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Checklist do Processo de Alta

Abaixo você encontra um passo a passo para te ajudar no Processo de Alta do seu paciente. Você
usará isso como base para saber se já está na hora de finalizar o tratamento com o paciente e/ou se é
preciso testar a sua autonomia. Na parte final você encontra o passo a passo sem as orientações.

O paciente não traz mais problemas?


Uma das coisas que pode indicar que o paciente possa estar próximo de um
processo de alta é o fato dele não trazer mais nada para ser discutido durante
as sessões por alguns meses já e ele apresenta escores de humor bem
estáveis.
Este é um passo 0 (zero) porque não são todos pacientes que podem estar no
processo de alta que deixam de trazer coisas a serem discutidas.

O paciente sabe identificar seu Ciclo de Manutenção?


A primeira coisa que precisamos saber é se o paciente consegue identificar o
seu funcionamento.
Ele sabe os pensamentos que ele tem que influenciam suas emoções
negativas e seus comportamentos?
Ele sabe que seus comportamentos de segurança e estratégias
compensatórias não ajudam ele?

Ele já consegue realizar as Estratégias aprendidas?


Além de ser capaz de identificar seus ciclos de manutenção, é importante que
o paciente já tenha a capacidade de questionar/avaliar seus pensamentos
disfuncionais, de desenvolver respostas mais funcionais e de evitar o uso de
suas estratégias compensatórias.
Sem isso, ele não estará preparado para não ter as sessões frequentes de
psicoterapia.
Ele também consegue reconhecer seus ganhos com as estratégias
implementadas, focar em suas experiências positivas e se dar mais crédito por
suas conquistas, por menores que sejam?
Ele está conseguindo resolver problemas sem grande sofrimento emocional?

Como estão suas metas?


Revise junto ao paciente todas as metas definidas no início do tratamento e
vejam como vocês estão em relação a elas.
Ele cumpriu algumas metas? Está próximo de cumprir outras? Algumas metas
se alteraram?
Se ele não cumpriu nenhuma meta e ainda se encontra muito longe das metas
mais importantes, pode ser bom avaliar o que poderia ser feito de diferente
para o alcance dessas metas e se a presença semanal da psicoterapia se faz
necessário para isso.
Muitas vezes, se ele já aprendeu a lidar com as suas situações diárias, o
alcance de suas metas pode ser questão de tempo.

O paciente consegue reconhecer os benefícios da psicoterapia e seu papel nisso?


É muito importante que o paciente consiga reconhecer o que ele fez de
diferente desde que ele entrou na psicoterapia para conseguir melhorar ou
atingir suas metas.
Se ele não entende as suas mudanças de comportamento e de enfrentamento
aos seus pensamentos, dificilmente ele conseguirá fazer o que for preciso para
sair de uma possível recaída.
Pode ser importante anotar tudo isso para que ele saiba o que ele precisa
fazer.

Ele está conseguindo ter uma vida mais equilibrada?


Para a manutenção de uma boa saúde mental, é imprescindível que o
paciente consiga equilibrar atividades produtivas, prazerosas, de autocuidado
e sociais.
Ele está então realizando atividades de estudo ou de trabalho que trazem um
senso de domínio/maestria? Ele está realizando atividades prazerosas? Ele
está cuidando de sua saúde e de sua autoestima com uma boa alimentação,
atividade física, cuidados pessoais, etc? Ele está socializando com frequência?
Essas coisas são muito significativas para uma boa manutenção de sua
estabilidade emocional. Bom falar que pode ser que ele não tenha atingido o
equilíbrio completo ainda, mas ele pelo menos deve ter melhorado em
algumas dessas atividades e ter a consciência da importância das outras.

Pode ser legal o espaçamento das sessões e autoterapia?


Como forma de acostumar o paciente no processo da alta, e até para testar se
ele está com autonomia para lidar com suas dificuldades, pode ser legal
considerar o espaçamento das sessões para 15 dias, depois 30 dias, 2 meses e
por aí vai.
Recomende também a prática de uma autoterapia no horário em que haveria
a sessão de psicoterapia. Isso vai ajudar o paciente e o terapeuta a
reconhecerem a capacidade do paciente de seguir sozinho depois de alguns
meses.
Faça ele preparar um despertador, anotar e se questionar:
Pense na(s) última(s) semana(s):
Que coisas positivas aconteceram? O que essas experiências
significaram para mim? Sobre mim? Por quais coisas eu mereço
crédito?
Que problemas surgiram? Se eles não forem resolvidos, o que devo
fazer? Eu completei o Plano de Ação? O que poderia me impedir de
executá-lo nesta próxima semana?
Olhando para o futuro:
Como eu quero estar me sentindo daqui a uma semana? O que preciso
fazer para que isso aconteça?
Que objetivos tenho para esta semana? Que passos devo dar?
Que obstáculos podem se colocar no caminho? Devo considerar
Preencher folhas de exercícios? Programar atividades prazerosas, de
domínio, de autocuidado ou sociais? Ler as anotações da terapia?
Praticar habilidades como mindfulness? Fazer uma lista de créditos ou
uma lista de experiências positivas?

Ele está ciente da possibilidade de Recaída?


Todo processo de mudança pode envolver recaídas. Pelo fato do paciente ter
desenvolvido crenças bem arraigadas durante muitos anos da sua vida, é bem
possível que em algum momento suas crenças queiram voltar e estimulem
pensamentos e comportamentos disfuncionais.
O paciente precisa estar ciente que a recaída faz parte do processo e que ele
precisa apenas se preparar para isso.
Faça então uma psicoeducação para isso e investigue quais seriam os
pensamentos automáticos dele caso tenha uma recaída. Avalie esses
pensamentos.

Ele sabe identificar seus sintomas mais relevantes?


Para evitar que o paciente recaia de maneira significativa, é importante que
ele saiba reconhecer os sinais de que ele está recaindo.
Se o paciente é depressivo, por exemplo, ele precisa primeiro saber a diferença
entre uma tristeza normal e uma tristeza como sintoma da depressão. E
também ele precisa saber quais pensamentos e comportamentos ele costuma
ter quando está entrando em uma crise depressiva.
Conseguir reconhecer isso vai ajudar o paciente a colocar em prática
estratégias para cortar seu ciclo depressivo.
Vocês devem desenvolver essas estratégias também.

Espace as sessões e comece a autoterapia


Checklist do Processo de Alta

O paciente não traz mais problemas?

O paciente sabe identificar seu Ciclo de Manutenção?

Ele já consegue realizar as Estratégias aprendidas?

Como estão suas metas?

O paciente consegue reconhecer os benefícios da psicoterapia e seu papel nisso?

Ele está conseguindo ter uma vida mais equilibrada?

Pode ser legal o espaçamento das sessões e autoterapia?

Ele está ciente da possibilidade de Recaída?

Ele sabe identificar seus sintomas mais relevantes?

Espace as sessões e comece a autoterapia

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