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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE PSICOLOGIA

TRABALHO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO


INDIVIDUAL

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA
ÁREA JURÍDICA

Docente:
_____________________
Leonilde Ndelessi

Luanda/2020
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA ÁREA JURÍDICA

Integrantes do Grupo
Amélia Quihanda
Evanilda de Paiva
Joaquina Lopes
Nelson Guimarães

Turma: C1
Turno: Noite
Grupo: 9
Prof: Leonilde Ndelessi
INTRODUÇÃO

Avaliação Psicológica na Área Jurídica, tem-se dedicado a estudar e trabalhar as


questões psicológicas relacionadas com a prática legal... É um ramo da Psicologia
Aplicada, cujos conhecimentos ampliam cientificamente o campo jurídico, buscando
dar diagnóstico, prognóstico e tratamento aos sujeitos envolvidos, particularizando cada
caso.

É necessária uma preparação específica do psicólogo para este tipo de trabalho,


isto é, que o mesmo tenha conhecimentos tanto psicológicos quanto jurídicos na área em
que vai atuar. Este profissional precisa estar preparado para utilizar técnicas de
avaliação, mas, principalmente, estar capacitado para adaptar os conhecimentos
psicológicos que possui para a atividade pericial.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Psicologia Jurídica é a área de trabalho da Psicologia que atua no ambiente da


justiça considerando a perspectiva psicológica dos fatos jurídicos. E como essa área de
atuação é bem extensa, fizemos um texto explicativo sobre todas as formas em que um
Psicólogo pode trabalhar nesta área.

O Psicólogo Jurídico atua na orientação os dados psicológicos para auxiliar


juristas e indivíduos que precisam desse tipo de informação, possibilitando a avaliação
das características de personalidade, fornecendo subsídios ao processo judicial e
contribuindo para a formulação, revisão e interpretação das leis.

A psicologia jurídica também avalia as condições intelectuais e emocionais de


crianças, adolescentes e adultos em conexão com processos jurídicos, seja por
deficiência mental e insanidade, testamentos contestados, aceitação em lares adotivos,
posse e guarda de crianças.

Isso é realizado com a aplicação de métodos e técnicas psicológicas e/ou de


psicometria para determinar a responsabilidade legal por atos criminosos.

Além disso, no sistema prisional, o Psicólogo Jurídico realiza avaliação das


características da personalidade através de triagem psicológica, avaliação de
periculosidade e outros exames psicológicos, isso para os casos de pedidos de
benefícios, tais como transferência para estabelecimento semiaberto, livramento
condicional e/ou outros semelhantes.

Outra atuação possível do Psicólogo no setor judiciário é como perito judicial


nas varas cíveis, criminais, Justiça do Trabalho, da família e da criança e do
adolescente. Nesse meio ele elabora laudos, pareceres e perícias para serem anexados
aos processos, a fim de realizar atendimento e orientação a crianças, adolescentes,
detentos e seus familiares.
Instrumentos de Avaliação Psicológica: entrevista psicológica

A entrevista busca fornecer ao avaliador, através de subsídios técnicos,


informações acerca da conduta, comportamento, conceitos, valores e opiniões do
entrevistado. Complementa os dados obtidos por outros instrumentos. 

Segundo Bleger (2011), a entrevista é uma relação estabelecida entre duas ou


mais pessoas, na qual uma delas é o técnico e a outra a que necessita de intervenção
técnica. É utilizada como meio de trabalho a fim de investigar comportamentos e
perspectivas da pessoa.

Classificações de entrevista psicológica

Quanto aos objetivos

 Diagnóstica: Diagnóstico, prognóstico e indicações terapêuticas; 

 Psicoterápica: Auxilia no processo psicoterápico; 

 De encaminhamento: Recomenda o tratamento adequado; 

 Seleção: Levantamento de informações sobre currículo de acordo com perfil do


cargo; 

 Desligamento: Trabalhar questões relacionadas à alta ou no caso da área


organizacional, à saída do trabalhador da empresa; 

 Pesquisa: Investiga temas de um estudo; 

Quanto à estrutura

 Dirigida ou estruturada: Possui propósito fixado; Ordem predeterminada das


perguntas; Busca extrair o máximo de informações com o mínimo de
perguntas; 

 Semidirigida:  Entrevistado expõe a partir do tema que escolher e pode excluir


o que desejar; Há intervenções do entrevistador para apontar sobre
questões relevantes (bloqueios, paralizações) ou buscar mais informações; 

 Livre, não dirigida, ou não estruturada:  Liberdade do entrevistado para se


expressar; Poucas perguntas ou intervenções do entrevistador; Busca visão
geral do problema e identificação de aspectos da personalidade; Entrevistador
formula perguntas durante entrevista; 

Quanto à sequência temporal

 Entrevista inicial: Primeira entrevista de um processo psicodiagnóstico;


Paciente expõe sua queixa e o entrevistador obtém primeira impressão do
entrevistado; é realizado contrato psicoterápico; recomenda-se que
seja semidirigida; 

 Entrevistas sequenciais: Após entrevista inicial; Busca apurar os


dados coletados com mais detalhes sobre a história do entrevistado; 

 Entrevista de devolutiva: Utilizada no término do psicodiagnóstico


para comunicar resultados observados e indicações terapêuticas;

Instrumentos de Avaliação Psicológica: testes psicológicos

Definição: Medida objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento do


indivíduo.

Objetivo: Mensuração de diferenças entre indivíduos, ou o mesmo indivíduo em


momentos diferentes. 

Características

  Material fidedigno; 

 Permite reaplicação; 

 Possibilita conclusões confiáveis em curto espaço de tempo; Aplicação dos


testes

 Deve ser realizada com clareza e objetividade, procurando


transmitir tranquilidade ao examinando; 

 Seguir orientações do manual, sem assumir postura rígida; 

 Avaliar pessoa com deficiências considerando suas limitações. 

Importante: Para utilizar testes psicológicos é necessário ter diploma em


Psicologia, inscrição no CRP e capacitação para aplicação; O uso de testes que não
estão incluídos na relação de testes aprovados pelo CFP é falta ética do psicólogo. 
 

Parâmetros para analisar qualidade dos testes psicológicos

1. Validade: Verifica se teste mede o que pretende medir; 

2. Fidedignidade: Indica a confiabilidade e precisão do teste; 

3. Precisão: Considera resultados obtidos pelo mesmo indivíduo quando reaplicado


o mesmo teste; 

4. Padronização: Uniformidade de procedimentos utilizados na aplicação; 

5. Normatização: Uniformidade na interpretação dos resultados a partir de


parâmetros dos escores brutos;

Importância da avaliação psicológica

A importância da avaliação psicológica advém do fato de a mesma desempenhar


um papel muito relevante na psicologia clínica, pois permite uma análise objetiva e
detalhada da realidade psicológica de uma determinada pessoa.

O paciente, muitas vezes, sente algo, mas não sabe o que se passa. Será
ansiedade, tristeza, porque tem mudanças súbitas de humor? Dai ser necessário
realizar uma avaliação psicológica que forneça medidas padronizadas das funções
psicológicas de modo a perceber a problemática que afeta a pessoa. A avaliação
psicológica permite identificar e ficar a conhecer de forma mais objetiva essa
problemática, dai a importância da avaliação psicológica, pois não é possível
resolvemos um problema se não soubermos, com algum rigor, que problema é esse.

Posterior à avaliação psicológica é emitido um relatório que descreve e sintetiza


a avaliação psicológica, sendo este um instrumento fundamental para os técnicos de
saúde mental estabelecerem um diagnóstico psicopatológico fidedigno e
devidamente fundamentado.

Avaliação psicológica utiliza diversos instrumentos, mas centra-se na pessoa

Na avaliação psicológica utiliza-se um número significativo de instrumentos


(técnicas e testes), que tem como base ferramentas aceites internacionalmente,
validadas estatisticamente, e que avaliam com objetividade, num dado momento, o
funcionamento psíquico de uma pessoa.

Porém, é importante realçar que os testes psicológicos são apenas ferramentas,


meios auxiliares de diagnóstico, porque cada pessoa é única e existem uma
multiplicidade de fatores que interferem na sua vida pessoal que não são quantificáveis,
nomeadamente a nível afetivo e relacional.

Entre as ferramentas disponíveis, existem as entrevistas e os instrumentos de


avaliação, nomeadamente os testes psicométricos e projetivos. Estes permitem avaliar a
pessoa na sua globalidade, em várias áreas e em diversos contextos da sociedade,
nomeadamente em clínicas, escolas, instituições públicas e privadas, empresas de
recrutamento e seleção, escolas de condução, entre outros.
CONCLUSÃO

A avaliação psicológica abrange a área jurídica desde o século XVIII, quando os


saberes psicológicos se tornaram indispensáveis no processo de julgamento de delitos.
Ainda assim há a necessidade da discussão sobre as técnicas e instrumentos utilizados
como avaliadores psicológicos no âmbito jurídico, como também das leis que
regulamentam a profissão. Conforme retratado neste artigo, o psicólogo desempenha um
papel de averiguação de fatos e perícia de questões referentes à personalidade, ao
ambiente, bem como à saúde mental e à dinâmica de funcionamento do indivíduo como,
por exemplo, quando se tratar de uma criança em processo de decisão familiar.

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