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Curso técnico em enfermagem

Anatomia e fisiologia
Humana Apliacada à enfermagem
Organizadora: Profª. Enf. Giane alda bauli gonçalves

MARINGÁ/2023
1 ANATOMIA E FISIOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM

Carga Horária: 64 horas

EMENTA: Estudo das estruturas dos órgãos e fisiologia dos sistemas que compõem o corpo humano.
CONTEÚDO(S) CONTEÚDOS BÁSICOS
ESTRUTURANTE(S)

1 Corpo Humano 1.1 Constituição (células, tecidos, órgãos e sistemas);


1.2 Divisões e planos

2 Sistema Músculo Esquelético 2.1 Ossos


2.2 Músculos
2.3 Cartilagens
2.4 Articulações

3 Sistema Tegumentar 3.1 Estrutura da pele


3.2 Células
3.3 Anexos

4 Sistema Respiratório 4.1 Estrutura das vias aéreas superiores e inferiores


4.2 Fisiologia da respiração

5 Sistema Circulatório 5.1 Estruturas e órgãos do sistema


5.2 Fisiologia do sistema circulatório
5.3 Sistema linfático
5.4 Sistema Imunológico

6 Sistema Digestório 6.1 Estruturas e órgãos do sistema.


6.2 Fisiologia do sistema digestório.

7 Sistema Urinário e Excretor 7.1 Estruturas e órgãos


7.2 Fisiologia do sistema urinário

8 Sistema Nervoso 8.1 Divisão


8.2 Célula nervosa de neuroglia
8.3 Fisiologia da neurotransmissão

9 Órgãos do Sentido 9.1 Visão


9.2 Paladar
9.3 Audição
9.4 Tato
9.5 Olfato

10 Sistema Endócrino 10.1 Glândulas, localização e função


10.2 Hormônios

11 Sistema Reprodutor 11.1 Anatomia dos órgãos


11.2 Fisiologia do sistema
11.3 Reprodução

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1. CONCEITOS

ANATOMIA
Anatomia humana é o campo da biologia que, através da dissecação e aplicação de outras técnicas,
estuda as grandes estruturas e sistemas do corpo humano, revelando sua organização. Pode ser dividida em duas
disciplinas: a anatomia setorial, regional, ou topográfica do corpo humano e a anatomia sistemática descritiva.
Anatomia setorial → divide a estrutura corpórea em grupos: cabeça e pescoço, membro superior, tórax e
abdômen, coluna vertebral, pelve e períneo e membro inferior.
Anatomia sistemática → divide a estrutura corpórea em sistemas: cardiovascular, digestório, endócrino,
imunológico, tegumentar, linfático, muscular, nervosos, reprodutor, respiratório, ósseo e excretor.
A análise setorial anatômica consiste no conhecimento da exatidão das formas, da posição, tamanho e
relação entre as demais estruturas.
Do ponto de vista morfológico trata-se de uma ciência com interesse em descobrir as origens e causas
que levam à formação humana, com fundamento dos conhecimentos de embriologia, biologia evolutiva,
fisiologia e histologia.

FISIOLOGIA
A fisiologia humana é a área da biologia que estuda o funcionamento do corpo humano. Nesse estudo
são avaliados todos os sistemas que trabalham para garantir o equilíbrio e o bom funcionamento do organismo,
explicando os fatores físicos e químicos envolvidos na manutenção da saúde. A fisiologia estuda o corpo
humano desde as células que compõem os órgãos, até os conjuntos de órgãos e seus sistemas. A fisiologia
explora todos os cenários orgânicos do organismo.
A palavra fisiologia vem do grego "physis", que significa natureza, e de "logos", que significa
conhecimento. Assim, podemos dizer que essa é a ciência que estuda as funções multicelulares dos seres vivos.
A fisiologia humana está relacionada à anatomia. Essas duas áreas de estudo promovem o entendimento
de todas as funções vitais do corpo.

➢ Atividade
Vídeo aula:
Breve História da Anatomia: https://youtu.be/P6gxCa_5law
Introdução à Anatomia Humana: https://youtu.be/VgJuqKzOpg4

1) Cite 3 Cientistas Anatomistas e suas contribuições.

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2. O CORPO HUMANO

Constituição do corpo humano

Para facilitar os cientistas dividem o estudo do organismo humano em diferentes níveis de organização:
as células, os tecidos, os órgãos e os sistemas.

CÉLULAS:
Todos os seres vivos são formados por células. Eles podem ser unicelulares (formados por apenas uma
célula) ou pluricelulares (formados por várias células).
A célula é a menor unidade funcional do ser vivo. No corpo humano há diferentes tipos de células, e
cada tipo, desempenha uma função específica visando a manutenção da vida no organismo. Quase todas as
células possuem características comuns em relação a sua forma, tais como: membrana plasmática, citoplasma e
núcleo. Vale lembrar que estas características estão presentes tanto na célula animal quanto na vegetal.
A membrana plasmática é o envoltório da célula, é através dela que a célula ganha sua forma e seleciona
as substâncias que entrarão ou sairão de seu interior (tudo que entra ou saí da célula tem que atravessar esta
membrana). O citoplasma é composto por uma parte fluida onde ocorrem muitas reações químicas necessárias à
vida da célula, ele engloba tudo o que há na célula desde a membrana plasmática até o núcleo, incluindo as
organelas (órgãos das células). O núcleo controla as funções das células, ele possui envoltório duplo e poros
nucleares que fazem o controle do que se dirige de dentro dele ao citoplasma ou vice-versa. A grande maioria
das células do corpo tem apenas um núcleo; contudo, há células que não o possuem (este é caso dos glóbulos
vermelhos) e há ainda aquelas que possuem vários (células musculoesqueléticas). Aproximadamente 75 trilhões
de células formam um ser humano adulto.
➢ ATIVIDADE
1) Nomeie as estruturas numeradas na célula:

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➢ Complete a tabela com a função de cada estrutura presente no citoplasma da célula:
ESTRUTURAS CELULARES FUNÇOES
1. Nucléolo

2. Núcleo

3. Ribossomo

4. Lisossomos

5. Retículo Endoplasmático rugoso

6. Complexo de Golgi

7. Membrana Plasmática

8. Retículo endoplasmático liso

9. Mitocôndria

10. Vacúolo

11. Citoplasma

12. Peroxissomo

13. Centríolo

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TECIDO:
É um conjunto de células semelhantes que desempenham a mesma função. Cada tipo de tecido é capaz
de executar uma função específica. Há quatro tipos de tecidos humanos: epitelial, conjuntivo, muscular e
nervoso.

Tecido Epitelial: O tecido epitelial apresenta as seguintes características: falta de espaço entre as células
(células justapostas), falta de vascularização e excelente capacidade de renovação celular. Sua principal função
é proteger o corpo contra a entrada de microorganismos (vírus, bactérias, protozoários), substâncias químicas e
agressões físicas (cortes, pancadas, arranhões). O tecido epitelial é encontrado na parte externa do corpo
(córnea, epiderme) e na superfície interna dos órgãos ocos como o estômago, ouvido, pulmão, boca, útero,
nariz, bexiga, etc.
• Revestimento: responsável pelo revestimento de superfícies como a boca, o estomago, a camada mais
externa da pele entre outros órgãos.
• Glandulares: responsável por secretar substancias uteis ao corpo. Pode ser:
o Glândulas Exócrina: produz secreção para fora do corpo ou em cavidades internas.
o Glândulas Endócrinas: produz secreção eliminadas diretamente no sangue.

➢ ATIVIDADE:
1) Exemplifique 10 glândulas exócrinas e as secreções produzidas.
2) Exemplifique 10 glândulas endócrinas e as secreções produzidas.
3) “Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) estão otimistas com a possibilidade de poderem usar uma secreção da pele de
pererecas no desenvolvimento de drogas no futuro.” Sobre as palavras destacadas no texto, é cometo afirmar:
a) A pele é um tecido de revestimento com função protetora e glandular.
b) As células secretoras originam-se do tecido conjuntivo, constituindo as glândulas.
c) As glândulas endócrinas, como é o caso daquelas encontradas na pele da perereca, são providas de canal secretor.
d) A secreção expelida através da pele do animal pesquisado é produzida em glândulas classificadas como exócrinas.
4) Dentre as principais funções do tecido epitelial, podemos assinalar, corretamente, a função de:
a) Tração. b) Transporte. c) Preenchimento. d) Secreção.

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Tecido Conjuntivo: caracteriza-se por apresentar células distanciadas entre si, em maior ou menor grau.
Também se refere ao grupo de tecidos orgânicos responsáveis por unir, ligar, nutrir, proteger e sustentar os
outros tecidos. Vista ao microscópio, suas células são diversificadas e estão espalhadas por uma matriz
extracelular composta por substância fundamental (amorfa) e fibras. A parte amorfa da matriz é formada por
água, polissacarídeos ligados a proteínas, sais minerais, glicoproteínas e proteína, tem função de adesão celular,
volume da pele e a forma dos olhos, asseguram a lubrificação das articulações.
CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS CARACTERÍSTICAS
CONJUNTIVOS
Tecido Conjuntivo Frouxo Fibras colágenas, elásticas e reticulares, células do
Propriamente Dito tipo fibroblastos, magrófagos, plasmócitos e
mastócitos. É flexível. Envolve os vasos sanguíneos e
linfáticos, nervos e músculos dando-lhes sustentação.
Localiza-se abaixo da epiderme.
Modelado Fibras colágenas. É resistente. Localiza-se na derme,
ligamentos e tendões.
Denso Não modelado Fibras colágenas e células fibroblastos. É resistente,
levemente flexível. Localiza-se na derme, bainha dos
nervos, membrana óssea e cartilaginosa e envoltórios
dos ovários, rins e fígado.
Adiposo Células Adipócitos ocupadas por lipídios. Realiza
Tecidos Conjuntivos trocas de gases, nutrientes e excretas com os vasos
Especiais sanguíneos próximos.
Cartilaginoso Células Condrócitos formam a cartilagem. Firme e
flexível, promove sustentação, amortece impacto,
reveste as articulações.
Ósseo Células Osteócitos calcificadas. Possui colágeno,
fosfasto de cálcio, Mg, K, Na. A matriz óssea é sólida e
rígida. Promove sustentação do corpo, fixação dos
músculos, proteção de órgãos, produz células
sanguíneas.
Sanguíneo Formado por células como Hemácias, Leucócitos e
fragmentos de células, as Plaquetas, mergulhadas no
plasma constituída por água, sais, proteínas, vitaminas e
hormônios. Tem função de transporte de substancias,
regulação da temperatura, defesa e coagulação.
➢ ATIVIDADES
1) Pesquise a função das fibras e células em negrito.
2) Diferencie: osteoblasto, osteócito e osteoclasto.
3) Com relação a tecido animais de sustentação, pode-se afirmar que:
( ) Os tecidos de sustentação são de natureza conjuntiva e caracterizam-se pela riqueza de material intercelular
produzido por suas células.
( ) O tecido cartilaginoso é o mais resistente dos tecidos animais de sustentação, tendo substância intercelular
calcificada, que lhe dá as características necessárias a sua função.
( ) O tecido ósseo é o constituinte principal do esqueleto dos animais, especializado em suportar pressões.
Serve de suporte para as partes moles, protegendo órgãos vitais, como os contidos nas caixas craniana e torácica
e no canal raquidiano.
( ) A substância intercelular do tecido ósseo não tem importância em sua função, que é executada
exclusivamente por suas células chamadas osteoblastos e osteócitos.
( ) A nutrição de um osso se faz por meio de canais existentes na matriz, que permitem a comunicação dos
osteócitos com seus vizinhos, com as superfícies externa e interna do osso e com os canais vasculares da matriz
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Muscular: é constituído células Miócitos ou Fibra Muscular altamente especializadas em realizar contrações.
Suas células são alongadas, multinucleadas ou não, contendo em seu citoplasma grandes quantidades de
filamentos de proteína contrátil, dentre eles os principais: actina e miosina. É um tecido altamente
vascularizado e inervado, grande consumidor de energia e produtor de calor. Tipos:
• Músculo estriado esquelético: está presente em maior quantidade no corpo humano. Ele está preso ao
nosso esqueleto através dos tendões e permite que realizemos movimentos variados como andar, correr,
pegar ou manipular objetos. A contração é forte, rápida, descontínua e voluntária. Descontínua quer
dizer que após uma contração não ocorre automaticamente outra, o que caracteriza a voluntariedade, ou
seja, a contração de um músculo esquelético depende de um comando central, da vontade da pessoa.
• Músculo estriado cardíaco: como o próprio nome sugere, são encontradas apenas no coração. Assim
como o músculo esquelético, o cardíaco possui células longas, cilíndricas e estriadas, porém são
ramificadas.
• Músculo liso: são fusiformes (isto é, espessas no centro e afiladas nas extremidades) e possuem apenas
um núcleo central (mononucleadas). Ele também não possui as estrias transversais e suas células se
organizam em aglomerados. A contração é lenta, fraca e involuntária.
➢ ATIVIDADES
1) Considerando o esquema dos sarcômeros representados abaixo e suas características durante a contração,
assinale a afirmativa INCORRETA:

O esquema acima representa o sarcômero


a) I contém miofilamentos e corresponde à banda A, que não se encurta.
b) IV contém actina e corresponde a uma banda que se encurta.
c) II delimita o sarcômero e corresponde às linhas Z, que se aproximam.
d) III contém miosina e corresponde à banda H, que se estreita.
e) V contém miofibrilas e corresponde ao sarcômero, que não se encurta.

Tecido Nervoso: é composto por Neurônios (ou células nervosas), que são células especializadas na condução
de impulsos elétricos. O tecido nervoso é o responsável pela troca de informações rápidas nos animais. É um
tecido bastante importante, pois sem ele não seria possível comandar as diversas partes do organismo de forma
rápida e eficiente.
➢ ATIVIDADE:
1) Desenhe um neurônio típico e nomeie seus componentes.
2) Classifique os neurônios:
a) Segundo o número de prolongamentos (caracterize e desenhe).
b) Segundo a função.
c) Tipos de Células da Glia. (Caracterize e desenhe)

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ORGÃO:
É um conjunto formado por dois ou mais tecidos que desempenham alguma função no organismo.

SISTEMA:
Conjunto de órgãos que realizam funções específicas. Exemplos: sistema respiratório, sistema
digestório, etc.

Níveis de organização do corpo humano:

3. DIVISÕES DO CORPO HUMANO


• Cabeça
• Pescoço
• Tronco: Tórax, Abdome, Pelve
• Membros:
Superiores (torácicos): Ombro, Braço, Antebraço, Mão (palma e dorso)

Inferiores (pélvicos): Quadril, Coxa, Perna, Pé (planta e dorso)

3.1. Planos anatômicos:


• Frontal:

• Sagital:

• Transversal:
3.2. Regiões do corpo humano:

Aspecto frontal

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Aspecto dorsal:

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➢ ATIVIDADE
Selecione algumas regiões anatômicas. Relacione para cada região, ossos e músculos que localizados nesta
determinada região.

REGIÕES ANATÔMICAS OSSOS MÚSCULOS


frontal
bucal
nasal
mental
cervical
acromial
torácica
abdominal
pelvica
braquial
antebraquial
palmar
femoral
patelar
crural
occipital
escapular
Vertebral
Dorsal
lombar
Sacral
Glútea
Poplítea
Sural
Calcânea

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4. SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Ao movimentar o corpo, necessariamente você está fazendo uso dos ossos, cartilagens, articulações e
músculos estriados, ou seja, do sistema locomotor. Ele não só possibilita a sustentação do corpo como nos
permite andar, correr, além da realização de movimentos mais complexos como pular, dançar, praticar esporte,
e a execução do próprio trabalho. Este sistema age sob comando do sistema nervoso central.
Esqueleto axial: medial formando o eixo do corpo, constituído pelos ossos do crânio e face, coluna
vertebral, costelas e esterno. (Do latim axis igual a eixo, está formado por 80 ossos, sendo 28 ossos entre crânio
e face. E 26 ossos da coluna vertebral, 24 costelas, um osso esterno e um osso hioide).
Esqueleto apendicular: formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores. A junção destas duas
porções se faz por meio de estruturas ósseas denominadas cinturas: escapular ou torácica (formada pela
escápula e clavícula) e pélvica (formada pelos ossos do quadril). O osso do quadril é formado pelos ossos
ílio, pube e ísquio.

4. 1. Ossos
São formados por substâncias orgânicas (em sua maior parte colágeno) e inorgânicas (sais minerais,
especialmente cálcio, fósforo e potássio). Essa mistura é responsável pela grande resistência dos ossos. As
células ósseas são chamadas osteócitos. A parte externa do osso é maciça, mas a interna possui tecido ósseo
esponjoso. O osso também é formado por periósteo (membrana que envolve o osso externamente), medula
óssea vermelha de onde origina células vermelhas do sangue e medula amarela que armazena gordura. Os ossos
do corpo humano variam de formato e tamanho, sendo o maior deles o fêmur, que fica na coxa, e o menor o
estribo que fica dentro do ouvido médio. O esqueleto feminino difere um pouco do masculino, como, por
exemplo, na pélvis, cujo formato favorece a saída de um bebê do ventre da mãe. Os ossos já estão presentes
desde as primeiras semanas de vida no útero materno e ficam completamente formados por volta dos 25 anos de
idade. Os bebês nascem com estruturas entre alguns ossos do crânio, chamadas fontículos, popularmente
chamadas "moleiras". São estruturas frágeis que com o passar dos anos tendem a desaparecer. Existem para
permitir a passagem do bebê pelo canal vaginal no parto e crescimento do encéfalo. Enquanto o esqueleto de
um indivíduo adulto é formado geralmente por 206 ossos, o de um recém nascido tem 270.
O esqueleto humano tem como função principal:
• Sustentar e dar forma ao corpo;
• Proteger determinados órgãos vitais;
• Responsáveis pelos movimentos;
• Armazenamento e liberação de minerais;
• Produção de células sanguíneas;
• Armazenamento de triglicerídeos.

Tipos de ossos
Ossos longos: o comprimento maior que a largura e a espessura. Ex: fêmur, tíbia.
Ossos curtos: equivalência em todas as suas dimensões. Ex: ossos do carpo e do tarso.
Ossos sezamóides: Todo o osso que se desenvolve no interior de tendões. Ex: patela.
Ossos laminares: Têm o comprimento e a largura maior que a espessura. Ex: escápula, ilíaco, costelas.
Ossos irregulares: Não têm equivalência em nenhuma de suas dimensões. Ex: vértebras, sacro.
Ossos pneumáticos: Todo o osso que tem ar em seu interior. Ex: frontal, esfenóide, maxilar.
➢ ATIVIDADE
A cartilagem hialina é substituída por tecido ósseo. Esse processo de ossificação chama-se:
a) intermembranosa. b) intramembranosa. c) endocondral. d) exocondral.
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ESQUELETO (vista anterior)

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ESQUELETO (vista posterior)

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CRÂNIO

COLUNA VERTEBRAL

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CAIXA TORACICA

CINTURA PELVICA

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MÃOS

➢ ATIVIDADE
1) Assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo: “A ____________ é caracterizada por uma protrusão
do material interno, mole e elástico de um disco intervertebral.”
a) hérnia de disco b) espinha bífida c) lordose d) cifose
2) É correto afirmar que o osso esfenoide é um osso:
a) ímpar e mediano. Localizado na base do crânio, mais precisamente, na zona anterior medial.
b) ímpar, irregular e situado na base do crânio na frente dos temporais e à porção basilar do occipital.
c) ímpar, que forma a parte posterior e parte da base do crânio, articulado, anteriormente, com os ossos parietais
formando a sutura lambdoide.
d) ímpar, que forma a parte anterior e parte da base do crânio, articulado, posteriormente, com os ossos parietais
formando a sutura lambdoide.
e) Ímpar, que forma o teto da cavidade nasal e as órbitas.
3) Qual o número de ossos de um membro inferior (perna e pé) de uma pessoa adulta normal: ________
4) Assinale a alternativa CORRETA que corresponde a uma deformidade do pé que envolve o primeiro
metatarso e o hálux. Ocorre em mulheres com mais frequência do que em homens, e a incidência aumenta com
a idade. Pode haver predisposição genética. Ocorre comumente com outras deformidades dos pés, como dedos
em martelo e dedo em garra: a) Joanete. b) Osteoartrite. c) Osteomielite. D) Doença de Paget
5) Assinale a alternativa que corresponde aos espaços aéreos no crânio que aliviam o peso da cabeça:
a) Seios faciais b) Nasofaringe c) Muco d) Glândulas lacrimais.
6) Segundo TORTORA, sobre as curvaturas anormais da coluna vertebral, numerar a 2ª coluna de acordo com
a 1ª e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(1) Escoliose. ( ) É um exagero na curvatura lombar da coluna cervical.
(2) Cifose. ( ) É um curvamento lateral da coluna vertebral, usualmente na região torácica.
(3) Lordose. ( ) É um exagero da curvatura torácica da coluna vertebral. Forma “ombros redondos”.
7) A osteoporose é uma doença que acomete principalmente as mulheres após os 50 anos de idade. Caracteriza-
se pela perda de tecido ósseo, o que pode levar a fraturas. Nesse contexto, considere as afirmações abaixo.
( ) A ingestão de alimentos, como leite e derivados, associada à atividade física, é importante na prevenção da
doença.
( ) A exposição moderada ao Sol aumenta a síntese de vitamina D, responsável pela fixação do cálcio no tecido
ósseo.
( ) Essa doença pode ocorrer em casos em que a ingestão de cálcio é deficiente, o que provoca a retirada desse
elemento da matriz do tecido ósseo.
4. 2. CARTILAGENS:
A Cartilagem é um tipo de tecido conjuntivo composto de células denominadas de condrócitos também
de uma matriz extracelular bem especializada. A cartilagem apresenta uma consistência firme, sem ser tão
rígida quanto o tecido ósseo. Ela tem a função de sustentação e promove o revestimento das superfícies
articulares, facilitando os movimentos, sendo de fundamental importância para o crescimento dos ossos longos.
Nos tecidos cartilaginosos não existem nervos, nem vasos sanguíneos.
As funções principais dos tecidos cartilaginosos são:
• A sustentação e proteção para algumas partes do corpo humano.
• O amortecimento de impactos e atritos entre os ossos.
• O auxílio nos movimentos corporais.
• O revestimento das articulações ósseas.
É de fundamental importância, a existência da cartilagem nas articulações, pois elas são as responsáveis
pela sustentação do peso quando o tecido cartilaginoso aceita uma quantidade grande de carga. Geralmente, isso
acontece nas áreas do quadril, dos joelhos e dos tornozelos.
A cartilagem predomina no sistema esquelético do embrião, exercendo a função de molde para os ossos
que estão em formação e no decorrer de todo o procedimento em que o embrião se desenvolve, o tecido
cartilaginoso vai sendo substituído. O sistema esquelético é formado por cartilagens, ossos, ligamentos e
tendões.
A cartilagem pode se classificar em três tipos diferentes, conforme a quantidade das substâncias
intersticiais, e também de acordo com a classe de fibras que expõem.
Os tipos de tecidos cartilaginosos são:
• Cartilagem Elástica – encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva,
na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe.
• Cartilagem Fibrosa – encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e
ligamentos se inserem nos ossos e na sínfise púbica.
• Cartilagem Hialina – encontrada no disco epifisário, permitindo o crescimento longitudinal dos ossos.

➢ ATIVIDADE
1) A seguir há uma lista com algumas partes do corpo formadas por cartilagem. Identifique a única estrutura
formada por cartilagem elástica.
a) Brônquios b) Anéis da traqueia. c) Epiglote. d) Nariz. e) Extremidade dos ossos.
2) Onde é encontrada a cartilagem hialina?
a) Na tuba auditiva, epiglote e traquéia. b) Traqueia, brônquios e superfície articular.
c) Epiglote, disco intervertebral e brônquios. d) Tendões, esqueleto do embrião e orelha.
3) O tecido cartilaginoso possui uma matriz firme e flexível, resistente a tensões mecânicas e que participa da
sustentação do corpo. Em relação a esse tecido, assinale a afirmativa correta.
a) As células cartilaginosas são denominadas adipócitos e dão origem ao pericôndrio e aos condroblastos.
b) A cartilagem elástica rica em fibras colágenas é encontrada no nariz, na laringe e na traqueia e no esqueleto
fetal, antes de ser substituída pelo tecido ósseo.
c) A cartilagem hialina é muito vascularizada e inervada e, por isso, apresenta alto metabolismo e, também é
menos sujeita a processos degenerativos.
d) A cartilagem fibrosa contém fibras elásticas e colágenas na matriz extracelular e é encontrada no pavilhão e
tuba auditiva e epiglote.
e) Pericôndrio é formado por tecido conjuntivo denso, responsável pela nutrição e pela regeneração das
cartilagens.
4) Sabemos que, durante a fase fetal, grande parte do sistema esquelético é formado por cartilagem. O tecido
cartilaginoso funciona como molde para a formação do osso. O tipo de cartilagem presente nesses casos é a
a) hialina. b) elástica. c) globular. d) óssea. e) fibrosa.

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4. 3. Articulação
As articulações são classificadas conforme o grau de mobilidade que oferecem. Elas podem ser de três
tipos:
• Sinartrose: São as articulações fibrosas, localizadas entre um osso e outro, caracterizadas por serem
inflexíveis. As duas superfícies ósseas são praticamente contínuas, separadas apenas por uma camada de tecido
conjuntivo ou cartilaginoso. Exemplos: a articulação do crânio (sutura), dos dentes e do maxilar, da tíbia e a
fíbula.
• Anfiartrose: São articulações semi-móveis, flexíveis e cartilaginosas. Elas possuem cartilagens entre
os ossos e permitem movimentos que evitam o desgaste excessivo dos ossos, auxiliando, dessa maneira, no
deslizamento de uns sobre os outros a partir dos diferentes movimentos do corpo. Exemplos: ossos do quadril e
vértebras.
• Diartrose: São articulações flexíveis, caracterizadas pela presença de bolsas sinoviais, que contém o
líquido sinovial ou sinovia, que evita o desgaste ocasionado pelo atrito. Elas localizam-se entre a pele e os
ossos. Exemplos: articulações do ombro, joelhos e cotovelos.
O movimento do corpo é produzido a partir da comunicação entre as extremidades do ossos envolvidos,
realizadas pelas articulações sinoviais. As bolsas sinoviais atuam como amortecedores em articulações móveis.
O líquido sinovial é viscoso, transparente e facilita os deslocamento entre duas partes ósseas. Com o
envelhecimento, a produção desse líquido diminui, ocasionando dores nas articulações.
Estruturas das Articulações Móveis:
• Ligamentos: Os ligamentos são constituídos por fibras colágenas dispostas paralelamente ou intimamente
entrelaçadas umas as outras. São maleáveis e flexíveis para permitir perfeita liberdade de movimento, porém
são muito fortes, resistentes e inelásticos (para não ceder facilmente à ação de forças).
• Cápsula Articular: É uma membrana conjuntiva que envolve as articulações sinoviais como um manguito.
Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna).
1. Membrana Fibrosa (cápsula fibrosa) é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos por
feixes também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares, destinados a aumentar sua resistência. Em
muitas articulações sinoviais existem ligamentos independentes da cápsula articular denominados extra-
capsulares ou acessórios e em algumas, como na articulação do joelho, aparecem também ligamentos intra-
articulares. Ligamentos e cápsula articular tem por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disso,
impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais.
2. Membrana Sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular e forma um saco fechado
denominada cavidade sinovial. É abundantemente vascularizada e inervada sendo encarregada da produção de
líquido sinovial. Discute-se que a sinóvia é uma verdadeira secreção ou um ultra-filtrado do sangue, mas é certo
que contém ácido hialurônico que lhe confere a viscosidade necessária a sua função lubrificadora.
• Discos e Meniscos: Em várias articulações sinoviais, interpostas as superfícies articulares, encontram-se
formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intraarticulares, de função discutida: serviriam a melhor
adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinados a receber
violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica em forma de meia lua, são
encontrados na articulação do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas articulações
esternoclavicular e ATM.
• Bainha Sinovial dos Tendões: Facilitam o deslizamento de tendões que passam através de túneis fibrosos e
ósseos (retináculo dos flexores de punho).
• Bolsas Sinoviais (Bursas): São fendas no tecido conjuntivo entre os músculos, tendões, ligamentos e ossos.
São constituídas por sacos fechados de revestimento sinovial. Facilitam o deslizamento de músculos ou de
tendões sobre proeminências ósseas ou ligamentosas.

➢ ATIVIDADE
1) Em relação aos ligamentos pode-se afirmar: ( ) São estruturas resistentes e pouco elásticas. ( ) São
responsáveis pela união de ossos e atuam como amortecedores. ( ) colágeno é um dos principais constituintes
dos ligamentos. ( ) Auxiliam na fixação local de muitos órgãos internos.
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4. 4. MÚSCULOS
Cada músculo é formado por milhares de células alongadas chamadas fibras musculares que contém
uma proteína denominada miofibrilas (Actina e Miosina) que são capazes de se contrair.
Tipos de músculos:
Músculo Estriado Esquelético: são responsáveis pela movimentação do corpo. Estão ligados aos ossos por
meio de feixes de tecido conjuntivo fibroso chamados tendões. São músculos de contração rápida e voluntária.
Músculo Estriado Cardíaco: é responsável pelos batimentos do coração. Tem contração rápida e involuntária.
Músculos lisos: tem contração lenta e involuntaria. São responsáveis pelos movimentos de órgãos internos,
como os movimentos peristálticos.

Músculos da face e do pescoço:


Na face:
• Frontal: situa-se na testa e forma rugas quando elevado;
• Orbicular dos olhos: localiza-se em torno das pálpebras e realiza os movimentos de abrir e fechar os olhos;
• Nasal: responsável pelo movimento de franzir o nariz;
• Bucinador: situa-se na bochecha e atua nos movimentos de inflar e contrair;
• Masseter: localiza-se nos lados da face, movimentando-se durante a mastigação;
• Orbicular dos lábios: situa-se em volta dos lábios e é responsável pelo sopro, sucção,
• Mentual: atua na projeção do lábio inferior e na contração do queixo.
No pescoço são encontrados os músculos platisma e esternocleidomastóide (responsável pela rotação da
cabeça).
Músculos dos membros superiores:
• deltóide – encontra-se na articulação do ombro e produz a elevação do braço - é nele
que se aplica a injeção intramuscular;
• bíceps – localiza-se na parte anterior do braço, sendo responsável pela flexão do
antebraço sobre si mesmo
• tríceps – situa-se na parte posterior do braço e afasta o antebraço do bíceps.
• flexor dos dedos – situa-se na parte anterior do antebraço e promove a flexão dos
dedos;
• extensor dos dedos – localiza-se na parte posterior do antebraço, sendo responsável
pelo afastamento dos dedos.

Músculos do tronco
Os principais músculos do tórax são:
• trapézio – localiza-se na região superior das costas, sendo responsável pela elevação dos ombros - é nele
que se realiza a massagem de conforto;
• grande dorsal – situa-se na região inferior das costas, tendo como função principal levar o braço para
trás;
• peitoral maior – como o nome indica, localiza-se no peito, permitindo o movimento do braço para a
frente;
• grande denteado – situa-se na parte lateral do tórax, promovendo a elevação das costelas, ajudando,
dessa forma, o processo de respiração.
No abdome, os principais músculos são:
• reto abdominal – localiza-se na frente do abdome ou barriga, sendo responsável por dobrar o tórax sobre
o abdome, ajudando na inspiração (entrada de ar no organismo) forçada;
• oblíquo externo – situa-se nos lados do abdome; atua comprimindo as vísceras e inclinando o tórax para
a frente;
• diafragma – separa o tórax do abdome e ajuda na inspiração.

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Músculos dos membros inferiores
• grande glúteo ou glúteo superior - localiza-se nas nádegas e permite a extensão da coxa;
• quadríceps - situa-se na parte anterior da coxa, sendo responsável pela extensão da perna;
• costureiro - é o músculo mais longo do corpo: inicia-se no quadril, cruza a coxa e termina na lateral
interna do joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome;
• bíceps crural ou femoral – localiza-se na face posterior da coxa, permitindo o movimento de flexão das
pernas;
• gêmeos ou gastrocnêmios – situam-se na face posterior da perna (“batata” da perna) e são responsáveis
pela extensão dos pés.
Por sua vez, os pés apresentam movimentos de extensão, flexão e rotação – possíveis devido à utilização
dos músculos extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões. Em pacientes acamados ou sem
nenhum exercício com os pés é comum acontecer o que se chama de queda plantar. Devido à falta de atividade
da musculatura responsável pelo movimento, ela se torna rígida e atrofiada, necessitando de cuidados especiais
para resgatar os movimentos normais.
➢ ATIVIDADE
1) No tecido muscular estriado esquelético, as células formam feixes. Estes são envolvidos por um tecido
conjuntivo denso não modelado chamado de:
a) epimísio. b) perimísio. c) endomísio. d) sarcômero. e) miofibrilas.
2) São lesões dos ligamentos das articulações, onde se esticam além de sua amplitude normal, rompendo-se. Há
distensão dos ligamentos, mas não há o deslocamento completo dos ossos da articulação:
a) Fraturas b) Entorses. c) Luxações. d) Contusões.
3) Onde são localizados os músculos lumbricais?
a) perna. b) mão. c) braço. d) pescoço.
4) São músculos como locais para administração de medicamentos por via intramuscular:
I. Deltoide. II. Periumbilical. III. Ventroglúteo. Está(ão) corretos:
a) Somente o item I. b) Somente o item II. c) Somente os itens I e II. d) Somente os itens I e III.
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Músculos Anterior:

23
Músculos Posterior

24
5. SISTEMA TEGUMENTAR
A pele e seus anexos (unhas, pelos e glândulas) fazem parte do sistema tegumentar. Ela é composta por
três camadas: epiderme, derme e tela subcutânea.

Funções da pele
• Envolve e protege os tecidos e órgãos do corpo;
• Protege contra a entrada de agentes infecciosos;
• Evita que o organismo desidrate;
• Controla a temperatura corporal, protegendo contra mudanças bruscas de temperatura;
• Participa da eliminação de resíduos, agindo como sistema excretor também;
• Atua na relação do corpo com o meio externo através dos sentidos, trabalhando em conjunto com o
sistema nervoso;
• Armazena água e gordura nas suas células.
• Proteção contra radiação solar
• Sintetiza vitamina D

A pele é formada por 2 camadas: a epiderme, a derme. E a hipoderme ou tecido subcutaneo fica abaixo
da pele.
A epiderme é composta por epitélio de revestimento que é um tecido estratificado, pavimentoso e
queratinizado, ou seja, formado por 4 camadas de células com diferentes formas e funções. Na palma das mãos
e planta dos pés existe a 5º camada. As células superficiais são achatadas como se fossem escamas e
possuem queratina. A epiderme não possui vasos nem nervos; tem espessura variada, sendo mais grossa nas
regiões de atrito como solas dos pés e palmas das mãos e mais fina sobre as pálpebras e próximo dos genitais.
1ª) Camada Basal ou Germinativa: essa camada está sempre produzindo novas células, que se dividem
por mitose. Estão presentes os melanócitos, células especializadas em produzir a melanina, que é o pigmento
que dá cor à pele e aos pelos. Os prolongamentos dos melanócitos penetram nas células dessa camada e da
espinhosa, espalhando melanina no seu interior. As células de Merkel são mecanorreceptoras, ou seja,
percebem estímulos mecânicos do exterior e os encaminham para as fibras nervosas.
2ª) Camada Espinhosa: possui células com desmossomos e prolongamentos que ajudam a mantê-las
bem unidas, o que lhes confere aparência espinhosa. As células de Langerhans se encontram espalhadas pela
camada e ajudam a detectar agentes invasores, enviando alerta ao sistema imunológico para defender o corpo;
3ª) Camada Granulosa: à medida que sobem, os ceratinócitos vão sendo achatados. Na camada
granulosa possuem forma cúbica e estão cheios de grânulos de queratina, que passa a ocupar os espaços
intercelulares;
4ª) Camada Lucida: presente na palma das mãos e planta dos pés.
4ª ou 5ª) Camada Córnea: o estrato córneo fica na superfície do corpo. Formado por células mortas,
sem núcleo, achatadas e queratinizadas. A sua parte mais externa sofre descamação, sendo constantemente
substituída (em períodos de 1 a 3 meses).
A Derme localiza-se abaixo da epiderme, é um tipo de tecido conjuntivo e possui fibras elasticas. Nesta
camada, que é bem vascularizada, se encontram terminações nervosas, vasos linfáticos, glândulas sebáceas e
algunas folículos pilosos. É onde se desenvolvem as defesas contra agentes nocivos que tenham vencido a
primeira barreira, ou seja, a epiderme. É nela que se realizam a maioria dos testes cutâneos e a administração de
vacinas como a BCG.
A hipoderme ou tecido subcutâneo encontra-se logo abaixo da derme. È um tecido conjuntivo adiposo,
representa, portanto reserva calórica para o organismo, além de funcionar em algumas partes do corpo como um
coxim (almofada) evitando traumas. Essa camada da pele, por ser mais vascularizada que a derme, é capaz de
absorver as substancias nela injetadas com maior rapidez. É nesse tecido que é feita a administração de certas
medicações como a insulina para pacientes diabéticos.

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Anexos da pele
Pelos: São constituidos por células queratinizadas produzidas por folículos pilosos onde se abrem as
glândulas sebáceas. Sua função é a proteção de áreas de orifícios e olhos, possuindo rica inervação que lhe
confere ainda o papel de aparelho sensorial cutâneo.
Glândulas Sebáceas: Formam-se junto com os pelos podendo existir várias para cada folículo piloso.
Seu papel é secretar gordura que lubrificam e protegem a superfície da pele. Estão presentes em todo o corpo,
exceto nas palmas das mãos e plantas dos pés.
Glandulas sudoríparas: Secretam suor, possuem importante papel de controle da temperatura corporal;
por isso suamos mais no calor e menos no frio.
Unhas: Recobrem a última falange dos dedos, são formadas por queratina dura fixada sobre a epiderme
nos leitos ungueais. Crescem apenas longitudinalmente, não para os lados. Protegem as pontas dos dedos
evitando traumatismos. Ao seu redor, possuem uma espécie de selo chamado de cutícula que impede a entrada
de agentes infecciosos, como bactérias, na matriz da unha.

Para os profissionais de saúde, a pele deve ser objeto de atenção especial pois sua coloração, textura a
aparencia podem ser indicativos de alterções no organismo. Por outro lado, os cuidados básicos de higiene e
hidratação são essenciais para a manutenção da saúde em geral.
➢ ATIVIDADES:
1) A radiação ___________________ danifica a pele, causando morte de algumas células. A cor bronzeada que
aparece quando a pele é exposta ao sol deve-se a fabricação de pequenos grânulos de um pigmento escuro, a
______________________. As palavras que estão faltando no texto são respectivamente:
a) sonora, queratina b) ultravermelha, camada córnea. c) ultravioleta, melanina d) ultravioleta, queratina.
2) A pele recobre toda a superfície do corpo e é seu maior órgão. Continua-se com as membranas mucosas que
revestem os sistemas digestivo, respiratório e ___________. É dividida em duas camadas distintas, a epiderme e
a derme, firmemente unidas entre si. A epiderme é a camada mais externa, composta por três diferentes
linhagens celulares: os queratinócitos, os melanócitos e ____________. A derme é a camada mais profunda e é
formada por tecido __________. Marque a opção que preenche CORRETA e respectivamente as lacunas:
a) cardíaco / células de Leydig / epitelia b) neurológico / células de Sertoli / epitelial
c) urogenital / células de Langerhans / conjuntivo d) urológico / células de Leydig / conjuntivo
e) genital / células de Langerhans / conjuntivo
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6. SISTEMA DIGESTÓRIO
Tipos de Nutrientes
Nutrientes Função do nutriente Deficiência do nutriente no corpo Fonte alimentar
Carboidratos

Lipídios

Proteínas

Vitaminas:
A

B1 (tiamina)

B2 (riboflavina)

B3 (niacina)

B5(ácido pantotênico)

B6 (piridoxina)

B7 (biotina)

B9 (ácido fólico)

B12 (cobalamina)

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C (ácido ascórbico)

D (calciferol)

E (tocoferol)

K (filoquinona)

Sais Minerais
P (fósforo)

Fe (ferro)

Mg (Magnésio)

Na (sódio)

I (iodo)

Ca (cálcio)

K (potássio)

Mn (Manganês)

Se (Selênio)

Zn (zinco)

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Órgãos do Sistema digestório
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos
e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago,
intestino delgado, intestino grosso e ânus.

BOCA
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a língua,
que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em
pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar e a mandíbula, cuja atividade principal é a
mastigação. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias
camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da
coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. Um tecido duro chamado
cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na
estrutura e composição química assemelha-se ao osso. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz,
penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo.
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Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. À medida
que o maxilar e a mandíbula crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo permanente. As coroas
dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou presas e os molares. Os incisivos têm a
forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A
primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um com
duas cúspides.
Atrás ficam os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente plana, o que permite
triturar e moer os alimentos.

As glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a
secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase
salivar digere o amido. Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida,
submandibular e sublingual:
Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face,
abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.
Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca.

Os sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente
ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela
língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas,
levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através do peristaltismo, você pode ficar de cabeça
para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a
laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do
estômago.

FARINGE E ESÔFAGO

A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum


aos sistemas digestório e respiratório: por ela passam o alimento,
que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre
os pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma, que
separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10
segundos para percorre-lo.

O ESTÔMAGO
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo
abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função principal
é a digestão de alimentos protéicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago
guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em

30
pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por
ângulos agudos.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido
clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0.
Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica
iniciada pela mastigação.
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este é
inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na
luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico,
bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa
estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo
regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias.
Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa
(gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas). A mucosa gástrica
produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco
gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa
acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos
poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4 cm de diâmetro e pode ser
dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção
superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do
estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No
duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas.
Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile
oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras
(fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas).
O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de
bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela
hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH
aproximadamente neutro, que digerem açucares, e dão continuidade a digestão de proteínas.
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentam
o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformado em
quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do jejuno e do
íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores,
milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de
absorção intestinal. As membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas
microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as
vitaminas.
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem distribuídos
pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados)
chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas
substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas,

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formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde
alcançam as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.

INTESTINO GROSSO
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca
de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do
intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus.
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon
descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o
esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os
restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias
estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com
porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de
serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve água,
em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se
condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.

GLÂNDULAS ANEXAS
• Glândulas salivares
• Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular,
localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o
estômago. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino.
O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os ácinos
pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um condutor maior, que
desemboca no duodeno, durante a digestão. O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon.
• Fígado
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras,
pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa
e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.
Funções:
• Secretar a bile, líquido emulsiona as gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase;
• Remover moléculas de glicose para formar glicogênio.;
• Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
• Metabolizar lipídeos;
• Sintetizar proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias
transportadoras de oxigênio e gorduras;
• Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
• Destruir hemácias velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento
castanho-esverdeado presente na bile.
➢ ATIVIDADE
1) Pesquise sobre a Doença Celíaca:
a) O que é?
b) O que acontece com o intestino do indivíduo celíaco?
c) Sintomas
d) Tratamento

32
7. SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o
ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a
laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.

Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são
separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras
chamadas cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células
produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia,
brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis
pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.

Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas
nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.

Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em
continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças
cartilaginosas da laringe. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de
cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua
entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. O epitélio
que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar.

Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas
paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que
penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes
em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e
engolidas ou expelidas

Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo
envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se
profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de
bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória
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Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial
pavimentoso) recobertas por capilares sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.

Diafragma: A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que separa o tórax do
abdômen, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os
movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do
diafragma.

Ventilação pulmonar
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do
diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da
caixa torácica, com conseqüente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos
pulmões.
A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo relaxamento da musculatura do
diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e as costelas abaixam, o que diminui o volume da
caixa torácica, com conseqüente aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões.
O caminho seguido pelo ar é o seguinte: o ar entra pelas fossas nasais, passando pela faringe, traqueia,
brônquios, bronquíolos e finalmente alvéolos onde ocorrem trocas gasosas.

Transporte de gases respiratórios


O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas hemácias. Cada
molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina.
Nos alvéolos pulmonares o oxigênio do ar difunde-se pelos capilares sanguíneos e penetra nas hemácias,
onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico é liberado para o ar (processo chamado
hematose).
Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-se pelo
líquido tissular, atingindo as células. A maior parte do gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas células no
líquido tissular penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido carbônico, que logo se dissocia e dá
origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3-), difundindo-se para o plasma sangüíneo, onde ajudam a manter o grau
de acidez do sangue. Cerca de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos associam-se à própria hemoglobina,
formando a carboemoglobina. O restante dissolve-se no plasma.
OBS: O monóxido de carbono, liberado pela “queima” incompleta de combustíveis fósseis e pela
fumaça dos cigarros entre outros, combina-se com a hemoglobina de uma maneira mais estável do que o
oxigênio, formando o carboxiemoglobina. Dessa forma, a hemoglobina fica impossibilitada de transportar o
oxigênio, podendo levar à morte por asfixia.

Controle da respiração
Em relativo repouso, a freqüência respiratória é da ordem de 10 a 15 movimentos por minuto. A
respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado no bulbo. Desse centro partem os
nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais
nervosos são transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da respiração.
O mais importante músculo da respiração, o diafragma, recebe os sinais respiratórios através de um
nervo especial, o nervo frênico, que deixa a medula espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para
baixo, através do tórax até o diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os músculos
abdominais, são transmitidos para a porção baixa da medula espinhal, para os nervos espinhais que inervam os
músculos. Impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a
respiração.
Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um impulso nervoso que
estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar. O CR é capaz de aumentar e
de diminuir tanto a freqüência como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores
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que são bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade de
oxigênio que necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico. Quando o sangue torna-se mais
ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a aceleração dos movimentos
respiratórios. Dessa forma, tanto a freqüência quanto a amplitude da respiração tornam-se aumentadas devido à
excitação do CR.

➢ ATIVIDADES
1) O transporte de gás oxigênio pelo sangue, desde os capilares pulmonares até os capilares dos tecidos, ocorre:
a) predominantemente pelo plasma sanguíneo. b) parcialmente no interior das hemácias sanguíneas.
c) totalmente no interior das hemácias. d) totalmente no interior do leucócitos.
e) 50% pelo plasma e 50% no interior das hemácias.
2) O transporte de gás carbônico pelo sangue, dos capilares dos tecidos até os capilares dos alvéolos
pulmonares, ocorre:
a) totalmente pelo plasma sanguíneo, na forma de ácido carbônico (H2CO3).
b) parcialmente no interior das plaquetas sanguíneas.
c) totalmente no interior das hemácias na forma de oxiemoglobina.
d) predominantemente pelo plasma sanguíneo, na forma de ions bicarbonato (HCO3).
e) 50% pelo plasma e 50% no interior das hemácias, na forma de oxiemoglobina.
3) O hábito de fumar tem causado graves prejuízos à saúde, podendo levar à morte, uma vez que:
( ) o monóxido de carbono inspirado pelo fumante, ao associar-se com a hemoglobina, impede-a de realizar o
transporte de oxigênio, diminuindo a oxigenação dos tecidos.
( ) o monóxido de carbono, ao combinar-se com a hemoglobina, impossibilita o transporte e a liberação do gás
carbônico pelo organismo, uma vez que este é transportado majoritariamente ligado à hemoglobina.
( ) o monóxido de carbono, ao combinar-se com o ácido carbônico no plasma, impede a liberação de oxigênio e
eleva o pH do plasma, causando alcalose.
( ) a irritação causada pelo alcatrão e outros resíduos do cigarro diminui os movimentos dos cílios das vias
respiratórias e aumenta a produção de secreção, causando tosse e pigarro, o que pode levar à perda da
elasticidade pulmonar, dificultando a ventilação.
( ) a diminuição das trocas gasosas no alvéolo, causada pela baixa eficiência pulmonar em consequência do
cigarro, aumenta a concentração de gás carbônico e diminui a concentração de oxigênio no sangue, aumentando
sua acidez.
4) Assinale a alternativa falsa:
a) O enfisema pulmonar é uma grave irritação nos pulmões em que os alvéolos incham e se distendem,
impossibilitando a troca gasosa.
b) O enfisema pulmonar vai tomando conta de todos os alvéolos pulmonares, diminuindo cada vez mais a
capacidade do pulmão.
c) Muitas vezes, o enfisema pulmonar é causado pelo fumo.
d) No enfisema pulmonar o quadro pode surgir em razão do contato e inalação de substâncias químicas, muita
poluição e poeira.
e) não existe caso de enfisema hereditário.
3) Uma das peças cartilaginosas da laringe, a glote, apresenta uma espécie de tampa, que permite fechar o
conduto respiratório durante a deglutição. Se esse mecanismo de fechamento falhar, qual será a consequência?
4) Se o hábito de fumar causa destruição dos cílios da mucosa que reveste os brônquios e bronquíolos, quais
seriam as conseqüências para os fumantes ao perde-los?

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8. SISTEMA CARDIOVASCULAR
Também chamado de Sistema Circulatório, é responsável pela distribuição de substancias no interior do
organismo. Através dele, os nutrientes e o oxigênio são transportados até as células e os resíduos metabólicos
celulares (CO2, amônia, ácido úrico, uréia) são retirados.
A circulação ocorre por meio de um sistema circulatório constituído por um conjunto de vasos
sanguíneos (artérias, veias e capilares), cuja finalidade é possibilitar a distribuição do sangue por meio de uma
bomba muscular, chamada coração. Por sua vez, o coração impulsiona o sangue através dos vasos, formando o
que chamamos de circulação sanguínea.
Portanto, o sistema circulatório é formado por três componentes fundamentais: sangue, vasos sanguíneos
e coração.
8.1. O SANGUE
O sangue é um líquido vermelho, mais denso e viscoso que a água e que atua principalmente como meio
de transporte. Seu volume total, em um homem de 70 kg, é de 5,5 litros. Funções:
• Transporte de nutrientes, gases respiratórios, hormônios e excreções;
• Deposito de água, abastecendo ou removendo das celulas, de acordo com as necessidades;
• Defesa do corpo contra os microrganismos patogênicos;
• Manutenção da temperatura constante do organismo, pois somos homeotermos.

Componentes do sangue: Plasma (líquido) e Elementos Figurados (sólido)


Plasma: corresponde a 55% do volume do sangue, onde 90% é água, 0,9% sais inorganicos e 9,1% substancias
organicas.

Elementos figurados: corresponde a 45% do volume total do sangue.

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1. Hemácias (glóbulos vermelhos / eritrócitos).
• As hemácias são células arredondadas, com forma de um disco bicôncavo, que apresentam cerca de 7,5
µm de diâmetro.
• São produzidas (eritropoiese) na medula óssea e, perdem o núcleo quando entra na corrente sanguínea.
Vive por um período médio de 120 dias, depois ocorre a sua destruição, que é feita no fígado e baço.
• A cor vermelha das hemácias resulta de um pigmento vermelho denominado de hemoglobina que
contém ferro e é responsável por garantir o transporte de oxigênio (oxiemoglobina) pelo corpo, também
transporta uma parte do gás carbônico (carboemoglobina) produzido pelas células.
• Quantidade na mulher é de 4,5 a 5,0 milhões por mm3 de sangue e o homem de 5,0 a 5,5 milhões.
• Contém aglutinogênio.
2. Leucócitos (glóbulos brancos ou células brancas)
• Células esféricas com, aproximadamente, 6 um (micrômetros).
• Função ligada à defesa do organismo.
• Realizam fagocitose e diapedese.
• Quantidade de 6.000 – 10.000 por mm3 de sangue.
• Ao nascer, a criança chega ater 15.000 – 25.000, caindo para 12.000 após o 4º dia.
Tipos de Leucócitos:
• Granulócitos: eosinófilo (2 – 3) / neutrófilos (55 – 65) / basófilos (0 – 5)
• Agranulócitos: Linfócitos (25 – 35) / monócitos (3 – 10)

Os Granulócitos são produzidos na medula óssea vermelha e têm vida média de 12 horas. São eles:
1) Neutrófilos:
• Também conhecidos por Polimorfonucleares, constituindo cerca de 60 a 70% dos leucócitos circulantes.
• Fazem fagocitose.
• Defesa primária contra bactérias e fungos, atuando no local da inflamação.
• Vida média de 6 a 7 horas, podendo viver até 4 dias no tecido conjuntivo, morrem por um processo
chamado apoptose.
• Depois que o neutrófilo fagocita uma bactéria, ela e o neutrófilo morrem. O acúmulo de neutrófilos e
bactérias mortos forma o pus.
• A quantidade aproximada de neutrófilos em um adulto é de 2.300 a 8.100 por mm³. O aumento no
número de neutrófilos, a neutrofilia, geralmente indica uma infecção bacteriana. A diminuição no
número de neutrófilos por sua vez é conhecida por neutropenia e pode ser causada por infecção viral ou
tratamento farmacológico prolongado.
2) Eosinófilos:
• Também conhecidos como Acidófilos que se desenvolvem na medula óssea
• Participam dos processos inflamatórios, alérgicos e asma. Defende o organismo contra verminoses.
• Concentração de eosinófilos no corpo humano varia entre 50 a 500 por mm3 de sangue, constituem uma
pequena porcentagem (1-3%) dos leucócitos granulócitos circulantes.
• Eosinofilia é o aumento da concentração de eosinófilos (valores superiores a 500/mm3 indicativo de que
o indivíduo provavelmente apresenta alguma infecção parasitária (verminose), algum tipo de doença
alérgica ou asma.
• Eosinopenia é a designação dada à baixa concentração de eosinófilos (valores inferiores a 50/mm3 uma
indicação de que a imunidade do indivíduo está comprometida.
3) Basófilos:
• São derivados de precursores hematopoiéticos e sofrem maturação na medula óssea.
• Dentro deles existem várias substâncias como mediadores infamatórios e antimicrobianos , que atuam
nas respostas de imunidade inata e adaptativa.

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• Libera histamina, um dos principais mediadores químicos envolvidos nas respostas inflamatórias
anafiláticas e também nas respostas alérgicas que provoca aumento da permeabilidade dos capilares
sanguíneos, facilitando a saída de anticorpos e de neutrófilos para os locais onde estão presentes os
invasores.
• Também liberam heparina que é um anticoagulante e ajuda a acelerar a remoção de partículas de gordura
do sangue.
• Representam de 0 a 2% dos leucócitos totais ou 20 a 100 por mm3 de sangue.
• Basopenia é a diminuição/deficiência dos percentuais normais de basófilos no sangue e não costuma
representar algum tipo de gravidade para a saúde.
• Basofilia se refere ao aumento da quantidade de basófilos e pode indicar Artrite, Insuficiência renal
crônica, Anemia hemolítica, Asma, sinusite e rinite.
Os agranulócitos são produzidos no baço, timo, gânglios e amígdalas. São eles:
4) Monócitos:
• São produzidos na medula óssea e ficam poucas horas circulantes no sangue.
• Fagocitam e digerem materiais estranhos, debris celulares e células mortas.
• Os monócitos deixam a circulação com ou sem a presença de processos inflamatórios, e uma vez nos
tecidos, eles se transformam em Macrófagos, que contém maior número de enzimas proteolíticas e
grânulos, em relação aos monócitos.
• Correspondem a cerca de 2 a 10% do total de leucócitos no exame, isto é entre 200 e 1000 monócitos
por mm3 de sangue.
• O aumento de monócitos (monocitose), normalmente é indicativo de Infecções crônicas, Infecção por
protozoários, Leucemia mielomonocítica, Mieloma múltiplo, Lúpus.
• Valores de monócitos estão baixos (monocitopenia), normalmente significa que o sistema imunológico
está enfraquecido, como acontece em casos de infecções no sangue, tratamentos de quimioterapia e
problemas na medula óssea, como anemia aplástica e leucemia.
5) Linfócitos:
• São células esféricas de 6 μm a 8 μm ou maiores, quando chegam até 18 μm.
• Os valores de referência são entre 1000 a 3900 linfócitos por mm³ de sangue, que representa de 20 a
50% na contagem relativa. Quando os valores estão acima ou abaixo do valor de referência é
caracterizado um quadro de linfocitose ou linfopenia, respectivamente.
• Existem dois tipos de linfócitos: B e T, que exercem diferentes funções no sistema imune.
• Os linfócitos B são células que são produzidas inicialmente no saco vitelino, depois no fígado (durante a
vida fetal) e, posteriormente, na medula óssea. As células progenitoras linfoides permanecem na medula
óssea até sua maturação, deixando o local e caindo na circulação em direção a órgãos linfoides quando
estão maduras. Os linfócitos B são os responsáveis por garantir a chamada imunidade humoral, que se
destaca pela resposta imunológica realizada pela produção de anticorpos. Esses anticorpos são capazes
de neutralizar ou ainda destruir os antígenos. Para que ocorra a produção de anticorpos, faz-se necessária
a ativação dos linfócitos B, que se proliferam e diferenciam-se em plasmócitos. São os plasmócitos que
produzem os anticorpos. Além da produção de anticorpos, os linfócitos B atuam como células de
memória imunitária. Essas células são capazes de reagir rapidamente em uma nova infecção com o
mesmo antígeno. Assim sendo, elas garantem uma proteção mais rápida e eficaz.
• Os linfócitos T são originados a partir de células progenitoras linfoides encontradas na medula óssea.
Essas células saem da medula em direção ao timo. É nesse órgão que as células sofrem o processo de
maturação e diferenciam-se em células T helper, T supressora e T citotóxica. Os linfócitos T helper
garantem a diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos, sendo, portanto, importantes para a produção
de anticorpos. Os linfócitos T supressores finalizam a resposta humoral, ou seja, a produção de
anticorpos. Já os linfócitos citotóxicos garantem a morte das células estranhas. Para isso, os linfócitos
citotóxicos produzem proteínas que abrem a membrana plasmática ou induzem a célula a entrar em
apoptose.
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• As células NK, ou células matadoras naturais, fazem parte do sistema imune inato. Essas células são
capazes de distinguir células infectadas ou tumorais e atacá-las sem necessidade de estímulo. Sua
resposta imunitária é inespecífica, diferentemente dos linfócitos T e B, que produzem respostas pela
ação de antígenos.

3. Plaquetas (trombócitos)
• Não são células inteiras, são fragmentos de células.
• Produzida a partir de células gigantes (megacariócitos) da medula.
• Função ligada a coagulação do sangue.
• Quantidade de 200.000 – 300.000 por mm3 de sangue.
• Trombocitose (aumento) trombocitopenia (diminuição)

Coagulação sangüínea: Mecanismos da Hemostasia (impedimento de perda sangüínea):


(1) espasmo vascular: imediatamente após a ruptura de um vaso sanguíneo ocorre vasoconstrição
(contração) do vaso.
(2) formação de tampão plaquetário: acúmulo de plaquetas por adesividade no local lesado.
(3) coagulação sanguínea: substâncias ativadoras tanto da parede vascular traumatizada quanto das
plaquetas (entre elas, a enzima tromboplastina) dão início a uma complexa rede de reações químicas em
cascata (ou em cadeia) que, na presença de íons cálcio, converte a proteína protrombina em enzima ativa
trombina que por sua vez, converte o fibrinogênio em fibrina, que forma uma rede de filamentos que
retém plaquetas, hemácias, leucócitos e plasma, formando o coágulo. A síntese de fatores de coagulação
(como protrombina) ocorre no fígado e depende de vitamina K. De forma semelhante, para essa
conversão é necessária a presença de íons cálcio.
(4) regeneração: crescimento de tecidos fibrosos no coágulo sanguíneo para obturar o orifício do vaso.

Tipos Sanguineos:
O sangue humano é classificado em grupos e subgrupos, sendo os mais importantes o ABO (A, B, AB e
O) e o Rh (positivo e negativo).

Tipo sanguíneos ABO.


Aglutinogênios: são antígenos encontrados na superfície das hemácias e são responsáveis pela determinação do
fenótipo sanguíneo.

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Grupo sanguíneo Aglutinogênio nas hemácias
A A
B B
AB AB
O -

Aglutininas: são proteínas encontradas no plasma sanguíneo. As aglutininas são anticorpos que reagem com os
aglutinogênios.
Ex: Uma pessoa com o tipo sanguíneo A possui aglutinogênio A nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma. Se
receber sangue do tipo B, ou seja, que possua aglutinogênio B, as hemácias do sangue irão aglutinar, formando
aglomerados de células, prejudicando a circulação sanguínea, prejuízos renais e, dependendo do caso, podendo
levar à morte.
Grupo sanguíneo Aglutinina no Plasma
A anti-B
B anti-A
AB -
O anti-A e Anti-B
Transfusões sanguíneas
Para que seja realizada uma transfusão segura, é necessário conhecer o tipo sanguíneo do doador e
receptor. Atualmente, o sangue que será doado passa por uma série de exames.
✓ Pessoas com o sangue tipo A podem receber sangue de pessoas do tipo A e do tipo O, pois o grupo O
não possui aglutinogênios.
✓ Pessoas com o sangue tipo B podem receber sangue de pessoas do tipo B e do tipo O, pois o grupo O
não possui aglutinogênios.
✓ Pessoas do grupo AB podem receber sangue dos grupos A, B, AB e O, pois não possuem aglutininas no
plasma.
✓ Pessoas do grupo O só podem receber sangue de pessoas do grupo O, pois possuem algutininas anti-A e
anti-B.

Tipo sanguineo Rh:


O grupo sanguíneo Rh é assim conhecido pelo fato do antígeno Rh ter sido identificado primeiramente
através de pesquisas no sangue de um macaco Rhesus.
As pessoas que apresentam o fator Rh em seus glóbulos vermelhos são identificadas como Rh+ (Rh
positivas). Aquelas que não apresentam o antígeno Rh são denominados Rhֿ (Rh negativas).

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Quando se procede a uma transfusão sanguínea é necessário verificar se o receptor tem Rh-, pois, se
assim for, ele não poderá receber sangue do tipo Rh+, uma vez que, seu sistema imune produzirá anticorpos
anti-Rh. Uma pessoa do grupo sanguíneo Rh+ pode receber transfusão de sangue tanto do fator Rh+ quanto do
Rhֿ; já as pessoas do fator Rh- podem somente receber sangue Rh-.

8.2. VASOS SANGUINEOS


Artérias:
São vasos que levam o sangue do coração para os órgãos e tecidos corporais. Possui parede espessa
constituída por três camadas. Quando a parede arterial se contrai, seu diâmetro interno diminui; o relaxamento,
por outro lado, leva o aumento do diâmetro interno da artéria. A contração e o relaxamento da parede das
artérias permitem controlar a pressão do sangue que circula em determinada região do corpo.
As artérias que partem do coração ramificam-se em artérias menores (arteríolas) e prolongam-se
formando vasos ainda mais finos, os capilares sanguineos.
Artérias coronárias, responsáveis pela irrigação sanguinea do músculo cardíaco são ligadas à aorta e
ramificam-se junto às células do miocárdio, fornecendo-lhes sangue oxigenado.
Capilares Sanguineos:
São vasos finíssimos que estabelecem comunicação entre uma arteríola e uma vênula. A parede dos
capilares é constituída por uma única camada de células com pequenos espaços entre si por onde extravasa
liquido tissular que banha as células próximas, nutrindo e oxigenando-as. As células por sua vez eliminam gás
carbônico e excreções no líquido tissular.
Veias:
São vasos que levam sangue de órgãos e tecidos para o coração, promovendo o retorno da circulação
sanguínea. As parede são menos espessas que das artérias e possuem válvulas que impedem o refluxo de
sangue, garantindo sua circulação em um único sentido.
Também o movimento dos músculos esqueléticos próximos a elas, que as espremem, fazem com que o
sangue flua em seu interior. Nos órgãos e tecidos, as veias estão ligadas às extremidades dos capilares, sendo
denominadas vênulas. Estas reúnem-se e formam veias de calibre maior, até as grandes veias que desembocam
no coração (veia cava superior e inferior).

8.3. O CORAÇÃO

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O coração é um órgão muscular localizado no mediastino, espaço interior do tórax situado entre os dois
pulmões. A função desse órgão é o bombeamento de sangue através dos vasos sanguineos. O suprimento de
sangue necessário à manutenção da vida ocorre graças à contração do músculo cardíaco chamado miocárdio.
Esse músculo é protegido por uma membrana fibrosa denominada pericárdio. Nos adultos, o coração mede
cerca de 12 centímetros de comprimento por 8 a 9 de largura e 6 de espessura. Sua massa varia, no homem, de
280 a 340 gramas e, na mulher, de 230 a 280 gramas.
O coração é constituído por quatro câmaras cardíacas, as duas superiores são os átrios e as duas
inferiores, os ventrículos. Os átrios são separados pelo septo interatrial e os ventrículos pelo septo
interventricular. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide,
enquanto o átrio esquerdo comunica-se com o ventrículo esquerdo por uma outra válvula, denominada
bicúspide ou mitral. Essas válvulas impedem o refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios. Isso significa
que o sangue não pode retornar aos átrios quando está sendo impulsionado dos ventrículos para as grandes
artérias que saem do coração.
Além da tricúspide e da mitral, existem as válvulas semilunares localizadas na saída das grandes artérias
do coração (aorta e tronco pulmonar – que se bifurca, formando as duas artérias pulmonares). Essas válvulas
garantem o fluxo de sangue num único sentido, do ventrículo esquerdo para a artéria aorta e do ventrículo
direito para as artérias pulmonares.
Isso impede o retorno do sangue para os ventrículos.

8.4. TRAJETORIA DO SANGUE:


CORAÇÃO → ARTÉRIAS → CAPILARES → VEIAS → CORAÇÃO
O coração funciona como uma bomba dupla. No seu lado esquerdo, circula sangue arterial (rico em O2).
Os processos que caracterizam a passagem de sangue pelas câmaras cardíacas ocorrem ao mesmo tempo. Isso
significa que o sangue enche os dois átrios (esquerdo e direito) simultaneamente. Em seguida, o sangue é
conduzido para os ventrículos (esquerdo e direito).
Os movimentos das câmaras do coração dependem da contração e do relaxamento do músculo
miocárdio. Assim, quando ocorre a contração atrial ou ventricular essas câmaras cardíacas estão impulsionando
o sangue. Esse movimento denomina-se sístole. Por sua vez, quando o átrio ou o ventrículo recebem sangue,
ocorre o relaxamento da musculatura cardíaca. A esse movimento chamamos diástole.
É importante destacar que quando o átrio realiza a sístole, o ventrículo está em diátole e vice-versa.
➢ ATIVIDADE:
1) Escreva sucintamente em seu caderno a trajetória do sangue pelo organismo.
Pequena Circulação (pulmonar)
CORAÇÃO → PULMÃO → CORAÇÃO
Inicia-se no ventrículo direito que recebe o sangue venoso do átrio direito e o bombeia das artérias
pulmonares para os pulmões, onde ocorrerá a oxigenação (hematose). Em seguida, as veias pulmonares
conduzem o sangue arterial para o átrio esquerdo.
Na pequena circulação, o sangue venoso foi transportado por artérias e o sangue arterial, por veias. Isso
ocorre porque o sangue que sai do coração é impulsionado com maior pressão pelas artérias, que são vasos mais
resistentes e de maior calibre.
Grande Circulação:
CORAÇÃO → SISTEMAS CORPORAIS → CORAÇÃO
Inicia-se no ventrículo esquerdo que recebe o sangue arterial do átrio esquerdo. Com isso, o sangue é
bombeado para a artéria aorta que, através de suas ramificações, transporta o sangue oxigenado para todo o
corpo. Depois de ter drenado o corpo, o sangue, que agora é venoso, chega ao coração através das veias cavas
(superior e inferior), desembocando no átrio direito.
A circulação completa demora cerca de 1 minuto, enquanto o coração bate aproximadamente 70 vezes
neste período. O número de contrações por minuto denomina-se freqüência cardíaca.
➢ ATIVIDADE:
2) O que é e como funciona o marcapasso cardíaco?
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9. SISTEMA LINFÁTICO
Sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos
linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não retornou aos capilares
sangüíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sangüínea. É constituído pela linfa, vasos e órgãos
linfáticos.

Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão se
unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a
linfa procedente da parte inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do tórax)
e o duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e de parte do tórax), que
desembocam em veias próximas ao coração.

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Linfa: líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não
possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. No sangue os linfócitos
representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos.
Órgãos linfáticos: amígdalas (tonsilas), adenóides, baço, linfonodos (nódulos linfáticos) e timo (tecido
conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos).
• Amígdalas (tonsilas palatinas): produzem linfócitos.
• Adenóides: têm como função a produção de linfócitos e anticorpos, ajudando o organismo a se defender
de microrganismos que invadem as cavidades nasal e oral.
• Timo: órgão linfático mais desenvolvido no período pré-natal, regride desde o nascimento até a
puberdade.
• Linfonodos ou nódulos linfáticos: órgãos linfáticos mais numerosos do organismo, cuja função é a de
filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter, como vírus e bactérias. Nele ocorrem
linfócitos, macrófagos e plasmócitos. A proliferação dessas células provocada pela presença de bactérias
ou substâncias/organismos estranhos determina o aumento do tamanho dos gânglios, que se tornam
dolorosos, formando a íngua.
• Baço: órgão linfático, excluído da circulação linfática, interposto na circulação sangüínea e cuja
drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que,
através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue em
circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o
sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na
resposta imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um
grande nódulo linfático.

Origem dos linfócitos: medula óssea (tecido conjuntivo reticular mielóide: precursor de todos os elementos
figurados do sangue).
Linfócitos T – maturam-se no timo.
Linfócitos B – saem da medula já maduros.
Os linfócitos chegam aos órgãos linfáticos periféricos através do sangue e da linfa.

➢ ATIVIDADE
1) Escreva como ocorre a circulação linfática envolvendo capilares linfáticos, ductos, linfonodos.

2) O que é um linfonodo infartado? Porque acontece?

3) Uma das principais funções do sistema linfático é a drenagem do fluido sanguíneo extravasado dos capilares.
A elefantíase é uma doença parasitaria causada por um verme que bloqueia e prejudica os vasos e linfonodos,
obstruindo-os. Em geral, o verme aloja-se nos membros inferiores, que se tornam inchados e deformados,
lembrando a pata de um elefante. Como você explicaria esse inchaço, conhecendo onde os parasitas se instalam
e a função do sistema linfático no organismo.
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10. SISTEMA IMUNOLOGICO OU IMUNITARIO
O sistema imunológico humano (ou sistema imune, ou ainda imunitário) consiste numa rede de células,
tecidos e órgãos que atuam na defesa do organismo contra o ataque de invasores externos. Estes invasores
podem ser microrganismos (bactérias, fungos, protozoários ou vírus) ou agentes nocivos, como substâncias
tóxicas (ex. veneno de animais peçonhentos). As substâncias estranhas ao corpo são genericamente chamadas
de antígeno. Os antígenos são combatidos por substâncias produzidas pelo sistema imune, de natureza proteica,
denominadas anticorpos, que reagem de forma específica com os antígenos. Quando o sistema imune não
consegue combater os invasores de forma eficaz, o corpo pode reagir com doenças, infecções ou alergias. A
defesa corporal é realizada por um grupo de células específicas que atuam no processo de detecção do agente
invasor, no seu combate e total destruição. Todo este processo é denominado de resposta imune.
O sistema imunitário é composto por dois grupos de órgãos, os órgãos imunitários primários e os
órgãos imunitários secundários. Os primeiros são assim denominados por serem os principais locais de
formação e amadurecimento dos linfócitos. Já os segundos, são secundários por atuarem no sistema
imunológico após a produção e amadurecimento dos linfócitos. Veja quais são os órgãos que compõem esses
dois grupos:
Órgãos imunitários primários
Medula óssea – além da produção de células sanguíneas e plaquetas, a medula produz linfócitos B, linfócitos
matadores. É nesse órgão que ocorre o processo de amadurecimento dos linfócitos B.
Timo – o timo é responsável por produzir linfócitos T maduros.
Órgãos imunitários secundários
Linfonodos – estão presentes nos vasos linfáticos; neles a linfa é filtrada, permitindo que partículas invasoras
sejam fagocitadas pelos linfócitos ali presentes.
Tonsilas – possuem função semelhante aos linfonodos. Estão localizadas na parte posterior da boca e acima da
garganta.
Baço – o baço filtra o sangue para remover microrganismos, substâncias estranhas e resíduos celulares, além de
produzir linfócitos.
Adenoides – constituem de uma massa de tecidos linfoides protetores localizados no fundo da cavidade nasal.
Têm como função proteger o organismo de bactérias e vírus causadores de doenças transmitidas pelo ar.
Apêndice cecal – é uma pequena extensão tubular localizada no ceco, primeira porção do intestino grosso.
Através da atuação das bactérias presentes nessa estrutura, microrganismos invasores são combatidos.

➢ ATIVIDADE
1) Revise os tipos de leucócitos e suas funções.

As células do sistema imune pertencem a dois grupos principais, os linfócitos e os macrófagos. Veja
abaixo as células principais desse sistema e as principais funções de cada uma delas:
Macrófagos – são importantes na regulação da resposta imune. Estão presentes nos tecidos conjuntivose
no sangue (quando são chamados de monócitos) e, no sistema imune, possui a função de detectar
e fagocitar (processo que engloba e digere substâncias no organismo) microrganismos invasores, células mortas
e vários tipos de resíduos. Essas células são as primeiras a perceber a presença de agentes invasores.
Linfócitos - essas células, presentes no sangue, são um tipo de leucócito (glóbulo branco) e podem ser
de três tipos principais:
• Linfócitos B – a principal função desse tipo celular é a produção de anticorpos, quando maduros e
ativos. Nesta fase são denominados plasmócitos.
• Linfócitos T auxiliadores (CD4) – através de informações recebidas pelos macrófagos, são estimuladas
a ativar outros tipos de linfócito T, os linfócitos T matadores (CD8) e os linfócitos B. São os linfócitos
auxiliadores os responsáveis por comandar a defesa do organismo.
• Linfócitos T matadores (CD8) – recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células
anormais, infectadas ou estranhas ao organismo.

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Sistema imunológico em ação
Um agente invasor, ao entrar no organismo, gera um mecanismo de defesa, a resposta imune. As
substâncias invasoras são detectadas pelos macrófagos, que irão atuar em sua digestão parcial e na comunicação
aos demais componentes do sistema imune da invasão sofrida, para que essas substâncias sejam totalmente
destruídas e eliminadas. Após a atuação dos macrófagos, os linfócitos T auxiliadores entram em ação, ligando-
se aos antígenos invasores. Este processo estimula a produção, pelos leucócitos, de compostos
denominados interleucinas, que atuarão na ativação e estímulo para a produção de mais linfócitos T
auxiliadores. Estes novos linfócitos intensificarão o combate aos antígenos e liberarão outros tipos de
interleucinas, que estimularão a produção de linfócitos T matadores e linfócitos B que produzem anticorpos
específicos contra os antígenos, neutralizando-os. Depois de estimulados, estes linfócitos B se multiplicam e
produzem anticorpos até que os antígenos sejam desativados e eliminados.
Parte dos linfócitos B produzidos é armazenado, estes são um tipo de linfócito especial, denominados de
células de memória. Estas guardam durante anos, ou pelo resto da vida, a capacidade de reconhecer agentes
infecciosos com os quais o organismo já se deparou. Havendo um novo ataque por agentes conhecidos, as
células de memória são estimuladas a se reproduzir, dando início ao processo de defesa do organismo, em um
curto intervalo de tempo.
➢ ATIVIDADE: Continue o desenho que representa a produção de anticorpos

Vacinas: Antígenos isolados de microrganismos causadores de doenças ou mesmo microrganismo vivos


atenuados (tratados de modo a não causar doenças). As vacinas desencadeiam uma resposta imunitária primária.
Caso o organismo seja invadido pelo microrganismo contra o qual foi imunizado ocorrerá resposta imunitária
secundária que é rápida e intensa, onde os invasores são destruídos antes de aparecer os sintomas da doença.
Soros Imunes : São toxinas de bactérias, peçonhas de cobra, aranhas, escorpiões, etc. que tem efeito fulminante
e precisam ser inativados rapidamente por soro imune (anticorpos prontos extraídos de animais imunizados). Ao
serem injetados no paciente os anticorpos do soro reconhece a substancia tóxica inativando-a. Não tem memória
imunitária e deve-se evitar a administração de um soro mais de uma vez.

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11. SISTEMA URINÁRIO
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o
principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga
urinária e pela uretra.

Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna
vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma camada de gordura. Têm a
forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a
medula - mais interna.
Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões
de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal.
O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, uma
expansão em forma de taça, denominada cápsula de Bowman, que se conecta com o túbulo contorcido
proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor.
São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções.
Como funcionam os rins
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando
grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do néfron,
formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi.
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão, que
normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula de
Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias extravasadas para a cápsula de Bowman constituem
o filtrado glomerular, que é semelhante, em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que
não possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares glomerulares.
O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é formada por
células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons
provoca a remoção de cloro, fazendo com que a concentração do líquido dentro desse tubo fique menor
(hipotônico) do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo
descendente da alça de Henle, há passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os
capilares sangüíneos (hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do
rim com gradientes crescentes de concentração. Conseqüentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos,
de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta.
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é
formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre
remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é

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permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sangüíneos. Ao sair do néfron, a urina entra
nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água.
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém são
formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que aproximadamente 99% do filtrado glomerular
é reabsorvido.
Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de
aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais encontradas.
Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso único, a
veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao coração.
Regulação da função renal
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do
corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função da
maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em função da
menor reabsorção de água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético),
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sangüíneo é detectada por
receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água),
esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os
túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água.
Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração
do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, conseqüentemente, menor absorção de
água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que torna a urina mais
diluída.
Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH, aumentando a produção de
urina. Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a aldosterona,
produzida nas glândulas supra-renais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, possibilitando
maior retenção de água no organismo. A produção de aldosterona é regulada da seguinte maneira: quando a
concentração de sódio dentro do túbulo renal diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age
sobre uma proteína produzida no fígado e encontrada no sangue denominada angiotensinogênio (inativo),
convertendo-a em angiotensina (ativa). Essa substância estimula as glândulas supra-renais a produzirem a
aldosterona.
A Eliminação da urina
Ureter
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada vez mais grossos. A
fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter, que deixa o rim em direção à bexiga urinária.
Bexiga urinária
É uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é acumular a urina produzida nos
rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente
através da uretra.
Uretra
É um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no homem, na extremidade do
pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando
a musculatura desses anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.
Composição da urina: é essencialmente água, correspondendo a 95% de todo o líquido. Os restantes
5% dizem respeito às toxinas e substâncias em excesso que são excretadas. A ureia corresponde a 2%, sendo os
outros 3% divididos por substâncias como ácido úrico, amónia, creatina e minerais, entre os quais sódio,
potássio, cálcio, fosfato, sulfato e magnésio. Esta é a composição da urina em indivíduos saudáveis.
Características físicos da urina:
Cor: É um caractere físico de extrema importância e através dele pode-se ter uma idéia do
funcionamento normal ou de uma disfunção e ate mesmo presença de uma patologia. A cor da urina é variável
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podendo ser amarelo citrino, amarelo claro e amarelo ouro em condições normais. As urinas patológicas são
geralmente avermelhadas, âmbar e negra. Ao ingerir alguns medicamentos, estes podem contribuir na coloração
da urina, tornado-a alaranjada, azul ou um tipo de amarelo brilhante.
Odor: A urina possui um cheiro característico e normal denominado Suis Generis (S.G.). É muito
comum encontrar em urinas de pacientes diabéticos um cheiro de frutas.
Aspecto: A urina possui um aspecto transparente a clara. Ela torna-se turva quando seus constituintes
solúveis tornam-se insolúveis, devido a mudança do pH, temperatura e saturação.
Volume: Não existe um valor normal para o volume da urina. Geralmente a quantidade de urina é maior
durante o dia e a noite é reduzida. O volume excretado varia muito com a alimentação, exercício físico, ingestão
de líquidos e temperatura.

➢ ATIVIDADE
1) Assinale a alternativa da tabela que identifica corretamente as substancias transportada pelo sangue nos rins
(o sinal + indica sangue rico na substancia mencionada).
Artéria renal Veia renal
Alternativas Oxigênio Gás Ureia Oxigênio Gás Ureia
carbônico carbônico
a) + + +
b) + + + +
c) + + +
d) + + +
e) + + +
2) Após a discussão sobre os sistemas humanos, o professor pediu aos alunos que levassem casos de distúrbios
encontrados na família. Na aula seguinte, um dos alunos comentou que um tio foi para o hospital porque estava
com dor abdominal muito forte e que o médico indicou que seu tio bebesse bastante água para que a pedra fosse
expelida de forma natural. O aluno perguntou para o professor se a pedra que seu tio precisa eliminar é
proveniente de algum alimento que tinha na sua composição uma pedra não vista pelo seu tio no momento da
alimentação. Vários alunos levantaram diferentes hipóteses em aula, e o professor explicou de forma correta aos
alunos que
a) a pedra é formada no sistema urinário, como nos rins, devido ao alto consumo de sais e proteínas na
alimentação e baixa ingestão de água.
b) a pedra está localizada no sistema digestivo, devido ao alto consumo de compostos sólidos na alimentação,
como proteínas, que não foram corretamente digeridas.
c) a pedra que causou dor abdominal no tio está localizada no apêndice, devido ao consumo de compostos
sólidos e, caso não seja expelida com as fezes, é necessário retirar o apêndice.
d) a pedra é formada pelo próprio organismo devido ao acúmulo de sais no sistema reprodutor masculino, como
na uretra, levando a dores abdominais intensas.
4) A excreção é um processo vital para a saúde e bem-estar humano e também de outras espécies de seres vivos.
Os resíduos metabólicos que se acumulam no corpo são tóxicos e, sem uma detecção adequada, podem levar à
morte do organismo. O sistema excretor tanto encontra esses resíduos quanto os descarta, permitindo que o
corpo permaneça saudável e funcional. O tipo de excreção das substâncias tóxicas oriundas do metabolismo
apresenta relação direta com a quantidade de água disponível na composição corpórea de organismo, como
também está associado ao ambiente onde vivem. Os animais eliminam esses resíduos sob a forma de amônia,
ureia ou ácido úrico. Considerando o sistema excretor humano e o tipo de excreta produzida pelo seu
metabolismo, os seres humanos são classificados como
a) uricotélico: o principal produto de excreção é o ácido úrico.
b) ureotélico: o principal produto de excreção é a ureia.
c) cetonúrico: o principal produto de excreção são os corpos cetônicos.
d) amoniotélico: o principal produto de excreção é a amônia.

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12. SISTEMA NERVOSO
Cada movimento inconsciente, como o piscar dos olhos, até a ação voluntária de levantar os braços,
depende do sistema nervoso. Esse sofisticado mecanismo espalha-se por todas as partes do corpo, trazendo
inúmeras informações, transmitindo ordens e estimulando as ações musculares e dos demais órgãos. Sendo
assim, o sistema nervoso constitui uma complexa rede transmissora que possibilita a relação do organismo com
o ambiente, seja ele externo (fora do corpo) ou interno (dentro do corpo).
O sistema nervoso é formado pelas seguintes estruturas:
• sensoriais, que captam estímulos externos e internos;
• integradoras, que processam e guardam as sensações nervosas;
• motoras, que produzem movimentos musculares e secreções glandulares.
Os neurônios
As células nervosas ou neurônios são especializadas na propagação dos impulsos nervosos. A estrutura
dessas células é formada por:
• corpo celular;
• dendritos (expansões do corpo celular);
• axônio;
• telodendros (ramificações terminais dos axônios).

SINAPSE:
É a região entre os terminais axônicos de um neurônio e a superfície de outra célula, que pode ser um
outro neurônio, um músculo ou uma glândula. As mais comuns são: sinapse entre um neurônio e outro

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neurônio, e entre um neurônio e uma fibra muscular (neuromuscular). Por meio do impulso nervoso há
liberação de mediadores químicos, que atravessam a sinapse e podem excitar ou inibir a célula seguinte.São
mediadores químicos ou neurotransmissores: acetilcolina, adrenalina (epinefrina), noradrenalina
(norepinefrina), serotonina, dopamina.
DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO:

Sistema Nervoso central (SNC)


➢ Encéfalo
• Cérebro: Recebe os estímulos dos órgãos dos sentidos, controla a musculatura esquelética (voluntária) e
é responsável pela memória e inteligência.
• Tronco Encefálico:
• O mesencéfalo é responsável por algumas funções como a visão, audição, movimento dos olhos
e movimento do corpo.
• A ponte participa de algumas atividades do bulbo. Interfere no controle da respiração, é um
centro de transmissão de impulsos para o cerebelo e atua ainda, como passagem para as fibras
nervosas que ligam o cérebro à medula.
• O Bulbo recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções autônomas,
chamadas de vida vegetativa, como: batimentos cardíacos, respiração, pressão do sangue,
reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir.
• Cerebelo: Controla os movimentos e o equilíbrio do corpo.

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➢ Medula espinhal É um órgão ligado ao bulbo e aos 31 pares de
nervos raquidianos que funciona como uma estação
retransmissora para o encéfalo. As informações
colhidas nas várias regiões do corpo chegam à
medula e são retransmitidas ao encéfalo para serem
analisadas. Grande parte das ordens elaboradas no
encéfalo passam pela medula para chegar ao seu
destino.
Os órgãos do SNC são protegidos por três
membranas formadas por tecido conjuntivo, as
meninges e pelos ossos do crânio e da coluna
vertebral. A meninge mais externa denomina-se
dura-máter, a intermediária arac-
nóide (semelhante a uma teia de aranha) e a
membrana que permanece em contato direto com a
massa nervosa, chama-se pia-máter. Entre a
aracnóide e a pia-máter e também no interior das
cavidades do sistema nervoso, circula o líquido
cefalorraquidiano ou líquor que funciona como
proteção complementar do encéfalo e da medula,
amortecendo os choques mecânicos, como no caso
de uma batida na cabeça.

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Sistema Nervoso Periférico (SNP)
O sistema nervoso periférico é dividido em somático ou voluntário e visceral ou autônomo.
• SNP Voluntário ou Somático
O SNP somático é constituído por nervos e gânglios nervosos. Existem dois tipos de nervos periféricos: os
cranianos (12 pares), que partem do encéfalo, e os raquidianos (31 pares), que partem da medula. Os 12 pares
de nervos cranianos atuam sobre os músculos que movem a cabeça e a face e trazem sensações dos órgãos dos
sentidos. Já os 31 pares de nervos raquidianos trazem os estímulos da pele e dos órgãos viscerais (nervos
sensitivos) e levam estímulos para a musculatura do corpo (nervos motores).
Nervos: são conjuntos de fibras nervosas (axônios ou dendritos) envolvidos por tecido conjuntivo, com
vasos sangüíneos que nutrem essas fibras. Os nervos transmitem impulsos nervosos das diversas regiões do
corpo para o SNC e vice-versa.
Os nervos são classificados em:
• sensitivos (aferentes);
• motores (eferentes);
• mistos (formados por fibras motoras e sensitivas).
As fibras nervosas sensitivas levam os impulsos do ambiente externo (pele) e interno (órgãos) até o sistema
nervoso central. Esses impulsos passam pela substância branca da medula e chegam ao encéfalo, onde são
interpretados. Em resposta, as fibras nervosas motoras transmitem os impulsos do SNC até o local estimulado
como os músculos.

• SNP Autônomo ou Visceral


O SNP autônomo é constituído por nervos simpáticos e parassimpáticos que agem de forma contrária, ou
seja, quando um inibe, o outro estimula determinada função e vice-versa. Na verdade, o sistema autônomo
regula as atividades que não dependem de nossa vontade, como os batimentos cardíacos, os movimentos
peristálticos, a contração ou dilatação das pupilas, o controle da musculatura da bexiga, etc.

Comparação entre as atividades dos nervos simpáticos e parassimpático


Arco Reflexo:
O arco reflexo consiste em uma resposta involuntária a um estímulo sensorial, resultando em respostas
simples, como afastar a mão de um objeto quente. Ele é involuntário e a resposta deve ser rápida, não
necessitando passar pelo cérebro (nós só tomamos consciência do que ocorreu depois que o ato já se realizou).
Os receptores da dor existentes na mão são estimulados e enviam informação sensorial rapidamente através das
fibras aferentes para a medula espinhal, onde as fibras são ativadas para produzirem a resposta muscular
apropriada, e a mão é retirada do local. O influxo sensorial é transmitido a partir de receptor por nervos
sensoriais (aferentes) que penetram na medula espinhal através da raiz dorsal ou sensorial. Tais nervos fazem
sinapse na medula através de interneurônios que funcionam como estações de retransmissão com o intuito de
distribuir a informação aos vários níveis da medula. A seguir o impulso atravessa a via da raiz motora através
dos neurônios motores anteriores para os órgãos efetores, que são os músculos.

➢ ATIVIDADE
1) A cafeína atua no cérebro, bloqueando a ação natural de um componente químico associado ao sono, a
adenosina. Para uma célula nervosa, a cafeína se parece com a adenosina e combina-se com seus receptores.
Então, ao invés de diminuir a atividade sãs células por causa do nível de adenosina, as células aumentam sua
atividade, fazendo com que os vasos sanguíneos do cérebro se contraiam, uma vez que a cafeína bloqueia a
capacidade da adenosina de dilatá-los. Com a cafeína bloqueando a adenosina, aumenta a excitação dos
neurônios, induzindo a hipófise a liberar hormônios que ordenam às suprarrenais que produzam adrenalina,
considerada o homônio do alerta. (http://ciencia.hsw.uol.com.br 23/04/2010)
Infere-se do texto que o objetivo da adição de cafeína em alguns medicamentos contra dor de cabeça é:
a) contrair os vasos sanguíneos do cérebro, diminuindo a compressão sobre as terminações nervosas.
b) aumentar a produção de adrenalina que proporciona sensação de sedação.
c) aumenta os níveis de adenosina que diminui a atividade celular.
d) induz a hipófise a inibir hormônios, estimulando a produção de adrenalina.
e) excitar os neurônios, diminuindo a transmissão de impulsos nervosos que causam a dor.
2) A esclerose múltipla é uma doença causada pela perda da bainha de mielina (desmielinização) dos neurônios.
Essa alteração dos neurônios tem como conseqüência:
a) O aumento das expansões da membrana plasmática do axônio, na tentativa de repor a bainha de mielina.
b) A diminuição do espaço entre os nódulos de Ranvier, dificultando a transmissão dos impulsos nervosos
nesses neurônios.
c) A diminuição da velocidade de propagação dos impulsos nervosos nos neurônios afetados pela doença.
d) O aumento da produção de neurotransmissores para facilitar a produção do impulso nervoso nos nódulos de
Ranvier.
e) A propagação do impulso nervoso nos dois sentidos da fibra nervosa, causando, assim, um colapso do
sistema nervoso
3) Os anestésicos, largamente usados pela Medicina, tornam regiões ou todo o organismo insensível à dor
porque atuam:
a) nos axônios, aumentando a polarização das células.
b) nas sinapses, impedindo a transmissão do impulso nervoso.
c) nos dendritos, invertendo o sentido do impulso nervoso.
d) no corpo celular dos neurônios, bloqueando o metabolismo.
e) na membrana das células, aumentando a bomba de sódio.
3) Pesquise a função dos seguintes neurotransmissores:
a) ácido gama-aminobutírico (GABA):
b) glutamato:
c) endorfina:
d) dopamina:
e) serotonina:
f) Adrenalina:
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13. SISTEMA SENSORIAL
O ser humano está continuamente recebendo estímulos do mundo que nos cerca. Os sentidos do olfato,
do paladar, da audição, do tato e da visão desempenham importante papel nisso. Eles são vias de entrada de
informação em nosso corpo

VISÃO
Nos seres humanos, o olho é uma esfera com cerca de 3 centímetros de diâmetro, onde as principais
partes são:

Córnea: é uma membrana transparente que está presa à esclera na parte da frente do olho. Permite a
entrada da luz e, juntamente com o cristalino, faz com que ela seja focada para a retina. A transparência e a
curvatura da córnea são essências para assegurar uma visão nítida.
Coroide: é a camada do meio do olho, formada por um tecido constituído de vasos sanguíneos e nervos,
que tem como funções manter a temperatura do globo ocular, nutri-lo e conduzir o fluxo sanguíneo.
Cristalino: é uma estrutura de consistência elástica que fica mais espessa para a visão do que está
próximo e mais fina para a visão do que está mais distante, permitindo assim ajustar o foco do que é visualizado
de acordo com a distância. Cresce ao longo de toda a vida do ser humano e funciona como uma lente que,
juntamente com a córnea, direciona a passagem da luz até a retina.
Esclera: comumente chamada de “branco do olho”, é a camada mais externa do olho, constituída de um
tecido fibroso bastante denso e resistente, e tem como função proteger o globo ocular. À ela estão ligados os
músculos que controlam os movimentos dos olhos.
Humor aquoso: fluido situado entre a córnea e o cristalino, preenchendo a câmara anterior do olho.
Humor vítreo: fluido gelatinoso que está situado entre o cristalino e a retina, preenchendo assim a
câmara posterior do olho.
Íris: é a parte colorida do olho e está situada entre a córnea e o cristalino. É uma musculatura retrátil que
se expande e se contrai, regulando a quantidade de luz que entra no olho através de um orifício designado
pupila.
Nervo ótico: está ligado à retina. É através dele que são transmitidos os impulsos elétricos ao cérebro,
que posteriormente os interpreta gerando assim a imagem que visualizamos.
Pupila: é a parte escura localizada no centro da íris. Apesar de muitos pensarem tratar-se de um pequeno
círculo de pigmentação escura, é na verdade um orifício. A sua dimensão é aumentada ou reduzida pela íris,
consoante a quantidade de luz recebida. Quando a luminosidade é baixa, a íris dilata a pupila para que seja
captada a maior quantidade de luz possível, e quando a quantidade de luz é muita, a dimensão da pupila é
reduzida pela íris, diminuindo assim a entrada de luz e evitando que o indivíduo seja ofuscado.
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Retina: é camada mais interna do olho, constituída por dois tipos de células
designados bastonetes (células muito sensíveis à luz que permitem a visão em condições de baixa luminosidade
e detectam apenas tonalidades de cinza) e cones (células menos sensíveis à luz, que distinguem cores e
tonalidades
Quando se olha para algo ou alguém, este objeto ou ser reflete raios de luz. Essa luz entra nos olhos
através da córnea e, chegando ao cristalino, é focada de forma nítida sobre a retina.
Como resultado desse processo, é formada na retina uma imagem invertida daquilo que é focado. Neste
momento, os cones e os bastonetes enviam mensagens ao cérebro e isso desencadeia impulsos elétricos que são
transmitidos ao cérebro pelo nervo ótico. O cérebro então interpreta a imagem recebida e está concluído o
processo da visão.
Na parte anterior dos olhos encontram-se as pálpebras superiores, as inferiores e os cílios, que também
atuam como protetores da visão, impedindo a entrada de corpos estranhos.
No canto interno da pálpebra são encontrados dois pequenos orifícios denominados ponto lacrimal
superior e inferior. É por eles que escoam as lágrimas, seja por reação física ou emocional. A sobrancelha
também é considerada fator de proteção, por dificultar a passagem do suor da testa para os olhos.
➢ ATIVIDADE
Pesquise as disfunções da visão:
1) Miopia
2) Hipermetropia
3) Astigmatismo
4) Estrabismo
5) Catarata
6) Glaucoma

PALADAR /GUSTAÇÃO
A língua: que também participa na emissão do som, é formada por uma massa de tecido muscular
estriado, recoberta por uma mucosa. Possui forma achatada e ligeiramente cônica. É composta por duas partes:
a superior ou dorsal, onde localizam-se as papilas linguais ou gustativas, cujas terminações nervosas transmitem
a sensação do gosto – processo em que a saliva representa importante função, haja vista que sua viscosidade
favorece a captação dos estímulos; a inferior ou ventral, que pode ser vista quando se eleva a ponta da língua
em direção ao palato (céu da boca).

➢ ATIVIDADE
1) Existe o 5º sabor? Qual é em que alimentos encontra-se?

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OLFATO
O nariz, órgão do olfato, é formado por duas cavidades, as fossas nasais, medialmente separadas pelo
septo. As fossas nasais possuem orifícios anteriores, que fazem contato com o meio externo, denominados
narinas, e orifícios posteriores que, por sua vez, fazem contato com a faringe, chamados coanas. Na parte
superior das fossas nasais há um revestimento mucoso formado por células olfativas localizadas nas
terminações do nervo olfativo (nervo sensitivo), o que nos faz perceber o olfato. O sentido do olfato é
estimulado através de substâncias químicas espalhadas no ar, motivo pelo qual é considerado um sentido
“químico”. No interior das fossas nasais encontram- se os pêlos, cuja função é “filtrar” o ar respirado - estes
pêlos, juntamente com o muco (secreção da mucosa nasal), retêm na parede interna do nariz os poluentes, além
de diversos microrganismos trazidos pelo ar.

➢ ATIVIDADE
1) Qual a relação ente Olfato e Paladar?

AUDIÇÃO
A orelha, composta por três seguimentos - a orelha externa, a média e a interna - é o órgão responsável
pela audição.
A orelha externa ou pavilhão auditivo possui uma saliência com o formato oval, flexível devido ao
tecido cartilaginoso que a constitui. Seu canal auditivo externo encaminha o som para seu interior, agindo como
um receptor sonoro. Neste canal são encontrados pêlos e glândulas (que produzem uma espécie de cera), cuja
função é proteger a parte interna contra a poeira, microrganismos e outros corpos provenientes do meio externo.
O tímpano, localizado ao final do canal auditivo externo e no início da orelha média, é uma fina
membrana que vibra de acordo com as ondas sonoras. Além dele, a orelha média é composta por três ossículos
respectivamente denominados, pela ordem de localização, martelo, bigorna e estribo – os quais articulam-se
recebendo a vibração da membrana timpânica. É na orelha média que se inicia um canal flexível que se estende
até a faringe, denominado trompa de Eustáquio, cuja função é manter o equilíbrio da pressão atmosférica dentro
da orelha média – também conhecida como caixa do tímpano.
Na orelha interna ou labirinto encontra-se o vestíbulo, uma escavação no osso temporal cuja cavidade
superior comunica-se com os canais semicirculares e recebe a denominação de utrículo. A cavidade inferior é
chamada de sáculo, que se estende até a cóclea ou caracol - nomes que facilmente nos levam a imaginar sua
forma: um longo tubo enrolado. Este tubo contém em sua parte interna o órgão de Corti, composto por células
auditivas com ramificações do nervo auditivo, sendo o principal responsável pela captação de estímulos
sonoros.
Quando há qualquer tipo de som, suas ondas penetram através do conduto auditivo externo e ao
chegarem na membrana timpânica a fazem vibrar. Os ossículos martelo, bigorna e estribo recebem esta vibração
e a encaminham ao ouvido interno. Desta forma, as vibrações chegam à cóclea ou caracol, onde os estímulos

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sonoros são captados e identificados devido a presença de terminações do nervo auditivo. Na orelha interna, os
canais semicirculares são responsáveis pelo equilíbrio de nosso corpo.

➢ ATIVIDADE
1) Pesquisadora da USP revela que a exposição ao barulho diminui o rendimento escolar. O estudo mostra que
"15% das crianças de um conjunto de edifícios da Grande São Paulo, moradoras em andares mais baixos, têm
aproveitamento escolar inferior ao das que moram em imóveis acima do 150. andar". (Época, 12/4/99). Durante
um debate sobre esse assunto, um grupo de estudantes apresentou, na tentativa de minimizar o problema, as
seguintes propostas: I - desvio do trânsito pesado para locais afastados dos centros residenciais; II - promoção
de campanhas educativas para que os motoristas só buzinem o necessário; III - fixação de um padrão de ruído
urbano, em torno de 100 decibéis, para todos os centros urbanos residenciais; IV - conservação e ampliação de
áreas verdes. Assinale a opção que contém a(s) proposta(s) adequada(s) à situação.
a) Apenas I. b. Apenas II e III. c. Apenas I, II e IV. d. Apenas I, III e IV. e. I, II, III e IV.
2) O que é Labirintite?

TATO
O sentido do tato é transmitido pela pele, que reveste todo o corpo e possui em sua camada mais
profunda as terminações nervosas – responsáveis por levar a mensagem da sensação ao cérebro. Com um toque
de mão podemos perceber diferenças como liso e áspero, pequeno e grande, fino e grosso, mole e duro - além
de conseguirmos identificar objetos sem a necessária utilização da visão.
A pele apresenta vários tipos de receptores sensoriais, formados por fibras nervosas – cujo agrupamento
compõe os corpúsculos sensoriais, especializados em captar determinados tipos de sensação – por exemplo,
pressão, temperatura, dor. Na extensão da pele percebemos sensações como frio, calor, dor, coceira, pressão,
ardência, etc.
➢ ATIVIDADE
1) São conhecidos cerca de seis tipos diferentes de receptores táteis. Pesquise quais são eles, função e
localização na pele.

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14. SISTEMA ENDOCRINO
Principais glândulas do corpo humano:
É formado pelo conjunto de glândulas
endócrinas, as quais são responsáveis pela secreção
de substancia denominadas hormônios. As
glândulas endócrinas; do grego endos (dentro), e
krynos (secreção) são assim chamados por que
lançam sua secreção (hormônios) diretamente no
sangue, por onde eles atingem todas as células do
corpo. Cada hormônio atua apenas sobre alguns
tipos de células, denominadas células-alvo. As
células alvo de determinado hormônio possuem, na
membrana ou no citoplasma, proteínas denominadas
receptores hormonais, capazes de se combinar
especificamente com as moléculas do hormônio. É
apenas quando a combinação correta ocorre que as
células-alvo exibem as respostas características da
ação hormonal.

Prostaglândinas e Endorfinas As endorfinas são substancias analgésicas


São de natureza endócrina, produzidas nos mais naturais, liberadas pelo tecido nervoso. Ao que tudo
diferentes tecidos e funcionam como mediadoras na indica, sua taxa no organismo aumenta com a atividade
efetivação de inúmeras funções relacionadas, por física regular. Ligam-se aos mesmos receptores
exemplo, à homeostase, ao ritmo das atividades etc. As específicos para a morfina (potente analgésico),
prostaglandinas agem na musculatura lisa, na encontrados nas membranas de certos neuronios,
coagulação do sangue, nas manifestações de dor e de inibindo assim os mecanismos da dor. Parece que as
febre e nas inflamações. Uma importante descoberta é agulhas usadas na acupuntura induzem a liberação de
que a aspirina bloqueia a ação da enzima relacionada à endorfinas em pontos bem localizados do corpo e têm,
produção de prostaglandinas, entendendo-se assim seu por isso, efeito analgésico.
efeito analgésico, antinflamatório e anticoagulante.
➢ ATIVIDADE muito mais tempo no escuro. Em função das
1) Diversos comportamentos e funções fisiológicas características observadas, conclui-se que a pessoa
do nosso corpo são periódicos, classificados como a) apresentou aumento do seu período de sono
ritmo biológico. Quando responde um período contínuo e passou a dormir durante o dia, pois seu
aproximado de 24 horas, ele é denominado ritmo ritmo biológico foi alterado apenas no período
circadiano e é mantido pelas pistas ambientais de noturno.
claro-escuro e determina comportamentos como o b) apresentou pouca alteração do seu ritmo
ciclo do sono-vigília e o da alimentação. Uma circadiano, sendo que sua noção de tempo foi
pessoa em condições normais acorda às 8 h e vai alterada somente pela sua falta de atenção à
dormir às 21 h, mantendo seu ciclo de sono dentro passagem do tempo.
do ritmo dia e noite. Imagine que essa pessoa tenha c) estava com seu ritmo já alterado antes de entrar
sido mantida numa sala totalmente escura por mais na sala e progrediu para um estado avançado de
de quinze dias. Ao sair de lá, ela dormia às 18 h e perda do ritmo biológico no escuro.
acordava às 3 h da manhã. Além disso, dormia d) teve seu ritmo biológico alterado devido à
mais vezes durante o dia, por curtos períodos de ausência de luz e de contato com o mundo externo,
tempo, e havia perdido a noção da contagem dos no qual a noção de tempo de um dia é modulada
dias, pois quando saiu, achou que havia passado pela presença ou ausência do sol.

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Tabela dos principais hormônios
GLÂNDULA HORMÔNIO FUNÇÃO
Adenoipófise Adrenocorticotrófico Estimula a secreção de glicocorticóides pelas supra-renais
(ACTH)
Tireotrofina (TSH) Estimula a tireóidea a secretar seus hormônios.
Somatrofina (HGH) Estimula o crescimento
Folículo estimulante Estimula os folículos ovarianos nas mulheres e a espermatogenese
(FSH) nos homens.
Luteinizante (LH) Estimula a formação do corpo lúteo e a ovulação nas mulheres e
nos homens as células intersticiais de Leydig a produzirem os
hormonios masculinos.
Prolactina Promove a secreção de progesterona; estimula a produção e a
secreção de leite.
Neuroipófise Antidiurético (ADH) Regula o volume da urina (aumenta a reabsorção de agua).
ou vasopressina
Ocitocina Estimula a contração da musculatura uterina e das glândulas
mamárias.
Tireóide Tiroxina (T4) e Estimula o metabolismo celular – consome iodo para sua
triiodotironina (T3) produção.
Calcitonina Estimula a deposição de calcio nos ossos.
Paratireóides Paratormônio Mantém níveis normais de calcio no sangue.
Pâncreas Insulina Abaixa a glicose do sangue.
Glucagon Estimula a quebra de glicogenio no fígado.
Medula Supra- Adrenalina Aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco. Aumenta o
renal açucar no sangue.
Noradrenalina Acelera os batimentos cardíacos; causa vasoconstrição
generalizada no corpo.
Córtex Supra- Glicocorticóides Afeta o metabolismo dos carboidratos; aumenta a concentração de
renal (cortisol) glicose no sangue.
Mineralocorticóides Promove a reabsorção de sódio e a excreção de potassio pelos rins
(aldosterona)
Andrógenos Determina o surgimento dos caracteres sexuais secundários
masculinos.
Testículo Testosterona Estimula a espermatogenese; desenvolve e mantém as
carcteristicas sexuais secundárias masculinas
Folículo Estrógeno Estimula o crescimento do endométrio; desenvolve e mantém as
caracteristicas sexuais secundárias femininas; maturação dos
Ovários orgãos reprodutores; preparação do útero para gravidez.
Corpo Progesterona e Promove a continuação de crescimento do endométrio; estimula o
amarelo Estrógenos desenvolvimento das glãndulas mamárias.
➢ ATIVIDADES
1) Portadores de diabetes insipidus reclamam da confusão feita pelos profissionais da saúde quanto aos dois
tipos de diabetes: mellitus e insipidus. Enquanto o primeiro tipo está associado aos níveis ou à ação da insulina,
o segundo não está ligado à deficiência desse hormônio. O Diabetes insipidus é caracterizado por um distúrbio
na produção ou no funcionamento do hormônio antidiurético (na sigla em inglês, ADH), secretado pela neuro-
hipófese para controlar a reabsorção de água pelos túbulos renais. Tendo em vista o papel funcional do ADH,
qual é um sintoma clássico de um paciente acometido por diabetes insipidus?
a) Alta taxa de glicose no sangue. B) Aumento da pressão arterial.
c) Ganho de massa corporal. D) Anemia crônica. e) Desidratação.
15. SISTEMA REPRODUTOR
A função primordial do aparelho reprodutor é perpetuar a espécie por meio de reprodução. O Sistema
Reprodutor Masculino é o conjunto de órgãos encarregado da reprodução no homem, assim como o Sistema
Reprodutor Feminino é o conjunto de órgãos encarregado da reprodução na mulher. O organismo feminino é
mais complexo que o do homem, pelo fato de possuir mais um órgão e consequentemente mais uma função: o
útero que abriga e propicia o desenvolvimento de uma nova vida, resultante da união dos gametas.
A reprodução humana começa quando o óvulo inicia sua vagarosa travessia pelas tubas uterinas para o
útero. No percurso, vários milhões de espermatozóides poderão ir ao encontro, mas somente os mais fortes
conseguirão atingi-lo e apenas um deles fecundá-lo. Depois de nove meses se produzirá o nascimento do novo
ser humano.

15.1 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO


Testículos: São os órgãos sexuais primários ou gônadas. São formados por duas estruturas ovóides,
alojadas dentro do escroto – bolsa que aloja os testículos. Os testículos são considerados glândulas mistas, uma
vez que produzem espermatozóides (espermatogênese) e na puberdade produzem também hormônios –
testosterona -, responsáveis pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários. A temperatura ótima para
produção e armazenamento de espermatozóides é de 35o C, razão pela qual os testículos não se localizam no
interior do corpo humano. A temperatura corporal é em torno de 37o C.
Epidídimo: O epidídimo é uma estrutura em forma de C, constituída de cabeça, corpo e cauda, situada na
margem posterior de cada testículo. Além de atuar como via condutora de gametas também armazena
espermatozóides até o momento da ejaculação. É no epidídimo que os espermatozóides sofrem a maturação
durante seu desenvolvimento, que ocorre aproximadamente em 2 meses.
Ducto Deferente: O ducto deferente é o prolongamento da cauda do epidídimo, sendo a estrutura
responsável pela condução do espermatozóide até o ducto ejaculatório.
Ducto Ejaculatório: O ducto ejaculatório é formado pela junção do ducto deferente com o ducto da
vesícula seminal. O ducto ejaculatório também constitui via condutora de gametas, porém possui menor
dimensão e calibre do que as demais vias condutoras de espermatozóides. Seu trajeto passa pelo interior da
próstata.
Uretra: A uretra é um canal comum para eliminação de urina e para ejaculação. Possui cerca de 20
centímetros de comprimento, iniciando-se no óstio interno da uretra, na base da bexiga e com término no
orifício externo da uretra, na glande do pênis. O canal da uretra pode ser dividido em três partes: uretra
prostática, uretra membranosa e uretra peniana. A uretra prostática é a porção que perpassa pela próstata; a
uretra membranosa percorre o assoalho da pelve e a uretra peniana transcorre pelo corpo esponjoso do pênis.
Os túbulos e ductos dos testículos, o epidídimo, o ducto deferente, o ducto ejaculatório e a uretra
constituem as vias condutoras de gametas, desde o local onde são produzidos, até as vias genitais femininas,
onde são eliminados.
Glândulas Anexas: A função primordial das glândulas anexas é facilitar a progressão dos
espermatozóides nas vias genitais. São elas: vesículas seminais, próstata e glândulas bulbo-uretrais.
Vesículas seminais: são em número de duas, situadas na parte póstero-inferior da bexiga; possuem
formato sacciforme e inferiormente sua extremidade torna-se estreita e reta para formar o ducto da vesícula
seminal. As suas secreções fazem parte da constituição do líquido seminal, e atuam na ativação dos
espermatozóides.
Próstata: é um órgão pélvico, ímpar, situado inferiormente à bexiga, constituído de musculatura lisa,
tecido fibroso e glândulas. É atravessado pela uretra e sua secreção confere o odor característico do sêmen.
Glândulas bulbo-uretrais: são duas formações esféricas e pequenas, situadas próximas à porção
membranosa da uretra. Seus ductos desembocam na uretra peniana, secretando seu líquido mucoso que auxilia
na ejaculação.
Pênis: é o órgão da cópula, penetra nas vias genitais femininas e possibilita o lançamento dos
espermatozóides. É constituído de tecido flácido, formado por: 2 corpos cavernosos, que se fixam ao osso da
bacia através dos ramos do pênis – extremidades posteriores, e 1 corpo esponjoso, que apresenta duas
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dilatações: glande (anterior) e bulbo (posterior). O pênis, portanto, possui duas porções: uma porção fixa,
denominada raiz, que é constituída pelo ramo e bulbo do pênis; e uma porção livre, recoberta pelo prepúcio e
denominada corpo do pênis, formada pelos corpos cavernosos e esponjosos, responsáveis pela ereção. No
processo da ereção, os tecidos lacunares se enchem de sangue; o pênis se torna túrgido, e há um aumento no
volume e na rigidez. O prepúcio, dupla camada de pele que recobre o pênis, é fixo ao corpo do pênis através do
frênulo, uma prega mediana e inferior. O prepúcio recobre a glande do pênis.
Sêmen: O sêmen é o líquido constituído por espermatozóides e fluido seminal. É composto por:
secreções da próstata (30%) e vesículas seminais (70%). O fluido seminal é formado de: água, muco, açúcar,
bases e prostaglandinas (hormônios que vão desencadear contrações do útero e tuba uterina).

Fisiologia
A primeira fase do ato sexual masculino é a ereção, que ocorre através de fenômenos vasculares que
propiciam uma congestão sanguínea nos tecidos eréteis do pênis, tornando-o ereto, rígido e com maior volume.
O fenômeno da ereção ocorre através de excitação na região sacral da medula espinhal e transmitida por meio
de nervos parassimpáticos.

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Com o prosseguimento da excitação, um circuito neuronal localizado na região lombar alta da medula
espinhal também se excita e, por meio de nervos autônomos simpáticos, provocam uma série de fenômenos que
proporcionarão a emissão e, logo em seguida, a ejaculação.
Durante a emissão ocorrem contrações do epidídimo, canais deferentes, vesículas seminíferas, próstata,
glândulas bulbo-uretrais e glândulas uretrais. A uretra, então, se enche de líquido contendo milhões de
espermatozóides. Com a ejaculação, ocorrendo logo a seguir, aproximadamente 3,5 a 5 ml. de sêmen são
expelidos ao exterior do aparelho masculino. Este volume de sêmen contém cerca de 200 a 400 milhões de
espermatozóides. O líquido prostático neutraliza a acidez da vagina, possibilitando o movimento dos
espermatozóides no interior do aparelho reprodutor feminino.

15.2 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO


Órgãos internos:
Ovários: São duas gônadas ou glândulas sexuais femininas, também chamados de órgãos primários. Localiza-se
na parte inferior da cavidade abdominal, um de cada lado do útero. Produz óvulos e hormônios sexuais
femininos: estrógenos e progesterona.
Tuba uterina: São tubos musculares e flexíveis que comunicam o ovário com o útero para transportarem os
óvulos. Os espermatozóides que penetram na vagina passam por ela pra atingir o óvulo, consequentemente é o
lugar onde pode ocorrer a fecundação.
Útero: É um órgão oco que possui formato de pêra invertida e se situa entre a bexiga urinaria e o reto.
Comunica-se por um lado com a tuba uterina e por outro com a vagina. É dividido em quatro partes: corpo do
útero, fundo do útero, istmo, colo do útero.
E possui uma estrutura dividida em três camadas:
• Camada interna ou endométrio: sofre modificações com o ciclo menstrual ou na gravidez (é onde o
embrião se instala). Se prepara para receber o óvulo mensalmente, aumentando sua espessura e
formando redes de capilares. Se não ocorrer fecundação ele sofre descamação e ocorre o processo da
menstruação.
• Camada média ou miométrio
• Camada externa ou perimétrio

Vagina: conduto muscular membranoso, que se estende desde o colo do útero até a vulva. É muito elástica e
está coberta por uma pele fina, com muitas pregas. É o órgão feminino que recebe o pênis no ato sexual. Por ela
passa os fluxos menstruais e o feto na hora do parto. A entrada da vagina é protegida por uma membrana
circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e geralmente se rompe nas primeiras
relações sexuais.

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Órgãos externos: (Vulva ou Pudendo Feminino):

Clitóris: É um órgão impar e mediano, erétil, situado na parte antero posterior da vulva, tem uma porção oculta
entre os lábios maiores e outra livre, que termina numa extremidade chamada glande, coberta pelo prepúcio.
Grandes lábios: são duas pregas cutâneas, alongadas, que delimitam entre si uma fenda. Após a puberdade
apresentam-se cobertas de pêlos, embora suas faces internas sejam sempre lisas.
Pequenos lábios: são duas pequenas pregas cutâneas localizadas medialmente aos lábios maiores.
Monte púbico: É uma elevação mediana anterior a sínfis púbica e constituída principalmente de tecido adposo.
Apresenta pêlos espessos após a puberdade.
Óstio da vagina: é a área circundada pelos pequenos lábios que contem a uretra, a vagina e os ductos das
glândulas vestibulares. Essas glândulas secretam algumas gotas de muco durante a excitação sexual, destinadas
a tornar as estruturas úmidas e propicias a relação sexual.
Óstio da uretra: A uretra feminina é bem mais curta e simples do que a masculina. É retilínea para baixo e para
diante, a partir do seu óstio interno da bexiga; atravessa os diafragmas pélvico e urogenital. Corre anteriormente
à vagina e termina no vestíbulo, por seu óstio externo.
Mamas: O estudo das mamas é devido às relações funcionais que estes órgãos mantêm com aqueles da
reprodução e seus hormônios. São dois órgãos glandulares que na mulher destinam-se a secretar o leite para
alimentar o recém nascido durante o período de lactação.

Fisiologia
No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão
transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os ovócitos primários - encontram-se dentro
de estruturas denominadas folículos ovarianos. O inicio da puberdade feminina é marcada pelo aparecimento da
primeira menstruação, (MENARCA – entre 11 e 13 anos), e vai até a última menstruação, (MENOPAUSA -
entre 45 e 50 anos). A partir da menarca a menina passa a ser capaz de gerar uma nova vida, além disso, ocorre
o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários como o desenvolvimento das mamas e o aparecimento de
pêlos em determinadas regiões do corpo.
Durante a vida fértil da mulher, amadurece normalmente apenas um folículo a cada 28-30 dias
produzindo um óvulo fértil, que cai na tuba uterina, onde poderá ser fecundado ou não. No ponto de ruptura do
folículo, na parede do ovário, as células foliculares formam um tecido de cicatrização de função endócrina, o
chamado corpo lúteo (ou amarelo). Se não houver fecundação, o corpo lúteo degenera após 10 dias. Se, no
entanto, o óvulo for fecundado, o corpo amarelo cresce muito e permanece alguns meses produzindo a
progesterona, que é o hormônio da gravidez.
Ciclo menstrual: Compreende um período de 28 a 30 dias, durante o qual se origina um óvulo que, não
fecundado, será expulso junto com secreções, sangue e restos do endométrio, que continua se desenvolvendo
para garantir a fixação, proteção e nutrição do futuro embrião.
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Nos primeiros 14 dias do ciclo, a hipófise, produzindo FSH (Hormônio Folículo Estimulante), estimula a
maturação de um folículo ovariano. Este produz estrógenos, que, chegam ao útero promovendo o crescimento
do endométrio. No 14° dia ocorre a ovulação e nos 14 dias finais do ciclo a hipófise produz alta taxa de LH
(hormônio luteinizante), que estimula o desenvolvimento do corpo amarelo. Este tecido endócrino produz então
a progesterona, que continua estimulando o crescimento do endométrio, preparando-o para receber o zigoto. O
aumento da taxa de progesterona atua sobre a hipófise inibindo a produção do LH. Assim, o corpo amarelo
degenera, cai a taxa de progesterona e ocorre o desprendimento do endométrio, eliminado como fluxo
menstrual.

14.3 Ato sexual e Gravidez

Os espermatozóides lançados na vagina deslocam-se em direção ao útero e às tubas uterinas. Quando


encontram um óvulo no interior das tubas, ocorre a fecundação. Imediatamente, a membrana do óvulo fica
completamente impermeável à penetração de outro espermatozóide. A partir do instante da fecundação, a
célula-ovo começa a se dividir e a ser “empurrada” em direção ao útero por contrações leves da musculatura lisa
da tuba e pelo movimento dos cílios que revestem sua mucosa interna. O ovo leva de dois a quatro dias para
atingir o útero, e a essa altura já pode ser chamado de embrião. O embrião encontra o útero com as paredes
espessada, cheias de vasos sanguíneos e vilosidades, implanta-se nessas paredes e se desenvolve.
Quando chega ao útero, o ovo já iniciou a formação do embrião. O desenvolvimento embrionário é
rápido e em poucos dias o embrião já conta com muitas células. Com o tempo, certas camadas de células se
diferenciam para formar as membranas extraembrionárias. Umas dessas camadas é o córion, que se desenvolve
em contado com a parede do útero, formando inúmeros prolongamentos. A mucosa uterina se desenvolve mais
e se une estreitamente a esses prolongamentos, formando a placenta. É por intermédio da placenta que as
substâncias dissolvidas no plasma materno passam para o feto, alimentando-o. Ela se comunica com o embrião
através do cordão umbilical, dentro do qual passam a artéria e as veias umbilicais. É pela artéria umbilical que o
embrião recebe nutrientes e oxigênio retirados do sangue da mãe. Entre o embrião e as membranas existentes
existe um liquido chamado liquido amniótico. Três a quatro semanas após a fecundação, o coração do embrião
começa a bater. Ao fim do segundo mês o embrião já tem membros, dedos e face com características humanas.
Desse ponto em diante recebe o nome de feto.

Menopausa
Depois de uns 400 ciclos menstruais completos, ou menos, sobrevém o declínio sexual da mulher. A
menopausa, ou interrupção permanente da menstruação, não é o climatério em si, mas uma das manifestações
desse período. Além da suspensão da menstruação, o climatério envolve profundas alterações orgânicas e
psíquica

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Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros
e esses membros não exercem todos a mesma função,
assim também em Cristo nós, que somos muitos,
formamos um corpo, e cada membro
está ligado a todos os outros.
(Romanos 12:4-5)

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