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COMBATE AO ABUSO E À EXPLORAÇÃO

SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

MÓDULO III
FORMAS DE ABUSO, VIOLÊNCIA E EXPLORAÇÃO
DE MENORES
Observação: Todas as imagens de crianças apresentadas nesse curso foram obtidas de site de pesquisa,
de domínio público e são meramente ilustrativas.
Curso de Educação Continuada a Distância
FORMAS DE VIOLÊNCIA:
alguns conceitos

Educação Continuada a Distância


 Abuso sexual intrafamiliar
Qualquer relação de caráter sexual entre um adulto e uma
criança ou adolescente ou entre um adolescente e uma criança ,
quando existe um laço familiar (direto ou não) ou relação de
responsabilidade (COHEN, 1993; ABRAPIA, 2002).
O abusador quase sempre possui uma relação de parentesco com
a vítima e tem certo poder sobre ela, tanto do ponto de vista
hierárquico e econômico (pai, mãe, padrasto), como do ponto de
vista afetivo (avós, tios, primos e irmãos).
Dados absurdos e alarmantes
 Segundo pesquisas feitas pelo SUS e algumas secretarias de saúde
de algumas regiões do país, os números de crianças abusadas e
violentadas é muito maior que os registrados. Pois, por vergonha a
família não registra a ocorrência.

 Conforme os registros feitos, na lista de abusadores intrafamiliar,


encontra-se:
1º pai
2º padrasto
3º tios
4º irmãos
5º avós
 Na família há sempre uma pessoa conivente com o crime:
1º mãe ou madrasta
2º avós
3º irmãos
 Abuso sexual extrafamiliar
Ocorre fora do âmbito familiar e o abusador é, na maioria das
vezes, alguém que a criança conhece e em quem confia: vizinhos ou
amigos da família, educadores, responsáveis por atividades de lazer,
médicos, psicólogos e psicanalistas, padres e pastores. Eventualmente,
o autor da agressão pode ser uma pessoa totalmente desconhecida.
Exemplo: casos de estupros em locais públicos.
FORMAS DE ABUSO E VIOLÊNCIA

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Abuso sexual sem contato físico - são práticas sexuais que não
envolvem contato físico.
 O ASSÉDIO SEXUAL caracteriza-se por propostas de relações
sexuais. Baseia-se, na maioria das vezes, na posição de poder do
agente sobre a vítima, que é ameaçada pelo autor da agressão.

 O ABUSO SEXUAL VERBAL pode ser definido por conversas


abertas sobre atividades sexuais destinadas a despertar o
interesse da criança ou do adolescente ou a chocá-los
Os TELEFONEMAS OBSCENOS são também uma modalidade de
abuso sexual verbal. A maioria deles é feita por adultos,
especialmente do sexo masculino. Podem gerar muita ansiedade na
criança, no adolescente e na família.
O EXIBICIONISMO é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se
masturbar diante da criança ou do adolescente ou no campo de
visão deles. A experiência, contudo, pode ser assustadora para
algumas crianças e adolescentes.
O VOYEURISMO é o ato de observar
fixamente atos ou órgãos sexuais de outras
pessoas, quando elas não desejam serem
vistas e obter satisfação com essa prática.
PORNOGRAFIA pode também ser enquadrada como exploração
sexual comercial, uma vez que, na maioria dos casos, o objetivo da
exposição da criança ou do adolescente é a obtenção de lucro
financeiro.
 ABUSO SEXUAL COM CONTATO FÍSICO
São atos físico-genitais que incluem carícias nos órgãos genitais, tentativas
de relações sexuais, masturbação, sexo oral, penetração vaginal e anal.
Podem ser tipificados em: atentado violento ao pudor, corrupção de
menores, sedução e estupro.
 PEDOFILIA
O conceito social de pedofilia define-se
pela atração erótica por crianças. Essa
atração pode ser elaborada no terreno
da fantasia ou se materializar em atos
sexuais com meninos ou meninas.
Há muitos pedófilos que não cometem
violência sexual, satisfazem-se
sexualmente com fotos de revistas ou
imagens despretensiosas de crianças,
mas que geram neles intenso desejo
sexual.
FORMAS DE EXPLORAÇÃO

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 EXPLORAÇÃO SEXUAL COMERCIAL

 É uma violação fundamental dos direitos da criança.


 Compreende o abuso sexual por adultos e a remuneração em
espécie ao menino ou menina e a uma terceira pessoa ou várias.
 A criança é tratada como objeto sexual e mercadoria.
 Constitui uma forma de coerção e violência contra crianças, que
pode implicar o trabalho forçado e formas contemporâneas de
escravidão.
 TROCAS SEXUAIS
É a oferta de sexo para obtenção de outros favores. Essas práticas são
eventuais e realizadas juntamente com outras estratégias de
sobrevivência, em que as trocas sexuais não predominam ou
predominam apenas temporariamente, ou não há ação continuada de
trabalho sexual.
 TRABALHO SEXUAL INFANTO
JUVENIL AUTÔNOMO
É a venda de sexo realizada por
crianças e adolescentes sem a
participação de intermediários. Entre
jovens de camadas populares, jovens de
rua e mesmo da classe média, essa pode
ser uma maneira de custear o vício em
drogas ou ter um estilo de vida desejado.
 TRABALHO SEXUAL INFANTO JUVENIL AGENCIADO
É a venda de sexo intermediada por uma ou mais pessoas ou
serviços. Os trabalhadores sexuais pagam a essas pessoas ou serviços
um percentual do que ganham em troca de residência, pensão
alimentar, roupas, transporte, maquiagem e proteção durante a
realização do trabalho.
 TRABALHO ORIENTADO PARA EXPLORAÇÃO SEXUAL
É comumente conhecido como “turismo sexual” ou “sexo-
turismo”. Caracteriza-se, por um lado, pela organização de
“excursões” turísticas, com fins não declarados de proporcionar prazer
sexual a turistas estrangeiros ou de outras regiões do país e, por outro
lado, pelo agenciamento de crianças e adolescentes para oferta de
serviços sexuais.
 TRÁFICO PARA FINS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES

É uma das modalidades mais perversas de exploração sexual, pois


envolve atividades de cooptação e/ou aliciamento, rapto, intercâmbio,
transferência e hospedagem da pessoa recrutada para essa finalidade.
O TURISMO SEXUAL
INFANTIL

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Essa é possivelmente a forma mais cruel de exploração infantil.
Mas não existem dados totalmente confiáveis sobre o turismo sexual
com menores. 
A UNICEF calcula que 1,8 milhão de meninos e meninas a sofram,
ainda que tanto essa organização como a principal rede de luta
contra essa chaga, chamada ECPAT International, admitam trabalhar
com base em aproximações e extrapolações.
Elas indicam que a
maioria dos turistas que
recorrem à prostituição
infantil é ocasional; não vão
expressamente em sua
busca, não são pedófilos.
“Simplesmente se deparam
com a disponibilidade dessas
crianças e se aproveitam
disso”, afirma Selma
Fernández, responsável pelo
Programa de Prevenção da
Exploração Sexual Comercial
Infantil da rede ECPAT
International.
Em alguns países, isso é fácil e barato. Até
roupa e comida são trocados por sexo.
Embora o ECPAT – cuja sigla, em inglês,
significa “Acabe com a prostituição
infantil, a pornografia infantil e o tráfico
de crianças para propósitos sexuais” –
recorde que esse fenômeno pode ocorrer
em qualquer lugar e contexto, a pobreza e
a desigualdade são importantes
desencadeadores.
A dificuldade para abordar o
fenômeno se deve em parte ao fato
de muitos Estados o ocultarem e não
haver estatísticas homogêneas. “O
fato de se tratar de uma atividade
ilegal não reconhecida como um
problema em algumas culturas ou
países, somado à sua invisibilidade,
faz que se desconheça o verdadeiro
alcance e natureza do fenômeno”.
Por isso, é complicado saber com exatidão se o fenômeno está
crescendo ou diminuindo. Lorena Cobas, diretora de emergências do
UNICEF na Espanha, relata que a sensação é que estão sendo criados
meios para o combate ao problema e que a conscientização é cada vez
maior: “86% dos Estados membros assinaram o protocolo facultativo
contra a exploração sexual infantil, obrigando-se a legislar de acordo
com isso”.
O ECPAT, entretanto, diz que diversos estudos parecem indicar que a
tendência, ao invés de estar diminuindo, vem crescendo.
Enquanto algumas medidas e campanhas vão se consolidando, como
acontece na Tailândia, um dos destinos prototípicos de turismo sexual
infantil, os países próximos aproveitam para assumir esse lugar, como
é o caso de Camboja e Vietnã.
Da mesma forma, não há cifras
exatas sobre os afetados, tampouco é
simples identificar os abusadores.
Além do uso que cidadãos locais
fazem da prostituição infantil, os
fluxos costumam descrever um
padrão, igual ao próprio turismo em
geral: de países ricos para países
pobres.
Assim, as organizações denunciam que são
cada vez mais os cidadãos dos Estados
Unidos e Canadá que aproveitam a
vulnerabilidade de crianças na América
Latina e Caribe. Também europeus viajam a
esses destinos. Como também ao Sudeste
Asiático, embora aqui haja diferenças.
Uma pesquisa da organização AIDéTouS realizada em 2002 mostrou
que, de 4.214 visitas com propósitos sexuais registradas no
Camboja, 36% dos clientes eram cidadãos locais, e 42%, asiáticos
orientais (chineses, vietnamitas e japoneses).

Os ocidentais eram minoria: 22%. Mas é conveniente encarar essa


cifra com cautela, já que não é recente e se refere a um só país,
embora sirva para dar uma ideia dos fluxos na região.
(Fonte: El País, 09,08/2014)
NO BRASIL
Um grave problema enfrentado
pelo turismo, envolve a questão da
exploração sexual, sobretudo de
menores. Essa prática criminosa
constitui um dos impactos mais
negativos do turismo, lembrando que a
exploração sexual no contexto do
turismo é evidenciado em algumas das
praias e cidades mais visitadas do
Brasil.
Esse problema está diretamente ligado à falta de perspectivas para
a inclusão social das comunidades carentes, dentre vários outros
fatores que se dá início, na maioria dos casos, em casa. Justamente por
ser esta modalidade da atividade turística tão importante num país
com o vasto litoral brasileiro é que não devemos medir esforços para
inibir prática tão desprezível e criminosa.
O Ministério da Justiça, o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF), vários estados e prefeituras brasileiras, e ONGs
associadas ao Ministério do Turismo têm se empenhado em promover
campanhas e folhetos turísticos que prestigiem aspectos ligados à
imagem de um país multirracial e multicultural.

O Ministério do Turismo, em parceria com a Organização Mundial


do Turismo, lançou em 2005 a campanha “Brasil, quem ama protege”
e também dedicou aquele ano ao tema do Turismo Sustentável e
Infância.

Assista ao vídeo a seguir e faça as atividades correspondentes ao mesmo.


O QUE VOCÊ APRENDEU?
a) Leia a Notícia 3 e faça a Atividade Orientada 3.
b) Assista ao Vídeo 2 e faça a Atividade
Complementar 2
c) Faça o seu Teste 3, sobre esse módulo.
Boa sorte!

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