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Módulo II
Curso Intensivo de Terapia Familiar
(E-Learning)
Módulo II: Psicoterapia e Psicopatologia familiar
Causalidade Linear
Depois da Teoria Geral dos Sistemas
Causalidade
Circular Circular
• Nesta linha, tente desde já delinear uma relação de causalidade circular,
para uma mãe deprimida e um adolescente com grande absentismo
escolar.
• Bertalanffy ( 1901 - 1972) biólogo austríaco, foi o criador da teoria geral dos sistemas.
• O organismo é um todo maior que a soma das suas partes.
• Tudo é sistema e o sistema é um todo dentro de outro todo que se interrelaciona com o exterior.
• Esta teoria é hoje aceite e aplicada a todas as áreas do saber.
Exercício
Os sistemas possuem enfoques em comum (Sexton, et al., 2003, Dallos, & Draper, 2010).
Partes em interação: o todo pode ser dividido em partes que se encontram em interação
O sistema apresenta propriedades, que não estão presentes nas partes isoladamente
Para entender um sistema e suas partes, não devemos estudar as partes isoladamente mas
sim as suas relações
Hierarquia sistémica
Totalidade
Equifinalidade
Retroação
Auto-organização
Principio hologramático.
Retroalimentação (feedback)-enfoque circular, reciprocidade dos fatores .
Retroação:
Tem limites e fronteiras mais ou menos permeáveis que o distinguem de outros sistemas
?
A culpa é
A culpa é da dos
sociedade? professores?
A Culpa é dos
pais?
A Culpa e da
mãe?
Bateson sugere que a esquizofrenia é resultado de uma interação familiar, nas quais as
sequências comunicacionais levam a um impasse, a ambivalência e confusão mental.
Sugestão de leitura
Axiomas da teoria da comunicação
(Watzlawick, P., Helmeck, J., & Jackson, Don., 1967)
2º Axioma : a comunicação tem um conteúdo e uma relação, sendo esta uma metacomunicação.
Mensagem – Todo complexo polifonico. / Não existe não comportamento. Logo que duas pessoas estão em relação, estão em comunicação.
Nas famílias não pode existir a situação de “Não há comunicação” /Ao não querer comunicar comunica-se.
2º Axioma:
A natureza de uma relação, depende da pontuação das sequências de comunicação entre os parceiros.
Quem condiciona quem? E o cientista que condiciona o rato? Sempre que toca na alavanca recebe queijo
ou o rato que condiciona o cientista? Sempre que quer queijo e so carregar na alavanca?
4- Axioma
Digital e analógica
Rigidez simétrica
Rigidez complementar
Informação/conteúdo ( 1 nível)
“O que eu transmito não pode ser confundido com o que pretendo dizer”.
( comente)
Distorções do 5º axioma:
Escalada simétrica
Complementaridade rígida – Há uma fixação imutável das posições. Resulta numa relação opressor/oprimido.
Comunicar - participar,
partilhar
O Colégio Invisível
• Grupos:
• Palo Alto – Gregory Bateson, Don
Jackson, Virginia Sapir, Paul Watzawick.
• Filadélfia: Ray Birdwhstell, Albert
Scheflen, S. Sigman
• Nova Iorque: Edward T. Hall, Erving
Goffman
Sugestão de leitura
Modelo orquestral
Resumindo:
• Sujeito na comunicação – músico na orquestra
• Partitura – conjunto de regras que cada um utiliza nas suas diversas trocas
• Maestro – cada um de nós
• Partitura – regras de comunicação
• Afinação da orquestra - Axiomas
3 Níveis de Estudo
Modelo orquestral
• Sintático - Disciplina da linguística que descreve as regras de combinação de unidades significativas em orações
ou frases.
• Semântico – Significação das palavras e sua evolução, parte da semiótica que estuda relação dos signos com
os objetos que eles representam
• Ênfase na interação
• Comunicação como sistema de feedback
• Efeitos sobre comportamento
• Ênfase no contexto
• Relação que une emissor e recetor – estudada no ambiente em que e
produzida.
• Chegamos a um modelo comunicacional através das redundâncias
• Redundâncias comunicacionais: O que se repete na comunicação.
• Dentro de um contexto comunicacional criam-se normas que se repetem / redundâncias.
• Estas são criadas através de um processo estocástico (tiro - ao – alvo) que originam
esquemas de comportamento habituais.
Resumindo:
• Comunicação = comportamento.
Fica em casa
Psicoterapia Familiar
Contribuições de:
• Estruturalismo: Início sec. XX
• Noção de Estrutura
• Permite uma maior inteligibilidade dos fenómenos observados.
• Manifestações: estruturalismo linguístico/antropológico – Claude Levi
Strauss (Les Structures Elemantaires de la Parente, 1949)
"The basic thesis of gestalt theory
might be formulated thus: there are
contexts in which what is happening
in the whole cannot be deduced from
the characteristics of the separate
pieces, but conversely; what happens
to a part of the whole is, in clearcut
cases, determined by the laws of the
inner structure of its whole." ( Max
Wertheimer, 1924)
• Jean Piaget – Noção de construção de estruturas – processo de
equilibração e autoregulação no desenvolvimento.
• Cibernética:
• Kubernesis – (Ação de governar, manobrar um navio – do grego)
• Wiener – “Cibernética ou controle e comunicação no animal e na maquina”
• Difusão dos conceitos: cibernética e sistema – mistura de linguagens.
• Cibernética: Ciência da encruzilhada – apoia-se nas descobertas de ciências e
técnicas diferentes – diferentes domínios – linguagem/biologia/maquina
• Teoria da Informação:
• Os conceitos da informação e
comunicação ganham força.
• A “informação-estrutura” (código
genético)
Outros contextos propícios para o
desenvolvimento da Teoria Sistémica
• Contexto social: Sobreinvestimento da família nuclear na 1ª metade do sec.
XX
• Novos contextos teóricos e clínicos: Desenvolvem-se novas abordagens dos
fenómenos psicopatológicos:
• Estuda-se a relação mãe–bebé.
No variables have more far-reaching effects on personality
development than a child's experiences within the family.
Starting during his first months in his relation to both parents,
he builds up working models of how attachment figures are
likely to behave towards him in any of a variety of situations,
and on all those models are based all his expectations, and
therefore all his plans, for the rest of his life. Attachment and
Loss (Boowlby, 1973, p.369)
Psicopatologia Familiar
Epistemologicamente, não faz sentido que a sistémica produza sistemas de classificação patológica.
Esta epistemologia aceita mal classificar como patológicos os sistemas onde os sintomas surgem:
não se fala de família patológica mas de família disfuncional.
Existe uma mudança de paradigma, de uma causalidade linear passamos a uma causalidade circular,
(Ausloos, 1981)
A epistemologia sistémica não nos autoriza a definir sistemas explicativos etiológicos para diferentes
quadros psicopatologicos (não se fala em família alcoólica ou esquizofrénica, mas em família com
um PI alcoólico ou esquizofrénico)
Podemos encontrar nestes grupos familiares “leis gerais” ou regularidades” não patognomonicas e
gerais” e que não nos devem permitir esquecer as suas singularidades (Elkaim, 1985)
Mas esta perspectiva põe-nos em conflito com o conceito de diagnostico clinico. O sistema e ele próprio a
sua melhor explicação.
Deve evitar-se descrever a vertente etiologica das perturbações, fruto das nossas construções teóricas,
devemos premiar os ciclos de interacçao actual que sustentam e mantém o problema (Watzalwick)
Sintoma
• A perspectiva sistémica introduziu uma nova conceptualização assim como novas
estratégias para entender e tratar os problemas humanos, contextualizando-os (
Feixas, 1991)
Os problemas humanos não têm somente um sentido, mas uma função no contexto
mais lato em que aparecem (Becoit et al, 1988)
A função do sintoma
Que função cumpre?
3 níveis de compreensão:
Passa ao sintoma da função (ler o sintoma como sinal de uma perturbação de uma ou mais
funções necessárias a sobrevivência da família).
O sintoma é uma comunicação com uma lógica e uma função no contexto em que ocorre.
Antes do sintoma – Existe uma família com dificuldades, tensões, com fontes de stress internos/externos aos quais não consegue
responder.
Um determinado comportamento vai produzir certos resultados. (acaso + determinantes/ estruturas de funcionamento)
Deixem a Inês em
paz, não veêm
que ela vai
vomitar?
• Porque: Condiciona respostas
• Toma e assume determinado sentido para portador e restantes membros
• Sistema de retroações positivas – reforçando o comportamento “escolhido”
Relaciona-se com o facto de o sujeito se sentir cada vez pior com o seu comportamento – satisfaz as
necessidades do sistema ás custas do seu “sacrifício”
Não é qualquer sintoma que aparece em qualquer família – Um sistema só pode colocar problemas que seja
capaz de ultrapassar.
Porque surge então?
Filhos
• Salvador Minuchin trabalha (também) em mapa. A família é um território com
fronteiras e limites. Muitas vezes essa fronteiras e esses limites têm que ser
delineados (Nichols, 2010).
• Após completar sua formação psicanalítica, Minuchin trabalhou como psiquiatra
infantil na Escola Wiltwyck destinada a meninos delinquentes, onde verificou que o
tratamento com as famílias tinha um grande impacto no comportamento dos menores
Na Escola Wiltwyck, Minuchin desenvolveu uma forma de terapia familiar com
os seus colegas de trabalho. Usando o espelho unidirecional (Nichols, 2010).
Colabora com organizações que trabalham com as famílias que sofrem de pobreza
racismo e discriminação devido a sexo ou orientação sexual (www.minuchincenter.org)
Quais os momentos de maior crise na família?
• Família funcional – deve haver complementaridade de funções com o casal, operando
com interdependência e deve haver hierarquia de poder, pais e filhos com diferentes
níveis de autoridade e fronteiras bem delineadas (Minuchin, 1982).
• Famílias disfuncionais ?
• Exemplos?
• Parentificação de um dos filhos
• Inversão de papeis
• Fronteiras – são as regras que definem quem participa e como e tem
como função proteger a diferenciação do sistema (Minuchin, 1982).
• Genograma – uma espécie de árvore genealógica, na qual estão
representadas pelo menos as últimas três gerações e as relações entre os
membros da família, bem como datas e transições as quais a família passa
ou passou (Andolfi, 1996).
Hierarquia – proporciona a liderança e a orientação dentro da família
(Minuchin 1982). Indiferenciação – quando a pessoa continua ligada
emocionalmente aos sistemas familiares, principalmente aos pais com
prejuízo na autonomia.
• Após ter deixado Filadélfia onde trabalhou com Minuchin, estabelece-se em Washington
onde abriu, em 1973, um centro especializado em terapia estratégica. Este modelo coloca
a disfunção ou patologia da família no poder.
• O “poder” (ou a sua ausência) é o problema. Assim, a intervenção deverá: Colocar a
tónica sobre a autonomia versus dependência; - ver quem decide, o quê, acerca de
quem; - papéis: quem desenvolve papéis de maior ou menor normatividade; - ver qual
o tipo de família para se intervir adequada
Terapia Familiar Estratégica
• Presente
• Motivação
• Crescimento pessoal (Madanes, 1980).
https://www.youtube.com/watch?v=VOjqL3p-dSo
https://www.youtube.com/watch?v=j5jJ-2-GWjg
https://www.youtube.com/watch?v=jZJnvbzY8LM
Obrigada e até já
Bibliografia
• Sexton, T. L., Weeks, G. R., & Robbins, M. S. (2003). Handbook of family therapy:
The science and practice of working with families and couples. New York:
Brunner-Routledge
• Sholevar, G.P. (2003). Family Theory and Therapy. In Sholevar, G.P. & Schwoeri,
L.D. Textbook of Family and Couples Therapy: Clinical Applications.Washington,
DC: American Psychiatric Publishing IncSilverman, M. & Silverman, M. Psychiatry
Inside the Family Circle. Saturday evening Post, 46-51. 28 July 1962.
• Guttman, H.A. (1991). Systems Theory, Cybernetics, and Epistemology. In A. S.
Gurman & D. P. Kniskern (Eds.)
• KIT S.NG (2004). Global Perspectives in Family Therapy.
Development, Practice, and Trends. Brunner-Routledge. New York and Hove
• Flaskas, C. (2002). Family Therapy Beyond Postmodernism Practice Challenges Theory.
Brunner-Routledge Taylor & Francis Group. Hove And New York
• Becvar, D.S., & Becvar, R.J. (2008). Family therapy: A systemic integration. 7th ed. Boston: Allyn &
Bacon Barker, P. (2007). Basic Family therapy; 5th edition. Wiley-Blackwell.
• Nichols, M.P. & Schwartz, R.C. (2006). Family therpy: concepts and methods 7th ed. Boston:
Pearson/Allyn & Bacon.
• Vasconcelos, M. J. (2008). Pensamento sistémico, O Novo paradigma da Ciencia. Papipus Editora,
Campinas. Brasil
• Sexton, T. L., et al. (2003). Handbook of Family Therapy
The Science and Practice of Working with Families and Couples. Edited by Thomas L. Sexton.
Brunner-routledge New York and Hove
• Kit S.Ng (2004). Global Perspectives in Family Therapy. Development, Practice, and Trends.
Brunner-Routledge. New York and Hove
• Bertalanffy. L. (2008). Teoria Geral dos Sistemas. Fundamentos, desenvolvimento e aplicações.
Editora Vozes (Reedição).
• Watzlawick, P., Helmeck, J., & Jackson, Don D. (1967) Pragmática da comunicação humana, São Paulo, Culturix