Eeusp - Autolesão Não Sucida

Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental.
FICHA TÉCNICA
Edição e Organização: Aline Conceição Silva, Kelly Graziani Giacchero Vedana e José Carlos
Pereira dos Santos
5HYLV¥RRUWRJU£΋FDHJUDPDWLFDO Agência LatinTrad
'LDJUDPD©¥R Júnior Design
,OXVWUD©·HV Anne Charlie
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e autoria e respeitando
a Licença Creative Commons indicada.
APOIO:
2 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

“Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de
ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde,
um descanso na loucura.”
Guimarães Rosa (O Grande Sertão Veredas, pág. 311)

PRECISAMOS CUIDAR DE QUEM CLAMA POR AJUDA!
Fiquei encantada com a leitura do pequeno livro “AUTOLESÃO NÃO SUICIDA: ASSISTÊN-
CIA E PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL”(XRFODVVLȴFRFRPRRFXPSULPHQWRGHXPREMH-
WLYRHVWUDW«JLFRGDVWHVHVGD£UHDGHVD¼GHTXHYLVDDWRUQDUGHXWLOLGDGHS¼EOLFDLPHGLDWD
DVGXUDVHORQJDVGLVFXVV·HVTXHXPWUDEDOKRGHGRXWRUDGRFRQWHPSOD&RPFHUWH]DHVVH
foi o percurso de Aline Conceição Silva, apoiada por Kelly Graziani Giacchero Vedana e José
Carlos Pereira dos Santos.
O livro é escrito de forma didática em forma de perguntas e respostas que, certamente,

VHULDPIHLWDVSRUSDLVSURIHVVRUHVSURȴVVLRQDLVGHVD¼GHHRXWUDVSHVVRDVOHLJDVQRDVVXQ-
to, muitas delas assustadas e atônitas com certos comportamentos autolesivos de jovens e
GHQ¥RW¥RMRYHQV2WUDEDOKRSRVVXLXPDGHOLFDGH]D¯PSDUXPDOLQJXDJHPDFHVV¯YHOXP
cunho compassivo e informações cirurgicamente colocadas para quem vivencia a autolesão
e para quem se preocupa com quem a pratica.
Confesso que só comecei a me interessar pelo tema das lesões autoprovocadas quando,
HVWXGDQGRRIHQ¶PHQRGRVXLF¯GLRIXLLQWURGX]LGDDRWHUPRSHODOLWHUDWXUDGD2UJDQL]D©¥R
0XQGLDOGH6D¼GH&RPHFHLDVHJXLUFOXEHVGHSHVVRDVQDLQWHUQHWȂSDUWLFXODUPHQWHMRYHQV
ȂTXHVHPXWLODYDP$206FODVVLȴFDYDWDLVD©·HVFRPRFRPSRUWDPHQWRVXLFLGD2WUDEDOKR
de Aline e colegas avança no conhecimento, distinguindo atos autolesivos não suicidas, de
outros tipos de mensagens. A prevalência de 20% dos que os praticam é muito expressiva e,
por isso, mereceu a atenção dela e de seus colegas.
Há algumas questões fundamentais esclarecidas no estudo que gostaria de ressaltar. Por

exemplo, os autores mostram que minorias de gênero e minorias sexuais têm aproximada-
mente três vezes mais chance de engajamento em autolesão não suicida em comparação
a pessoas heterossexuais ou cisgênero, sendo a população transgênero a que apresenta
PDLRUH[SRVL©¥RDRULVFR(VVHFRPSRUWDPHQWR«PDLVVLJQLȴFDWLYRHQWUHDGROHVFHQWHVHP-
ERUDQ¥RVHMDUHVWULWRDHVVHJUXSRVRFLDO

7DLVLQIRUPD©·HVQRVUHSRUWDPDRVDFKDGRVPDLVJHUDLVTXHVHHQFRQWUDPVREUHRVMR-
YHQV TXH YLYHP HP DPELHQWHV YLROHQWRV UHSUHVVLYRV H GLVFULPLQDWµULRV (PERUD IXJLQGR
D TXDOTXHU GHWHUPLQLVPR RV GDGRV PRVWUDP TXH PXLWRV VH WRUQDP WDPE«P DJUHVVLYRV
contra terceiros; outros voltam essa agressividade contra eles mesmos ou se tornam de-
pressivos. Os autores assinalam como fatores de risco para as autolesões não suicidas, a
desigualdade social, o racismo e a violência vivida no contexto social e cultural, questões que
V¥RUHLWHUDWLYDVHPWRGRVRVHVWXGRVVREUHDYLRO¬QFLDVRFLDOEUDVLOHLUD
2OLYURWDPE«PDSRQWDDVPHOKRUHVIRUPDVGHSUHYHQ©¥RUHFXSHUD©¥RHSURWH©¥RWDLV
FRPR DWXDU D IDYRU GD UHVLOL¬QFLD GD DXWRHVWLPD H GD DXWRHȴF£FLD SRU PHLR GR VXSRUWH
familiar e educacional, da conexão social e, quando indicado, do apoio de terapêuticas de
cunho cognitivo, dialético e interpessoal, dentre outros.
3RUȴPFDEHUHVVDOWDUTXHRVDXWRUHVQ¥RGHL[DPGHDVVLQDODUTXHDVSHVVRDVTXHSUR-
duzem em si autolesões não suicidas, se não cuidadas, podem derivar para ter ideações e
comportamentos suicidas. Esse alerta é particularmente importante em relação aos ado-
OHVFHQWHV TXH HVW¥R QXPD HWDSD FUXFLDO GD YLGD SHUJXQWDQGRVH VREUH R VHQWLGR GH VXD
existência, numa sociedade que frequentemente não lhes facilita a inserção e o crescimento
social, cultural e emocional, que demandam das mais diferentes formas.
Termino, reiterando uma alegria muito grande de ter acesso, de aprender com o estudo e
GHSRGHUSUHIDFLDUXPWUDEDOKRTXHUHSXWRFRPRXPDSURGX©¥RFRPSURSµVLWRGHLPHQVD
UHOHY¤QFLDVRFLDOHFRPSRGHUGHDOFDQ©DUXPS¼EOLFRPXLWRDPSOR3DUDE«QVDRVDXWRUHV
Maria Cecília de Souza Minayo

Pesquisadora emérita da Fundação Oswaldo Cruz

CONTEÚDO
Apresentação 07
5HVSRVWDD'¼YLGDV)UHTXHQWHVVREUH$XWROHV¥R1¥R6XLFLGD 08
Fortalecendo Fatores de Proteção 11
$YDOLD©¥RGD3HVVRDFRP$/16 16
O Comportamento Autolesivo 18
Fatores de Risco e Proteção 18
Compreendendo sentimentos, experiências e necessidades 20
Comportamento Suicida e Autolesão não Suicida 21
Acompanhamento em saúde e saúde mental 22
Estratégias e recursos de apoio 22
Internet e autolesão não suicida 22
$FRPSDQKDPHQWRGH3HVVRDVFRP$/16 26
Cuidados com as lesões 28
1RWLȴFD©¥RGDDXWROHV¥R 29
Redução de danos, substituições e adiamento 29
Acompanhamento Psicoterapêutico 30
Tratamento Farmacológico 30
)DP¯OLDH$XWROHV¥R1¥R6XLFLGD 31
Abordagem inicial dos familiares 33
Fortalecendo conexões entre familiares e adolescentes 34
Respondendo dúvidas dos familiares 35
(VFRODH$XWROHV¥R1¥R6XLFLGD 37
ΖQWHUQHWH$XWROHV¥R1¥R6XLFLGD 42
Mensagem Final 47
Conheça os Autores 49
Referências 50
Apêndices 54

APRESENTAÇÃO
$DXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD$/16VHFRQVWLWXLFRPRFRPSRUWD-

PHQWR FRPSOH[R PXOWLIDWRULDO VHQGR XP LPSRUWDQWH SUREOH-
PDGHVD¼GHS¼EOLFDHPHVSHFLDOQDDGROHVF¬QFLD$TXDOLGDGH
GRFXLGDGRSURȴVVLRQDOSRGHVHUGHFLVLYDSDUDRY¯QFXORFRPR
adolescente e sua adesão ao acompanhamento em serviços de
saúde mental Ȃ.
Pesquisas apontam algumas fragilidades no acompanha-
PHQWRSURȴVVLRQDOGHMRYHQVFRP$/16FRPRIDOWDGHHPSD-
tia, julgamentos e incompreensão (1,4)2VSURȴVVLRQDLVGHVD¼GH
WDPE«PUHODWDPLQVHJXUDQ©DLPSRW¬QFLDHGHVWDFDPDDXV¬Q-
cia de capacitação formal para lidar com pessoas com o com-
portamento.
$IRUPD©¥RHDFDSDFLWD©¥RSURȴVVLRQDOHVW¥RUHODFLRQDGDV
a melhores práticas e atitudes mais positivas no cuidado à
SHVVRDVFRPDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD1HVVHPHVPRFDPLQKRR
DFROKLPHQWRHDFRPSDQKDPHQWRSURȴVVLRQDOSRGHPSURSLFLDU
aprendizado de recursos alternativos de enfrentamento, possi-
ELOLGDGHGHIDODUVREUHRFRPSRUWDPHQWRVHPMXOJDPHQWRVHR
encontro de suporte adequado (1).
(VWHHERRNIRLHODERUDGRFRPDLQWHQ©¥RGHFRQWULEXLUFRP
D HGXFD©¥R GH SURȴVVLRQDLV GH VD¼GH VREUH D $/16 SDUD IRU-
talecimento na assistência de jovens com o comportamento.
(VWH PDWHULDO DSUHVHQWD XPD V¯QWHVH GH UHVXOWDGRV FLHQW¯ȴFRV
GH UHYLV·HV GH OLWHUDWXUD VREUH D WHP£WLFD H FRQW«P LQIRUPD-
ções provenientes de diversas fontes que podem ser consulta-
das para maior aprofundamento.
(VSHUDPRV TXH HVVH PDWHULDO SRVVD FRQWULEXLU QR VXSRUWH
humanizado aos adolescentes e familiares.
Boa leitura!

RESPOSTAS A DÚVIDAS FREQUENTES
Ao longo do tempo, a polissemia do fenômeno teve impacto

importante para a compreensão do comportamento por pes-
TXLVDGRUHVSURȴVVLRQDLVGDVPDLVGLYHUVDV£UHDVHSDUDDSUµ-
pria sociedade. Atualmente os pesquisadores tem se esforçado
HPHVWXGDUHGHȴQLUPHOKRURFRPSRUWDPHQWRHDVVLPSRVVL-
ELOLWDU D GLVVHPLQD©¥R GH LQIRUPD©·HV FRQȴ£YHLV TXH SRGHP
FRODERUDUSDUDDIRUPD©¥RSURȴVVLRQDOHVRFLDOYLVDQGRPHOKRU
acolhimento e assistência de pessoas com autolesão não suicida.
(VVHWµSLFRWHPRREMHWLYRGHDJUHJDUFRQKHFLPHQWRSDUDDV
principais dúvidas em relação a autolesão não suicida e assim
SRVVLELOLWDUDUHȵH[¥RFU¯WLFDHUHGX©¥RGHFUHQ©DVHUU¶QHDVTXH
prejudicam o acolhimento de pessoas com o comportamento.

Respostas e Dúvidas Frenquentes
O que é?
$RORQJRGRWHPSRDDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD$/16UHFHEHXY£ULDVGHQRPLQD©·HVFULW«ULRV

HGHȴQL©·HVSRXFRFODURVHHVSHF¯ȴFRVVHQGRGLI¯FLOGLVWLQJXLODGHRXWURVFRPSRUWDPHQWRV
e transtornos (5,6). Atualmente ainda encontramos diferentes nomenclaturas para o fenôme-
QR1HVWHPDWHULDODGRWDPRVDWUDGX©¥ROLWHUDOGRWHUPRHPLQJO¬Vnon-suicidal self-injury).
'HȴQL©¥R GH DXWROHV¥R Q¥R VXLFLGD $/16 FRPSRUWDPHQWR DXWRLQȵLJLGR UHSHWLWLYR

sem intencionalidade suicida (exclui-se a overdose), não explicado por outro diagnóstico
SVLTXL£WULFR WUDQVWRUQR SVLFµWLFR WUDQVWRUQR GR HVSHFWUR DXWLVWD GHȴFL¬QFLD LQWHOHFWXDO
V¯QGURPHGH/HVFK1\KDQWUDQVWRUQRGRPRYLPHQWRHVWHUHRWLSDGRFRPDXWROHV¥RWULFRWL-
ORPDQLDRQLFRIDJLDWUDQVWRUQRGHHVFRULD©¥RHQ¥RVRFLDOPHQWHDFHLWRH[FOXLVHERG\SLHU-
FLQJWDWXDJHQVRXULWRVFXOWXUDLV2SURSµVLWRSULQFLSDOGD$/16«PDQHMDUHVWDGRVHPRFLR-
QDLVRXGLȴFXOGDGHVLQWHUSHVVRDLV(7,8).
Prevalência
$SUHYDO¬QFLDGH$/16DRORQJRGDYLGD«SUµ[LPDD(9).
(VVDSUHYDO¬QFLD«PDLRUHPSD¯VHVQ¥RRFLGHQWDLVDRFRQ-
WU£ULRGRFRPSRUWDPHQWRVXLFLGDHHPSD¯VHVHPGHVHQYRO-
YLPHQWRHPFRPSDUD©¥RDSD¯VHVGHVHQYROYLGRV(9) .
22%
Idade
$$/16SRGHRFRUUHUHPTXDOTXHUHWDSDGDYLGDPDVGLYHUVRVHVWXGRVDSRQWDPDSUHYD-
O¬QFLDGRFRPSRUWDPHQWRQDDGROHVF¬QFLDFRPLQ¯FLRHQWUHȂDQRVGHLGDGHSRGHQGR
YDULDU GH DFRUGR FRP FDGD LQGLY¯GXR 3HVTXLVDV WDPE«P DSRQWDP TXH HVWH SRGH VHU XP
comportamento de longa duração, podendo perdurar por décadas (10).

Gênero
O gênero(1) IHPLQLQR DSUHVHQWD WD[DV PDLV DOWDV GH $/16

entretanto a proporção do comportamento entre os gêneros é
muito próxima. É importante compreender que os aspectos do
comportamento vão além da dicotomia de gênero, estendendo-
VHSDUDWRGDVDVSRVVLELOLGDGHVGDGLYHUVLGDGHGDLGHQWLGDGHGH
J¬QHURHRULHQWD©¥RVH[XDOGRLQGLY¯GXR
Grupos com atenção
Estudos apontam que grupos minoritários possuem aumento do risco de efei-

tos adversos em saúde mental, muito relacionado à crônica e excessiva ênfase de
SUHFRQFHLWRHVWUXWXUDOHVWLJPDWL]D©¥RHRVEDL[RVQ¯YHLVGHDSRLRVRFLDO(11,12) . Des-
VDIRUPDRFRPSURPLVVRVRFLDOFRHV¥RVRFLDOHIRUWDOHFLPHQWRGDVD¼GHS¼EOLFD
V¥RSRQWRVLPSUHVFLQG¯YHLVQRVXSRUWHHSUHYHQ©¥RGD$/16
As PLQRULDVGHJ¬QHUR e PLQRULDVVH[XDLV têm aproximadamente três vezes
a chance de engajamento em autolesão não suicida em comparação a pessoas
heterossexuais e/ou cisgênero (11,13)(VWHDXPHQWR«VLJQLȴFDWLYDPHQWHPDLRUHP
adolescentes (11,13)TXHSRGHPYLUDVHHQYROYHUQRYDPHQWHHP$/16QRIXWXUR(13) .
A população transgênero apresenta maior exposição ao risco de se engajar em
$/16(12,13) , em especial homens trans comparados a mulheres trans. Estudos tam-
E«PDSRQWDUDPELVVH[XDLVFRPRJUXSRGHULVFRD$/16$O«PGHPDLRUHVHIHLWRV
HPDPRVWUDVFRPXQLW£ULDVTXDQGRFRPSDUDGDVDDPRVWUDVFO¯QLFDV(13) .
'HQWUH RXWURV JUXSRV GH ULVFR SDUD D $/16 HVW¥R RV SRYRV RULJLQ£ULRV e ne-
JURV. Como fatores de risco, destacam-se a desigualdade social e a violência que
permeia de formas diferentes cada grupo, em especial no Brasil. Pesquisadores
destacam a necessidade da contextualização social e cultural para compreensão
do fenômeno em adolescentes (14) .
3HQVDQGRQDUHDOLGDGHEUDVLOHLUDGHVWDFDVHWDPE«PRULVFRHHQJDMDPHQWRHP
$/16HPDPELHQWHVGHPHGLGDVVRFLRHGXFDWLYDV (15) . Pesquisas apontam que a
PDLRULDGRVIXQFLRQ£ULRVGHDPELHQWHVGHPHGLGDVVRFLRHGXFDWLYDVDFUHGLWDPQD
$/16FRPRDVSHFWRPDQLSXODWLYRHTXHRVDGROHVFHQWHVTXHVHHQYROYHPQHVVH
comportamento são menos necessitados de ajuda e apoio (15) . O alto estresse do
DPELHQWHGHPHGLGDVVRFLRHGXFDWLYDVDGHIDVDJHPGHFRQKHFLPHQWRVVREUHRDV-
sunto e os impactos negativos de ações estigmatizadas reforçam a necessidade de
capacitação, diretrizes e manuais e suporte da equipe para melhor gerenciamento
GD$/16(15) .
*¬QHURUHIHUHVHDLGHQWLȴFD©¥RGRLQGLY¯GXRGHDFRUGRFRPRSDSHOVRFLDOGHJ¬QHURIHPLQLQRRXPDVFXOLQR

FORTALECENDO FATORES DE PROTEÇÃO
Fatores de proteção são recursos pessoais ou sociais que

WHPSRWHQFLDOSDUDDWHQXDULPSDFWRVGHULVFR1RFDVRGDDXWR-
lesão não suicida são conhecidos uma variedade de fatores de
proteção pessoais e sociais. Conhecer e fortalecer tais fatores
GH SURWH©¥R FRODERUD FRP D UHGX©¥R GH HVWUHVVRUHV VRFLDLV H
ações preventivas, de promoção e acompanhamento em saúde.
(VWHWµSLFRWHPSRUREMHWLYRDSUHVHQWDURVIDWRUHVGHSURWH-
ção pessoais e sociais relacionados a autolesão não suicida e
SURSLFLDUDUHȵH[¥RGHD©·HVSUHYHQWLYDVHPGLIHUHQWHVFRQWH[-
tos e o uso no acompanhamento em saúde.

$ SUHYHQ©¥R H DFRPSDQKDPHQWR GD $/16 HVW¥R DVVRFLDGRV D GLYHUVRV IDWRUHV GH SUR-
WH©¥RWDLVFRPRPDLRUHVQ¯YHLVGHDXWRHVWLPDVXSRUWHIDPLOLDUVXSRUWHHFRQH[¥RVRFLDO
Q¯YHLVGHUHVLOL¬QFLDDXWRHȴF£FLDUHDYDOLD©¥RFRJQLWLYDHVDWLVID©¥RFRPDYLGD(16) .
A prevenção e o cuidado da autolesão não suicida requerem o fortalecimento de fatores
GHSURWH©¥RHRWUDEDOKRLQWHJUDGRGHGLIHUHQWHVIRQWHVGHDSRLRSURȴVVLRQDLVGHVD¼GH
familiares e amigos, escola, entre outros). Estão mencionados a seguir diversos modos de
IRUWDOHFHURVIDWRUHVGHSURWH©¥RSDUDDSUHYHQ©¥RHUHFXSHUD©¥RGD$/16
Educação emocional
2IHUWDUSVLFRHGXFD©¥RRULHQWD©¥RVREUHRFXLGDGRHPVD¼GHDGDSWDGD¢VVLQJXOD-
ridades pessoais, contextuais e sociais) para o reconhecimento e expressão de emo-
ções, regulação de emoções (gestão da ativação emocional para melhor funcionamento
FRJQLWLYRHVRFLDOHVROX©¥RGHSUREOHPDV'HPRGRJHUDODHGXFD©¥RHPRFLRQDOHVW£
UHODFLRQDGDDXPDPHOKRUVD¼GHSVLFRI¯VLFDPHOKRUFRQWUROHGRVLPSXOVRVPDLRURWL-
mismo, maior empatia e maior autocontrole em situações sociais (17,18).
Resiliência DICA
Desenvolver ações para promoção da resliência
para lidar com as situações da vida, especialmen- Acesse a ferramenta para
WHHPDGYHUVLGDGHVHGHVDȴRVGHIRUPDSRVLWLYDH promoção da resiliência:
mais assertiva (19). Cultivando a Resiliência
Autoestima e autoeficácia
Desenvolver atividades visando o autoconhecimento e autoestima adaptativos com
DSUHFLD©¥RGHVLPHVPRDIUHQWHDRVGLIHUHQWHVHVW¯PXORVH[WHUQRV(20,21).
Gestão de crises DICA

3URPRYHU R DXWRFRQKHFLPHQWR LGHQWLȴ-
cação de estressores, sinais de desconforto Acesse o Plano de Gestão de Crises:
HPRFLRQDOHD©·HVGHSURPR©¥RGHEHPHV- IHUUDPHQWDTXHFRODERUDFRPR
WDUVHJXUDQ©DHLQFHQWLYR¢EXVFDSRUDMXGD autoconhecimento, promoção
GHEHPHVWDUEXVFDGHDMXGDH
Esse recurso auxilia no autoconhecimento
promoção de cuidado e segurança.
para redução de comportamentos de risco e (Apêndice A)
momentos de crise(22). (Apêndice A)
DICA
Acesse o Post do Especialista e 9¯GHR(GXFDWLYRVREUHSURPR©¥RGDDXWRHȴF£FLD

Fortalecendo Fatores de Proteção
Reservas positivas e senso de esperança
'HVHQYROYHUD©·HVSRVLWLYDVFRPIRFRQRFXOWLYRRXDPSOLȴFD©¥RGHHYHQWRVHHPR©·HV
SRVLWLYDVSRGHPVHUFRPSOHPHQWDUHVDDWLYLGDGHVGHEHPHVWDU(PR©·HVDJUDG£YHLVV¥R
DVVRFLDGDVDKDELOLGDGHVDSULPRUDGDVSDUDUHVROX©¥RGHSUREOHPDVRWLPLVPRHHQIUHQWD-
mento da desesperança (21).
DICA
O Kit de Esperança e o Kit da GratidãoV¥RIHUUDPHQWDVTXHFRQWULEXHPQDSURPR©¥R
de reservas positivas e senso de esperança.
Estratégias adaptativas de enfrentamento
Discutir as estratégias de enfrentamento cognitivas, comportamentais e emocionais. A

DSUHQGL]DJHPUHȵH[¥RHDPSOLD©¥RGRUHSHUWµULRDGDSWDWLYRSRGHVHUUHOHYDQWHSDUDPHOKRU
HQIUHQWDPHQWRGHSUREOHPDVRXHVWUHVVRUHVVHMDPHOHVLQWHUSHVVRDLVRXDPELHQWDLV(23).
Resolução de problemas
DICA
Promover o desenvolvimento do autocon- Acesse a ferramenta para
trole, compreensão, aceitação, planejamento e UHȵH[¥R H SURPR©¥R GH
organização de estratégias mais saudáveis para 5HVROX©¥RGHSUREOHPDV
DUHVROX©¥RGHSUREOHPDV (22).
Relações interpessoais positivas
Favorecer o fortalecimento de relações interpessoais satisfatórias e rede de apoio.

6¥RY£ULRVRVEHQHI¯FLRVHLPSDFWRVSRVLWLYRVGRDSRLRVRFLDOQDUHGX©¥RGDYLRO¬QFLDDX-
WRLQȵLJLGDHVSHFLDOPHQWHQDDGROHVF¬QFLD2VXSRUWHVRFLDOHVW£DVVRFLDGRDPHQRVHIHL-
WRVQHJDWLYRVGHHVWUHVVHHPHQRVHQJDMDPHQWRHPYLRO¬QFLDDXWRLQȵLJLGDLPSRUWDQWH
LGHQWLȴFDUHIRUWDOHFHUDUHGHGHDSRLRRXVHMDDVSHVVRDVVLJQLȴFDWLYDVHDTXHODVTXHSR-
dem ser fontes de apoio (familiares, pares, comunidade, escola, igreja, entre outros) Ȃ.

Fatores gerais de proteção
Redução do estigma em saúde mental e compreensão da ALNS

3URPRYHUD©·HVTXHLQFHQWLYHPDFRPSUHHQV¥REXVFDSRUDSRLRHUHGX©¥RGHHVWLJPDOLJD-
do à saúde mental (16,27)
Redução de vulnerabilidades para grupos minoritários

ΖGHQWLȴFDUHLQWHUYLUVREUHFRQGL©·HVTXHSURGX]HPYXOQHUDELOLGDGHVVRFLDLVRXYLR-
lência estrutural; promover a inclusão (em escolas, universidades, empregos formais) e
suporte social a populações minoritárias (11,26);
Proteção contra maus tratos na infância

$XPHQWDUDFRQVFLHQWL]D©¥RGDSUHYHQ©¥RLGHQWLȴFD©¥RGHQ¼QFLDHPHOKRULDGRDFR-
lhimento relacionado aos maus tratos na infância (28);
Planos institucionais
3URPRYHURSUHSDURGHSURȴVVLRQDLVTXHWUDEDOKDPFRPDGROHVFHQWHVSDUDUHFRQKH-
FHUHLQWHUYLUHPGHPDQGDVUHODFLRQDGDV¢VD¼GHPHQWDOH$/16
Política Públicas
5HIRU©DUHDPSDUDUSRO¯WLFDVHD©·HVJHUDLVHHVSHF¯ȴFDVLQWHUVHWRULDLVGHSUHYHQ©¥R
acompanhamento e proteção ao adolescente.
DICA
9RF¬HQFRQWUDRXWUDVIHUUDPHQWDVVREUHDVD©·HVVRFLRHPRFLRQDLVQRPDWH-
rial: “Promoção de Saúde Mental em Pandemias e Situações de Desastres’’ e
em Y¯GHRVHGXFDWLYRVGR&(36QR<RXWXEH.

AVALIAÇÃO DA PESSOAS COM ALNS
A autolesão não suicida é um comportamento multifatorial,

ou seja, são vários fatores pessoais, sociais, culturais que con-
ȵXHPSDUDRHQJDMDPHQWRGDSHVVRDQRFRPSRUWDPHQWR2XWUD
FDUDFWHU¯VWLFDLPSRUWDQWHGDDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD«VXDSURSHQ-
V¥RDUHSHWL©¥RDSRVVLELOLGDGHGHHQGRVVDURFRPSRUWDPHQWRD
ORQJRSUD]RHUHODFLRQ£ORDUHVROX©¥RGHSUREOHPDVGHYLGDPD-
nejo de sentimentos, entre outras questões. Além da associação
DRXWURVFRPSRUWDPHQWRVGHULVFRVXLF¯GLRXVRGHVXEVW¤QFLDV
FRPSDUWLOKDPHQWRGHREMHWRVSHUIXURFRUWDQWHVUHOD©¥RVH[XDO
desprotegida, entre outros).
São vários os impactos do comportamento nas esferas pesso-

DLVHPRFLRQDLVHVRFLDLVDFXUWRHORQJRSUD]R1HVVHVHQWLGRR
DFROKLPHQWRVHPMXOJDPHQWRVDLGHQWLȴFD©¥RGHFDUDFWHU¯VWLFDV
LPSRUWDQWHVGRFRPSRUWDPHQWRHDVVRFLD©¥RDYXOQHUDELOLGDGHV
FRQWH[WXDLVV¥RQHFHVV£ULRVSDUDSRVVLELOLWDUXPDDVVLVW¬QFLDVLQ-
JXODUHSDXWDGDQDVHVSHFLȴFLGDGHVHYLY¬QFLDGHFDGDSHVVRD

1HVWH FDS¯WXOR VHU¥R DSUHVHQWDGRV WµSLFRV LPSRUWDQWHV SDUD D DYDOLD©¥R DEUDQJHQWH H
FRPSUHHQVLYDGDSHVVRDFRP$/16'HQWUHRVWµSLFRVGHDYDOLD©¥RHVW¥RDFRPSUHHQV¥R
do comportamento autolesivo não suicida, fatores de risco e proteção, compreensão das
funções, sentimentos, experiências e necessidades, avaliação da relação com comporta-
mento suicida, necessidades e experiências em acompanhamentos de saúde, estratégias e
recursos de suporte.
Preparando-se para Iniciar a Avaliação
8WLOL]DUXPDDERUGDJHPFRPSUHHQVLYDHDFROKHGRUD
(VFROKHUXPDPELHQWHDGHTXDGR
&HUWLȴFDUVH GH TXH K£ FRPSUHHQV¥R GRV WHUPRV XWLOL]DGRV OLJDGRV ¢ $/16 DQWHV GH
iniciar questionamentos;
Evitar o uso excessivo de perguntas que induzam respostas dicotômicas (sim e não) e
XWLOL]DUSHUJXQWDVTXHSURSLFLHPUHȵH[¥RHDXWRFRQKHFLPHQWR
Evitar a patologização do comportamento e o apoio pontual focado nas lesões (8).
Investigando o Comportamento Autolesivo
Todo acolhimento e avaliação é realizado a partir dos estressores, situações associadas

DRFRPSRUWDPHQWRGHDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD7DPE«PV¥RLQVHULGRVDOJXQVVXEWµSLFRVTXH
SRGHPDX[LOLDUQDDYDOLD©¥RGDVQHFHVVLGDGHVGDSHVVRDFRPDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD1RTXD-
GURDEDL[RHVW¥RFDUDFWHU¯VWLFDVUHODFLRQDGDVDRFRPSRUWDPHQWRGHDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD
Crenças prejudiciais relacionadas a ALNS.
&DUDFWHU¯VWLFDVSDUDDYDOLD©¥RLQL-
cial do comportamento de ALNS 'HVFUL©¥R
ΖQ¯FLR H IUHTX¬QFLD HVWLPDGRV GR 2 LQ¯FLR SUHFRFH H HOHYD©¥R GD IUHTX¬QFLD GL£ULD RX
comportamento autolesivo. semanal) são aspectos de risco.
Frequência, intensidade e duração Frequência e intensidade de pensamento e desejo de

GHSHQVDPHQWRVVREUH$/16 $/16 ΖQYHVWLJDU WDPE«P D GXUD©¥R HQWUH R SHQVD-
mento e o comportamento. Geralmente quanto maior
impulsividade e mais intensidade e frequência de pen-
samentos maior o envolvimento no comportamento.
ΖQWHQVLGDGHGDVHQVD©¥RGHGRUI¯VL- 6HQWLUGRUGXUDQWHRDWRGH$/16SRGHVHUIDWRUDWHQX-
FDGXUDQWHD$/16 DGRUΖQYHVWLJDUDXPHQWRGROLPLDUGHGRUHWDPE«PR
uso de anestésicos ou medicações de entorpecimento
associados ao comportamento.

Métodos e tipos da autolesão não Progressivamente a pessoa pode adotar diferentes
suicida. P«WRGRV REMHWRV H WLSRV GH $/16 FRUWH FXWXFDU
IHULGDVEDWHUDFDEH©DΖQYHVWLJDUSRWHQFLDOLQIHFFLRVR
e letalidade do método.
Tipos de lesões 6¥R FRPXQV OHV·HV VXSHUȴFLDLV H GH EDL[D OHWDOLGDGH

HPUHJL·HVDQWHEUD©RVDEG¶PHQHSHUQDVΖQYHVWLJDU
letalidade e potencial de dano.
Atividades cotidianas Relação do comportamento e as atividades cotidia-

nas: interferências, reforço positivo (aceitação, per-
tencimento, romatização, contágio).
Associação de outros comportamen- 3RVVLELOLGDGH GH HQYROYLPHQWR HP RXWURV FRPSRU-

tos de risco WDPHQWRV GH ULVFR XVR GH VXEVW¤QFLDV FRPSDUWLOKD-
mento de perfurocortantes, sexo desprotegido, vio-
lência). Investigar envolvimento para planejamento
do acompanhamento.
Cuidados usuais (prévios e atuais) Investigar a disposição para o cuidado das lesões e
com as lesões meios para cuidado (estancamento, uso de medica-
mentos, potencial infeccioso), comunicação de ajuda
e compreensão dos serviços de saúde próximos, caso
necessário.
Percepções/ representações de cica- São descritas representações de vergonha a supera-

trizes ção do comportamento. Investigar representação das
cicatrizes e relação de retroalimentação do comporta-
PHQWRRXSUHMX¯]RSHVVRDOHVRFLDO
Ζ03257$17( D DYDOLD©¥R SUHFLVD VHU DGDSWDGD DR FRQWH[WR SHVVRDO H VRFLDO GD SHVVRD
com autolesão não suicida. A literatura aponta circunstâncias que estão relacionadas a
PDLRUULVFRPDLRUWHPSRGHLQ¯FLRGRFRPSRUWDPHQWRDOWDIUHTX¬QFLDGL£ULDRXVHPDQDO
JUDQGHOLPLDUGHGRURXEXVFDGHPHLRVSDUDUHGX©¥RGDGRUI¯VLFDGXUDQWHRVDWRVPDLRU
letalidade dos métodos e pouco controle (ou seja, maior impulsividade para o ato). É neces-
sário que essas circunstâncias sejam avaliadas em conjunto com os outros aspectos ligados
à realidade pessoal e social da pessoa com autolesão não suicida.

Avaliação da Pessoa com ALNS
Conhecendo Fatores de Risco e Proteção
2FRQKHFLPHQWRVREUHIDWRUHVGHULVFRHSURWH©¥RDX[LOLDQRGHVHQYROYLPHQWRGHD©·HV
GH SUHYHQ©¥R LQWHUYHQ©·HV SUHFRFHV H QR DFRPSDQKDPHQWR $ $/16 Q¥R « FDXVDGD SRU
fatores isolados, pois é mediada por múltiplos fatores(28).
Síntese dos principais fatores de risco para autolesão não suicida
*¬QHURHVH[XDOLGDGHIHPLQLQRSRSXOD©¥ROJEWTLDHVSHFLDOPHQWHWUDQVH[XDLV
)DWRUHVLQWUDSV¯TXLFRVGHVUHJXOD©¥RHPRFLRQDOFDWDVWURȴ]D©¥RUXPLQD©¥R(26), impulsivi-
dade (29,30), desesperança, desamparo (31)EDL[DDXWRHVWLPDDXWRFU¯WLFD(32).
(VWUHVVRUHV eventos estressores (29,33)PDXVWUDWRVQDLQI¤QFLDDEXVRI¯VLFRDEXVRHPRFLR-

QDODEXVRVH[XDO(34,35)QHJOLJ¬QFLDHPRFLRQDOQHJOLJ¬QFLDI¯VLFD(6,28,35).
7UDQVWRUQRVPHQWDLV transtornos de humor, transtornos de personalidade (6)GLVW¼UELRVH

experiências dissociativas (36)GLVW¼UELRVGHLPDJHPHDOLPHQWDU(37,38)XVRGHVXEVW¤QFLDV(33);
)DWRUHVUHODFLRQDGRV¢IDP¯OLDLQVWDELOLGDGHIDPLOLDUUHOD©·HVFRQȵLWDQWHVRSLQL·HVQHJD-
WLYDVGRVIDPLOLDUHVQHJOLJ¬QFLDDEXVRHVWLORGHGLVFLSOLQDDXWRULW£ULRKLVWµULFRGHSUREOH-
mas em saúde mental (1,33);
)DWRUHVUHODFLRQDGRVDRVSDUHVIDOWDGHDPLJRV¯QWLPRVKLVWµULFRGHVXLF¯GLRGHDPLJRV
comportamento de autolesão de amigos (33), bullying (26), efeito imitativo.
)DWRUHV6RFLDLVQ¥RSHUWHQFLPHQWRHEDL[RDSRLRVRFLDO(12), vergonha (20,33), estigma, precon-

ceito, violência e negligência social;
)DWRUHVOLJDGRV¢V0¯GLDVWLSRVGHLQIRUPD©·HVDFHVVDGDVLQȵX¬QFLDGHP¯GLDVVREUHFRP-
SUHHQV¥R GH VL YLY¬QFLD GH YLRO¬QFLD YLUWXDO H[SRVL©¥R D LPDJHQV H Y¯GHRV GHVFULWLYRV GH
OHV·HVFRQWDWRFRPLQIRUPD©·HVRXGLVFXUVRVSUµDXWROHV¥RQ¥RVXLF¯GDHQWUHRXWURV
2
3DFLHQWHVFRPKLVWµULFRGH$/16WDPE«PUHODWDUDPWD[DVPDLVDOWDVGHH[SHUL¬QFLDVGLVVRFLDWLYDVΔVVRUDWLȴFDDQHFHV-
sidade de avaliar não somente os distúrbios dissociativos, mas também as experiências dissociativas (36).
Compreendendo sentimentos, experiências e necessidades
LPSRUWDQWHFRPSUHHQGHUTXHDDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGDSRGHWHUDOJXPDVIXQ©·HVHVSHF¯ȴ-
cas para as pessoas que a praticam (26)3RGHKDYHUP¼OWLSODVIXQ©·HVGH$/16VREUHSRVWDVRX
LQWHUHODFLRQDGDV'LIHUHQWHVIXQ©·HVSRWHQFLDOPHQWHHQYROYHPGLIHUHQWHVQHFHVVLGDGHVFO¯QL-
cas. Por exemplo, para a função de regulação de emoções é viável estratégias que auxiliem
QHVVDVKDELOLGDGHVPDVSDUDDIXQ©¥RGHDXWRSXQL©¥RSRGHVHUPDLVDSURSULDGDDWHUDSLD
focada, por exemplo, na compaixão (39).

)XQ©·HVPDLVIUHTXHQWHV
*HUHQFLDPHQWRGHDȵL©¥RHUHJXOD©¥RGHHPR©·HVJHUHQFLDPHQWRHYDV¥RRXIXJDGHXP
estado interno indesejado);
ΖQȵX¬QFLDLQWHUSHVVRDOFRPXQLFDUSUREOHPDRXLQȵXHQFLDUDPELHQWHH[WHUQR
- Autopunição;
'LVVRFLD©¥RLQGX]LUH[SHUL¬QFLDVGLVVRFLDWLYDVFRPRHYLWDUVHQWLUDOJRHȴFDUHQWRUSHFLGR
- Procurar excitação (sentir algo, gerar algum sentimento);
(YLWDUVXLF¯GLRPDLRULDGRVHVWXGRVUHODWDUDPDXWRVHJXUDQ©DSDUDGHȴQLURXVRGHDXWROH-
V¥RSDUDHYLWDURVXLF¯GLR
- Manutenção ou exploração de limites (confusão de sentimentos e necessidade de usar a
autolesão para delimitar limites);
- Lidar com sexualidade (encontrado em poucos estudos).
)XQ©·HVDGLFLRQDLV
- Experiência positiva (autolesão para gerar sensações confortantes, agradáveis, por exem-
plo gostar do sangue, da dor);
$XWROHV¥RSDUDDXWRGHȴQL©¥RDXWRYDOLGD©¥RHVWDUVREFRQWUROHVHQWLUSDUWHGHXPJUXSR
‘sentimento de pertença’).
$SµVRHQYROYLPHQWRFRP$/16RMRYHPSRGHVHQWLUDXPHQWRGHHPR©·HVQHJDWLYDVHQ¥R
VRPHQWHRDO¯YLRGHVHQWLPHQWRVDQWHULRUHVDOHV¥R(40)3RULVVR«QHFHVV£ULRLQYHVWLJDUWDPE«P
DVHPR©·HVDSµVRDWRGH$/16HDVFRQVHTX¬QFLDVSHUFHELGDVSRVLWLYDVHQHJDWLYDV
Diferenciando Comportamento Suicida e Autolesão não Suicida
(PERUDD$/16Q¥RSRVVXDLQWHQFLRQDOLGDGHVXLFLGDHODSRGHVHVREUHSRUDRFRPSRUWD-
PHQWRVXLFLGD+£VLWXD©·HVHPTXHD$/16«XWLOL]DGDFRPRPHLRSURYLVµULRSDUDHYLWD©¥R
RXDGLDPHQWRGRVXLF¯GLRRXDO¯YLRGHSHQVDPHQWRVVXLFLGDV(3,41)7RGDYLDD$/16«XPSUH-
GLWRULPSRUWDQWHSDUDRVXLF¯GLRIXWXUR(42).
$OJXQVSHVTXLVDGRUHVGHVWDFDPDGLȴFXOGDGHHPDOJXQVFDVRVHPGLVWLQJXLURFRPSRU-
WDPHQWR VXLFLGD GD $/16 (QWUHWDQWR UHVVDOWDVH D QHFHVVLGDGH GD DYDOLD©¥R GD SUHVHQ©D
de intencionalidade suicida. A seguir estão descritos aspectos para auxiliar na avaliação de
intencionalidade e risco suicida:

Tentativas suicidas prévias (gravidade das lesões e métodos);

3HQVDPHQWRVGHDFDEDUFRPDSUµSULDYLGDLQ¯FLRLQWHQVLGDGHIUHTX¬QFLDRFRUU¬QFLDGX-
UDQWHRDWRGH$/16HVWDGRDWXDOSHUVSHFWLYDVVREUHWDLVSHQVDPHQWRV
Existência de plano suicida (preparo prévio, comunicação do plano a terceiros, convicção
em efetivar o plano);
Acesso a métodos letais;
Expectativas futuras e razões para viver.
LPSRUWDQWHFRPSUHHQGHUTXHHPFDVRGHLQWHQFLRQDOLGDGHVXLFLGDHULVFRGHVXLF¯GLRR
adolescente precisa de acompanhamento e estratégias de segurança adequados, além de
seguimento a curto prazo e planejamento a longo prazo para acompanhamento do compor-
tamento.
DICA
3DUDPDLVLQIRUPD©·HVVREUHDYDOLD©¥RGR
ULVFRGHVXLF¯GLRDFHVVHRY¯GHR “Avaliação do
Comportamento Suicida”.
Acompanhando a saúde e saúde mental
Investigar o acompanhamento em saúde e saúde mental e as experiências desses acom-

panhamentos
$FRPSDQKDPHQWRHTXDOLGDGHGRY¯QFXORFRPSURȴVVLRQDLVGHVD¼GHSU«YLRHDWXDO
Diagnósticos de transtornos mentais;
Tratamento medicamentoso;
Identificando Estratégias e recursos de apoio
ΖGHQWLȴFDUXVRHSHUVSHFWLYDVVREUHHVWUDW«JLDVHUHFXUVRVDWXDLVGHDSRLRSHQVDQGRHP
SRVVLELOLGDGHVGHUHȴQDUWDLVDVSHFWRVQRDFRPSDQKDPHQWR
+DELOLGDGHVSDUDUHFRQKHFLPHQWRHJHVW¥RGHHPR©·HVHLPSXOVRV
+DELOLGDGHVSDUDUHVROX©¥RGHSUREOHPDV
)RUPDVGHFRPXQLFD©¥RVREUHDVSUµSULDVHPR©·HVHQHFHVVLGDGHV
Estilo de vida atual e funcionamento interpessoal, acadêmico;
0RWLYRVLGHQWLȴFDGRVSDUDLQWHUURPSHUD$/16
([SHUL¬QFLDVHVWUDW«JLDVGHUHGX©¥RRXLQWHUUXS©¥RGD$/16
4XDLVSHVVRDVHVSHFLDOPHQWHDGXOWRVVDEHPGD$/16
)RQWHVGHDSRLRHIRUPDVGHEXVFDDMXGD

Relacionando Internet e autolesão não suicida
1DDVVLVW¬QFLDHPVD¼GHDWXDO«LPSRUWDQWHFRQVLGHUDURLPSDFWRQDLQWHUQHWQRVFRPSRU-
WDPHQWRVHPVD¼GHHDVSRVVLELOLGDGHVGHLQWHUYHQ©·HVUHODFLRQDGDV¢DRDPELHQWHYLUWXDO
GLFDVGHEHPHVWDUHRS©·HVGHFRQWH¼GRVFRQȴ£YHLVVREUHD$/16HVD¼GHPHQWDO(1).
Tópicos para avaliação da relação entre internet e autolesão não suicida.
8VRHPRWLYD©¥R tempo diário de uso da internet; tipo de conteúdo acessado ligado à vio-
O¬QFLDDXWRLQȵLJLGDWLSRGHLQWHUD©¥RSRVWDFXUWHFRPHQWDHFRPSDUWLOKDVHQWLPHQWRVHP
UHOD©¥RDRVFRQWH¼GRVVREUHYLRO¬QFLDDXWRLQȵLJLGD
&RQWH¼GRVHH[SUHVV·HVH[SHUL¬QFLDVSHVVRDLVFRPYLRO¬QFLDDXWRLQȵLJLGDQDLQWHUQHWH[-
SUHVV¥RGHVHQWLPHQWRVHFRPSRUWDPHQWRVHPP¯GLDVYLUWXDLVFRQWH¼GRVH[SUHVVRVDJUHV-
V¥RPHODQFROLDFXOSDELOL]D©¥RFRPSUHHQV¥RSRWHQFLDLVJDWLOKRV
5HOD©·HVYLUWXDLV participação e relação próxima com pessoas em grupos/páginas na in-

WHUQHWVREUH$/16WLSRGHUHOD©¥RSUHYHQ©¥RDSRLRRXUHIRU©RGD$/16VHDOJXPDGXOWR
SUµ[LPRVDEHGRXVRGDLQWHUQHWOLJDGRDRDXWRGDQR
&RPSRUWDPHQWRV LPLWDWLYRV RX YDORUL]DGRV estereótipos midiáticos, impacto das rea-

©·HVDSRVWDJHQVHIHLWRLPLWDWLYRGHUHGHVVRFLDLVZHEV«ULHVV«ULHVȴOPHVHQWUHRXWURVH
comportamentos de risco.
9LRO¬QFLDYLUWXDOFRQWDWRFRPIRUPDVGHYLRO¬QFLDYLUWXDOFLEHUEXOO\LQJVH[WRUV¥RYLRO¬Q-
cia contra a vida ou outras), conhece canais de ajuda e denúncia.
Adaptado de Costa, Silva, Vedana, 2018; Vedana, Pereira, Di Donato, Vanzela, 2018; Vedana, Silva,
Pereira, Silva, 2018; Vedana, Di Donato, Silva, Pereira, Miasso, Zanetti, Borges, 2018)
1HVWHFDS¯WXORWURX[HPRVWµSLFRVLPSRUWDQWHVSDUDDDYDOLD©¥RFRPSUHHQVLYDHDEUDQ-
gente de pessoas com autolesão não suicida. Cada pessoa é singular e a avaliação precisa
estar amparada na compreensão da singularidade, contexto, fragilidades e riscos e as po-
WHQFLDOLGDGHVHVXSRUWH1RTXDGURDVHJXLUDSUHVHQWDPRVXPDV¯QWHVHGRVWµSLFRVGHDYD-
OLD©¥RFRPH[HPSORVSRVV¯YHLVSDUDXVRGDLQYHVWLJD©¥RGRFRPSRUWDPHQWR

Síntese de tópicos e exemplos de abordagem para ALNS:
$FROKLPHQWRHPS£WLFR empatia, ética, não julgar, não invalidar ou reduzir as vivências, evitar
a patologização do comportamento e avaliar a condução de diálogos.
Exemplo: Posso imaginar o quanto é difícil para você falar sobre isso comigo, mas quero que saiba que
realmente quero compreender o que está acontecendo e juntos construirmos as melhores possibilidades
para apoiá-lo(a).
&DUDFWHU¯VWLFDV GD DXWROHV¥R Q¥R VXLFLGD GDWD HVWLPDGD GH LQ¯FLR IUHTX¬QFLD WLSRV GH
métodos utilizados, letalidade e risco infeccioso do método, controle do comportamento,
interferência no cotidiano, comportamentos de risco associados, cuidados com as lesões;
Exemplo: Você poderia me dizer quando começou o comportamento, pode ser de forma aproximada.
Nessa última semana você se envolveu ou autolesionou (é interessante trazer o termo que o adoles-
cente utiliza) quantas vezes no comportamento? E no último mês? Você utiliza qual(is) forma(s) ou
método(s) para o comportamento? Você já compartilhou algum método ou objeto com outra(s) pes-
soa(s)? Como você compreende esse compartilhamento? Conta um pouco sobre como é o processo
da vontade de se autolesionar ou machucar. Você tentou ou conseguiu controlar essa vontade? Se
sim, como foi? Como se sente com essas experiências? Você percebe algum impacto da autolesão ou
automutilação na sua vida (pessoal e social)?
)DWRUHVGHULVFRHSURWH©¥RV¥RFDUDFWHU¯VWLFRVGDYLY¬QFLDSHVVRDOHVRFLDOGRDGROHVFHQWH
Ζ03257$17( 2VIDWRUHVGHULVFRHSURWH©¥RV¥RLGHQWLȴFDGRVGXUDQWHWRGRRDFROKLPHQWR
HDFRPSDQKDPHQWRHQ¥RV¥RQHFHVV£ULDVSHUJXQWDVGLUHWLYDVVREUHTXDLVV¥RRVIDWRUHVGH
risco e proteção, mas a percepção e extração desses aspectos e perspectivas no discurso do
adolescente.
&RPSUHHQV¥R GDV PRWLYD©·HV IXQ©·HV H VHQWLPHQWRV importante para aproximar da

FRPSUHHQV¥RHVLJQLȴFDGRGRFRPSRUWDPHQWRSDUDRDGROHVFHQWHHLGHQWLȴFDUSRVVLELOLGDGHV
de intervenções.
Exemplo: O que a autolesão ou automutilação (é interessante trazer o termo que o adolescente utiliza)
VLJQLȴFDSDUDYRF¬"2TXHYRF¬VHQWHDQWHVGHDXWROHVLRQDURXPDFKXFDU"(GHSRLV"&RPRYRF¬OLGDFRP
HVVHVVHQWLPHQWRV"9RF¬FRQVHJXHLGHQWLȴFDUVLWXD©·HVTXHDXPHQWDPDYRQWDGHGHVHPDFKXFDU"
Intencionalidade: associação com comportamento suicida (tentativas suicidas prévias, in-

WHQFLRQDOLGDGHGHȴQGDUDSUµSULDYLGDSODQRVXLFLGDOHWDOLGDGHDFHVVLELOLGDGH¢P«WRGRV
de perpetração);

Exemplo: Quando se machuca ou autolesiona você pensa em morrer? Você já pensou ou tentou se
matar ou em suicídio (é interessante trazer o termo que o adolescente utiliza)? Você já pensou como
se matar? Como são esses pensamentos? Caso sim, você tem acesso a esse método que descreveu?
Ζ03257$17(&DVRLGHQWLȴFDGDDLQWHQFLRQDOLGDGHVXLFLGD«LPSRUWDQWHSULRUL]DUPHGLGDV
de segurança para o adolescente.
([SHUL¬QFLDVFRPVHUYL©RVGHVD¼GHHVXSRUWHWUDQVWRUQRVPHQWDLVRXRXWUDVFRPRUEL-
dades importantes, experiências prévias com serviços de saúde e vinculação;
([HPSOR9RF¬M£SURFXURXDMXGDDQWHV"&DVRVLPLGHQWLȴFDUVHFRPDPLJRVIDPLOLDUHVDGXOWRVSUµ-
ximos. Como foi para você? Caso tenha sido em serviços de saúde, como foi essa experiência?
(VWUDW«JLDVHUHFXUVRVGHDSRLRKDELOLGDGHVVRFLRHPRFLRQDLVH[SHUL¬QFLDVSU«YLDVGHLQ-
terrupção ou redução do comportamento, situação atual para mudança, pessoas (em espe-
FLDODGXOWRVTXHVDEHPVREUHRFRPSRUWDPHQWR
([HPSOR$SDUWLUGDVIXQ©·HVLGHQWLȴFDGDVDQWHULRUPHQWHLGHQWLȴFDUWHQWDWLYDVGHFRQWUROHLQWHUUXS-
ção ou redução do comportamento. Sobre as tentativas de controle ou interrupção (de acordo com
discurso do adolescente) o que foi mais difícil? Como você acredita que eu e outras pessoas podemos
te ajudar?
ΖQWHUQHWHDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD motivação e uso relacionados a autolesão não suicida

EXVFDGHLQIRUPD©·HVH[SUHVV¥RVREUHRFRPSRUWDPHQWRH[SHFWDWLYDVUHOD©·HVYLUWXDLV
comportamentos imitativos ou supervalorizados, vivência de violência virtual.
([HPSOR9RF¬M£SHVTXLVRXVREUHRFRPSRUWDPHQWRQDLQWHUQHW"2TXHDFKRXGDVLQIRUPD©·HVTXH
encontrou? Participa de grupos sobre autolesão ou automutilação? Já comunicou sobre o comporta-
mento (vontade, ferimentos, estressores) na internet? Outras pessoas na internet sabem do comporta-
PHQWRHGHRXWUDVYLY¬QFLDVSHVVRDLV"&DVRVLPFRPRV¥RHVVDVUHOD©·HV"
$DYDOLD©¥RQ¥RVHOLPLWDDRVH[HPSORVH[SRVWRVHQ¥RSUHFLVDVHUUHDOL]DGDQHVVDPHVPD
VHTX¬QFLDLPSRUWDQWHDGDSWDUHWUDEDOKDUDDYDOLD©¥RGHDFRUGRFRPIDWRUHVSHVVRDLV
HFRQWH[WXDLVQHFHVVLGDGHVHVSHF¯ȴFDVGDHWDSDGRGHVHQYROYLPHQWRHIRUPDVGHFRPX-
QLFD©¥RPDLVDVVHUWLYDV
Adaptado (Klonsky, 2014; Koening, Thayer, Kaess, 2016; Westers, Muehlenkamp, Lau, 2016; Bunderla; Kumperscak, 2017;
Rodrígues-Blanco; Carballo; Baca-García, 2018; Burke; Ammerman; Jacobucci, 2019)

ACOMPANHAMENTO DE PESSOAS COM ALNS
$SµVDDYDOLD©¥RDEUDQJHQWH«RPRPHQWRGHLGHQWLȴFDUDV
SRVVLELOLGDGHVGHDFRPSDQKDPHQWRGDSHVVRDFRPDXWROHV¥R
não suicida. É importante compreender que o acompanhamen-
WRQ¥RVHUHVWULQJHDLQWHUUXS©¥RDEUXSWDGRFRPSRUWDPHQWR
mas a aprendizagem de novos recursos para lidar com as situa-
ções estressoras e complexas da vida e o fortalecimento dos fa-
tores protetivos a longo prazo. Por se tratar de comportamento
multifatorial, o acompanhamento pode envolver variadas ações
GHFXLGDGR'HVVDIRUPDFRQWDUFRPDFRQWULEXL©¥RGHRXWURV
SURȴVVLRQDLVHGDUHGHGHDSRLRSRGHFRODERUDUDHVFROKDGDV
PHOKRUHVSRVVLELOLGDGHVGHDFRPSDQKDPHQWR
É importante enfatizar o protagonismo da pessoa em seu

FXLGDGR&RQYHUVDUVREUHDIRUPDTXHGHVHMDVHUDFRPSDQKD-
GDVREUHOLPLWHVHQHFHVVLGDGHVHGLIHUHQWHVDSUHQGL]DGRVIRU-
WDOHFHDDGHV¥RDRDFRPSDQKDPHQWRSURȴVVLRQDOHRSUµSULR
HPSRGHUDPHQWRGRLQGLY¯GXR3RUȴP«QHFHVV£ULRTXHWRGDV
as intervenções sejam adaptadas de acordo com o contexto
pessoal, social e cultural da pessoa com autolesão não suicida.

Acompanhamento de Pessoas com ALNS
1HVWDVH©¥RYRF¬HQFRQWUDU£D©·HVGHFXLGDGRV¢SHVVRDFRPDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD2
REMHWLYRGRDFRPSDQKDPHQWRQ¥RVHUHVWULQJH¢LQWHUUXS©¥RGD$/16PDVLQFOXLRDSUHQGL-
]DGRGHKDELOLGDGHVVRFLRHPRFLRQDLVFRPXQLFD©¥RHQWUHRXWURVUHFXUVRVQHFHVV£ULRTXH
as intervenções sejam adaptadas de acordo com o contexto social, contexto pessoal, idade
HVHMDPUHDOL]DGDVHPWUDEDOKRLQWHUGLVFLSOLQDU(16,43).
Cuidados com as lesões
&RQVLGHUDQGRTXHD$/16SRGHFDXVDUFRQVHTX¬QFLDVV«ULDVFRPRLQIHF©·HVFLFDWUL-
]HVGDQRVQRVQHUYRVSHUGDVDQJX¯QHDFRPULVFRGHYLGDHGRHQ©DVLQIHFWRFRQWDJLRVDV
(7,44)
SRGHPVHUQHFHVV£ULRVFXLGDGRVHVSHF¯ȴFRVFRPDVOHV·HVDGHSHQGHUGDH[WHQV¥R
FDUDFWHU¯VWLFDVGDVOHV·HVHKLVWµULFRFO¯QLFRGRDGROHVFHQWH
1RFRPSRUWDPHQWRGHDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGDV¥RFRPXQVQ¼PHURHOHYDGRGHOHV·HV
VXSHUȴFLDLVHGHSHTXHQDH[WHQV¥RVHQGRSRVV¯YHORFXLGDGRGRPLFLOLDUFRPROLPSH]DH
WDPSRQDPHQWR(QWUHWDQWRDOJXQVFDVRVSRGHPWHUFRQVHTX¬QFLDVI¯VLFDVLPSRUWDQWHV
FRPRLQIHF©·HVGDQRVDRVQHUYRVSHUGDVDQJX¯QHDFRPULVFRGHYLGDHGRHQ©DVLQIHF-
tocontagiosas (7,44). É importante que o cuidado não seja vinculado as lesões, mas aos
estressores que antecederam as lesões.
Notificação da autolesão
&DVRVVXVSHLWRVRXFRQȴUPDGRVGH$/16ID]HPSDUWHGDOLVWDGHGRHQ©DVDJUDYRV
H HYHQWRV GH VD¼GH S¼EOLFD GH QRWLȴFD©¥R FRPSXOVµULD LPHGLDWD RX VHMD GHYHP VHU
QRWLȴFDGDVGHQWURGHKRUDVSHORVHVWDEHOHFLPHQWRVGHVD¼GHS¼EOLFRHSULYDGRV¢V
DXWRULGDGHVVDQLW£ULDV$QRWLȴFD©¥RFRPSXOVµULDWHPFDU£WHUVLJLORVRHDVDXWRULGDGHV
TXHDWHQKDPUHFHELGRȴFDPREULJDGDVDPDQWHUVLJLORȂ.
DICA
$FHVVRDPDWHULDLVSDUDOHLWXUDFRPSOHPHQWDUVREUHQRWLFD©¥RGDDXWROHV¥RQ¥R
suicida:
• Lei 13.819/2019ΖQVWLWXLD3RO¯WLFD1DFLRQDOGH3UHYHQ©¥RDDXWRPXWLOD©¥RQ¥R

VXLFLGDHRVXLF¯GLR;
• Decreto 10.225/2020ΖQVWLWXLR&RPLW¬*HVWRUGD3RO¯WLFD1DFLRQDOGH3UHYHQ©¥R

D$XWRPXWLOD©¥R1¥R6XLFLGDHR6XLF¯GLRUHJXODPHQWDD3RO¯WLFD1DFLRQDOHHVWD-
EHOHFHQRUPDVUHODWLYDV¢QRWLȴFD©¥RFRPSXOVµULDGHYLRO¬QFLDDXWRSURYRFDGD;
• Lei 6.259/1975'LVS·HVREUHDRUJDQL]D©¥RGDVD©·HVGH9LJLO¤QFLD(SLGHPLROµ-

JLFDVREUHR3URJUDPD1DFLRQDOGHΖPXQL]D©·HVHVWDEHOHFHQRUPDVUHODWLYDV¢
GRHQ©DVGHQRWLȴFD©¥RFRPSXOVµULDHG£RXWUDVSURYLG¬QFLDV

Redução de danos, substituições e adiamento
LPSRUWDQWH FRPSUHHQGHU TXH D DXWROHV¥R Q¥R VXLFLGD SRVVXL FDUDFWHU¯VWLFDV GH

FRPSRUWDPHQWRVGHSHQGHQWHVRTXHSRGHGLȴFXOWDURSURFHVVRGHLQWHUUXS©¥RHSRV-
VLELOLGDGHGDRFRUU¬QFLDGHUHFD¯GDVGHVVDIRUPDUHFRPHQGDPRVRDFRPSDQKDPHQWR
gradual e pautado na redução de danos (48) e reconhecimento de conquistas.
$VVXEVWLWXL©·HVSRUHVWUDW«JLDVFRPPHQRUULVFRSRGHPDX[LOLDUQRSURFHVVRGHPL-
QLPL]D©¥RGHGDQRV6XEVWLWXLURP«WRGRXVDGRSDUDD$/16SRUDOWHUQDWLYDVTXHSUR-
PRYDPEHPHVWDUHVHJXUDQ©DSRGHPVHUGLDORJDGDVHFRQVWUX¯GDVFRPRDGROHVFHQWH
LPSRUWDQWHFRPSUHHQGHUTXHDVVXEVWLWXL©·HVSUHFLVDPVHUSRQGHUDGDVHGLVFXWLGDV
com adolescente e familiares.
DICA
A redução de danos é a minimização de danos orgânicos e sociais decor-
rentes de situação dependente.
• 9RF¬SRGHFRPSUHHQGHUPHOKRUVREUHDUHGX©¥RGHGDQRVQRSRVW
do especialista Redução de danos uma prática a favor da singularida-
de e na Portaria nº 1.028/ (Determina as ações que visam a redução
GHGDQRVVRFLDLVH¢VD¼GHGHFRUUHQWHVGRXVRGHSURGXWRVVXEVW¤Q-
cias ou drogas que causem dependência)
$$/16SRGHHVWDUUHODFLRQDGD¢LPSXOVLYLGDGHIUHQWHDHVWUHVVRUHVGHIRUPDTXHR
adolescente pode se engajar no comportamento de forma impulsiva. Adiar o compor-
tamento pode ser útil para apaziguar estados emocionais e evitar o comportamento.
2WHPSRFRPELQDGRFRPRDGROHVFHQWHLQLFLDOPHQWHFXUWRVSHU¯RGRVTXHSRGHPVHU
acrescido durante o acompanhamento(49)'XUDQWHRSHU¯RGRGHDGLDPHQWRGD$/16«
UHFRPHQG£YHO HQYROYHU R DGROHVFHQWH HP DWLYLGDGHV TXH WUDJDP EHPHVWDU DO¯YLR RX
UHGX©¥RGRGHVHMRGHSUDWLFDUD$/16$VHVWUDW«JLDVSDUDDWLQJLUWDLVREMHWLYRVGHYHP
VHUHODERUDGDVFRQIRUPHQHFHVVLGDGHVSUHIHU¬QFLDVHRFRQWH[WRGRDGROHVFHQWH9RF¬
HQFRQWUD RS©·HV VREUH HVVH DVVXQWR WµSLFR Ȋ)RUWDOHFHQGR )DWRUHV GH 3URWH©¥Rȋ GHVWH
HERRN
As ações de redução de danos podem requerer a prevenção de doenças infectoconta-
JLRVDVSHORFRPSDUWLOKDPHQWRSHUIXURFRUWDQWHVSDUDD$/16QHFHVV£ULRUHDOL]DUD©¥R
educativa e motivacional para que seja evitado o uso compartilhado de perfurocortan-
tes. As restrições de acesso a perfurocortantes, que podem favorecer o compartilha-
PHQWRGHSHUIXURFRUWDQWHVHPERUDSRVVDPVHULPSRUWDQWHVHPFRQGL©·HVQDVTXDLV
K£ULVFRGHVXLF¯GLRRXVLQWRPDVVHYHURV

Acompanhamento de Pessoas com ALNS
Intervenções Socioemocionais
As intervenções socioemocionais são importantes aspectos do acompanhamento da

SHVVRD FRP $/16 2 SODQHMDPHQWR GHVVDV LQWHUYHQ©·HV GHYH FRQVLGHUDU RV DVSHFWRV
DERUGDGRVQRVWµSLFRVGHVWHHERRNUHODFLRQDGRV¢Ȋ$YDOLD©¥RGDSHVVRDFRP$/16ȋH
“Fortalecendo Fatores de Proteção”.
O acompanhamento dos adolescentes pode ser realizado de forma individual e grupal,
respeitando as demandas e etapas do processo e do adolescente. De forma geral o
DFRPSDQKDPHQWR IRFDOL]D FXLGDGRV GH EHPHVWDU DXWRHVWLPD HVWUDW«JLDV GH HQIUHQ-
WDPHQWRVHQWLPHQWRVSRVLWLYRVSU£WLFDVGHDWLYLGDGHI¯VLFDSDUWLFLSD©¥RHPJUXSRVGH
apoio social (11,44), além das outras estratégias de cuidado.
Acompanhamento Psicoterapêutico
$OLWHUDWXUDGHVFUHYHERQVUHVXOWDGRVQRDFRPSDQKDPHQWRGDDXWROHV¥RQ¥RVXLF¯GD
com a utilização da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), Terapia Dialético Compor-
tamental (TDC), Terapia Focada na Compaixão (TFC) (26,44,51)1HPWRGRDFRPSDQKDPHQWR
será pautado com foco essencial na emoção, por exemplo na Alexitimia, pois requer
insightsHPRFLRQDLV'HVWDFDVHTXH«LPSRUWDQWHDYDOLDU DVFDUDFWHU¯VWLFDV QHFHVVLGD-
des e predileções do adolescente para a escolha da melhor forma de acompanhamento
psicoterapêutico (52,53).
Tratamento Farmacológico
Em relação ao acompanhamento farmacológico, ainda há contradições a serem dis-

FXWLGDV3HVTXLVDVFLHQW¯ȴFDVHGLUHWUL]HVLQWHUQDFLRQDLVLQGLFDPRWUDWDPHQWRIDUPDFR-
lógico, quando há transtornos mentais concomitantes (53,54).

FAMÍLIA E AUTOLESÃO NÃO SUICIDA
2HQYROYLPHQWRGDIDP¯OLDHVW£DVVRFLDGRDERQVUHVXOWDGRV
no acompanhamento da pessoa com autolesão não suicida.
'HVPLVWLȴFDUDOJXPDVFUHQ©DVHUU¶QHDVIRUWDOHFHURVOD©RVDIH-
WLYRVHFRODERUDUQRHVWDEHOHFLPHQWRGHOLPLWHVFRODERUDPSDUD
relacionamento assertivo e o acompanhamento da pessoa com
autolesão não suicida.
Ter conhecimento que alguém que amamos se machuca

WDPE«P ID] HPHUJLU VHQWLPHQWRV H LQWHUURJD©·HV VREUH R UH-
lacionamento como julgamento frustração e sentimentos de
menos valia. Acolher os sentimentos dos familiares é realizar o
FXLGDGRHVWHQGLGRHPVD¼GHHSRVVLELOLWDUPHOKRUFRPSUHHQ-
são da relação, comportamento e dos processos de acompa-
nhamento.

Família e Autolesão Não Suicida
A inclusão dos familiares é importante para garantir o acolhimento e melhores resultados

no acompanhamento do jovem (1). O suporte familiar, em especial de pais ou responsáveis,
auxilia na adesão e qualidade do acompanhamento dos jovens, além de ser um recurso de
proteção importante (1,55,56) 1HVWD VH©¥R YRF¬ HQFRQWUDU£ UHFRPHQGD©·HV VREUH R DFROKL-
PHQWRHLQFOXV¥RGDIDP¯OLDQRDFRPSDQKDPHQWR
Abordagem inicial dos familiares

2SHU¯RGRQRTXDOIDPLOLDUHVGHVFREUHPD$/16SRGHVHUXPDRSRUWXQLGDGHSDUDSUR-
porcionar apoio, conhecimento, conscientização e preparo dos familiares para apoiar o jo-
YHPSURPRYHQGRGL£ORJRDEHUWRFRQIRUWRYDOLGD©¥RVXSRUWH (1). Os familiares podem ter
reações fortes que podem impactar negativamente o adolescente. É importante fornecer e
LQFHQWLYDUDPELHQWHGHVXSRUWHDRDGROHVFHQWHGHVPLVWLȴFDURFRPSRUWDPHQWRFRODERUDU
na compreensão dos pais/responsáveis de respostas mais assertivas (57).
Os pais/responsáveis relatam diversos sentimentos intensos e reações negativas ligadas

¢$/16WDLVFRPRWULVWH]DYHUJRQKDGHFHS©¥RFKRTXHUDLYDIUXVWUD©¥RVHQVD©¥RGHFXO-
SDGHVDPSDURLVRODPHQWRGLȴFXOGDGHHPFRQYHUVDUVREUHRDVVXQWRFRPRXWUDVSHVVR-
DVHGLȴFXOGDGHHPFRPSUHHQGHUD$/16 (1,50). Ademais, podem experimentar sofrimento e
IUXVWUD©¥RSRUWHUGHGLFDGRWHPSRHQHUJLDHGLQKHLURSDUDVXSULUQHFHVVLGDGHVGRVȴOKRV
negligenciando suas próprias necessidades (1,58).
É importante permitir que os pais exponham suas demandas emocionais e sejam acolhi-
GRV2VSDLVWDPE«PGHYHPVHUDX[LOLDGRVDHTXLOLEUDUDVQHFHVVLGDGHVGRVGLIHUHQWHVPHP-
EURVGDIDP¯OLD(1).
&RPRREMHWLYRGHDPSOLDUDFRQVFLHQWL]D©¥RVREUHD$/16HIDFLOLWDURPDQHMRDGHTXDGR
«LPSRUWDQWHDERUGDUFUHQ©DVFRPXPHQWHGLIXQGLGDVTXHSRGHPVHUSUHMXGLFLDLV
Crenças prejudiciais relacionadas a ALNS.
&UHQ©DVSUHMXGLFLDLVOLJDGDV¢$/16 ΖQIRUPD©·HVFRQFUHWDVVREUH$/16
Uso do comportamento para chamar A comunicação interpessoal é uma função

atenção de forma pejorativa; PHQRV FRPXP GD $/16 TXH SRGH VLQDOL]DU
sofrimento emocional que realmente necessita
de cuidado;
&RPSRUWDPHQWR « FDUDFWHU¯VWLFR GD Comportamento disfuncional com repercussões

adolescência e passa com o tempo; I¯VLFDVHPRFLRQDLVHVRFLDLVSRWHQFLDOPHQWHGX-
radouras e que necessita de acompanhamento
SURȴVVLRQDOHUHGHGHDSRLR

1HFHVVLGDGHGHSXQL©¥RRXXVRGHYLRO¬Q- Punições e violência podem retroalimentar o
cia para interromper o comportamento; VRIULPHQWR HPRFLRQDO OHYDQGR D LQWHQVLȴFD©¥R
GD$/16
Geração anterior era mais madura e Cada geração enfrenta contextos distintos com
FDSD]GHOLGDUFRPSUREOHPDV GLȴFXOGDGHV VRFLDLV H SHVVRDLV GLIHUHQWHV 1¥R
fazer comparações é respeitar o sofrimento
H D WUDMHWµULD GR RXWUR FRODERUDQGR HP VHX
acompanhamento;
5HVSRQVDELOL]D©¥RGDIDP¯OLDSRUDXV¬Q- $ $/16 « PXOWLIDWRULDO RX VHMD V¥R Y£ULRV

cia de educação e limite do adolescente. fatores de risco associados ao comportamento,
Q¥R VHQGR SRVV¯YHO DVVRFLD©·HV ¼QLFDV H GH
FXOSDELOL]D©¥R
A autolesão não suicida é uma tentativa Como o próprio nome traz, a autolesão não
GHVXLF¯GLRTXHQ¥RGHXFHUWR suicida não possui intencionalidade suicida.
Entretanto, pode ocorrer concomitante
ao comportamento suicida, além de ter
UHSHUFXVV·HV HPRFLRQDLV I¯VLFDV H VRFLDLV
JUDYHV'HVVDIRUPDSHUFHEHVHDLPSRUW¤QFLD
da avaliação de risco e acompanhamento
SURȴVVLRQDO
O acolhimento e preparo dos familiares é fundamental para que possam prover suporte
DGHTXDGR 1RV FDVRV GH GLȴFXOGDGH GH DFHVVR RX IDP¯OLD PHQRV IXQFLRQDLV SRGH VHU ¼WLO
envolver outras pessoas. É importante a mapear e discutir os recursos intersetoriais para o
DFROKLPHQWRGDIDP¯OLDHHPFDVRVGHRPLVV¥RDYDOLDUDQHFHVVLGDGHGDDWLYD©¥RGHRXWURV
dispositivos de proteção.
Fortalecendo conexões entre familiares e adolescentes
2V SURȴVVLRQDLV GH VD¼GH SRGHP FRODERUDU QR IRUWDOHFLPHQWR GDV UHOD©·HV IDPLOLDUHV SRU
PHLRGDFRPXQLFD©¥RDVVHUWLYDUHȵH[¥RVREUHHVWLORVSDUHQWDLVHFRQVWUX©¥RGHY¯QFXORVHOLPL-
tes na adolescência.
DICA
Você encontrará mais informações no post do especialista Qual o
seu estilo parental.

Família e Autolesão Não Suicida
Algumas recomendações são importantes para auxiliar familiares no acolhimento do

adolescente com autolesão não suicida (4,59,60):
Uso de tom calmo e suporte e validação na comunicação;

'HPRQVWUDUSUHRFXSD©¥RFRPEHPHVWDUGRDGROHVFHQWH
5HDOL]DU SHUJXQWDV UHVSHLWRVDV TXH FRQYLGHP RV ȴOKRV D FRPSDUWLOKDU VXDV YLY¬QFLDV
ideias e sentimentos e evitar perguntas invasivas;
Entender que leva tempo para que o adolescente se sinta à vontade para o compartilha-
mento de emoções;
1¥RFRQFHQWUDUDVFRQYHUVDVQRVDWRVGH$/16PDVQRVVHQWLPHQWRVHHVWUHVVRUHVTXH
antecipam os atos;
&RPSDUWLOKDU VHQWLPHQWRV VLQFHURV VREUH FRPR VH VHQWHP IUHQWH ¢ $/16 FRP FDXWHOD
para não instigar culpa;
(YLWDUȊUHVROYHUȋRVSUREOHPDVDSUHVHQWDGRVSHORVMRYHQVPDVFRODERUDUQDDXWRQRPLDGR
MRYHPSDUDUHVROX©¥RGRVSUREOHPDV
Compreender que “sermões”, acusações e punições não são as melhores formas de pro-
vocar mudanças positivas e duradouras;
Respondendo dúvidas dos familiares

2V IDPLOLDUHV SRGHP WHU G¼YLGDV H H[SHFWDWLYDV VREUH D WUDMHWµULD GH UHFXSHUD©¥R GRV
ȴOKRV$EDL[RHOHQFDPRVDOJXPDVSHUJXQWDVHH[SHFWDWLYDV
Quanto tempo leva o acompanhamento para interrupção da ALNS?
É importante que seja explicitado que a recuperação não é linear e que varia de acordo
FRPFDGDSHVVRD$$/16«XPFRPSRUWDPHQWRGHSHQGHQWHHSRUVXDVFDUDFWHU¯VWLFDVGH
DGL©¥RVXDLQWHUUXS©¥RRXUHGX©¥RSRGHVHUOHQWDJUDGXDOHSRGHPRFRUUHUUHFD¯GDV (60).
'HVVDIRUPDRDFRPSDQKDPHQWRQ¥RHQIRFDDLQWHUUXS©¥RDEUXSWDGRFRPSRUWDPHQWR
PDVDUHGX©¥RGHGDQRVVXEVWLWXL©¥RDGLDPHQWRHDSUHQGL]DGRGHKDELOLGDGHVRFLRHPR-
FLRQDLVSDUDHQIUHQWDPHQWRGD$/16HGHRXWUDVVLWXD©·HVIXWXUDV
Como apoiar adolescentes com ALNS sem incentivar esse comportamento?
É importante que o apoio esteja mais relacionado aos sentimentos, estressores e recur-
VRVGHHQIUHQWDPHQWRSDUDSURWH©¥RFRQWUDD$/16GRTXHDRDWRGHDXWROHV¥R2VXSRUWH
focalizado exclusivamente nas lesões é incompleto e restritivo, podendo reforçar o compor-
tamento autolesivo. O suporte ampliado ao jovem (considerando suas demandas socioe-
mocionais) favorece formas de expressão e enfrentamento mais assertivas e saudáveis.

É necessário desfazer ou esconder os objetos (lâminas, facas, tesou-
ras) que podem causar riscos?
UHFRPHQG£YHOTXHRVIDPLOLDUHVFRQYHUVHPVREUHHVVDVGHPDQGDVFRPRVDGROHV-
FHQWHV H XWLOL]HP GHVVD RSRUWXQLGDGH SDUD UHDOL]DU DFRUGRV H OLPLWHV VREUH R VXSRUWH
familiar no acompanhamento (50). As restrições de acesso a perfurocortantes podem
IDYRUHFHURFRPSDUWLOKDPHQWRGHSHUIXURFRUWDQWHVHPERUDSRVVDPVHULPSRUWDQWHVHP
FRQGL©·HVQDVTXDLVK£ULVFRGHVXLF¯GLRRXVLQWRPDVVHYHURV
É necessário vigiar e restringir as ações do adolescente para reduzir

o comportamento de ALNS?
A hipervigilância e as restrições excessivas podem gerar sensação de menor autono-

PLDVHQVRGHFRQWUROHHDXWRHȴF£FLDUHGX]LGDDO«PGHRFDVLRQDUHVWUHVVHVHFXQG£ULRH
VREUHFDUJDGRVIDPLOLDUHVFRPUHGX©¥RJUDGXDOGDFRPSDL[¥RHHPSDWLDSLRUIXQFLRQD-
PHQWRIDPLOLDUHIRPHQWRGHIDWRUHVGHULVFRSDUDD$/16(55,60).
O que é rede de apoio?
1RDFRPSDQKDPHQWRRVIDPLOLDUHVHDGROHVFHQWHVV¥RHQFRUDMDGRVDIRUWDOHFHUVXD
UHGHGHDSRLRRXVHMDIRUWDOHFHURVOD©RVFRPSHVVRDVVLJQLȴFDWLYDVRXTXHOKHWUDJDP
EHPHVWDUHVXSRUWHIDPLOLDUHVDPLJRVLQVWLWXL©·HVFRPRHVFRODLJUHMDWUDEDOKRDO«P
de para fortalecer o acolhimento mútuo e o sentimento de pertencimento.

ESCOLA E AUTOLESÃO NÃO SUICIDA
$VLQVWLWXL©·HVGHHQVLQRV¥RDPELHQWHVHHVWUXWXUDVVRFLDLV
importantes para o desenvolvimento humano. Toda a aprendi-
zagem, interação e o suporte que podem ser desenvolvidos e
RIHUWDGRVQHVWHVDPELHQWHVFRODERUDPSDUDRSRUWXQL]DUXPD
experiência de vida mais positiva.
1HVWH WµSLFR GLVFXWLPRV R SDSHO IXQGDPHQWDO GDV LQVWLWXL-

ções de ensino no fortalecimento de fatores protetivos, de pro-
PR©¥R GH VD¼GH QD LGHQWLȴFD©¥R SUHFRFH D©·HV GH UHGX©¥R
GHHIHLWRLPLWDWLYRHDFRODERUD©¥RQRDFROKLPHQWRGHSHVVRDV
com autolesão não suicida. A relação das instituições de ensino
HGDUHGHGHDVVLVW¬QFLDHPVD¼GHWHPPXLWDVSRVVLELOLGDGHV
IUXW¯IHUDVGHPXGDQ©DVRFLDO

$V LQVWLWXL©·HV HGXFDFLRQDLV V¥R DPELHQWHV LPSRUWDQWHV SDUD LGHQWLȴFD©¥R GH FDVRV GH
$/16 (61)(QWUHWDQWRRVSURȴVVLRQDLVGHHVFRODVUHIHUHPGHVSUHSDURFUHQ©DVHVWLJPDWL]D-
GDVHSRXFRVXSRUWHOLGDUFRPVLWXD©·HVTXHHQYROYHPD$/16(50,61).
A construção de protocolos com procedimentos de melhores práticas para acolher, enca-
minhar e acompanhar estudantes em comportamentos de risco pode direcionar ações mais
DVVHUWLYDVHGDUUHVSDOGRDRVSURȴVVLRQDLVQHFHVV£ULRRVSURWRFRORVHVWHMDPDUWLFXODGRVD
SRO¯WLFDVS¼EOLFDVOHLVHRFRQWH[WRVRFLDOGDLQVWLWXL©¥R$S¬QGLFH%(57,59,61).
As ações realizadas em contexto escolar devem evi- DICA

tar a exposição e estigmatização do adolescente com
$/16 SRLV D H[SRVL©¥R SRGH DXPHQWDU LQVHJXUDQ©D 6DLEDPDLVQRSRVWGR
e retroalimentar o comportamento autolesivo. Dessa especialista Qual o papel
forma, é importante prezar pelo acolhimento, respeito, da escola na prevenção da
EHPHVWDUHVHJXUDQ©DGRDGROHVFHQWH YLRO¬QFLDDXWRLQȵLJLGD
LPSRUWDQWH TXH RV SURȴVVLRQDLV HVFRODUHV SHUFH-
EDP VHX Q¯YHO GH FRQIRUWR H SUHSDUR SDUD WUDEDOKDU
FRP VLWXD©·HV TXH HQYROYDP D $/16 H VH QHFHVV£ULR
realizar discussões ou encaminhamentos a colegas
mais preparados para o acolhimento (57,59).
$©·HVPXOWLQ¯YHLVTXHHQYROYDPHVWXGDQWHVIDPLOLDUHVSURȴVVLRQDLVGDVD¼GHHGXFD-
©¥RHRXWURVVHWRUHVVRFLDLVV¥RHȴFD]HVSDUDSUHYHQ©¥RGDYLRO¬QFLDDXWRLQȵLJLGD$LQVWL-
WXL©¥RSRGHUHDOL]DUDWLYLGDGHVXQLYHUVDLVVREUHGHVHVWLJPDWL]D©¥RHPVD¼GHPHQWDO (57, 59),
D©·HVTXHHVWLPXOHPDFRQȴDQ©DGRVHVWXGDQWHVQDSURFXUDGDUHGHGHDSRLRHVFRODID-
PLOLDUHVDPLJRVUHFXUVRVHPVD¼GHPHQWDOVREUHSURPR©¥RGHVD¼GHPHQWDOHEHPHVWDU
DXWRFXLGDGRDXWRLPDJHPEXOO\LQJJHVW¥RGHHVWUHVVHHVWUDW«JLDVDVVHUWLYDVHVDXG£YHLV
de enfrentamento (57,59)D©·HVVREUHWHP£WLFDVDWXDLVHGHQHFHVVLGDGHGRFRQWH[WRGRVDGR-
OHVFHQWHVVHJXUDQ©DHEHPHVWDUGLJLWDOGLJLWDO(57), entre outras). Você encontra mais infor-
mações no tópico “Promovendo Fatores de Proteção”.
(PD©·HVHGXFDWLYDVRXGHFRQVFLHQWL]D©¥RGHHVWXGDQWHVVREUHVD¼GHPHQWDOHSUHYHQ-
©¥RGD$/16«UHFRPHQG£YHOHYLWDUFRQWH¼GRVSRWHQFLDOPHQWHGDQRVRVFRPRH[SRVL©¥RGH
SHVVRDVP«WRGRVLPDJHQVRXGHWDOKHVVREUHDVOHV·HVGH$/16MXOJDPHQWRVRXHVWLJPDV
2VSURȴVVLRQDLVGHVD¼GHWDPE«PSRGHPFRODERUDUQDFDSDFLWD©¥RHIRUPD©¥RGRVSUR-
ȴVVLRQDLVHVFRODUHVSDUDRDFROKLPHQWRGHDGROHVFHQWHVFRPDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD'HQWUH
DVD©·HVLPSRUWDQWHVGRFRQWH[WRHVFRODUHSURȴVVLRQDLVHVFRODUHVGHVWDFDPVH
$YDOLD©¥RHLGHQWLȴFD©¥RSUHFRFHGHJUXSRVGHULVFR(26,27,37);

ΖGHQWLȴFD©¥RGHVLQDLVHDOHUWDVPDFKXFDGRVLQH[SOLF£YHLVURXSDVLQDGHTXDGDVSDUDR
FOLPDXVRIUHTXHQWHGHEDQGDJHQVRXFREHUWXUDVGHSXOVRH[SUHVV¥RGHLGHLDVDXWROHVLYDV
QHFHVVLGDGHIUHTXHQWHGHSULYDFLGDGHHFRPSRUWDPHQWRVHFUHWREDL[RGHVHPSHQKRHVFR-
ODUDEVHQWH¯VPRHYDV¥RHVFRODU(33);
Monitorar próprias reações para evitar impactos negativos no adolescente;
Manter atitude calma, atenciosa e acolhedora o adolescente;
Evitar a patologização do comportamento;
Utilizar linguagem descritiva e postura de escuta ativa, evitando o aconselhamento ou

equiparação com histórias de outras pessoas (57,59);
2EWHULQIRUPD©·HVVREUHRHVWXGDQWHHRDPELHQWHIDPLOLDU(57,59);
5HDOL]DUD1RWLȴFD©¥R3DUHQWDODGHTXDGDPHQWHDPDQHLUDGHQRWLȴFDURVSDLVRXUHVSRQ-
V£YHLVSRGHDXPHQWDURXUHGX]LUDVFKDQFHVGHDGHV¥RHVXSRUWHDRȴOKR(1). É altamente reco-
PHQGDGRTXHRHVWXGDQWHVHMDFRPXQLFDGRGDQRWLȴFD©¥RSDUHQWDOHTXHHOHHVWHMDSUHVHQWH
durante essa comunicação (57,59)LPSRUWDQWHTXHDHVFRODPDQWHQKDXPFDQDODEHUWRSDUD
TXHRVSDLVUHVSRQV£YHLVHHVWXGDQWHVSRVVDPVHQWLUFRQȴDQ©DSDUDFRQYHUVDVHFRQH[·HV
IXWXUDV0DLVLQIRUPD©·HVQRWµSLFRVREUHȊFamília e Autolesão Não Suicida”;
5HDOL]DUD1RWLȴFD©¥R&RPSXOVµULDHPFDVRVGHVXVSHLWDRXFRQȴUPD©¥RGHFDVRVGH
YLRO¬QFLDDXWRLQȵLJLGDHPPHQRUHVGHDQRVGHLGDGH«QHFHVV£ULRFRPXQLFDUDVDXWR-
ULGDGHVFRPSHWHQWHVGRPXQLF¯SLR'HFUHWRQ|GH1HVWDVVLWXD©·HVD
comunicação não tem relação direta com a punição de familiares (ou retirada de guarda),
PDVVLPFRPRFRQKHFLPHQWRGDPDJQLWXGHGRVFDVRVSDUDVXEVLGLDUSRO¯WLFDVS¼EOLFDVH
SUHYHQ©¥RGHYLRO¬QFLDSURPRYHUFXLGDGR¢VSHVVRDVFRPYLRO¬QFLDDXWRLQȵLJLGDHSURWHJHU
e garantir direitos.
(PFDVRGHULVFRGHFRPSRUWDPHQWRVXLFLGDSVLFRVHDEXVRI¯VLFRHPRFLRQDORXVH[XDO
DHVFRODSUHFLVDTXHEUDUDFRQȴGHQFLDOLGDGHHEXVFDUVXSRUWHSDUDRHVWXGDQWHHTXDLVTXHU
outros envolvidos (50);
Mapear e divulgar recursos em saúde mental (50);
0RQLWRUDUHSUHYHQLUHIHLWRLPLWDWLYRFRQGL©·HVGHYXOQHUDELOLGDGHSDUD$/16RXRXWURV
comportamentos de risco, evitar romantização (idealização ou perspectiva positiva do com-
SRUWDPHQWRRXHYLWDUH[SRVL©¥RGRVDGROHVFHQWHFRP$/16

Escola e Autolesão Não Suicida
Promover a procura da rede de apoio (escola, familiares, amigos, recursos em saúde

mental);
3RVVLELOLGDGHGHSODQHMDPHQWRHH[HFX©¥RGHSURMHWRVPXOWLQ¯YHLVTXHHVWLPXOHPKDELOL-
GDGHVVRFLRHPRFLRQDLVJHVW¥RGHFULVHVEXVFDGHVXSRUWHHIDWRUHVSURWHWLYRV(26,27,37,62).
DICA
Conheça o Programa Mais ContigoXPSURMHWRPXOWLQ¯YHOGHSHVTXLVDFLHQW¯-

ȴFDHH[WHQV¥RTXHSRVVXLD©·HVGLUHFLRQDGDVDRVMRYHQVSDLVFRPXQLGDGH
HVFRODUHSURȴVVLRQDLVGDVD¼GH7HPFRPRREMHWLYRGHVHQYROYHUD©·HVGH
SURPR©¥RGDVD¼GHPHQWDOGRVMRYHQVHDYDOLDUGHVVDVD©·HVVREUHDTXDOL-
dade de vida, a resiliência e sintomas depressivos dos jovens).

INTERNET E AUTOLESÃO NÃO SUICIDA
&RPDJOREDOL]D©¥RDLQWHUQHWHRVDYDQ©RVWHFQROµJLFRVHV-
tão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Compreen-
GHUHVVDSUHVHQ©DFRODERUDSDUDDUHȵH[¥RFU¯WLFDGRVLPSDFWRV
GHVVDVIHUUDPHQWDVHPHVSHFLDOQDVD¼GHPHQWDOHQDLGHQWLȴ-
FD©¥RGHPHOKRUHVIRUPDWRVGHXVRHSRVVLELOLGDGHVGHJDUDQ-
WLUEHPHVWDU
A internet apresenta uma dualidade no comportamento

autolesivo não suicida. Pode facilitar acesso a informações,
UHOD©·HV H FRPSRUWDPHQWRV GH ULVFR PDV WDPE«P SRGH HV-
tar associada a maior sentimento de pertença, apoio mútuo e
FRODERUDUQDGLYXOJD©¥RGHLQIRUPD©·HVDPSDUDGDVFLHQWLȴFD-
PHQWHΖGHQWLȴFDUDUHOD©¥RGRXVRGDLQWHUQHWHGHWHFQRORJLDV
nos comportamentos em saúde é necessário para pensar em
HVWUDW«JLDVHSRVVLELOLGDGHVGHHGXFD©¥RHPVD¼GHHQRDFRP-
panhamento de pessoas com autolesão não suicida.

Internet e Autolesão Não Suicida
6HJXQGR R ΖQVWLWXWR %UDVLOHLUR GH *HRJUDȴD H (VWDW¯VWLFD Ζ%*( DSUR[LPDGDPHQWH

GDVFULDQ©DVHQWUHHDQRVHGRVEUDVLOHLURVHQWUHHDQRVGHLGDGHSRVVXHP
acesso ao telefone móvel celular, sendo o aparelho mais utilizado para acesso à internet (63). A
LQWHUQHWWHPGXDOLGDGHVREUHRFRPSRUWDPHQWRDXWROHVLYRQ¥RVXLFLGDRIHUHFHDPELHQWHGH
VXSRUWHLQIRUPD©·HVVREUHUHFXUVRVGHVD¼GHHWDPE«PWHPJUDQGHSRWHQFLDOSDUDHGX-
FDUVREUHTXHVW·HVPDLVHVWLJPDWL]DGDVUHODFLRQDGDVDVD¼GHPHQWDOH$/16(QWUHWDQWR
WDPE«PWHPFRQWH¼GRGHEDL[DTXDOLGDGHHYLY¬QFLDVcyberbullying, sextorsão, discurso de
µGLRTXHRIHUHFHPULVFRSDUDRVDGROHVFHQWHV'HVVDIRUPDRVSURȴVVLRQDLVSUHFLVDPHVWDU
atentos a relação dos adolescentes e familiares com a internet (3).
2VSURȴVVLRQDLVGHVD¼GHGHYHPSURPRYHUD©·HVHGXFDWLYDVSDUDFRQYHUVDUVREUHDGLFDV
GHVHJXUDQ©DHEHPHVWDUQDLQWHUQHWFRPDGROHVFHQWHVHIDPLOLDUHV
5HȵHWLUVREUHXVRGHLQWHUQHWFRPEHPHVWDUHVHJXUDQ©D«EXVFDUFRPSURPLVVRVRFLDO
H DV UHVSRQVDELOLGDGHV H SRVVLELOLGDGHV GH FDGD VHU QXP FRQWH[WR VRFLDO 'HVVD IRUPD «
LPSRUWDQWHTXHRSURȴVVLRQDOGHVD¼GHSRVVDDERUGDURXVRGHLQWHUQHWGRDGROHVFHQWHH
IDP¯OLD H DV UHSHUFXVV·HV QHJDWLYDV QR FRPSRUWDPHQWR GH DXWROHV¥R H RXWURV FRPSRUWD-
mentos de risco em saúde.
$EDL[RDSUHVHQWDPRVLPSRUWDQWHVWµSLFRVVREUHVD¼GHPHQWDODXWROHV¥RQ¥RVXLFLGDH
LQWHUQHWHDOJXPDVGLFDV¼WHLVSDUDRXVRVHJXURHFRPEHPHVWDUGRDPELHQWHYLUWXDO
Uso e motivação
8WLOL]DUGHD©·HVHGXFDWLYDVSDUDFRQYHUVDUVREUHSDGU¥RGHXVRLPSOLFD©·HVGRXVRH[D-
FHUEDGRGHLQWHUQHWSDUDVD¼GHPHQWDOHI¯VLFDUHVSRQVDELOLGDGHQDVLQWHUD©·HVYLUWXDLVH
SXEOLFD©¥RGHFRQWH¼GRV
Ferramentas de bem-estar em redes sociais virtuais
Denúncia de conteúdo impróprio: é realizada de forma anônima por meio de ferramen-

tas na Rede social virtual;
5HVWUL©¥RGHSHUȴV limita a visualização de comentários e mensagens de determinadas

SHVVRDVDVSHVVRDVUHVWULWDVQ¥RUHFHEHPDYLVRGHUHVWUL©¥R
%ORTXHLRGHSHUȴVUHVWULQJHDYLVXDOL]D©¥RGRSHUȴOSDUDGHWHUPLQDGDVSHVVRDV

6LOHQFLDU FRQWDV DV SXEOLFD©·HV GD SHVVRD VLOHQFLDGD GHL[DP GH DSDUHFHU QR IHHG GR
usuário (a ação pode ser revertida);
• )LOWUDUWHUPRVKDVKWDJRXHPRMLVV¯PERORYLVXDOLQGHVHMDGRVSHORXVX£ULR
Controle privacidade da conta (a modalidade privada permite o acesso somente a pes-

soas aceitas pelo usuário);
Suporte: WRGD UHGH VRFLDO YLUWXDO WHP FHQWUDO GH VXSRUWH DR XVX£ULR HP TXH « SRVV¯YHO
relatar algum desconforto, fazer denúncias e tirar dúvidas.
$PLJRVSUµ[LPRVSHUPLWHDYLVXDOL]D©¥RGHFRQWH¼GRUHVWULWRSDUDOLVWDGHSHUȴVVHOHFLRQDGRV
Internet e ALNS
Jovens podem utilizar a internet como meio para procurar informações ou manifestar senti-
PHQWRVHRFRPSRUWDPHQWRVGH$/16'HVVDIRUPDDHGXFD©¥RSDUDXVRFRQVFLHQWHHVHJXUR
GDLQWHUQHW«LPSRUWDQWHSDUDPLWLJD©¥RHQRDFRPSDQKDPHQWRGD$/16'HQWUHRVFXL-
dados estão:
Expressão de ajuda para pessoas que podem auxiliar no momento.
Estratégias para lidar com exposição de conteúdos que podem causar gatilhos.
3ULRUL]DULQIRUPD©·HVSRVLWLYDVHHPEDVDGDVVREUHVRIULPHQWRHPRFLRQDOH$/16
&XLGDGRQDH[SUHVV¥RGHVHQWLPHQWRVHFRPSRUWDPHQWRGH$/16SDUDQ¥RFDXVDUHIHLWR
imitativo em outras pessoas vulneráveis.
(VWUDW«JLDVGHFRPXQLFD©¥RPDLVDVVHUWLYDVVREUHVRIULPHQWRHPRFLRQDO
5HȵH[¥RVREUHURPDQWL]D©¥RLGHDOL]D©¥RRXSHUVSHFWLYDSRVLWLYDGRFRPSRUWDPHQWRHED-
QDOL]D©¥RGRFRPSRUWDPHQWRGD$/16HLPSDFWRVQHJDWLYRVTXHLVVRSRGHFDXVDU
Em casos em que o adolescente seja suporte de amigos com vivências de violência ou de risco
de danos é importante esclarecer:
1¥R«SRVV¯YHOVHUHVSRQVDELOL]DUVR]LQKRSRUDOJX«PHPVRIULPHQWR«LPSRUWDQWHSURFXUDU
XPDGXOWRVLJQLȴFDWLYRSDUDGDUVXSRUWH
LPSRUWDQWHPRWLYDUDEXVFDGHVXSRUWHGHSURȴVVLRQDLVGHVD¼GH
Busca de canais de denúncia e suporte;
$QHFHVVLGDGHGRDXWRFXLGDGRIUHQWHDRVXSRUWHGHDPLJRVFRPYLRO¬QFLDDXWRLQȵLJLGD
Violência, Direitos DICA

Humanos e Internet
6DIHU1HWȂRULHQWD©¥RVREUHFULPHVHYLROD-
2ULHQWD©·HVHUHȵH[¥RVREUHDUHVSRQ- ções dos Direitos Humanos na internet, de
VDELOLGDGH VRFLDO H GLUHLWRV KXPDQRV QR forma anônima e sigilosa.
DPELHQWHYLUWXDO&RPSUHHQV¥RGDVFRQVH- HelplineȂFDQDOGHGHQ¼QFLDHVXSRUWHVR-
quências pessoais, sociais e criminais dos EUHFULPHVHG¼YLGDVQDLQWHUQHW
conteúdos impróprios na internet.

Internet e Autolesão Não Suicida
Internet e Suporte
Os adolescentes devem ser engajados a procurar prioritariamente suporte de pessoas

SUµ[LPDVIDPLOLDUHVDPLJRVSURIHVVRUHVSURȴVVLRQDLVGHVD¼GHHQWUHRXWURV2XVRGH
VXSRUWHQDLQWHUQHWGHYHVHUUHDOL]DGRFRPRDSRLRGHXPDGXOWRGHFRQȴDQ©DSDUDFRQWDWR
de outros serviços no suporte.
2VSURȴVVLRQDLVGHVD¼GHWDPE«PSRGHPLQGLFDUFRQWH¼GRVFRQȴ£YHLVDP-
SDUDGRVSRUSHVTXLVDVFLHQW¯ȴFDVVREUHVD¼GHPHQWDOH$/16SDUDRDGROHVFHQ-
WHHVHXVIDPLOLDUHVLPSRUWDQWHFKHFDURFRPSURPHWLPHQWRGRVSHUȴVHDV
informações divulgadas antes da indicação.
DICA
6XSRUWHHVD¼GHPHQWDOQDLQWHUQHW
- Pode Falar®ȂFDQDOGHDMXGDHPVD¼GHPHQWDOSDUDMRYHQVHQWUHHDQRV
$FROKLPHQWRHPRFLRQDOQDLQWHUQHWRXWHOHIRQH
- Centro de Valorização da Vida (CVV): atendimento voluntário para apoio emocional e pre-
YHQ©¥RGRVXLF¯GLRGHIRUPDVLJLORVD2DWHQGLPHQWRSRGHVHUUHDOL]DGRSHORWHOHIRQH
(ligação gratuita e anônima) ou pelo siteΖQVWDJUDP#FYYRȴFLDO
&RQWH¼GRVVREUHVD¼GHPHQWDOHLQWHUQHW
- InspirAçãoȂZHEVLWHFRPLQIRUPD©·HVVREUH$/16VXLF¯GLRHVD¼GHPHQWDO
Instagram: @inspiracaoleps
@ceps_eerp_usp
ABRASMEȂ$VVRFLD©¥R%UDVLOHLUDGH6D¼GH0HQWDO
ΖQVWDJUDP#DEUDVPH
ABEPSȂ$VVRFLD©¥R%UDVLOHLUDGH(VWXGRVH3UHYHQ©¥RGH6XLF¯GLR
ΖQVWDJUDP#DEHSVEU
Vita Alere
Instagram: @vitaalere
Mapa Saúde Mental

Instagram: @mapasaudemental
ASEC Brasil $VVRFLD©¥RSHOD6D¼GH(PRFLRQDOGH&ULDQ©DV0RYLPHQWR6DEHU/LGDU

ΖQVWDJUDP#PRYLPHQWRVDEHUOLGDU

MENSAGEM FINAL
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«HVJRWDURDVVXQWRPDVWUD]HUSRVVLELOLGDGHVSDUDXVRHPRWLYDUDEXVFDGHQRYRVFRQKH-
FLPHQWRVHGLVFXVV·HVVREUHRFRPSRUWDPHQWR
1RȴQDOGHVWDOHLWXUDFRQYLGDPRVYRF¬DUHȵHWLUVREUHRQGHHFRPRSRGHDSOLFDURTXH
DSUHQGHXFRPHVWHHERRNSDUDFRQWULEXLUFRPDSURPR©¥RGDVD¼GHPHQWDOGHSHVVRDV
que estejam próximas de você. Caso tenha avaliado positivamente este material, você pode
GLYXOJDUHVWHHERRNSDUDSHVVRDVHLQVWLWXL©·HVTXHSRVVDPVHEHQHȴFLDUFRPHVWDOHLWXUD
Acreditamos na troca de experiências como fortalecimento do aprendizado, dessa forma

ȴTXHDYRQWDGHSDUDHQYLDUFRPHQW£ULRVHVXJHVW·HVSDUDQRVVRHPDLOHERRNDFROKLPHQWR-
alns@gmail.com
(VWHHERRNIRLUHGLJLGRHHGLWDGRGXUDQWHDSDGHPLDGH&RURQDY¯UXV&29Ζ'TXHDW«D

GDWDGHGLYXOJD©¥RFHSRXDYLGDGHPDLVGHPLOEUDVLOHLURVGHQWUHHOHVPXLWRVSURȴVVLR-
nais da área da saúde. Expressamos o luto com todas as vidas perdidas e a dor de seus en-
tes queridos. Estamos a sofrer vários impactos deste tempo pandêmico e que ainda vamos
enfrentar vários outros mais. Que possamos seguir resistindo e apoiando uns aos outros
SDUDXPDPHOKRUH[LVW¬QFLD
&RQKH©DPDLVVREUHR&HQWURGH(GXFD©¥RHP3UHYHQ©¥RH3RVYHQ©¥RGR6XLF¯GLRJUXSR
DRTXDOSHUWHQFHPRVDXWRUHVGHVWHHERRNHPQRVVRZHEVLWHHUHGHVVRFLDLVYLUWXDLV
:HEVLWH ZZZLQVSLUDFDROHSVFRPEU
Facebook: CentrodeEducacaoemPrevencaoePosvencaodoSuicidio
ΖQVWDJUDP @ceps_eerp_usp e @inspiracaoleps
E-mail:FHSV#HHUSXVSEU

CONHEÇA OS AUTORES
$OLQH&RQFHL©¥R6LOYD Enfermeira e Mestra em Ciências pela Universidade Federal de São

João del-Rei (UFSJ). Doutoranda em Enfermagem Psiquiátrica pela Escola de Enfermagem de
5LEHLU¥R3UHWRGD8QLYHUVLGDGHGH6¥R3DXOR((538630HPEURGR&HQWURGH(GXFD©¥R
HP3UHYHQ©¥RH3RVYHQ©¥RGR6XLF¯GLR&(36H/DERUDWµULRGH(VWXGRVH3HVTXLVDHP3UH-
YHQ©¥RH3RVYHQ©¥RGR6XLF¯GLR/(36
-RV«&DUORV3HUHLUDGRV6DQWRV Enfermeiro pela Escola Superior de Enfermagem de Bis-

saya Barreto, Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria pela Escola Supe-
ULRUGH(QIHUPDJHPGH&RLPEUD0HVWUHHP6RFLRSVLFRORJLDGD6D¼GHSHORΖQVWLWXWR6XSH-
rior Miguel Torga. Doutor em Saúde Mental pelo ICBAS, Universidade do Porto. Professor
&RRUGHQDGRUQD(VFROD6XSHULRUGH(QIHUPDJHPGH&RLPEUDHΖQYHVWLJDGRU'RXWRUDGRQD
+HDOWK6FLHQFHV5HVHDUFK8QLW1XUVLQJ
Kelly Graziani Giacchero Vedana: Enfermeira e Doutora em Ciências pela Escola de Enfer-
PDJHPGH5LEHLU¥R3UHWRGD8QLYHUVLGDGHGH6¥R3DXOR3µV'RXWRUDSHOD(VFROD6XSHULRU
GH(QIHUPDJHPGH&RLPEUD(6(QI&3RUWXJDO3URIHVVRUD'RXWRUDGD((53863/¯GHUGR
/DERUDWµULRGH(VWXGRVH3HVTXLVDHP3UHYHQ©¥RH3RVYHQ©¥RGR6XLF¯GLR/(36H&HQWURGH
(GXFD©¥RHP3UHYHQ©¥RH3RVYHQ©¥RGR6XLF¯GLR&(363UHVLGHQWHGR&DS¯WXOR5KR8SVLORQ
GD6LJPD7KHWD7DXΖQWHUQDFLRQDO6RFLHGDGH+RQRU¯ȴFDGH(QIHUPDJHP

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014-0024-3
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WHUYHQWLRQVWR*XLGH&OLQLFDO3UDFWLFH&KLOG$GROHVF6RF:RUN-Ȃhttps://doi.
org/10.1007/s10560-017-0505-5
%UDVLO0LQLVW«ULRGD6D¼GH/HL1RGH$EULOGHΖQVWLWXLD3RO¯WLFD1DFLRQDOGH
3UHYHQ©¥RGD$XWRPXWLOD©¥RHGR6XLF¯FLRHDOWHUDD/HLQ|GHGHMXQKRGH'L£ULR
RȴFLDOGD8QL¥R>FLWHGMDQ@KWWSVZZZLQJRYEUZHEGRXOHLQ&%$GH-
GHDEULOGH
%UDVLO0LQLVW«ULRGD6D¼GH/HL1RGHGHRXWXEURGH'LVS·HVREUHDRU-
JDQL]D©¥RGDVD©·HVGH9LJLO¤QFLD(SLGHPLROµJLFDVREUHR3URJUDPD1DFLRQDOGHΖPXQL]D©·HV
HHVWDEHOHQRUPDVUHODWLYDV¢QRWLȴFD©¥RFRPSXOVµULDGHGRHQ©DVHG£RXWUDVSURYLG¬QFLDV
3UHVLG¬QFLD GD 5HS¼EOLFD >FLWHG MDQ @ KWWSZZZSODQDOWRJRYEUFFLYLOBOHLVO
htm
%UDVLO0LQLVW«ULRGD6D¼GH3RUWDULD1RGHGH)HYHUHLURGH'HȴQHD/LVWD
1DFLRQDOGH1RWLȴFD©¥R&RPSXOVµULDGHGRHQ©DVDJUDYRVHHYHQWRVGHVD¼GHS¼EOLFDQRVVHU-
YL©RVGHVD¼GHS¼EOLFRVHSULYDGRVHPWRGRRWHUULWµULRQDFLRQDOQRVWHUPRVGRDQH[RHG£RX-
WUDVSURYLG¬QFLDV'L£ULR2ȴFLDOGD8QL¥R>FLWHGMDQ@KWWSVZZZLQJRYEUPDWHULD
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6HOIΖQMXU\-<RXWK$GROHVFȂhttps://doi.org/10.1007/s10964-016-0449-7
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DOH[LWK\PLDDQGERWKQRQVXLFLGDOVHOILQMXU\DQGULVN\GULQNLQJ$V\VWHPDWLFUHYLHZDQGPH-
WDDQDO\VLV-$΍HFW'LVRUG>ΖQWHUQHW@$XJXVWȂhttps://doi.org/10.1016/j.
jad.2019.08.088
3OHQHU3/.DHVV06FKPDKO&3ROODN6)HJHUW-0%URZQ5&1RQVXLFLGDO6HOIΖQMXU\LQ
$GROHVFHQWV'WVFK$U]WHEOΖQWȂ
+DZWRQ.:LWW.6DOLVEXU\7$UHQVPDQ(*XQQHOO'7RZQVHQG(HWDOΖQWHUYHQWLRQV
IRU VHOIKDUP LQ FKLOGUHQ DQG DGROHVFHQWV 5HYLHZ &RFKUDQH 'DWDEDVH 6\VW 5HY
CD012013. https://doi.org/10.1002/14651858.CD012013
%DHWHQVΖ&ODHV/2QJKHQD3*ULHWHQV+/HHXZHQ.9DQ3LHWHUV&HWDO7KHH΍HFWV
RIQRQVXLFLGDOVHOILQMXU\RQSDUHQWLQJEHKDYLRUVDORQJLWXGLQDODQDO\VHVRIWKHSHUVSHFWLYH
RI WKH SDUHQW &KLOG $GROHVF 3V\FKLDWU\ 0HQW +HDOWK >ΖQWHUQHW@ Ȃhttp://dx.doi.
org/10.1186/s13034-015-0059-2
.HODGD/+DVNLQJ30HOYLQ*$6FKRRO5HVSRQVHWR6HOIΖQMXU\&RQFHUQVRI0HQWDO+H-
DOWK6WD΍DQG3DUHQWV6FKRROSV\FKRORJ\TXDUWHUO\WKHRɝFLDOMRXUQDORIWKH'LYLVLRQRI6FKRRO
3V\FKRORJ\ $PHULFDQ 3V\FKRORJLFDO $VVRFLDWLRQ Ȃ https://doi.org/10.1037/
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PRGHORI166ΖXVLQJHPRWLRQUHJXODWLRQDQGFRJQLWLYHSURFHVVHVWRH[SODLQZK\SHRSOHVHOI-
LQMXUH&RJQ(PRW>ΖQWHUQHW@Ȃhttps://doi.org/10.1080/02699931.2016.12
41219
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LQ6FKRROV-6FK+HDOWKȂhttps://doi.org/10.1111/josh.12292
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valence of non-suicidal self-injury in patients with eating disorders : a systematic review and
PHWDDQDO\VLV3V\FKRO0HGȂhttps://doi.org/10.1017/S0033291716000027
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WHFDLEJHJRYEUYLVXDOL]DFDROLYURVOLYSGI

APÊNDICES
$S¬QGLFH$3ODQRGH*HVW¥RGH&ULVHV
23ODQRGH*HVW¥RGH&ULVHV«XPDIHUUDPHQWDTXHFRODERUDFRPRDXWRFRQKHFLPHQWR
SURPR©¥RGHEHPHVWDUEXVFDGHDMXGDHSURPR©¥RGHFXLGDGRHVHJXUDQ©DPXLWRXWL-
OL]DGRSDUDPRPHQWRVGHFULVHVOLJDGDVDRVFRPSRUWDPHQWRVDXWRLQȵLJLGRVDXWROHV¥RQ¥R
VXLFLGDSHQVDPHQWRVVXLFLGDVSODQRVRXWHQWDWLYDVGHVXLF¯GLR
3/$12'(*(672'(&5Ζ6(6
1RPHBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB
Plano realizado ou atualizado em: ____/____/____
4XDLVV¥RRVVLQDLVTXHQ¥RHVWRXEHP"
( ) Fico pessimista
( ) Ansiedade ou angústia
( ) Dor emocional ou tristeza
( ) Cansaço ou menos energia
( ) Desânimo
( ) Culpa
( ) Raiva de mim mesmo
( ) Insatisfação
( ) Fico irritado(a) mais facilmente
( ) Frustração
( ) Desinteresse por fazer coisas que gosto
( ) Falta de motivos para viver
( ) Falta de sentido na vida
( ) Sensação de vazio
( ) Converso menos com as pessoas
( ) Alteração no sono
( ) Alteração no apetite
0HQRUUHQGLPHQWRHPHVWXGRVRXWUDEDOKR
( ) Aumento o uso álcool ou drogas
Outros: ___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
2TXHSRGHPHDMXGDUDUHFXSHUDURPHXEHPHVWDU"
(YLWDUWRPDUGHFLV·HVPXLWRV«ULDVRXLUUHYHUV¯YHLVTXDQGRQ¥RHVWRXEHP
( ) Reconhecer cada pequena vitória ou conquista em meu dia a dia
1¥RGHVLVWLUGHPLP
(YLWDUȴFDULVRODGRDHPDQWHUFRQWDWRFRPSHVVRDVTXHPHID]HPEHP
( ) Reconhecer aspectos positivos que tenho em minha vida

&RQYHUVDUFRPSHVVRDVQDVTXDLVFRQȴR
( ) Tentar manter uma rotina mais saudável
( ) Descansar
5HDOL]DUDWLYLGDGHVI¯VLFDV
1¥RPHFREUDUGHPDLV
( ) Atividades de lazer
( ) Relaxamento
( ) Meditação
( ) Contato com a natureza
( ) Ler
( ) Ouvir música
( ) Expressar meus sentimentos por escrita, arte ou conversas
/HPEUDUGHFRLVDVTXHPHID]HPEHPDFRQWHFLPHQWRVSHVVRDVSODQRVIXWXURVVHQVD-
ções positivas)
( ) Acreditar que, com ajuda, posso melhorar
(QWUDUHPFRQWDWRFRPR&HQWURGH9DORUL]D©¥RGD9LGD&99Ȃ
( ) Buscar a ajuda de pessoas que me apoiam
%XVFDURDSRLRGHSURȴVVLRQDLVRXVHUYL©RVGHVD¼GH
Outros: ___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
3- O que acontece comigo quando uma crise mais grave se aproxima?

( ) Desesperança
( ) Desespero
( ) Dor emocional forte ou duradoura
( ) Tristeza profunda
( ) Raiva de mim mesmo
( ) Impulsividade
( ) Frustração
0HVLQWRVHPVD¯GD
( ) Falta de motivos para viver
( ) Falta de sentido na vida
( ) Desejo de me machucar
( ) Desejo ou planos de me matar
( ) Comportamentos que me colocam em risco
Outros: ___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________

4- O que fazer caso uma crise pareça se aproximar?
(YLWDUWRPDUGHFLV·HVPXLWRV«ULDVRXLUUHYHUV¯YHLVTXDQGRQ¥RHVWRXEHP
(YLWDUȴFDULVRODGRD
Evitar locais nos quais eu possa me colocar em risco
Evitar coisas que eu possa utilizar para fazer mal a mim mesmo(a)
Expressar meus sentimentos
(QWUDUHPFRQWDWRFRPR&HQWURGH9DORUL]D©¥RGD9LGD&99Ȃ
Buscar a ajuda de pessoas que me apoiam:
1RPHBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB7HOHIRQHBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB
%XVFDURDSRLRGHSURȴVVLRQDLVRXVHUYL©RVGHVD¼GH
Outros: ___________________ ___________________
___________________ ___________________
___________________ ___________________

$S¬QGLFH%([HPSORGHSURWRFRORHVFRODUSDUDDFROKLPHQWRGDDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD
2SURWRFRORGHYHGHOLQHDUFODUDPHQWHDVIXQ©·HVGHWRGRVRVSURȴVVLRQDLVHVFRODUHVHV-
WDEHOHFHUXPDHTXLSHGHFRRUGHQD©¥RDUWLFXODUGLUHWUL]HVGDQRWLȴFD©¥RSDUHQWDOUHFXUVRV
HPVD¼GHPHQWDOHD©·HVGHSUHYHQ©¥RHUHGX©¥RGHFRQW£JLRHQWUHRVHVWXGDQWHV+DVNLQJ
+HDWK.DHVV/HZLV3OHQQHU:DOVK:KLWORFN:LOVRQ
$HODERUD©¥RGRSURWRFRORGHYHVHUEDVHDGDHPSRO¯WLFDVHOHLVLQWHUVHWRULDLVHJRYHUQD-
PHQWDLVHGHYHDWHQGHUDFDUDFWHU¯VWLFDVVRFLDLVGLVSRQLELOLGDGHGHUHFXUVRVHGHPDQGDVGH
DFRUGRFRPDUHJL¥R.HODGD+DVNLQJ0HOYLQ
Exemplo de protocolo escolar para acolhimento de pessoas com

autolesão não suicida.
Instrumento Aspectos Avaliados
Visão Geral • 2EMHWLYRVGRSURWRFROR
'HȴQL©·HV • Os termos-chave usados no protocolo;

• Visão geral da prevalência, fatores de risco e
IXQ©·HVGD$/16
• $/16HFRPSRUWDPHQWRVXLFLGD
3DS«LVHUHVSRQVDELOLGDGHV • 5HVSRQVDELOLGDGHVGR'LUHWRU
• 0HPEURVGDHTXLSHGHFULVH
• 2XWURVPHPEURVGDHVFROD
• Condições que requerem atenção médica
imediata;
ΖGHQWLȴFD©¥R • 6LQDLVGHDOHUWDSDUDLGHQWLȴFDU$/16
Resposta inicial • Acolhimento;

• Comunicação
• Monitoramento das reações;
Avaliação inicial • Avaliação de risco conduzida por pessoa

responsável;
• )HHGEDFNIRUQHFLGRDRPHPEURGDHTXLSH
GHUHIHU¬QFLDGHQWURGRVOLPLWHVGDFRQȴGHQ-
cialidade;
Referência externa • 3RVV¯YHOHQFDPLQKDPHQWRGHHVWXGDQWHGH

EDL[RULVFRSDUDSURȴVVLRQDOGHVD¼GHPHQ-
tal externo;
• Encaminhamento de estudante de risco
PRGHUDGRDDOWRSDUDSURȴVVLRQDOGHVD¼GH
mental externo;
Avaliação de acompanhamento • 5HVSRQVDELOLGDGHVQRDFRPSDQKDPHQWR

1RWLȴFD©¥R • 1RWLȴFD©¥RSDUHQWDOGHȴQLGDV
• 1RWLȴFD©¥R&RPSXOVµULD
Gestão de Contágio • &RPRJHUHQFLDURFRQW£JLRGH$/16HQWUHRV

alunos;
Autocuidados • Práticas de autocuidado da equipe detalha-

das
Programas de treinamento e sites • Responsável pelo programa de treinamento

para funcionários da escola
$GDSWDGRGH%HUJHU+DVNLQJ5HXSHUW

Eeusp - Autolesão Não Sucida

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Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental.

2 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Guimarães Rosa (O Grande Sertão Veredas, pág. 311)

3 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

O livro é escrito de forma didática em forma de perguntas e respostas que, certamente,

Há algumas questões fundamentais esclarecidas no estudo que gostaria de ressaltar. Por

4 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Maria Cecília de Souza Minayo

5 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Fortalecendo Fatores de Proteção 11

6 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

$DXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD $/16 VHFRQVWLWXLFRPRFRPSRUWD-

7 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Ao longo do tempo, a polissemia do fenômeno teve impacto

8 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

$RORQJRGRWHPSRDDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD $/16 UHFHEHXY£ULDVGHQRPLQD©·HVFULW«ULRV

'HȴQL©¥R GH DXWROHV¥R Q¥R VXLFLGD $/16  FRPSRUWDPHQWR DXWRLQȵLJLGR UHSHWLWLYR

9 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

O gênero(1) IHPLQLQR DSUHVHQWD WD[DV PDLV DOWDV GH $/16

Grupos com atenção

Estudos apontam que grupos minoritários possuem aumento do risco de efei-

10 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Fatores de proteção são recursos pessoais ou sociais que

11 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Gestão de crises DICA

13 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Reservas positivas e senso de esperança

Estratégias adaptativas de enfrentamento

Discutir as estratégias de enfrentamento cognitivas, comportamentais e emocionais. A

Relações interpessoais positivas

Favorecer o fortalecimento de relações interpessoais satisfatórias e rede de apoio.

14 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Redução do estigma em saúde mental e compreensão da ALNS

Redução de vulnerabilidades para grupos minoritários

Proteção contra maus tratos na infância

15 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

A autolesão não suicida é um comportamento multifatorial,

São vários os impactos do comportamento nas esferas pesso-

16 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Preparando-se para Iniciar a Avaliação

Evitar a patologização do comportamento e o apoio pontual focado nas lesões (8).

Investigando o Comportamento Autolesivo

Todo acolhimento e avaliação é realizado a partir dos estressores, situações associadas

Frequência, intensidade e duração Frequência e intensidade de pensamento e desejo de

18 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Tipos de lesões 6¥R FRPXQV OHV·HV VXSHUȴFLDLV H GH EDL[D OHWDOLGDGH

Atividades cotidianas Relação do comportamento e as atividades cotidia-

Associação de outros comportamen- 3RVVLELOLGDGH GH HQYROYLPHQWR HP RXWURV FRPSRU-

Percepções/ representações de cica- São descritas representações de vergonha a supera-

19 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Conhecendo Fatores de Risco e Proteção

Síntese dos principais fatores de risco para autolesão não suicida

(VWUHVVRUHV eventos estressores (29,33)PDXVWUDWRVQDLQI¤QFLD DEXVRI¯VLFRDEXVRHPRFLR-

7UDQVWRUQRVPHQWDLV transtornos de humor, transtornos de personalidade (6)GLVW¼UELRVH

)DWRUHV6RFLDLVQ¥RSHUWHQFLPHQWRHEDL[RDSRLRVRFLDO(12), vergonha (20,33), estigma, precon-

Compreendendo sentimentos, experiências e necessidades

20 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Diferenciando Comportamento Suicida e Autolesão não Suicida

21 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

Tentativas suicidas prévias (gravidade das lesões e métodos);

Acompanhando a saúde e saúde mental

Investigar o acompanhamento em saúde e saúde mental e as experiências desses acom-

Identiﬁcando Estratégias e recursos de apoio

22 Autolesão Não Suicida: Assistência e Promoção de Saúde Mental

$DXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD$/16VHFRQVWLWXLFRPRFRPSRUWD-

$RORQJRGRWHPSRDDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD$/16UHFHEHXY£ULDVGHQRPLQD©·HVFULW«ULRV

'HȴQL©¥R GH DXWROHV¥R Q¥R VXLFLGD $/16 FRPSRUWDPHQWR DXWRLQȵLJLGR UHSHWLWLYR

O gênero(1) IHPLQLQR DSUHVHQWD WD[DV PDLV DOWDV GH $/16

(VWUHVVRUHV eventos estressores (29,33)PDXVWUDWRVQDLQI¤QFLDDEXVRI¯VLFRDEXVRHPRFLR-

7UDQVWRUQRVPHQWDLV transtornos de humor, transtornos de personalidade (6)GLVW¼UELRVH

)DWRUHV6RFLDLVQ¥RSHUWHQFLPHQWRHEDL[RDSRLRVRFLDO(12), vergonha (20,33), estigma, precon-

5HOD©·HVYLUWXDLV participação e relação próxima com pessoas em grupos/páginas na in-

&RPSRUWDPHQWRV LPLWDWLYRV RX YDORUL]DGRV estereótipos midiáticos, impacto das rea-

&RPSUHHQV¥R GDV PRWLYD©·HV IXQ©·HV H VHQWLPHQWRV importante para aproximar da

ΖQWHUQHWHDXWROHV¥RQ¥RVXLFLGD motivação e uso relacionados a autolesão não suicida

• Lei 13.819/2019ΖQVWLWXLD3RO¯WLFD1DFLRQDOGH3UHYHQ©¥RDDXWRPXWLOD©¥RQ¥R

• Decreto 10.225/2020ΖQVWLWXLR&RPLW¬*HVWRUGD3RO¯WLFD1DFLRQDOGH3UHYHQ©¥R

• Lei 6.259/1975'LVS·HVREUHDRUJDQL]D©¥RGDVD©·HVGH9LJLO¤QFLD(SLGHPLROµ-

LPSRUWDQWH FRPSUHHQGHU TXH D DXWROHV¥R Q¥R VXLFLGD SRVVXL FDUDFWHU¯VWLFDV GH

5HVSRQVDELOL]D©¥RGDIDP¯OLDSRUDXV¬Q- $ $/16 « PXOWLIDWRULDO RX VHMD V¥R Y£ULRV

Conheça o Programa Mais ContigoXPSURMHWRPXOWLQ¯YHOGHSHVTXLVDFLHQW¯-

6HJXQGR R ΖQVWLWXWR %UDVLOHLUR GH HRJUDȴD H (VWDW¯VWLFD Ζ%( DSUR[LPDGDPHQWH

5HVWUL©¥RGHSHUȴV limita a visualização de comentários e mensagens de determinadas

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