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Histologia do Tecido Epitelial de Revestimento – Parte I

Conteudista: Prof.ª M.ª Rossana Soares de Almeida


Revisão Textual: Prof.ª Esp. Lorena Garcia Aragão de Souza

Objetivos da Unidade:

Compreender as diferenças e as comparações entre os tecidos de revestimento e epitelial;

Conhecer os tecidos epitelial, conjuntivo e suas relações.

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
1 /3

ʪ Material Teórico

Introdução
A histologia é um ramo da ciência que estuda os tecidos de animais e vegetais e como esses tecidos se organizam e se relacionam para compor
esses diferentes organismos. A separação dos tecidos em estruturas distintas é algo “artificial” e é feita com fim puramente didático como
estratégia para a compreensão de suas características principais. Só com um bom conhecimento das suas características individuais poderemos
entender e avaliar a histologia nos diferentes órgãos do organismo e como os diferentes tecidos se inter-relacionam de maneira dinâmica. O
termo histologia foi usado pela primeira vez em 1819, por Mayer, ao utilizar o termo “tecido” (do grego histos), cunhado pelo anatomista e
fisiologista francês Xavier Bichat (1771-1802). Foi Bichat quem aprofundou a análise anatomopatológica, deslocando a doença dos órgãos para
os tecidos, utilizando como princípio básico o isomorfismo dos tecidos (FOUCAULT, 2008).

De acordo com suas análises, o organismo era composto de tecidos com “texturas” semelhantes, que podiam ser “lidas”, identificando as
similaridades, os parentescos e as inter-relações das doenças inscritas na configuração do corpo. Ao identificar essas semelhantes texturas do
organismo e suas respectivas funções é que nasce a histologia como base da que conhecemos hoje. Nos humanos, os tecidos são divididos em
quatro grandes grupos, de acordo com as diferenças morfológicas e suas especializações funcionais (condutibilidade, contratilidade, absorção,
excreção, reprodução, entre outras). Esses quatro tecidos são: tecidos epiteliais, tecidos conjuntivos, tecidos musculares e tecidos nervosos.

A histologia é o estudo dos tecidos do corpo e de como esses tecidos se organizam para formar os órgãos. Os tecidos são agrupamentos de
células e matriz extracelular que, atuando de forma integrada, desempenham funções específicas. Entre essas funções, as de proteção, absorção,
secreção de substâncias, percepção de sensações, sustentação, locomoção, movimentação de órgãos internos, transmissão de informações,
preenchimento, armazenamento, regeneração, defesa e transporte de sustâncias são algumas delas. A matriz extracelular é composta por
muitos tipos de moléculas, algumas das quais são altamente organizadas, formando estruturas complexas, como fibrilas de colágeno e
membranas basais. Atualmente, sabe-se que existe uma intensa interação entre células e matriz extracelular, formando uma entidade contínua
que funciona conjuntamente e responde de modo coordenado às exigências do organismo.

Vídeo
Introdução à Histologia
Assista ao vídeo a seguir, uma aula introdutória sobre histologia, publicada pelo canal “Biologia com
Samuel Cunha”.

INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA - Histologia | Biologia com Samuel Cunha


Embora seja dito com frequência que a célula é a unidade funcional básica do organismo, na verdade são os tecidos, por meio de esforços
colaborativos de suas células individuais, que são responsáveis por manter as funções orgânicas. As células, dentro dos tecidos, comunicam-se
através das junções intercelulares especializadas, facilitando, assim, o esforço de colaboração e permitindo que as células atuem como uma
unidade funcional (Figura 1).

Figura 1 – Desenho esquemático mostrando um epitélio de revestimento e o tecido


conjuntivo subjacente
Fonte: Adaptada de ALBERTS et al., 2010, p. 1132

#ParaTodosVerem: Imagem do tecido conjuntivo; em tons de azul e marrom, o tecido epitelial; em tons de amarelo,
vermelho e marrom, o tecido conjuntivo e suas lâminas. Fim da descrição.

Podemos definir os tecidos como um conjunto de células que se organizam de maneira coletiva e que, em conjunto com a matriz extracelular,
desempenham funções em comum para a formação de vários órgãos e sistemas do organismo.

Organismos Multicelulares Precisam de Sistemas Especializados


A maioria das células em grandes organismos multicelulares não trocam substâncias como nutrientes e excretas com o ambiente externo. Em
vez disso, são cercadas de um ambiente interno de fluido extracelular – literalmente, fluido fora das células. As células obtêm oxigênio e
nutrientes desse fluido extracelular e liberam excretas nele. Humanos e outros organismos complexos têm sistemas especializados que
conservam o ambiente interno, mantendo-o estável e capaz de prover para as necessidades das células.

Diferentes sistemas do corpo realizam diferentes funções. Por exemplo, seu sistema digestório é responsável por receber e por processar a
comida, enquanto o seu sistema respiratório – trabalhando com o seu sistema circulatório – é responsável por receber oxigênio e livrar-se do
dióxido de carbono. Os sistemas muscular e esquelético são cruciais para o movimento; o sistema reprodutor lida com a reprodução; e o sistema
excretor se livra do lixo metabólico.

Por causa de suas especializações, esses sistemas são dependentes um do outro. As células que compõem os sistemas digestório, muscular,
esquelético, reprodutor e excretor precisam de oxigênio do sistema respiratório para funcionar, e as células do sistema respiratório – bem como
de todos os outros sistemas – precisam de nutrientes e devem se livrar dos resíduos metabólicos. Todos os sistemas do corpo trabalham juntos
para manter um organismo funcionando.

Resumo da Organização Corporal


Todos os organismos vivos são formados de uma ou mais células. Organismos unicelulares, como amebas, consistem em apenas uma única
célula. Organismos multicelulares, como gente, são feitos de muitas células. As células são consideradas as unidades fundamentais da vida.

As células em complexos organismos multicelulares, como pessoas, são organizadas em tecidos, grupos de células similares que trabalham
juntas em uma tarefa específica. Órgãos são estruturas feitas de dois ou mais tecidos organizados para realizar uma função particular, e grupos
de órgãos com funções relacionadas constituem os diferentes sistemas orgânicos (Figura 2).

Figura 2 – Uma relação entre as células e os sistemas


Fonte: Adaptada de pt.khanacademy.org

#ParaTodosVerem: Na imagem, em tons de rosa e laranja, há a demonstração da fisiologia da célula muscular, do tecido
muscular, da bexiga e de todo o sistema. Em azul, algumas características específicas de cada estrutura. Fim da descrição.

Em cada nível de organização – células, tecidos, órgãos e sistemas orgânicos – a estrutura está estreitamente relacionada à função. Por exemplo,
as células do intestino delgado que absorvem nutrientes parecem muito diferentes das células musculares necessárias para a movimentação do
corpo. A estrutura do coração reflete seu trabalho de bombear sangue para todo o corpo, enquanto a estrutura dos pulmões maximiza a eficiência
com a qual eles podem absorver oxigênio e eliminar dióxido de carbono.

Tipos de Tecidos
Como vimos, cada órgão é composto de um ou mais tecidos, grupos de células semelhantes que trabalham juntas para desempenhar uma tarefa
específica. Humanos – e outros grandes animais multicelulares – são compostos por quatro tipos básicos de tecidos: tecido epitelial, tecido
conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.
Figura 3 – Sistemas do corpo humano
Fonte: Adaptada de pt.khanacademy.org

#ParaTodosVerem: Na imagem, em marrom, há o tecido nervoso; em tons de rosa, o muscular; ao centro e em rosa mais
claro, o epitelial; e em tons de cinza claro e branco, o conjuntivo. Fim da descrição.

Leitura
Visão Geral e Tipos de Tecido Conjuntivo

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ACESSE

Os tecidos que compõem os vários órgãos do corpo são classificados em quatro tipos básicos (Figura 4):
Figura 4 – Os tecidos que compõem os vários órgãos do corpo são classificados em
quatro tipos básicos
Fonte: Adaptada de nlm.nih.gov

Tecido epitelial, que cobre as superfícies corporais, reveste as cavidades internas e forma
glândulas; tecido conjuntivo, que fica subjacente ou sustenta os outros tecidos básicos,
tanto estrutural quanto funcionalmente; tecido muscular, que é constituído por células
contráteis e é responsável pelo movimento; tecido nervoso, que recebe, transmite e integra
as informações do exterior e do interior do organismo, para controlar as atividades deste.

#ParaTodosVerem: Na imagem, no primeiro quadrante, há o tecido conjuntivo, em tons rosa e roxo; no segundo
quadrante, em tons de rosa e branco, o tecido epitelial; no terceiro quadrante, em tons de rosa com marcações em roxo,
o muscular; no quarto e último quadrante, em tons de lilás, roxo e branco, o tecido nervoso. Fim da descrição.

Tecido epitelial: cobre as superfícies corporais, reveste as cavidades internas e forma glândulas;

Tecido conjuntivo: fica subjacente ou sustenta os outros tecidos básicos, tanto estrutural quanto funcionalmente;

Tecido muscular: é constituído por células contráteis e é responsável pelo movimento;

Tecido nervoso: recebe, transmite e integra as informações do exterior e do interior do organismo, para controlar as
atividades deste.

A partir dos quatro tecidos básicos, algumas subdivisões ocorrem na classificação dos tecidos epitelial, conjuntivo e muscular, que serão
abordadas no decorrer das aulas.

Tecido Epitelial
O tecido epitelial consiste em camadas bem justapostas de células que recobrem superfícies – incluindo a parte externa do corpo – e revestem as
cavidades corporais. Por exemplo, a camada externa da sua pele é um tecido epitelial, bem como o revestimento do seu intestino delgado.
As células epiteliais são polarizadas, o que significa que elas têm uma porção superior e inferior. A porção apical, superior, de uma célula epitelial
fica voltada para o interior de uma cavidade ou para o exterior de uma estrutura e, geralmente, fica exposta a fluido ou ao ar. A porção basal,
inferior, fica voltada para as células subjacentes. Por exemplo, a porção apical das células intestinais têm estruturas digitiformes que aumentam a
superfície de contato para a absorção de nutrientes.

Figura 5 – Imagem mostrando três células revestindo o intestino delgado. Cada célula
contém um núcleo e é cercada por uma membrana plasmática
Fonte: Adaptada de pt.khanacademy.org

O topo das células tem microvilosidades voltadas para a cavidade da qual substâncias
serão absorvidas

#ParaTodosVerem: Na imagem, em tons de amarelo, há as microvilosidades; em amarelo e vermelho, as mitocôndrias;


em roxo, as porções nucleares e os RER. Fim da descrição.

As células epiteliais são muito justapostas, o que lhes permite agir como barreiras ao movimento de fluidos e micróbios potencialmente nocivos.
Comumente, as células estão ligadas por junções especializadas que as mantêm firmemente grudadas para reduzir vazamentos.
Figura 6 – Relação do tecido epitelial com outras células e matrizes extracelulares
Fonte: Adaptada de Wikimedia commons

#ParaTodosVerem: Na imagem, em tons de azul, há a representação da célula epitelial; em rosa, as membranas de


conexão; em amarelo e tons de vermelho, os vasos capilares; em tons de cinza, os fibroblastos; em branco e linhas
amarelas, as conexões e a matriz. Fim da descrição.

Tecido Epitelial de Revestimento


O tecido epitelial é um dos quatro tipos básicos dos tecidos animais. É formado por células justapostas, entre as quais se encontra pouca
substância extracelular. Como suas células não possuem vasos sanguíneos, os nutrientes são recebidos através do tecido conjuntivo subjacente.

Entre o tecido epitelial e o conjuntivo existe uma estrutura denominada lâmina basal ou membrana basal visível. A lâmina basal separa e prende o
epitélio ao tecido conjuntivo subjacente. É formada principalmente por colágeno tipo IV, laminina e proteoglicanas. A membrana basal é formada
pela lâmina basal, juntamente com fibras reticulares e complexos de proteoglicanas e glicoproteínas, sendo visível ao microscópio óptico
quando utilizamos técnicas específicas, como o PAS (ácido periódico de Schi ).
Figura 7 – Células epiteliais de revestimento
Fonte: Adaptada de unifal-mg.edu

#ParaTodosVerem: Na imagem, em rosa e amarelo, há o epitélio; em preto, a membrana; em azul, a lâmina; e em rosa, os
capilares. Fim da descrição.

As células são pequenas, com uma membrana plasmática fina e maleável e compostas internamente por líquido com organelas suspensas. A
somar a essas caraterísticas, diferentes tipos de células estão adjacentes num tecido ou num órgão, sendo que cada tipo de célula tem a sua forma
e a sua função. No entanto, nos organismos multicelulares, as células são capazes de se associar e formar tecidos e órgãos compactos,
resistentes e funcionais. Para esse fim, é essencial que exista comunicação intercelular e comunicação com o meio extracelular. Essa
comunicação é feita através de junções célula a célula ou junções célula-matriz extracelular, respectivamente, e tem como objetivo a coordenação
do crescimento, da diferenciação e do metabolismo de cada célula. Para além da comunicação, é necessário, também, que exista adesão
entre células, caso contrário, os tecidos/órgãos/organismos se desintegrariam.

Os vários tipos de junções servem não só como locais de adesão, mas eventualmente, também, como vedantes, prevenindo o fluxo de materiais
pelo espaço intercelular e, ainda, podem oferecer canais para a comunicação entre células adjacentes. Portanto, do ponto de vista juncional, as
junções podem ser classificadas como junções de adesão, junções de oclusão (tight junctions) e junções de comunicação (junções gap). Em
muitos epitélios, várias junções estão presentes em uma sequência constante do ápice para a célula.

Tipos e Caraterísticas das Junções Celulares


Existem diferentes tipos de junções celulares, cada uma com funções diferentes:

Junções de adesão/ancoragem: São junções especializadas em que proteínas transmembranas, as caderinas, se ligam a
filamentos de actina existentes no citoesqueleto, atravessam o espaço intercelular, se fundem e auxiliam as células adjacentes
a aderirem umas às outras;

Junções de oclusão, zônula de oclusão/tight junctions: Costumam ser a zona mais apical dessa sequência. O termo “zônula”
indica que a junção forma uma faixa ou um cinturão que circunda a célula completamente, e “oclusão” se refere à fusão que
ocorre entre as membranas, vedando o espaço intercelular;

Junções comunicantes ou gap junctions: nos vertebrados, a junção comunicante ou GAP é uma junção com
forma e tamanho variados, pois pode ser construída e desfeita pela simples concentração ou
dispersão de proteínas conexinas em qualquer ponto de aproximação entre as membranas de
células vizinhas. Nos invertebrados, a junção é formada por proteínas similares, denominadas
inexinas. Seu objetivo é a sinalização celular por meio de íons ou por meio de pequenos
peptídeos sinalizadores que atravessam do citoplasma de uma célula diretamente para o
citoplasma da célula vizinha, sem passar pelo meio extracelular. A passagem da molécula ou
íon sinalizador se dá pelo interior do poro formado pela união das extremidades de duas
conexinas, cada uma na membrana de uma das células em junção. Esse trânsito é muito rápido,
fazendo com que essa especialização juncional seja uma das mais eficientes formas de
comunicação entre as células animais.

A dimensão de uma junção comunicante na membrana e seu formato é bastante variável, pode mudar de acordo com o
momento funcional da célula ou de seu período vital. Em células embrionárias pode estender-se por toda uma face lateral ou
restringir-se a pequenos agregados de conexinas em células diferenciadas.

A GAP é o tipo de junção mais frequente entre as células. Entre neurônios, é denominada sinapse elétrica.
Figura 8 – Imagem esquemática ilustrando os diferentes tipos de junções celulares: A)
junção comunicante; B) junção de ancoragem; C) junção de oclusão
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons

#ParaTodosVerem: Na imagem, em tons de amarelo, cinza, roxo e rosa há as junções; em amarelo escuro, as fibras de
ancoragem. Fim da descrição.

Polaridade das Células Epiteliais


Em muitas células epiteliais, a distribuição das organelas na porção apoiada na membrana basal da célula, polo basal, é diferente das organelas
presentes no citoplasma da porção livre desta, polo apical; a essa diferente distribuição, que é constante nos vários tipos de epitélio, dá-se o
nome de polaridade das células epiteliais. Isso significa que diferentes partes dessas células podem ter diferentes funções.

Figura 9 – Células epiteliais


Fonte: Adaptada de unifal-mg.edu
#ParaTodosVerem: Na imagem, há os polos apical e basal em rosa; e o tecido conjuntivo representado em amarelo. Fim
da descrição.

Classificação do Tecido Epitelial de Revestimento


A classificação dos diferentes tipos de epitélio baseia-se nos seguintes parâmetros:

Forma da célula: pavimentosa ou achatada, cúbica e cilíndrica ou prismática;

Número de camadas: simples (uma camada de células) e estratificada (mais de uma camada de células).

Há três tipos básicos de células, cujas nomenclaturas se relacionam com a forma celular: células pavimentosas, cúbicas e cilíndricas. As células
do epitélio pavimentoso são achatadas e têm forma poligonal. As do epitélio prismático (ou colunar ou cilíndrico) são altas e em formato de
prismas, e as células cúbicas têm formato cúbico.

As células epiteliais podem se dispor em uma única camada: epitélio simples, em que todas as células do epitélio se prendem à membrana basal;
ou organizar-se em várias camadas, em que a camada mais inferior entra em contato com a membrana basal: epitélio estratificado, de forma que
as demais células vão se sobrepondo umas às outras, formando vários estratos. Normalmente, as células do epitélio cilíndrico simples atingem a
mesma altura, assim como os seus núcleos também costumam ter a mesma posição dentro da célula, formando, ao microscópio, uma linha
contínua ao longo do epitélio (Figura 10).

Figura 10 – Tipos de epitélio


Fonte: Adaptada de Wikimedia commons

#ParaTodosVerem: Na imagem, há quatro figuras em tons de marrom e preto, representando a organização das células
nos tecidos, sendo: estratificado escamoso, estratificado cúbico, pseudoestratificado e transitorial. Fim da descrição.

Existe também o epitélio pseudoestratificado, no qual todas as células se prendem à membrana basal, mas não atingem a mesma altura, dando a
impressão, ao microscópio, de ser estratificado. Os núcleos das células também não atingem a mesma altura e, portanto, não formam uma linha
contínua, como acontece no epitélio estratificado.
Figura 11 – Epitélio pseudoestratificado e pseudoestratificado ciliado
Fonte: Adaptada de unifal-mg.edu

#ParaTodosVerem: Na imagem há representações, em amarelo, do epitélio; em amarelo escuro, a membrana; e em azul,


as características de cada célula. Fim da descrição.

Vídeo
Epitélio Pseudoestratificado

Ppitélio pseudo-estrati cado

O epitélio de transição é um tipo especial de epitélio, restrito ao revestimento das vias urinárias, e suas células variam sua morfologia,
dependendo do grau de estiramento. Quando a bexiga está em repouso, as células epiteliais encontram-se na forma cúbica, no entanto, quando a
bexiga encontra-se distendida, as células epiteliais encontram-se na forma pavimentosa (achatada).
Figura 12 – Epitélio de transição
Fonte: Adaptada de unifal-mg.edu

#ParaTodosVerem: Na imagem, há representações, em amarelo, do epitélio; em amarelo escuro, a membrana; e em azul,


as características de cada célula. Fim da descrição.
Figura 13 – Epitélio de transição da bexiga
Fonte: Wikimedia Commons

#ParaTodosVerem: Na imagem, em tons de rosa mais claro e escuro, há a representação das células que compõem esse
tecido. As imagens em rosa representam os tecidos mais internos e em lilás, o mais externo, em sua transição. Fim da
descrição.

Além da análise que leva em consideração o número de camadas e o formato celular, os epitélios ainda podem ser classificados observando-se a
presença de especializações da membrana plasmática, como microvilosidades, cílios e estereocílios.

As microvilosidades são pequenas projeções do citoplasma, curtas ou longas, em forma de dedos, observadas ao microscópio eletrônico. São
encontradas em células que exercem intensa absorção, como as do epitélio de revestimento do intestino delgado e as dos túbulos proximais dos
rins. Nessas células, o glicocálix é mais espesso do que na maioria das células e o conjunto de glicocálix e microvilos é visto facilmente ao
microscópio de luz, sendo chamado de borda em escova ou borda estriada.
Figura 14 – Corte histológico de intestino delgado
Fonte: Adaptada de unifal-mg.edu

Setas evidenciam a borda estriada ou borda em escova, formada pelas microvilosidades e


o glicocálix da membrana da célula. Maior aumento. HE.

#ParaTodosVerem: Na imagem, há duas Figuras. Na Figura de cima, em tons de amarelo, há as microvilosidades; em


amarelo e vermelho, as mitocôndrias; em roxo, as porções nucleares e os RER. Na imagem de baixo, em tons de roxo,
branco e lilás, há as células formadoras do intestino. Fim da descrição.

Alguns tipos de epitélio podem, ainda, apresentar células epiteliais secretoras de muco. As mucinas (misturas de glicoproteínas e
proteoglicanos) têm importantes funções nas cavidades corporais, por exemplo, atuam como lubrificante bucal, como lubrificante vaginal e
como barreira estomacal. As células caliciformes presentes nos epitélios que revestem o intestino e estão presentes no trato respiratório são
exemplos de células secretoras de muco.
Figura 15 – Célula caliciforme
Fonte: Adaptada de unifal-mg.edu

#ParaTodosVerem: Na imagem, as microvilosidades estão representadas em azul; as vesículas mais internas, em tons de
azul mais escuro; o complexo de Golgi, em tons de verde azulado; e o núcleo está representado em roxo. Fim da
descrição.
Figura 16 – Célula caliciforme; observação em microscópio eletrônico
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: Na imagem, em tons de azul claro, há a representação das células que compõem o tecido ósseo; em
vermelho e rosa, as características de cada célula. Fim da descrição.

Os cílios são prolongamentos longos dotados de motilidade, presentes na superfície de algumas células epiteliais. O movimento ciliar de um
conjunto de células de um epitélio é frequentemente coordenado para permitir que uma corrente de fluido ou de partículas seja impelida em uma
direção ao longo da superfície do epitélio.
Figura 17 – Cílios de células epiteliais
Fonte: Adaptada de unifal-mg.edu

#ParaTodosVerem: Na imagem, o tecido epitelial mais externo está representado em tons de rosa mais escuro; e o tecido
conjuntivo, em tons de rosa mais claro, na parte mais interna da imagem. Fim da descrição.

Combinando as duas classificações, obtemos uma grande variedade de epitélios:

Epitélio pavimentoso simples: encontrado nos vasos sanguíneos e linfáticos, na cápsula de Bowman (rins), no mesotélio e no
pulmão;

Epitélio cúbico simples: encontrado nos túbulos contorcidos do rim e na parede dos folículos da tireoide;

Epitélio cilíndrico simples: encontrado em quase todo o tubo digestório, revestindo o estômago, o piloro, o intestino delgado
e o grosso e a vesícula biliar;

Epitélio cilíndrico simples ciliado: tubas uterinas;


Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado: encontrado no esôfago, na vagina, na língua e na cavidade oral;

Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado: encontrado na pele fina e na pele grossa;

Epitélio cúbico estratificado: encontrado nos ductos de algumas glândulas;

Epitélio cilíndrico estratificado: é raro e só está presente em poucas áreas do corpo, como na conjuntiva ocular e nos grandes
ductos excretores de glândulas salivares;

Epitélio de transição: na bexiga e no ureter;

Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado: encontrado na traqueia e nos brônquios;

Epitélio pseudoestratificado cilíndrico com estereocílios: encontrado no epidídimo.

Tecido Conjuntivo
O tecido conjuntivo é o tecido que conecta, separa e suporta todos os outros tipos de tecidos do corpo. Tal como todos os tipos de tecido, consiste
em células envolvidas por um compartimento de fluido, chamado matriz extracelular (MEC). No entanto, o tecido conjuntivo difere de outros
tipos, pois suas células estão acondicionadas frouxamente, em vez de firmemente, na MEC.

Com base nas células presentes e na estrutura da MEC, podemos distinguir dois tipos de tecido conjuntivo:

Tecido conjuntivo propriamente dito, ainda dividido em tecido conjuntivo denso e tecido conjuntivo frouxo (laxo);

Tecido conjuntivo especializado: reticular, sangue, osso, cartilagem e tecido adiposo.

O tecido conjuntivo é caracterizado por conter muita matriz extracelular, além de diversos tipos celulares que exercem funções importantíssimas
para o bom funcionamento do corpo.

A principal função do tecido conjuntivo é unir tecidos, servindo de sustentação e preenchimento para o corpo. As diferenças em sua matriz
extracelular nos tecidos conjuntivos especializados fazem com que seja capaz de absorver impactos, resistir à tração ou ter elasticidade. Pode ser
especializado em armazenar gordura, que é utilizada na produção de energia ou calor, ou em armazenar íons, como o potássio e o cálcio. Ele é
ainda responsável pela defesa do organismo, pela coagulação sanguínea, pela cicatrização e pelo transporte de gases, nutrientes e catabólitos de
reações.

Vídeo
Tecidos, Órgãos e Sistemas

TECIDOS, ÓRGÃOS E SISTEMAS


O tecido conjuntivo propriamente dito situa-se abaixo da epiderme na pele, assim como em regiões internas do organismo, protegendo e
preenchendo espaços entre os órgãos internos.

Nesse tecido, há uma grande quantidade de material extracelular formado por um gel com mucopolissacarídeos e proteínas ligadas a glicídios
que dão firmeza e elasticidade ao tecido.

Células do Tecido Conjuntivo


As células que formam o tecido conjuntivo propriamente dito podem ter origens distintas. Algumas são formadas no próprio tecido e outras
ficam temporariamente.

Figura 18 – Histologia do tecido conjuntivo


Fonte: Adaptada de Getty Images
#ParaTodosVerem: Na imagem, há a descrição e a composição do conjuntivo. Em vermelho, o sangue; em azul, as fibras
de colágeno; em verde, as fibras elásticas; em roxo, os fibroblastos; em verde claro, os macrófagos; em rosa claro, os
mesênquimas; e em amarelo, os adipócitos. Fim da descrição

Os fibroblastos e os fibrócitos são células que são formadas por células indiferenciadas mesenquimais. Ambas as células participam da síntese da
matriz do tecido, que é formado por parte amorfa e pela parte fibrosa. O sufixo diz respeito à capacidade de síntese desses tipos celulares, no qual
o sufixo “ócito” remete a células em senescência, enquanto o sufixo “blasto” remete a células com intensa atividade metabólica.

Os macrófagos são células originadas nas linhagens sanguíneas, no tecido hematopoiético. Na verdade, são formadas como células
mononucleares, chamadas de monócitos, circulantes no sangue. Quando é necessária sua presença no tecido conjuntivo, essas células saem por
diapedese da circulação, passando por transformações citológicas intensas, tornando-se células altamente especializadas em fagocitose e
pinocitose, participando da defesa do corpo e digerindo impurezas dos tecidos. Elas secretam colagenase, elastase e enzimas que degradam
glicosaminoglicanos, facilitando a migração pela matriz extracelular. Liberam ainda lisozima, que destrói a parede das bactérias.

Os mastócitos são células originadas nas linhagens sanguíneas, no tecido hematopoiético. Quando formados, são liberados na corrente
sanguínea e atravessam as paredes dos vasos sanguíneos, se modificam e se tornam metabolicamente ativos no tecido conjuntivo. São células
grandes, contendo grande quantidade de grânulos (heparina e histamina) que apresentam funções importantíssimas nas sinalizações de
reações alérgicas, vasodilatadoras e inflamatórias. São abundantes nas mucosas dérmicas e nos tratos respiratório e digestório.

Os plasmócitos são células originadas dos linfócitos B, uma célula da linhagem hematopoiética que atravessa os vasos sanguíneos,
transformando-se em uma célula globosa grande. Seu citoplasma cora-se intensamente devido à riqueza de retículo endoplasmático, que produz
muitas imunoglobulinas (anticorpos) que participam da defesa contra invasões de patógenos, sendo responsáveis pela aquisição da imunidade.
São distribuídos normalmente no tecido conjuntivo frouxo de mucosas.

Matriz Extracelular
Nessa matriz estão mergulhados vários tipos de células, como fibroblastos (que produzem proteínas e glicídios), adipócitos (que armazenam
gordura), macrófagos (que fagocitam microrganismos e partículas inertes), plasmócitos (que fabricam anticorpos) e mastócitos (que produzem
histamina e heparina – vasodilatadora e anticoagulante).

Na matriz, há ainda três tipos de fibras: colágenas (resistentes à tração), elásticas (feitas de elastina, que cede à tração e volta ao formato
original) e reticulares (formadas de glicoproteínas que compõem uma rede de sustentação).

Fibras do Tecido Conjuntivo


As fibras colágenas são inelásticas e muito resistentes. Proporcionam ao tecido resistência à tração. Estão presentes, por exemplo, no tendão, na
derme, na cápsula dos órgãos, na cartilagem fibrosa e no osso.
Figura 19 – Fibras colágenas
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: Na imagem, em tons de roxo e rosa, há as fibras formadoras do tecido conjuntivo. Fim da descrição.

O colágeno é uma glicoproteína da matriz extracelular, composta de três cadeias polipeptídicas, enroladas em uma configuração helicoidal. A
variação na sequência de aminoácidos dessas cadeias levou à descrição de 28 moléculas de colágeno, as quais se apresentam como moléculas
individuais ou associadas em redes, fibrilas ou até fibras. As cadeias polipeptídicas são produzidas separadamente dentro da célula e exocitadas
para o meio externo, e só lá há a formação das fibrilas e das fibras de colágeno. A vitamina C é necessária para a biossíntese da proteína do
colágeno.

As fibras elásticas conferem elasticidade ao tecido. Estão presentes no mesentério, na derme, nos ligamentos elásticos, nas artérias, na
cartilagem elástica, nos pulmões e na bexiga. São formadas pelas proteínas fibrilina e elastina. Podem ser encontradas de três tipos: oxitalânicas,
elaunínicas e elásticas; a quantidade dessas proteínas variam na sua composição. As fibras oxitalânicas são constituídas por fibrilina, que
posteriormente sofre a deposição de elastina, formando as fibras elaunínicas. A elastina continua sendo depositada até ocupar todo o centro do
feixe da fibrila, formando as fibras elásticas, em que predomina elastina.

As fibras reticulares são formadas por um tipo de colágeno, precisamente o colágeno do tipo III, e estão presentes em diversas partes do corpo. A
fibrila exibe o padrão de organização semelhante ao da fibrila de colágeno. As fibras reticulares constituem o arcabouço dos órgãos
hematopoiéticos e linfoides, como a medula óssea, o baço, os linfonodos e as glândulas endócrinas. Compõem a lâmina reticular da membrana
basal, adjacente à lâmina basal do epitélio, e formam uma delicada rede em torno das células adiposas, dos vasos sanguíneos, das fibras nervosas
e das células musculares.

Tecidos Conjuntivos de Propriedades Especiais


Tecido Conjuntivo Frouxo
O tecido conjuntivo frouxo (TCF) apresenta abundância em células e riqueza em matriz extracelular. Não há predomínio de qualquer um dos
componentes, mas sim homogeneidade entre eles.

O TCF é encontrado abaixo de epitélios e exerce função de nutrição e sustentação destes. Também apresenta terminações nervosas que auxiliam
na inervação dos outros tecidos. Por fim, o TCF é um tecido que resiste à pouca tração, porém é flexível e muito vascularizado. Dessa forma,
auxilia nas trocas gasosas e na distribuição dos nutrientes para os demais tecidos, através dos vasos sanguíneos.

Em resumo:

Células: fibroblastos;

Fibras: fibras de colágeno (colagénio) frouxamente espalhadas pela MEC.

Tecido Conjuntivo Denso


O tecido conjuntivo denso (TCD) é formado pelos mesmos componentes observados no TCF. Entretanto, sua matriz extracelular apresenta uma
predominância de fibras mais densas de colágeno (Figura 20), as células são esparsas e o principal tipo existente é o fibroblasto, produtor das
fibras (Figura 20). O tecido é adaptado para oferecer mais força à tração e resistência que o TCF.

Quando as fibras de colágeno são organizadas e orientadas em uma única direção, o TCD é caracterizado como Tecido Conjuntivo Denso Não
Modelado (TCDNM). Devido à desorganização das fibras de colágeno, esse tecido é especializado em resistir a forças oriundas de qualquer
direção. Por exemplo: na derme, em cápsulas de órgãos e na submucosa do sistema digestório.

Quando as fibras de colágeno são dispostas paralelamente umas às outras e aos fibroblastos (que são ainda mais esparsos e achatados que nos
tecidos anteriormente citados), ou seja, bem organizadas na mesma direção, o tecido é classificado como Tecido Conjuntivo Denso Modelado
(TCDM). Devido a essa organização, esse tecido é especializado em oferecer o máximo de resistência a forças oriundas de uma única direção. Por
exemplo: tendões e ligamentos.

Em resumo:

Células: fibroblastos;

Fibras: fibras de colágeno altamente empacotadas na MEC e ordenadas, quer paralelamente (denso modelado), quer
entrelaçadas aleatoriamente (denso não modelado).
Figura 20 – Tecido denso
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: na imagem, em tons de rosa mais claro e mais escuro, estão as variações de formação do tecido
denso. Fim da descrição.

Tecido Reticular
Esse tecido é muito delicado e forma uma rede que suporta células de alguns órgãos (Figura 21). É constituído por fibras reticulares associadas a
células reticulares (fibroblastos especializados). O tecido reticular fornece uma estrutura especial para órgãos linfoides e hematopoéticos
(medula óssea, linfonodos e nódulos linfáticos e baço). As células reticulares estão dispersas ao longo da matriz e cobrem, parcialmente, com
seus prolongamentos citoplasmáticos, as fibras reticulares e a substância fundamental. O resultado desse arranjo é a formação de uma estrutura
trabeculada, semelhante a uma esponja, dentro da qual as células e os fluidos se movem livremente.

Imagem
Tecido reticular. Na imagem a seguir, há o tecido conectivo reticular, com as células representadas em tons
de rosa e branco; o ponto em verde define bem o tecido reticular.
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Em resumo:

Células: células reticulares;

Fibras: fibras reticulares organizadas em redes delicadas.

Tecido Elástico
Como o nome já diz, é constituído principalmente pelas fibras elásticas que são secretadas pelos fibroblastos e fibrócitos (Figura 22), podendo
ser formado também pelas células musculares lisas, nos vasos sanguíneos, formando membranas de fibras elásticas. Confere elasticidade a
ligamentos e às artérias, auxiliando na elasticidade destas. O tecido elástico se encontra nos ligamentos amarelos da coluna vertebral, no
ligamento nucal do pescoço, no ligamento suspensor do pênis e nas artérias de grande calibre.
Figura 22 – Tecido elástico
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: na imagem, em tons de roxo e lilás, há a organização das fibras do tecido. Fim da descrição.

Figura 23 – Fibroblastos
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: Na imagem, em tons de azul, há o complexo de Golgi e o núcleo; em tons de amarelo e vermelho, as
vesículas celulares. Fim da descrição.

Outros Tecidos Conjuntivos


Tecidos conjuntivos de sustentação:

Tecido Cartilaginoso

Células: condrócitos;

MEC: colágeno (colagénio) tipo II (cartilagem hialina), fibras elásticas (cartilagem elástica) e colágeno (colagénio) tipo I
(fibrocartilagem).
Figura 24 – Tecido cartilaginoso
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: na imagem, em tons de azul, há a representação da organização celular do tecido cartilaginoso; e em


laranja, o líquido intersticial. Fim da descrição.

Tecido Ósseo

Células: osteoblastos, osteócitos, osteoclastos;

MEC: lamelas calcificadas.


Figura 25 – Tecido ósseo
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: na imagem, em tons de bege, há a demonstração da fisiologia das células ósseas. Fim da descrição.

Sangue

Células: eritrócitos, leucócitos e plaquetas;

MEC: plasma sanguíneo.

Imagem
Tecido sanguíneo. Na imagem a seguir, em tons de vermelho, há a representação da organização das
células sanguíneas; em verde, o ponto principal para demonstração dessas células.

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Em Síntese
Cada um dos tecidos fundamentais é formado por vários tipos de células que caracterizam o tecido, por
associações e por arranjos característicos entre células e matriz extracelular. Essas associações são,
geralmente, muito peculiares e facilitam o reconhecimento dos muitos subtipos de tecidos pelos
estudantes. Por outro lado, analisando um nível de organização acima dos tecidos, que é a organização dos
órgãos, observamos que estes são quase sempre formados por uma associação muito precisa de vários
tecidos. Essa associação de tecidos resulta no funcionamento adequado de cada órgão e do organismo
como um todo. O sistema nervoso é uma exceção, pois é constituído quase somente por tecido nervoso.

A histologia é o estudo dos tecidos do corpo e de como esses tecidos se organizam para formar os órgãos.
Os tecidos são agrupamentos de células e matriz extracelular que, atuando de forma integrada,
desempenham funções específicas. Entre essas funções estão as de proteção, de absorção, de secreção de
substâncias, de percepção de sensações, de sustentação, de locomoção, de movimentação de órgãos
internos, de transmissão de informações, de preenchimento, de armazenamento, de regeneração, de
defesa e de transporte de sustâncias. Cada um dos tecidos fundamentais é formado por vários tipos de
células características e por associações e arranjos característicos entre células e matriz extracelular. Os
tecidos que compõem os vários órgãos do corpo são classificados em quatro tipos básicos: o tecido
epitelial, que cobre as superfícies corporais, reveste as cavidades internas e forma glândulas; o tecido
conjuntivo, que fica subjacente ou sustenta os outros tecidos básicos, tanto estrutural quanto
funcionalmente; o tecido muscular, que é constituído por células contráteis e é responsável pelo
movimento; e o tecido nervoso, que recebe, transmite e integra as informações do exterior e do interior do
organismo para controlar as atividades deste.

O tecido epitelial caracteriza-se por apresentar células unidas e com pouca matriz extracelular entre elas.
Nesse tecido, são encontradas células responsáveis pelo revestimento de superfícies e pela secreção de
substâncias. Essas células possuem formato variado, o qual é, geralmente, acompanhado pelo núcleo. Em
células com formato cúbico, por exemplo, o núcleo tende a ser esférico. Já em células achatadas, o núcleo
apresenta-se também com formato chato. Outra característica importante do tecido epitelial é o fato de que
ele possui dois lados distintos, ou seja, é polarizado. O lado voltado para o lado de fora do órgão (cavidade)
é chamado de superfície apical. Já a porção voltada para o lado oposto recebe o nome de superfície basal.

Geralmente, a superfície basal está apoiada em tecido conjuntivo, que está relacionado com o
fornecimento de nutrientes para o tecido epitelial. Como a maioria dos epitélios não apresenta vasos
sanguíneos, seus nutrientes chegam por meio dos capilares presentes no tecido conjuntivo subjacente.
Outro ponto que merece destaque é o fato de que o tecido epitelial possui algumas especializações (junções
intercelulares), que permitem a adesão e a comunicação entre as células. Além disso, a superfície das
células epiteliais pode conter especializações, como microvilosidades (pequenas projeções do citoplasma),
cílios e flagelos, que aumentam a superfície de contato e facilitam a movimentação de partículas.

O tecido conjuntivo é caracterizado por uma grande variedade de células. Possui função de preenchimento,
de sustentação, de defesa, de armazenamento, de transporte, entre outras. As células do tecido conjuntivo
são: fibroblastos, plasmócitos, mastócitos, macrófagos, leucócitos e células adiposas.
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ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura

Nanotechnological Strategies for Engineering Complex Tissues


Uma descrição sobre a nanotecnologia e a sua utilização na Histologia.

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Tecido Epitelial
Descrição e classificação do tecido epitelial, formação e função.

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Tecido Conjuntivo Propriamente Dito


Um atlas interativo com a descrição das funcionalidades do tecido conjuntivo.

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Tecido Epitelial
Descrição do tecido epitelial e suas associações.

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Histologia
Os tecidos e a Histologia: formação, classificação e função.

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Tecido Epitelial
Um resumo sobre todas as características do tecido epitelial e glandular.

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ʪ Referências

AARESTRUP, B. J. Histologia Essencial. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

ABRAHAMSOHN, P. Histologia. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

ALBERTS, B. et al. Fundamentos da Biologia Celular. 2. ed. Porto Alegre, Artmed, 2006.

ALBERTS, B. et al. Molecular Biology of the Cell. 5. ed. New York: Garland Science, 2008.

ALBERTS, B. et al. Biologia Molecular da Célula. 5 .ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

CESTARO, D. C. Embriologia e Histologia humana: uma abordagem facilitadora. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2020.

CORMACK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

FOUCAULT, M. A Arqueologia do saber. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto & atlas. 13. ed. Guanabara Koogan, 2017.

KIERSZENBAUM, A. L.; TRES, L. L. Histologia e biologia celular: uma introdução à Patologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

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