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Noções gerais sobre células, imunidade, tecidos

e órgãos - sistemas osteoarticular e muscular


UFCD 6565

Formadora: Dolores Lopes


Conteúdos:
1. Os principais sistemas do corpo humano: conceitos e funções
• Célula, tecido, órgão, aparelho e sistemas

2. Noções sobre o Sistema Imunitário


• Barreiras Naturais
• Fisiologia celular e humoral
• Imunidade natural
• Imunidade adquirida

3. Sistemas osteoarticular e muscular


• Noções gerais sobre estrutura e classificação dos ossos, articulações e músculos
• Biofísica da locomoção e dos principais movimentos dos membros
• Função e estabilidade da coluna vertebral
• Osteoporose, fraturas, luxações, principais doenças reumatismais, tumores ósseos - conceitos; noções básicas sobre manifestações clínicas; implicações para os cuidados de saúde
• Alterações osteoarticulares e musculares decorrentes do processo de envelhecimento e da mobilidade - implicações para os cuidados ao utente

4. Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde
• Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão direta
• Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a
1.Os principais sistemas do corpo humano:

Célula, tecido, órgão, aparelho e sistemas


Corpo Humano

  O corpo humano é extremamente complexo, funcionando


graças a um conjunto de sistemas que trabalham de
maneira coordenada para desempenhar diversas funções.

 O corpo humano é uma máquina perfeita e que funciona a


partir da atuação conjunta de diversos sistemas.
Níveis de organização

Quando analisamos o corpo humano,


verificamos que ele é formado por células, as
unidades funcionais e estruturais dos seres vivos.

Células semelhantes, reunidas em grupos e que


desempenham uma determinada função em
comum formam os tecidos.

 
Os órgãos são formados por tecidos diferentes, que trabalham de forma conjunta para realizar uma função
específica.

Diferentes órgãos podem estar interligados para desempenhar uma função ainda maior, formando os sistemas. 

Podemos representar os níveis de organização do corpo humano, de maneira resumida, da seguinte


forma:

Células → Tecidos → Órgãos → Sistemas → Organismo


Estrutura da célula
A célula é dividida em três partes:

 Núcleo: envolvido pela membrana nuclear, o núcleo


contém o material genético das células (DNA).

 Citoplasma: carrega o conteúdo celular onde cada


organela possui uma função vital, dentro respiração,
nutrição e excreção das células.

 Membrana Plasmática: membrana fina e flexível


com permeabilidade seletiva (regula a passagem e a
troca de substâncias) que envolve as células.
Tipos de célula do corpo humano
O corpo humano é constituído por diversos tipos de células:

Células do cérebro: é formado por diversos tipos: a micróglia (defesa do sistema nervoso), a célula

dendrítica (células imunes que transportam antígenos), o neurónio (transmissão de mensagens) e a

célula de Schwann (produção de mielina que auxiliam na produção dos impulsos nervosos).

Células do sangue: O sangue humano é formado por diversos tipos de células, cada qual com sua

função, as mais importantes são: as hemácias chamadas de glóbulos vermelhos ou eritrócitos

(transporte de oxigênio); os leucócitos ou glóbulos brancos (atuam no sistema imunológico do

corpo no combate as infecoes e eliminam os microrganismos; Plaquetas (coagulação sanguínea) .


Tipos de célula do corpo humano

Célula dos ossos: Os ossos são formados por células chamadas de osteócitos (secreção de
substâncias); osteoclastos (grande células com vários núcleos responsável pela reabsorção
e remodelação do tecido ósseo); e osteoblastos (síntese de componentes orgânicos).

Células dos músculos: As células musculares, podem apresentar vários núcleos, sendo as
mais importantes as células de sarcómero (contração muscular) e os fibroblastos (síntese
de proteínas).
Tecidos
No nosso corpo, existem muitos tipos de células, com diferentes
formas e funções, organizadas em grupos, desempenhando, uma
determinada função. Os grupos de células formam os tecidos.

O corpo humano é formado por 4 tipos de tecidos:

 Epitelial;

 Conjuntivo (adiposo, cartilaginoso, ósseo e sanguíneo);

 Muscular (liso, esquelético e cardíaco);

 Nervoso.
Tecido Conjuntivo
O tecido conjuntivo possui as funções de sustentação, preenchimento e o transporte de substâncias:

 Tecido adiposo: Composto de células adiposas que acumulam gordura, este tipo de tecido tem como principal

função o isolamento térmico do corpo, sendo assim, o maior depósito corporal de energia.

 Tecido cartilaginoso: Possui consistência firme, contudo flexível; A sua função é de sustentação e revestimento,

por exemplo, a orelha, o nariz, a traqueia.

 Tecido ósseo: Tecido rígido, rico em sais minerais, cálcio e colagénio o que torna os ossos rígidos e resistentes.

Além disso, é inervado e irrigado pelo sangue, sendo a sua principal função a sustentação do corpo, uma vez que

compõe o esqueleto humano.

 Tecido Sanguíneo: Formado por diversos tipos de células, esse tecido possui as funções de defesa do organismo e

transporte de nutrientes. O sangue é um tecido líquido, composto de hemácias, leucócitos, plaquetas e plasma.
Tecido Epitelial
 As funções do tecido epitelial são de revestimento do corpo, sensibilidade e secreção de substâncias. Ex:

pele.

 Proteção das superfícies externas e internas contra a abrasão, desidratação e contra a ação de agentes

químicos e biológicos.

 Controlo da permeabilidade qualquer tipo de substância que entra no nosso organismo necessita de

atravessar tecido epitelial. Deste modo a maioria das células epiteliais possui o mecanismo bioquímico

necessário para efetuar uma absorção ou secreção seletiva.

 Sensação certas células epiteliais especializadas conseguem detetar alterações do meio ambiente e

posteriormente conduzir essas informações ao sistema nervoso.


Tecido Epitelial
 Produção de secreções as células secretoras que constituem as glândulas são células epiteliais

especializadas na secreção de substâncias para o exterior ou interior do organismo.

 De acordo com a função desempenhada, podem ser classificados em:

-Epitélios de revestimento;

-Epitélios glandulares;

-Neuroepitélios.
Tecido Nervoso
 É formado principalmente por células nervosas denominadas neurónios. Apresenta células longas

e estreladas que possuem a capacidade de transmitir impulsos nervosos. São exemplos os nervos, o

cérebro e a medula espinhal.

 Cada milímetro do nosso corpo, da cabeça à ponta dos pés, é percorrido pelo sistema nervoso. É

devido a este sistema que o nosso corpo recebe a ordem de se mover. É também graças a ele que

conseguimos receber informações do mundo exterior.


 A unidade básica do sistema nervoso é a célula nervosa – neurónio
Tecido Nervoso
 O sistema nervoso está dividido em duas partes: sistema nervoso central (encéfalo e
medula espinal) e sistema nervoso periférico (nervos e gânglios).

 O sistema nervoso central envia e recebe impulsos nervosos,


enquanto o sistema nervoso periférico concretiza as ordens
que lhe chegam do sistema nervosos central e transfere para
este as informações que recebe do meio envolvente
(sensibilidade tátil, térmica e dor).
Tecido muscular
 O tecido muscular é formado por células alongadas e especializadas em contração;

apresentam grande inervação e vascularização. Divide-se em:


 Tecido muscular liso (não-estriado): Caracterizado por movimentos involuntários, o seu nome corresponde à ausência de

estrias transversais, são exemplos, o útero, a bexiga e o intestino.

 Tecido muscular esquelético: Recebe esse nome, pois a maior parte desse tecido está junto ao esqueleto; possui células longas,

presença de estrias transversais e movimentos voluntários.

 Tecido muscular cardíaco: Encontrado no coração, este tipo de tecido possui movimento involuntários sendo formado por

células longas e cilíndricas além de possuir estrias transversais.


Órgãos
Os órgãos do corpo humano são formados pelo
agrupamento de tecidos (epitelial, conjuntivo,
muscular e nervoso) e cada um deles possui formas e
funções específicas.

Os órgãos mais importantes do corpo humano são:


cérebro, coração, pulmões, estômago, fígado,
pâncreas, baço, intestino, rins, bexiga.
Sistemas orgânicos

- O conjunto de órgãos compõem os


sistemas do corpo humano: digestivo,
respiratório, endócrino, circulatório,
nervoso, urinário, reprodutor e excretor.

- A comunicação entre órgãos e sistemas é


fundamental uma vez que permite regular
o funcionamento de cada órgão de acordo
com as necessidades gerais do organismo.
Principais órgãos do sistema digestivo

Esófago: conduz os alimentos até ao estômago;

Estômago: responsável pela digestão dos alimentos;

Intestino delgado: responsável pela absorção de


nutrientes;

Intestino grosso: responsável pela absorção da água,


armazenamento e eliminação dos resíduos sólidos;

Fígado: armazenar e filtrar substâncias, sintetização de


gordura e produção de bílis.
Principais órgãos do sistema respiratório

Laringe: função respiratória e fonatória (agrega as cordas vocais);

Traqueia: função é humidificar e filtrar o ar e conduzi-lo até aos


pulmões;

Pulmões: responsável pela troca de gases, de forma que oxigena o


sangue e elimina o gás carbónico;

Brônquios: são dois órgão tubulares formados pela ramificação


da traqueia que levam o ar para os pulmões.
Principais órgãos do sistema endócrino
Hipófise: glândula localizada no cérebro e as suas principais funções são: produção de hormonas,
regulação e controlo de outras glândulas.

Tiroide: a sua função é produzir e libertar para a circulação sanguínea duas hormonas T3 e T4; são
essenciais no crescimento e desenvolvimento do organismo, regulam a temperatura corporal, a frequência
cardíaca e tensão arterial, o funcionamento dos intestinos, o controlo do peso, os estados de humor (...);

Paratiroides: regulação de substâncias presentes no sangue(cálcio e fósforo) e sintetização de hormonas;

Suprarrenais: produção e libertação de hormonas(cortisol, aldosterona e andrógenos adrenais);

Pâncreas: glândula mista responsável pela produção de hormonas (sistema endócrino) e do suco
pancreático( sistema digestivo).
Principais órgãos do sistema circulatório

Coração: órgão muscular; responsável pelo bombeamento de


sangue mediados por dois movimentos: sístole (contração) e
diástole (relaxamento). Assim, o lado direito bombeia o sangue
venoso para os pulmões, o lado esquerdo bombeia o sangue arterial
para diversas partes do corpo;

Vasos sanguíneos: distribuídos por todo o organismo, formado por


veias e artérias, que formam os capilares; local onde circula o
sangue.
Principais órgãos do sistema
nervoso
Cérebro - dividido em hemisfério direito(criatividade e símbolos) e
esquerdo (lógica e comunicação), o cérebro é responsável pela produção
de hormonas, bem como transporte, organização e armazenamento de
informações.

Cerebelo – órgão que possui funções como movimento, o reflexo, a


contração dos músculos bem como o equilíbrio do organismo.

Medula espinhal – localiza-se na coluna vertebral, responsável pela


produção e condução de impulsos nervosos do organismo para o cérebro.
Principais órgãos do sistema urinário e excretor

Rins – principal função a filtragem de


substâncias, eliminação de substâncias tóxicas,
produção de hormonas e de urina;

Bexiga- responsável pelo armazenamento de


urina;
Principais órgãos do sistema reprodutor

Ovários - produção de estrogénio e de óvulos;

Útero- acolher o embrião após a fecundação;

Próstata- a função da próstata é produzir o fluído

que protege e nutre os espermatozoides no sêmen;

Testículos- produção de espermatozoides.


Outros órgãos do corpo humano

Baço- as suas funções são a produção de anticorpos e hemácias e


armazenamento de sangue e libertação de hormonas;

Pele- revestimento externo do corpo, é um órgão que faz parte do


sistema tegumentar e as suas principais funções são: proteção,
reserva de nutrientes e equilíbrio da temperatura.

Apêndice- função é a produção de anticorpos (defesa do


organismo), produção e armazenamento de bactérias que auxiliam
na digestão.
2. Noções sobre o Sistema Imunitário

 Barreiras Naturais

 Fisiologia celular e humoral

 Imunidade natural

 Imunidade adquirida
Barreiras Naturais

Existe uma série de barreiras protetoras no corpo humano

que servem para impedir ou dificultar a entrada dos

microrganismos patogénicos no mesmo.

No entanto, se algum deles conseguir vencer essas

barreiras, deparar-se-á com vários mecanismos de defesa

desencadeados pelo sistema imunitário, com o objetivo de

destruí-los ou desativá-los.
Barreiras Naturais

A pele que reveste todo o corpo constitui uma barreira


inultrapassável para muitos agentes infeciosos.

Encontra-se revestida por uma camada lipídica


ligeiramente ácida, proveniente das secreções das
glândulas cutâneas, com propriedades antissépticas,
cria um meio desfavorável para o desenvolvimento de
inúmeros microrganismos na superfície do corpo.
Barreiras Naturais
As vias respiratórias são igualmente constituídas por um específico
sistema protetor, na medida em que se encontram revestidas
interiormente por uma camada mucosa, na qual a maioria dos
microrganismos que penetram com o ar inspirado fica presa.

Para além de ser constituído por substâncias antimicrobianas, este muco


é constantemente arrastado em direção ao exterior pelo movimento de
reduzidos cílios das células que revestem a superfície das vias
respiratórias.
Barreiras Naturais
Os microrganismos que penetram pela via digestiva
também têm que enfrentar várias barreiras protetoras.

O primeiro obstáculo corresponde à acidez do suco


gástrico, que é capar de destruir inúmeros tipos de
microrganismos que chegam ao estômago. As secreções
de outras partes do tubo digestivo criam igualmente um
meio hostil para muitos microrganismos.

Por último, existe a flora bacteriana intestinal,


composta por microrganismos saprófitas inofensivos, que
travam a proliferação de outros considerados perigosos.
Fisiologia celular e humoral
Como o sistema imunitário não tem
uma unidade anatómica, ao contrário
de diversos aparelhos do organismo
(aparelho respiratório, digestivo, etc.),
é composto por uma unidade funcional
constituída por vários elementos
repartidos por todo o corpo.
Fisiologia celular e humoral
O sistema imunitário é essencialmente composto por
uma série de estruturas, tecidos e órgãos linfoides,
onde são fabricados e amadurecidos os principais
elementos defensivos - os glóbulos brancos ou
leucócitos.

Os glóbulos brancos ou leucócitos, que percorrem


ininterruptamente o corpo ao circularem pelos vasos
sanguíneos e linfáticos, para além de estarem presentes
nos vários tecidos do organismo, são os protagonistas
da resposta imunitária.
Órgãos Linfoides
Os órgãos linfoides designam as estruturas onde
os glóbulos brancos, encarregues da ação
imunitária, são elaborados, amadurecidos,
diferenciados e preparados para as suas
atividades específicas.

Em primeiro lugar, deve-se descrever o papel da


medula óssea, o tecido localizado no interior de
vários ossos do corpo que se encarrega da
produção das células do sangue, entre as quais os
leucócitos.
De facto, os vários tipos de glóbulos brancos, e também
os glóbulos vermelhos e as plaquetas são formados a
partir de células mãe, na medula óssea, de onde passam
para o sangue e alguns posteriormente para os restantes
tecidos do corpo.

A atividade da medula óssea é continua, de modo a que


haja sempre um número suficiente de glóbulos brancos
para substituir os que vão envelhecendo e desaparecendo,
podendo até aumentar, em caso de necessidade, para
proporcionar mais elementos defensivos ao organismo.
Uma outra estrutura fundamental do sistema imunitário é o timo, um pequeno
órgão (embora seja na realidade, uma glândula) situado no centro da parte
superior do tórax, onde amadurecem, ao longo da época fetal, alguns glóbulos
brancos, provenientes da medula óssea e com a capacidade para
desenvolverem a sua atividade defensiva específica.
Os gânglios linfáticos são pequenos nódulos distribuídos por
todo o corpo, inseridos no trajeto dos vasos linfáticos drenados
pelos espaços intercelulares do organismo, que transportam a
linfa até ao aparelho cardiovascular.

Os gânglios linfáticos são constituídos por inúmeros glóbulos


brancos, alguns dos quais se reproduzem até nos próprios
gânglios, o que lhes permite filtrar os microrganismos

Os elementos nocivos ou potencialmente perigosos são


atacados, neutralizados ou destruídos nos gânglios linfáticos,
impedindo a sua difusão ao longo do organismo.
O baço é um órgão situado na parte

superior esquerda do abdómen e

imediatamente por baixo do diafragma, no

qual se produzem alguns glóbulos brancos,

para passarem imediatamente à

circulação sanguínea.

Para além disso, o baço age igualmente

como filtro de microrganismos.


Imunidade Natural ou Imunidade Inata

Os agentes patogénicos são impedidos de entrar no organismo pelos mecanismos de defesa não específica, também
designados por imunidade inata ou natural, ou são destruídos quando conseguem penetrar. Estes mecanismos
desempenham uma ação geral contra corpos estranhos.

Os mecanismos de defesa não específica que impedem a entrada dos agentes patogénicos são as barreiras
anatómicas (pele, mucosas e pelos das narinas), as secreções (produzidas pelas glândulas sebáceas, sudoríparas,
salivares e lacrimais) e as enzimas (existentes no suco gástrico).

Os mecanismos de defesa não específica que atuam sobre os agentes patogénicos que conseguiram transpor as
barreiras externas são a reação inflamatória (traduzida por uma sequência de acontecimentos que visam
neutralizar ou destruir esses agentes).
Imunidade adquirida
A resposta imunitária adquirida subdivide-se em três funções: o
reconhecimento do agente invasor como corpo estranho, a
reação do sistema imunitário que prepara agentes específicos
que intervêm no processo e a ação desses agentes que
neutralizam e destroem os corpos estranhos.

A imunidade adquirida refere-se à proteção que existe num


organismo hospedeiro quando este sofreu previamente exposição
a determinados agentes patogénicos e pode ser mediada por
anticorpos (imunidade humoral) ou mediada por células
(imunidade celular).
3. Sistemas osteoarticular e
muscular
 Noções gerais sobre estrutura e classificação dos ossos, articulações e músculos

 Biofísica da locomoção e dos principais movimentos dos membros

 Função e estabilidade da coluna vertebral

 Osteoporose, fraturas, luxações, principais doenças reumatismais, tumores ósseos -

conceitos; noções básicas sobre manifestações clínicas; implicações para os cuidados


de saúde

 Alterações osteoarticulares e musculares decorrentes do processo de envelhecimento e

da mobilidade - implicações para os cuidados ao utente


Noções gerais
sobre estrutura e
classificação dos
ossos,
articulações e
músculos
Ossos

 O sistema esquelético é composto por ossos e cartilagens.

 Os ossos são esbranquiçados, muito duros, que unidos uns aos outros, por intermédio
de articulações constituem o esqueleto.

 É formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso,
epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue.

 Quanto à irrigação do osso, existem vasos sanguíneos maiores e outros menores, no


entanto, o tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos.

 A cartilagem têm uma forma elástica de tecido conectivo semirrígido que forma
partes do esqueleto onde há movimento.
Classificação dos ossos

Ossos longos

Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um


corpo e duas extremidades.

São um pouco encurvados, o que lhes garante maior resistência;


absorve o stress mecânico do peso do corpo em vários pontos.
Exemplo: Fémur.
Ossos laminares: São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com
uma camada de osso esponjoso entre elas.

Os ossos planos garantem proteção e geram grandes áreas para inserção de músculos.

Exemplo: osso parietal e frontal.

Ossos alongados: são ossos longos, porém achatados. Exemplo: costelas.


Ossos pneumáticos: são ossos ocos, com cavidades cheias de ar e

revestidos por mucosa, apresentando um pequeno peso em relação

ao seu volume. Exemplo: seio frontal, seios etmoidais, seios maxilares

Ossos irregulares: apresentam formas complexas e não podem ser agrupados

em nenhuma das categorias já referidas. Têm quantidades variáveis

de osso esponjoso e osso compacto. Exemplo: vértebras.


Ossos sesamoides: estão presentes no interior de alguns

tendões em que há considerável fricção, tensão e stress

físico, como as palmas e plantas. Podem variar de tamanho

e número, de pessoa para pessoa e não são sempre

completamente ossificados.

Ossos suturais: são pequenos ossos localizados dentro de

articulações, chamadas de suturas, entre alguns ossos do

crânio. O seu número varia muito de pessoa para pessoa.


Estrutura dos ossos longos:
As partes de um osso longo são as seguintes:
 Diáfise: é a haste longa do osso. Ele é constituído por tecido ósseo compacto,
proporcionando resistência ao osso longo.

 Epífise: as extremidades alargadas de um osso longo. A Epífise de um osso


articula ou une este com um segundo osso com uma articulação. Cada epífise
consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso.

 Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.


Articulaçõe
s

São o ponto de união de


um ou mais ossos e a sua
configuração determina o
grau e a direção possível
do movimento.
Músculos

Os músculos são estruturas


individualizadas que cruzam uma ou mais
articulações e pela sua contração são
capazes de transmitir-lhe movimento.

O movimento é efetuado pelas fibras


musculares, controladas pelo sistema
nervoso.
Os tendões são cordões resistentes de tecido conjuntivo que
inserem cada extremidade do músculo ao osso.

Os ligamentos são compostos de um tecido semelhante, rodeiam


as articulações e unem os ossos entre si. Os ligamentos
contribuem para reforçar e estabilizar as articulações, permitindo
os movimentos só em certas direções. As bolsas são cápsulas
cheias de líquido que proporcionam um amortecimento adicional
entre estruturas adjacentes que, de outro modo, roçariam entre
si, ocasionando o desgaste, por exemplo, entre um osso e um
ligamento.
Em Suma:
Os componentes de uma articulação trabalham conjuntamente para facilitar um movimento

equilibrado e que não provoque lesões. Por exemplo, quando se dobra o joelho para dar um

passo, os músculos poplíteos, na parte posterior da coxa, contraem-se e encurtam-se recolhendo

a parte inferior da perna e fletindo o joelho. Ao mesmo tempo, relaxam-se os músculos do

quadricípite da parte anterior da coxa permitindo a flexão do joelho.

A cartilagem e o líquido sinovial reduzem a fricção ao mínimo dentro da articulação do joelho.

Cinco ligamentos em volta da articulação ajudam a manter os ossos devidamente alinhados. As

bolsas servem de amortecedores entre estruturas como a tíbia e o tendão da rótula.


Representação esquemática da contração e distensão musculares
Biofísica da locomoção e dos principais movimentos dos membros

O aparelho locomotor humano é formado pela combinação de dois


sistemas:

Sistema muscular e esquelético


Compreende, pois, os ossos e cartilagens e suas uniões (articulações),
os músculos estriados e seus órgãos anexos.
A Posição Anatómica de Referência é considerada como sendo a
postura de referência utilizada na descrição da posição e
movimento relativo entre os segmentos anatómicos do corpo
humano.

Permite documentar onde uma parte do corpo se encontra


relativamente a uma outra, independentemente de o corpo
humano estar de pé, deitado ou noutra qualquer posição.

Corresponde a uma postura na qual o corpo se encontra na posição


ereta, com os pés ligeiramente separados e os braços suspensos
lateralmente, com as palmas das mãos viradas para a frente.
Terminologia do Movimento Articular

 É utilizada para descrever o movimento dos segmentos anatómicos que ocorrem nas
articulações.

 Considera-se que quando o corpo humano se encontra na posição anatómica de


referência, todos os seus segmentos anatómicos se encontram posicionados a zero
graus.

 Uma rotação de um segmento anatómico é designada de acordo com a direção do


movimento e medida como sendo o ângulo entre a posição atual e a posição de
referência.
Existem 3 eixos de referência, utilizados na descrição do movimento humano, estando cada
um deles orientado perpendicularmente a um dos planos de referência.

 Eixo médio-lateral: Perpendicular ao plano sagital, define os movimentos que ocorrem


nesse plano.

 Eixo ântero-posterior: Perpendicular ao plano frontal, define os movimentos que ocorrem


nesse plano.

 Eixo longitudinal: Perpendicular ao plano transversal, define os movimentos que ocorrem


nesse plano.
Movimentos no Plano Sagital

Flexão é o movimento que implica uma rotação no plano sagital na direção anterior dos
segmentos anatómicos da cabeça, tronco, braço e antebraço, mão e anca e numa direção
posterior para o segmento da perna.

Extensão é o movimento que retorna um segmento anatómico fletido à sua posição de


referência.

Hiperextensão é definido como uma extensão para além da posição anatómica de


referência, na direção oposta à direção de flexão.
Movimentos no Plano Frontal:

Abdução é o movimento no qual um


dado segmento anatómico se move
para lá da linha média do corpo.

Adução é o movimento oposto,


aquele que traz o segmento
anatómico para junto da linha média
do corpo.
Flexão Lateral (direita ou
esquerda) descreve o movimento
oscilante do tronco no plano
frontal.

Elevação e Depressão do ombro


corresponde ao movimento desta
articulação respetivamente nas
direções superior e inferior.
Desvio Radial é o movimento que traduz a
rotação radial da mão em torno do pulso no
plano frontal e na direção do rádio, i.e., para o
lado do polegar.

Desvio Cubital é o movimento oposto e que


traduz a rotação frontal da mão em torno do
pulso na direção do cúbito, na direção do
dedo mínimo.
Dorsiflexão é o movimento que traz o
dorso do pé na direção da perna.

Flexão plantar é o movimento que


leva a planta do pé para a direção
inferior.

Eversão e Inversão do pé
corresponde ás rotações externa e
interna da planta do pé.
Movimentos no Plano Transversal

Os movimentos no plano transversal são na


sua maioria movimentos de rotação.

Rotação Direita e Esquerda é o movimento


da cabeça, pescoço e tronco.
Rotação Média e Lateral é o movimento
da perna e do braço como um todo. Medial
no sentido da linha média do corpo; Lateral
no sentido oposto.

Supinação e Pronação é a rotação exterior


ou interior do antebraço.
Abdução e Adução Horizontal o movimento de
rotação do braço e da coxa no plano transverso
quando fletidos de 90º e que se traduz
respetivamente por uma rotação lateral para o
exterior e para o interior do corpo.

Protação e Retração respetivamente a rotação


anterior e posterior da articulação do ombro
(omoplata).
3.3.Função e estabilidade da coluna vertebral
Coluna Vertebral

 É o eixo de primordial importância na


comunicação entre o sistema nervoso;

 Parte integrante do sistema locomotor;

 Permite a estabilidade do tronco, bem como


a mobilidade livre em diferentes posturas no
campo do movimento.
Vértebras
 A coluna vertebral é constituída por uma série de peças chamadas

vértebras que, colocadas umas sobre as outras, limitam um espaço


no interior do qual se situa o tecido nervoso (medula e nervos) .

 Cada vértebra tem vários prolongamentos ou apófises onde se

prendem ligamentos e músculos e que são pois importantes para a


estabilidade e movimento.

 São as características próprias desta zona que, para além de

sustentarem o peso do corpo, nos permitem dobrar, estender,


rodar, correr, caminhar ou levantar pesos.
Discos

→ Entre cada vértebra situa-se um disco


intervertebral.

→ Funciona como uma pequena almofada


absorvente de choques e energias.
Articulações
Para além do disco que une as vértebras à
frente cada vértebra tem, de cada lado,
articulações com as vértebras imediatamente
acima e abaixo.

Permite flexibilidade e estabilidade à coluna


vertebral.
Ligamentos e Músculos

 Os ligamentos e músculos, fixam-se nas apófises das


vértebras, unem-se entre si tornando a coluna flexível
e permitindo que ela seja móvel.

 Controlam e limitam os movimentos para que não


sejam excessivos.

 Os músculos abdominais contribuem também para a


estabilidade da coluna, fornecendo um suporte
adicional e reduzindo o esforço sobre os músculos
situados mais próximos da coluna.
Nervos
→ No interior das vértebras situam-se as raízes nervosas.
→ nas raízes nervosas estão contidas fibras motoras de que
dependem os músculos e fibras sensitivas, que transmitem a
sensibilidade e controlam as funções urinária, intestinal e
genital.
→ Com um qualquer movimento pode então suceder que os músculos
situados de cada lado da coluna entrem em espasmo, provocando a
conhecida dor aguda, intensa e que impede a pessoa de se endireitar.
→ As vértebras fornecem pois uma proteção óssea resistente a um
tecido nervoso muito mais sensível que se situa no seu interior.
→ Este canal pode ficar estreitado como consequência das alterações
induzidas pela idade ou por doenças da coluna vertebral e as raízes
nervosas podem ser comprimidas nos orifícios de saída do canal
provocando dor.
Osteoporose, fraturas, luxações, principais doenças reumáticas, tumores ósseos -
conceitos; noções básicas sobre manifestações clínicas; implicações para os
cuidados de saúde
Osteoporose

A osteoporose é uma doença


caracterizada pela perda de massa
óssea normal e deterioração do
tecido ósseo com o aumento
consequente da fragilidade
óssea e suscetibilidade de fratura.
Clínica

Osteoporose Primária: decorrente do aumento da absorção óssea


→ Osteoporose pós-menopáusica ( diminuição de estrogénio; ajuda regular o fornecimento de cálcio nos ossos)

→ Envelhecimento

Osteoporose Secundária: Diminuição da massa óssea secundária a doenças ou uso


de medicamentos, ex.: doenças endócrinas, doenças hematológicas, doenças do
gastrointestinais
Fatores de Risco:

→ Deficiência de cálcio na dieta

→ Tabagismo e abuso de álcool

→ Propensão genética

→ Idade avançada

→ Menopausa

→ Baixa exposição solar

→ Ingestão excessiva de café


Manifestações clínicas

→ Assintomática;

→ Dor crónica pelas deformidades vertebrais;

→ Alterações posturais (cifose);

→ Perda de altura

→ Fraturas frequentes por causa de uma sobrecarga leve ou queda (braço, punho e anca)
Diagnóstico
O principal método para diagnosticar a osteoporose é a densitometria óssea.
Fraturas
A fratura é a quebra de um osso, habitualmente acompanhada de
lesões nos tecidos circundantes.

→ Existe um diversidade enorme de fraturas: tamanho, gravidade e


ao tratamento que necessitam.

→ Pode ocorrer lesões na pele, nos nervos, vasos sanguíneos e


outros órgãos.

→ Traumatismo é a causa mais frequente de fraturas. Traumatismos


de baixo impacto( queda de baixa altura) ou traumatismo de alto
impacto (acidentes de viação ou quedas)
Sintomas
→ Dor;

→ Edema;

→ Uma parte que parece distorcida, flexionada ou fora de


lugar;

→ Hematoma;

→ Incapacidade de usar a parte lesionada normalmente;

→ Possível perda de sensação (dormência ou sensações


anormais).
Complicações

→ Hemorragia interna proveniente do próprio osso ou tecidos moles circundantes. Ex: fratura fechada;

→ Hematoma Ex: fratura do ombro;

→ Lesão artéria, veia ou nervo;

→ Osteomielite( infeção óssea). Ex: fratura aberta/exposta;

→ Embolia gordurosa ( células gordurosas que se podem alojar nos pulmões e bloquear um vaso
sanguíneo);

→ Fraturas que se estendem até às articulações podem danificar a cartilagem e consequentemente


prejudicar o movimento das articulações.
→ A maior parte das fraturas a cicatrização ocorre sem
grandes problemas.

→ Contudo, algumas não se curam apesar do diagnóstico e


tratamento apropriados. A fratura que não cura é
chamada "sem união".  

→ As fraturas podem também curar-se lentamente (união


tardia) ou de forma incompleta (união incorreta).

→ Alguns ossos: da mão e partes do quadril, são propensos


a uma má recuperação, pois o provimento de sangue fica
geralmente danificado quando estas áreas são fraturadas.
Luxações

A luxação consiste na deslocação


dos segmentos ósseos que
compõem uma articulação,
provocando a desunião.
Causas

→ Traumatismo direto (osso ou na articulação) ou


indireto (queda sobre um cotovelo ou mão);

→ Movimentos violentos ou por uma tração súbita e


intensa;

→ Deterioração dos elementos de sustentação da


articulação, consequente de um doença. Ex: Artrite

→ Mal formação congénita. Ex: anca


Localização

Todas as articulações podem ser afetadas por luxações, no entanto, é mais frequente
em algumas localizações:

→ Ombro (articulação tem grande atividade funcional)

→ Cotovelo e dedos ( provocadas pela prática de desportos)

→ Anca (queda)
Sinais e sintomas
→ Dor local;

→ Deformidade na articulação;

→ Proeminência óssea;

→ Edema;

→ Incapacidade de realizar
movimentos.
Tratamento:

→ Administração de analgésicos ;

→ Redução da luxação (reposicionamento do osso) ;

→ Cirurgia para o reposicionamento correto do osso.

Após a redução da luxação, deve permanecer com articulação imobilizada para


recuperação da lesão. Pode ser necessário fisioterapia para reabilitação.
Principais doenças reumáticas

São doenças e alterações funcionais do sistema musculosquelético


de causa não traumática. Podem ser agudas, recorrentes ou
crónicas. A forma mais comuns de manifestação das doenças
reumáticas são: a dor, a tumefação e limitação da mobilidade.
Principais doenças reumáticas

Doenças Reumáticas:

→ Osteoartrose ( degenerativa que tem origem na cartilagem e provoca dor,


deformação óssea, limitação de movimentos e incapacidade progressiva)
→ Osteoporose;
→ Fibromialgia(dor muscular generalizada, crónica);
→ Lombalgia (dor na lombar);
→ Artrite Reumatoide (deformações articulares, perda de função e incapacidade);
→ Gota.
Gota
É uma doença inflamatória que acomete sobretudo as
articulações e ocorre quando a taxa de ácido úrico no sangue
está em níveis acima do normal (hiperuricemia)

O aumento nas taxas de ácido úrico no sangue pode ocorrer


tanto pela produção excessiva quando pela eliminação
deficiente da substância.

Tem maior incidência em homens com idades


compreendidas entre 40 e 50 anos.
Sintomas

Com o aumento da concentração de ácido úrico no sangue, ocorre a deposição de


cristais nos tecidos, principalmente nas articulações, causando inflamação,
principalmente nas articulações do hallux, tornozelos e joelhos:

→Dor na articulação;

→Edema

→ Calor

→ Rubor
Diagnóstico e Tratamento

Diagnóstico:

→ É realizado de acordo com a história clínica do paciente, exame físico e exames

complementares, como dosagem de ácido úrico no sangue e na urina, além de radiografias.


Diagnóstico e Tratamento

Tratamento:

→  Terapêutica anti-inflamatória, prescrita pelo médico

→ Modificar os hábitos alimentares (diminuir ou evitar a ingestão de alimentos ricos em

purinas, como queijo, lentilhas, soja, carnes vermelhas ou frutos do mar, pois eles aumentam

os níveis de ácido úrico no sangue, e beber cerca de 2 a 4 litros de água por dia, pois a água

ajuda a remover o excesso de ácido úrico pela urina.


Artrose

Artrose é uma perturbação


crónica das articulações
caracterizada pela
degenerescência da
cartilagem e do osso
adjacente.
Artrose

As articulações em que é mais comum surgir a artrose:

→ os joelhos, as mãos, anca , a coluna vertebral e os pés.

→ nas mãos, são as articulações dos dedos e, no punho, na base do polegar as


mais comuns.

→ na coluna vertebral é a região cervical e lombar.

→ nos pés é a base do primeiro dedo, que quando está deformado é muitas
vezes chamado de “joanete”.
Causas

A artrose surge devido a um desequilíbrio nas células que formam a cápsula que compõe a
articulação, e isto faz com que a articulação diminua e não consiga fazer corretamente o seu papel
de evitar o contato entre os ossos.

Existem alguns fatores que aumentam o risco de uma pessoa desenvolver artrose, como: 

↘ Desgaste natural das articulações causado pelo envelhecimento natural;

↘ Trabalhos exigentes que sobrecarreguem algumas articulações (empregados domésticos,


cabeleireiros ou pintores);

 
Causas

↘ Desportos que sobrecarreguem repetitivamente certas articulações ou que exijam constantes


movimentos de torção como futebol, basebol ou futebol americano por exemplo; 

↘ Atividades nas quais é necessário agachar ou ajoelhar repetitivamente levantando objetos


pesados; 

↘ Excesso de peso, que provoca um maior desgaste especialmente nas articulações das pernas
ou da coluna; 

↘ Traumatismos como fraturas, torções ou pancadas que afetem a articulação. 


Sintomas
Os sintomas de artrose estão relacionados com o desgaste da articulação, o que resulta em inflamação, levando ao aparecimento de alguns
sintomas, sendo os principais:

⇢ Dor na articulação afetada;

⇢ Dificuldade na realização de movimentos; 

⇢ Inchaço e vermelhidão local;

⇢ Rigidez na articulação, principalmente após acordar;

⇢ Deformidade óssea.
Tratamento

O tratamento baseia-se na utilização de medicação anti-inflamatória e analgésicos para reduzir a dor e

inflamação das articulações, que deve ser recomendado pelo médico, e na realização de fisioterapia,

exercícios ou hidroterapia. 

 A fisioterapia e os exercícios devem ser realizados diariamente, para que mantenham a movimentação

da articulação, fortaleçam e melhorem o seu movimento. Poderão ser usados

aparelhos electroestimuladores e de ultrassom que estimulam a articulação, diminuem a inflamação,

facilitam a cicatrização e controlam a dor.


Tratamento

 Relacionada com o excesso de peso, os pacientes devem também ser acompanhados por um

nutricionista de modo a iniciar uma dieta para perda de peso.

 Geralmente estes tratamentos são o suficiente para o controle da artrose, porém nos casos mais

graves onde não existem melhoras e quando a dor permanece, pode ser indicada a colocação de

uma prótese articular.


Artrite
Reumatoide

A Artrite Reumatoide é uma


doença crónica, inflamatória,
autoimune que se caracteriza pela
inflamação das articulações e que
pode conduzir à destruição do
tecido articular.
Artrite Reumatoide

⇢ Se eficazmente tratada, tem bom prognóstico vital e funcional. Nos últimos anos, houve uma
melhoria substancial no tratamento desta doença. Por um lado, verificou-se uma melhoria nas
estratégias de tratamento com uso mais eficaz dos medicamentos modificadores de doença já
existentes, e por outro surgiram novos medicamentos.

⇢ Em Portugal estima-se que afete 0,8 a 1,5% da população. A ocorrência global d é duas a quatro
vezes maior em mulheres do que em homens. O pico de incidência nas mulheres é após a
menopausa, mas pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, incluindo
adolescentes.
Clínica

→ Sendo uma doença autoimune significa que no doente com AR o seu o sistema imunitário não está a
funcionar adequadamente, havendo produtos do sistema imune que reagem contra os tecidos do doente.

→ A causa dessa desregulação do sistema imunitário que acontece na AR é desconhecida, no entanto,


investigações estão a ser feitas nesta área e já foram descobertos alguns fatores de riscos, como por
exemplo o tabagismo. Estudos científicos sugerem ainda que a doença seja causada pela interação de
fatores de risco com a existência de predisposição genética.

→ A inflamação articular é assim desencadeada pela presença de moléculas que interagem com alguns
glóbulos brancos causando uma reação inflamatória local e sistémica (em todo o organismo).
Sinais e sintomas

A inflamação articular causa alterações características:

→edema,

→dor das articulações

→rubor

→ calor.

→Causa também rigidez, uma sensação de prisão dos


movimentos, especialmente no início da manhã ou
depois de períodos de repouso.
→ Frequentemente, a doença começa como uma poliartrite simétrica (mais de 4 articulações

inchadas e dolorosas, nos dois lados do corpo). Qualquer articulação com membrana

sinovial (membrana que reveste algumas articulações e que produz um líquido que

lubrifica, nutre e facilita os movimentos articulares) pode ser atingida, mas geralmente

afeta primeiro as pequenas articulações das mãos e dos pés. À medida que a doença

progride, mais articulações podem inflamar, incluindo ombros, cotovelos, ancas e

joelhos.
→ Outra articulação que pode estar envolvida é a primeira articulação cervical, entre a

primeira e segunda vértebras cervicais, resultando em instabilidade da coluna cervical.

→ Para além dos sintomas articulares, os sintomas constitucionais (por exemplo, o cansaço,

sintomas de gripe, febre, suores e perda de peso) são comuns.


→ Se não for tratada, a inflamação conduz à destruição progressiva das articulações e sua perda de função. Podem
surgir nesta altura deformidades articulares, algumas muito características nas mãos. Ao dano articular, pode
adicionar-se perda de massa muscular por atrofia, podendo levar de forma progressiva a dificuldades motoras.

→ Ocasionalmente, o doente pode ter apresentações mais atípicas, o que pode dificultar o diagnóstico. Nomeadamente
quando tem um início súbito ou surge como uma doença mais sistémica, com perda de peso, febre e fadiga e poucas
manifestações articulares. Outras vezes, os doentes começam por apresentar inflamação articular de grandes
articulações (joelho, cotovelo) e só mais tarde desenvolvem artrite das mãos.
Diagnóstico

→ Exames de sangue

→ Radiografias (mostram alterações


características nas articulações causadas
pela artrite reumatoide)

→ Exame do líquido articular


Tratamento

O tratamento dos doentes deve ser sempre individualizado e deve ser realizado de forma
multidisciplinar. Idealmente, todos os pacientes deveriam ter acesso a uma equipa de
profissionais, incluindo médico de família, reumatologista, enfermeiro, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional, nutricionista, farmacêutico e assistente social.
Tratamento
→Terapêutica (retardar a progressão da doença)

→Alterações de estilo de vida: repouso (ajuda a diminuir a inflamação da articulação) e


exercitar (para fortalecimento muscular e manutenção da função articular), dieta, exercícios e
deixar de fumar

→Fisioterapia e terapia ocupacional

→Cirurgia
Tumores Ósseos

→ O cancro primário do osso – osteossarcoma - é um tumor maligno com origem em


células que formam osso, os osteoblastos  e pode aparecer, sobretudo, no joelho ou parte
superior do braço. É o cancro mais frequente do osso, principalmente em
adolescentes. Pode raramente ter origem em tecido não ósseo.
Tumores Ósseos

→O cancro secundário do osso, são lesões ósseas que são formadas por células originárias
noutros órgãos que circularam pelos vasos e se implantaram nos ossos. A esta condição dá-se
o nome de metástases ósseas, frequentes com o cancro da próstata, do pulmão e da mama. O
cancro secundário do osso é muito mais frequente do que os tumores primários do osso.
Sinais e sintomas

Os sintomas de cancro do osso não são


exclusivos, podem aparecer em outras
doenças.

⇢  dor e edema no osso;

⇢  dor articular;

⇢  fratura sem traumatismo.


Diagnóstico

Num doente com história clínica e exame clínico suspeitos de cancro do osso, devem ser
feitos vários exames:

→ Exames radiológicos: Radiografia convencional, TAC e RMN;

→ Biopsia óssea: colheita através de biopsia por agulha de fragmentos do osso com lesão.

Só quando observado ao microscópio o material colhido através de uma biopsia é que é


possível confirmar o diagnóstico de cancro do osso.
Tratamento
A equipa clínica avalia o melhor tratamento a seguir. Há alguns fatores iniciais que podem
afetar o prognóstico desta doença e determinar as escolhas terapêuticas:
⇢ A localização do tumor e se existe doença em mais do que um osso;
⇢ A dimensão do tumor;
⇢ O tipo de tumor, baseado na avaliação pela Anatomia Patológica do tipo de células
que lhe deu origem;
Tratamento
⇢ A presença de doenças genéticas no doente;
⇢ A extensão da doença, ou seja, se o tumor metastizou para outras partes do
organismo;
⇢ Se os ossos ainda estão em crescimento;
⇢ A idade e a condição geral do doente;
⇢ Se o cancro é um novo diagnóstico ou uma recidiva de um cancro anterior.
Tratamento

⇢ Doença localizada – habitualmente as opções incluem a cirurgia, e quimioterapia


antes e depois da cirurgia como tratamento neoadjuvante; caso não seja possível
remover todo o tumor por via cirúrgica, pode ser utilizada a radioterapia;

⇢ Doença Metastizada – as localizações mais frequentes para onde o cancro do osso


metastiza são outros ossos e pulmões. Nestes casos as opções de tratamento incluem:
 
Tratamento

⇢ Quimioterapia seguida de cirurgia para remover o tumor primário do osso e as


respetivas metástases; habitualmente é administrada quimioterapia novamente
após a cirurgia;

⇢ Cirurgia para retirar o tumor primário do osso, seguida de quimioterapia, e


cirurgia para remover as metástases.

⇢ Radioterapia 
Alterações osteoarticulares e musculares decorrentes do processo
de envelhecimento e da mobilidade - implicações para os
cuidados ao utente
Alterações fisiológicas a nível muscular

O sistema muscular alcança a sua maturação plena entre os 20 e 30 anos, mas com o aumento da idade,

a estrutura e a função dos músculos esqueléticos alteram-se.

Estruturalmente:

 há perda de massa muscular;

 tamanho das fibras musculares durante a idade adulta e anos seguintes;

 muitas células musculares atrofiam e morrem e outras são substituídas por tecido adiposo e

conjuntivo.
Alterações fisiológicas a nível muscular
Funcionalmente, as alterações estruturais referidas levam:
⇢ uma redução da força muscular

⇢ velocidade de contração, podendo estas também estar relacionadas com diminuição do processamento de informações e da

ativação muscular.

⇢ diminuição da flexibilidade com perda de amplitude dos movimentos.

É importante destacar que o declínio muscular é maior nos membros inferiores, o que

compromete o equilíbrio, a marcha e o ortostatismo (posição de pé).


Alterações fisiológicas a nível ósseo
O osso é um tecido dinâmico, que está em constante remodelação, não uniforme, por toda
vida.

O processo de remodelação é realizado por dois tipos especiais de células:


→ os osteoblastos, células formadoras de osso

→ e os osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea. 

Nas duas primeiras décadas de vida, predomina a formação, pois há um incremento progressivo de massa
óssea.

Nas duas décadas seguintes regista-se o pico de massa óssea, sendo maior nos homens do que nas mulheres .
Alterações fisiológicas a nível ósseo

A partir da quarta década a atividade dos osteoblastos diminui, ao passo que a atividade dos
osteoclastos aumenta. Por conseguinte, passa a ocorrer perda progressiva, absoluta, da
massa óssea até então presente.

Essa perda é de aproximadamente 3,3% ao ano nos homens e de 1% ao ano nas mulheres.
No entanto, no sexo feminino, após a menopausa, essa perda aumenta em até dez vezes.
Alterações fisiológicas a nível articular

Com o envelhecimento, nas articulações ocorre diminuição do líquido sinovial e da espessura da

cartilagem, como também os ligamentos podem ficar mais curtos e menos flexíveis.  

Com a progressiva degenerescência da cartilagem articular e das restantes alterações, regista-se a

instauração de artroses e diminuição da amplitude de movimento das articulações afetadas

A partir dos 40 anos, verifica-se uma diminuição dos arcos plantares, alterações das curvaturas da

coluna (principalmente aumento da cifose dorsal) e/ou deterioração das articulações intervertebrais,

causando uma diminuição da altura total da pessoa.


Prestação de cuidados

→ A imobilização prolongada pode causar profundas alterações fisiológicas e bioquímicas em


praticamente todos os órgãos e sistemas do corpo.

→ A imobilização dos doentes de idade avançada leva a um maior grau de incapacidade do


que o causado pela fratura, pondo em risco o processo de reabilitação e aumentando
significativamente o custo da assistência hospitalar.

→ A melhor prevenção para as complicações da imobilização é a mobilização e o levante,


efetuados o mais precocemente possível.
Devem ser prevenidas as complicações:

⇢Cardiovasculares (alterações eletrolíticas, desadaptação ao esforço e

hipotensão ortostática);

⇢Respiratórias (pneumonia por estase brônquica);

⇢Digestivas (obstipação);

⇢Génito-urinárias (infeção urinária);


Devem ser prevenidas as complicações:

⇢Do aparelho locomotor (perdas ósseas, rigidez articular, atrofia

muscular);

⇢Do revestimento cutâneo (úlceras de pressão);

⇢As neuropsicologias (privação sensorial, ansiedade, agitação,

desorientação temporo-espacial, alterações do sono).


Através de:
→Hidratação adequada, com registo dos líquidos ingeridos e eliminados;

→Dieta rica em fibras, com reforço proteico e de vitaminas;

→Prevenção do tromboembolismo;

→Algaliação apenas quando estritamente necessário, pelo menor tempo


possível e com os cuidados máximos de assepsia;
Através de:
→Posicionamentos alternados, consoante as possibilidades e tolerância

→Higiene cuidada e lubrificação da pele com massagens suaves, tendo em


atenção os pontos de pressão;

→Vigilância constante das ligaduras e da tolerância da pele aos adesivos,


durante a tração cutânea;
→Utilização de colchões anti escara;

→Cinesioterapia respiratória, com mobilização da caixa torácica, treino da


respiração diafragmática, estimulação da tosse e aspiração das secreções, se
necessário;

→Posicionamento articular correto, evitando flexão das ancas, joelhos e tíbio-


társicas;
→Mobilização articular, passiva ou ativa, nas amplitudes máximas permitidas;

→Explicar ao doente e família do tratamento, o tempo de espera cirúrgico e o


tempo provável de recuperação

→Estimulação e comunicação com o doente;

→Levante e carga o mais precocemente possível.


Prevenção de quedas

No idoso, numerosos fatores podem ser causadores de queda:


As causas intrínsecas:
As causas ambientais:
→idade avançada,
→défices visuais, auditivos e vestibulares, →mobiliário,
→ doença cardiovascular ou neurológica, →chão molhado ou encerado,
→diminuição da força muscular → tapetes, degraus e escadas,
→ flexibilidade e equilíbrio deficiente. →falta de iluminação,
→animais domésticos e outros.
Prevenção de quedas

Os esquemas de intervenção poderão conter:

→ exercícios para melhoria da força dos membros superiores e inferiores, do


equilíbrio estático e dinâmico, das transferências e da subida e descida de escadas.

→ modificação de comportamentos de risco nas diversas atividades diárias.

→ estudo das ajudas técnicas necessárias para melhorar a segurança e aumentar a


confiança do doente.
Prevenção de quedas

Para a de prevenção das quedas será necessária uma avaliação prévia dos
défices funcionais e dos comportamentos de risco, permitindo, assim,
focar a intervenção nos riscos específicos de cada doente.
4. Tarefas que em relação a esta temática se encontram no
âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde

 Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua
supervisão direta

 Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode


executar sozinho/a
Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde,
tem de executar sob sua supervisão direta
O Técnico auxiliar de saúde está habilitado para auxiliar o enfermeiro, sob sua supervisão direta,
na concretização dos seguintes procedimentos específicos:

 Na prestação de cuidados de saúde aos utentes,

 Na recolha e transporte de amostras biológicas,

 Na limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e equipamentos;

 Na limpeza e higienização dos espaços e no apoio logístico e administrativo das diferentes


unidades e serviços de saúde.
Auxiliar na prestação de cuidados aos utentes, de acordo
com as orientações do enfermeiro:

→Ajudar o utente nas necessidades de eliminação e nos cuidados de higiene e

conforto de acordo, com as orientações do enfermeiro;

→Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados de eliminação, nos cuidados de

higiene e conforto ao utente e na realização de tratamentos a feridas e úlceras;

→Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou fez,

uma intervenção cirúrgica;


Auxiliar na prestação de cuidados aos utentes, de acordo
com as orientações do enfermeiro:

→Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente;

→Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e

simultânea ao alerta do técnico auxiliar de saúde;

→Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do

utente, que necessita de ajuda total ou parcial.

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