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Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Escola de Ciências Sociais e da Saúde


Curso de Psicologia
Disciplina: Estágio Básico Supervisionado III
Professor: Joseleno
Aluna: Heishila Tayllor Martins Coelho

AED
“Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes”

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a violência sexual é "qualquer ato

sexual, tentativa de consumar um ato sexual ou outro ato dirigido contra a sexualidade de uma

pessoa por meio de coerção, por outra pessoa, independentemente de sua relação com a vítima e

Goiânia, 27 de novembro de 2020.


em qualquer âmbito. Compreende o estupro, definido como a penetração mediante coerção física

ou de outra índole, da vulva ou ânus com um pênis, outra parte do corpo ou objeto”. A violência

sexual é considerada um fenômeno universal, que ocorreu no passado e ainda ocorre,em distintos

contextos ao decorrer da história da humanidade, no qual não há restrição de sexo, idade, etnia

ou classe social.

A Lei 13.431/17, no Art. 4º, apresenta que a violência sexual é “ entendida como

qualquer conduta que constranja a criança ou o adolescente a praticar ou presenciar conjunção

carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive exposição do corpo em foto ou vídeo por meio

eletrônico ou não”. Compreende três modalidades: abuso sexual, exploração sexual comercial e

tráfico de pessoas.

De acordo com o Governo Federal, a violência sexual contra crianças e adolescentes se

subdivide em duas categorias: abuso sexual e exploração sexual. Sendo o abuso sexual, a forma

de violência sexual praticada sem a conotação da compra do sexo, que pode ocorrer em casa ou

fora de casa e o agressor podendo ser conhecido ou não conhecido. A outra categoria, exploração

sexual, seria o uso de crianças e adolescentes com intuitos sexuais em troca de dinheiro ou

favores em espécie entre a criança, o cliente e o intermediário ou/e outros que se favorevem

dessa prática, podendo acontecer em contextos de prostituição, turismo, pornografia e tráfico

humano.

Sendo a violência sexual um fenômeno universal que acontece em todas as classes,

etnias, sexo e idade, os seus fatores de causalidade também são vários. De acordo com a

Childhood Brasil (uma organização que tem como objetivos defender os direitos da infância), os

fatores ecônomicos são levados em conta, por muitas vezes de forma preconceituosa de que a

violência sexual só acontece em contextos de pobreza, entretanto esse fator não é determinante.
Ainda no fator econômico ainda há uma tendência de o agressor considerar que está fazendo uma

bondade quando é uma exploração sexual, oferecendo dinheiro, favores ou até mesmo comida.

Fatores culturais, que aqui podem ser inseridos: questão de gênero, iniciação sexual, tradições de

grupos específicos, erotização infantil, pornografia, entre outras coisas. Outro fator relevante é a

falta de informação que prejudica também o enfrentamento á violência sexual.

A violência sexual tem consequencias devastadoras na saúde física, mental, sexual e

reprodutiva, em curto e longo prazo para sobreviventes e seus filhos, e levam a altos custos

sociais e econômicos. Algumas serão citadas, como destaca a OMS

● Gravidez não planejada e indesejada;

● Aborto espontâneo ou inseguro;

● Depressão, estresse pós-traumático e outros transtornos de ansiedade, dificuldades de

sono, transtornos alimentares e tentativas de suicídio.

● Dores de cabeça, dor nas costas, dor abdominal, fibromialgia, distúrbios gastrointestinais,

mobilidade limitada e problemas de saúde em geral.

● Aumento no tabagismo, consumo de drogas e álcool e comportamentos sexuais de risco

na vida adulta;

● Perpetração da violência e sofrimento da violência;

● Série de transtornos comportamentais e emocionais;

● A violência infligida por parceiros também está associada a maiores taxas de mortalidade

e morbidade entre crianças com menos de cinco anos (por doenças diarreicas e má

nutrição, por exemplo).

As inúmeras e graves consequências citadas devem gerar senso de urgência para o

combate a violência sexual, pois de acordo com a a cartilha ‘Quanto Custa a Violência Sexual
contra as meninas?‘, produzida pela Plan International Brasil, todos os anos, estima-se que cerca

de 500 mil mulheres sejam vítimas de estupro no Brasil e 70% delas são crianças e adolescentes.

Ademais, a maioria dos abusos ocorrem dentro de casa e em 67% dos casos os crimes são

cometidos por pessoas próximas. A violência sexual contra crianças e adolescentes deve ser

enfrentada de várias formas com a cooperação de vários setores, como a educação, a saúde,

assistencia social e justiça criminal, através de políticas públicas para garantir o cumprimento de

direitos e deveres, campanhas de conscientização e de enfrentamento, a fim de disseminar

informações referentes a esse assunto delicado que não precisa mais ser colocado como um tabu,

mas que precisa ser combatido.

Referências

Childhood Brasil.. (2012). Causas da violência sexual contra crianças e adolescentes.

Recuperado de https://www.childhood.org.br/causas-da-violencia-sexual-contra-criancas-

e-adolescentes
Cunha, M. L. C. (2020).Violência sexual contra crianças e adolescentes. Recuperado de

https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/dados-e-

indicadores/violencia-sexual

Lei n. 13.431, de 4 de abril de 2017 Estabelece o sistema de garantia de direitos da

criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13

de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Recuperado de

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm

OPAS/OMS Brasil.(2017). Folha informativa- violência contra as mulheres. Recuperado

de https://www.paho.org/bra/index.php?

option=com_content&view=article&id=5669:folha-informativa-violencia-contra-as-

mulheres&Itemid=820

Plan International Brasil.. (2019). Cartilha: Quanto custa a violência sexual contra as

meninas. Recuperado de

https://plan.org.br/wp-content/uploads/2018/12/cartilha_digital_v1.pdf

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