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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO


DIRETORIA DE GESTÃO DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA
SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB
LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS/INGLÊS

Disciplina LÍNGUA PORTUGUESA: SINTAXE Data


Professor Patrícia Aparecida da Silva Polos: São Felix do Araguaia
Discente Caymmi Sousa e Silva

Respostas

1. Considerando o que foi apresentado nesta aula, defina o objeto de estudo da sintaxe. (p.29)
(10 pontos)

A sintaxe é uma parte essencial da Gramática que faz o estudo das palavras dentro da frase e
também da oração, relacionando as palavras entre si. Fazendo com que o estudo dessa oração se faz
presente dentro do período, permitindo que a frase tenha sentido e que as palavras estejam na ordem
certa dentro da oração. “Trata-se de divisões Linguística, ao lado da fonética, da fonologia, da
morfologia e da semântica (disciplinas que compõem o chamado “núcleo duro” dessa ciência), se
preocupa, basicamente, em compreender a organização e o funcionamento das estruturas e os diversos
fenômenos gramaticais que caracterizam as línguas naturais” (p.18). No entanto a utilizamos a sintaxe
em dos níveis da gramática da língua portuguesa ela está sempre em nosso dia a dia. Sempre dentro do
conceito de gramática como o conjunto das regras e práticas que nos permitem fazer entender e
entendermos uns aos outros. Além da fonética e da fonologia, que atuam com a realização e
representação gráfica, da morfologia, que trata da classe de palavra e sua estrutura, as ideias linguísticas
do português abrangem a sintaxe, ou seja, a parte da gramática que nos deixa produzir e interpretar a
frase da língua, até mesmo aquelas que jamais havíamos ouvido lido ou pronunciado.

2. Indique e explique o tipo de problema (morfológico, sintático ou semântico) que


torna as estruturas, abaixo, agramaticais: (p.29) (10 pontos)

a. *Maria gosta doce abóbora. A ausência da preposição “de” com o complemento,


desconhece, o fenômeno tradicionalmente expresso dizendo-se que o verbo “gostar” e o

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substantivo “abóbora “exigem a presença de preposição “de” antes de seus complementos.
Nessa oração está faltando às regras morfológicas.
b. *O menino corriu e caiu.
A propósito, essas estruturas são rejeitadas por qualquer falante do português, visto que há
violação de regras morfológicas “iu” não constitui unidade com” corr”. Embora a constitua
com formas como “cair” (caiu).
c.* A árvore deseja sambar. Esta sentença é semântica e apresenta problemas de organização
estrutural que produz incompatibilidade entre a “árvore” e o substantivo deseja sambar” sendo a
semântica responsável pela interpretação da sentença.

d.*Mas não passou no vestibular, João estudou muito. Sentença Morfológica, pois altera a
ordem, da oração “mas não passou no vestibular”, o “João estudou muito”. Por exemplo: você deve
notar que em há uma ligação entre as palavras, já que elas ocorrem juntas e sempre na mesma ordem:
conjunção + preposição + substantivo+ adjetivo. Sendo assim uma sintaxe.

e. *O meu cachorro inmorde, ele é inbravo. Sentença Morfológica que exprime prefixo de
negação do qual sabemos que a palavra “inbravo” e “inmorde” negar o sentido original da palavra
desqualificando o prefixo “in” e “im” nessa sentença.  

f. *João entregou o livro para lhe. Nós, falantes da língua, sabemos que a forma “lhe” nunca
ocorre em final de frase. Deste modo, essa construção não seria interpretável, o que, mais uma vez,
indica a plena interação entre sintaxe e semântica. Na verdade, nos usos que se faz da linguagem, são
indissociáveis. Nem sintaxe, nem semântica, essa frase é totalmente incompreensível.

g.*O cachorro é um mamífero animal. Essa sentença apresenta um problema semântico, pelo
fato do cachorro ser um mamífero não á ligação, semântica, na sentença, falta o sentido do enunciado
“Mamífero” e “animal” que liga o substantivo e o adjetivo.

h. * João bebeu o bife. Olhando para a sentença não há problema na gramática tradicional, mas
sabemos que a erro. Mas existe diferença entre usar o objeto indireto (como preceitua a norma) e o
objeto direto (como determina a prática linguística). “A regra prescrita é uma e o uso real é outro. Neves
(2008, p. 29) confirmam essa constatação”: “a gramática tradicional (...) não reflete a verdade das
coisas” (p.28).

3. Quem quer que saiba uma língua sabe quais as sequências de palavras que são possíveis
(gramaticais) naquela língua e quais seriam impossíveis (agramaticais). Construa duas frases
agramaticais para qualquer gramática, sendo: uma com algum problema sintático e uma com
algum problema semântico; duas agramaticais apenas para a gramática tradicional, sendo: uma
com algum problema sintático e uma com algum problema morfológico; e, por fim, duas
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gramaticais para qualquer gramática. Depois de elaboradas as frases, explique sucintamente
porque você as julga de tal natureza. ATENÇÃO: não vale repetir as sentenças da atividade 2!
(p.29) (10 pontos)
a. *Paulo andei de pé.
b. *Paulo andiu de pé.
Estruturas essas que são rejeitadas pelo falante do português, observaram que há quebra de
regras morfológicas: “ei” não constitui unidade com “and”, embora a constitui com formas como
“andar” (andou) e “dançar” (dancei), por exemplo. Do mesmo modo, iu não combina com “and”,
embora combine com “subir” (subiu).
a. Entrega-me o seu casaco de cetim.
b. * Me entrega o seu casaco de cetim.

Nesta frase (a) não se deve usar o pronome no meio de uma locução verbal. Na (b) à próclise,
não se deve usar a próclise quando o verbo inicia uma sentença, portanto é uma sintática, com colocação
pronominal.
a. *Alugam-se carros.
b.*Empresta-se dinheiros.
Todavia, essas frases as regras, não são identificadas e o substantivo está posposto ao verbo
como sujeito, e sim como objeto direto, função esta que não exige o acordo do verbo, e, por isso, acaba
produzindo sentença, de um sujeito indeterminado: alguém aluga carro; alguém empresta dinheiro.

a. *Luta!

b.*Quero que ela luta!

 Em (a) o vocábulo está posto como interjeição, em (b) o mesmo se encontra no modo
imperativo do verbo, portanto é um problema morfológico.

4. Considere as duas sentenças e, em seguida, responda: (p. 50)


a) O rothweiller de João atacou o vendedor de jornais.
b) O vendedor de jornais atacou o rothweiller de João.

4.1 Do ponto de vista morfológico, as duas sentenças são formadas (ou não) pelas mesmas
classes de palavras? Do ponto de vista sintático, elas apresentam (ou não) as mesmas
constituições? Justifique. (15 pontos)
Certamente, observando que do ponto de vista sintático, na sentença(4a). “O rothweiller de João” ocorre
antes do verbo “atacou”, depois; que, em (4b), é justamente o contrário. “Portanto, a ordem das palavras
“rothweiller de João” e “vendedor de jornais” em relação ao verbo é determinante para a identificação

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das funções sintáticas numa,” rothweiller de João” é o sujeito composto; na outra, é objeto direto.
Também pode dizer que o sujeito estabelece uma relação de concordância com “Atacou”. A prova é
que, se você substituir “rothweiller” por “eles” terá que alterar a forma do verbo (eles atacaram).
Observe que indicamos o sujeito em termos apenas formais, e não a partir de uma noção semântica, tais
como: “prática sofre ação”; “elemento do qual se declara alguma coisa” nem sempre o sujeito (que tem
uma relação formal com o verbo) prática ação. (p.43)

4.2 Que aspecto formal faz com que as duas sentenças se diferenciem quanto ao
significado? (15 pontos)
É fundamental separar sempre bem visivelmente esses dois tipos de função. ‘Sujeito’ é uma
função formal, e tem a ver com a ordem das palavras e com a concordância; ‘agente’ é uma função
semântica, e tem a ver com o papel que um ser se ocupa dentro do evento descrito por uma sentença.
‘Sujeito’ é uma das funções que podem ser desempenhadas por um sintagma nominal; ‘agente’ é um
papel desempenhado por uma pessoa, um animal etc. O que o autor sinaliza é que, dependendo do
objetivo, aspectos de natureza formal devam ser separados de aspectos de natureza semântica (p.43).

5. Considere os dados abaixo:


a) A mãe acordou a criança.
b) O gato acordou o menino.
c) *O pai acordou a mesa.
d) *A cadeira acordou a moça.

5.1 Explique as agramaticalidades dos exemplos 5c e 5d, tendo em vista as relações


paradigmáticas e sintagmáticas envolvidas nas orações, inclusive nas que são gramaticais. (10
pontos)

Dada o paradigmático e sintagmático de 5c, nós buscamos a palavra “pai”, que pode alternar, por
exemplo, com palavras “moça” de 5d e juntando as duas sentença formamos um conjunto de unidades
em um mesmo contexto que pode juntar com o verbo “acordar”, e os substantivos “cadeira, mesa”
“moça” já que elas tem características em comum. Uma vez selecionada a palavra “pai” e colocada na
cadeia sintagmática, terá as funções estabelecidas, que são constituídas a partir do artigo “o” assumindo
a função de sujeito que se posiciona antes do verbo *O pai acordou a mesa. Em “5d”, “a moça”
desempenha a função de objeto, dada a posição que ocupa “a cadeira”: depois do verbo; sendo o artigo
“a” exerce a função de predicativo. Portanto “5A” e “5b” estão de acordo como eixo paradigmático. São
basicamente, diferença da classe e função, de “5c” e “5d” que não à combinação na paradigmática.

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6. (Exercício 5 da página 67 – Unidade I do livro 1 da disciplina) Como você sabe, muitos
verbos da língua portuguesa apresentam regência variável. A depender do falante, da situação,
por exemplo, um verbo pode ser usado com diferentes complementos. Considerando o que
prescreve a norma gramatical, complete as frases, abaixo, usando a regência correta: (10 pontos)
a) Os filhos devem obedecer aos pais. (os/aos).
b) Moro na rua General Osório. (na/à)
c) O Iraque visou o passaporte dos brasileiros. (o/ao).
d) As eleições diretas visam ao crescimento. (o/ao).
e) Os professores aspiram ao cargo. (ao/o).
f) João chegou cedo à escola. (na/à).
g) Prefiro cinema a teatro. (a/do que).
h) Paguei ao médico. (o/ao).
i) Não pise na grama. (a/na).
j) Sentar-se à mesa. (na/à).
k) Avisarei ao diretor. (ao/o).
l) O treinador pediu calmos aos jogadores. (os/aos).
m) Fui a Porto Seguro. (em/a).
n) Eu encontrei com uma colega na rua. (uma/com uma).
o) Chegamos ao topo da montanha. (no/ao).
p) Pagamos os pedreiros ontem. (aos/os).
q) Maria pisou no meu pé. (no/o).

7. (Exercício 5 da página 67 – Unidade I do livro 1 da disciplina) (10 pontos) A propósito da


regência variável, você, na condição de professor, como explicaria a divergência entre a norma e o
uso?

No ponto de vista linguístico, a norma e o uso que afirmam segundo a teoria da língua, (Norma
Padrão Norma Culta) é as que se resultam das práticas da língua em um meio social. Sabemos que o
aluno das escolas publica trazem em mente, outros preconceitos que se caracterizam por desprezo de
uma educação de má qualidade. Tratando se do ensino e aprendizagem da língua portuguesa inexistente,
observamos a discordância entre norma padrão e normas cultas perceberam que existe uma relação
equivocada, pois ainda se acorrentam, nas escolas, uma norma linguística oral e escrita, coisas do
governo que estabelece regras dentro da sociedade, sendo ela diferente da norma realmente utilizada por
falantes cultos brasileiro. No entanto nos como professores devemos ter a política do ensino da língua
portuguesa principalmente no que diz respeito à gramática, para ensinar as regras padrão e obedecer às
divergências do ensino da língua que varia de região para região. “Toda via podemos ter conhecimento
de que muitos falam uma língua mesmo sem nunca ter frequentado uma escola e, se falam, é porque

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sabe muito bem o que seja “regra”, sendo um aspecto do conhecimento linguístico que tem propriedade
sistemática” (p.23). Na prática o aluno, chega ao termino de escolaridade com muitas dúvidas de
contextualização de linguagem. O que devemos aplicar é uma boa gramática normativa é prescritiva,
com desenvolvimento da descritiva para chegar a um consenso do uso da língua portuguesa.
8. (Exercício 1 das páginas 81/82 – Unidade I do livro 1 da disciplina) Ao estruturar uma
sentença, o falante pode organizá-la apenas com informações básicas, mas também pode acrescentar a
ela uma série de informações complementares, ampliando, assim, a sua extensão. Veja um exemplo
extraído de Faraco e Tezza (2003, p. 273):

8. (Exercício 1 das páginas 81/82 – Unidade I do livro 1 da disciplina) Ao estruturar uma


sentença, o falante pode organizá-la apenas com informações básicas, mas também pode
acrescentar a ela uma série de informações complementares, ampliando, assim, a sua extensão.
Veja um exemplo extraído de Faraco e Tezza (2003, p. 273):
Mais de 1.000 expositores tentarão conquistar a atenção dos consumidores. 1. A partir de
terça feiras mais de 1.000 expositores tentarão conquistar a atenção dos consumidores. 2. A partir
de terça feira, em São Paulo, mais de 1.000 expositores tentarão conquistar a atenção dos
consumidores. 3. A partir de terça feira, em São Paulo, mais de 1.000 expositores tentarão
conquistar a atenção dos consumidores que devem visitar a Fenasoft. 4. A partir de terça feira, em
São Paulo, mais de 1.000 expositores tentarão conquistar a atenção dos consumidores que devem
visitar a Fenasoft – a maior feira de informática do mundo. 5. A partir de terça feira, reunidos no
galpão de 53.000 metros quadrados do Parque Anhembi, em São Paulo, mais de 1.000 expositores
tentarão conquistar a atenção dos consumidores que devem visitar a Fenasoft – a maior feira de
informática do mundo. Como você vê, a uma informação básica (constituída de um sujeito e um
predicado), foram acrescentadas várias informações complementares, que tornaram a sentença
mais completa na sua significação. Se você for classificar, conforme a GT, os termos grifados em 1
e 2, por exemplo, terá que dizer que eles são acessórios, pois se tratam, respectivamente, de
advérbio de tempo de lugar. Todavia, você não deve entender que acessório é aquele elemento
dispensável numa sentença. Na verdade, termo acessório ou integrante é fundamental para a
compreensão exata do significado. O falante, por sua vez, tem a liberdade de colocá-lo ou não na
sentença. Entendeu? Portanto, um exercício como o exposto acima serve para você colocar, em
prática, o conhecimento subjacente que tem da organização e do funcionamento das palavras
dentro de uma estrutura oracional. Vamos, então, praticar! 8.1 Seguindo o modelo acima
acrescentem três (no mínimo) informações complementares a cada uma das informações básicas
que se seguem: (10 pontos)

a) O Brasil sediará a Copa do Mundo.

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O Brasil no próximo ano sediará a copa do mundo.
O Brasil ao próximo ano sediará a copa do mundo, as partidas vão acontecer em vários estados do país.
O Brasil no próximo ano sediará a copa do mundo, serão 32 países disputando à sonhada taça, as
partidas de futebol vão acontecer em vários estado do país.
b) A legalização do aborto é um assunto polêmico.

No Brasil a legalização do aborto é um assunto polêmico mesmo após vários debates, segundo Maria.
Bueno uma colunista no Brasil o aborto é a quinta maior de morte entre as mulheres.
c) O eclipse será total.

Segundo a NASA o eclipse será total.


Segundo a NASA o eclipse será com duração de alguns minutos.
Segundo a NASA o eclipse será total, com a duração de alguns minutos e poderá ser visto em alguns
países.
d) Choverá.

Hoje choverá
Conforme a previsão do tempo hoje choverá.
Conforme a previsão do tempo hoje choverá muito.
e) Exercícios físicos são importantes.

Exercícios físicos são importantes para manter o corpo saudável.


Exercícios físicos são importantes para manter o corpo saudável, evitando doenças.
Exercícios físicos são importantes para manter o corpo saudável, evitando doenças cardíacas entre
outras.
f) O presidente falou em cortar gastos.

Na coletiva de imprensa o presidente falou em cortar gastos.


Na coletiva de imprensa de quinta feira o presidente falou em corta gastos.
Na coletiva de imprensa de quinta feira o presidente falou em corta gastos a partir do próximo mês.

g) João saiu.
Ontem João saiu.
Ontem João saiu cedo.
Ontem João saiu cedo para pescar.
Ontem João saiu cedo para pescar no Rio Araguaia.

h) Duas empresas faliram.

Com a crise duas empresas faliram.


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Com a crise do último ano duas empresas faliram.
Com a crise do último ano duas empresas faliram por falta de investidores.

Ficha Catalográfica

L649 Letras Vernáculas: sintaxe da língua portuguesa – EAD –


UESC, [módulo 4, volume 2] / Elaboração de conteúdo:
do: Gessilene Silveira Kanthack. – [Ilhéus, BA] : UAB/
UESC, [2011].
187 p. : il.
Inclui referências.
ISBN: 978-85-7455-226-2
1. Língua portuguesa - Sintaxe. I. Kanthack, Gessilene
Silveira. II. Título: Sintaxe da língua portuguesa.
CDD 469.5

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