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DE
PERSONALIDAD
E
Victor Elmo – R1 Psiquiatria
INTRODUÇÃO
Personalidade:
Todas as características de adaptação a ambientes internos e externos, em
constante modificação;
Transtorno de personalidade:
Padrão persistente, inflexível, estável, de experiência interna e
comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura
do indivíduo, que leva a sofrimento ou prejuízo.
INTRODUÇÃO
Transtorno de personalidade:
Afeta duas ou mais áreas
1. Cognição (i.e., formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras
pessoas e eventos).
2. Afetividade (i.e., variação, intensidade, labilidade e adequação da
resposta emocional).
3. Funcionamento interpessoal.
4. Controle de impulsos.
INTRODUÇÃO
Comuns e crônicos
10 a 20% da população em geral;
Aprox. 50% de todos os pacientes psiquiátricos apresentam algum transtorno
de personalidade;
Propensão a recusar auxílio e a negar seus problemas: sintomas
egossintônicos e aloplásticos.
INTRODUÇÃO
Grupo A: “Esquisitos” ou “estranhos”
Esquizotípico, esquizoide, paranoide;
Diag. Diferencial:
Transtorno delirante, esquizofrenia, outros transtornos de personalidade.
T. PERSONALIDADE
PARANOIDE
Curso e prognóstico:
Início da vida adulta;
Crônico;
Às vezes precede esquizofrenia;
Problemas de convivência.
Tratamento:
Psicoterapia individual;
Farmacoterapia: Útil para agitação e ansiedade (haldol, Diazepam...)
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
Padrão constante de retraimento social;
Vistos como excêntricos, isolados, solitários, introvertidos;
Têm desconforto com a interação humana;
Não têm desejo de intimidade e são indiferentes à oportunidade de
relacionamento;
Prevalência de 5% nos EUA;
Homens 2:1 mulheres.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
A. Um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa
restrita de expressão de emoções em contextos interpessoais que surgem no
início da vida adulta e estão presentes em vários contextos, conforme indicado
por quatro (ou mais) dos seguintes:
1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma
família.
2. Quase sempre opta por atividades solitárias.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em ter experiências sexuais com outra
pessoa.
4. Tem prazer em poucas atividades, por vezes em nenhuma.
5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam os familiares de
primeiro grau.
6. Mostra-se indiferente ao elogio ou à crítica de outros.
7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno
bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou
transtorno do espectro autista e não é atribuível aos efeitos psicológicos de
outra condição médica.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
Características clínicas:
Parecem frias e indiferentes;
Não se envolvem em eventos cotidianos;
Pouca necessidade ou vontade de formar laços afetivos;
Investem energia em interesses não comuns: matemática, astronomia...
Diag. Diferencial:
Esquizofrenia, transtorno delirante, outros transtornos de personalidade
(evitativo, esquizotípico...)
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOIDE
Curso e prognóstico:
Início no começo da infância ou na adolescência;
Crônico.
Tratamento
Psicoterapia individual, terapia em grupo
Farmacoterapia: doses baixas de antipsicóticos, antidepressivos...
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
Pessoas estranhas/excêntricas: pensamento mágico, noções peculiares, ideias
de referência, ilusões...
Peculiaridades no pensamento, comportamento e aparência;
Déficit social e nas relações interpessoais, com pouca capacidade de
relacionamento;
Prevalência de 3% nos EUA;
Proporção entre gêneros desconhecida;
Relacionada à esquizofrenia.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
A. Um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por
desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, além
de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico, que surge
no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme
indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência ).
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento
e são inconsistentes com as normas subculturais (p. ex., superstições, crença
em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes,
fantasias ou preocupações bizarras).
3. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais.
4. Pensamento e discurso estranhos (p. ex., vago, circunstancial, metafórico,
excessivamente elaborado ou estereotipado).
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
5. Desconfiança ou ideação paranoide.
6. Afeto inadequado ou constrito.
7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar.
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes de
primeiro grau.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o convívio e que tende a
estar associada mais a temores paranoides do que a julgamentos negativos
sobre si mesmo.
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno
bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou
transtorno do espectro autista.
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
Características clínicas:
Perturbação no pensamento e na comunicação;
Fala distinta ou peculiar;
Supersticiosos, poderes de clarividência, dotados de poderes especiais;
Isolados, pouco ou nenhum amigos; amigos imaginários.
Diag. Diferenciais
Esquizofrenia, outros transtornos de personalidade (esquizoide, evitativa,
paranoide...).
T. PERSONALIDADE
ESQUIZOTÍPICA
Curso e prognóstico
Personalidade pré-mórbida da esquizofrenia;
Crônico.
Tratamento
Psicoterapia individual
Farmacoterapia: antipsicóticos, antidepressivos...
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
Incapacidade de se adequar às regras sociais ;
Padrão de indiferença e violação aos direitos dos outros;
Prevalência de 0,2 a 3% nos EUA;
Maior entre homens usuários de álcool e em população carcerária;
Início antes de 15 anos de idade;
Padrão familiar, 5 vezes mais comum em parentes de primeiro grau.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras
pessoas que ocorre desde os 15 anos de idade, conforme indicado por três (ou
mais) dos seguintes:
1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos
legais, conforme indicado pela repetição de atos que constituem motivos de
detenção.
2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, uso de
nomes falsos ou de trapaça para ganho ou prazer pessoal.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas
corporais ou agressões físicas.
5. Descaso pela segurança de si ou de outros.
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em
manter uma conduta consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou
racionalização em relação a ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
C. Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior aos 15
anos de idade.
D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá exclusivamente
durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
Características clínicas
Podem apresentar-se normais, simpáticos;
Sedutores, manipuladores;
História de mentiras, vadiagem, fugas, roubos, brigas, abuso, atividades
ilegais, abuso conjugal, infantil...
Ausência de remorso.
Diag. Diferencial
Comportamento ilegal, Transtorno neurológico, abuso de substância.
T. PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
Curso e prognóstico
Curso ininterrupto, com auge no fim da adolescência;
Relatos indicam redução dos sintomas com a idade;
Transtornos depressivos, sintomas somáticos são comuns.
Tratamento
Psicoterapia;
Farmacoterapia: Controle de impulsos, agressividade (carbamazepina, ácido
valproico...)
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
Caracterizadopor afeto, humor, comportamento, relações objetais e
autoimagem instáveis;
Tentam de tudo para evitar abandono real ou imaginário;
A percepção de rejeição altera profundamente o afeto, autoimagem...
Prevalência de 1 a 2%;
Duas vezes mais comuns em mulheres.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e
dos afetos e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e
está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos
seguintes:
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. (Nota:
Não incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto pelo
Critério 5.)
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos
caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e
desvalorização.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da
autoimagem ou da percepção de si mesmo.
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p.
ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão
alimentar). (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação
coberto pelo Critério 5.)
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de
comportamento automutilante.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex.,
disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente
de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias).
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostras
frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes).
9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos
intensos.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
Características clínicas
Quase sempre aparenta estar em crise, com alternâncias no humor em curto
tempo;
Comportamento extremamente imprevisível, com atos autodestrutivos;
Pode cortar pulsos ou outras formas de automutilação para obter ajuda dos
outros, exprimir raiva ou acalmar-se.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
Características clínicas
Relacionamentos tumultuosos, mas não conseguem tolerar a ideia de ficarem
sozinhos;
Sentimento crônico de vazio, tédio e falta de identidade.
Diag. Diferencial
Esquizofrenia, outros transtornos de personalidade.
T. PERSONALIDADE
BORDERLINE
Curso e prognóstico
Curso estável;
Incidência elevada para transtorno depressivo;
Diagnóstico estabelecido antes dos 40 anos.
Tratamento
Psicoterapia, terapia cognitivo comportamental, psicoterapia focada em
transferência;
Farmacoterapia: controle de impulsos (antipsicóticos), humor
(antidepressivos), ansiedade (benzodiazepínicos).
T. PERSONALIDADE
HISTRIÔNICA
Pessoas excitáveis, emotivas e comportam-se de forma dramática, florida,
extrovertida;
Sentem-se desconfortáveis ou não valorizados quando não são o centro das
atenções;
Podem fazer algo extremo para chamar a atenção para si.
Prevalência de 1 a 3%; 10 a 15% em ambulatórios;
Mais presente em mulheres;
Associação com sintomas somáticos.
T. PERSONALIDADE
HISTRIÔNICA
Um padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção em excesso que surge
no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme
indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
Tratamento
Psicoterapia;
Farmacoterapia: tratamento de sintomas adjuvantes.
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
Senso de autoimportância, ausência de empatia, sentimento de serem únicos;
Autoestima frágil e vulnerável às menores críticas;
Superestimam suas capacidades e conquistas, subestimam os outros;
Arrogantes e pretensiosos;
Prevalência de 1 a 6%;
Filhos com risco acima do normal de desenvolver.
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
Um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento),
necessidade de admiração e falta de empatia que surge no início da vida adulta
e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais)
dos seguintes:
Diag. Diferencial
Outros transtornos de personalidade.
T. PERSONALIDADE
NARCISISTA
Curso e prognóstico
Crônico, difícil tratamento;
Lidam mal com o envelhecimento;
Mais vulneráveis às crises de meia idade.
Tratamento
Psicoterapia (difícil tratamento), terapia de grupo;
Farmacoterapia: tratar sintomas aduntos.
T. PERSONALIDADE
EVITATIVA
Sensibilidade extrema à rejeição;
Levam vidas retraídas, mas com grande desejo por companhia;
Necessitam de garantias de aceitação Inferioridade
Medo de crítica, desaprovação ou rejeição;
Prevalência de 2 a 3%
Diferença entre sexos não estabelecida.
T. PERSONALIDADE
EVITATIVA
Um padrão difuso de inibição social, sentimentos de inadequação e
hipersensibilidade a avaliação negativa que surge no início da vida adulta e
está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos
seguintes:
Tratamento
Psicoterapia;
Farmacoterapia: manejo de sintomas adjuntos.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
Subordinação de suas necessidades a outros;
Não têm autoconfiança em decidir por si só alguns aspectos de suas vidas;
Necessidade excessiva de ser cuidado, com temores de separação.
Prevalência de 0,6%;
Mais comum em mulheres;
Pessoas com doenças físicas crônicas na infância podem ser mais suscetíveis.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
Uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a comportamento
de submissão e apego que surge no início da vida adulta e está presente em
vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Tem dificuldades em tomar decisões cotidianas sem uma quantidade
excessiva de conselhos e reasseguramento de outros.
2. Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior parte das
principais áreas de sua vida.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
6. Sente-se desconfortável ou desamparado quando sozinho devido a temores
exagerados de ser incapaz de cuidar de si mesmo.
7. Busca com urgência outro relacionamento como fonte de cuidado e amparo
logo após o término de um relacionamento íntimo.
8. Tem preocupações irreais com medos de ser abandonado à própria sorte.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
Características Clínicas
Padrão global de dependência e submissão;
Precisam de aconselhamento e tranquilização de outros para tomar decisões;
Evitam papeis de liderança;
Relacionamentos distorcidos pela necessidade de apego;
Pessimistas, inseguros, passivos...
Diag. Diferencial
Outros transtornos de personalidade, demais transtornos.
T. PERSONALIDADE
DEPENDENTE
Curso e prognóstico
Pouco se sabe;
Funcionamento ocupacional comprometido;
Relacionamentos sociais limitados;
Risco de desenvolver transtorno depressivo.
Tratamento
Psicoterapia;
Farmacoterapia para sintomas específicos.
T. PERSONALIDADE
OBSESSIVO-COMPULSIVO
Caracterizado por organização, perseverança, teimosia, perfeccionismo,
inflexibilidade;
Preocupação excessiva com a ordem, tentativa de manter controle por meio
de atenção cuidadosa às regras, listas, cronogramas ou forma, a ponto de
perder de vista o objetivo principal da atividade.
Prevalência de 2 a 8%;
Diag. Diferencial
Transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno delirante.
T. PERSONALIDADE
OBSESSIVO-COMPULSIVO
Curso e prognóstico
Variável e imprevisível;
Prosperam em cargos metódicos;
Vulneráveis a mudanças inesperadas.
Tratamento
Psicoterapia
Farmacoterapia para sintomas adjuntos.
QUESTÕES
1) O Transtorno da personalidade esquizoide corresponde a um
padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa
restrita de expressão de emoções em contextos interpessoais que
surgem
a) desde os primórdios da infância.
b) no início da vida adulta.
c) na passagem da infância para a adolescência.
d) no decorrer da adolescência.
e) em qualquer etapa do ciclo vital de um indivíduo.
2) Transtorno de personalidade que possui como características:
estado emocional oscilante, manifestações afetivas superficiais,
dramatização e excessiva teatralidade. Faz parte de sua estratégia a
sedução sexual e o desejo constante de admiração. Podemos chamar
este de
A) narcisista.
B) esquizotípica.
C) paranoide.
D) obsessiva compulsiva.
E) histriônica.
3) Segundo o DSM-V, o Transtorno da Personalidade Antissocial
tem como característica