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PERSONALIDADE HISTRIÔNICA

Sinais e sintomas

Pacientes com transtorno de personalidade histriônica exigem que sejam o centro


das atenções e ficam deprimidos quando não são. São dramáticos, entusiastas e
paqueradores. Se vestem e agem de forma inadequadamente sedutora e
provocante em todos os âmbitos sociais, querendo impressionar com sua aparência.
A expressão da emoção pode ser superficial e exagerada, expressando opiniões
fortes, são facilmente influenciadas por outros e pelas tendências do momento.
Podendo trocar de emprego e amigos com frequência.

Eles tendem a confiar muito nos outros, especialmente em figuras de autoridade


que, pensam, podem ser capazes de resolver todos os seus problemas. Eles acham
que os relacionamentos são mais próximos do que eles são.
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta afetando a
maneira como uma pessoa pensa, percebe o mundo e se relaciona com os outros.
Os genes influenciam no desenvolvimento de distúrbios de personalidade. Abuso ou
instabilidade durante a infância também pode aumentar o risco.

Diagnóstico

De acordo com o DSM-5 e CID (critérios para diagnosticar e classificar)


≥ 5 dos seguintes:

· Desconforto quando eles não são o centro das atenções


· Interação com os outros que é inadequadamente sedutora ou provocativa
sexualmente
· Mudança rápida e expressão superficial das emoções
· Uso consistente da aparência física para chamar a atenção para eles mesmos
· Discurso que é extremamente impressionista e vago
· Autodramatização, teatralidade e expressão extravagante das emoções
· Sugestionabilidade (facilmente influenciados por outras pessoas ou situações)
· Interpretação dos relacionamentos como mais íntimos do que são

Tratamento

O tratamento consiste na realização de sessões de psicoterapia com o psicólogo e,


caso a pessoa também sofra de ansiedade ou depressão, pode ser necessário
realizar um tratamento farmacológico prescrito pelo psiquiatra.
Farmacológico

Antidepressivos: Se a depressão ocorrer com o quadro.


Medicamentos ansiolíticos: Se a ansiedade ocorrer com o quadro.
Caso este transtorno esteja associado a ansiedade ou depressão pode ser
necessário recorrer a medicamentos, que devem ser prescritos por um psiquiatra.

Terapia

A psicoterapia é, na maior parte dos casos, o tratamento de primeira linha para o


transtorno de personalidade histriônica e consiste em ajudar a pessoa a identificar
as motivações e medos que podem estar na origem do seu comportamento e
aprender a geri-los de uma forma mais positiva.

A psicoterapia psicodinâmica pode ser utilizada. Esse tipo de psicoterapia dá


enfoque aos conflitos primários. O terapeuta pode começar incentivando a pessoa a
substituir o discurso pelo comportamento e, portanto, compreender a si mesma.
Essa abordagem ajuda a pessoa com esse transtorno a se comunicar com os outros
de uma forma menos dramática. Então, o terapeuta pode ajudar a pessoa a
perceber como seu comportamento histriônico é uma maneira indevida de atrair
atenção alheia e de sentir-se melhor sobre si mesma.

A postura em terapia do histriônico é de cooperação e ansiedade em fornecer


informações detalhadas, bem como lapsos de fala, sendo difícil fazer com que
compreenda sentimentos mais profundos (SADOCK; SADOCK, 2007). A relação
entre paciente e profissional deve ser fortalecida, pois as frustrações e percepções
desajustadas precisam ser confrontadas dentro do setting terapêutico.

Prognóstico

O transtorno de personalidade histriônica não tem cura, porém tratamentos podem


ajudar a gerenciar a condição sem cura conhecida. O Tempo necessário para a
recuperação pode durar anos ou ao longo da vida.

SLIDE

Tratamento

Farmacológico: Antidepressivos: Se a depressão ocorrer com o quadro.


Medicamentos ansiolíticos: Se a ansiedade ocorrer com o quadro.
Caso este transtorno esteja associado a ansiedade ou depressão pode ser
necessário recorrer a medicamentos, que devem ser prescritos por um psiquiatra.
Terapia: A psicoterapia é, na maior parte dos casos, o tratamento principal.

Prognóstico

O transtorno de personalidade histriônica não tem cura


Tratamentos podem ajudar a gerenciar a condição sem cura conhecida.
O Tempo necessário para a recuperação pode durar anos ou ao longo da vida.

Estudo de caso real

O estudo de caso refere-se ao atendimento psicológico clínico da paciente Vera


(nome fictício), de 37 anos, em que se relatou o conteúdo de nove sessões
ocorridas na Clínica de Psicologia do Ambulatório Universitário de Santa Catarina.
É essencial compreender que os critérios diagnósticos do caso não foram
completados (há apenas traços), sendo uma hipótese diagnóstica de personalidade
histriônica, assim como as discussões sobre o caso. O estudo de hipóteses no
processo terapêutico é importantíssimo para o direcionamento de intervenções e
tratamentos.

Diferenças entre personalidade histriônica e histérica: enquanto o primeiro


possui um perfil emotivo exagerado, impulsivo e sem objetivos de vida, além do
exibicionismo e sedução vulgar, o histérico é mais restrito, com controle maior dos
impulsos, possui ambições, sedução sutil e tolera separações.
Apresentação do caso: Vera é casada há 20 anos com seu primeiro namorado,
com quem tem um filho de 15 anos. Vera nunca trabalhou, é dependente da renda
do marido, possuía forte vínculo com a mãe e não conseguiu viver esse luto. Usa
medicação controlada (antidepressivo). Em todas as sessões, tinha necessidade
intensa de verbalização, com variedade e ambiguidade de humor. Ela também se
mostrou receptiva às orientações realizadas. A paciente também demonstra
constantes sintomas físicos (dores de cabeça e barriga), sem causas biológicas.

O que se percebeu: Demonstrou constante necessidade de atenção dos familiares


e quando não conseguia, se deprimia e os sintomas apareciam. Vera também não
conseguiu superar a separação da relação com a mãe. Colocava-se com frequência
como vítima, relatava que era sempre o centro dos problemas (ou seja, centro das
atenções). Uma questão difícil de abordar foi a falta de objetivos de vida, se
esquivando sempre dessa questão. Utilizou diversos mecanismos de defesa:
negação, regressão e idealização. Exagero nas emoções.

Como se deu o processo terapêutico: Não pôde ser diretiva e nem pressionar a
paciente a atingir alguma mudança, porque isso a distanciava do processo
terapêutico. Primeiro, se estabeleceu a harmonia e confiança entre terapeuta e
paciente. A escuta ativa foi essencial, se pautando na empatia e no respeito.
Depois, partiu-se para uma postura mais ativa, pontuando, associando e instigando.
A insistência e a repetição são fundamentais porque são traços de personalidade
que abarcam todos os aspectos da vida.

SLIDE:

Título: ESTUDO DE CASO


⦁ Vera, 37 anos
⦁ Hipótese diagnóstica: personalidade histriônica
⦁ O que se percebeu? Constante necessidade de ser o centro das atenções;
falta de objetivo de vida; exagero nas emoções; utilização de mecanismos de
defesa; sintomas físicos sem origem biológica
⦁ Como se deu a psicoterapia? Inicialmente, escuta ativa, sem pressão para
atingir alguma mudança. Depois, insistência e repetição em uma postura mais ativa,
pontuando e instigando.
Imagem: (2483366-icone-de-personagem-feminina-gratis-vetor.jpg (980×980)
(vecteezy.com) )

Exemplo no audiovisual

O trabalho analisou os critérios para diagnóstico de Transtorno de Personalidade


Histriônico descritos pelo DSM-5 apresentados no personagem Jack Sparrow no
filme “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”. O personagem, interpretado
por Johnny Depp, se descreve como um pirata, pilhador, bandido e ladrão notório e
infame. Apesar de ser um personagem fictício, Jack consegue transmitir sinais e
sintomas de TPH.
O pirata, durante todo o filme, mostra sua lábia na interação com outros
personagens, sua aparência é extremamente extravagante e se expressa com muito
drama e teatralidade. Logo no início do filme, o personagem já coloca suas
habilidades manipuladoras e sedutoras para jogo ao chegar no cais da cidade e
fazendo com que a personagem de Elizabeth Swan prendesse equipamentos em
seu corpo.
No caminho para recuperar seu navio Pérola Negra, desembarcam em uma cidade
repleta de pessoas com comportamentos devassos e Jack fala: “se todas as
cidades fossem como essa, nenhum homem se sentiria rejeitado”. Jack também se
encontra com ex-amantes ao longo do caminho e é recebido com tapas na cara,
afirmando não saber o motivo, expressando suas emoções superficialmente e logo
superando o ocorrido.
Após a batalha final, ao se despedir de Elizabeth, Jack diz: “nunca teria dado certo
entre nós, querida. Sinto muito”; o que revela que ele interpreta seus
relacionamentos mais íntimos do que eles são na realidade.
Dificuldade em manter relacionamentos estáveis (superficialidade), utilização de
interesses próprios para aproximação, manipulação, lábia e sedução, além do
exagero no discurso e a constante necessidade de ser o centro das atenções.
SLIDE:
Título: Exemplo no Audiovisual
⦁ Jack Sparrow em “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”
⦁ Sinais e sintomas do Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH)
⦁ Aparência extravagante
⦁ Autodramatização, teatralidade e exagero no discurso
⦁ Necessidade de ser o centro das atenções
⦁ Manipulação e sedução constantes
⦁ Dificuldade em manter relacionamentos estáveis (superficialidade)
Imagem: (jack_sparrow-18781494.jpg (2040×1829) (gruposinos.com.br) )

Referências

SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A. Compêndio de psiquiatria: ciência do


comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artmed, 2007

PEREIRA, R. S. Transtornos dissociativo e histriônico: contribuições da avaliação


psicodiagnóstica.
Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, 2011. Disponível em:
<http://pesquisa.bvs.br/brasil/resource/pt/ses-22427>. Acesso em: 17 março. 2023.

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