Você está na página 1de 22

VIOLÊNCIA SEXUAL

VIOLÊNCIA SEXUAL

1
VIOLÊNCIA SEXUAL

INTRODUÇÃO
A violência sexual não decorre do desejo sexual ou amoroso. Ao contrário, é uma de-
monstração extrema de poder do homem sobre as mulheres e crianças nos seus corpos, tra-
tados objetos das suas autonomia como sujeitos. É também uma forma de agressão entre
homens.
A violência sexual afeta vários segmentos da sociedade e requer ação urgente. As mu-
lheres são as principais vítimas, sofridos inúmeras implicações, que pode gerar inúmeras impli-
cações. Assim, o papel dos serviços de saúde é essencial para o enfrentamento deste proble-
ma e para garantia do acesso, longitudinalidade e integralidade da atenção.

2
VIOLÊNCIA SEXUAL

O QUE É VIOLÊNCIA SEXUAL


É a violação dos direitos sexuais, no sentido de abusar ou explorar do corpo e da sexua-
lidade de mulheres, crianças e adolescentes. A violência sexual pode ocorrer de duas formas:
pelo abuso sexual ou pela exploração sexual.
A violência é definida pela OMS como “todo ato sexual, tentativa de consumar um ato se-
xual ou insinuações sexuais indesejadas ou ações para comercializar ou usar de qualquer outro
modo a sexualidade de um indivíduo por meio da coerção por outra pessoa, independente-
mente da relação desta com a vítima, em qualquer âmbito, incluindo o lar e o local de trabalho”.
a coerção pode ocorrer de diversas formas e por meio de diferentes graus de força, intimidação
psicológica, extorsão e ameaças. A violência sexual também pode acontecer se a pessoa não
estiver em condições de dar seu consentimento, em caso de estar sob efeito do álcool e outras
drogas, dormindo ou mentalmente incapacitada, entre outros casos.
X Temas
» O que é abuso sexual
» Abuso infantil
» Métodos usados em abuso sexual
» Abuso contra mulheres
» Abuso com pessoas LGBTQI+

3
VIOLÊNCIA SEXUAL

Abuso sexual infantil


A violência sexual contra crianças e
adolescentes é um problema de Saúde Pú-
blica, reconhecido pela Organização Mundial
da Saúde (OMS, 2006). Este tipo de violência,
cercado de segredos e de concepções errô-
neas requer esclarecimento, sobretudo para
aqueles que lidarão com sua prevenção e
enfrentamento, como é o caso das Equipes
Multidisciplinares da Atenção à Saúde. Urge
que se tenha clareza sobre o que é violência
sexual, como ela ocorre, quais são suas conse-
quências, a legislação vigente e a formas das
distintas atuações profissionais.
Em nosso meio, o Ministério da Saúde
(2002) adota definição semelhante àquela de-
clarada pela OMS, qual seja: “a violência sexual contra crianças e adolescentes é compreendida
como todo e qualquer ato ou jogo sexual, seja ele em uma relação heterossexual ou homosse-
xual, no qual os agressores estão em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado
do que a criança ou o adolescente. Tal prática tem por finalidade estimular sexualmente as
vítimas ou utilizá-las para obtenção de satisfação sexual dos agressores. Evidencia-se por meio
de práticas eróticas e sexuais impostas às crianças ou aos adolescentes pela violência física,
ameaças ou indução de sua vontade. A violência sexual pode variar desde atos nos quais não
há o contato físico (voyeurismo, exibicionismo, produção de fotos), até diferentes tipos de ações
que incluem contato físico com ou sem penetração. Abrange, ainda, situações de exploração
sexual, visando ao lucro, tais como a exploração sexual e a exposição à pornografia”.

4
VIOLÊNCIA SEXUAL

A figura 1 demonstra, esquematicamente, as distintas formas de violência sexual contra


crianças e adolescentes.

Fonte: Hohendorff, Habigzang, & Koller (2014).

No campo das garantias legais foi aprovada, no Brasil, a Lei 13.431, de 14 de abril de 2017
que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou teste-
munha de violência. Destaca-se, no seu quarto artigo, a declaração das diferentes formas de
violência contra crianças e adolescentes. De acordo com a Lei, a violência sexual é “entendida
como qualquer conduta que constranja a criança ou o adolescente a praticar ou presenciar
conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive exposição do corpo em foto ou
vídeo por meio eletrônico ou não”.
Em nosso país, o Programa Nacional
de Enfrentamento da Violência Sexual contra
Crianças e Adolescentes (2010), por meio do
Disque Direitos Humanos (Disque 100), rece-
be notificações de casos de violência sexual
contra crianças e adolescentes. Este reposi-
tório de dados, mesmo considerando a enor-
me subnotificação, descortina a magnitude
deste problema. Vejamos: no período refe-
rente a maio de 2003 e março de 2010 foram
identificadas 214.689 vítimas registradas nas
notificações de violência sexual, negligência,
violência física e psicológica. Dentre os casos
de violência sexual, 38% foram de vítimas do
sexo masculino e 62% do sexo feminino, indicando maior notificação de casos de meninas, não
sendo possível afirmar que os casos com meninos sejam em menor número. Importante des-

5
VIOLÊNCIA SEXUAL

tacar que, não obstante não se tenha um panorama real da prevalência da violência sexual
contra crianças e adolescentes, sabe-se que a maioria dos casos ocorrem no âmbito domiciliar,
ou seja, os agressores são pessoas que possuem laços afetivos ou de consanguinidade com
as vítimas.
Evidências apontam similaridades e complementaridades no modo de acontecer a vio-
lência sexual praticada contra crianças e adolescentes. Nesta perspecti-
va, HOHENDORFF ET AL (2017) propuseram um “modelo integrativo”
conceitual, compreendido em seis estágios ou fases, que auxiliam
o entendimento de toda a complexidade, apontando caminhos
para a interposição de estratégias para seu enfrentamento:
» 1. Preparação: os agressores sexuais, geralmente pessoas
conhecidas pela vítima, buscam estreitar laços com a crian-
ça/adolescente, com objetivo de conquistar maior confiança
e afeto. Para tal, podem utilizar comportamentos de gentileza,
atenção e presentes, bem como criar repetidas situações para
que fiquem a sós. Quando percebem que a criança/adoles-
cente confia e tem afeto por eles, os episódios de violência
sexual são iniciados.

» 2. Episódios: os episódios de violência sexual costumam


ocorrer por meio de uma progressão ascendente, ou
seja, desde práticas sem contato físico até práticas
com contato físico. Inicialmente, as interações entre
agressores e vítimas são muito sutis (elogiar o
corpo da criança) e a vítima não percebe a sua
inadequação.

» 3. Silenciamento: a ambivalência gerada


pelos rituais de entrada e saída, a falta de ou
pouca compreensão das vítimas, em relação
às interações sexuais, possíveis ameaças
(“vou te matar”), barganhas (presentes em
troca de interações sexuais) e chantagens
(“se você não contar, te deixo passear”) dos
agressores contribuem para que a vítima
mantenha a ocorrência da violência sexual em
segredo.

» 4. Narrativa: mesmo diante da dificuldade em falar a respeito da ocorrência da violência


sexual, as vítimas podem revelá-la de duas principais formas: intencional, quando a vítima

6
VIOLÊNCIA SEXUAL

deliberadamente narra o que ocorreu para alguma pessoa com o intuito de obter ajuda;
e acidental, quando a narrativa ocorre de forma involuntária, ou seja, por conta de sinais
emitidos pela vítima, pelo seu relato espontâneo, quando ainda não sabia do caráter sexual
da interação ou quando alguém presencia algum episódio de violência sexual.

» 5. Repressão: geralmente, depois da narrativa, a vítima é pressionada a se retratar, seja


pelo(a) próprio(a) agressor(a), por familiares ou pela comunidade. Agressores e familia-
res podem tentar minar a credibilidade da vítima ao dizer que se trata de uma fantasia ou
mentira da criança. Usualmente, familiares tentam manter a situação em segredo, muitas
vezes impedindo intervenção da Rede de Proteção.

» 6. Superação: consiste em a vítima contar o que ocorreu, receber credibilidade, proteção e


as intervenções necessárias, visando o seu bem-estar físico e psicológico. A proteção e as
intervenções devem ser conduzidas por uma Rede de Proteção e de atendimento coorde-
nada e capacitada. Caso a Rede esteja desarticulada e os profissionais não sejam capaci-
tados, expõe-se a vítima a uma situação de risco, por meio de intervenções inadequadas,
podendo exacerbar as consequências da violência sexual.
A despeito de não haver um conjunto específico de condições observáveis que a caracte-
rizam, a violência sexual contra crianças e adolescentes é fator de risco para o desenvolvimento
de sintomas e quadros psicopatológicos e esta evolução dependerá da suscetibilidade das víti-
mas para apresentá-los. Embora alguns sintomas e quadros sejam frequentemente apresenta-
dos pelas vítimas, há fatores que mediam o impacto da violência sexual, fazendo com que algu-
mas os desenvolvam, enquanto outras não. As consequências frequentemente apresentadas
por vítimas de violência sexual foram agrupadas em quatro grupos distintos, depois de revisão
da literatura da área: (i) consequências físicas; (ii) consequências emocionais; (iii) consequências
cognitivas; e (iv) consequências comportamentais. A atenção oportuna, qualificada e humani-
zada é absolutamente necessária para a mitigação deste conjun-
to de consequências. Numa primeira abordagem estará
sempre a notificação compulsória (SINAN) da ocorrên-
cia da violência sexual contra crianças e adolescen-
tes, fundamentada na suspeita (modelo integrativo) ou
na confirmação de sua ocorrência, conforme disposto no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (BRASIL,
1990). A notificação é obrigatória para profissionais
das áreas da saúde e da educação, conforme o Arti-
go 13 do ECA e seu descumprimento acarreta sansões
administrativas.
Denúncia também deverá ser formalizada ao
Conselho Tutelar para que se concretizem os devidos

7
VIOLÊNCIA SEXUAL

encaminhamentos para os atendimentos médicos e psicossociais, sendo estes direitos das ví-
timas (BRASIL, 1990). A denúncia pode ser feita de forma presencial, no Conselho Tutelar mais
próximo ao local em que o profissional trabalha, pelo Disque 100, de maneira anônima ou não,
ou ainda pelo aplicativo “Proteja Brasil”. Importante destacar que, depois da denúncia, cabe ao
profissional acompanhar o caso. Deve-se acompanhar a criança/adolescente vítima e sua fa-
mília, buscando certificar-se se teve acesso à rede de atendimento e proteção e verificar se os
encaminhamentos médico e psicossocial, determinados pelo ECA, foram realizados.
As equipes devem conhecer as Redes de Proteção que encerram diferentes serviços
dos âmbitos da saúde, da assistência social e da justiça. É fundamental que as equipes tenham
conhecimento da estruturação e dos serviços destas Redes em seu território e/ou município e
que elas sejam, realmente, integradas e que planejem ações conjuntas.
Serviços da Rede de Apoio às vítimas da violência sexual - crianças e adolescentes - en-
contram-se em diferentes setores, portanto, as ações coordenadas perpassam por grandes
desafios. Estes serviços são regidos por diretrizes do ECA, do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS), do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Judiciário. Nesta interdisciplinari-
dade desafiadora faz-se necessário que todos os profissionais que integram as Redes tenham
conhecimento específico sobre suas responsabilidades, mas que também busquem conheci-
mento sobre as demais disciplinas, tendo uma visão ampla e geral, ao invés de específica à sua
atuação.
A Figura 2 demonstra os as rotas e as intersecções das Redes de Apoio às vítimas da vio-
lência sexual: crianças e adolescentes.

Fonte: Adaptado de Hohendorff, Habigzang, & Koller (2014).

8
VIOLÊNCIA SEXUAL

Ressalta-se a importância da Educação Permanente das equipes multiprofissionais, res-


ponsáveis pelos atendimentos das vítimas. Desafortunadamente, a violência sexual e suas con-
sequências para a vida das crianças e adolescentes é tema pouco abordado nos cursos de
graduação, resultando na necessidade de os profissionais buscarem conhecimento em cursos,
livros, artigos e demais atividades que preencham esta lacuna.
Fundamental que as equipes conheçam os aspectos éticos relacionados a cada uma
das categorias profissionais, incluindo o contexto do desenvolvimento típico e atípico na infân-
cia e adolescência, a dinâmica da violência sexual e suas consequências, bem como acerca da
legislação pertinente.

Os dados são assustadores. Para além deles, assusta também a ausência de debates na
sociedade e de engajamento para proteger as vítimas.

9
VIOLÊNCIA SEXUAL

“Sabemos que a violência sexual contra crianças e adolescentes é a forma de violência


mais velada e que se estrutura de modo bastante complexo, e, portanto, a mais difícil de ser
identificada”, explica Fabiana Taioli, Coordenadora Técnica SESF.
Muitas situações ocorrem no âmbito familiar e muitos casos não chegam a ser denun-
ciados por vários motivos: medo, não saber identificar... Por isso, é preciso urgentemente acabar
com o paradigma existente em relação à naturalização da violência.

MÉTODOS USADOS EM ABUSO SEXUAL


» Sadismo: O agressor, para se satisfazer sexualmente, necessita provocar dor na vítima. Essa
dor pode ser física ou emocional.

» Dor física: espancamento, queimaduras etc.


» Dor emocional: insultos, humilhações, imprimir pânico etc.
» Ameaça: Nesse método PODE NÃO EXISTIR o emprego da força física. Nele o elemento
marcante é o sofrimento psicológico. As ameaças geralmente são feitas contra a pessoa
da vítima ou alguém que ela ama.

» Indução da vontade: Nesse método, não serão usados força física ou ameaças para efeti-
var o abuso sexual, mas sim a indução da vontade.

ABUSO CONTRA MULHER


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2012), a violência sexual alcança mu-
lheres em todos os contextos sociais e consubstancia forma de violência simbólica e moral.
Trata-se de uma das mais cruéis
violências de gênero que per-
passa nossa história, mantendo-
-se persistente até os dias atuais,
aterrorizando o imaginário das
mulheres e provocando senti-
mento constate de insegurança.
Adicionalmente, a organização
patriarcal da sociedade inverte
a responsabilização para as pró-
prias mulheres que, consequen-
temente, se sentem humilhadas,
envergonhadas e desonradas,
ampliando, assim, as dimensões
do trauma sofrido, o que muitas vezes ocasiona o silenciamento e a dificuldade em expor a si-
tuação aos profissionais de saúde: a denominada epidemiologia invisível!

10
VIOLÊNCIA SEXUAL

Nesta triste invisibilidade, em que não predominam as queixas caracterizadas pelo ado-
ecimento biológico, incluindo os sintomas característicos das patologias costumeiras, eviden-
ciam-se os obstáculos comunicacionais. Tal contexto culmina por inviabilizar o diagnóstico da
situação de violência, bem como da atenção necessária, sob a responsabilidade das equipes
multiprofissionais. Para que se consiga desvelar a situação de violência sexual é fundamen-
tal que os profissionais tenham interesse e
desvinculação ao juízo de valor, com atitu-
de de não vitimização e apoio à mulher, re-
conhecendo a situação de violência como
relevante ao campo de atuação em saúde
(D’oliveira & Schraiber, 2013).
Dados brasileiros apontam prevalên-
cias que variam entre 40,4%, em pesquisa
com mulheres de 18 a 39 anos de idade e
12,4% entre aquelas de 19 a 60 anos de ida-
de. A maior prevalência ocorre no conjunto
das adolescentes entre 10 e 14 anos de ida-
de (66%), predominantemente do sexo feminino (91%). As adolescentes entre 10 e 14 anos de
idade estão mais sujeitas à violência sexual perpetrada por familiares, e entre 15 e 19 anos de
idade são os conhecidos e/ou amigos que praticam a violência sexual (Souza et al, 2014).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2012), evidencia-se irrelevante esforço
governamental para a prevenção da violência sexual e doméstica. Assim, serviços de saúde
bem planejados, adequadamente implantados e com equipes preparadas continuarão a ter
grande importância. Deve-se atuar na prevenção da violência sexual e, desta forma, será pos-
sível reduzir a carga de sofrimento, além dos custos humanos, econômicos e de saúde pública.
Os serviços de atendimento e os esforços de prevenção primária às vítimas devem ser acerta-
damente documentados para que possam ser avaliados quanto à eficácia.
O preparo e a qualificação dos pro-
fissionais da área da saúde para lidarem
com estas demandas são fundamentais. A
Educação Permanente ou as capacitações
transversais são imprescindíveis para traze-
rem à luz estas discussões. É indispensável
que as equipes da Atenção Básica, da Ur-
gência e Emergência e de outras esferas
especializadas tenham competência sufi-
ciente para receberem, investigarem, iden-
tificarem, acolherem, notificarem, conduzi-

11
VIOLÊNCIA SEXUAL

rem, encaminharem/contra referenciarem e orientarem as vítimas que buscam os serviços de


saúde. Muito importante, sobretudo nos territórios da Atenção Básica, que as equipes promo-
vam busca ativa das mulheres que não conseguem realizar as denúncias, verbalmente, sobre
as ocorrências das violências.

Na mesma perspectiva, no âmbito das Unidades de Saúde, faz-se necessário redimen-


sionar estruturas físicas e horários de funcionamento para que as mulheres tenham melhores
condições de privacidade e segurança para relatarem situação de violência. No acolhimento, a
escuta ativa e solidária deve permear o atendimento da mulher, objetivando o seguimento do
caso nas instâncias corretas e necessárias.
O Ministério da Saúde (2015) publicou a “Norma Técnica para Atenção Humanizada às
Pessoas em Situação de Violência Sexual”, recomendando que os atendimentos às vítimas de
violência sexual, nos serviços de saúde do Brasil, sigam as seguintes etapas: acolhimento, re-
gistro da história, exames clínicos e ginecológicos, coleta de vestígios, contracepção de emer-
gência, profilaxias para HIV, IST e Hepatite B, notificação obrigatória à autoridade de saúde em
24 horas, por meio da ficha de notificação da violência, exames complementares, acompanha-
mento social e psicológico, e seguimento ambulatorial.
No contexto da contracepção de emergência está a gravidez indesejada que acarreta
reflexos negativos e prejuízos à vida emocional das vítimas, em grandes proporções, preju-
dicando relacionamentos afetivos já consolidados, gerando ansiedade, lembranças intrusivas,
sensações corporais que retornam diariamente, depressão, transtornos do sono, culpa, vergo-
nha e prejuízos no estabelecimento de relações interpessoais. O direito à interrupção da ges-
tação advinda do estrupo é garantido por lei, portanto, as equipes multidisciplinares devem
respeitar esta decisão da mulher, sem a declaração de nenhum juízo de valor.
A Norma Técnica preconiza, ainda, que o atendimento às vítimas deve ser ofertado por

12
VIOLÊNCIA SEXUAL

uma equipe multidisciplinar, formada basicamente por: médico(a), enfermeiro(a), técnico(a) em


enfermagem, assistente social e psicólogo. Poderá ainda ser constituída por outros profissio-
nais, como o farmacêutico(a).
Muito importante a questão da
“notificação compulsória”, sob a respon-
sabilidade dos serviços: é imprescindível
que esta comunicação oficial seja reali-
zada de maneira adequada, pois este é
o principal instrumento estatístico que
permite aumentar a visibilidade de to-
dos os tipos de violências sofridos pelas
mulheres, para desta forma torná-los re-
conhecidos com um grave problema de
Saúde Pública.
Nos territórios da Estratégia Saú-
de da Família assume relevância o traba-
lho do Agente Comunitário de Saúde (ACS), no processo de investigação e identificação dos
riscos ou casos consumados de violência. O ACS é morador da área de adstrição da Unidade
de Saúde, conhece a realidade local e potencializa vínculo que facilita a escuta ativa da mulher
vítima da violência sexual.
Sob o ponto de vista da legalidade será imperioso que as equipes multiprofissionais dos
Sistemas de Saúde apropriem-se deste arcabouço:
» Lei nº 10.778/2003, que instituiu a notificação compulsória de violência contra a mulher
(Lei Nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, 2003);

» Portaria nº 936/GM/MS, de 18 de maio de 2004, que dispõe sobre a estruturação da Rede


Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde e a implantação e implemen-
tação de Núcleos de Prevenção à Violência em Estados e Municípios (Ministério da Saúde,
2004);

» Portaria MS/GM nº 1.356, de 23 de junho de 2006, que implanta o Sistema de Vigilância de


Violências e Acidentes em Serviços Sentinelas – Viva (Ministério da Saúde, 2006);

» Política Nacional de Promoção da Saúde/2010 (Ministério da Saúde, 2010);


» Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual
Contra Mulheres e Adolescentes (Ministério da Saúde, 2012);

» Lei nº 12.845, de 1º/08/2013, que dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de


pessoas em situação de violência sexual (Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013, 2013);

13
VIOLÊNCIA SEXUAL

» Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Linha de Cuidado para a Atenção à Saúde
de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências, dentre outros (Minis-
tério da Saúde, 2010b);

» Lei nº 12.845/2013 que dispõe sobre o atendimento integral e obrigatório de pessoas em


situação de violência sexual.
As Unidades de Saúde (Atenção Básica e Urgência e Emergência) devem conhecer a
Rede, incluindo a de apoio, que garanta todas as etapas do atendimento, no âmbito da vio-
lência sexual contra a mulher. A longitudinalidade e a integralidade deverão incluir medidas
promocionais, preventivas, emergenciais, possíveis tratamentos de agravos e demais impactos
psicológicos e físicos, acompanhamento pós-reabilitação, bem como o aborto legal, caso seja
a escolha da vítima.
Com o objetivo da ampliação e da qualificação dos serviços de atenção às mulheres em
situação de violência foi instituída uma rede de atendimento fundamentada na articulação en-
tre instituições governamentais, não governamentais e comunidade. A Rede considera a “rota
crítica”, entendida como a tra-
jetória percorrida pelas mulhe-
res em busca de soluções, no
governo e nos serviços, frente
à situação de violência. É fun-
damental que os gestores do
Sistema Único de Saúde, em
todos os níveis, disponibilizem
a lista de contatos com acesso
facilitado a todos os trabalha-
dores e usuárias, com endere-
ço e telefone das instituições
componentes da Rede.
A rede de atendimen-
to, em nível governamental, é
composta por:
» Centros de Referência: atuam na esfera de atendimento psicológico e social e na orienta-
ção a encaminhamentos jurídicos, servindo como articulador das instituições e serviços
que interagem dentro da rede.

» Casas-Abrigo: locais sigilosos, temporários e seguros que dispõem de moradia protegida e


atendimento integral a mulheres em risco de vida iminente, em face da violência domésti-
ca, pelo tempo necessário até que possam retomar a autonomia de suas vidas.

14
VIOLÊNCIA SEXUAL

» Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM’s): unidades especializadas


da polícia civil, que realizam ações de cunho preventivo e repressivo, conforme apuração,
investigação e enquadramento legal. Como exemplo, emitem expedição de medidas pro-
tetivas de urgência ao juiz, em até 48 horas.

» Defensoria da Mulher: fornecimento de assistência jurídica, orientação e encaminhamen-


to das vítimas. É responsável pela defesa das cidadãs
sem meios econômicos de arcar com custos
advocatícios.

» Juizado de Violência Doméstica e Familiar


contra a Mulher: órgão da Justiça Ordinária
de competência cível e criminal, criado para
o processo, julgamento e a execução das
causas decorrente da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher.

» Central de Atendimento à mulher – ligue 180:


canal criado para receber denúncias e orientar mu-
lheres em situação de violência. A ligação é gratuita
e funciona 24 horas, com atendentes capacitadas,
permanentemente, em questões de gênero, legisla-
ção e políticas governamentais para mulheres.

» Ouvidoria: canal de acesso e comunicação direta


para fortalecer os diretos de cidadã.

» Centros de referência da Assistência (CRAS) e Cen-


tros de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS): são centros de caráter preventivo e protetivo,
respectivamente, para famílias em condição de vulnerabili-
dade social e em situação de risco pessoal.

» Serviço de Responsabilização e Educação do Agressor: responsável por acompanhar as


penas e decisões determinadas pelo juízo competente. Dentre as atribuições estão: pro-
mover atitudes educativas, pedagógicas e grupos reflexivos, com a perspectiva de gênero
feminista e com a abordagem responsabiliza-te, bem como informações permanentes dos
agressores, por meio de relatórios e documento técnicos.

» Polícia Civil e Militar: delegacia comum, que deve registrar toda e qualquer ocorrência ad-
vinda de mulher vítima de violência e encaminhá-las aos serviços da Rede.

» Instituto Médico Legal: atua na coleta ou validação de provas que serão necessárias para o
15
VIOLÊNCIA SEXUAL

processo judicial e a condenação do agressor.

» Serviços de Saúde voltados para o atendimento dos casos de violência sexual: presta as-
sistência multiprofissional e social às vítimas de violência sexual, bem como na interrupção
da gravidez, conforme prevista em lei.
Ainda na perspectiva da publicização dos serviços das Redes de Atenção à mulher ví-
tima da violência sexual, a Fundação de População das Nações Unidas (UNFPA: https://www.
unfpa.org), como forma de comunicação digital para facilitar o acesso à informação e divul-
gação sobre os programas de enfrentamento à violência contra a mulher, criou a “Plataforma
Mulher Segura”. Nesta plataforma é possível realizar a busca por canais de apoio em todo o
Brasil, incluindo os principais serviços ofertados pelos estados e municípios. Além de facilitar
o acesso aos serviços especializados, apresenta caminhos para ruptura do ciclo de violência,
por meio de processos formativos e possibilita a interação com a plataforma, permitindo indicar
programas de apoio que ainda não estão no site.

ABUSO SEXUAL COM PESSOAS LGBTQIA+


Da mesma forma que na violência contra a mulher, crianças e adolescentes, os serviços
de saúde são portas privilegiadas e estratégicas para o acolhimento de situações de violên-
cia perpetradas na população LGBTQIA+, sendo essencial que as equipes de saúde realizem
o atendimento humanizado, que
considere os marcadores de gê-
nero, raça/cor, etnia e orientação
sexual, para a superação de iniqui-
dades. Neste contexto, torna-se
indispensável a Educação Perma-
nente das equipes sobre todos os
pressupostos inseridos na Políti-
ca Nacional de Saúde Integral de
LGBT (PNSILGBT/QIA+), incluindo
a melhor compreensão sobre a Fi-
cha de Notificação (SINAN) e seu
papel na rede de enfrentamento à
violência.
Mais recentemente observa-se aumento significativo e progressivo no número de noti-
ficações de violência contra pessoas LGBTQIA+ registradas no SINAN, o que evidencia escuta
qualificada e sensibilidade crescente do setor saúde frente às situações de violência contra
essa população. Estudo conduzido por FERREIRA e colaboradores (2019) revela que no período
compreendido entre 2015 e 2017 registraram-se, em média, mais de 22 notificações de violên-
cias interpessoais e autoprovocadas, por dia, o que significa quase uma notificação a cada hora

16
VIOLÊNCIA SEXUAL

para pessoa LGBTQIA+, no Brasil. Muito importante ressaltar que


os maiores números de notificações foram verificados entre
as lésbicas e as mulheres transexuais. Esse dado reforça o
fato de que, quando as expressões de sexualidade e de
gênero rompem com a normativa da sociedade, esse es-
tranhamento pode se manifestar de maneira violenta.
Esse aumento nos registros, entretanto, está longe
de revelar a verdadeira epidemiologia da violência con-
tra pessoas LGBTQIA+, no Brasil. Os registros referem-se,
apenas, aos casos que solicitaram assistência aos serviços
de saúde e nos quais os profissionais procederam à realiza-
ção da notificação no SINAN. Assim, esses dados configuram
somente um retrato das violências atendidas nos serviços de
saúde contra a população LGBTQIA+ e estão sujeitos à subnotificação desses eventos violentos.
Os elevados percentuais de casos ignorados nas variáveis orientação sexual e identidade de
gênero podem ser consequência de preconceitos e dificuldades de abordagem dessas ques-
tões por profissionais de saúde. É recorrente o relato de práticas discriminatórias nos estabe-
lecimentos, o que impacta de forma negativa no acesso da população LGBTQIA+ aos serviços
de saúde, especialmente das pessoas travestis e transgêneros. Reforça-se, dessa maneira, a
necessidade da Educação Permanente das equipes de saúde para o atendimento humanizado
e pautado na PNSILGBT/QIA+, assim como de capacitação para o preenchimento adequado da
Ficha de Notificação Compulsória.

Ainda no escopo da epidemiologia e como forma de aguçar a percepção das equipes


multiprofissionais para o acolhimento, o diagnóstico e a vigilância, estudo seccional descritivo
conduzido por PINTO e colaboradores (2020), com dados secundários do Sistema de Informa-
ção de Agravos de Notificação (SINAN), sobre o perfil de casos notificados de violência contra
pessoas LGBTQIA+, incluindo indivíduos com 10 anos ou mais de idade e orientação homosse-
xual ou bissexual, bem como identidades de gênero transexual ou travesti, no período compre-
endido entre 2015 e 2017, mostrou resultados preocupantes.

17
VIOLÊNCIA SEXUAL

Registram-se 24.564 notificações de violências contra a população LGBTQIA+ e, quanto


ao perfil dos indivíduos, 69,1% tinham entre 20 e 59 anos de idade, metade era preta (50%), 46,6%
eram transexuais ou travestis e 57,6% eram homossexuais, dos quais 32,6% lésbicas e 25% gays.
Muito importante destacar, inclusive para a prática profissional, que em todas as faixas
etárias, a natureza da violência mais frequente foi a física (75%), e em 66,2% dos casos o provável
autor é do sexo masculino, sendo o principal vínculo o de parceiro íntimo (27,2%), seguido do de
desconhecido (16,5%).
Outra questão importante para o adequado preenchimento da Ficha de Notificação
Compulsória (SINAN), nestes casos, advém das deliberações da 13ª Conferência Nacional de
Saúde (2007), que responsabilizou o Ministério da Saúde sobre a inclusão dos quesitos orienta-
ção sexual e identidade de gênero nos sistemas de informação do SUS. Desse modo, em outu-
bro de 2014, incluíram-se novos campos na ficha de notificação individual de violência interpes-
soal/autoprovocada, como nome social, orientação sexual, identidade de gênero e motivação
da violência, tornando possível a identificação de casos de violência em LGBTQIA+.
Faz-se necessário, objetivando o refinamento das medidas de incidência e de prevalên-
cia, que as equipes multidisciplinares compreendam estas definições, de forma a qualificarem
o preenchimento das Fichas de Notificação.
Assim, identidade de gênero é a expressão de uma identidade construída com base em
como a pessoa se reconhece ou se apresenta, em relação a seu próprio gênero, e que pode
corresponder, ou não, ao seu corpo biológico. A identidade de gênero, em suas diferentes ex-

18
VIOLÊNCIA SEXUAL

pressões, pode, ou não, envolver modificação da aparência ou do corpo. As identidades de


gênero apresentadas na ficha de notificação e autodeclaradas pelos usuários dos serviços são:
travestis e mulheres transexuais, que nasceram em corpo designado como masculino e, por
não se identificarem com as atribuições socioculturais masculinas, se identificam com o gênero
feminino, de acordo com seu bem-estar biopsicossocial; homens transexuais, que nasceram
em corpo designado como feminino e, por não se identificarem com as atribuições sociocultu-
rais femininas, se identificam com o gênero masculino, de acordo com seu bem-estar biopsi-
cossocial; e cisgênero, pessoa cuja identidade de gênero se identifica com o gênero atribuído
no nascimento, baseado no sexo genital.
Noutra perspectiva, a orientação sexual é
compreendida como capacidade de ter, sentir
ou desenvolver atração emocional, afetiva ou
sexual por outra(s) pessoa(s). As orientações se-
xuais apresentadas na ficha de notificação são:
heterossexual, pessoa que sente atração ou se
relaciona com pessoas do sexo/gênero oposto;
homossexual (gay/lésbica), pessoa que sente
atração ou se relaciona com pessoas do mes-
mo sexo/gênero; bissexual, pessoa que sente
atração ou se relaciona com pessoas de ambos
os sexos/gêneros.
A despeito de todo o atraso e das iniqui-
dades já estabelecidas, avança-se em estraté-
gias para a garantia e a promoção dos direitos
da população LGBTQIA+, no Brasil, sobretudo na Rede de Atendimento Socioassistencial. Como
exemplo está o Art. 1º da Resolução Conjunta CNAS e CNCD/LGBTQIA+ nº 01/2018 que dispõe
que “A rede socioassistencial do Sistema Único de Assistência Social – SUAS deve atuar de for-
ma articulada para a promoção do atendimento qualificado, ampliando acesso aos serviços e
programas socioassistenciais para a população LGBTQIA+”.
No contexto do planejamento governamental, o II Plano Decenal da Assistência Social
(2016-2026) “Proteção Social para todos/as os/as brasileiros/as”, destaca a necessidade de o
SUAS contemplar as diversidades, as identidades e as especificidades de públicos e de territó-
rios, como o horizonte de atuação da Política Nacional de Assistência Social. Consolida-se, as-
sim, um movimento voltado à qualificação e ao aprofundamento das metodologias atualmente
utilizadas no trabalho social que caracteriza o SUAS. O aprimoramento das competências dos
profissionais e dos serviços passa a ser orientado, cada vez mais, pelos temas da diversidade
social e cultural, como os relacionados à raça/cor, à etnicidade, à identidade de gênero e à
sexualidade.

19
VIOLÊNCIA SEXUAL

Neste cenário, a questão da garantia e da promoção de direitos da população LGBTQIA+


surge como um dos desafios impostos à rede de atendimento socioassistencial, por se tratar de
uma parcela vulnerável da nossa população, exposta a situações diárias de risco e de violação
de direitos. Vários documentos já contribuem para o maior envolvimento da política de assis-
tência social, não só no atendimento a estas situações, como também na sua prevenção e no
combate às questões sociais que estruturam a LGBTQIA+fobia, no Brasil.
Muito importante que as equipes multiprofissionais conheçam e se apropriem desse
conjunto de documentos, objetivando a qualificação da prática, no contexto de todas as Redes
de Apoio às pessoas LGBTQIA+.

Para qualquer denúncia de violência, disque 100.

20
VIOLÊNCIA SEXUAL

REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Notificação de maus-tratos contra crianças e adolescentes pelos
profissionais de saúde: Um passo a mais na cidadania em saúde. Secretaria de Assistência à
Saúde, Brasília – DF, 2002.

BRASIL Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e Adolescente (1990). Disponí-
vel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 13.431, de 14 de abril de 2017. 2017. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13431.htm.

HOHENDORFF, Jean Von; HABIGZANG, Luisa Fernanda. Atuação do profissional da psicologia


na avaliação e intervenção em situações de violência sexual contra adolescentes. In: KOLLER,
S. H.; DINIZ, E.; HABIGZANG, L. F. (Eds.) Trabalhando com adolescentes: Uma perspectiva bioe-
cológica e aplicada (pp. 293-308). Porto Alegre: Artmed. 2014.

HOHENDORFF, Jean von et al. An integrative conceptual model for enhanced understanding
of the dynamics of sexual violence against children. In DELL’AGLIO, D. D.; KOLLER, S. H. (Eds.),
Vulnerable Children and Youth in Brazil: Innovative Approaches from the Psychology of Social
Development (pp. 77-88). Springer. 2017.

Brasil. Presidência da República. Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual


Contra Crianças e Adolescentes. Relatório disque denúncia nacional. Brasília: Secretaria de Di-
reitos Humanos da Presidência da República, 2010.

WORLD HEALTH ORGANIZATION & INTERNATIONAL SOCIETY FOR PREVENTION OF CHILD


ABUSE AND NEGLECT. Preventing child maltreatment: A guide to taking action and generating
evidence. Suíça: World Health Organization. 2006.
Brasil. Ministério da Saúde. Ministério da Justiça. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Nor-
ma Técnica Atenção humanizada às pessoas em Situação de violência sexual com Registro de
informações e coleta de vestígios. Brasília – DF, 1ª edição, 2015.

D’Oliveira, A. F. P. L., & Schraiber, L. B. (2013). Mulheres em situação de violência: entre bapt críti-
cas e redes intersetoriais de atenção. Revista De Medicina, 92(2), 134-140.
Organização Mundial da Saúde (OMS). (2012). Prevenção da violência sexual e da violência pelo
parceiro íntimo contra a mulher: ação e produção de evidência. Organização Pan-Americana da
Saúde. ISBN 978-92-75-71635-9

21
VIOLÊNCIA SEXUAL

Organização Mundial da Saúde (OMS). (2012). Prevenção da violência sexual e da violência pelo
parceiro íntimo contra a mulher: ação e produção de evidência. Organização Pan-Americana da
Saúde. ISBN 978-92-75-71635-9
Organização Pan-Americana de Saúde. (2021). Violência contra as mulheres. https://www.paho.
org/pt/topics/violence-against-women

Souza, C.S.; Costa, M.C.O.; Assis, S.G.; Musse, J.O.; Sobrinho, C.N; Amaral, M.T.R. Sistema de Vigi-
lância de Violências e Acidentes/VIVA e a notificação da violência infanto-juvenil, no Sistema
Único de Saúde - SUS de Feira de Santana, Bahia, Brasil. Ciênc. Saúde Coletiva 2014; 19:773-84.

Ferreira BO, Pereira EO, Rocha MB, Nascimento EF, Albuquerque ARS, Almeida MMS, et al. “Não
tem essas pessoas especiais na minha área”: saúde e invisibilidade das populações LGBT na
perspectiva de agentes comunitários de saúde. Reciis 2019; 13(3): 496-508.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de


Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Notificação de Violência Inter-
pessoal [Internet]. [acessado em 09 março 2022]. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/
saude-de-a-z/acidentes-e-violencias/notificacao-de-violencia-interpessoal

PINTO, I. V. et al. Perfil das notificações de violências em lésbicas, gays, bissexuais, travestis
e transexuais registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Brasil, 2015 a
2017. REV BRAS EPIDEMIOL 2020; 23: E200006.SUPL.1.

22

Você também pode gostar