gatilhos e
cinesioterapia usadas para melhorar a mobilidade do tecido e modular a dor tratando
disfunções articulares que limitam a ADM. São técnicas passivas que requerem
habilidade. Aplicam-se a articulações e tecidos moles relacionados, empregam
velocidades e amplitudes variadas e utilizam movimentos fisiológicos ou acessórios
com fins fisioterapêuticos. Quando indicada, a mobilização articular é um meio seguro e
eficaz de restaurar ou manter a mobilidade intra-articular, podendo também ser usado
para o tratamento da dor. O objetivo destes procedimentos de alongamento com
deslizamento articular (mobilização) como quando o componente de deslizamento
transitório dos ossos é usado para alongar uma cápsula articular retraída, são mais
seguros e seletivos porque a força aplicada perto da superfície articular e controlada em
uma intensidade compatível com a patologia e a direção da força simula co componente
de deslizamento da mecânica articular e não comprime a cartilagem. O movimento
articular estimula a atividade biológica movimentando o liquido sinovial, o que conduz
nutrientes a cartilagem articular avascular das superfícies articulares à fibrocartilagem
intra-articular dos meniscos. Essa mobilização mantém a extensibilidade e a força
tensiva dos tecidos articulares e periarticulares. Com imobilização ocorre à proliferação
fibroadiposa, o que causa aderências dentro da articulação, assim como alterações
bioquímicas no tendão, no ligamento e no tecido da cápsula articular, levando a
contraturas da articulação e enfraquecimento de ligamentos. Estes movimentos
oscilatórios e de separação de pequena amplitude são usados para estimular os
mecanoceptores, o que pode inibir a transmissão de estímulos nociceptivos nos níveis
da medula espinhal ou do tronco encefálico, dessa forma diminuindo ou eliminado a dor
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e aumentando o equilíbrio, caso contrario os pacientes poderão desenvolver déficits de


equilíbrio devido ao comprometimento dos impulsos sensoriais provenientes dos
mecanoceptores e dos impulsos alterados provenientes dos fusos musculares
intensificando a dor, que geralmente ocorre pela manhã ou após períodos de repouso
devido ai enrijecimento articular pela inatividade. A movimentação aliviará essa rigidez.
Segundo Kisner9, alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer
manobra fisioterapêutica para elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles
e subseqüentemente melhorar a ADM por meio deste aumento do comprimento de
estruturas que tiverem encurtamento adaptativo e tornaram hipomóveis com o tempo. O
comprimento do músculo junto com o a integridade articular e a extensibilidade dos
tecidos moles periarticulares determinam a flexibilidade. Essa extensibilidade das
unidades musculotendíneas que cruzam uma articulação baseia-se em sua habilidade de
relaxar e ceder a uma força de alongamento. A artrocinemática da articulação em
movimento assim como a habilidade dos tecidos conjuntivos periarticulares de se
deformarem também afeta a ADM articular e a flexibilidade geral de um individuo.
De acordo com Bertolucci2, o alongamento muscular é capaz de aumentar o
número de sarcômeros, adicionando-os em série no ventre muscular. Este aumento, por
conseguinte, aumentaria a amplitude de ação do músculo e melhorando o sistema de
alavanca para o possível ganho de amplitude de movimento. “Os exercícios ativos
requerem uma contração muscular esquelética. Podem ser isotônicos, isométricos ou
isocinéticos”, segundo NORM; HANSON6. O exercício isotônico envolve
movimentação por uma amplitude de movimento total ou parcial, onde a resistência é
mantida constante dentro de uma velocidade variável.
Plapler, Greve e Amatuzzi10, os exercícios ativos na osteoartrose servem para
manter ou aumentar a amplitude de movimento articular. De acordo com Plapler, Greve
e Amatuzzi10 os exercícios isométricos são úteis para estabilizar a articulação e no
fortalecimento dos músculos com mínimo envolvimento do complexo articular, sendo o
exercício de fortalecimento mais adequado para o tratamento em fase mais inicial para
pacientes com osteoartrose de joelho. Segundo Bertolucci (1999, p.70), os exercícios
isométricos têm uma grande capacidade de produzir fortalecimento muscular.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.<http:/www.inscricaoonline.com.br/docssbcjimgor092001.pdf>

2. BERTOLUCCI, Luiz F. Cinesioterapia. In: GREVE, Júlia M. D’Ándrea; AMATUZZI, Marco M.


Medicina de reabilitação aplicada à ortopedia e reumatologia. São Paulo: Roca, 1999. Cap. 3,
P.47-80.

3. KISNER Exercício terapêutico. ed. 4; São Paulo: Manole editora, 2005.

4. <http:www.cidmed.com.br/pdfosteoartrite.pdf>

5. Luis, André Maierá Radl . Osteoartrose. IN: Chiarello, Berenice; Driusso, Patrícia; Luis, André
Maierá Radl. Fisioterapia Reumatológica. 1. ed. São Paulo: Manole, 2005. Cap. 5. p. 66-87.

6. NORM, Andréa; HANSON, Bates. Exercícios aquáticos terapêuticos. São Paulo:


Mande,1998.

7. Sobotta J. Atlas de Anatômica Humana. 21ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2000, vol. 2.

8. Mello, Wilson A. Jr.; César, Paulo Ferreira Peteado; Edney, Wander de Brito; Stump, Xavier. Joelho
do Adulto IN: Herbert, Sizínho; E.P., Tárcisio de Barros Filho; Xavier, Renato; G., Arlindo Pardini Jr. E

colaboradores. Ortopedia Traumatológica. 4. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2009. Cap. 19. p. 505-539.

9. Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3 ed. São


Paulo:Manole, 1998.

10. PLAPLER, Pérola G.; GREVE, Júlia M. D’Andrea; AMATUZZI, Marco M.


Reabilitação do joelho. ln: GREVE, Júlia M. D’Andréa; AMATUZZI, Marco M.
Medicina de Reabilitação Aplicada à Ortopedia e Reumatologia. São Paulo:
Roca, 1999. cap. 9, p. 191 — 224.

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