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Pós-Graduação em
Intervenção em Crise,
Emergência e Catástrofe
Mecanismos de Crise Psicológica
Sílvia Campino
Crise Psicológica
INSPSIC
Mecanismos da Crise Psicológica
Vivência de uma situação exigente, em que os
mecanismos normais de adaptação e resolução de
problemas não têm êxito, resultando num
desequilíbrio psicológico (com sentimentos de
ansiedade, medo, culpa, impotência, etc.) e
diminuição do funcionamento adaptativo.
INSPSIC
Aguilera & Messick, 1994. Pessoa
Recuperação do equilíbrio
Desequilíbrio mantém-se
INSPSIC
Reacções Agudas de Stress (II)
Físicas Comportamentais
Hipertensão arterial Luta ou fuga
Taquicardia “Congelado ou imobilizado”
Dificuldade respiratória Obediência automática
Fadiga Alienação
Insónia Abandono de actividades
Hiperalerta Desconfiança
Queixas somáticas Problemas no trabalho
Náuseas Conflito
Sede Agitação
Alteração do apetite
Arrepios e suores
INSPSIC
Reacções de Stress no tempo
100
50 ASR ASD
PPST
ASR tardio
INSPSIC
Factores de Risco
Pré-Incidente
INSPSIC
Factores de Risco
Peri-Incidente
INSPSIC
Factores de Risco
Pós-Incidente
INSPSIC
Factores de Protecção
INSPSIC
Reações face à situação de emergência
Tal como acontece com as vítimas, também os profissionais podem ser potenciais
vítimas e desenvolver Reações Agudas de Stress – ASR que, apesar de normais,
poderão evoluir para patologia psicológica / psiquiátrica.
INSPSIC
Psicoterapia vs. Intervenção em Crise
≠
Psicoterapia vs. Intervenção em Crise
PSICOTERAPIA INTERVENÇÃO EM CRISE
Reparação, reconstrução e Prevenir, dissipar, restaurar
Contexto
desenvolvimento
Posterior, longe do agente Imediato, próximo do agente
desencadeador da crise ou da desencadeador da crise ou da
Timing
descompensação psicológica descompensação psicológica
INSPSIC
Psicoterapia vs. Intervenção em Crise
PSICOTERAPIA INTERVENÇÃO EM CRISE
Presente, passado Aqui e agora
Focus
INSPSIC
Intervenção em Crise Psicológica
• Grupo de técnicas dirigidas a ajudar a pessoa em crise a recuperar o controlo
sobre a situação.
INSPSIC
Estratégias para lidar com o stress e trauma
Coping Negativo
INSPSIC
Estratégias para lidar com o stress e trauma
Coping Positivo
INSPSIC
Estratégias para lidar com o stress e trauma
Psico-educação
•Falar sobre o que se passou e de como se sente com as pessoas mais próximas ou que
também estiveram envolvidas.
•Voltar à rotina diária. Tentar organizar as actividades para os próximos dias.
•Passar tempo com as pessoas que são importantes.
•Logo que possível, enfrentar os locais e situações que recordam o acontecimento.
•Tentar descansar e dormir o suficiente.
•Fazer uma alimentação saudável. Evitar fumar e consumir álcool em excesso.
•Envolver-se em actividades que habitualmente lhe dão prazer.
INSPSIC
Sinais de Alerta
• Não consegue deixar de pensar no que sucedeu.
• Sente-se muito tenso ou com medo a maior parte do tempo.
• Não consegue ter prazer com nada.
• Não consegue ir trabalhar ou assumir as responsabilidades habituais.
• Comporta-se como se o acontecimento estivesse a acontecer outra vez.
• Irrita-se ou é agressivo com as pessoas que o rodeiam.
• Consome álcool, ou outras drogas, em excesso.
• Faz auto-medicação.
• Comporta-se de forma muito distinta do habitual antes do acontecimento.
INSPSIC
Intervenção em crise
Objectivos
Oferecer protecção e segurança
1
Redução do distress e melhoria da sintomatologia de ASR*
Estabilização emocional
2
Identificar as pessoas em risco de desenvolver ASD* e prevenir o
3
desenvolvimento de PTSD*
INSPSIC
Intervenção em crise
Restaurar o nível funcional anterior
ao incidente
Promover uma percepção realista
dos acontecimentos
Desenvolvimento de estratégias de resolução de
problemas e de coping
Mobilizar os recursos pessoais e sociais
Minimizar o impacto do incidente crítico e integra-lo na
vida da pessoa
INSPSIC
Primeiro Contacto / Estabelecimento da
Relação
INSPSIC
Primeiro Contacto / Estabelecimento da
Relação
Comunicação não-verbal
• Postura
• Tom de Voz
• Gesticulação
• Contacto Visual
• Toque
INSPSIC
Primeiro Contacto / Estabelecimento da
Relação
Comunicação não-verbal
• Gesticulação – em excesso deve ser evitada,uma vez que pode revelar ansiedade,
tensão, agitação e agressividade.
INSPSIC
Primeiro Contacto / Estabelecimento da
Relação
Comunicação não-verbal
• Toque – deve ser utilizado com moderação e cuidado, uma vez que pode ser
interpretado como uma invasão de espaço. O tocar nos ombros, nos braços ou nas
mãos pode demonstrar empatia e preocupação.
INSPSIC
Primeiro Contacto / Estabelecimento da
Relação
Técnicas de Escuta Ativa
• Clarificação
• Paráfrase
• Resumos
INSPSIC
Primeiro Contacto / Estabelecimento da
Relação
Situações especiais:
Indivíduos resistentes à intervenção
A sua vontade deve ser respeitada, exceto se for uma situação emergente que implique, por
exemplo, risco de vida.
Deve manter-se por perto e, ainda que esteja ocupado com outras situações deve manter
também a sua atenção direcionada para a vítima.
É adequado informar a pessoa em causa do local onde pode recorrer, no caso de sentir
necessidade.
INSPSIC
Primeiro Contacto / Estabelecimento da
Relação
Situações especiais:
Crianças
INSPSIC
Primeiro Contacto / Estabelecimento da
Relação
Situações especiais:
INSPSIC
Procedimentos na Abordagem da pessoa
em Crise Psicológica
• Apresentar-se (nome, categoria, função).
• Tratar o doente pelo nome e perguntar como prefere ser tratado.
• Evitar, na medida do possível, interrupções e interferências. Tentar manter
privacidade e confidencialidade.
• Afastar objetos distractores, revelando-se perturbadores para doentes confusos.
• Falar com o doente ao mesmo nível (cadeiras de igual tamanho e não estar um de
pé outro sentado)
• Tomar providências de segurança para o psicólogo e para o doente.
• Começar com perguntas abertas e gerais (ex. “O que o traz cá hoje?”)
INSPSIC
Procedimentos na Abordagem da pessoa
em Crise Psicológica
•Utilizar expressões verbais e não-verbais para que o doente possa falar mais sobre o
que se está a passar (olhar para a pessoa e pedir “pode explicar melhor?”)
• Recorrer ao silêncio. Demonstra preocupação e dá tempo à pessoa para estruturar o
que vai dizer.
• Utilizar expressões que transmitam apoio e empatia (ex.: “parece sentir-se culpado
pela sua situação de solidão!”)
• Utilizar a Clarificação e Confrontação, para confirmar o que interpretou e ajudar o
doente a compreender a ligação entre o estado de crise e sintomas (ex. “Pelo que me
disse, parece que fica com um aperto no peito e não consegue respirar quando está
mais ansioso/nervoso!”)
INSPSIC
Procedimentos na Abordagem da pessoa
em Crise Psicológica
• Recorrer à Escuta Ativa, isto é, dar atenção às palavras e ao sentido por trás das
palavras e o que observa (ex. o doente diz estar calmo, mas mostra-se inquieto, olha
para o chão)
INSPSIC
Actividade 1
Modelos de Intervenção em Crise
The Seven-Stage Crisis Intervention Model (Roberts, 2005)
1. Contextualização
2. Primeiro Contacto / Estabelecimento de Relação
3. Segurança e Conforto
4. Avaliação
5. Reaquisição do Controlo sobre Si
6. Reaquisição do Controlo sobre o Processo
7. Activação da Rede Social
8. Promoção do Coping Adaptativo - Psicoeducação
9. Follow-up e Referenciação
Nota: Modelo não publicado
INSPSIC
Bibliografia
• Brett, T. L., Gray, M. J., & Adler A. B. (2002). Early Intervention for Trauma: Current Status and Future Directions. Clinical Psychology:
Science and Practice, 9 (2), pp. 112-134.
• Ehrenreich, J. H., & McQuaide, S. (2001). Coping with Disaster: A Guidebook to Psychological Intervention. New York: Center for
Psychology and Society.
• Everly, G. & Mitchell, J. (1999). Critical incident stress management: A new era and standard of care in crisis intervention (2nd Ed). Ellicott
City, MD: Chevron Publishing.
• James, R. & Gilliland, B. (2013). Crisis Intervention Strategies (7th Ed.). Belmont: Brooks/Cole, Cengage Learning.
• Lerner, M. & Shelton, R. (2005). The 10 Stages of Acute Traumatic Stress Management (ATSM): A Brief Summary. The American Academy
of Experts in Traumatic Stress, Inc. (U.S.A.)
• NSW Health. (2000). Disaster Mental Health Response Handbook. Center for Mental Health (Sidney) & NSW Institute of Psychiatry
(U.S.A.).
• Roberts, A. (2002). Assessment, Crisis Intervention, and Trauma Treatment: the integrative ACT Intervention Model. Rutgers University
(U.S.A.)
• Roberts, A. & Ottens, A. (2005). The Seven-stage Crisis Intervention Model: a road map to goal attainment, problem solving , and crisis
resolution. Brief Treatment and Crisis Intervention 5:329–339
INSTITUTO PORTUGUÊS DE PSICOLOGIA e outras CIÊNCIAS
Pós-Graduação em
Intervenção em Crise,
Emergência e Catástrofe
Mecanismos de Crise Psicológica
Sílvia Campino