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CENTRO EDUCACIONAL TRÊS MARIAS

COORDENAÇÃO DE PSICOLOGIA
NOME DA DISCIPLINA: PSICOPATOLOGIA I
DOCENTE: FRANCISCO DE ASSIS MEDEIROS MAIA

DISCENTES:
ANDRELIZE DA SILVA CLAUDINO
JOSILENE DE ANDRADE MARQUES
MARIA ISABELA MEDEIROS NÓBREGA

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA: UMA ANÁLISE


DIAGNÓSTICA DE JACK SPARROW NO FILME PIRATAS DO CARIBE:
A MALDIÇÃO DO PÉROLA

JOÃO PESSO MAIO – 2023


Introdução

De acordo com o DSM 5 - TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais, 6º edição), o transtorno de personalidade é um padrão persistente
de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas
da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da
fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo.
Neste aspecto, sendo a personalidade o conjunto dos traços emocionais e
comportamentais de um indivíduo, o transtorno de personalidade ocorreria quando esses
mesmos traços se demonstram muito inflexíveis, causando sofrimento a ele próprio, e
aos que lhe estão próximos. Esses transtornos são classificados em categorias que
compartilham entre si características semelhantes.
Para Maia, Cláudio Silveira et al, os transtornos de personalidade são
perturbações que causam sofrimento e dificuldade nos relacionamentos,
comprometendo a vida do indivíduo em vários aspectos, a exemplo do padrão de
pensamento e do comportamento mal ajustado e inflexível.
Dentre os diferentes subtipos de transtornos de personalidade, pode-se
encontrar o Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH), objeto deste trabalho, no
qual é definido como um padrão de excessiva emotividade e busca de atenção pelo
indivíduo que o apresenta.
DAGOSTINI, Carmen Lucia Figueiredo; QUIOCA, Karina, com esteio na
conceituação proposta pela Associação Psiquiátrica Americana, 2002, estabelecem que
a personalidade histriônica se caracteriza pelo padrão invasivo e excessivo das emoções
presentes em diversos contextos, com variação rápida de humor, bastante dramática,
teatral e influenciável, sendo o paciente, geralmente do sexo feminino, comportando-se
a fim de chamar a atenção.
Para DE ALMEIDA KOPPE, Danusa Thais; BARBOSA, Patrícia; DE
OLIVEIRA, Débora S, o conceito de personalidade histriônica tem suas origens nos
diagnósticos antes atribuídos à definição de histeria, tendo Zimerman (1999) associado
dito transtorno mais às mulheres, em função do significado etimológico da palavra, a
qual significa “útero”.
MAIA, Cláudio Silveira et al., citando Ávila e Terra (2009), asseverou que
o termo histeria é antigo, muito difundido e vigora desde os primórdios da medicina na
Grécia antiga, sendo usado para refletir aos comportamentos disfuncionais as
manifestações posteriormente nomeadas como doenças psicossomáticas ou transtornos
de personalidade, que acometiam no geral as pacientes do sexo feminino. Contudo, ao
longo dos anos, o termo recebeu várias designações, todas dotadas de significados e
peculiaridades, sendo o fenômeno investigado pela medicina e também objeto de estudo
da teologia, pesquisado por bispos e padres, merecendo a atenção de renomados nomes
como o de Sigmund Freud (1856-1939) na área da psicanálise, como também de outros
psicanalistas que se empenharam em compreender as manifestações histéricas.
O Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH) é umas das ramificações
da histeria, muito difundida no passado como sendo um transtorno que acometia as
pessoas em sua maioria do sexo feminino, todavia, sem confirmação nos dias atuais,
sendo os portadores dos distúrbios tanto homens quanto mulheres.
Extrai-se do DSM 5 – TR (6ª edição) que dados obtidos do National
Epidemiologic Surveyon Alcoholand Related Conditions de 2001-2002 sugerem uma
prevalência de personalidade histriônica de 1,84% (uma vírgula oitenta e quatro por
cento).
O mesmo DSM 5 – TR (6ª edição) exibe oito critérios diagnósticos para
caracterização do transtorno em epígrafe, sendo diagnosticado o indivíduo que possua
pelo menos dos seguintes padrões clínicos, p. 667:
“1. Desconforto em situações em que não é o centro das atenções.
2. A interação com os outros é frequentemente caracterizada por
comportamento sexualmente sedutor inadequado ou provocativo.
3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções.
4. Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si.
5. Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente
de detalhes.
6. Mostra auto dramatização, teatralidade e expressão exagerada das
emoções.
7. É sugestionável (i.e., facilmente influenciado pelos outros ou pelas
circunstâncias).
8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são.”
BERNARDO, Marco Aurélio; BARRETO, Sara de Oliveira Gomes traçam
comportamentos associados aos histriônicos. Assim, tais portadores podem ter
dificuldades em alcançar intimidade emocional em relacionamentos românticos ou
sexuais, costumam desempenhar papéis em suas relações com os outros, a exemplo de
“vítima” ou “princesa”), buscam o controle do parceiro por meio de manipulação
emocional ou sedução em um nível, ao mesmo tempo em que mostram dependência
acentuada em relação a eles em outro nível. Nessa linha, sustentaram que indivíduos
com esse transtorno geralmente experimentam relacionamentos difíceis com amigos do
mesmo sexo, pois seu estilo interpessoal sexualmente provocativo pode soar como
ameaça aos relacionamentos destes, sem olvidar que podem afastar os amigos por
exigirem constantemente atenção, buscando obstinadamente novidades, estímulos e
excitação, com tendência a se entediar com rotina. Tais portadores sentem-se frustrados
em situação que envolve atraso de gratificação, sendo suas ações voltadas à obtenção de
satisfação imediata. Em sendo assim, embora iniciem um trabalho com muito
entusiasmo, seu interesse pode se dissipar rapidamente. Os relacionamentos de longa
data pode ser negligenciados para dar espaço à excitação de novos relacionamentos.
Nos transtornos histriônicos, o aparecimento da sintomatologia perpassa por
traumas de seguimento psíquico, o que representa o conflito entre ideias conscientes e
inconscientes, com evidência do acometimento de abusos sexuais. Sobre isso, MAIA,
Cláudio Silveira et al. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA:
DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA, citando Dalgalarrondo (2008, p. 361) preconiza
que: “estudos recentes indicam forte relação entre ter sofrido abuso sexual na infância e
transtornos da conduta na adolescência e transtornos da personalidade (borderline e
histriônica em especial)”, de forma a perseguir uma forma de atenção externa que possa
suprir o sentimento de descaso e abandono.
Em situações de estresse ou conflitos decorrentes desse transtorno, por não
auferir a atenção almejada, os histriônicos podem apresentar sintomas de conversão
motora, tais como ficar paralisados, cegos, com coceiras, anestesiados, alucinações
auditivas ou ilusões mnêmicas, descritas por Dalgalarrondo (2008, p. 147) como
“acréscimo de elementos falsos a um núcleo verdadeiro de memória”, e podem
inclusive ter a propensão a atos suicidas ou a encenações deste ato, bem como adotar
condutas prejudicais à sua integridade física, a exemplo, automutilação. Desse modo,
apresentam sofrimento clinicamente significativos, haja vista desencadear ansiedade,
depressão, agressividade.
O Transtorno de Personalidade Histriônica pode ser confundido com os
outros transtornos de personalidade, porém, por características específicas ele se difere
de outros, de sorte que para o correto diagnóstico se faz necessário que seja excluída a
suspeita de uma situação médica geral e que o indivíduo evidencie danos consideráveis
à sua vida funcional e social.
Os portadores de transtornos Borderline, Narcisista, dependente e
Antissocial também buscam por atenção, mas há traços mais evidentes a serem
considerados pelo profissional durante o atendimento de uma pessoa acometida com
determinado Transtorno de Personalidade. Assim, para o Borderline, destaca-se o
sentimento de vazio existencial; para o Narcisista, há satisfação em minimizar o ego
alheio; para o Dependente, ocorre excessiva dependência dos outros em relação aos
elogios; e o Antissocial, manipula com o propósito de obter lucro, poder ou alguma
gratificação material.
Uma vez que acarretam prejuízo e sofrimento significativos ao portador,
compete ao psicólogo auxiliar o paciente a tomar consciência dos seus pensamentos,
comportamentos e atitudes, visando melhorar a sua qualidade de vida e a de pessoas
próximas que também serão afetadas pelo comportamento inadequado do paciente
histriônico, servindo como exemplificação as psicoterapias nas modalidades individual,
em grupos, familiar, entre outras.

Desenvolvimento

O Paciente sob nossa análise no presente trabalho é o Capitão Jack Sparrow,


Masculino, Heterossexual, com Transtorno de Personalidade Histriônica. Para podemos
abordar sobre o histórico da doença, pessoal, familiar e patológica pregressa, assim
como o exame do estado mental, será feito um recorte na vida do paciente, através do
filme “Piratas do Caribe: a Maldição do Pérola Negra”.
No filme somos apresentados ao personagem, que em nossa primeira
impressão poderíamos destacar um forte indicio de querer chamar atenção, devido ao
seu modo excêntrico, atraindo atenção com atributos físicos e roupas, comportamentos
dramáticos excessivos e natureza dramática, rapidez emocional e mudanças superficiais,
estilo impressionista e falta de detalhes nos discursos. Em seus relacionamentos
pessoais e familiares tem grandes dificuldades de aceitar críticas. Em face do desejo
insatisfeito, mostra-se intolerante e frustrado. Sente medo do abandono e depende da
aceitação dos outros. Apesar disso, algumas complicações relacionadas são distúrbios
conversíveis, fronteiras, narcisismo, dependência e somatização. A atenção excessiva e
demanda emocional promovem a utilização de mecanismos de defesa, incluindo
repressão, fantasia, somatização, isolamento e negação.
Considerando, então, o mencionado filme, merecem realce as seguintes
situações, a fim de confirmar o transtorno de Jack Sparrow, que ganhou fama como
lendário pirata dos sete mares e um golpista teimoso no mar do Caribe, capitão cético,
mas mestre da autopromoção e interesse próprio. Seus amores se dividem entre o mar e
o seu amado navio, Pérola Negra. Descreve-se como pirata, assaltante, bandido e ladrão
notório, nada obstante o alcoolismo e seus métodos desajeitados encontrarem-se
presentes. É muito manipulador e geralmente usa as pessoas e o ambiente ao seu redor
para alcançar seus objetivos e escapar da morte. O personagem em questão sente que é
necessário apoiar sua grandeza e autoestima com atitudes e comportamentos
exagerados, como por exemplo, quando o conhecemos no filme, quando ele chegou ao
Porto no navio com uma aparência luxuosa, com roupas excêntricas projetados para
atrair atenção das pessoas.
Ademais, o personagem é interpretado com extrema dramatização e teatral,
de modo a mostrar algumas cenas, que podem revelar o diagnóstico preciso do
personagem. Seguindo com amostras surpreendentes de manipulação, Jack Sparrow
chega à doca da cidade e rapidamente manipula um oficial, logo em seguida utilizando
apenas sua lábia consegue adentrar num navio oficial ancorado no porto após enganar
dois guardas no cais. Outro momento que merece destaque foi quando Jack escapou dos
guardas que o estava cercando, utilizando Elizabeth Swan como sua refém, através de
seus gestos, feições e falas sedutoras, consegue induzir a Srta. Swan a prender seus
equipamentos ao seu corpo. No decorrer da história, Jack Sparow e William Turner se
unem para recuperar o navio Pérola Negra do comando do capitão Barbossa. No
caminho, eles finalmente entraram em uma cidade chamada Tortuga, nesta mesma cena,
é mostrado ao público que a cidade está lotada de pessoas com comportamentos
inapropriados, assim Jack olhando para Will, diz: “Se todas as cidades fossem como
esta, nenhum homem se sentiria rejeitado”. Um pouco mais tarde, Jack encontra
algumas mulheres do seu passado, na qual ficam evidentes no rosto e nas atitudes delas
que estavam bastante descontentes e insatisfeitas com a presença de Jack na cidade,
vemos isso principalmente com as personagens chamadas Scarlett e Giselle, que são
possivelmente ex-amantes de Jack, que o recebe com tapas em seu rosto, na qual ele diz
que não merecia isso, mas obviamente em pouco período de tempo supera o ocorrido,
mostrando mudanças emocionais rápidas, também nos revelando que o personagem
buscava inúmeras parceiras simultaneamente.
No decorrer do filme, quando Jack entra em contato com os novos membros de
sua tripulação, somos apresentados a algumas histórias do capitão Jack Sparrow, tal
como ele conseguiu escapar da ilha na qual foi largado para morrer, pelo Barbossa.
Esses contos são contados através dos discursos extremamente impressionistas de Jack.
Mais na frente no filme, Sparrow e Will, entram em confronto com o capitão Barbossa e
sua tripulação de piratas mortos vivos, na qual Will em um ato de desespero para
resgatar Elizabeth se coloca em uma situação na qual pode se encaixar como o
protagonista da cena. Nesta cena, podemos perceber profundamente o desconforto de
Jack Sparrow, que tenta atrair a atenção de seus oponentes para si, enquanto fala que
Will não é uma pessoa importante, e quando é perguntando quem seria o valente
guerreiro, Jack responde “Ninguém! Um primo distante do sobrinho da minha tia de
segundo grau.” Mostrando que além de tentar tirar a atenção que Will recebia, ele tenta
tomar para si tal atenção, revelando que quando não é o centro das atenções, fica
extremamente desconfortável e incomodado.
Mais pela frente, no filme Jack é abandonado novamente na ilha na qual foi
largado para morrer, pelo Barbossa, dessa vez, porém, ele tem a presença de Elizabeth
com ele, na ilha, ele demonstra uma postura inadequada, na qual em determinados
momentos, tenta provocá-la sexualmente durante a noite na ilha, com toques
inadequados e sedução através dos diálogos. Elizabeth pensando em atrair seu pai para a
ilha utilizou de um sinal de fumaça, para que ficasse visível a localização deles, para
isso, enquanto Jack Sparrow dormia, Elizabeth queimou todo o estoque de Rum que
existia na ilha, ao acordar, Jack ao descobrir o que tinha sido feito, agiu com extrema
dramatização pela queima do estoque de rum, como se estivesse atuando, porém de
forma extravagante.
Após o fim da batalha final, e a quase execução de Jack Sparrow, é chegada o
momento de despedida entre ele, Elizabeth e Willian, como forma de despedida Jack diz
a Elizabeth: “Elizabeth. Nunca teria dado certo entre nós, querida. Sinto muito”
mostrando mais um aspecto do personagem, na qual ele interpreta seus relacionamentos
de forma mais intima do que realmente são de verdade.
Confrontando os fatos reportados e o transtorno em destaque, cumpre
registrar que a Classificação Internacional (CID-10, Organização Mundial da Saúde -
OMS, 1993) define código para transtornos específicos de personalidade, F60, incluindo
10 subcategorias. Destas F60.4 refere-se à personalidade deletéria, essa personalidade
lista os padrões gerais do seguinte diagnóstico: expressão emocional exagerada,
dramática, possível, significativa, possível, possível, comprovada, superfície e emoções
sexuais, buscando constantemente o centro da atenção, a tentação é inadequada em
comportamento ou aparência, encontre alguns parceiros ao mesmo tempo, desprezam o
diagnóstico e a crítica, acima da aparência, exposições implícitas e sexuais. Entre esses
padrões exibidos pela CID-10, muitos padrões podem ser observados no caráter do
personagem ora avaliado, o que lhe permite diagnosticar essa doença na tela.

Referências

BERNARDO, Marco Aurélio; BARRETO, Sara de Oliveira Gomes. TRANSTORNO


DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA E SUA POSSÍVEL MANIFESTAÇÃO NAS
REDES SOCIAIS. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS–CENTRO
UNIVERSO JUIZ DE FORA, v. 1, n. 5, 2017.

DAGOSTINI, Carmen Lucia Figueiredo; QUIOCA, Karina. Personalidade histriônica:


traços, psicodinâmica e conduta no processo psicoterapêutico. Pesquisa em Psicologia-
anais eletrônicos, p. 181-186, 2017.

DE ALMEIDA KOPPE, Danusa Thais; BARBOSA, Patricia; DE OLIVEIRA, Débora


S. Transtorno de Personalidade Histriônica: discussão a partir do filme Uma Jornada da
Alma.

DSM 5 - TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 6ª edição),


2023.

MAIA, Cláudio Silveira et al. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE


HISTRIÔNICA: DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Estatística Internacional


deDoençaseProblemasRelacionadosàSaúde.SãoPaulo:USP,2003.

PEREIRA, R. S. Transtornos dissociativo e histriônico: contribuições da


avaliaçãopsicodiagnóstica.RibeirãoPreto: Universidadede SãoPaulo, 2011.

Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl. Direção de Gore
Verbinski.Produzido por Jerry Bruckheimer Films. Distribuído por Walt Disney
Pictures, 2003.(143min).

Rodríguez,MaríaFernández.Estereotipo,Figura Y Cliché: El Pirata A Través


DeLosSiglos.DeLongJohnSilverAJackSparrow.Espanha:UniversidadedeSalamanca,20
16. Disponível em:https://www.um.es/tonosdigital/znum34/secciones/monotonos-
fdez_rodriguez_estereotipo.html

Skodol,Andrew.Transtornodepersonalidadehistriônica(TPH).MD,UniversityofArizona
College of Medicine, 2018. Disponível
em:https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui
%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-histri
%C3%B4nica-tph

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