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TRANSTORNOS

DE
PERSONALIDAD
E
Victor Elmo – R1 Psiquiatria
INTRODUÇÃO
 Personalidade:
 Todas as características de adaptação a ambientes internos e externos, em
constante modificação;

 Transtorno de personalidade:
 Padrão persistente, inflexível, estável, de experiência interna e
comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura
do indivíduo, que leva a sofrimento ou prejuízo.
INTRODUÇÃO
 Transtorno de personalidade:
 Afeta duas ou mais áreas
 1. Cognição (i.e., formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras
pessoas e eventos).
 2. Afetividade (i.e., variação, intensidade, labilidade e adequação da
resposta emocional).
 3. Funcionamento interpessoal.
 4. Controle de impulsos.
INTRODUÇÃO
 Comuns e crônicos
 10 a 20% da população em geral;
 Aprox. 50% de todos os pacientes psiquiátricos apresentam algum transtorno
de personalidade;
 Propensão a recusar auxílio e a negar seus problemas: sintomas
egossintônicos e aloplásticos.
INTRODUÇÃO
 Grupo A: “Esquisitos” ou “estranhos”
 Esquizotípico, esquizoide, paranoide;

 Grupo B: “Dramáticos”, “impulsivos”


 Borderline, antissocial, narcisista e histriônico;

 Grupo C: “Ansiosos” e “medrosos”


 Evitativa, dependente, obsessivo-compulsivo;
ETIOLOGIA
 Genética
 Forte concordância entre gêmeos monozigóticos, mesmo que criados
separadamente
 Grupo A: mais comuns em parentes de pacientes com esquizofrenia
(esquizotípica);
 Grupo B: transtornos de humor, transtornos somáticos;
 Grupo C: Forte relação entre gêmeos e transtornos de ansiedade;
ETIOLOGIA
 Fatores biológicos:
 Hormônios: Aumento de testosterona, estradiol e estrona (Grupo B);
 Neurotransmissores: Metabólitos de serotonina estão baixos em pacientes
que tentam suicídio e em pacientes impulsivos/agressivos; endorfinas
endógenas aumentadas podem causar apatia;
 Eletroencefalograma: alterações com presença de ondas lentas.
ETIOLOGIA
 Fatores Psicanalíticos:
 Sigmund Freud: fixação em estágios psicossexuais de desenvolvimento
 Passivos e dependentes: fixação em fase oral;
 Parcimoniosos, escrupulosos: fixação na fase anal;
 William Reich: Couraça de caráter
 Mecanismos de defesa próprios de cada personalidade.
T. PERSONALIDADE
PARANOIDE
 Suspeita e desconfiança em relação a pessoas em geral;
 Culpa os outros por seus próprios sentimentos;
 Com frequência é observada em pessoas muito ciumentas, que sentem-se
injustiçadas;
 Prevalência de 2 a 4% nos EUA;
 Diagnosticado mais frequentemente em homens;
 Prevalência mais elevada em grupos de minorias, imigrantes...
T. PERSONALIDADE
PARANOIDE
 A. Um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, de modo que suas
motivações são interpretadas como malévolas, que surge no início da vida
adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou
mais) dos seguintes:

 1. Suspeita, sem embasamento suficiente, de estar sendo explorado,


maltratado ou enganado por outros.

 2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou da


confiabilidade de amigos e sócios.
T. PERSONALIDADE
PARANOIDE
 3. Reluta em confiar nos outros devido a medo infundado de que as
informações serão usadas maldosamente contra si.
 4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários
ou eventos benignos.
 5. Guarda rancores de forma persistente (i.e., não perdoa insultos, injúrias ou
desprezo).
 6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são percebidos pelos
outros e reage com raiva ou contra-ataca rapidamente.
T. PERSONALIDADE
PARANOIDE
 7. Tem suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do cônjuge
ou parceiro sexual.

 B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno


bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos ou outro transtorno psicótico e
não é atribuível aos efeitos fisiológicos de outra condição médica.
T. PERSONALIDADE
PARANOIDE
 Características Clínicas:
 Suspeita e desconfiança excessiva em relação a outras pessoas;
 Atos são tidos como malévolos, exploradores...
 Patologicamente ciumentas;
 Ideias de referência;

 Diag. Diferencial:
 Transtorno delirante, esquizofrenia, outros transtornos de personalidade.
T. PERSONALIDADE
PARANOIDE
 Curso e prognóstico:
 Início da vida adulta;
 Crônico;
 Às vezes precede esquizofrenia;
 Problemas de convivência.
 Tratamento:
 Psicoterapia individual;
 Farmacoterapia: Útil para agitação e ansiedade (haldol, Diazepam...)
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
 Padrão constante de retraimento social;
 Vistos como excêntricos, isolados, solitários, introvertidos;
 Têm desconforto com a interação humana;
 Não têm desejo de intimidade e são indiferentes à oportunidade de
relacionamento;
 Prevalência de 5% nos EUA;
 Homens 2:1 mulheres.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
 A. Um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa
restrita de expressão de emoções em contextos interpessoais que surgem no
início da vida adulta e estão presentes em vários contextos, conforme indicado
por quatro (ou mais) dos seguintes:

 1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma
família.
 2. Quase sempre opta por atividades solitárias.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
 3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra
pessoa.
 4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma.
 5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam os familiares de
primeiro grau.
 6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros.
 7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
 B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno
bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou
transtorno do espectro autista e não é atribuível aos efeitos psicológicos de
outra condição médica.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
 Características clínicas:
 Parecem frias e indiferentes;
 Não se envolvem em eventos cotidianos;
 Pouca necessidade ou vontade de formar laços afetivos;
 Investem energia em interesses não comuns: matemática, astronomia...
 Diag. Diferencial:
 Esquizofrenia, transtorno delirante, outros transtornos de personalidade
(evitativo, esquizotípico...)
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
 Curso e prognóstico:
 Início no começo da infância ou na adolescência;
 Crônico.
 Tratamento
 Psicoterapia individual, terapia em grupo
 Farmacoterapia: doses baixas de antipsicóticos, antidepressivos...
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
 Pessoas estranhas/excêntricas: pensamento mágico, noções peculiares, ideias
de referência, ilusões...
 Peculiaridades no pensamento, comportamento e aparência;
 Déficit social e nas relações interpessoais, com pouca capacidade de
relacionamento;
 Prevalência de 3% nos EUA;
 Proporção entre gêneros desconhecida;
 Relacionada à esquizofrenia.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
 A. Um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por
desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, além
de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico, que surge
no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme
indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
 1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência ).
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
 2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento
e são inconsistentes com as normas subculturais (p. ex., superstições, crença
em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes,
fantasias ou preocupações bizarras).
 3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais.
 4. Pensamento e discurso estranhos (p. ex., vago, circunstancial, metafórico,
excessivamente elaborado ou estereotipado).
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
 5. Desconfiança ou ideação paranoide.
 6. Afeto inadequado ou constrito.
 7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar.
 8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes de
primeiro grau.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
 9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o convívio e que tende a
estar associada mais a temores paranoides do que a julgamentos negativos
sobre si mesmo.
 B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno
bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou
transtorno do espectro autista.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
 Características clínicas:
 Perturbação no pensamento e na comunicação;
 Fala distinta ou peculiar;
 Supersticiosos, poderes de clarividência, dotados de poderes especiais;
 Isolados, pouco ou nenhum amigos; amigos imaginários.
 Diag. Diferenciais
 Esquizofrenia, outros transtornos de personalidade (esquizoide, evitativa,
paranoide...).
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
 Curso e prognóstico
 Personalidade pré-mórbida da esquizofrenia;
 Crônico.

 Tratamento
 Psicoterapia individual
 Farmacoterapia: antipsicóticos, antidepressivos...
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
 Incapacidade de se adequar às regras sociais ;
 Padrão de indiferença e violação aos direitos dos outros;
 Prevalência de 0,2 a 3% nos EUA;
 Maior entre homens usuários de álcool e em população carcerária;
 Início antes de 15 anos de idade;
 Padrão familiar, 5 vezes mais comum em parentes de primeiro grau.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
 A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras
pessoas que ocorre desde os 15 anos de idade, conforme indicado por três (ou
mais) dos seguintes:
 1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos
legais, conforme indicado pela repetição de atos que constituem motivos de
detenção.
 2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, uso de
nomes falsos ou de trapaça para ganho ou prazer pessoal.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
 3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
 4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas
corporais ou agressões físicas.
 5. Descaso pela segurança de si ou de outros.
 6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em
manter uma conduta consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
 7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou
racionalização em relação a ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.
 B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
 C. Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior aos 15
anos de idade.
 D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá exclusivamente
durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
 Características clínicas
 Podem apresentar-se normais, simpáticos;
 Sedutores, manipuladores;
 História de mentiras, vadiagem, fugas, roubos, brigas, abuso, atividades
ilegais, abuso conjugal, infantil...
 Ausência de remorso.
 Diag. Diferencial
 Comportamento ilegal, Transtorno neurológico, abuso de substância.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
 Curso e prognóstico
 Curso ininterrupto, com auge no fim da adolescência;
 Relatos indicam redução dos sintomas com a idade;
 Transtornos depressivos, sintomas somáticos são comuns.

 Tratamento
 Psicoterapia;
 Farmacoterapia: Controle de impulsos, agressividade (carbamazepina, ácido
valproico...)
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
 Caracterizadopor afeto, humor, comportamento, relações objetais e
autoimagem instáveis;
 Tentam de tudo para evitar abandono real ou imaginário;
 A percepção de rejeição altera profundamente o afeto, autoimagem...
 Prevalência de 1 a 2%;
 Duas vezes mais comuns em mulheres.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
 Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e
dos afetos e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e
está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos
seguintes:
 1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. (Nota:
Não incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto pelo
Critério 5.)
 2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos
caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e
desvalorização.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
 3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da
autoimagem ou da percepção de si mesmo.
 4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p.
ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão
alimentar). (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação
coberto pelo Critério 5.)
 5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de
comportamento automutilante.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
 6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex.,
disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente
de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias).
 7. Sentimentos crônicos de vazio.
 8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostras
frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes).
 9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos
intensos.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
 Características clínicas
 Quase sempre aparenta estar em crise, com alternâncias no humor em curto
tempo;
 Comportamento extremamente imprevisível, com atos autodestrutivos;
 Pode cortar pulsos ou outras formas de automutilação para obter ajuda dos
outros, exprimir raiva ou acalmar-se.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
 Características clínicas
 Relacionamentos tumultuosos, mas não conseguem tolerar a ideia de ficarem
sozinhos;
 Sentimento crônico de vazio, tédio e falta de identidade.

 Diag. Diferencial
 Esquizofrenia, outros transtornos de personalidade.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
 Curso e prognóstico
 Curso estável;
 Incidência elevada para transtorno depressivo;
 Diagnóstico estabelecido antes dos 40 anos.

 Tratamento
 Psicoterapia, terapia cognitivo comportamental, psicoterapia focada em
transferência;
 Farmacoterapia: controle de impulsos (antipsicóticos), humor
(antidepressivos), ansiedade (benzodiazepínicos).
T. PERSONALIDADE
HISTRIÔNICA
 Pessoas excitáveis, emotivas e comportam-se de forma dramática, florida,
extrovertida;
 Sentem-se desconfortáveis ou não valorizados quando não são o centro das
atenções;
 Podem fazer algo extremo para chamar a atenção para si.
 Prevalência de 1 a 3%; 10 a 15% em ambulatórios;
 Mais presente em mulheres;
 Associação com sintomas somáticos.
T. PERSONALIDADE
HISTRIÔNICA
 Um padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção em excesso que surge
no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme
indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:

 1. Desconforto em situações em que não é o centro das atenções.


 2. A interação com os outros é frequentemente caracterizada por
comportamento sexualmente sedutor inadequado ou provocativo.
 3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções.
 4. Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si.
T. PERSONALIDADE
HISTRIÔNICA
 5. Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de
detalhes.
 6. Mostra autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções.
 7. É sugestionável (i.e., facilmente influenciado pelos outros ou pelas
circunstâncias).
 8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são.
T. PERSONALIDADE
HISTRIÔNICA
 Características clínicas
 Grau elevado de comportamento em busca de atenção;
 Exageram em pensamentos, fazendo tudo soar mais importante do que é;
 Comportamento sedutor, egocêntrico, vaidoso;
 Exibem ataques de raiva, choro, quando não são o centro das atenções.
 Diag. Diferencial
 Personalidade borderline, transtorno somático.
T. PERSONALIDADE
HISTRIÔNICA
 Curso e prognóstico
 Mostram menos sintomas com a idade;
 Crônico.

 Tratamento
 Psicoterapia;
 Farmacoterapia: tratamento de sintomas adjuvantes.
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
 Senso de autoimportância, ausência de empatia, sentimento de serem únicos;
 Autoestima frágil e vulnerável às menores críticas;
 Superestimam suas capacidades e conquistas, subestimam os outros;
 Arrogantes e pretensiosos;
 Prevalência de 1 a 6%;
 Filhos com risco acima do normal de desenvolver.
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
 Um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento),
necessidade de admiração e falta de empatia que surge no início da vida adulta
e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais)
dos seguintes:

 1. Tem uma sensação grandiosa da própria importância (p. ex., exagera


conquistas e talentos, espera ser reconhecido como superior sem que tenha
as conquistas correspondentes).
 2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou
amor ideal.
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
 3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por,
ou associado a, outras pessoas (ou instituições) especiais ou com condição
elevada.
 4. Demanda admiração excessiva.
 5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (i.e., expectativas irracionais de
tratamento especialmente favorável ou que estejam automaticamente de acordo
com as próprias expectativas).
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
 6. É explorador em relações interpessoais (i.e., tira vantagem de outros para
atingir os próprios fins).
 7. Carece de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os
sentimentos e as necessidades dos outros.
 8. É frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o
invejam.
 9. Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes.
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
 Características clínicas
 Consideram-se especiais e esperam tratamento especial;
 Sentimento de merecimento impressionante;
 Lidam mal com críticas, querem as coisas de seu jeito;
 Fingem simpatia apenas em benefício próprio.

 Diag. Diferencial
 Outros transtornos de personalidade.
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
 Curso e prognóstico
 Crônico, difícil tratamento;
 Lidam mal com o envelhecimento;
 Mais vulneráveis às crises de meia idade.

 Tratamento
 Psicoterapia (difícil tratamento), terapia de grupo;
 Farmacoterapia: tratar sintomas aduntos.
T. PERSONALIDADE
EVITATIVA
 Sensibilidade extrema à rejeição;
 Levam vidas retraídas, mas com grande desejo por companhia;
 Necessitam de garantias de aceitação Inferioridade
 Medo de crítica, desaprovação ou rejeição;
 Prevalência de 2 a 3%
 Diferença entre sexos não estabelecida.
T. PERSONALIDADE
EVITATIVA
 Um padrão difuso de inibição social, sentimentos de inadequação e
hipersensibilidade a avaliação negativa que surge no início da vida adulta e
está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos
seguintes:

 1. Evita atividades profissionais que envolvam contato interpessoal


significativo por medo de crítica, desaprovação ou rejeição.
 2. Não se dispõe a envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de
que será recebido de forma positiva.
T. PERSONALIDADE
EVITATIVA
 3. Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos devido a medo de passar
vergonha ou de ser ridicularizado.
 4. Preocupa-se com críticas ou rejeição em situações sociais.
 5. Inibe-se em situações interpessoais novas em razão de sentimentos de
inadequação.
 6. Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou inferior
aos outros.
 7. Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou se envolver em
quaisquer novas atividades, pois estas podem ser constrangedoras.
T. PERSONALIDADE
EVITATIVA
 Características clínicas
 Hipersensibilidade à rejeição, timidez;
 Desejam o afeto, mas relatam ter medo de rejeição;
 Temem falar em público ou fazer pedidos a outras pessoas;
 Inclinação a interpretar mal os comentários de outros;
 Precisam de garantias de aceitação.
 Diag. Diferencial
 Outros transtornos de personalidade, fobia social.
T. PERSONALIDADE
EVITATIVA
 Curso e prognóstico
 Funcionam bem em ambiente protegido;
 Caso o ambiente seja falho, ficam sujeitos à depressão, ansiedade e raiva;
 Fobia social.

 Tratamento
 Psicoterapia;
 Farmacoterapia: manejo de sintomas adjuntos.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
 Subordinação de suas necessidades a outros;
 Não têm autoconfiança em decidir por si só alguns aspectos de suas vidas;
 Necessidade excessiva de ser cuidado, com temores de separação.
 Prevalência de 0,6%;
 Mais comum em mulheres;
 Pessoas com doenças físicas crônicas na infância podem ser mais suscetíveis.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
 Uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a comportamento
de submissão e apego que surge no início da vida adulta e está presente em
vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
 1. Tem dificuldades em tomar decisões cotidianas sem uma quantidade
excessiva de conselhos e reasseguramento de outros.
 2. Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior parte das
principais áreas de sua vida.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
 6. Sente-se desconfortável ou desamparado quando sozinho devido a temores
exagerados de ser incapaz de cuidar de si mesmo.
 7. Busca com urgência outro relacionamento como fonte de cuidado e amparo
logo após o término de um relacionamento íntimo.
 8. Tem preocupações irreais com medos de ser abandonado à própria sorte.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
 Características Clínicas
 Padrão global de dependência e submissão;
 Precisam de aconselhamento e tranquilização de outros para tomar decisões;
 Evitam papeis de liderança;
 Relacionamentos distorcidos pela necessidade de apego;
 Pessimistas, inseguros, passivos...

 Diag. Diferencial
 Outros transtornos de personalidade, demais transtornos.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
 Curso e prognóstico
 Pouco se sabe;
 Funcionamento ocupacional comprometido;
 Relacionamentos sociais limitados;
 Risco de desenvolver transtorno depressivo.

 Tratamento
 Psicoterapia;
 Farmacoterapia para sintomas específicos.
T. PERSONALIDADE
OBSESSIVO-COMPULSIVO
 Caracterizado por organização, perseverança, teimosia, perfeccionismo,
inflexibilidade;
 Preocupação excessiva com a ordem, tentativa de manter controle por meio
de atenção cuidadosa às regras, listas, cronogramas ou forma, a ponto de
perder de vista o objetivo principal da atividade.

 Prevalência de 2 a 8%;

 Mais diagnosticado em homens.


T. PERSONALIDADE
OBSESSIVO-COMPULSIVO
 Um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle
mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência que surge
no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme
indicado por quatro (ou mais) dos seguintes:
 1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou
horários a ponto de o objetivo principal da atividade ser perdido.
 2. Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (p. ex.,
não consegue completar um projeto porque seus padrões próprios
demasiadamente rígidos não são atingidos).
T. PERSONALIDADE
OBSESSIVO-COMPULSIVO
 3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de
atividades de lazer e amizades (não explicado por uma óbvia necessidade
financeira).
 4. É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos
de moralidade, ética ou valores (não explicado por identificação cultural ou
religiosa).
 5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor mesmo quando não têm
valor sentimental.
T. PERSONALIDADE
OBSESSIVO-COMPULSIVO
 6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas
se submetam à sua forma exata de fazer as coisas.
 7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; o dinheiro é
visto como algo a ser acumulado para futuras catástrofes.
 8. Exibe rigidez e teimosia.
T. PERSONALIDADE
OBSESSIVO-COMPULSIVO
 Características clínicas
 Pessoas obcecadas por regras, regulamento, métodos, limpeza, desejo de
alcançar perfeição;
 Não presentam flexibilidade quanto às regras e são intolerantes;
 Anseiam por agradar pessoas superiores;
 Ruminam a tomada de decisões.

 Diag. Diferencial
 Transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno delirante.
T. PERSONALIDADE
OBSESSIVO-COMPULSIVO
 Curso e prognóstico
 Variável e imprevisível;
 Prosperam em cargos metódicos;
 Vulneráveis a mudanças inesperadas.

 Tratamento
 Psicoterapia
 Farmacoterapia para sintomas adjuntos.
QUESTÕES
 1) O Transtorno da personalidade esquizoide corresponde a um
padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa
restrita de expressão de emoções em contextos interpessoais que
surgem
 a) desde os primórdios da infância.
 b) no início da vida adulta.
 c) na passagem da infância para a adolescência.
 d) no decorrer da adolescência.
 e) em qualquer etapa do ciclo vital de um indivíduo.
 2) Transtorno de personalidade que possui como características:
estado emocional oscilante, manifestações afetivas superficiais,
dramatização e excessiva teatralidade. Faz parte de sua estratégia a
sedução sexual e o desejo constante de admiração. Podemos chamar
este de
 A) narcisista.
 B) esquizotípica.
 C) paranoide.
 D) obsessiva compulsiva.
 E) histriônica.
 3) Segundo o DSM-V, o Transtorno da Personalidade Antissocial
tem como característica

 A) o surgimento na infância ou no início da adolescência e o


ajustamento às normas sociais.
 B) comportamentos relacionados a falsidade e a manipulação nas
relações sociais, além de um padrão difuso de indiferença aos outros.
 C) uma atitude comportamental manipuladora aprendida e aprimorada
socialmente, que não sofre influência genética.
 D) o diagnóstico realizado na infância a partir dos sintomas
relacionados ao comportamento antissocial de isolamento.
 4) O transtorno da personalidade borderline tem padrão
 A) com comportamento difuso, desconfiança e suspeita em relação à
motivação da atitude dos outros.
 B) em que se identifica inconstância nas relações interpessoais, na
autoimagem, nos afetos e apresenta impulsividade relevante.
 C) de dependência, submissão, apego e temores de separação.
 D) em que há distanciamento e isolamento nas relações sociais com
pouca expressão de emoções em contextos interpessoais.
 E) relacionado à uma preocupação com ordenamento, perfeccionismo,
controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade e eficiência.
 5) Como é conhecido o transtorno de personalidade considerado
por apresentar padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou
comportamento), necessidade de admiração, falta de empatia pelos
outros ou seus feitos:
 A) Narcisista.
 B) Esquizotípico.
 C) Dependente.
 D) Obsessivo-compulsivo.
 E) Histriônico.
 1. B
 2. E
 3. B
 4. B
 5. A

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