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Histologia
Básica
A Histologia é a ciência que estuda a micro anatomia das células, como as células
se organizam em tecidos e órgãos e qual a função dos tecidos.
Devido ao pequeno tamanho das células, para o estudo da organização dos tecidos
utilizamos os microscópios. O microscópio mais comumente utilizado na Histologia é um
microscópio óptico ou microscópio de luz (figura 1). O microscópio é uma ferramenta que
permite ampliação da imagem dos tecidos preparados em lâminas histológicas. O
microscópio óptico permite a ampliação da imagem de 40 até 1000 vezes de aumento. Este
aumento não permite a identificação da ultraestrutura celular (organelas), mas permite
reconhecer a morfologia da célula, a localização dos núcleos e a estrutura da matriz
extracelular.
Figura 1.2. Lâmina de esfregaço sanguíneo humano. A seta negra indica uma célula
sanguínea (leucócito ou glóbulo branco), chamada monócito. O monócito possui um núcleo
(N) corado em tom azulado e mais escuro do que o citoplasma. As setas vermelhas indicam
corpúsculos sanguíneos, chamados eritrócitos (glóbulos vermelhos ou hemácias). Os
eritrócitos são chamados corpúsculos ou glóbulos porque não possuem núcleo (perdem o
núcleo durante o desenvolvimento), portanto não são consideradas células. Coloração por
Hematoxilina e Eosina (H&E), grande aumento (1000X).
biológicas do tecido (como suporte e transporte), outros tecidos possuem pouca matriz
extracelular entre as células.
Para que o tecido seja considerado normal e funcional, os três elementos (células,
matriz extracelular e líquido intersticial) devem estar organizados e cooperarem entre si para
exercerem uma função biológica (figura 1.4). Conseguimos identificar tecidos doentes,
quando a organização estrutural do tecido é perdida e sua função é alterada. Por exemplo,
no caso dos tumores malignos (câncer), as células proliferam sem controle e não produzem
matriz extracelular de forma adequada, apresentando morfologia anormal e perdendo a
função biológica do tecido. Em alguns tecidos, as principais funções biológicas são exercidas
pelas células (por exemplo, o tecido muscular) enquanto, em outros, as funções são exercidas
pela matriz extracelular produzida pelas células (tecidos conjuntivos).
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Figura 1.4. Características que células, matriz extracelular e líquido intersticial devem
apresentar nos tecidos básicos normais.
No corpo humano e nos animais existem três tipos básicos de tecido (figura 1.5):
O que diferencia cada tipo de tecido básico é a sua origem embriológica, morfologia
e função.
Figura 1.6. Tecido epitelial. a) Tecido epitelial de revestimento da mucosa bucal do palato
mole, H&E, 400X. b) Tecido epitelial glandular da glândula salivar parótida, H&E, 100X.
Observe que as células estão bastante próximas umas das outras, com pouca matriz
extracelular.
O esmalte dentário é uma estrutura de origem epitelial, porém durante o processo
de erupção dentária, as células secretoras de matriz extracelular são perdidas,
permanecendo apenas a matriz extracelular calcificada. Portanto, o esmalte dentário maduro
não é classificado como um tecido, mas um remanescente de tecido dentário.
O tecido conjuntivo, como o próprio nome já diz, foi descoberto como uma variedade
de tecido que fazia a conexão entre outros tecidos e órgãos. O tecido conjuntivo tem diversas
funções e aspectos morfológicos, relacionados à funções específicas (Figura 1.7). Na maior
parte dos tecidos conjuntivos, a matriz extracelular é abundante e contribui para a função do
tecido. Os tecidos conjuntivos compreendem o tecido conjuntivo propriamente dito, o
tecido cartilaginoso, o tecido ósseo, o tecido hematopoiético, o sangue, o tecido
linfoide, o tecido adiposo, o complexo dentina-polpa e o ligamento periodontal.
8 Histologia básica
O tecido muscular é formado por longas células, chamadas fibras musculares, com
capacidade contrátil e com pouca matriz extracelular. O tecido muscular é classificado em
tecido muscular estriado esquelético, tecido muscular estriado cardíaco e tecido
muscular liso (Figura 1.8).
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Figura 1.8 Variedades de tecido muscular. Fonte: Junqueira, LC & Carneiro. Histologia
Básica, 2008.
de bisturi ou tesouras cirúrgicas, e sem causar danos por esmagamento com pinças e outros
objetos de coleta (figura 1.9).
1.2.2 Fixação
de congelamento, com uso de criostatos, o que permite a fixação rápida por congelamento e
análise imediata dos tecidos. Este tipo de técnica é utilizada para análise rápida de tecidos,
durante procedimentos cirúrgicos, e para estudo de estruturas e substâncias celulares que
são degradadas durante a fixação química.
Quando realizamos biópsias de lesões em consultório, utilizamos a formalina
tamponada ou soluções fixadores comerciais para encaminhar o material ao laboratório
clínico. No consultório, coloque o material no fixador o mais rápido possível para garantir a
qualidade da análise no diagnóstico!
1.2.3 Desidratação
1.2.4 Diafanização
1.2.6 Microtomia
1.2.7 Coloração
Figura 1.14. Esquema do microscópio óptico. O microscópio possui três regiões: base,
coluna e lentes. Adaptado de Junqueira, LC & Carneiro, J. Histologia Básica, 2008.
Base: A base do microscópio possui uma fonte de luz com um diafragma que emite
um feixe de luz direcionado ao corte histológico (figura 1.14).
No centro da Platina há um orifício por onde a luz emitida pela fonte luminosa da
base atravessa o corte histológico. A lâmina histológica fica presa a superfície da
Platina por meio de pinças e pode deslizar sobre a superfície da Platina por meio
de um botão ou alavanca lateral da Platina, chamada charriot. Abaixo da Platina,
no orifício de passagem de luz, há um conjunto de lentes condensadoras que
contra o feixe de luz que atravessa a lâmina histológica.
Lentes objetivas: a luz que atravessa o corte histológico é capturada pelas lentes
objetivas. A primeira lente objetiva promove ampliação da imagem de quatro
vezes. É uma lente curta, com uma marca vermelha. Para encontrar o foco do
objeto nesta objetiva, é usado o botão macrométrico e, a seguir, o botão
micrométrico. Atenção: o botão macrométrico só pode ser utilizado com a objetiva
vermelha de menor aumento. Após identificar o foco da imagem na objetiva
vermelha, é possível girar o canhão e capturar a imagem com a objetiva amarela,
que possui capacidade ampliação de 10 vezes. A objetiva amarela permite o
estudo da imagem em 100 vezes de aumento. Para obter o foco nesta objetiva,
somente o botão micrométrico pode ser utilizado. Caso haja dificuldade em
encontrar o foco, é necessário retornar a objetiva vermelha para dar o foco. Após
focar a imagem da objetiva amarela, é possível girar o canhão para objetiva azul.
A objetiva azul possui 40 vezes de aumento, e a imagem obtida apresenta 400
vezes de ampliação. Nesta objetiva, a lâmina histológica quase toca a superfície
da lente. Para refinar o foco somente o botão micrométrico pode ser utilizado.
Caso o operador perca o campo de imagem ou tenha dificuldade em obter foco, é
necessário retornar à objetiva amarela. A última objetiva possui uma marcação
branca e preta e é capaz de produzir uma ampliação de imagem de 1000 vezes,
tendo capacidade de aumento de 100 vezes. Esta objetiva toca a superfície da
lâmina e para obtenção do foco é necessário o uso de um óleo de imersão entre
a lâmina e objetiva. Nesta objetiva somente o botão micrométrico pode ser
utilizado.
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Após identificar e focar o objeto na objetiva amarela, você pode girar o canhão de
lentes e observar a imagem na objetiva amarela (figura 1.17). Utilize apenas o botão
micrométrico para dar foco.
Figura 1.17. Corte histológico de glândula endócrina tireoide. Observe que a glândula
tireoide tem estruturas coradas na tonalidade azulada a arroxeada (basófila), e regiões
coradas em rosa (acidófilas). Aumento de 100 X, H&E.
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Após identificar e focar o objeto na objetiva azul, você pode girar o canhão de lentes
e observar a imagem na objetiva azul (figura 1.18). Utilize apenas o botão micrométrico
para dar foco.
Nos cortes corados com hematoxilina e eosina, os núcleos (que contém DNA) se
coram com Hematoxilina, apresentando coloração azul a roxa. Os núcleos corados em
hematoxilina são considerados basófilos (Figura 1.19).
Na glândula tireoide, formam-se estruturas chamadas folículos tireoidianos, que
armazenam os pré-hormônios T3 e T4 na forma de uma substância coloide. O coloide dos
folículos tireoidianos tem pH básico, por isso tem afinidade pelo corante ácido Eosina. O
coloide se cora em rosa e é uma substância acidófila (figura 1.19).
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Referências