23/08/2019 Opção Lacaniana

Nova série
ano II
Novembro 2011
ISSN 2177-2673

Número
6
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Sumário
Editorial
Intuições milanesas II
Jacques-Alain Miller
Esse número de Opção Lacaniana online nova série
oferece um presente Entrevista sobre "O Seminário" com
extra aos leitores. Além da segunda parte da conferência de Jacques-Alain François Ansermet
Miller – "Intuições milanesas II" –, temos suas colocações sobre o Jacques-Alain Miller
estabelecimento dos Seminários de Lacan na "Entrevista sobre ‘O Seminário’ Do todos iguais ao um por um
com François Ansermet", tema bem atual, embora ela date de 1985. Oscar Zack
Ainda não realizado...
Em "Intuições milanesas II", prosseguindo suas reflexões a partir da fórmula Christiane Alberti
de Lacan: "o inconsciente é a política", J.-A. Miller lembra que, em
Devastação
psicanálise, o atraso da teoria em relação à prática é de estrutura. Tomando
Cristina Drummond
a definição lacaniana de estrutura como máquina que se produz na realidade
e determina seus efeitos, ele acentua que tal máquina, particular a cada um, Devastação: um nome para dor de
coloca em cena o sujeito da civilização atual. Em suas reflexões discute: a amor

depreciação da psicanálise na época da globalização, os psicanalistas como

Gabriella Dupim e Vera Lopes
doadores de atenção, as bolhas de certeza, o jeito de viver próprio a cada um Besset
como uma patologia da desorientação, inclusive em sua versão japonesa, o "Potlatch amoroso": outra versão para
estilo de vida otaku, do qual aponta sinais nas Sociedades e Escolas de
o masoquismo feminino
Graciela Bessa
psicanálise. Por fim, enfatiza que, se a clínica psicanalítica clássica respondia
à estrutura do todo e da sexuação masculina, na globalização a clínica A Outra: o delírio da histérica
responde à estrutura do não-todo, própria da sexuação feminina, tomando o Ana Martha Wilson Maia e Maria
sintoma como pivô para atingir, como meta, o núcleo irredutível de gozo do Fátima G. Pinheiro
sinthoma do falasser . Os espelhos de Lacan
Musso Greco
Alguns dentre os demais textos vão de encontro a essa última reflexão. "Do Amor cortês: um exemplo de
todos iguais ao um por um", cujo viés é o da identificação, aponta que sublimação através da arte
sujeitos desbussolados encontram, nas tribos urbanas, uma resposta Ana Claudia Marinho Soares
imaginária que lhes oferece apenas uma identificação "líquida", alienada. O Por que a psicanálise, hoje?
autor esclarece a saída que o discurso analítico propõe: a identificação ao Vera Lúcia Veiga Santana
sinthoma . Na mesma orientação, em "Ainda não realizado" discute-se um
caso explorando o arranjo particular da analisanda conforme as indicações
clínicas do último ensino de Lacan.

O gozo feminino, em sua faceta de devastação ou de pretenso masoquismo

feminino, é tema de uma série de outros artigos. Eles discutem, nas parcerias
da vida amorosa, formulações de Freud, Lacan e ensinamentos de passe,
demonstrando inclusive como, na clínica da histeria, a paranoia normal se
apresenta como devastação diante do desejo enigmático da mãe.
Revista impressa
Noutra direção, um artigo nos convida ao percurso lacaniano da problemática Assinatura
do eu e do corpo, no qual são retomadas formulações sobre o estádio do
espelho, o esquema ótico e sua reformulação, quando Lacan pensa a
a
angústia como sinal da presença do objeto . Em contraponto à angústia,
encontramos, em outro texto, a discussão sobre o objeto sublimado,
inatingível e interditado, no amor cortês de Lewis Carrol por Alice Liddel.

Desejando a todos uma leitura proveitosa desses textos, entregamos este

número de final de ano prometendo, desde já, o próximo. Até março de
2012.

Elisa Monteiro

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