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APOSTILA

Capacitação em Avaliação
Psicológica para Manuseio de
Arma de Fogo

P AT - Psicologia: Análise e Transmissão


Atendimento, Consultoria e Treinamento
Rua Adelina Sales Pereira 506/03 – Planalto – BH MG
www.patpsicologia.com.br
INTRODUÇÃO

O trabalho do psicólogo parece habitar o imaginário das pessoas como algo místico, que
pertence à magia e não a uma ciência humana, premiada de estudiosos, pesquisadores e
construtores do saber. O mistério parece se intensificar quando se fala em “avaliação
psicológica”, cujo profissional lançaria mão de seus “super-poderes” e desvendaria os
segredos da mente, atestando que todos são loucos ou, pelo menos, neuróticos,
psicóticos, psicopatas, etc.. Nomes que, por hora, nem ouso descrever.

Logo, para entendermos o que significa uma avaliação psicológica, também chamada de
Psicodiagnóstico, pego emprestado o conceito de Cunha (2000), uma grande
pesquisadora nessa área, que afirma ser o Psicodiagnóstico um processo científico,
limitado no tempo, que estuda a personalidade, utilizando-se de técnicas e de testes
psicológicos que melhor permitam a obtenção da Projeção. Podemos descrever,
sucintamente, que projeção é um processo psicológico em que se atribui qualidades,
sentimentos, atitudes e anseios próprios, aos objetos do ambiente, sendo estes conteúdos
conhecidos ou não pelo indivíduo como pertencente a ele.

Em suma, a avaliação psicológica utiliza-se de testes, entrevistas, observações de


comportamento para identificar a personalidade das pessoas avaliadas com a finalidade
de elucidar problemas com base em pressupostos teóricos. Também consiste em
identificar e avaliar aspectos específicos de cada situação, assim como prever o curso
possível de casos, quando o psicólogo pode comunicar os resultados e propor soluções.
Alguns procedimentos do psicólogo avaliador não estão explícitos em resoluções, mas
devem ser considerados como obrigatórios, na intenção de salvaguardar a qualidade e a
ética em seu trabalho, como: responsabilidade, independência, imparcialidade; rigor e
seriedade; conhecimento técnico; prudência e espírito investigativo (curiosidade); ser
polido, honesto e não ser omisso. Há outras tantas qualidades, mas, basicamente, o
psicólogo avaliador deve ter preparo técnico e pessoal, devendo, inclusive, estar em
acompanhamento terapêutico.

Com relação ao laudo, este é o fechamento do trabalho do psicólogo avaliador. Segundo


a Resolução do Conselho Federal de Psicologia n° 007/2003, existem critérios para a
elaboração de documentos escritos por psicólogos decorrentes de avaliação psicológica.

O laudo deve conter descrições acerca das condições psicológicas e histórico de vida –
social, política e cultural – do indivíduo avaliado; deve apresentar a análise dos dados
colhidos à luz de um instrumental técnico – entrevistas, testes psicológicos, observação
do comportamento, exame psíquico, intervenção verbal – consubstanciado em
referencial teórico adotado pelo psicólogo. O corpo do laudo deve apresentar cinco itens
básicos: identificação, descrição da demanda, procedimento, análise e conclusão.

MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIÇÃO PSICOLÓGICA

Define-se Avaliação Psicológica como sendo “um processo de coleta de dados e


interpretação, realizada por meio de instrumentos psicológicos, tendo por finalidade o
maior conhecimento do indivíduo a fim de serem tomadas determinadas decisões”
(Wechsler, 1999).

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Um processo avaliativo inclui dados quantitativos, já que a avaliação consiste em dar
qualidade a um valor numérico obtido através da medida.

Objeto da avaliação psicológica

Constitui-se objeto da avaliação psicológica o seguinte conjunto de dimensões


psicológicas: capacidades cognitivas e sensório-motoras, componentes sociais,
emocionais e afetivos da personalidade, dimensões interpessoais e motivacionais,
atitudes, aptidões e valores. Estas dimensões podem ser estudadas em conjunto ou em
parte de acordo com o problema e o motivo da avaliação.

Objetivo da avaliação psicológica

A avaliação psicológica pode ser utilizada para diferentes finalidades, tais como:
diagnóstico, intervenção, encaminhamento, orientação psicopedagógica e vocacional,
seleção, prevenção e pesquisa.

Áreas de aplicação da avaliação psicológica

- Psicologia clínica
- Escolar
- Organizacional
- Social
- Transito, etc.

Avaliação psicológica e psicodiagnóstico

Psicodiagnóstico

- Mais vinculado à clínica


está vinculado a temas de interesse:
- Nosologias psicopatológicas
- critérios de saúde psíquica

Avaliação psicológica

- É mais ampla do que o


psicodiagnóstico
- objeto de estudo pode ser:
um sujeito
um grupo
uma instituição / comunidade

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O objeto a avaliar é sempre um SISTEMA COMPLEXO, caracterizado por fenômenos
determinado por processos onde entram em interação elementos que pertencem ao domínio
de distintas disciplinas.

Avaliação psicológica é sempre uma avaliação parcial do objeto

Algumas considerações importantes no processo avaliativo:


 Ter sempre presente a realidade sociocultural em que o sujeito vive e sua história
pessoal.
 Lembrar que uma avaliação psicológica é sempre um meio, um recurso, para
compreender e explicar os comportamentos humanos.
 Realizar estudos sobre validação lingüística e conceitual assim como elaborar
normas estatísticas locais, quando se utiliza testes elaborados em contextos
socioculturais diferente do avaliado.
 O uso de testes psicológicos num processo avaliativo nunca pode ser feito sem o
auxilio de outros testes e outras técnicas de avaliação (ex: entrevistas).

O uso dos instrumentos psicológicos

1- Define-se por instrumento psicológico toda e qualquer prova que integre um


conjunto de estímulos ou questões especificas, estruturadas dentro do corpo de
conhecimento cientifico da psicologia.
2- Existem vários tipos de instrumentos utilizados na avaliação psicológica, tais como:
testes, escalas, questionários, entrevistas, observações, provas situacionais, entre
outros.
3- O teste psicológico é um instrumento objetivo e padronizado baseado em uma
amostra de comportamento.
4- A utilização dos testes psicológicos é de inteira competência e responsabilidade do
psicólogo, pois somente ele tem o treinamento e experiência necessária para assumir
esta responsabilidade de maneira profissional, ética e técnica.

A seleção de testes psicológicos

1- Ao selecionar um teste psicológico, o psicólogo deve:


 Definir os atributos e características a serem avaliados, a fim de poder
escolher um instrumento que seja adequado ao objetivo desejado;
 Investigar na literatura especializada as fontes de informação e pesquisas
realizadas sobre os instrumentos a serem utilizados.
2- Considerar a idade, sexo, nível de escolaridade e socioeconômico, origem (rural ou
urbana), condições físicas gerais, presença de deficiências físicas, nacionalidade, e a
necessidade de equipamentos especiais para aplicação dos instrumentos.
3- Considerar as características psicométricas do instrumento a ser utilizado, tais
como: sensibilidade, validade, precisão e existência de normas especificas ou gerais
para a população brasileira.

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Aplicação dos testes psicológicos

1- Cabe exclusivamente ao psicólogo a responsabilidade pela qualidade da aplicação


dos testes psicológicos, sendo esta condição essencial para obtenção de um
resultado fidedigno.
2- O sujeito deverá ser informado quanto a natureza e o objetivo da avaliação e dos
testes a serem empregados.
3- O psicólogo deverá estar atento ao comportamento do sujeito na situação de
avaliação observando a sua forma de resposta e o seu envolvimento na situação do
teste.
4- É vedado ao psicólogo o uso de material fotocopiado ou me outras formas que não
sejam as originais do teste, a fim de que seja garantida a qualidade padronizada do
instrumento.
5- O desenvolvimento de um relacionamento de confiança (rapport) é essencial no
processo de aplicação de instrumentos psicológicos de forma individual.
6- A avaliação psicológica só deverá ser gravada com o consentimento do sujeito. O
uso de tal registro deverá manter o anonimato da pessoa em questão.

Correção e interpretação dos resultados de testes psicológicos

1- O psicólogo deverá avaliar quantitativamente os comportamentos e respostas do


sujeito, integrando estes dados com a avaliação qualitativa.
2- Os resultados de uma avaliação psicológica devem ser interpretados de forma
dinâmica e serem considerados como uma estimativa de desempenho do examinado
sob um dado conjunto de circunstâncias.
3- A interpretação dos resultados dos testes deve ser feita com referencia a um
conjunto de normas apropriadas ao indivíduo testado, levando-se em consideração a
atualidade dos dados apresentados nas tabelas dos manuais e a finalidades da
avaliação.
4- Nos procedimentos estatísticos para finalidade de pesquisa, o psicólogo poderá
recorrer a outro profissional que não seja psicólogo, assumindo, entretanto, inteira
responsabilidade pela interpretação e divulgação dos resultados obtidos.

Relato e devolução dos resultados da avaliação psicológica

1- Ao elaborar as conclusões, o psicólogo não deverá ser influenciado por


preconceitos, distinções sócias, valores, religião ou características físicas do sujeito.
2- A elaboração de um relatório síntese deve ser clara, abrangendo o indivíduo em
todos os seus aspectos, enfatizando a natureza dinâmica dos dados apresentados.
3- O relatório síntese deve ser apresentado em linguagem adequada aos destinatários
de modo a evitar interpretações errôneas das informações, devendo sempre incluir
recomendações específicas.
4- Ao fornecer os resultados dos testes psicológicos para o examinando, o psicólogo
NÃO deverá informar quais eram as respostas esperadas ou os critérios utilizados
para a avaliação do mesmo, considerando que tal comportamento inviabilizará o uso
futuro destes instrumentos.
5- O sujeito tem o direito de conhecer os resultados da avaliação psicológica, as
interpretações feitas e as bases nas quais se fundamentam as conclusões retiradas.
Mesmo em trabalhos de pesquisa, devem ser igualmente criadas condições para que
os interessados possam obter informações sobre os seus resultados.
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6- Quando o sujeito é menor na dependência de um responsável, cabe ao mesmo zelar
pelos direitos do sujeito.

DIFERENTES TIPOS DE ATENÇÃO

A atenção é geralmente definida como nossa habilidade de seletivamente focar em uma


coisa, ideia ou tarefa enquanto filtramos as outras distrações. Outra forma de descrever a
atenção é concentração seletiva. Atenção é a função do nosso cérebro que aloca
corretamente nossos recursos de processamento. Existem várias maneiras de descrever os
diferentes tipos de atenção e vamos falar de cinco deles:

Atenção concentrada: A atenção concentrada é comumente descrita como atentividade. É


a nossa habilidade de se concentrar em uma coisa enquanto excluímos outras coisas à nossa
volta. Exemplos reais disso são quando estamos estudando ou dirigindo.

Atenção sustentada: Nossa habilidade de manter uma resposta estável durante uma
atividade incessante e repetitiva é descrita como atenção sustentada. Também é definida
como a habilidade de concentrar em uma tarefa por um período de tempo contínuo sem ser
distraído, como por exemplo, se manter atento durante uma longa reunião.

Atenção seletiva: Quando você consegue “selecionar” em que você presta atenção, você
está usando sua atenção seletiva. Ela se refere ao ato consciente de concentrar a atenção,
em outras palavras, sua habilidade de evitar distrações de estímulos tanto externos (por ex.,
barulhos) quanto internos (por ex., pensamentos). Um bom exemplo de atenção seletiva é
conseguir se concentrar na voz do seu amigo numa sala lotada e barulhenta.

Atenção alternada: quando você muda o foco da sua atenção ou alterna entre diferentes
tarefas que tenham diferentes níveis de exigência de compreensão, você está praticando
atenção alternada. Um exemplo de atenção alternada é ler uma receita (aprender) e depois a
executar (fazer).

Atenção dividida: Muitos já estão familiarizados com o termo atenção dividida, também
conhecida como multitarefa (multitasking), que é nossa habilidade de responder
simultaneamente a múltiplas tarefas. Quando nós somos capazes de processar duas ou mais
respostas ou reagir a duas ou mais demandas diferentes simultaneamente, nós utilizamos
nossa atenção dividida. Existe uma abundância de exemplos cotidianos para ilustrar a
atenção dividida: verificar email enquanto participa de uma reunião, conversando com
convidados enquanto cozinha, e assim por diante.

Como qualquer uma das nossas habilidades cognitivas, nossa atenção melhora com a
prática. Desenvolver nossa atenção nos ajuda a processar mais informações eficientemente.
Se a memória controla o balde onde nossos pensamentos são armazenados, então a atenção
é a mangueira que enche o balde. Treinamento cerebral ajuda a fortalecer nossa
concentração através de exercícios desenvolvidos especificamente para essa finalidade.

Atenção Difusa: A atenção concentrada é quando a pessoa está focada em apenas um


estímulo; já a atenção difusa é quando a pessoa responde a vários estímulos de uma vez,
como por exemplo dirigir e ouvir som ao mesmo tempo.

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Atenção Difusa no transito: quando o condutor dirige com atenção concentrada e
distribuída.

A avaliação da atenção dividida e alternada pode contribuir para: avaliações no contexto da


Perícia para o Trânsito (CNH); da Psicologia do Trabalho e Psicologia Organizacional
(processos de seleção, treinamento e desenvolvimento entre outros); da área de Segurança
(porte de arma); nas Avaliações Clínicas e Psicodiagnóstico; Orientação Profissional
(processos de orientação vocacional, avaliação para planos de carreira entre outros);
Psicologia Escolar e Educacional; Avaliação Neuropsicológica e Pesquisa.

Por Dr. Bernard Croisile

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DEFINIÇÃO DOS TESTES PSICOLOGICOS

NOME: BFP - BATERIA FATORIAL DE PERSONALIDADE

AUTORES: CARLOS HENRIQUE S. S. NUNES, CLAUDIO SIMON HUTZ E


MAIANA FARIAS OLIVEIRA NUNES

OBJETIVO: BFP é um instrumento psicológico construído para a avaliação da


personalidade a partir do modelo dos Cinco Grandes Fatores (CGF), que inclui as seguintes
dimensões: Neuroticismo (N1 –Vulnerabilidade; N2 – Instabilidade emocional; N3 –
Passividade / Falta de Energia; N4 – Depressão), Extroversão (E1 – Comunicação; E2 –
Altivez; E3 – Dinamismo; E4 – Interações Sociais), Socialização (S1 – Amabilidade; S2 –
Pró-sociabilidade; S3 – Confiança nas pessoas), Realização (R1 – Competência; R2 –
Ponderação / Prudência; R3 – Empenho / Comprometimento), Abertura (A1 – Abertura a
ideias; A2 – Liberalismo; A3 – Busca por novidades)

FAIXA DE UTILIZAÇÃO: Adolescentes e Adultos

FORMA DE APLICAÇÃO: Individual e/ou coletiva

MATERIAL: Manual, Protocolo de Resposta (Bloco com 25 folhas); Caderno


Reutilizável; Protocolo de apuração

TEMPO DE APLICAÇÃO: Não há limite de tempo, leva aproximadamente 40 minutos.

INDICADO PARA: Cargos que necessitam de um conhecimento prévio da personalidade


do indivíduo. Ex: Todos

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PERCENTIL:

Comparar os valores de cada faceta de cada fator com os da Tabela de Pontos Percentílicos
de acordo com o sexo.

rVocê encontrará, a seguir, um resumo dos resultados do respondente nas facetas da BFP.
Serão apresentados apenas os resultados nas facetas, pois essas apresentam um nível de
detalhamento maior que o dos fatores. Esse é um texto que o ajudará a se familiarizar com a
forma de interpretação da BFP e não deve ser usado como única fonte de informação para
análise dos traços de personalidade, sendo necessária a leitura do manual na íntegra. Esse
material NÃO CONSISTE EM UM LAUDO PSICOLÓGICO, devendo ser usado como
uma ferramenta auxiliar no processo de avaliação psicológica. É essencial, para uma
adequada interpretação dos resultados encontrados, a integração com informações oriundas
de outras fontes de dados, como entrevistas, observações e outros testes. Além disso,
sugere-se também a comparação dos resultados das facetas entre si, uma vez que os traços
de personalidade avaliados interagem dinamicamente. Sugere-se também a consulta a livros
e artigos científicos sobre o modelo dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade, assim
como os trabalhos relacionados ao DSM-V, que podem ser encontrados em www.dsm5.org.
O texto incluído em cada faceta informa o significado resumido de escores baixos e
altos. Para a interpretação dos resultados obtidos, o psicólogo deve verificar a intensidade
da expressão dos traços avaliados nas facetas, a partir dos resultados em percentis, e
verificar o quanto se aproximam dos resultados extremos, descritos neste documento.
Lembre-se que quanto mais alto for o escore, maior a frequência ou a intensidade da
expressão da característica psicológica descrita no pólo "muito alto"; quanto mais baixo
for o escore, mais frequentes e intensas tendem a ser as características psicológicas
descritas no pólo "muito baixo"; escores próximos da média indicam que a pessoa
apresenta padrões comportamentais, cognitivos e emocionais comuns à maior parte da
população, ou seja, tende a apresentar padrões mais adaptativos, usuais na nossa sociedade.
Escores médios significam também maior flexibilidade, uma vez que em algumas
situações a pessoa pode demonstrar certa característica mais intensamente e em outras, não.
A título de exemplo, alguém pode demonstrar vulnerabilidade nas situações de vínculos
amorosos, porém agir de forma relativamente independente no contexto das relações de
trabalho.

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- Faixas de Classificação dos Percentis

Pontos Percentílicos Faixa


Até 14 Muito Baixo
15-29 Baixo
30-70 Médio
71-85 Alto
Maior que 85 Muito Alto

INTERPRETAÇÃO:

 Neuroticismo
Pessoas com altos níveis de Neuroticismo tendem a vivenciar de forma mais intensa
sofrimento psicológico, instabilidade emocional e vulnerabilidade, além de relatarem ter
experiências intensas de eventos negativos, dano pouca ênfase aos aspectos positivos dos
fatos. Altos níveis estão associados à ocorrência de sintomas de depressão e ansiedade.
Tendem a fazer avaliações negativas do ambiente, ou seja, tendem a interpretar estímulos
ambíguos de uma forma negativa ou ameaçadora e, por isso, normalmente vêem ameaças,
problemas e crises onde não existem objetivamente.

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- N1 - Vulnerabilidade:
Avalia o quão frágeis emocionalmente as pessoas são. Também, relaciona-se a quão
intensamente as pessoas vivenciam sofrimento emocional em decorrência da sua percepção
de como os outros as aceitam. Pessoas com escore muito alto nesse fator tendem a
apresentar baixa auto-estima e relatam ter grande medo de que seus amigos as deixem em
decorrência de seus erros. Tendem a apresentar dificuldade geral de tomada de decisão
profissional, associada á falta de clareza sobre si mesmo. São capazes de ter atitudes contra
a sua vontade, com o objetivo de agradar os outros. Demonstram insegurança, dependência
das pessoas próximas e dificuldade em tomar decisões.
Escores muito baixos podem indicar mal adaptação, grande independência emocional das
outras pessoas, chegando à frieza e à falta de sensibilidade para com os outros. Podem ser
excessivamente individualistas e nem um pouco preocupados com as opiniões alheias,
indicando um padrão de relacionamentos sociais distorcidos.

- N2: Instabilidade Emocional:


Avalia o quanto as pessoas se descrevem como irritáveis, nervosas e com grande variação
de humor. Altos escores nesta faceta indica que estas pessoas tendem a agir impulsivamente
quando sentem algum desconforto psicológico, tomando decisões precipitadas com relativa
freqüência. Tendem a apresentar grandes oscilações de humor sem motivo aparente e tem
dificuldade para controlar sues sentimentos negativos, além de possuírem baixa tolerância à
frustração.
Baixos resultados nesta faceta indicam que estas pessoas tendem apresentar menos
ocorrência de sentimentos negativistas e uma avaliação mais favoráveis de suas vidas.
Tendem também a apresentar mais Constancia de humor, capacidade para lidar com
sentimentos negativistas e controle de impulsos.

- N3: Passividade/Falta de Energia:


Pessoas com altos escores nesta faceta tendem a apresentar um comportamento de
procrastinação, com grande dificuldade para iniciar tarefas, mesmo que simples, Têm
também dificuldade para manter motivação em afazeres longos ou difíceis, tendendo a
abandoná-los antes de sua conclusão. Pessoas com este perfil necessitam de estímulo de
outros para conseguirem levar a diante seus planos e, com freqüência abstêm-se de tomar
decisões sobre assuntos de seu interesse.
Escores baixos nesta faceta indicam pessoas mais proativas, que iniciam e concluem tarefas
importantes e que se empenham para tomar decisões. Devem apresentar motivação interna
para realizar seus planos, sem precisar de estímulos ou auxílio externo para tanto.

- N4: Depressão:
Aqueles com escores altos nesta faceta tendem a relatar expectativa negativa em relação ao
seu futuro e indicam ter uma vida monótona e sem emoção. Além disso, tendem a ser
solitários, sem objetivos claros para suas vidas, consideram-se incapazes de lidar com as
dificuldades do cotidiano e tipicamente apresentam alto nível de desesperança.
Já os que apresentam escores baixos, podem ter dificuldade para reconhecer problemas e
avaliar eventos negativos em sua vida, minimizando-os. Tendem a apresentar uma
expectativa positiva em relação ao seu futuro, acreditando e sua capacidade para lidar com
as eventuais dificuldades que podem ocorrer. Em níveis extremos, pode indicar dificuldade
para perceber problemas reais, prejudicando-os pela falta de atitudes que possam resolver
efetivamente os problemas que precisam ser enfrentados.

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 Extroversão
Indivíduos com altos níveis de Extroversão tendem a ser falantes e buscam contato com
pessoas, mesmo que as conheçam pouco. Tendem a ter um senso de intimidade maior que
os demais, contando fatos íntimos e confiando em pessoas que conhecem relativamente
pouco. São pessoas ativas e externalizam suas preferências e crenças para as demais,
podendo apresentar certa dominância. Tendência à liderança. Preferem realizar atividades
em grupo, procurando ativamente por companhia.
Níveis baixos podem indicar pessoas caladas e reservadas. Geralmente falam pouco de si e
necessitam de um contato freqüente e prolongado para desenvolver um senso de intimidade
com os demais. São pessoas introvertidas, mas não rudes e frios, independentes, mas não
egoístas, tranqüilos, mas não lentos.

-E1: Comunicação:
Pessoas com escores altos nessa escala usualmente apresentam facilidade para falar em
publico e para conhecer novas pessoas. Tendem a falar mais sobre si mesmas, a iniciar
conversar com os outros, a expressar suas opiniões e interesses quando estão em grupo.
Dificilmente se sentem constrangidas e situações sociais. Níveis baixos sugerem pessoas
que preferem não se expressar em publico, que podem se constranger em situações de
maior exposição e que falam pouco sobre si mesmas.

-E2: Altivez:
Indivíduos com escores altos nessa escala relatam a necessidade de receber atenção das
pessoas, a crença que os demais os invejam e apresentam uma predisposição para falar
sobre si.
Níveis baixos geralmente são mais humildes, não se vanglorizam pelos bens e capacidades
pessoais, e apresentam pouca necessidade de receber atenção das pessoas. Podem inclusive
ter dificuldade para reconhecer as suas capacidades e atributos favoráveis, mesmo que
sejam evidentes.

- E3: Dinamismo:
Pessoas com altos escores nessa escala usualmente são mais dinâmicas, envolvem-se em
várias atividades simultaneamente e preferem, mesmo quando estão de folga ou férias,
manter-se ocupadas com atividades variadas.
Pessoas com baixos escores tendem a se concentrar em uma única atividade por vez e não
precisam estar sempre em movimento ou em atividade para se sentirem bem. Além disso,
podem demorar mais para colocar suas idéias em prática e tomar iniciativa para realizar
certas ações.

-E4: Interações Sociais:


Indivíduos com escores altos nessa escala tendem a ser gregários e se esforçam para manter
contato com os seus conhecidos. Relatam preferir atividades em grupo e se envolvem
rapidamente com as pessoas.
Baixos escores indicam pessoas que tendem a demorar mais para desenvolver novas
relações sociais e que apresentam uma necessidade reduzida de viver situações mais
intensas, de freqüentar lugares mais ricos em estímulos e possibilidades de contatos sociais.

 Socialização

Pessoas em altas em Socialização tendem a confiar nos demais, acreditando no seu lado
positivo e raramente suspeitando das suas intenções. Tendem a ser leais com as demais e
tem como característica marcante a franqueza.

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Pessoas baixas em Socialização, tendem a ser hostis com os demais, incluindo uma postura
manipuladotra, cujo objetivo é o seu próprio beneficiário. Tendem a desconfiar dos demais.

- S1: Amabilidade:
Escores altos nesta faceta são pessoas que tendem a ser atenciosas e amáveis com as
demais, demonstrando preocupação com as necessidades alheias. Tendem a ser proativas
para resolver os problemas das pessoas, bem como expor o ser apreço a elas. Tem
preocupação em tratar bem as demais.
Pessoas com escores baixos nesta faceta tendem a apresentar pouca disponibilidade para
com as demais, sendo autocentradas e indiferentes para com as necessidades alheias.
Apresentam pouca preocupação em promover o bem-estar dos outros, podendo se dirigir a
eles de forma pouco cuidadosa, tratando de assuntos delicados de forma insensível,
chegando a ser hostis.

S2: Pró-sociabilidade:
Pessoas com altos resultados nesta faceta tendem a evitar situações de risco, bem como
transgressões e leis ou regras sociais, tendem a apresentar uma postura franca com os
demais, evitando questioná-los ou induzi-los a fazerem algo que não queiram.
Indivíduos com baixos escores tendem a se envolver em situações que podem colocá-los,
ou demais pessoas, em perigo. Apresentam pouca preocupação em seguir regras, podem
apresentar uma visão que minimiza, ignora ou desqualifica a sua importância. Podem ser
manipuladoras, agindo ativamente para que as demais pessoas façam o que elas desejam.
Podem apresentar um padrão hostil de interação com os demais, tratando-os de forma
desrespeitosa ou opositora.

-S3: Confiança nas pessoas:


Pessoas com escores muito altos nesta faceta podem apresentar postura ingênua com os
demais, chegando a se colocar em situações nas quais facilmente podem ser prejudicadas
ou enganadas por indivíduos mal intencionados.
Pessoas com escores muito baixos freqüentemente relatam constante percepção de que as
pessoas podem estar tentando prejudicá-las em vários contextos. Tendem a ter dificuldade
de desenvolver intimidade com os outros.

 Realização

Pessoas com altos níveis neste fator tendem a buscar formas de alcançar seus objetivos,
mesmo que isso envolva algum sacrifício ou conflite com algum desejo imediato. Tendem a
ser ambiciosas, esforçadas e muito dedicadas ao trabalho
Pessoas com níveis baixos tendem a ter pouca motivação para lidar com tarefas complexas,
desistindo diante das dificuldades. Tendem a ter interesse muito difuso em relação ao
planejamento geral de suas vidas e a se envolver em atividades sem uma noção clara de
como estas as levarão aos seus objetivos. Usualmente são descomprometidas e pouco
pontuais, tem dificuldade pata se manter envolvidos em tarefas, mesmo que isso gere
prejuízos a eles e para outras pessoas.

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- R1: Competência:
Escores altos referem-se a pessoas que tendem a acreditar no seu potencial para realizar
várias tarefas ao mesmo tempo, a gostar de atividades complexas e desafiantes e possuir
clareza sobre quais objetivos de vida possui.
Escores baixos sugerem pouca disposição para atingir objetivos e que desistem com
facilidade de objetivos ao aparecerem obstáculos. Tendema ser pessoas com a percepção
desfavorável sobre sua capacidade, que evitam atividades complexas e desafiantes e que
não possuem objetivos bem definidos.

-R2: Ponderação/Prudência:
Pessoas com escore alto nesta faceta tendem a ser mais ponderadas quanto ao que dizem e
fazem, tentando controlar sua impulsividade ao resolver problemas.
Pessoas com escores baixos tendem a falar sem pensar antes, a agir antes de fazer algum
planejamento e a ser impulsivas, de modo geral.

-R3: Empenho/Comprometimento:
Pessoas com escore alto nesta faceta tendem a se dedicar bastante às atividades
profissionais/acadêmicas, gostam de obter reconhecimento por seu esforço e podem ser
perfeccionistas. Também descrevem uma tendência a querer planejar detalhadamente os
passos para a realização de alguma tarefa e sente a necessidade de realizar revisões
cuidadosas aos trabalhos antes de expô-los a terceiros.
Escores baixos sugerem pessoas que não costumam se dedicar a atividades acadêmicas e
profissionais e que são mais descuidadas com a forma de realização e conclusão de tarefas.
Colocam pouca energia nas tarefas em que se envolvem e podem, com algum a freqüência,
fazê-las de tal forma que a qualidade de seu trabalho seja insuficiente ou, ainda, podem não
completá-las.

 Abertura
Indivíduos com níveis altos nesse fator são curiosos, imaginativos, criativos e divertem-se
com novas idéias e com valores não convencionais. Experimentam uma gama ampla de
emoções mais vividamente do que as pessoas fechadas.
Pessoas com baixos escores neste fator tendem a ser convencionais nas suas crenças e
atitudes, conservadoras nas suas preferências, dogmáticas e rígidas.

- A1: Abertura de idéias:


Altos níveis de escore nesta faceta sugerem pessoas que gostam de participar de atividades
que exijam imaginação ou fantasia, têm interesse por idéias abstratas, discussões filosóficas
e arte. Tem curiosidade sobre novas tendências e afins.
Baixos escores indicam pessoas pouco curiosas para conhecer novos temas, são mais
conservadoras e fiéis a seus gostos artísticos e possuem postura quanto a conceitos.

- A2: Liberalismo:
Escores altos nesta faceta indicam pessoas que tendem a relativizar valores morais e regras
sociais, tendo conseqüências de que estes evoluem ao longo do tempo e que podem ser
diferentes a depender da cultura ou região.
Escores baixos nesta faceta sugerem pessoas com pouco interesse por questões referentes à
relativização de valores e conceitos sociais, dogmatismo e entendimento de que os valores
adotados não devem ser mudados com o passar do tempo.

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- A3: Busca por novidades:
Indivíduos com altos índices no escore desta faceta relatam não gostar de rotinas em
contextos variados, tem pouca motivação para realizar tarefas repetitivas e ficam facilmente
entediados quando não podem vivenciar eventos novos.
Baixos níveis indicam pessoas que se sentem desconfortáveis com a quebra da rotina, bem
como pouco interesse para fazer coisas que nunca fizeram antes e conhecer lugares e
objetos novos.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NUNES, Carlos Henrique Sancineto da Silva. Bateria Fatorial de Personalidade (BFP):
manual técnico. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.

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NOME: Teste AC – Teste de Atenção Concentrada

AUTOR: Suzy Vijande Cambraia: Sociólogo, Psicólogo e Especialista em Administração


de Recursos Humanos, Bacharel em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia
e Política de São Paulo.

OBJETIVO: Avaliar a capacidade do sujeito de manter a atenção concentrada no trabalho


realizado durante um período determinado.

FAIXA DE UTILIZAÇÃO: Adolescentes e adultos, com escolaridade a partir do ensino


fundamental.

FORMA DE APLICAÇÃO: Individual e/ou coletiva

MATERIAL: - Manual
- Folha de aplicação
- Crivos

TEMPO DE APLICAÇÃO: 5 minutos.

INDICADO PARA: Cargos que exigem rapidez e qualidade na ação. Ex: digitador,
operador de caixa, profissionais da informática e de alguns esportes, revisor, auxiliar de
enfermagem.

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Avaliação:

A correção é feita obtendo-se o total de acertos (A). Depois conta-se os erros (E), que são
as figuras queestão riscadas e que estão fora dos círculos. Depois deve-se contar o total das
omissões, que são as figuras quedeveriam ser marcadas e não o foram, considerando até a
última figura marcada. Não se considera omissão asfiguras não marcadas a partir desse
ponto. Anota-se nos devidos locais no quadro do canto superior direito da
folha.Considerando:Acertos (A): figuras que foram marcadas corretamente;Erros (E):
figuras que foram marcadas e não deveriam ter sido; Omissões (O): figuras que deveriam
ter sido assinaladas e não o foram;Pontos (P): total de pontos

Tendo encontrado o total dos acertos, os erros e as omissões, deve-se aplicar a fórmula
P=A-(E+O) para se chegar ao total de pontos (P). É importante observar que, na fórmula
acima, primeiro deve-se somar os erros e as omissões e depois subtrair o valor encontrado
do número de acertos (uma única vez) para se chegar ao total de pontos. Por essa fórmula
se percebe que cada erro ou omissão é descontado do total de acertos. Não há no teste AC
Vetor um índice para quantidade e outro para qualidade do desempenho. Há apenas um
índice geral de desempenho do indivíduo na prova. De posse do total de pontos, o
psicólogo deverá procurar na tabela mais apropriada para o examinando, o percentil
correspondente ao total de pontos.Eventualmente pode acontecer que uma determinada
pontuação bruta esteja entre dois percentis. Nestas situações deve-se considerar o percentil
mais baixo. A interpretação de um percentil igual a 60 por exemplo, indica que o resultado
obtido por este sujeito é igual ou superior a 60% da população da amostra de padronização.
Neste sentido, se um resultado estiver entre o percentil 60 e 70, ele corresponde ao percentil
60, porque ainda que ele tenha conseguido atingir uma pontuação bruta que permita
atribuir-lhe o percentil 60, seu número de pontos é inferior ao necessário para alcançar o
percentil 70.

29
30
NOME: Quati – Questionário de Avaliação Tipológica

AUTOR: José Jorge de Morais Zacharias

OBJETIVO: Instrumento investigativo baseado na teoria Junguiana e em sua tipologia que


objetiva avaliar a personalidade através das escolhas situacionais que cada sujeito faz. É
uma tentativa de definir estilos cognitivos e de comportamento individual, classificando
semelhanças e diferenças em determinados grupos.

FAIXA DE UTILIZAÇÃO: É utilizado a partir da 8ª série do 1º grau

FORMA DE APLICAÇÃO: Individual e/ou coletiva

MATERIAL: - manual
- crivos de correção
- caderno (reutilizável)
- folha de aplicação.

TEMPO DE APLICAÇÃO: Não há limite de tempo, leva aproximadamente 45 minutos.

INDICADO PARA: Cargos que necessitam de um conhecimento prévio da personalidade


do indivíduo. Ex: Todos

AVALIAÇÃO

Crivos de Correção

Crivo R-1 Que avalia a dimensão Introversão- Extroversão (I-E)


Crivo R-2 Que avalia a dimensão Intuição- Sensação (In- Ss)
Crivo R-3 Que avalia a dimensão Pensamento- Sentimento (Ps-St)

Adapte o crivo de Correção R-1 sobre a folha de respostas e anote no local indicado como
resultado, a somatória das respostas dadas como a e b. Subtraia o menor valor do maior e
aponte a diferença no primeiro espaço em frente à letra R-1.
No segundo espaço aponte a letra- código da atitude que obteve maior pontuação, I ou E.

• Indique na frente da designação ATITUDE, a atitude encontrada, I ou E.


• Indique na frente da designação FUNÇÃO PRINCIPAL, a função que obtiver maior
pontuação entre R-2 e R-3
31
• Indique na frente da designação FUNÇÃO AUXILIAR a função que obtiver menor
pontuação entre R-2 e R-3.
• A FUNÇÃO INFERIOR será a função oposta à FUNÇÃO PRINCIPAL.

EXCEÇÕES:

1. Quando os resultados de R-2 e R-3 forem iguais, deverá ser indicado como FUNÇÃO
PRINCIPAL, a letra código R-2 e como FUNÇÃO AUXILIAR, a letra código de R-3

2.Quando o resultado da subtração entre os totais de a e b for zero, o valor será 1, devendo
ser marcado da seguinte maneira:

R-1 1 I
R-2 1 In
R-3 1 St

INTERPRETAÇÃO
1) observar a descrição básica do tipo psicológico do testando, a partir da página 14 do
manual.
2) No caso de orientação vocacional, observar também a “Tabela de Profissões Mais
Encontradas em Cada Tipo”, a partir da página 53 do manual.
3) Para maior entendimento do teste, é recomendável que seja verificada a definição dos
fatores ATITUDE, FUNÇÕS PERCEPTIVAS E FUNÇÕES AVALIATIVAS que se
encontram a partir da página 11 do manual.

ATITUDE FUNÇÕS PERCEPTIVAS


1. Introversão – I 1. Intuição - In
2.Extroversão – E 2.Sensação – Ss

FUNÇÕES AVALIATIVAS
1. Pensamento – Ps
2.Sentimento – St

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Testes de Atenção Difusa TEDIF (1, 2 e
3)

1- APRESENTAÇÃO

ATENÇÃO DIFUSA – “É a função mental que focaliza, de uma só vez, diversos estímulos
que estão dispersos espacialmente, realizando uma captação rápida de informações e
fornecendo um conhecimento instantâneo para o indivíduo. ”

Há diversos testes de atenção difusa. A série TEDIF (1, 2 e 3) utiliza formas geométricas,
com uma ou diversas formas e cores.

2- METODOLOGIA

Nos testes da série TEDIF 1, 2 e 3 a cada 1 minuto o candidato deverá fazer um círculo no
último número marcado, ao comando do psicólogo.

3- INSTRUÇÕES PARA APLICAÇÃO

Na aplicação coletiva sugere-se um máximo de 10 candidatos por sala para obter-se maior
controle. Se o psicólogo aplicador for auxiliado por um estagiário de Psicologia, poderá
aumentar o número de candidatos na sala e ambos deverão manter uma postura de
vigilância.
“Quanto à posição do psicólogo, é recomendável que não permaneça sentado, exceção feita
às aplicações individuais. Em pé, o psicólogo deverá colocar-se à direita dos examinandos

48
de modo a ter uma visão de cada teste e assim poderá acompanhar a realização da execução
dos testes. É mais importante que o aplicador possa realmente treinar sua observação do
que ficar reclamando que o examinando fez o teste fora de ordem. Num processo seletivo
este dado pode tornar-se um aspecto importante para conhecer a tendência à burla do
examinando. Se o examinando assim proceder, no primeiro minuto terminará o teste com
todas as figuras preenchidas. Caso esta tendência ocorra nos outros tempos, o aplicador irá
perceber, através de sua observação treinada, que o examinando risca de forma
indiscriminada, sem realizar o devido rastreamento.”
Há uma instrução para cada um dos testes do TEDIF – levando-se em consideração as
formas do desenho de cada um. No entanto, o modo de executá-los é semelhante, a
principal diferença, como informado acima, é que em todos os testes da série TEDIF o
candidato deve fazer um círculo no último número marcado a cada minuto.
O aplicador diz:
“Vocês receberam uma folha igual
a esta”. (Mostrar) “Não virem a
folha”.

“Vocês irão fazer um teste de atenção difusa”.


“Na frente vocês irão preencher os seus dados: nome, idade, escolaridade, data de hoje,
profissão, sexo e naturalidade, que é a cidade que vocês nasceram”.
O aplicador espera que todos preencham estes dados e diz:
“Não virem ainda a folha”.
“Vocês estão vendo diversos losangos menores inscritos em losangos maiores e os espaços
entre eles preenchidos na cor azul marinho e dentro de cada losango menor existe um
número. Estes números estão espalhados pela folha e colocados fora de ordem”.
“Vocês irão riscar os losangos (fazer o gesto de uma linha inclinada / ) começando com a
de número 01 e assim obrigatoriamente na sequência 02, 03 tentando riscar nesta ordem
o maior número possível de losangos durante o tempo de 1 minuto. Após este tempo farão
um círculo na última figura que vocês riscaram e irão virar a folha. Depois desta etapa irão
virar a folha e terão mais um minuto para continuar riscando os losangos seguindo a
sequência a partir do que alcançaram”.
“Ao todo são quatro tempos de um minuto. Se, por acaso, alguém terminar antes deste
tempo, faça um círculo no último losango, vire a folha e fique em silêncio aguardando os
outros terminarem”.
“Alguém tem alguma dúvida? ”
“Depois que começar a marcar o tempo, não poderei esclarecer dúvidas”.
O aplicador esclarece as dúvidas de maneira objetiva e rápida.

49
“O tempo total é de quatro minutos, divididos de um em um minuto”.
“Podem virar a folha, o losango com o número 01 está aqui, na parte inferior e do lado
direito (mostrar).
Podem começar! ”
O aplicador deve marcar o tempo com um cronômetro.
Após o tempo de um minuto, o psicólogo diz:
“Terminou o primeiro minuto, façam um círculo no último losango que vocês riscaram e
virem a folha”.
O aplicador espera que todos façam o círculo e diz:
“Continuem na sequência, que tem mais um minuto”.
Repete-se ao fim do segundo e terceiro minutos.
“Terminou o quarto minuto, façam um círculo no último losango que vocês riscaram, virem
a página da frente e podem entregar”.

4 CORREÇÃO

4.1 Método
A avaliação do teste TEDIF fornece os seguintes resultados:
Resultado Bruto: é o número da última imagem (losango, etc.) que o candidato conseguiu
atingir e que foi marcada com um círculo.
Omissões na sequência: É a quantidade de imagens que foram omitidas durante a
marcação da sequência.
Pontos: Corresponde à subtração das omissões do resultado bruto.
De modo geral, a sequência é respeitada pelos candidatos.
Para avaliar, deverá ser anotado o número da última imagem que o candidato conseguiu
atingir.
Por exemplo: O círculo (último círculo no caso dos testes TEDIF) foi feito na placa 33 e
este deverá ser o resultado bruto que o candidato obteve.
Caso não tenha ocorrido nenhuma omissão, o resultado bruto será igual ao número de
pontos: 33, e assim ao consultar a tabela de percentis de acordo com a escolaridade,
poderão ser anotados os pontos, o percentil e a classificação na frente da folha de teste.
Caso tenha ocorrido alguma omissão na sequência, o psicólogo deverá contar quantas
omissões foram encontradas e diminuir do resultado bruto. Se ocorreram 3 omissões, o
procedimento será o seguinte:
Resultado bruto: 33 – Omissões: 3 = Pontos: 30
50
Portanto, o número de pontos é 30 e ao consultar a tabela de percentis de acordo com a
escolaridade, poderão ser anotados os pontos, o percentil e a classificação na frente da folha
de teste.

4.2 Tabelas de Conversão em Percentil

Para encontrar o percentil, deve-se realizar o procedimento referido acima, e consultar a


tabela adequada abaixo, considerando que as colunas significam:
A) ensino fundamental incompleto 1° a 4° C) ensino médio completo e incompleto
série
B) ensino fundamental completo 5° a 8° série D) ensino superior incompleto /completo
E) geral toda amostra avaliada

4.2.2

Tabelas de Conversão em Percentil para os testes TEDIF-1

51
52
53
54
TEADI

Descrição

A avaliação da atenção dividida e alternada pode ser utilizada em diversas áreas, como no
contexto da perícia para o Trânsito (Carteira Nacional de Habilitação), em processos de
seleção, treinamento e desenvolvimento, na área de Segurança (porte de arma), na área
Clínica, em Orientação Profissional, em Avaliação Neuropsicológica, dentre outras. Existem
padrões de aplicação, pontuação baseada no número de acertos, erros e omissões, assim
como normas de desempenho por idade, sexo, escolaridade e regiões do país.

Objetivo

O Teste de Atenção Dividida (TEADI) fornece uma medida referente à capacidade da pessoa
dividir a atenção, ou seja, a capacidade do indivíduo para procurar mais de dois estímulos
simultaneamente. O Teste de Atenção Alternada (TEALT) avalia a capacidade que o sujeito
tem para focar a atenção ora em um estímulo, ora em outro, ou seja, a capacidade de alternar
a atenção.

Público-alvo

Adultos de 18 a 72 anos.

Aplicação

Individual ou coletiva. Possui tempo determinado, sendo que todo o processo de explicação e
aplicação de cada teste não ultrapassa 10 minutos.

55
56
57
58
PERFIL PSICOLÓGICO PORTE DE ARMA

1- IMPRESCINDÍVEIS:

. Conformidade e comportamento social;


. Agressividade controlada;
. Resistência à frustração;
. Recursos Mentais;
. Controle emocional;
. Estabilidade emocional;
. Maturidade;
. Relacionamento intrapessoal e interpessoal;
. Segurança e bom senso.

2. NECESSÁRIOS:

. Autocrítica;
. Auto-estima;
. Confiança;
. Energia Psíquica;
. Tensão psíquica, afetividade e vida interior.

3. RESTRITIVOS

. Ansiedade
. Dependência química;
. Fanatismo de qualquer tipo;
. Impulsividade;
. Psicopatologias.

59
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

IDENTIFICAÇÃO:

NOME: SEXO:
IDADE/ DATA DE NASCIMENTO: FILHOS:
ESTADO CIVIL:
FORMAÇÃO ACADÊMICA:
FINALIDADE:
TESTES APLICADOS:
DATA AVALIAÇÃO:
PSICOLÓGO C/ CRP:

ENTREVISTA PSICOLÓGICA

SÍNTESES

 ATENÇÃO CONCENTRADA

Pontos:
Percentil:
Classificação:

60
 ATENÇÃO DIFUSA

Pontos:
Percentil:
Classificação:

 MEMÓRIA (TEPIC-M (teste pictórico de memória))

Pontos:
Percentil:
Classificação:

SÍNTESE: BFP

SÍNTESE: Quati

61
SINTESE: Palográfico

SINTESE: Pfister

SÍNSTESE: ZULLIGER

62
CONCLUSÃO

___________________________________
Nome da Psicóloga
Psicóloga Responsável
CRP ----/ -----------

OBS: Solicitamos que este documento seja mantido em SIGILO, conforme os artigos 21 a 29 do Código de
Ética Profissional do Psicólogo.

63
LAUDO PSICOLÓGICO
IDENTIFICAÇÃO DA CLÍNICA:
Nome:
_____________________________________________________
Endereço:
__________________________________________________
Cidade: __________________CEP: _________________
UF:________
Responsável Técnico:
_________________________________________
CPF do Responsável Técnico:
___________________________________
IDENTIFICAÇÃO DO AVALIADO
Nome: _________________________________________Sexo:______
Estado civil: __________________ Escolaridade___________________
Idade: ______________________
CPF:_________________________
Profissão:____________________ Data da avaliação:____/___/____
O candidato acima relacionado foi submetido à avaliação
psicológica, sendo considerado:
( ) APTO ao manuseio de arma de fogo
( ) APTO ao manuseio da arma de fogo e ao exercício da
profissão de vigilante
( ) INAPTO
Local e data
Nome do psicólogo: ________________________________
No. CRP:_____________________
CPF: ________________

____________________________________
Assinatura do Psicólogo

64
DECLARAÇÃO

Eu, ________________________________________________ (qualificação completa do


candidato), declaro, para todos os fins e em especial para atender às disposições da IN nº
78/2014-DG/DPF1, ciente das implicações do art. 299 do Código Penal Brasileiro2, que
não me submeti anteriormente à avaliação de aptidão psicológica para manuseio de arma de
fogo, na qual tenha sido considerado inapto.

Local e data.

_____________________________________________ Assinatura

1Art. 2º (...)
§ 4º Quando o interessado for considerado INAPTO, o psicólogo credenciado deverá
remeter cópia do laudo psicológico em envelope lacrado para a unidade da Polícia Federal
com atribuição na circunscrição.
§ 5º Em caso de inaptidão psicológica, o interessado poderá ser submetido a novo teste em
período não inferior a 30 (trinta) dias.

2Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o
fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a
três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a
pena de sexta parte.

65
BELO HORIZONTE ------DE ----------------------------DE 200-- 66
ENTREVISTA SEMI DIRIGIDA: (MÓDULO DE INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES)

1- ANTECEDENTES FAMILIARES:

1- Com quem vive (indique as pessoas)

2-Ambiente familiar: Relacionamento emocional com os pais, irmãos e parentes.

3- Doenças familiares: Alcoolismo, distúrbios mentais, epilepsia, drogas, etc...

4- Como você se relaciona com sua família?

5- Como você era punido por seus pais, quando criança?

6- Como você é visto pela sua família?

2- ANTECEDENTES PESSOAIS:

1- Saúde durante a infância: Convulsões, infecções, cirurgias, acidentes, etc....

2- Acontecimentos marcantes durante a infância.

67
3- Saúde durante a adolescência.

4- Acontecimentos marcantes durante a adolescência.

5- Saúde atual.

6- Acontecimentos marcantes recentes.

3- VIDA ATUAL:

1- Que tipo de trabalho está fazendo atualmente?

2- Se casado, há quanto tempo?

3- Já foi casado anteriormente? Caso positivo, quantas vezes? Qual o motivo da(s)
separação(es)?

4- Algum filho apresenta algum problema especial?

5- Qual a religião? Teve alguma atividade religiosa na infância? E atualmente?

6- Indique situações que o deixam relaxado/calmo.

7- Indique situações que o deixam aborrecido, tenso, agitado.

68
8- Já perdeu o controle com alguém, ou em alguma situação (gritando/agredindo)

9- Já teve alguma vez vontade de agredir? Qual o motivo?

10- Indique situações que o deixam alegre/feliz.

11- O que há em seu comportamento presente que gostaria de mudar?

4-AUTO DESCRIÇÃO

1- Sou uma pessoa que.......

2- Toda minha vida .............

3- Quando eu era criança......

4- Uma das coisas que me orgulho é.......

5- Uma das coisas que não consigo esquecer é........

6- Uma das coisas que me sinto culpado é ........

7- Um dos modos pelo qual as pessoas me machucam é.......

69
8- Se eu não tivesse que me preocupar com a minha imagem, eu......

9- Minha mãe sempre foi.................

10- O que eu precisava de minha mãe e não tive foi......................

11- Meu pai sempre foi....................

12- O que eu queria de meu pai e não tive foi….

13- Se eu não tivesse medo de ser eu mesmo eu.....................

14- Umas das coisas que me dá raiva é....

15- O que preciso e nunca recebi de uma mulher ou de um homem é.......................

16- O ruim de crescer é.....................

17- Uma das maneiras de ajudar a mim mesmo, mas que não faço é......

18- Estou fazendo avaliação psicológica para adquirir arma ( ) e/ou requerer o porte ( ).

19- Motivo/justificativa..........................

Assinatura:

_______________________________________

Data: _____/______/________

70
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL DIRETORIA DE COMBATE AO
TRÁFICO ILÍCITO DE ARMAS NÚCLEO DE CONTROLE DE INSTRUTORES DE TIRO ARMEIROS E
PSICÓLOGOS

RECOMENDAÇÕES AOS PSICÓLOGOS CREDENCIADOS

O PSICÓLOGO CREDENCIADO DEVE:

TESTE(S) PROJETIVO(S) E EXPRESSIVO – ART 5º, I, II, IN nº 78/2014


a) Realizar a completa avaliação do teste – (Art. 20A, RESOLUÇÃO CFP N.º
002/2003)
b) Manter atualizado os conhecimentos relativos ao teste – (Art. 1º, item b, Código de
Ética Profissional do Psicólogo)
c) Utilizar material original na testagem (FOTOCÓPIAS VEDADAS) – (Art. 5º, II, LEI
Nº 9.610)
d) Utilizar manuais atualizados e referendados pelo CFP – (Art. 16, RESOLUÇÃO CFP
N.º 002/2003)
e) Manter os protocolos (testes) dos candidatos arquivados na clínica/consultório.
f) Observar o nível de escolaridade do candidato para aplicação dos testes.
g) Anotar a parte, os dados qualitativos e quantitativos de cada instrumento com a
respectiva síntese. No ato da fiscalização esses dados serão cobrados.
h) Não anotar nada nos testes dos candidatos, somente medidas indicadas nos
manuais dos mesmos.
i) O candidato deverá assinar e datar todas as folhas utilizadas dos instrumentos.
j) Inserir junto com o material do candidato uma síntese de toda a avaliação
psicológica.

OUTROS PROCEDIMENTOS
a) O psicólogo não poderá atender fora do local que foi vistoriado. Caso necessário,
fazer requerimento à DELEAQ do seu estado, dar entrada na Superintendência ou
Delegacia de Polícia Federal mais próxima, anexar documentos pertinentes ao local
com fotos impressas da fachada, sala de espera, banheiro, sala de aplicação de
testes, com respectivo mobiliário e aguardar a liberação da autorização.
c) Ao mudar de endereço, fazer requerimento à DELEAQ do seu estado, dar entrada
na Superintendência ou Delegacia de Polícia Federal mais próxima, anexar
documentos pertinentes ao novo local com fotos impressas da fachada, sala de
espera, banheiro, sala de aplicação de testes (coletiva e/ou individual) com mobiliário
e aguardar o deferimento.

Contamos com a colaboração de todos.

Obrigado

71
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 78, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2014

Estabelece procedimentos para o credenciamento, fiscalização da aplicação e correção dos


exames psicológicos realizados por psicólogos credenciados, responsáveis pela expedição
do laudo que ateste a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo e para exercer a
profissão de vigilante.
O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL, no uso da
atribuição que lhe é conferida pelo inciso IV do artigo 25 do Regimento Interno da Polícia
Federal, aprovado pela Portaria nº 2.877, de 30 de dezembro de 2011, do Excelentíssimo
Senhor Ministro da Justiça, publicada na Seção 1 do DOU nº 01, de
2 de janeiro de 2012,
CONSIDERANDO o disposto no artigo 4º, inciso III, da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
de 2003, nos artigos 12, inciso VII, 36, 37 e 43, todos do Decreto 5.123, de 1º de julho de
2004, no art. 16, inciso V, da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983 e art. 155, inciso V e §§
1º e 2º da Portaria nº 3.233/2012-DG/DPF, de 10 de dezembro de 2012;
CONSIDERANDO o disposto no artigo 11-A da Lei nº 10.826/2003, que prevê a
necessidade de disciplinar a forma e as condições para o credenciamento pela Polícia
Federal de profissionais responsáveis pela comprovação da aptidão psicológica para o
manuseio de arma de fogo; e
CONSIDERANDO o disposto no artigo 13 da Lei nº 4.119/1962, que regulamenta a
profissão de psicólogo, resolve: Art. 1º Expedir a presente Instrução Normativa com a
finalidade de estabelecer procedimentos para o credenciamento e fiscalização da aplicação
e correção dos exames realizados por psicólogos, responsáveis pela expedição do laudo que
ateste a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, conforme previsão da Lei nº
10.826/2003, e para exercer a profissão de vigilante.

CAPÍTULO I
DA APTIDÃO PSICOLÓGICA PARA O MANUSEIO DE
ARMA DE FOGO E PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE
VIGILANTE

Art. 2º A aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, de que trata o artigo 4º,
inciso III, da Lei nº 10.826/2003 e os artigos 12, inciso VII, 36, 37 e 43, todos do Decreto
nº 5.123/2004, deverá ser atestada em laudo psicológico conclusivo, conforme modelo do
Anexo II, emitido por psicólogo da Polícia Federal ou por esta credenciado.
§ 1º A comprovação da aptidão psicológica será exigida nos procedimentos de aquisição,
registro, renovação de registro, transferência, porte de arma de fogo, credenciamento de
armeiros e instrutores de armamento e tiro.
§ 2º A avaliação para a aptidão psicológica deverá ter sido realizada em período não
superior a 01 (um) ano do respectivo requerimento.
§ 3º O laudo de que trata o caput deverá considerar o interessado como APTO ou INAPTO
para o manuseio de arma de fogo, sem mencionar os nomes dos instrumentos psicológicos
utilizados e as características de personalidade aferidas.
§ 4º Quando o interessado for considerado INAPTO, o psicólogo credenciado deverá
remeter cópia do laudo psicológico em envelope lacrado para a unidade da Polícia Federal
com atribuição na circunscrição.
72
§ 5º Em caso de inaptidão psicológica, o interessado poderá ser submetido a novo teste em
período não inferior a 30 (trinta) dias.
Art. 3º Para o exercício da profissão de vigilante, o interessado deverá ser considerado
APTO em exame de aptidão psicológica aplicado por psicólogo credenciado pela Polícia
Federal.
Art. 4º Os psicólogos observarão as características de personalidade definidas para o
usuário de arma de fogo e para o vigilante, conforme os Anexos V e VI.
Art. 5º A bateria de instrumentos de avaliação psicológica utilizados na aferição das
características de personalidade e habilidades específicas dos usuários de arma de fogo e
dos vigilantes deverá contar com, no mínimo:
I - 01 teste projetivo;
II - 01 teste expressivo;
III - 01 teste de memória;
IV - 01 teste de atenção difusa e concentrada; e
V - 01 entrevista semi-estruturada.
§ 1º Os testes psicológicos utilizados devem ser reconhecidos pelo Conselho Federal de
Psicologia, sendo sua comercialização e uso restritos a psicólogos inscritos no Conselho
Regional de Psicologia, conforme art. 18 da Resolução CFP nº 002/2003.
§ 2º Os instrumentos de avaliação psicológica deverão ser aplicados e corrigidos de acordo
com as normas técnicas previstas nos respectivos manuais.
§ 3º Os instrumentos de avaliação psicológica poderão ser aplicados de forma individual ou
coletiva, podendo cada psicólogo aplicar, no máximo, 10 (dez) testes individuais por dia e
atender, no máximo, 2 (dois) turnos de 15 (quinze) pessoas por dia.
§ 4º A entrevista semi-estruturada não será aplicada aos integrantes das instituições
referidas no artigo 36 do Decreto 5.123/2004.
Art. 6º Para realização do exame de aptidão, o psicológico credenciado não poderá cobrar
valor que exceda o valor médio dos honorários profissionais cobrados para realização de
avaliação psicológica para o manuseio de arma de fogo constante da tabela do Conselho
Federal de Psicologia, conforme §1º do art. 11-A da Lei nº 10.826/2003.

CAPÍTULO II
DO LOCAL DE REALIZAÇÃO DO EXAME DE APTIDÃO
PSICOLÓGICA

Art. 7º O ambiente para a aplicação dos testes de aptidão psicológica atenderá aos
normativos em vigor do Conselho Federal de Psicologia, e deverá possuir, no mínimo, sala
de espera, sala de aplicação de testes e banheiro.
§ 1º A sala de aplicação de testes deverá possuir as seguintes condições, as quais são
fundamentais para minimizar ou evitar interferência no desempenho do candidato:
I - ambiente iluminado, por luz natural ou artificial, preferencialmente sem incidência de
sombras e/ou ofuscação;
II - ambiente com sistema de ventilação natural ou artificial;
III - temperatura confortável em relação ao clima local;
IV - ambiente higienizado em conformidade com as orientações do órgão de vigilância
sanitária local; e
V - salas de teste com baixo nível de ruídos, para evitar interferência ou interrupção na
execução das tarefas dos candidatos.
§ 2º Para cada interessado, o mobiliário da sala de testes deve ser composto por uma mesa
com no mínimo 2500 cm² (dois mil e quinhentos centímetros quadrados), feita de material
liso, e uma cadeira com encosto, que não seja acoplada à mesa.

73
§ 3º O ambiente físico de uma sala de testes deve ter, no mínimo, 4m² (quatro metros
quadrados), se o atendimento for individual, e 2m² (dois metros quadrados) por candidato,
se o atendimento for coletivo.
Art. 8º Os psicólogos credenciados somente poderão realizar testes de aptidão psicológica
para os fins previstos nesta Instrução Normativa em locais previamente autorizados pela
Polícia Federal.
§ 1º O local de aplicação dos testes de aptidão psicológica será vistoriado e terá o
funcionamento autorizado por ocasião do procedimento de credenciamento, sendo que a
avaliação desse local será realizada mediante registro de fotos do ambiente e do mobiliário
ou por meio de visitas ao local, a critério do Chefe da Delegacia de Controle de Armas e
Produtos Químicos - DELEAQ da circunscrição.
§ 2º Excepcionalmente, caso haja a necessidade de realizar atendimento em local diverso
do indicado por ocasião do credenciamento, o psicólogo solicitará autorização específica à
DELEAQ, devendo o requerimento ser instruído com fotos do ambiente e do mobiliário.

CAPÍTULO III
DO CREDENCIAMENTO DO PSICÓLOGO

Art. 9º O interessado em exercer a atividade de psicólogo, para os fins previstos nesta


Instrução Normativa, deverá solicitar o seu credenciamento em uma unidade da Polícia
Federal, mediante preenchimento de formulário próprio - Anexo I e apresentação dos
seguintes documentos e requisitos:
I - foto 3x4 recente;
II - original e cópia, ou cópia autenticada de documento de identidade e do CPF;
III - comprovante de inscrição ativa e regular no Conselho Regional de Psicologia e
certidão negativa de infrações éticas do respectivo Conselho;
IV - documentos que comprovem que dispõe de ambiente e mobiliário adequado para a
aplicação dos testes (planta baixa ou croquis e fotografias);
V - original e cópia, ou cópia autenticada dos documentos que autorizam o funcionamento
do local onde serão aplicados os testes (alvará de localização e funcionamento e alvará da
vigilância sanitária);
VI - comprovante de que possui pelo menos dois anos de efetivo exercício na profissão de
psicólogo;
VII - certificado que ateste sua aptidão para a aplicação dos instrumentos psicológicos
previstos nos incisos I e II do art. 5º desta IN; e
VIII - comprovação de idoneidade, com a apresentação das certidões negativas de
antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não
estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas
por meios eletrônicos.
Parágrafo único. Para fins de aferição da idoneidade, não constituem obstáculo ao
credenciamento o indiciamento em inquérito ou a instauração de processo criminal por
crimes culposos; a condenação criminal, quando obtida a reabilitação criminal fixada em
sentença; a condenação criminal, quando decorrido período de tempo superior a cinco anos
contados da data de cumprimento ou extinção da pena; e a instauração de termo
circunstanciado, a ocorrência de transação penal ou suspensão condicional do processo.
Art. 10. O credenciamento como psicólogo é pessoal e intransferível, e terá validade de 04
(quatro) anos, podendo ser renovado por igual período, sucessivamente, preenchidos os
requisitos do art. 9º desta IN.

74
CAPÍTULO IV
DO DESCREDENCIAMENTO DO PSICÓLOGO

Art. 11. O psicólogo poderá ser descredenciado nas seguintes hipóteses:


I - por solicitação própria e escrita à Polícia Federal, a qualquer tempo, com antecedência
mínima de 30 (trinta) dias;
II - atuação em local não autorizado pela Polícia Federal;
III - redução dos testes não prevista pelos manuais;
IV - utilização de cópias reprográficas de testes psicológicos ou originais com baixa
qualidade de impressão e instruções diferentes das estabelecidas na respectiva
normatização;
V - utilização de testes psicológicos não homologados pelo Conselho Federal de
Psicologia;
VI - infringência das normas previstas no Código de Ética Profissional do Psicólogo;
VII - aplicação das avaliações psicológicas em desacordo com o previsto nos respectivos
manuais;
VIII - utilização do emblema da Polícia Federal em documentos, anúncios, placas ou
quaisquer outros meios de divulgação, sem a autorização do Diretor-Geral da Polícia
Federal, nos termos do Decreto nº 98.380/1989;
IX - prática de infração vedada, prevista nesta IN; e
X - ausência de idoneidade, por estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal.
§ 1º Com exceção do inciso I, o descredenciamento se dará por meio de procedimento
administrativo no qual será assegurado o contraditório e a ampla defesa, nos termos da Lei
nº 9.784/1999.
§ 2º O procedimento de descredenciamento de psicólogo poderá ser iniciado de ofício, no
caso em que a autoridade policial responsável pelo serviço de armas tomar ciência de
infração às disposições desta IN.
§ 3º O psicólogo credenciado poderá ter seu credenciamento suspenso durante a instrução
do processo a que se refere o § 1º deste artigo.
§ 4º O psicólogo descredenciado poderá requerer novo credenciamento, atendidos os
requisitos e procedimentos constantes desta IN, decorrido o prazo mínimo de 01 (um) ano
do descredenciamento.
Art. 12. O psicólogo deverá manter arquivo ou banco de dados em seu local de trabalho, no
qual conste lista com os nomes dos interessados submetidos à avaliação psicológica, os
instrumentos psicológicos utilizados e laudos emitidos, pelo período mínimo exigido
pelo Conselho Federal de Psicologia.

CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Art. 13. Os requerimentos para obtenção do credenciamento de psicólogo serão submetidos


ao seguinte processamento pela DELEAQ:
I - autuação, cadastro no sistema de controle de procedimentos e verificação da
regularidade dos documentos apresentados pelo requerente;
II - elaboração de informação circunstanciada contendo a verificação nos bancos de dados
corporativos quanto à pessoa do interessado.

75
III - encaminhamento ao chefe da DELEAQ para decisão, devendo ser consignado de
forma fundamentada os motivos da aptidão ou inaptidão, decidindo pelo deferimento ou
indeferimento do requerimento.
§ 1º Após a decisão sobre o credenciamento decorrente do inciso III, o Chefe da DELEAQ
tomará as seguintes providências:
I - em caso de deferimento, expedirá a portaria e certificado de credenciamento, conforme
formulários específicos - Anexos III e IV, além de comunicação à Divisão Nacional de
Armas - DARM para divulgação no site da Polícia Federal; e II - em caso de indeferimento,
cientificará o interessado para eventual interposição de recurso.
Art. 14. As notificações e comunicações mencionadas nesta IN dirigidas aos interessados
poderão ser realizadas por quaisquer meios válidos que assegurem a ciência do ato,
lavrando-se nos autos a certidão respectiva.
Art. 15. Compete ao Chefe da DELEAQ, no âmbito da área de atuação de cada
Superintendência:
I - decidir sobre o credenciamento de psicólogos; e
II - decidir sobre o descredenciamento em procedimento eventualmente instaurado em
desfavor do credenciado.
Art. 16. Compete ao Superintendente Regional da Polícia Federal o julgamento de eventual
recurso interposto contra decisão do Chefe da DELEAQ.
Art. 17. O interessado, ou seu procurador legalmente constituído, poderá recorrer da
decisão administrativa, no prazo de 10 (dez) dias, para impugnar nulidades, ilegalidade e/ou
mérito.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade policial que proferiu a decisão, a qual poderá
exercer juízo de retratação ao seu critério, no prazo de 5 (cinco) dias, ou, se acaso não
reconsiderá-la, encaminhar o recurso para análise e julgamento à autoridade superior
competente.
§ 2º O recurso deverá ser juntado aos autos do procedimento principal para remessa à
autoridade superior.
§ 3º O recurso administrativo tramitará, no máximo, até o Superintendente Regional.
§ 4º O prazo para interposição de recurso administrativo contar-se-á da ciência da decisão,
certificando-se nos autos o contato realizado com o interessado.
Art. 18. Aplicam-se a esta Instrução Normativa os preceitos da Lei nº 9.784/1999, que
regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

CAPÍTULO VI
DA FISCALIZAÇÃO

Art. 19. A fiscalização da aplicação e correção, bem como do local de realização dos
exames de aptidão psicológica, poderá ser feita em caráter extraordinário, sem aviso prévio,
pela Polícia Federal.
§ 1º Eventuais irregularidades detectadas ensejarão a instauração de procedimento de
descredenciamento do psicólogo pelo chefe da DELEAQ.
§ 2º A fiscalização quanto a eventuais impropriedades relativas à aplicação e correção dos
exames de aptidão psicológica será realizada por servidor da Polícia Federal, acompanhado
de psicólogo da Polícia Federal ou de outro órgão público.
§ 3º A fiscalização quanto a eventuais impropriedades relativas ao local de realização dos
exames de aptidão psicológica deverá ser realizada por servidor da Polícia Federal.
§ 4º Os usuários dos serviços dos psicólogos credenciados podem denunciar à Polícia
Federal qualquer irregularidade verificada na prestação dos serviços de exame de aptidão
psicológica.

76
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 20. Ficam instituídos, no âmbito da Polícia Federal, os seguintes formulários e


documentos:
I - Anexo I - REQUERIMENTO PARA CREDENCIAMENTO DE PSICÓLOGO;
II - Anexo II - LAUDO PSICOLÓGICO;
III - Anexo III - CERTIFICADO;
IV - Anexo IV - PORTARIA DE CREDENCIAMENTO DE PSICÓLOGO;
V - Anexo V - EXTRATO DOS INDICADORES PSICOLÓGICOS DO PORTADOR DE
ARMA DE FOGO; e
VI - Anexo VI - EXTRATO DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DO VIGILANTE.
Art. 21. Os credenciamentos já realizados permanecerão válidos, mantidas as datas de
validade originárias.
Art. 22. Até seis meses após a data da publicação desta Instrução Normativa, também serão
aceitos, para o exercício da profissão de vigilante, laudos psicológicos expedidos por
psicólogos não credenciados pela Polícia Federal, desde que regularmente inscritos
no Conselho de Psicologia.
Art. 23. Compete à Diretoria Executiva - DIREX/DPF a elaboração de expedientes que
esclareçam eventuais questões quanto à execução desta Instrução Normativa.
Art. 24. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação no Diário
Oficial da União, revogando-se a Instrução Normativa nº 70/2013-DG/DPF.

LEANDRO DAIELLO COIMBRA

ANEXO I

REQUERIMENTO PARA CREDENCIAMENTO DE


PSICÓLOGO

Senhor Chefe da Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos - DELEAQ,


___________________________________, RG nº _____________, órgão expedidor
_________, CPF nº _____________________________________________, endereço
comercial ______________________________________________, fone comercial ( )
___________________, email profissional: _______________________, venho por meio
deste, solicitar a Vossa Senhoria o credenciamento junto à Polícia Federal, na qualidade de
psicólogo, conforme disposto na Lei nº 10.826/2003.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Local e data.
Assinatura

77
ANEXO II

LAUDO PSICOLÓGICO
IDENTIFICAÇÃO DA CLÍNICA:
Nome:
_____________________________________________________
Endereço:
__________________________________________________
Cidade: __________________CEP: _________________
UF:________
Responsável Técnico:
_________________________________________
CPF do Responsável Técnico:
___________________________________
IDENTIFICAÇÃO DO AVALIADO
Nome: _________________________________________Sexo:______
Estado civil: __________________ Escolaridade___________________
Idade: ______________________
CPF:_________________________
Profissão:____________________ Data da avaliação:____/___/____
O candidato acima relacionado foi submetido à avaliação
psicológica, sendo considerado:
( ) APTO ao manuseio de arma de fogo
( ) APTO ao manuseio da arma de fogo e ao exercício da
profissão de vigilante
( ) INAPTO
Local e data
Nome do psicólogo: ________________________________
No. CRP:_____________________ CPF:
________________
____________________________________

Assinatura do Psicólogo

ANEXO III

CERTIFICADO

O Chefe da Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos - DELEAQ,


_________________ no uso de suas atribuições legais, confere o presente Certificado a
Nome do Credenciado, CPF 000.000.000-00, pelo seu credenciamento como Psicólogo, nos
termos da Portaria no __/____-DG/DPF
Cidade/UF, __ de _____ de 20__
Chefe da DELEAQ
Validade: 4 anos

78
ANEXO IV
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MJ-DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA FEDERAL
NO ESTADO _________

PORTARIA No. _____/20__-DELEAQ/SR/DPF/___, DE __


DE _________ DE 20__
O Chefe da Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos da
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA FEDERAL NO ESTADO DE
_______________, no uso das atribuições que lhe confere a Instrução Normativa no. ___-
DG/20 , de de de 20 ,
R E S O L V E:
Art. 1º Credenciar o(a) senhor(a) _____________________________, portador do RG
no._____________, expedida por _________, CPF no. ___________________, como
Psicólogo, com autorização para aplicar testes de aptidão psicológica para manuseio de
arma de fogo, nos termos do inciso IV, do artigo 12 do Decreto 5.123/04, de 1o de julho
de 2004, e do capítulo II da Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003, e para avaliar
vigilantes de empresas de segurança privada e transporte de valores, nos termos do art. 7o,
§ 2ºda Lei 10.826/03.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação
e tem prazo de validade de 4 (quatro) anos.
________________________________
Delegado de Polícia Federal
DELEAQ/SR/DPF/__

79
ANEXO V
EXTRATO DOS INDICADORES PSICOLÓGICOS DO
PORTADOR DE ARMA DE FOGO

1.MARCO LEGAL
Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o
Sistema Nacional de Armas - SINARM, define crimes e dá outras providências.
Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004
Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre registro, posse
e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas -
SINARM e define crimes.
2.DESCRIÇÃO
Trata-se da aptidão psicológica do interessado no manuseio de arma de fogo a ser
comprovada por meio da submissão à bateria de instrumentos de avaliação composta por
testes projetivo, expressivo, de atenção e de memória, bem como à entrevista semi-
estruturada.
3.DOS INDICADORES PSICOLÓGICOS AO PORTADOR
DE ARMA DE FOGO
3.1 Atenção necessária
Concentrada e difusa.
3.2 Memória necessária
Auditiva e visual.
3.3 Indicadores psicológicos necessários
Adaptação, autocrítica, auto-estima, auto-imagem, controle, decisão, empatia, equilíbrio,
estabilidade, flexibilidade, maturidade, prudência, segurança e senso crítico.
3.4 Indicadores psicológicos restritivos Conflito, depressão, dissimulação, distúrbio,
exibicionismo, explosividade, frustração, hostilidade, imaturidade, imprevisibilidade,
indecisão, influenciabilidade, insegurança, instabilidade, irritabilidade, negativismo,
obsessividade, oposição, perturbação, pessimismo, transtorno e vulnerabilidade.
4.FONTE
4.1 Pesquisa realizada em parceria firmada entre o Conselho Federal de Psicologia e a
Polícia Federal que teve como objetivo levantar os indicadores para a avaliação psicológica
para manuseio de arma de fogo.

ANEXO VI

EXTRATO DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DO VIGILANTE

1.MARCO LEGAL
Lei nº 7.102, de 20/06/1983
Dispõe sobre a segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para
constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de
vigilância e de transportes de valores e dá outras providências.
Decreto 89.056/83

80
Regulamenta a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, que "dispõe sobre segurança para
estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das
empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores e dá
outras providências".
Portaria nº 3.233/2012-DG/DPF, de 10 de dezembro de 2012 Dispõe sobre as normas
relacionadas às atividades de Segurança Privada.
2. DESCRIÇÃO
A Lei nº 7.102, de 20/06/1983 dispõe sobre as atividades desenvolvidas pelo vigilante:
"Art. 10. São considerados como segurança privada as atividades desenvolvidas em
prestação de serviços com a finalidade de: (Redação dada pela Lei nº 8.863, de 1994)
I - proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros
estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas;
II - realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga.
(...)
§ 2º As empresas especializadas em prestação de serviços de segurança, vigilância e
transporte de valores, constituídas sob a forma de empresas privadas, além das hipóteses
previstas nos incisos do caput deste artigo, poderão se prestar ao exercício das atividades de
segurança privada a pessoas; a estabelecimentos comerciais, industriais,
de prestação de serviços e residências; a entidades sem fins lucrativos; e órgãos e empresas
públicas. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
§ 3º Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos dela decorrentes e pelas disposições da
legislação civil, comercial, trabalhista, previdenciária e penal, as empresas definidas no
parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
§ 4º As empresas que tenham objeto econômico diverso da vigilância ostensiva e do
transporte de valores, que utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para execução
dessas atividades, ficam obrigadas ao cumprimento do disposto nesta lei e demais
legislações pertinentes.
(...)
Art. 15. Vigilante, para os efeitos desta lei, é o empregado contratado para a execução das
atividades definidas nos incisos I e II do caput e §§ 2º, 3º e 4º do art. 10."
3. ATIVIDADES PRÓPRIAS DA FUNÇÃO
Vigilância patrimonial: atividade exercida em eventos sociais e dentro de estabelecimentos,
urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a finalidade de garantir a incolumidade física
das pessoas e a integridade do patrimônio;
Transporte de valores: atividade de transporte de numerário, bens ou valores, mediante a
utilização de veículos, comuns ou especiais; Escolta armada: atividade que visa garantir o
transporte de qualquer tipo de carga ou de valor, incluindo o retorno da equipe com
o respectivo armamento e demais equipamentos, com os pernoites estritamente necessários;
e
Segurança pessoal: atividade de vigilância exercida com a finalidade de garantir a
incolumidade física de pessoas, incluindo o retorno do vigilante com o respectivo
armamento e demais equipamentos, com os pernoites estritamente necessários.
4. CONDIÇÕES GERAIS DE EXERCÍCIO
Nos termos dos artigos 10 e 15 da Lei nº 7.102/83, vigilante é o empregado contratado, por
empresa especializada ou possuidora de serviço orgânico de segurança, para realizar a
vigilância patrimonial de estabelecimentos públicos e privados, segurança pessoal,
transporte de valores ou escolta armada. Podem trabalhar em equipe ou individualmente,
em períodos diurnos, noturnos e em rodízio de turnos ou escalas. Estão sujeitos a risco de
morte e trabalham sob pressão constante. As condições de trabalho variam conforme o
estabelecimento a ser protegido e demais variáveis próprias das atividades de segurança
pessoal, transporte de valores e escolta armada.
5. FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
81
Nos termos do art. 16 da Lei nº 7.102/83, o vigilante deve ter no mínimo 21 anos e
instrução correspondente à quarta série do primeiro grau, além de ser obrigatório
treinamento em empresa de curso de formação autorizada pela Policia Federal, onde
recebem capacitação para o exercício da atividade de vigilante e manuseio de
arma de fogo.
6. RECURSOS UTILIZADOS PARA DESENVOLVER AS ATIVIDADES
Uniforme;
Viatura;
Circuito Fechado de TV;
Arma de fogo;
Macacão térmico, máscara de proteção;
Detector de Metais - Pórtico e Bastão Eletrônico;
Algemas;
Aparelho telefônico, rádio transmissor HT;
Bastão tonfa de defesa;
Colete balístico;
Binóculo e apito;
Maca e prancha;
Protetor auricular;
Bota e sapato de segurança, coturno e outros.
7. RESPONSABILIDADES ENVOLVIDAS NAS ATIVIDADES
Lidar com informações sigilosas;
Utilizar equipamentos;
Controlar o trâmite de documentos;
Zelar pela integridade física das pessoas;
Lidar com numerários;
Proteger instalações;
Operar armamento; e
Utilizar circuito interno de TV.
8. ACIDENTES QUE PODEM OCORRER NO DESENVOLVIMENTO
DAS ATIVIDADES
Acidente de trânsito envolvendo viatura; e
Acidente na utilização/manuseio de armas de fogo.
9. DOENÇAS MAIS RECORRENTES NO DESEMPENHO
DA ATIVIDADE
Estresse;
Problemas psicológicos;
Alcoolismo;
Depressão;
Problemas ortopédicos (coluna/joelho/ombro);
Renais;
Varizes;
Doenças Respiratórias;
Doenças da pele; eTendinite.
10. PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Realizar a vigilância patrimonial de estabelecimentos públicos e privados (a exemplo:
empresas e órgãos públicos, comércios, indústrias, escolas, hospitais e residências).
Para o desenvolvimento desta atividade os vigilantes podem vir a adotar as seguintes
medidas, por exemplo: identificar pessoas; realizar rondas internas; controlar entrada e
saída de pessoas, veículos, numerários e bens; realizar a abertura e fechamento do
estabelecimento protegido.
Realizar a segurança de pessoas, garantindo a integridade física da pessoa protegida.
82
Realizar o transporte de valores, bens e numerários de instituições
financeiras (inclusive para abastecimento e recolhimento de
numerário de terminais de auto-atendimento), estabelecimentos comerciais,
industriais e de empresas e órgãos públicos.
Realizar a escolta armada de cargas e valores.
Operar veículos comuns e especiais.
Operar equipamentos de comunicação e informática.
Conferir bens, valores e numerários recebidos ou entregues.
11. DOS INDICADORES PSICOLÓGICOS PARA O DESEMPENHO
DA FUNÇÃO
Atenção necessária
Difusa e concentrada.
Memória necessária
Visual e auditiva.
Indicadores necessários
Adaptação, atenção, autocontrole, afetividade, autocrítica, concentração, controle
emocional, decisão, empatia, energia, equilíbrio, estabilidade, flexibilidade, maturidade,
memória, meticulosidade, percepção, prudência, relacionamento interpessoal, resistência à
frustração, segurança, senso crítico, sociabilidade.
Indicadores restritivos
Reações relacionadas aos transtornos: mentais causados por uma condição médica geral;
relacionados a substâncias; somatoformes; factícios; dissociativos; do humor; de ansiedade;
da personalidade; Preconceito, fanatismo.
12. FONTE
PASSOS, Gilson & PASSOS Ludmila. O Perfil do Vigilante - A Partir de uma Análise de
Função. Gráfica e Papelaria Distrital Ltda. Brasília, 1994.
DSM-IV-Tr - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Trad. Claudia
Dornelles; 4ª ed. Ver. Porto Alegre: Artmed, 2002.
Classificação Brasileira de Ocupações. Disponível em: www.mtecbo.gov.br. Acesso em
02/10/2013
Vigilante de Seguridad. Ocupaciones. Material de orientación profesional. Junta de
Andalucía. Servicio Andaluz de Empleo. Consejería de Empleo. España. Disponível em:
http://www.juntadeandalucia.es/servicioandaluzdeempleo/web/websae/portal/es/empleo/bu
scarTrabajo/eligeProfesion/ galeriaPDFs/ Detalle/ 011019Vi gSeg. pdf.
Acesso em 01/10/2013

SETOR DE PSICOLOGIA DA DIVISÃO NACIONAL DE


ARMAS DA POLÍCIA FEDERAL. Pesquisa para atualização do
perfil profissiográfico do vigilante, Distrito Federal, 2013.

83

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