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EM SOFRIMENTO PSÍQUICO
SILVA, Karen Dias1
SILVA, Tamires Araujo2
AMORIM, Fabricia Aride3
Resumo
Para que se posso conceitualizar a esquizofrenia, é necessário compreender que esta
é uma doença crônica, com sintomas característicos, em sua maioria similares com
aspectos envolvidos na religiosidade/espiritualidade. Neste sentido, ambas são
capazes de serem entendidas como instrumentos a serem usados por pacientes para
enfrentar as circunstâncias que essa doença impõe. Dessa maneira, é de suma
importância a reflexão entre a relação dessas temáticas. Portanto, como meio de
elucidar e atrair a atenção para esse tema, a pesquisa refere-se na relação entre a
esquizofrenia, religiosidade e espiritualidade abordando seus atravessamentos na
vida do sujeito que está em sofrimento psíquico bem como sua rede de apoio.
Abstract
In order to conceptualize schizophrenia, it is necessary to understand that this is a
chronic disease, with characteristic symptoms, mostly similar to aspects involved in
religiosity/spirituality. In this sense, both are capable of being understood as
instruments to be used by patients to face the circumstances that this disease imposes.
Thus, it is extremely important to reflect on the relationship between these themes.
Therefore, as a means of elucidating and attracting attention to this topic, the research
1 INTRODUÇÃO
Esses pontos podem resultar em preconceitos, receio e até mesmo descasos para
com as pessoas com transtorno esquizofrênico. Melo (2017) realizou uma pesquisa
colecionando evidências de que existe um preconceito enraizado (apresentado de
forma sutil ou não) no que tange a esquizofrenia como estereótipos de periculosidade
e crenças religiosas baseadas em causalidade.
Como meio de elucidar e atrair a atenção para essa temática, a pesquisa justifica-se
na relação entre a esquizofrenia, religiosidade e espiritualidade abordando seus
atravessamentos na vida do sujeito que está em sofrimento psíquico bem como sua
rede de apoio.
2 MÉTODO
Para o cumprimento dessa proposta decidiu-se fazer uma pesquisa-ação em que não
tem como prioridade a objetividade uma vez vista na pesquisa empírica clássica,
usando método indutivo, esta que visa a observação dos fenômenos em questão.
Sendo assim, as pesquisadoras pretendem visitar diferentes instituições religiosas
para que, conforme o consentimento de cada uma, seja feita uma entrevista com
perguntas abertas e fechadas acerca do assunto proposto (Gil, 2008).
Dado que faz parte do objetivo deste trabalho a exposição da visão dessas religiões
acerca de sua importância para pacientes com este transtorno, é sabido que deverá
ser mantido a imparcialidade das pesquisadoras durante toda a entrevista para que
não haja sugestionabilidade frente aos participantes.
Portanto, essas entrevistas têm como finalidade averiguar a forma que essas
instituições lidam ou como iriam lidar, em situações hipotéticas, com a presença, visita
ou participação de pessoas com esquizofrenia em seu ambiente religioso. O
questionário semiestruturado proposto foi disponibilizado para alunos e alunas do
Centro Universitário São Camilo de modo online por meio da plataforma Survey
Monkey.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 – Esquizofrenia
3.2 – Religiosidade
Acerca do outro principal ponto deste trabalho, de acordo com Dalgalarrondo (2008)
a religião é um objeto de investigação dos mais complexos, visto que, como fenômeno
humano, é experiencial, psicológico, sociológico, antropológico, histórico, político,
teológico e filosófico. Implica abordagens e dimensões variadas e de distintas
espécies da vida coletiva e individual. Sendo a religiosidade uma das dimensões mais
marcantes e significativas da experiência humana, pode incluir crenças pessoais
como “crença em um Deus ou poder superior assim como crenças e práticas
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4 Discussão
“[...] paciente do sexo feminino, 44 anos de idade, que se encontrava internada há 20 dias em um
hospital de pequeno porte o qual tem leitos credenciados para atendimento de pacientes psiquiátricos.
[...] Em entrevista com paciente, a mesma relata que precisou ser internada por motivo de ansiedade,
tristeza profunda, crises de choro, medo e que apresentava alucinações auditivas, vozes de comando,
que conversavam entre si, e que apenas uma dessas vozes interagia com a paciente mandando-a
cometer suicídio e também porque apresentava alucinações visuais, ‘vultos escuros’, que a perseguia.”
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É válido dizer que o fato de o número de pessoas as quais não souberam responder
ter sido um pouco maior que o número de respostas corretas/satisfatórias foi um dado
além expectativas das pesquisadoras, haja vista a variedade dos cursos abrangidos
e o, provável, menor contato com o assunto em questão.
A maior parte das respostas foram as parcialmente corretas, tais quais envolveram
conhecimentos e nomenclaturas presentes no senso comum como “temor da morte”,
“pessoa que ouve vozes da cabeça”, “a pessoa fica fora de si” e “condição mental que
perturba a mente da pessoa” enquanto sintomas do transtorno.
CONCLUSÃO
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Referências
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