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26/11/2017

É uma experiência angustiante, mais Não se trata de um único sentimento,


cedo ou mais tarde vamos sofrer a perda mas de um conjunto de sentimentos
de alguém próximo a nós, no entanto, no que necessitam se algum tempo para
nosso dia-a-dia falamos e pensamos serem resolvidos e que não devem ser
muito pouco sobre a morte. apressados. Cada pessoa fica enlutada a
sua maneira, o luto é uma experiência
pessoal e única.

WORDEN (1998) a perda de uma pessoa significativa evoca uma grande variedade de
reações com as quais a maioria das pessoas consegue interagir passando pelas tarefas do
luto e chagando ao seu final. Contudo, existem aquelas que encontram dificuldades em
lidar com sentimentos em relação à perda, o que está ligado a sua inabilidade em
completar as tarefas do luto e reassumir assim sua vida normal.

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1. ACEITAR A REALIDADE DA PERDA: enfrentar a realidade de que a pessoa está morta,


de que a pessoa se foi e não irá retornar. Parte desta aceitação da realidade é
acreditar que a reunião com a pessoa que se foi é impossível, pelo menos nesta vida.
Muitas pessoas que passaram por perdas se encontraram chamando pela pessoa que
se foi, e não raras vezes, tendem a identificar a pessoa perdida erroneamente em
outras situações.

2. ELABORAR A DOR DA PERDA: É necessário reconhecer e elaborar esta dor ou ela se


manifestará por meio de alguns sintomas ou por outra forma de conduta aberrante. Se
a elaboração não acontece, mas tarde pode ser necessária uma terapia.

3. AJUSTA-SE A UM AMBIENTE ONDE ESTÁ FALTANDO A PESSOA QUE FALECEU: a


pessoa que fica, geralmente não está ciente, por algum tempo depois da perda, de
todos os papéis desempenhados pela que faleceu, o que pode gerar um certo
ressentimento pelo fato de ter que desenvolver tarefas antes realizadas por aquele
que se foi. Além de ter que se ajustar à perda de papéis anteriormente
desempenhadas pelo falecido(a), a morte também o confronta com os desafios de se
ajustar ao seu próprio sentido de self.

4. REPOSICIONAR EM TERMOS EMOCIONAIS A PESSOA QUE FALECEU E CONTINUAR A


VIVER: a pessoa enlutada precisa encontrar um local adequado para o falecido em sua
vida emocional, um local que irá capacitar a pessoa que ficou, a viver bem no mundo.
É reformular a vida de forma que se consiga assimilar o fato de que ele morreu.

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Uma das abordagens mais eficaz para o trabalho


do luto normal é a psicoterapia de apoio, o tipo
mais comum de intervenção é o aconselhamento,
que vai auxiliar o enlutado a completar as tarefas
do luto.

O luto termina quando as tarefas do


processo de luto são completadas.
Um sinal de reação de luto
terminada é quando o enlutado é
capaz de pensar na pessoa que
faleceu sem dor, com tristeza, mas
sem o aspecto doloroso que havia
antes, quando o luto não havia sido
completado. A partir daí, a pessoa é
capaz de reinvestir suas emoções na
vida e no viver.

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Sentimentos (tristeza, raiva, culpa, autorrecriminação, ansiedade, solidão, fadiga,


desamparo, choque, anseio, alívio, emancipação, estarrecimento).

Sensações (vazio no estômago, aperto no coração ou peito, nó na garganta, falta de ar,


taquicardia, entre outros).

Cognições (descrença, confusão, preocupação, sensação de presença, alucinações).

Comportamentos (distúrbios do sono, distúrbio do apetite, comportamento aéreo


tendente à esquecer coisas, isolamento social, sonhos, etc.).

Aconselhamento refere-se à atitude de auxiliar as pessoas a facilitar o luto não


complicado ou normal, afim de que contribuem de forma saudável as tarefas do luto num
razoável período de tempo.

Objetivos do aconselhamento do luto


• Aumentar a realidade da perda;
• Ajudar a pessoa a lidar com os afetos expressos a latentes;
• Ajudar a pessoa a lidar com vários obstáculos para se reajustar depois da morte;
• Encorajar a pessoa a dizer um adeus adequado e se sentir confortável ao reinvestir
novamente em sua vida;

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ATIVIDADE EM EQUIPE:
1. Formar cinco grupos em sala de aula
2. Cada grupo ficará responsável por explicar
2 princípios e procedimentos do
aconselhamento em luto (sortear);
3. Cada grupo terá 15 minutos para ler todos
os princípios e procedimentos; Além de ler
especificamente aquele que o grupo ficou
responsável por explicar;
4. Escolher 2 integrantes do grupo para
explicar o que diz o princípio e
procedimento de aconselhamento;
5. Cada grupo deve elaborar uma pergunta
sobre o tema de cada grupo; que irá
apresentar;

Técnicas úteis para o enfrentamento do luto


Qualquer aconselhamento da terapia deve ter
como alicerce a compreensão teórica e sólida
da personalidade e conduta humana. Porém,
há muitas técnicas úteis ao processo de
aconselhamento cujo objetivo é estimular a
expressão completa de pensamentos e
sentimentos relacionados com a perda,
incluindo remorso e desapontamento.

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ATIVIDADE EM EQUIPE:
1. Formar cinco grupos em sala de aula
2. Cada grupo ficará responsável por explicar 2
técnicas úteis para o aconselhamento de luto
(sortear – 1 grupo ficará com tema repetido);
3. Cada grupo terá 15 minutos para ler todos os
princípios e procedimentos; Além de ler
especificamente aquele que o grupo ficou
responsável por explicar;
4. Escolher 2 integrantes do grupo para explicar o
que diz o princípio e procedimento de
aconselhamento;
5. Cada grupo deve elaborar uma pergunta sobre
o tema de cada grupo; que irá apresentar;

DIFERENÇA DO LUTO NORMAL PARA O PATOLÓGICO


• No luto normal o enlutado experimenta sentimentos, pensamentos, sensações físicas
e comportamentais desagradáveis e desajustados por um período de tempo, com o
comportamento das quatro tarefas do luto, ele encontra em seu interior um lugar
adequado para a pessoa que faleceu e retoma a sua vida.

• No luto patológico tais vivências ocorrem, porém de forma mais intensa e por longo
período, onde o enlutado nãop consegue completar as tarefas do luto há uma
sobrecarga afetiva sobre a pessoa que torna o processo interminável.

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DIFERENÇA DO LUTO NORMAL PARA O PATOLÓGICO


Para Worden, muitas áreas que compõem a vida do enlutado devem ser consideradas no
que se refere ao desenvolvimento de um luto inadequado.

Fatores relacionais: Definem o tipo de relacionamento que a pessoa tinha com falecido e
que trazem complicações para o luto.

Fatores circunstanciais: as circunstância da perda são muito importantes para a


determinação da intensidade e da evolução de reações de luto, havendo algumas
circunstâncias específicas que podem impedir o luto de uma pessoa ou dificultar sua
satisfatória conclusão:
-> Quando a perda é incerta -> Ocorrência de múltiplas perdas.

Fatores históricos: Pessoas que tiveram uma reação de luto complicadas no passado têm
uma maior probabilidade de ter reações complicadas no presente.
-> Histórias de doenças depressivas -> Perda precoce de um dos pais

Existem comprovações de pessoas que tiveram reações de luto complicadas sentiram-se


inseguras nas suas ligações da infância, e eram ambivalentes com suas mães, seu
primeiro objeto de amor.

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Fatores da personalidade: Relacionam-se com o caráter e a forma que eles afetam a


habilidade do enlutado de lidar com o estresse emocional.

Fatores Sociais: O luto em si é um processo social, e é mais bem tratado em um ambiente


social, no qual têm-se três condições que podem predispor reações de luto complicadas:

->Perda socialmente não comentada;


-> Perda socialmente negada;
-> Ausência de uma rede de apoio social;

Nas práticas voltadas a elaboração do luto, Worden (1998) propõe o aconselhamento do


luto e a terapia do luto.

1. Aconselhamento do luto: o terapeuta


irá facilitar as tarefas do luto para a pessoa
recém-enlutada de forma que o processo
de luto terá um término exitoso.
2. Terapia de luto: o terapeuta irá
identificar e resolver os conflitos de
separação que impedem a conclusão das
tarefas de luto nas pessoas em que o luto
está ausente, retardado, excessivo ou
prolongado.

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A terapia de luto é indicada quando:

-> A reação de luto complicada é manifestada


com o luto prolongado;

-> A reação de luto se manifesta por meio de


sintomas somáticos ou comportamentos
mascarados;

-> A reação de luto é manifestada por uma


resposta exagerada de luto;

Objetivos e Setting da terapia de luto:

-> Permitir que o paciente vivencie o luto,


permissão que este paciente não tem em seu
ambiente social anterior;

-> Resolver os conflitos de separação e facilitar


que as tarefas de luto se completem. Para a
resolução destes conflitos, o paciente deve
reviver sentimentos e pensamentos que ele
evitava sobre a sua situação de luto.

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Procedimentos do terapeuta para a intervenção:

-> Fazer o contrato com o paciente e estabelecer uma aliança terapêutica. Via de regra a
terapia de luto tem um tempo limitado (oito sessões);
-> Fazer uma lista das doenças físicas do paciente;
-> Levar o paciente reviver as lembranças da pessoa que faleceu;
-> Avaliar quais das quatro tarefas de luto não foram completadas;
-> Lidar com o afeto ou com a falta de afeto estimulado pelas lembranças;
-> Explorar e diminuir a tensão entre os objetivos de ligação;
-> Levar o paciente a reconhecer o caráter definitivo da perda;
-> Ajudar o paciente a dizer um adeus final.

Técnicas
-> Gestalt-terapia: técnica da cadeira vazia, na qual se coloca uma cadeira vazia de frente
ao enlutado e pede a ele que imagine que a pessoa falecida está ali sentada. A seguir
leva-se o paciente a falar diretamente com a pessoa que morreu sobre pensamentos e
sentimentos a respeito da morte dela e do relacionamento que nutriam. O paciente deve
falar na primeira pessoa e no tempo presente.

-> Imaginação dirigida: trata os pacientes -> Psicodrama: é pedido ao enlutado que
sentados em cadeiras, de olhos fechados represente o seu papel e o da pessoa
e imaginando que estão falando com a falecida, falando do passado e do futuro,
pessoa falecida. até que o conflito seja resolvido.

-> Utilizar fotografias da pessoa falecida pode facilitar os objetivos da terapia. O paciente
traz para a sessão uma fotografia, que será utilizada como foco das discussões com o
falecido no tempo presente.

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Avaliação dos resultados


Frequentemente existem três tipos de mudanças que ajudam a avaliar os resultados da
terapia de luto:

A terapia de luto é um procedimento delicado e


->Experiência Subjetiva; não pode ser abordado de forma abreviada, o
profissional que não dispõe do necessário
-> Mudanças no comportamento; aprendizado e treinamento não deve tentar uma
terapia de luto, pois, para praticá-la faz-se
-> Sintomas de alívio;
necessário um completo conhecimento da
psicodinâmica, incluindo a habilidade para avaliar
o potencial de descompensação do paciente.

Vale ressaltar, que uma das qualidade mais valiosas do bom terapeuta é saber suas
próprias limitações e quando for necessário, encaminhar um paciente ou consultar um
profissional mais experiente.

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ESTRUTURA:
 Identificação
 Queixa principal
 História pregressa e atual
 Compreensão das tarefas do processo de luto
 Caracterização do luto: normal ou patológico?
 Compreensão psicodinâmica (incluir hipótese diagnóstica)
 Planejamento e Estratégias de trabalho

FILME: O QUARTO DO FILHO

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