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Avaliação Psicológica: compreensão e métodos para análise

Orientadora Rosana Lima

Discentes do Curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera

Ana Lúcia Barreto de Oliveira – 129289216246


Analuciabo77@gmail.com

Gleidiane Suelen de Oliveira da Silva – 128927216246


gleidianesuelen2@gmail.com

Janaina Glauce Souza Bastos - 120093616246


Janainaglauce@gmail.com

Kelly Menezes de Souza Vargeides – 133818116246


kellymgm@gmail.com

Werlanny da Cruz Silva Viana – 73630101100


werlannysilva@gmail.com

Brasília 2023
RESUMO
Este artigo tem como propósito investigar a essência fundamental da
avaliação psicológica, tal como definida pela Resolução nº007/2003 do
Conselho Federal de Psicologia. A avaliação psicológica é delineada como um
processo técnico-científico abrangendo a coleta, análise e interpretação de
informações relacionadas a fenômenos psicológicos. Este procedimento
engloba uma variedade de estratégias, métodos e instrumentos específicos.
Um marco recente nesse campo é a introdução do Satepsi, um sistema de
certificação de instrumentos de avaliação psicológica, acessível apenas aos
profissionais de Psicologia. O Satepsi desempenha um papel crucial na
avaliação da pertinência desses instrumentos, utilizando critérios técnicos que
englobam embasamento teórico, estudos psicométricos e aspectos
interpretativos. O propósito subjacente é fornecer informações valiosas aos
profissionais, orientando-os sobre a qualidade das ferramentas disponíveis.
Além disso, este artigo explora a perspectiva dos testes psicológicos
como meios de mensurar fenômenos psicológicos, reconhecendo sua
importância central na evolução da Psicologia. Enfatiza-se o valor do
conhecimento obtido por meio de testes que são validados e precisos,
sustentados por evidências empíricas sólidas, destacando a constante
necessidade de deliberar sobre o uso criterioso desses instrumentos. Por meio
dessas perspectivas, ressalta-se a relevância da avaliação psicológica tanto no
contexto clínico quanto profissional, encorajando uma análise crítica e uma
discussão abrangente sobre seu papel e aplicabilidade.

Palavras-Chave: Avaliação Psicológica, testes psicológicos, testes


psicométricos.

INTRODUÇÃO

A conexão entre avaliação e a natureza e formação do indivíduo é


inerente, desempenhando um papel fundamental no seu desenvolvimento
como ser social.
A Avaliação Psicológica representa uma das áreas mais antigas da
Psicologia, e sua aplicação sempre gerou debates intensos. Enquanto alguns a
questionam, outros a apoiam, sendo que a principal divergência não reside
tanto na prática em si, mas principalmente na falta de compreensão abrangente
das suas bases teóricas e práticas, bem como no subsequente uso
inadequado. Nesse sentido, é mais comum encontrar críticas e resistência em
relação ao seu uso do que o empenho em compreender o embasamento
científico que a fundamenta (NORONHA et al., 2002). Entre as principais
críticas à avaliação psicológica estão: o uso inadequado dos instrumentos; a
propagação de preconceitos e discriminação social; a presença de
instrumentos desatualizados e sem respaldo científico; a elaboração de laudos
inadequados; e a utilização meramente técnica dos instrumentos, sem uma
abordagem crítica e reflexiva fundamentada em teoria e ciência. Os críticos
destacam que essas objeções emergem inclusive da própria comunidade de
psicólogos.
A avaliação psicológica é uma prática legalmente reservada
exclusivamente aos psicólogos, conferindo-lhes uma posição central nesse
âmbito. Para o século atual, espera-se que os profissionais demonstrem
competência em suas atividades, elevando a garantia legal a um nível de
excelência e confiança nas avaliações realizadas. Portanto, é de suma
importância que a avaliação seja conduzida apenas por profissionais
capacitados, em vez de ser realizada por qualquer psicólogo, uma vez que a
prerrogativa de avaliar é exclusiva. A avaliação psicológica (AP) consiste em
um processo amplo que busca responder questões específicas sobre o
funcionamento psíquico adaptativo ou não de um indivíduo durante um período
determinado ou prever seu funcionamento psicológico futuro. A avaliação deve
fornecer informações embasadas cientificamente para orientar, sugerir e
fundamentar processos de tomada de decisão em contextos nos quais o
entendimento do funcionamento psicológico é crucial.
A formação profissional, como um todo, carrega a responsabilidade de
fornecer uma base crítica que conduza a práticas seguras e que contribuam
para o bem-estar da sociedade de maneira significativa (Almeida & Soares,
2001). Quanto ao ensino da avaliação psicológica, é reconhecido como um dos
pilares fundamentais da formação em Psicologia, abrangendo uma variedade
de disciplinas em diferentes áreas de atuação do psicólogo, como teorias da
personalidade, medição em psicologia, teorias psicopatológicas, entre outras
(Alchieri & Bandeira, 2002).
Os testes psicológicos são essenciais na prática dos psicólogos,
oferecendo informações cruciais para a elaboração de diagnósticos durante
avaliações. Para garantir a eficácia desses testes, é imperativo submetê-los a
avaliações rigorosas que comprovem suas qualidades psicométricas, seguindo
diretrizes que garantam aceitação e confiabilidade tanto pela comunidade
científica quanto pelo público em geral.
É relevante enfatizar que o uso desses testes é restrito aos profissionais
de psicologia, que seguem o Código de Ética Profissional para definir os limites
e responsabilidades de sua prática, incluindo a avaliação. O Conselho Federal
de Psicologia (CFP, 2001) regulamenta a criação, comercialização e uso de
instrumentos psicológicos. A resolução nº 25/2001 exige que os testes
atendam a requisitos mínimos para serem reconhecidos, sendo considerado
antiético o uso de instrumentos que não atendam aos padrões de qualidade. A
obrigatoriedade de um manual para cada teste é um ponto crucial, visando
orientar os profissionais na aplicação, estimulando pesquisas sobre os
instrumentos e desencorajando materiais inadequados ou de qualidade
duvidosa.
Os testes psicológicos complementam a coleta de dados, auxiliando na
compreensão de problemas e no processo de tomada de decisões, quando
combinados a outras informações organizadas pelos psicólogos.
Dentro da categoria "testes psicológicos", existem diversas ferramentas,
como os psicométricos e projetivos. Isso levanta questionamentos sobre a
relevância da formação profissional para garantir a validade dos resultados na
avaliação psicológica. Este ensaio tem o objetivo de explorar a projeção como
tema central, analisando sua definição, a importância do domínio profissional
no uso dessas técnicas e os efeitos dos testes menos estruturados, como
Rorschach e Zulliger, na avaliação psicológica.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2004), os testes
avaliam características psicológicas por meio da observação do
comportamento. A análise das características é feita considerando como as
pessoas se comportam nas tarefas propostas, contribuindo com dados
confiáveis para a Avaliação Psicológica (CFP, 2004), sendo a validade,
confiabilidade e normatização dos testes fundamentais para a credibilidade das
características identificadas.
O termo "teste psicológico" refere-se a um método restrito aos
psicólogos, regulamentado quanto à sua criação, comercialização e uso. Para
ser reconhecido como teste, deve seguir os princípios aceitos pela comunidade
científica, principalmente da psicometria (CFP, 2001), representando um
avanço para a categoria profissional, assegurando a confiabilidade dos
instrumentos.
A Resolução n° 2/2003 do CFP (2003) normatiza a utilização,
desenvolvimento e comercialização dos instrumentos de avaliação psicológica.
A partir dessa resolução, apenas inventários, testes, escalas e instrumentos
estrangeiros traduzidos são reconhecidos após aprovação. A aprovação exige
fundamentação teórica, evidências empíricas de validade e precisão.
É indiscutível que os testes apresentam limitações, como em qualquer
área científica. No entanto, é responsabilidade dos psicólogos considerá-los
ferramentas secundárias em suas práticas. A avaliação psicológica deve ser
inclusiva e não discriminatória, abordando a complexidade integral do ser
humano. No entanto, atingir esse objetivo não significa abandonar as
ferramentas auxiliares; ao contrário, requer constante aprimoramento e
expansão dos métodos e conhecimentos. Devemos evitar regressar a
medições rudimentares e imprecisas devido às incertezas e erros de medição,
uma perspectiva que compartilhamos.

COMO SE AVALIA:

ATENÇÃO

A atenção é um mecanismo essencial de seleção de estímulos,


desempenhando o papel de proteger a mente contra a sobrecarga de
informações, o que contribui para a eficácia do funcionamento cognitivo. A
atenção pode ser um processo automático ou controlado, sendo suscetível a
sofrer alterações por consequência da idade, de transtornos psíquicos e/ou de
desenvolvimento e quadros de demência. Por isso, a mensuração da atenção é
fundamental para descobrir indícios de transtornos e alterações cognitivas,
prognosticar níveis de rendimento e produtividade, além de prevenir acidentes.
Existem diversos conceitos de atenção, incluindo:
Atenção Sustentada/Concentrada: Refere-se à capacidade de manter o
foco atencional em dado estímulo durante um período de tempo.
Exemplo de teste: AC - 15 (RESTRITO A PSICÓLOGOS). Objetivo:
Verificar a capacidade de atenção dos indivíduos. Público-alvo: Adolescentes e
adultos, com escolaridade a partir do ensino fundamental. Aplicação: Individual
ou coletivo, com limite de tempo total de 15 minutos (5 minutos para cada
teste).
Atenção Alternada: Descreve a habilidade de alternar o foco atencional
entre dois ou mais estímulos.
Exemplo de teste: AOL - A/C/D (RESTRITO A PSICÓLOGOS). Objetivo:
AOL-A avaliação a capacidade de o indivíduo direcionar o foco da atenção ora
em um estímulo, ora em outro; AOL-C tem como objetivo mensurar a
capacidade de uma pessoa focar sua atenção em apenas uma fonte de
informação em detrimento de outros estímulos; AOL-D avalia a capacidade de
o indivíduo focalizar sua atenção em dois ou mais estímulos simultaneamente.
Público-alvo: Adultos e idosos, de 18 a 70 anos. Aplicação: On-line, por meio
do envio de link ou presencial, de forma individual ou coletiva. O tempo de
aplicação para o AOL-A e AOL-C é de 2 minutos e 30 segundos e, para o AOL-
D,4 minutos.
Atenção Dividida: Se refere a capacidade de partilhar os recursos
atencionais entre dois estímulos ou atividades simultâneas.
Exemplo de teste: TEADI e TEALT (RESTRITO A PSICÓLOGOS).
Objetivo: O Teste de Atenção Dividida (TEADI) fornece uma medida referente
à capacidade da pessoa dividir a atenção, ou seja, a capacidade do indivíduo
para procurar mais de dois estímulos simultaneamente. Público-alvo: Adultos
de 18 a 72 anos. Aplicação: Individual ou coletiva.

MEMÓRIA

A memória pode ser definida como a capacidade de aquisição,


formação, conservação e evocação de informações (Izquierdo,2011). É o
processo cognitivo que permite recorrer às experiências passadas a fim de
usar essas informações no presente (Sternberg,2000).
Ela não é uma habilidade unitária, mas o conjunto de diferentes
subsistemas, com bases neurológicas independentes, mas que trabalham
muitas vezes de forma relacionada (Squire,2009). Alguns dos subsistemas são:
Memória operacional/de trabalho/de curto prazo: permite o
armazenamento temporário e a manipulação mental de informações.
Memória de longo prazo: responsável pelo armazenamento duradouro
de informações (divide-se entre implícita e explícita).
Memória implícita/não declarativa: é a parte da memória de longo prazo
que permite que experiências passadas interfiram no desempenho ou
comportamento do indivíduo sem que haja consciência destas experiências
anteriores.
Memória explícita/declarativa: é a memória de longo prazo de
informações que se encontram conscientemente disponíveis (divide-se entre
memória semântica e episódica).
Memória episódica: recordação de fatos e eventos aos quais assistimos
ou participamos.
Memória semântica: espaço da memória explícita em que são
armazenados conhecimentos gerais a respeito das palavras e do mundo.
A memória pode ser afetada pela idade (pelo processo de
comprometimento cognitivo leve que ela causa), por alguns transtornos
psiquiátricos e quadros demências. Medir a memória é importante para
descobrir indícios de transtornos e alterações cognitiva, além de prever o nível
de produtividade.
Um exemplo de teste psicológico que mede a memória é o BFM-2
(TEMPLAM). Objetivo; investigar, avaliar e mensurar a memória de longo e
curto termo. Público-alvo: Adultos com idade mínima de18 anos. Aplicação:
Individual ou coletivo, com tempo determinado (3 minutos).
Outro exemplo é Figuras complexas de Rey (RESTRITO A
PSICÓLOGOS). Objetivo: As Figuras de Rey objetivam avaliar a atividade
perceptiva e a memória visual, nas fases de cópia e reprodução de memória.
Seu objetivo é verificar o modo como o sujeito apreende os dados perceptivos
que lhe são apresentados e o que foi conservado espontaneamente pela
memória. Público-alvo: dos 5 aos 88 anos de idade para Figuras A e de 4 a 8
anos para Figura B. Aplicação: individual e presencial.

RACIOCÍNIO

A Avaliação Psicológica das habilidades cognitivas é uma ferramenta


crucial para investigar e mensurar os construtos da inteligência, contribuindo
tanto para a tomada de decisões em políticas públicas visando melhorias no
desenvolvimento cognitivo da população escolar, quanto para a emissão de
pareceres favoráveis ou desfavoráveis para a obtenção de porte de armas ou
CNH, além de processos seletivos em concursos e diversas outras
perspectivas relacionadas à avaliação da saúde mental e seus
desdobramentos comportamentais.
Inicialmente, em conformidade com as necessidades sociais da época,
com o intuito de aprimorar o desempenho acadêmico, a avaliação das
habilidades cognitivas, conforme Pasquali (1997), concentrava-se na detecção,
por meio de testes psicológicos, de deficiências mentais e do potencial dos
indivíduos para fins de prognóstico acadêmico (ANDRIOLA e CAVALCANTE,
1999). Hoje, segundo Anastasi & Urbina, "a medição da inteligência é de
grande relevância não apenas para o sistema educacional em geral, mas
também para as interações sociais e profissionais do cotidiano" (CAMPOS,
2000).
Nesse contexto, é válido ressaltar o conceito de raciocínio, que Almeida
destaca como um dos elementos primordiais na resolução de problemas,
especialmente quando as tarefas requerem a identificação de relações,
comparação de elementos e a escolha de uma resposta dentre várias
alternativas propostas (ANDRIOLA e CAVALCANTE, 1999). Ele também
salienta que a inteligência engloba todos os processos cognitivos, desde a
assimilação de informações até a formulação de respostas, englobando etapas
como codificação, memorização, aprendizado, evocação e associação de
informações.
O raciocínio assume a responsabilidade pelos aspectos de
processamento e associação de informações. Dessa forma, é possível inferir
que todas as tarefas relacionadas aos conceitos de inteligência, compreensão
e solução de problemas podem requerer o raciocínio como uma habilidade
cognitiva essencial para a resolução de problemas simples e complexos, tanto
nas situações do dia a dia quanto nas questões intelectuais. Chi & Glaser
(1992) afirmam que a resolução de problemas está diretamente ligada às
exigências da tarefa e à vivência do indivíduo no contexto histórico. Isso sugere
que o raciocínio é uma capacidade cognitiva usada para enfrentar desafios em
diferentes domínios, como numérico, verbal, espacial, abstrato e mecânico.
A avaliação do raciocínio pode ser realizada por meio de testes de
aptidão, focados nas competências e habilidades necessárias para um
determinado cargo ou responsabilidade. Esses testes abrangem diversos
conteúdos, como:
Raciocínio verbal: Avalia a compreensão semântica, gramatical e
interpretativa do candidato com base em um texto.
Raciocínio numérico: Verifica a capacidade do profissional de
compreender e manipular informações numéricas, frequentemente usando
tabelas e gráficos.
Raciocínio mecânico: Analisa habilidades em circuitos elétricos,
matemática aplicada e conceitos relacionados à mecânica e engenharia.
Raciocínio lógico: Testa sequências, padrões e capacidade de inferência
com base em imagens ou informações fornecidas.
Pensamento crítico: Avalia a habilidade do profissional em formular
argumentos, desenvolver conceitos e compreender informações de maneira
profunda.
Os instrumentos de avaliação psicológica mais frequentemente
empregados por psicólogos para avaliar a capacidade de inteligência e
raciocínio são os Testes G-36 e G-38. Esses testes foram desenvolvidos pelo
psicólogo venezuelano Efraim Rojas Bocallandro, baseando-se na teoria do
fator geral de inteligência (fator G) proposta pelo psicólogo inglês Charles
Spearman. Amplamente utilizados em processos seletivos de empresas e pelo
Detran, os Testes G-36 e G-38 são instrumentos de avaliação de inteligência
não verbal. São de fácil aplicação e correção, focando no fator geral de
inteligência. Esses testes são particularmente adequados para contextos
clínicos, organizacionais e concursos públicos.
A dinâmica do teste envolve a apresentação de um livrinho com 36
exercícios de múltipla escolha ao candidato, juntamente com uma folha para
registrar as respostas. Cada página do livrinho apresenta uma figura
incompleta, com o candidato sendo encarregado de escolher uma das seis
alternativas para completá-la. Embora as primeiras páginas sejam
relativamente simples, o nível de dificuldade aumenta à medida que o teste
progride. A duração média do teste é de cerca de 30 minutos. A correção é
efetuada tanto quantitativamente, considerando o total de respostas corretas,
quanto qualitativamente, analisando os tipos de erros cometidos. A correção
pode ser feita manualmente, utilizando critérios de correção, ou através de
plataformas de correção online. Existe uma média de pontuação necessária
para obter aprovação no teste. Ele pode ser aplicado individualmente ou em
grupo e é destinado a indivíduos a partir de 17 anos, com ensino médio
completo. Os candidatos têm direito a um feedback individual, indicando se
foram aprovados ou não, bem como o motivo.
A reprovação no teste não necessariamente indica falta de habilidade do
candidato, mas pode refletir a dificuldade de demonstrar essas habilidades de
maneira clara e objetiva naquele momento específico. Fatores
comportamentais, como distrações, sobrecarga mental e estresse, podem
impactar negativamente o desempenho em testes de raciocínio. Fadiga,
sonolência, uso de substâncias psicoativas e álcool também influenciam na
capacidade de concentração.

PERSONALIDADE

Durante nossas interações com as pessoas, acumulamos informações


sobre elas, permitindo-nos, em um processo não profissional de avaliação,
inferir aspectos de suas personalidades e, quando necessário, descrevê-las em
nosso cotidiano (Pasquali, 2001). Um exemplo notável disso é o
relacionamento entre alunos e professores, que, ao longo do tempo,
desenvolvem a capacidade de identificar traços uns nos outros. À medida que
as características mais marcantes de uma pessoa se manifestam,
comportamentos consistentes emergem, criando um padrão pelo qual outros
indivíduos podem reconhecê-las e diferenciá-las na sociedade.
Podemos considerar que essa percepção das características
psicológicas sugere uma concordância grupal, indicando uma consistência
notável em como as pessoas são percebidas. As características
frequentemente observadas nos indivíduos durante suas interações sociais,
seja no ambiente de trabalho ou em outras situações, se referem ao que é
conhecido na literatura científica como traços de personalidade. Isso pode ser
visto como um reconhecimento tanto individual quanto grupal ao longo da vida.
A extroversão, por exemplo, está relacionada ao número e à proporção
das interações interpessoais, refletindo as várias maneiras pelas quais as
pessoas se envolvem com os outros. O neuroticismo diz respeito ao grau de
adaptação e à estabilidade emocional; também abrange as diferenças
individuais que surgem quando as pessoas lidam com emoções relacionadas
ao desconforto psicológico, bem como os comportamentos e estilos cognitivos
associados.
A socialização é a habilidade de construir relações interpessoais e está
ligada aos diversos tipos de interações que um indivíduo pode ter, variando
entre expressões de simpatia, bondade e afinidade, até atitudes de
competição, cinismo e manipulação.
O traço de realização engloba conceitos como organização,
perseverança, autocontrole e motivação para atingir metas. Por fim, a abertura
se refere aos comportamentos exploratórios e ao reconhecimento da
importância de experimentar novas vivências.

Bateria Fatorial de Personalidade (BFP)  

Teste de personalidade são usados para medir personalidade de uma


pessoa, um deles é o BFP, sendo aprovado para uso no Brasil pela SETAPIS,
esse teste é composto por 126 itens que descrevem sentimentos, opiniões e
atitudes.
As respostas são registradas numa escala de pontos e trata-se de um
instrumento psicológico construído para avaliação da personalidade a partir do
modelo dos cinco fatores.
EXEMPLOS DE TESTES

INSTRUMENTOS PSICOLÓGICOS
ATENÇÃO
INSTURMENTO DESCRIÇÃO
Atenção concentrada - AC Avaliar a capacidade do sujeito de manter o foco.
Atenção concentrada no trabalho realizado durante
um período determinado.

Teste de Atenção dividida – TADI Capacidade de partilhar os recursos atencionais


entre dois estímulos ou atividades simultâneas.

Teste de Atenção Seletiva - TAS Capacidade de selecionar e manter o foco em


um determinado estímulo em detrimento de
outros presentes no ambiente.

MEMÓRIA
INSTRUMENTO DESCRIÇÃO
BFM-2 (TEMPLAM) Investigar, avaliar e mensurar a memória de
longo e curto termo.

Figuras Complexas de Rey Avalia a atividade perceptiva e a memória


visual, nas fases de cópia e reprodução de
memória.

Memória Visual de Rostos - MVR Avaliação da capacidade do indivíduo em


memorizar rostos e informações associadas a
eles (nomes e sobrenomes, profissão,
localização etc.).

RACIOCÍNIO
INSTRUMENTO DESCRIÇÃO
Teste Não Verbal de Inteligência Compõe-se de 4 subtestes para avaliar da
SON-R capacidade congnitiva
 Mosaicos
 Categorias
 Situações
 Padrões

Escala de Inteligência Wechsler É composto de 14 subtestes e constitui-se em


para adultos – (Wais-III) para ferramenta de avaliação da capacidade
adultos intelectual
 Completar figuras
 Vocabulário
 Códigos
 Semelhanças
 Cubos
 Aritmética
 Raciocínio matricial
 Dígitos
 Informação
 Arranjo de figuras
 Compreensão
 Procurar símbolos
 Sequência de números e letras
 Armar objetos

Bateria de Provas de Raciocício Organiza-se em 5 subtestes para avaliar cinco


(BPR-5) diferentes tipos de raciocínio
 Raciocínio Abstrato (BRD-AR)
 Raciocínio Espacial (BRD-SR)
 Raciocínio Verbal (BRD-VR)
 Raciocínio Mecânico
 Raciocínio Numérico

PERSONALIDADE
INSTRUMENTO DESCRIÇÃO - Métodos Prejetivos
Rorschach Consiste em apresentar ao sujeito uma série de
pranchas com imagens e deixar que o sujeito
em questão faça a sua interpretação livre.
Posteriormente, se analisam todas e cada uma
das respostas que o avaliado deu à questão

House-Tree-Person (HTP) Consiste em, no mínimo, duas fases. A primeira


é uma fase não-verbal, na qual o psicólogo
entrega três folhas de papel em branco, lápis e
borracha ao examinando, e solicita a realização
de três desenhos: uma casa, uma árvore e uma
pessoa.

Teste de Apercepção Temática Consiste em apresentar ao sujeito uma série de


(TAT) pranchas selecionadas pelo examinador que
retratam situações sociais e relações
interpessoais, em que o examinando deverá
contar uma história sobre cada uma das
pranchas apresentadas.

Pfister Consiste em um jogo de três cartões contendo o


desenho de uma pirâmide, subdividida em 15
quadrículos e um jogo de quadrículos coloridos
composto por dez cores sub-divididas em vinte
e quatro tonalidades.
CONCLUSÂO

Partindo de que a Avaliação Psicológica é um processo estruturado de


investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e
instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão, no
âmbito individual, grupal ou institucional com base em demandas, condições e
finalidades específicas (CFP resolução n°09/2018), onde o uso de testes
psicológicos auxiliam o profissional no desenvolvimento do diagnóstico e que
alguns testes psicológicos podem avaliar constructos como: a atenção, a
memória, o raciocínio e a personalidade. Onde os elementos estão em plena
conexão. Conclui-se que há uma importância significativa quanto a
compreensão e utilização de testes psicológicos aprovados pelo SATEPSI.
Os resultados da avaliação em relação as cognições, emoções e
comportamentos do ser humano, cooperam com o profissional de psicologia no
que diz respeito a encontrar formas mais eficazes de enfrentamento diante das
situações que impedem o desenvolvimento saudável do indivíduo.
Referências

ANASTASI, Anne. Testes psicológicos. São Paulo: E.P.U.,1977.

ADRIOLA, Wagner Bandeira, CAVALCANTE, Luanna Rodrigues: Avaliação do raciocínio


abstrato em estudantes do ensino médio, s.d. Disponível em:
file:///C:/Users/user/Downloads/download_230824_083528%20(1).pdf. Acesso em: 27 de
agosto de 2023.

ALMEIDA, L. S. (1999). Avaliação Psicológica: exigências e desenvolvimentos nos seus


métodos. Em S. M. Wechsler & R. S. L. Guzzo (Orgs.). Avaliação psicológica perspectiva
internacional (pp.41-55). São Paulo: Casa do Psicólogo.

ALCHIERI, J. C. & Bandeira, D. R. (2002). Ensino da Avaliação Psicológica no Brasil. Em R.


Primi (Org.). Temas em Avaliação Psicológica (pp.35-39). Campinas: Impressão Digital do
Brasil Gráfica e Editora Ltda.

BANDEIRA, D.R., Argimon, I.L., Alchieri, J.C., Oliveira, M.S. & Werlang, B.G. (s/d). O Ensino
de Testes Psicológicos nas Universidades do Rio Grande do Sul. Texto não publicado.

CASTRO, P.F. (2001). Reflexões acerca do ensino e aprendizagem do Rorschach na


realidade brasileira. Anais do IV Encontro da Sociedade Brasileira de Rorschach e outras
Técnicas de Avaliação Psicológica, Itatiba/SP, 59-60.

Compêndio de Avaliação Psicológica / Makilim Nunes Baptista... [et al.], (organizadores). –


Petrópolis, RJ: Vozes, 2019. – (Avaliação Psicológica).
NORONHA, Ana Paula P. et al. Em defesa da Avaliação Psicológica. Avaliação
Psicológica, Porto Alegre, v. 1, n. 2, p. 173-174, 2002.Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v1n2/v1n2a10.pdf. Acesso em 26 dez.2020.

MALLOY-DINIZ, Leandro F. et al. Avaliação Neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed Editora,


2018.

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