Você está na página 1de 19

Escola Estadual de Educação Básica Luiza Formighieri

Jaison Deon,Karine Calgarotto

Vulnerabilidade social e o abuso de crianças e adolescentes entre 11 e


16 anos com olhar voltado aos adolescentes da

Cidade de Paim Filho\RS


Resumo: Abuso sexual contra criança e adolescente e seus instrumentos
de proteção. Aborda-se a violência cometida contra crianças e adolescentes,
enfocando o abuso sexual, conceito, fatores desencadeantes, as
consequências decorrentes, dentre outras. Identificam-se alguns dos principais
tipos penais relacionados, que possuem dispositivos para penalização do
abusador, enquanto por outro lado serão apresentados alguns instrumentos de
proteção contra esse tipo de violência, as leis e suas implicações, em especial
a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e Adolescente dentre as várias
formas de combater o abuso sexual infanto juvenil.

PALAVRAS-CHAVES:
Criança. Adolescente. Violência. Abuso sexual. Instrumentos de Proteção
1.Introdução:
O abuso sexual de criança e adolescente é um dos tipos de violência mais cruéis
presente na sociedade, que perpetua na história e sobrevive, fazendo com que
principalmente as crianças se tornem os principais alvos, até mesmo pelo fato de
estarem numa situação de vulnerabilidade maior que os outros indivíduos na
sociedade.Portanto, tratar desse assunto é de suma importância, pois o abuso sexual é
uma grande violação dos direitos humanos, situação esta que pela gravidade dos males
decorrentes de tal atitude criminosa, pode ser comparada à tortura, ao tratamento cruel,
desumano e degradante, pois a vítima é abalada em toda sua estrutura, visto que a
criança e adolescente devem ter protegidos os seus direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, sem prejuízos da sua integridade física, psíquica, e moral.
Esse tipo de violência cometido contra criança e adolescente é um problema
que lamentavelmente a cada dia aumenta mais o número de vítimas, que
deve ser combatido com ações efetivas do Estado, com a ajuda da família e
com a participação da sociedade, dos profissionais da educação, da saúde,
do judiciário, os quais devem se empenhar para protegê-las, visto que a lei
dispõe da proteção integral dos mesmos.

Por ser um crime que na maioria das vezes ocorre no âmbito familiar, torna-se
mais difícil de ser combatido, pois trata-se de um problema que muitas vezes
permanece protegido pelo silêncio, e com isso o autor do crime acaba
ficando impune.
Desse modo, o presente estudo está organizado em cinco capítulos.
Primeiramente será apresentado um breve histórico sobre a violência
praticada contra crianças e adolescentes, desde antes de Cristo.

Mais adiante no terceiro capítulo será abordado o conceito e tipos de


abusos sexuais, medidas legais, fatores que desencadeiam, facilitam e
perpetuam a violência, consequências decorrentes para as vítimas, perfil
das famílias onde acontecem os abusos, perda do poder familiar e o
atendimento às vítimas.
2.Desenvolvimento
Os estudos com base no conceito de risco tendem à identificação das
características das crianças, suas famílias e mesmo o contexto social
como atributos individualizados, como fatores que se relacionam com o
fenômeno, considerando as relações existentes entre estes como de
causa-efeito. Nesse aspecto, a matemática e a estatística apoiam estes
estudos. A vulnerabilidade amplia o olhar no sentido de considerar, no
plano coletivo, as dinâmicas sociais e culturais, em conexão com
aspectos individuais.
E nesta perspectiva conceitual, apoiam a análise áreas do conhecimento
das humanidades, como as ciências sociais, a antropologia e a
psicologia.Esse assunto é de grande importância pois esse é um assunto
pouco tratado em nossa sociedade pois traz um certo receio em tocar no
tema nesse trabalho fizemos essa pesquisas e tivemos como base nosso
município.
3.Métodos e análise de dados
Na Sequência,serão apresentados gráficos,resultados perante a um
formulário realizado com assistentes sociais do município de Paim filho.
A coleta de dados ocorreu através de um grupo, sendo que cada um
contou com a participação de cerca de cinco adolescentes. A técnica do
GF foi utilizada para possibilitar que os participantes levem em
consideração os pontos de vista dos outros na formulação de suas
respostas e comentem suas próprias experiências e as dos outros (De
Antoni & cols., 2001; Gaskell, 2005; Morgan, 1997).
Através do uso dessa técnica, as adolescentes manifestaram-se sobre o
tema, estabelecendo uma discussão sobre a temática, apontando
criticamente suas opiniões e tendo uma participação ativa. Para
Jovchelovith (2000), os grupos permitem a expressão de vozes singulares
que, ao serem colocadas em debate com as demais, podem revelar a
diversidade da realidade e, ao mesmo tempo, a relação de cada sujeito
com ela. As questões de orientação foram: (1) “Qual o papel do assistente
social,perante a uma situação de abuso sexual entre crianças e
adolescentes”.
(2) “ ONDE ACONTECE A VIOLÊNCIA PRATICADA CONTRA CRIANÇA
E ADOLESCENTE:”,

(3) “Qual idade é mais frequente?”, (4) “Tem algum resultado sobre
setembro amarelo?” e (5) “Você conhece crianças que sofrem abuso ou
vulnerabilidade?”. Foi disponibilizado no grupo da turma,onde 5
adolescentes de 16 a 17 anos responderam o questionário.
De acordo com o autor, “que, embora não possa ser totalmente
abandonada, apresenta problemas quando adotada de forma rígida, pois
acentua a fronteira entre as crianças e o acesso à “idade da razão”,
incentivando práticas discriminatórias entre adultos e crianças” (SOUZA,
2010, p. 88).
5.Conclusão
Diante dessa pesquisa trata-se de um relato de experiência em conjunto com a
análise bibliográfica documental sobre “a realidade da Casa de Zabelê, que tem
como público no atendimento direito, crianças e adolescentes do sexo feminino,
torna-se latente a realidade sobreposta da desigualdade de gênero, desde a
idade mais vulnerável. Os maiores índices de abusadores são do sexo masculino
e isso reproduz a mecanicidade na qual o patriarcado se apresenta na nossa
sociedade, por meio do machismo que violenta tortura e mata vidas a cada
minuto”. Dentro da perspectiva pedagógica da Casa de Zabelê, estas questões da
desigualdade de gênero são colocadas à tona, no sentido de desmistificar
determinados padrões e buscar potencializar as crianças e adolescentes por meio
da auto proteção, e autodefesa.
direitos fundamentais e proteção integral, e nesse sentido, correlacionar
a realidade de violência sexual imersa nesse processo como uma
expressão da questão social, que transaciona gênero, raça e classe
social com a violência sexual. De um modo geral, as crianças e
adolescentes vítimas de violência sexual, são violadas dentro núcleo
familiar, por parentes diretos e afetivos que se aproveitam das relações
de poder e convencimento para praticamente perpetuar os abusos e
neste processo, o Estado por muito tempo foi negligente em relação a
sua atuação diante das expressões da questão social, incluindo a
violência sexual.
6.Referências

AGUIAR, Márcio Mucedula. A construção das hierarquias sociais: classe, raça, gênero e etnicidade. Cadernos de
Pesquisa do CDHIS, v. 36, n. 37, p. 83-88, 2007.

ARIÉS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos Editora,
1981.

BALBINOTTI, Cláudia. A violência sexual infantil intrafamiliar: A REVITIMIZAÇÃO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE VÍTIMAS DE ABUSO. 2008.

BEAUVOIR, Simone. O Segundo sexo. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967.

DAHLBERG, Linda L.; KRUG, Etienne G. Violência: um problema global de saúde pública. Ciência. Saúde coletiva, v.
11, n. suplente, 2006.

FALEIROS, Vicente de Paula; FALEIROS, Eva Silveira (org.). Escola que protege: Enfrentando a violência contra
crianças e adolescentes. 2ª Ed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
FIGUEIREDO, Karina; BOCHI, Shirley B. B. Violência sexual: um fenômeno
complexo. 2007.
PFEIFFER, Luci; SALVAGNI, Edila Pizzato. Visão atual do abuso sexual na
infância e adolescência. Jornal de pediatria, v. 81, n. 5, Nov/ 2005.

RAMOS, Fábio Pestana. A história trágico-marítima das crianças nas


embarcações do século XVI. In: PRIORE, Mary Del. História das Crianças no
Brasil. 4ª Ed. São Paulo: Contexto, 2004.

ROCHA, Lourdes de Maria Leitão Nunes. Casas –abrigo no enfrentamento da


violência de gênero. São Paulo: Veras Editora, 2007.

Você também pode gostar