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3° Encuentro Americano - XV Encuentro Internacional del Campo Freudiano 21/04/2023 07:47

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O relato de caso, crise e solução [*]


Éric Laurent

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Para saber "como se analisa na Escola da Causa Freudiana hoje", nossas jornadas utilizam o método do exemplo, do caso
clínico. O método é de tradição na disciplina. Ele não é sem críticas. O prestígio da ciência e da série estatística arruína,
nas ciências humanas, o brilho do caso único. A questão não se limita à Psicanálise. Consideremos a história. Conhecemos
a fascinação da Escola dos Anais com a série estatística e seu desdém pelo caso singular. Cremos, agora, que o mais difícil
é escrever a descrição do grande homem, da contingência histórica, sem renunciar à descrição das determinações que ele
ou ela souberam desafiar. O que está em jogo é inscrever a contingência do caso na necessidade.

A crise do relato de caso em psicanálise, o fato de que não se saiba mais muito bem como redigi-lo e a variedade do modo
de narrativa admitida, designam um mal-estar. Este parece se organizar em torno de um certo número de falsas oposições
e de falsos dilemas. Citemos, nessa desordem, o qualitativo contra o quantitativo, a vinheta contra o caso desenvolvido, a
monografia exaustiva, as grandes séries, contra o isolamento das variáveis pertinentes do caso isolado. Os cientistas
bufam diante do inscrever o relato de caso psicanalítico no quadro do single case experiment, quando certos psicanalistas
os incitam a isso. O que é, então, uma experiência que depende tão estreitamente do laço observador— observado, como
é aquela que a transferência instaura?

Na verdade, o problema é o seguinte. A psicanálise não é uma ciência exata. O mimetismo da ciência fora de seu domínio
não conduz senão à paródia. É, geralmente, o caso das séries estatísticas em nosso campo. Nesse sentido, o caso não
pode ser "objetivo". Isso não impede que exista a clínica psicanalítica e suas narrações, ou seja, "tipos de sintoma". Cada
caso, em sua contingência, se inscreve nas classes que o esperam. Como é que ele se inscreve? A epistemologia das
classificações nos faz perceber a função de toda classificação como tal. É uma nominação, uma "individuação". Nomear o
caso, a exigência de bem-dizer, é um dos nomes da lógica da experiência analítica. Ela orienta o dizer do analisante, sua
transferência e o dizer interpretativo do analista.

Um caso é um caso se ele testemunha sobre a incidência lógica de um dizer no dispositivo da cura, e sobre sua orientação
em direção ao tratamento de um problema real, de um problema libidinal, de um problema de gozo. Se observarmos essa
gravitação da lógica significante no campo do gozo, então, poderemos falar de caso, no sentido em que nós encontramos o
casus latino, isso que cai, contingência inoportuna, ou o Einfall freudiano que recobre a mesma zona semântica.

O modelo freudiano e sua crise


O relato de caso freudiano tem, no início, o modelo do romance goethiano. Os sofrimentos de Dora devem muito, em sua
forma de expressão, aos sofrimentos do jovem Werther que atravessaram o idealismo alemão. Eles fixam, no entanto, um
modelo: o sonho e suas associações, derivado da forma original empregada por Freud em sua Traumdetung, para dar
conta da experiência da análise original. Freud consegue dar uma forma narrativa à estrutura, liberada das limitações do
Ideal. Ele consegue integrar a sessão analítica, por natureza enodada na dissimetria do analista e do analisante, em um
mesmo relato contínuo do diálogo do sujeito com seu inconsciente.

Ele consegue, também, transmitir a Abraham e a Ferenczi seu sua modo de narração. Seu gosto romântico continuou a
levá-lo na direção dos prolongamentos do romance histórico alemão, na direção do sonho histórico apresentado mais ou
menos, explicitamente, como ficção. O desdobramento do romancista e de sua ficção está sempre presente nele. Nós o
lemos na "Gradiva" de Jensen ou nas biografias romanceadas de heróis culturais como o Leonardo da Vinci de
Mereschkowski . Abraham e O. Rank ficaram muito impressionados com isso, os trabalhos que eles fizeram sobre esse
modelo o provam. Foi preciso esperar a Primeira Guerra Mundial e o estudo sobre O homem dos lobos para romper com
essas formas antigas. Este será o último "caso" freudiano a tomar a forma clássica do "relato de caso".

A literatura se apropriou dos recursos do relato de caso freudiano para libertar-se das formas convencionais. A
Traumnove/le, de Schnitzler, é de 1926 e se apóia em Freud para forçar a literatura a dizer mais sobre os conteúdos
sexuais da conduta do sujeito. Em 1925, Alban Berg quer fazer do Woyzeck essa p de Büchner, no qual o drama inclui o
diário clínico e o noticiário médico-legal, uma ópera. Escrita automática, jogos de associação de palavras , método crítico-
paranóico, monólogo interior, fluxo econtínuo de pensamentos, tornam-se outros tantos espaços de experimentação para a
nova literatura. O gosto muda. Ocorre, aí, um tipo de inclusão da obra dentro da obra da literatura e do caso, no momento

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em que, na psicanálise, a "virada dos anos vinte", crise na prática da interpretação, ressoa sobre o modelo Lacan do relato
do sonho e de suas associações.

A "crise da interpretação", que acompanha a virada dos anos vinte, coloca em perigo o relato de caso. Ao invés da
associação triunfante que vem à tona do sonho, os psicanalistas lidam com o sintoma que resiste ao desvelamento
inconsciente. Os "casos" vêm dar conta das dificuldades de cada um e da extensão da psicanálise, lá onde o sonho não tem
curso, na psicose, por exemplo. Bem mais que no modelo freudiano, é a unidade da sessão de psicanálise que vira assunto
de relatório. Os autores tentam fazer coincidir seus relatos com suas práticas. O sonho dc um bloco de notas de laboratório
sustenta essa extração de momentos cruciais de uma sessão. A unidade do relato de caso não era mais o destino de um
sujeito, mas o fato memorável, transmissível, extraído de uma sessão. A forma curta iria prevalecer.

Melanie Klein inventa uma nova narração, sob a modalidade do bloco de notas da experiência, sessão por sessão. O
"material", imediatamente traduzido em termos "inconscientes" por um aporte do psicanalista com a mesma extensão,
transtorna a ordenação dos relatos freudianos. O interesse centra-se sobre isso que nós poderíamos denominar "a
epifania" própria a cada sessão, manifestação do inconsciente na sua materialidade e demonstração do "saber-fazer" do
psicanalista. A senhora Klein só consegue desviar o problema da dificuldade da publicação ao tornar pública, após sua
morte (1960), sua "análise de uma criança de dez anos", conduzida em 1940. Ela mantém, assim, a forma desenvolvida da
monografia. Esta será a última monografia publicada.

A evolução se fará na direção da vinheta clínica, a forma clínica breve, à medida que a literatura, no sentido amplo, adota
os procedimentos freudianos para fazer deles um novo objeto literário. À medida que, também, ninguém mais leva em
conta "a" psicanálise como tal, mas se dedica a ilustrar um aspecto parcial dela.

Da história à lógica
É nesta crise que a evolução do método escolhido pelo Dr. Lacan, a partir de sua tese, toma todo o seu valor. Na tese de
psiquiatria, que o conduz ao umbral da psicanálise, o fundo do método é jaspersiano, e se organiza em torno do conceito
de personalidade. Ele estende o método na direção da concepção francesa da "psicologia concreta". Ele almeja a
publicação de monografias exaustivas sobre um caso para testemunhar a verdade do sujeito. Ele manterá em parte essa
perspectiva. Trata-se de um verdadeiro single case experiment apoiado sobre a unidade da "personalidade".

A passagem de Lacan para a psicanálise o fará abandonar as esperanças falaciosas de um método exaustivo. Mais
exatamente, ele substituirá a exaustão pela coerência do nível formal onde o sintoma se estabelece. Nós encontraremos
um eco desse método no acento colocado por ele sobre o papel da recuperação, por cada sujeito, de sua história. À medida
que torna lógico o inconsciente, Lacan faz pender o relato de caso psicanalítico em direção à iluminação do envelope formal
do sintoma, concebido como um tipo de matriz lógica.

Na leitura que faz dos casos de Freud, Lacan "eleva o caso ao paradigma", à categoria do "exemplo que mostra" as
propriedades formais, no sentido mais amplo das manifestações do inconsciente freudiano. O paradigma mostra a
estrutura e indica, tanto o lugar do sintoma em uma classe, quanto, os elementos de substancialidade na vida de um
sujeito, elementos que se repetem e que permutam, ou ainda os modos de declinação na repetição do mesmo. A estrutura
lógica e topológica dos casos freudianos aparecem assim, com uma nitidez inesquecível. A estrutura lógica dos trajetos do
pequeno Hans em torno do vazio da fobia se revela na leitura do caso, O esquema R mostra as arestas da psicose de
Schreber a partir dos significantes isolados por Freud. O quarteto de Dora se junta àquele da Jovem homossexual,
indicando o grupo de transformações da sexualidade feminina em torno do significante do desejo. No Homem dos ratos,
ele faz valer a "combinatória geral" das formas do labirinto obsessivo.

Enfocar, em cada um desses casos paradigmáticos, a combinatória inconsciente, nos poupou dos falsos dilemas nos quais
o movimento psicanalítico americano soube se fechar. Citemos alguns deles: é preciso ou não ler os textos de Freud como
os de um fundador? uma verdadeira ciência tem fundadores? será que não perdemos nosso tempo lendo os textos
princeps? Esse tipo de perguntas, das quais Jacob Arlow se tornou especialista, supõe que questão da cientificidade da
psicanálise seja resolvida. Se ela fosse uma ciência exata, e não um discurso, nós não teríamos mais nada a aprender de
Freud, tudo teria sido transmitido integralmente.

Essas questões também são acompanhadas de distorções retóricas, nas quais a crítica norte-americana primeiramente
considera que Freud se enganou, falsificou seus resultados, apresentou desvios injustificáveis entre suas anotações de
sessão e sua publicação, se conduziu de maneira vilmente interessada com seus pacientes (o dossiê Frink). Enfim, trata-se
inicialmente, de fazer a careta do não-tolo para o qual não há grandes homens. Por conseguinte, podemos reconhecer que
os casos de Freud são insubstituíveis e acabamos por nos ordenar na opinião irônica do grande crítico literário Harold
Bloom: "Freud é entre os escritores modernos, um dos mais persuasivos"). Ir mais além de Freud, repensar a psicanálise,
colocar à luz os novos conceitos, para pensar seu objeto, implica, sem dúvida, passar pela dialética segundo a qual
aprendemos muito mais de um erro de Freud do que de uma verdade de um outro, como mostra o "retorno a Freud" de
Lacan.

Como inscrever a particularidade da construção lógica de cada sintoma nos tipos de classificações? O caráter de coerência
lógica do sintoma, ao mesmo tempo em que afirma a existência de classes de sintomas, efetua a desconstrução dessas. A
nominação do sintoma remete, em última instância, a um impossível, ao que da pulsão se recusa ao significante.

A transferência do lust e a questão da língua comum

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Enfocar o envelope formal não é o todo do caso. É preciso ainda que o sujeito "reconheça o lugar que ele ocupou" nessa
partida, jogada logicamente, como todos os "grandes jogos". Essa parte ocupada é a via pela qual o sujeito terá de volta
uma noção sobre as verdades que lhe serão reveladas no curso da análise. Ele engajou nisso seu ser, ou seja, para nós,
sua carne e suas pulsões, desde sua inserção nos balbucios do Fort-da. O lugar dessa parte ocupada, dessa parte
"proibida" e não maldita, é inicialmente nomeado por Lacan como o lugar do desejo. Este será, em seguida, o lugar do
gozo, no momento em que ele modificar a sua teoria do sintoma. A construção formal gira em torno de um impossível, que
inscreve um lugar vazio em reserva: S de (A) barrado.

Esse lugar é reconhecido como crucial, não somente no que está em jogo num tratamento, mas também para a
comunidade analítica. Como o discurso psicanalítico constitui sua comunidade de auditores e de expositores? Como
reconhecem a evidência que submetida a eles? Isso se dá por meio de uma língua comum, uma definição comum do que
seria um caso, do que seria uma análise ideal, um resultado previsível? É no inverso dessa via que o discurso analítico
procede. Certamente, o relato de caso comporta as formas pautadas nas diferentes comunidades de trabalho
psicanalíticas. Há modelos do gênero que circulam. Mas, é na distância com relação esses modelos que a qualidade do
trabalho de cada analista, sua presença se faz escutar. O caso clínico é, neste sentido, tanto inscrição como afastamento.
Como reconhecer, então, a pertinência do afastamento?

A indicação fundamental que Lacan deu sobre esse ponto é que a demonstração em psicanálise é homogênea à forma do
chiste. É a partir do efeito de sentido, muito mais do que do sentido que, em seu último ensino, Lacan mantém juntos o
significante e o sentido. Ele se junta assim a Wittgenstein, pelo menos ao segundo Wittgenstein, e seu sentido agudo da
disjunção entre significante e significado. É o que Jacques-Alain Miller nota:

Lacan não se satisfez com o Nome-do-Pai. Na mesma função de ágrafo, ele situa o que ele chama dc a estrutura do
discurso. No momento em que estamos num discurso, o significante e o significado se equilibram (...) a compreensão,
incluído nela o acordo entre o significante e o significado, sentido e real, é um assunto de comunidade (...) o verdadeiro
sentido do meaning is use, repousa sobre uma prática comum da linguagem numa dada sociedade. É o que ele chama de
compartilhar uma forma de vida. Para nos compreendermos, é preciso compartilharmos uma forma de vida.

O modus ponens, o desprendimento, se produz em nosso discurso no momento em que o ganho libidinal é atingido. É o
que Lacan conservou para a experiência do passe, em que cada um sustenta a demonstração de seu próprio caso. Esse
dispositivo, no qual se conta seu caso, no fim de análise, como uma boa história, tem a estrutura do chiste. Ela radicaliza a
enunciação de cada um. Esse modelo da transmissão da psicanálise é conservado por numerosos autores psicanalistas fora
da nossa orientação.

Em sua tendência, o discurso universitário vê, ao contrário, a solução no apagamento da enunciação na língua. Daí, sua
busca permanente de uma língua nova, neo-língua purgada das marcas do gozo das enunciações do início. A busca de uma
língua clínica única, de um modelo de caso cinico que seria o commonground, o fundamento comum que permitiria a troca
entre psicanalistas, deriva dessa tentativa. A utopia seria permitir uma grande conduta, da língua, como dizia Locke,
autorizando uma comunicação purgada dos mal-entendidos que lhe fazem obstáculo. Essa utopia do discurso universitário
é uma empreitada clínica no sentido em que ela quer apagar o desejo do psicanalista que atualizou um fato clínico como
tal. Ela deriva da mesma ordem de operação que havia mostrado o lingüista JeanClaude Milner em seu belo livro sobre O
amor da língua. Não estamos mais na época de um significante mestre que definiria uni bom uso, e acossaria as formas
desavergonhadas da invenção sintomática na língua. Estamos na época de um ideal humanitário da língua, querendo dar a
ela um bom uso universal.

A via própria ao discurso psicanalítico, na troca sobre o relato de caso, reside no contraste entre a abordagem pela
heterogeneidade e a abordagem pela língua expurgada universal. Longe de expurgar, é preciso atualizar uma clínica dos
sintomas, estabelecida por cada sujeito, tendendo àquilo que é nomeável e àquilo que é inominável no uso que ele faz da
língua de sua comunidade. Isso supõe manter vazios os lugares ocupados pelo prêt-à-porter das classificações
segregativas, para dar lugar a verdadeiras distinções, uma por uma.

É por isso que a solução da crise, no relato de caso, se resolve na diversidade mesma das vias na qual cada um se
defronta com o real em jogo em cada caso. Com suas particularidades, e com um mesmo estilo de racionalidade comum,
cada um tenta demonstrar como responde ao caso, que é sempre, de uma certa forma, um "caso de urgência".

Tradução: Alessandra Thomaz Rocha; Revisão: Cristina Drummond

Notas
* Texto, originalmente publicado em Liminaire des XXXèmes Journée de L’Ecole de la Cause Freudienue. Em português, com tradução de
Alessandra Thomaz Rocha e revisão de Cristina Drummond, este texto foi publicado em: Almanaque de Psicanálise e Saúde Mental, Belo
Horizonte, Instituto de Psicanálise e Saúde Mental de Minas Gerais, Ano 6, n. 9, p. 69-76, novembro de 2003.

Bibliografía
• Widlocher D. "La méthode du cas unique", Le cas en controverse, Paris, PUF, 1999, p. l98.
• Miller, J .-A., La conversation d’Arcachon. Paris: Agalma éditeur, colection Le Paon, 1997, pp. 267-68. (Traduzido como Os casos raros ou
inclassijícaveis da clínica psicanalítica, A Conversação de Arcachon. São Paulo:Biblioteca Freudiana Brasileira, 1998).

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• Casus, "particípio passado substantivado de cadere que, significando propriamente "fato de cair, queda" designa, por eufemismo, a morte e
significa "o que acontece; acaso", notadamente com um valor desfavorável, "acidente inoportuno, azar". Dictionaire historique de la langue
française, sob a direção de Alain Rey, Paris, Le Robert, 1998. Editado em Leipzig em 1911, que inspira a Freud seu estudo sobre Leonardo.
• N.T.: cadavres exquis: jogo surrealista consistindo em compor coletivamente uma frase escrevendo uma palavra sobre um papel que se dobra
antes de passar ao jogador seguinte que deve inscrever um outro elemento da frase. Cf. Le Petit Robert.
• N.T.: mise en abîme: se diz da estrutura de uma obra mostrada no interior de uma outra que fala dela, quando os dois sistemas significantes
são idênticos: relato dentro do relato, filme dentro do filme, pintura representada dentro de uma pintura. Cf. Le Petit Robert.
• Lacan J. De la pychose paranoaique dans ses rapports avec la personalité (1932), Paris, Seuil, 1975, p. 346 (Traduzido como Da
psicoseparanóica em suas relaçoes com a personalidade (1932). Rio de Janeiro: Forense universitária, 1987): "A chave do problema nosológico,
prognóstico e terapêutico da psicose paranóica deve ser buscada numa análise psicológica concreta que se aplica a todo desenvolvimento de sua
história, aos progressos de sua consciência, a suas reações no meio social. O método implica então em sua base monografias psicopatológicas,
tão exaustivas quanto possível".
• Lacan, J . Prémisses à tout développement possible de la criminologie (1950). In: ____. Autres écrits. Paris: Seuil, 2001, p. 121. (Traduzido
como "Premissas a todo desenvolvimento possível da criminologia". Cf. Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003): "(...) no
coração de suas conseqüências objetivas em termos científicos a plenitude dramática da relação de sujeito a sujeito; ela sedesenvolve numa
busca que vai mais além da realidade da conduta: nomeadamente a verdade que aí se constitui".
• Lacan , J. "Afirmar da psicanálise como da história que, enquanto ciências, elas são ciências do particular, não quer dizer que os fatos aos quais
elas têm a ver sejam puramente acidentais, ou factícios e que seus valores últimos se reduzem ao aspecto bruto do trauma. Os acontecimentos
se engendram numa historicização primária (...). O que nós ensinamos o sujeito a reconhecer como seu inconsciente, é sua história". Cf.
Fonction et champ de la parole et du langage (1953). In: ____. Écrits. Paris: Seuil, 1996, p. 261. Traduzido como "Função e Campo da Fala e da
linguagem" (1953), cf. LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1998. p. .212.
• Lacan, J. La direction de la cure et les principes de son pouvoir. Écrits , op. cit. Traduzido como: "A direção da cura e os princípios de seu
poder", cf. LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1998 . pp. 636-637.
• Arlow, J . Adress to the graduating class of the San Francisco Institute. The American Pychana/yst (Quaterly Newsletter of the Maer. Psychoanal.
Assn) , 25,15-21.
• Citado no artigo de PatrickJ. Mahonny mencionado infra: Mahony, P.-J. Les cas de Freud aujourd’hui. In: Les cas en controverse. Paris: PUF,
1999, p.130.
• Na Psicanálise "é preciso que sejamos, por um lado, nominalistas: o sujeito chega, nós liberamos nossas prateleiras de todas as
classificações(...) acolhemos o sujeito em seu frescor inaugural. Quer dizer que todas as classificações não passam de semblantes? Ah! É aí que
somos estruturalistas. Ser estruturalista quer dizer: existem espécies subjetivas, a estrutura existe". Miller, J.-A. La conversation d’Arcachon,
op. cit., 1997, pp. 267-268. (Traduzido como: Os casos raros ou inclassficáveis da clínica psicanalítica. A Conversação de Arcachon. São Paulo:
Biblioteca Freudiana Brasileira, 1998).
• "A importância de preservar o lugar do desejo na direção do tratamento necessita que se oriente este lugar com relação aos efeitos da
demanda, somente concebidos atualmente no princípio do poder do tratamento..." Cf. LACAN, J. A direção do tratamento... (1958), op. cit., p
.633.
• "Parece-me que num certo momento de seu ensino, trata-se, para Lacan, de aprender a pensar o sintoma sem o conflito, (...) uma clínica sem
conflito". Cf. Miller, J.-A. Seminário de Barcelona sobre Die wege der Symptombidetung. In: Le symptôme-char/atan. Paris: Seuil, 1998, p. 40.
(Traduzido como: O sintoma-charlatão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998).
• Miller, J-. A . L’appareil à psychanalyser. Conferência pronunciada em Gand em 1997, publicada em: El sintoma charlatan. Buenos Aires: Paidós,
1998. (Traduzido como O sintoma-charlatão. Rio de Janeiro:JZE, 1998.)
• Podemos citar Pierre Fedida, evocando os trabalhos de André Joiles sobre "As formas simples"; "a espirituosidade oferece essa particularidade,
entre ‘as formas simples’ de poder produzir um nó, desfazê-lo e criar uma nova forma, e, no curso de seu processo, dar lugar a uma
comunidade que será recompensada pelo riso".Cf. Morfologie du cas dans la psychanalyse, questions ouvertes. In: Le cas en controverse. Paris:
PUF, 1999, p. 43.
• Milner, J .-C. L’Amour de la Langue. Paris: Seuil, 1978. (Traduzido como: O amorda língua. Porto Alegre:Artes Médicas, 1987.)

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