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2ª MOSTRA CIENTÍFICA

CONSCIENTIZAÇÃO E COMBATE AO ABUSO E À EXPLORAÇÃO


SEXUAL DE CRIANÇAS E DE ADOLESCENTES

Orientadora Luciene Alves dos Santos


Docente do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera de Brasília
lucienealves2008@gmail.com

Autora: Gleidiane Suelen de oliveira da Silva


Discente do 3º semestre do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera de
Brasília
gleidianesuelen2@gmail.com
RESUMO

O dia 18 de maio é marcado como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à


Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Essa data foi escolhida em virtude do
"Caso Araceli", um crime brutal, tendo ocorrido em 1973, no estado de Espírito Santo
comovendo o país. O objetivo de se estabelecer o 18 de maio como marco é
conscientizar a população sobre a gravidade desse tipo de violência e incentivar a
denúncia de casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. É uma
data importante para lembrar que todos têm responsabilidade na proteção e na
garantia dos direitos desses indivíduos, e que é preciso agir para prevenir e combater
essa forma de violência.
A definição de violência pela Organização Mundial da Saúde se refere à
intenção de usar força ou poder de maneira ameaçadora ou efetiva contra si mesmo,
outra pessoa, grupo ou comunidade, podendo resultar em lesão, dano psicológico,
impacto no desenvolvimento, privação ou até mesmo morte. A violência sexual contra
crianças e adolescentes é caracterizada pela violação dos seus direitos sexuais, que
ocorre por meio de abuso ou exploração do corpo e da sexualidade das vítimas, seja
por meio de coerção ou de força física. Como esses indivíduos são vulneráveis, devido
ao desequilíbrio de poder, ou ainda a qualquer incapacidade mental ou física, eles são
incapazes de dar o seu consentimento.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece, em seu art. 5º, que
é proibido negligenciar, discriminar, explorar, violentar, maltratar ou oprimir qualquer
criança ou adolescente, e qualquer violação aos seus direitos fundamentais será
punida pela lei.
É importante considerar o cuidado às crianças e aos adolescentes desde o
conceito inicial de sua sexualidade, visto que a sexualidade faz parte naturalmente da
personalidade de cada um, considerada desse modo uma necessidade básica, bem
como um construto interno do ser humano, que não pode ser tratado separadamente
de outros aspectos da vida. Do mesmo modo que saúde é um direito humano
fundamental, a saúde sexual igualmente deve ser considerada um direito humano
básico, e é sob essa condução que se espera que esse projeto contribua para trazer
esclarecimentos e conscientização ao enfrentamento da violência sofrida por crianças
e por adolescentes.

Palavras-chave: conscientização, sexualidade, violência sexual, Estatuto da Criança


e Adolescente.
INTRODUÇÂO

Durante toda a história do Brasil, crianças e adolescentes têm sido expostos a


diferentes formas de violência, abuso sexual e maus-tratos, uma realidade muito
presente nos dias de hoje.
Relativamente ao trágico violento ocorrido em 1973, na cidade de Vitória,
Espírito Santo, o dia 18 de maio foi escolhido como marco para o Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Nesse evento,
a jovem Araceli Cabrera Sánchez Crespo, de apenas 8 anos, foi sequestrada,
drogada, estuprada e brutalmente assassinada, sendo encontrada carbonizada dias
depois, em uma mata próxima à cidade. E, embora os responsáveis nunca tenham
sido responsabilizados, o caso teve grande repercussão, evidenciando a necessidade
de combater a violência sexual contra crianças e adolescentes. Além disso, promoveu
o início de várias campanhas e iniciativas para conscientizar a sociedade sobre a
importância de proteger e garantir os direitos desse grupo ter sua sexualidade
preservada na infância e na adolescência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é um
componente intrísico da indentidade e ela faz parte da personalidade de cada
indíviduo, não podendo ser dissociada de outras dimensões da vida. A sexualidade
não está restrita ao ato sexual, mas similarmente, trata-se de uma energia motivadora
e impulsionadora na busca de intimidade e expressão na forma de sentir nos contatos
humanos, e como estas se relacionam. Ademais, a sexualidade ainda exerce
influência nos pensamentos, nos sentimentos, nas ações e nas interações
interpessoais, desempenhando papel significativo na saúde física e mental de todo ser
humano. Evidentemente, a sexualidade está presente em todas as fases da nossa
vida, englobando as sensações corporais e subjetivas relacionadas à vida humana,
incluindo aspectos emocionais, que não podem ser dissociados da razão, da cognição
e de questões sociais. Por essa razão, é tratada conceitualmente de forma ampla com
a finalidade de englobar várias manifestações, além da atividade sexual em si. Após o
nascimento, a sexualidade pode ser manifestada por meio de diferentes formas, tais
como sons, cheiros, sensações táteis e emoções relacionadas a sentimentos de afeto
e acolhimento.
No sentido de proteção, a educação sexual é um processo que acontece de
forma contínua. Pode ser adquirida de forma não intencional por meio das mensagens
transmitidas no cotidiano, como nas falas familiares, assim como em discursos
religiosos, na mídia televisiva, nas diversas opiniões, entre outros. Outra forma de
educação sexual é intencional, quando há um planejamento para informar sobre
sexualidade. Essa educação sexual é um processo formal e sistemático. Desde 1996,
é previsto como um tema transversal na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e está
presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais, volume 10.
É importante destacar que nos dias de hoje, as famílias têm sido expostas a
diversas mensagens com conteúdo sexual através dos meios de comunicação. O
corpo e a sexualidade têm sido usados como estratégia de marketing, tornando-os
mercadorias de consumo e, justamente esse teor de banalização da sexualidade tem
dificultado o processo educativo, tornando, assim, mais desafiador associar a
sexualidade ao afeto, à responsabilidade e à promoção da saúde.
Atualmente, a sexualidade humana é vista como um elemento crucial para a
saúde e bem-estar das pessoas, e está relacionada a diversos benefícios para a
saúde e aumento da expectativa de vida (LINDAU; et al, 2010). Ainda que
historicamente a sexualidade tenha sido atrelada ao objetivo reprodutivo, a partir do
século XX, reprodução e sexualidade passaram a ser vistas como conceitos distintos
e, em muitos aspectos, independentes um do outro (BENAGIANO, et al,2010). Ainda
contemporaneamente, é reconhecido pela sociedade a relevância de serem discutidas
questões relacionadas à sexualidade, sobretudo na adolescência, período em que
ocorrem diversas transformações físicas e psicológicas. Nesse contexto, os
adolescentes sentem a necessidade de receber informações e orientações sobre o
assunto (BENAGIANO, et al, 2010).
Vale dizer que, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil
está classificado em segundo lugar no cenário internacional em relação exploração
sexual de crianças e jovens, registrando um número alarmante de vítimas a cada ano,
sendo que dentro desses dados, quase 20% das denúncias de agressões contra
crianças envolvem violência sexual, e a maioria é cometida por conhecidos ou
familiares da criança (TUCKER, 2015).
A violência tem as crianças como as suas principais vítimas, e
incontestavelmente estas vivenciam mais situações de exposições do que outros
segmentos da população; as situações de exposições incluem estupros, violência
doméstica, abusos físicos, emocionais, psicológicos e outros (WHO, 2017).
O abuso sexual cometido contra crianças e adolescentes é amplamente
reconhecido como uma questão de interesse público, uma vez que é bastante comum
e pode ter efeitos duradouros e imediatos afetando a vida das vítimas e de suas
famílias. Ao longo da história, a violência sexual tem sido mais frequentemente
direcionada à fragilidade feminina em todo o mundo, embora meninos também
pertencem ao grupo de vítimas (WHO, 2017).
De acordo com o Código Penal brasileiro, o crime de estupro é definido como a
prática de atos sexuais ou libidinosos sem o consentimento da vítima, seja por meio de
violência ou ameaça grave. O abuso sexual que ocorre dentro do ambiente familiar é o
mais comum, em comparação ao abuso cometido por indivíduos que não possuem
vínculos próximos com a vítima e, a respeito disso, os estudos realizados no Brasil
apontam pais, padrastos e tios como os principais agressores (HABIGZANG;
KOLLER, 2011).

OBJETIVO

Conscientizar os leitores sobre a importância do Dia Nacional de Combate ao


Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, alertando para a gravidade
dessa forma de violência e incentivando a denúncia de casos de abuso e exploração
sexual infantil, com destaque para a responsabilidade de cada indivíduo na proteção
dos direitos dessas vítimas, desde o cuidado com a sua sexualidade na infância até a
garantia do acesso aos cuidados de saúde sexual como um direito humano
fundamental.

METODOLOGIA

Para a elaboração deste artigo, utilizou-se uma metodologia baseada em


pesquisa bibliográfica, a qual envolveu a busca de artigos científicos, livros e outros
materiais relevantes, por meio de fontes de dados confiáveis e especializadas, como
bases de dados eletrônicas, bibliotecas virtuais e portais de periódicos. A pesquisa foi
realizada por meio da utilização de palavras-chave relacionadas ao tema, tais como
“conscientização do abuso sexual”, “sexualidade”, “violência sexual”, “Estatuto da
Criança e Adolescente” e o objetivo foi identificar as principais teorias e pesquisas
relacionadas ao abuso sexual de crianças e adolescentes, bem como destacar a
importância da conscientização da sociedade na prevenção e na identificação desses
casos. Ademais, foram examinados dados estatísticos apresentados pelas instituições
governamentais e fontes pertinentes, e para a análise dos dados obtidos, foram
utilizadas técnicas de leitura crítica.

RESULTADOS E DISCUSSÔES

A violência doméstica contra crianças e adolescentes é um grave problema


social no Brasil que demanda abordagem e enfrentamento e, consoante a isso, a
violência apresenta diversas particularidades e se revela de várias formas, sendo que
o abuso e a exploração são formas igualmente cruéis pelas quais a violência sexual se
manifesta. Percebe-se que a exposição precoce à violência pode levar a impactos
negativos no desenvolvimento físico, mental e psicossocial de crianças e adolescentes
(MINAYO, 1997).
Estudos mostram que a maioria dos adultos violentos sofreu abusos na
infância, evidenciando uma relação de causa e efeito entre o abuso sofrido e
comportamentos violentos posteriores. De acordo com estimativas, 25% dos
indivíduos adultos sofreram algum tipo de abuso físico durante a infância, o que
representa um problema social que gera custos econômicos e sociais para o Estado e
para as famílias (SHELB, 2008; SANTOS, 2019).
De acordo com Santos (2011), a violência sexual é categorizada em duas
modalidades: intrafamiliar e extrafamiliar. No entanto, essa classificação apresenta
limitações, como a ênfase no local da violação em detrimento do agente violador e a
não abrangência de todas as formas de abuso sexual. Para o autor, uma
categorização que considere o agente violador, o local e a modalidade de violação
seria mais eficaz para o enfrentamento da violência sexual, incluindo a prevenção e
responsabilização dos autores.
Sendo assim, pode-se definir os conceitos de abuso sexual intrafamiliar e
extrafamiliar da seguinte forma: o abuso sexual intrafamiliar refere-se ao abuso sexual
cometido por pais, parentes ou responsáveis legais, também conhecido como abuso
sexual incestuoso. Cumpre esclarecer que esse tipo de abuso ocorre dentro do
ambiente familiar, seja ele biológico ou adotivo e, além disso, essa classe abrange
todo ato sexual que envolve um indivíduo adulto e um menor de idade, ou entre um
jovem e uma criança, em situações que existe um vínculo de parentesco
consanguíneo (direto ou não) ou uma relação de responsabilidade (ABRAPIA, 2002).
Já o abuso sexual extrafamiliar é definido como aquele praticado por
cuidadores e agentes socializadores de crianças e adolescentes e, geralmente, esse
tipo de abuso ocorre em locais de socialização, como escolas, igrejas, ONGs e
consultórios médicos. Ressalta-se, ainda, que o autor do abuso é alguém que a
criança ou adolescente conhece e em quem confia, como pessoas encarregadas de
atividades educativas, recreativas, profissionais da saúde e educadores de cursos
extracurriculares e de aprendizagem profissional (ABRAPIA, 2002).
O perfil do criminoso, de acordo com o anuário de segurança pública (2021)
mostrou-se sendo: homem (95,4%) e conhecido da vítima (82,5%), sendo que (40,8%)
eram pais ou padrastos; (37,2%) irmãos, primos ou outro parente e (8,7%) avós.
Relação entre vítima e autor (82,5% conhecido) e (17,5% Desconhecido). Nota-se, a
partir desses indicadores que, é comum que os estupros de vulneráveis ocorram no
ambiente familiar, sendo que 76,5% deles acontecem dentro da casa da vítima.
Em resumo, a classificação proposta pelo autor Santos permite uma
abordagem mais abrangente da violência sexual, que levando em consideração não
apenas o local da violação, mas também, o agente violador e a modalidade do abuso.
Dessa forma, torna-se mais eficaz o enfrentamento da violência sexual, incluindo a
prevenção e responsabilização dos autores.
O reconhecimento de sinais psicológicos e mudanças cognitivas, emocionais e
comportamentais em indivíduos que sofreram violência sexual é de inegável
importância para uma intervenção adequada (GOBIN et al., 2017). Frisa-se aqui que
relatar a situação abusiva pode ser uma etapa importante no processo de recuperação
da vítima. Isso porque o relato pode ajudar a ativar e reorganizar a memória
traumática, permitir que a vítima confie em um adulto não abusivo, reorganizar
convicções distorcidas sobre responsabilidade e diferenças em relação aos outros e
protegê-la nos casos em que a violência sexual continua ocorrendo (HABIGZANG &
CAMINHA, 2004).
Infelizmente, uma grande parte da população tem a crença equivocada de que
a violência sexual se limita à penetração, ignorando outras formas de abuso, como
toques ou exposição a conteúdos sexuais (CLAY-WARNER & BURT, 2017). É
importante esclarecer que o abuso não se limita apenas à relação sexual, mas inclui
qualquer comportamento em que haja manipulação da criança ou adolescente visando
a satisfação sexual do agressor (HÉBERTH et al., 2009). Reconhecer esses
comportamentos sexuais como formas de abuso é fundamental na luta contra o
estupro desse grupo vulnerável que são as crianças e os adolescentes (LAMMERS et
al., 2011).
A proteção das crianças e adolescentes mostrou-se um tema complexo, que
envolve diversas áreas do conhecimento, como a psicologia, a sociologia e o direito.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência sexual contra
crianças e adolescentes é um problema de saúde pública global, que afeta milhões de
pessoas em todo o mundo, podendo ter efeitos devastadores na vida dessas vítimas,
incluindo danos psicológicos e emocionais de longo prazo, com efeitos danosos por
toda a vida do indivíduo.
O ECA, em seu artigo 5º, estabelece que nenhuma criança ou adolescente
será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, e qualquer atentado aos seus direitos fundamentais será punido
na forma da lei. Além disso, outros artigos complementares da lei abordam a proteção,
os direitos e a punição em caso de descumprimento.
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes, oficializado pela Lei nº 9.970/2000 é uma data importante para mobilizar
a sociedade e as autoridades no combate a esses crimes e, durante todo o mês de
maio, vários órgãos públicos realizam ações para prevenir e conscientizar a população
sobre o tema.
Apesar das ações realizadas durante o mês de maio para prevenir e combater
o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, há uma falta de dados
estatísticos e informações sobre as leis e regulamentos que protegem esses
indivíduos e, também, por esse motivo, seriam mais do que necessárias, campanhas
que incluam informações mais detalhadas sobre esses aspectos, a fim de que seja
trabalhado melhor com a sociedade na promoção de ações mais eficazes na
prevenção e combate a esses crimes.
Além disso, as campanhas são muito semelhantes e, em geral, se concentram
na denúncia e no combate a novos casos, o que é importante. No entanto, é
indispensável, também que outras questões sejam igualmente abordadas, como a
proteção das vítimas e o apoio às famílias. Ainda vale mencionar que é indispensável
o desenvolvimento de estratégias mais abrangentes e integradas para abordar todas
essas questões e proteger efetivamente as crianças e adolescentes.
Em suma, o ECA representa um importante avanço na proteção dos direitos
das crianças e adolescentes no Brasil.
CONCLUSÂO

A conclusão desse estudo aponta para a necessidade de mais pesquisas sobre


o abuso sexual de crianças e adolescentes no Brasil, a prevalência e a incidência
desses casos, bem como as implicações legais e as consequências para o futuro das
vítimas. Tais estudos devem ser conduzidos de acordo com os parâmetros da
realidade socioeconômico-cultural brasileira.
Apesar de a psicologia ter avançado na compreensão do abuso sexual infantil,
avaliar essa forma de violência é desafiador para psicólogos e pesquisadores e para
que se estabeleçam a proteção do público-alvo do abuso sexual, da saúde e da
qualidade de vida das vítimas e suas famílias, é necessário coordenar aspectos
teóricos, metodológicos, éticos e técnicos.
O abuso sexual cometido por um membro da família é um problema complexo,
que pode causar alterações graves no comportamento, na cognição e no emocional da
vítima. Para uma avaliação eficaz, é necessário identificar o abuso, denunciar,
acompanhar o caso nos órgãos de proteção e encaminhar a vítima para atendimento
médico e psicológico. Além disso, é importante acompanhar a família para garantir a
proteção contínua contra futuras situações abusivas.
Nesse sentido, é essencial que as instituições sociais que possuem vínculo
direto com a proteção da criança e do adolescente trabalhem em conjunto com o
intuito de se prevenir e lidar com casos de violência sexual; e coadunado a isso, a
implementação de políticas públicas e conscientização da população sobre as
diferentes formas de violência também são fundamentais.
É importante enfatizar que a existência de campanhas para um dia específico
de luta contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes é de grande
relevância, porém, essas campanhas precisam ser mais específicas, com um foco
claro em qual público querem atingir e com uma mensagem direta e impactante, já que
ações efetivas são necessárias para combater essa violência.
Dessa forma, é necessário melhorar a rede de integração e proteção para
garantir a segurança das crianças e adolescentes, visando um futuro onde esse tipo
de violência seja estancada, como destaque para o que aponta o art. 4º do ECA, por
se tratar de dever de todos assegurar os direitos das crianças e adolescentes.
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