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Coloração e visualização de tecidos animais

Introdução

O termo histologia (do grego hystos = tecido + logos = estudo) refere-se


ao estudo dos tecidos biológicos de animais e plantas, sua formação, estrutura
e função. É uma importante disciplina das áreas de ciências biológicas e da
saúde e outras áreas correlacionadas, tais como Histofisiologia, Histoquímica,
Imuno-histoquímica e Histopatologia.

Em Biologia, ela ainda pode ser conceitualmente dividida em Histologia


Animal, com enfoque em animais, Histologia Humana, com enfoque em seres
humanos, Histologia Vegetal, com enfoque em plantas, dentre outras.

 Existem quatro tipos de tecidos animais: epitelial, -  formado por células


justapostas, com pouca substância entre elas (substância intercelular), tendo
função sensorial, proteção, absorção e secreção, sendo classificado em dois
tipos principais: epitélio de revestimento e epitélio glandular. – conjuntivo, -
amplamente distribuído pelo corpo, estando envolvido em diferentes funções
como preenchimento (ex: tecido conjuntivo frouxo, denso e reticular), transporte
(ex: sangue e linfa), sustentação (ex: tecido ósseo e cartilaginoso), defesa (ex:
sangue e linfa), reserva energética etc. – nervoso – que controla todas as
atividades e movimentos corporais, sendo o mais complexo dos tecidos - e
muscular – apresenta função de movimento, realizado mediante contração e
relaxamento de suas fibras. - cada um desses tipos principais apresenta
variações. Um órgão geralmente é composto por vários tipos de tecidos.

A Histologia desenvolveu-se após a invenção do microscópio óptico.


Posteriormente, com o desenvolvimento do microscópio eletrônico, entre de
outros instrumentos para visualização dos tecidos, e de técnicas, por exemplo
cultura de células, permitiram um grande avanço na área. 

O método mais comum para estudar os tecidos é realizado por meio da


preparação de lâminas histológicas. Para tal processo, após a remoção do
órgão realizam-se as etapas de:

● Fixação: Tratamento do órgão com agentes químicos para


preservar a morfologia e composição do tecido. Esta etapa tem
duração de cerca de 12 horas.
● Desidratação: Retirada de água do tecido pela passagem em
banhos de concentração crescentes de etanol, geralmente de
70% até etanol puro. Esta etapa tem duração de 1 a 6 horas.

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● Clareamento: A peça é embebida em benzol, xilol ou tuluol,
solventes do álcool e da parafina. Os tecidos tornam-se
translúcidos. Esta etapa tem duração de 1 a 6 horas.
● Inclusão: mergulha-se a peça em parafina fundida, geralmente
em estufa a 60 °C. Devido ao calor o xilol evapora e os espaços,
antes por ele ocupados, são ocupados pela parafina. Esta estapa
em duração de 30 min. a 6 horas.
● Microtomia: Corte da preparação do micrótomo. Para a
microscopia ótica, a espessura de cada corte deve ser de 5 a
10um.

Os cortes histológicos na maioria dos casos são corados para permitir


sua observação ao microscópio, já que as preparações do material biológico
fresco “in vivo”, pouco se distingue da estrutura interna das células.

Para esta finalidade foram desenvolvidos ao longo do tempo inúmeras


técnicas de coloração, soluções de corantes e de misturas corantes. As
misturas mais práticas e mais utilizadas obviamente são as que melhor
distinguem os diversos componentes das células e da matriz extracelular.

Uma das técnicas mais utilizadas na rotina da histologia é a que reúne


dois corantes chamados hematoxilina e eosina e a mistura é denominada
abreviadamente HE ou H&E. Os cortes são corados inicialmente com
hematoxilina e em seguida com eosina.

A hematoxilina é extraída de uma planta. Uma solução de hematoxilina


cora em azul-arroxeado vários componentes das células e tecidos. Juntamente
com outros corantes, como por exemplo o azul de toluidina, azul de metileno, a
hematoxilina faz parte de um grupo de corantes que se comportam como
cátions e tem caráter básico. São também denominados corantes básicos (a
hematoxilina a rigor não tem caráter básico mas comporta-se como tal).

De modo geral, os componentes dos cortes que contêm muitos grupos


ácidos tem afinidade por estes corantes e estes componentes são
denominados basófilos e incluem núcleos, heterocromatina, RNA ribossômico,
matriz extracelular da cartilagem e outros.

A eosina é um corante ácido que confere cor rosa ou vermelha em tais


colorações. Na célula, sua estrutura aniônica liga-se a estruturas acidófilas ou
eosinófilas corando o citoplasma e outras estruturas que tem afinidade com a
porção básica – estruturas catiogênicas.

Resumidamente, tal preparação envolve processos físicos e químicos de


corte, fixação, desidratação, diafazinação (ou clareamento) e coloração, os
quais envolvem diversos instrumentos e compostos químicos.

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OBJETIVOS

A aula prática teve dentre os objetivos compreender os princípios para a


preparação de lâminas histológicas e da técnica de coloração Hematoxilina &
Eosina (HE), além de observar o epitélio simples e cilíndrico, o tecido adiposo
unilocular, – com os respectivos adipócitos – no pâncreas (glândula mista) as
porções exócrina e endócrina e seus respectivos ductos, no esfregaço
sanguíneo as hemácias, plaquetas e leucócitos – diferenciando-os – e por fim
observar e esquematizar as fibras musculares cardíacas, visando a fixação e
compreensão prática do conteúdo visto em sala e apresentado em forma de
seminário.

MATERIAIS E METODOS

Observamos lâminas contendo alguns tecidos que já estavam prontas e


que passaram por todos os processos citados na introdução: fixação,
desidratação, clareamento, inclusão, microtomia e coloração.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observando o conteúdo das lâminas obtivemos as seguintes imagens:

Ovário Testículos

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Tecido Adiposo Pâncreas (Tecido Epitelial Granular

Esfregaço sanguíneo Coração

⮚ Com a observação dos materiais os seguintes questionamentos


foram levantados e respondidos:

1. Qual a diferença entre o tecido adiposo unilocular e o tecido adiposo


multilocular?

O tecido adiposo unilocular tem em seu interior uma grande quantidade


de lipídios, tem uma “gota”, tanto que o núcleo achatado e o citoplasma
são deslocados do centro e a quantidade de substâncias fundamentais é
menor que em outros tecidos. O tecido adiposo multilocular tem células
menores que as do unilocular, pois ao invés de uma grande “gota” de
gordura é constituído por diversas gotículas (vacúolos) que se espalham
por todo o citoplasma.

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2. Qual é a principal diferença entre uma glândula endócrina e exócrina?

Glândulas endócrinas secretam exclusivamente as substancias que


produzem na corrente sanguínea, enquanto as glândulas exócrinas
realizam o oposto, isto é, secretam suas substancias exclusivamente fora
da corrente sanguínea.

3. Quais as diferenças entre uma glândula merócrina, apócrina e


holócrina?

Nas glândulas holócrinas a célula secretora acumula produtos no


citoplasma, em seguida, morre e se desintegra, constituindo, ela própria, a
secreção. Já as glândulas merócrinas, são o oposto das holócrinas, pois as
células secretoras eliminam apenas a secreção, mantendo seu citoplasma
praticamente intacto. Nas glândulas apócrinas, células secretoras perdem
uma certa parte do citoplasma ao eliminarem sua sereção.

4. Como a medula óssea hematógena é separada do tecido ósseo?

O tecido ósseo é o principal constituinte do esqueleto, com a função de dar


suporte para as partes “moles” e proteger os órgãos vitais, além de alojar e
proteger a medula óssea formadora das células sanguíneas.

5. Quais os leucócitos mais frequentes no esfregaço? Quais são suas


funções?

Há seis tipos diferentes de leucócitos, mas os neutrófilos e os linfócitos são os que


possuem as funções mais importantes no processo de defesa do
organismo. Os neutrófilos, que representam mais de 65% dos leucócitos,
são os primeiros a atacar um agente invasor e sua atuação principal é o
ataque às infecções bacterianas. Também são chamados micrófagos e são
o tipo mais abundante no sangue humano.
Já os linfócitos representam 24% a 32% de todos os leucócitos e têm a função
principal de combater as infecções virais. Há dois subtipos principais de
linfócitos: os linfócitos B (os que amadurecem dentro da medula óssea) e os
linfócitos T (aqueles que amadurecem no timo). Numa rejeição de
transplante de medula óssea, por exemplo, observa-se um aumento grande
e desproporcional de linfócitos.

6. O que são e quais as funções dos discos intercalares?

Os discos intercalares são complexos juncionais encontrados na interfase de


células musculares cardíacas adjacentes, têm partes transaesais ricas em
zônulas de aderência e desmossomos e partes laterais ricas em junções
comunicantes (GAP). Eles auxiliam a contração sincronizada do tecido
cardíaco, e proporcionam maior adesão entre as células musculares
cardíacas.

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7. Qual a diferença entre o tecido muscular estriado cardíaco e o tecido
muscular estriado esquelético?

As células do tecido muscular estriado cardíaco são encontradas apenas no


coração, assim como o musculo esquelético, o cardíaco possui células
longas, cilíndricas e estriadas, porém, não ramificadas. Já o tecido estriado
esquelético está presente em maior quantidade no corpo humano, ele está
preso ao nosso esqueleto através de tendões e permite que realizemos
movimentos variados.

CONCLUSÃO

A partir da observação dos tecidos e questionamentos que surgiram a


partir da atividade prática, foi possível ampliar de forma muito significante
nosso conhecimento sobre os tecidos animais – em especial o epitelial,
muscular e conjuntivo - e a histologia, já que além de observar os tecidos,
aprender suas funções e conhecer as características que os singularizam
bastante, entendemos suas complexidades e conhecemos o processo
trabalhoso que é feito para a obtenção das lâminas que utilizamos na aula.
As aulas práticas nos ajudaram sobretudo na memorização simples do
conteúdo, onde, ao contrário das aulas dadas em sala tivemos um contato
diversificado com a matéria, já que a dimensão microscópica, relevo e a cor
eram melhores.
Sendo assim, as práticas foram fundamentais para a compreensão e
fixação da matéria dada em sala de aula.

REFERÊNCIAS

Roteiro de aula prática: Coloração de tecidos e visualização de tecidos


animais.

AMABIS, J. M. e MARTHO, G. R Biologia das células 2ª edição, Editora


Moderna. São Paulo-SP. 2010

SÔNIA GODOY BUENO CARVALHO LOPES. BIO 1. 1ª Edição. Editora:


Saraiva. 2006

http://histologiaemfoco.blogspot.com.br/2013/04/conheca-o-significado-e-
importancia-da.html - Acesso em SETEMBRO 2017

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio2.php - Acesso
em SETEMBRO 2017

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