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PSICOPATOLOGIA

GERAL

Profª. Angélica Gavaldão


Transtornos de Personalidade

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https://www.youtube.com/watch?v=NFJwqkNGAO8
Personalidade

Conjunto de características que determinam o jeito de ser,


sentir, pensar, agir, se relacionar, resolver problemas e lidar
com as situações da vida.
Conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total
das características individuais, em sua relação com o meio,
incluindo todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e
socioculturais de sua formação, conjugando tendências
inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência.

(Dalgalarondo, 2008)
Aspectos do indivíduo: aparência física, perfil de seus gestos,
sua voz, estilo de seus movimentos, tendo significativa
influência sobre as experiências psicológicas da pessoa ao
longo de sua vida, seu modo de reação em relação aos
outros e vice-versa.

Conjunto de particularidades psicofisiológicas e psicológicas


inatas, que diferenciam um indivíduo de outro.

São determinados por fatores genéticos ou constitucionais


precoces produzidos por fatores endócrinos ou metabólicos.
(Dalgalarondo, 2008)
Traços de personalidade são padrões persistentes de
percepção, de relacionamento com e de pensamento
sobre o ambiente e si mesmo que são exibidos em uma
ampla gama de contextos sociais e pessoais. Os traços de
personalidade constituem transtornos da personalidade
somente quando são inflexíveis e mal adaptativos e causam
prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos.

DSM-5
Quando este jeito de agir ou lidar com as
situações causam sofrimento para o indivíduo
ou pessoas ao seu redor:

podem indicar um transtorno de


personalidade
Psiquiatra alemão Kurt Schneider (1974) definiu os transtornos
da personalidade com base nas seguintes características
básicas:

“[...] sofre e faz sofrer a sociedade”, assim como “[...] não


aprende com a experiência”.

(Dalgalarondo, 2008)
Nomenclatura dos últimos dois séculos: insanidade moral,
monomania moral, transtorno ou neurose de caráter, etc.

Entretanto, o termo que mais se tornou popular entre os


profissionais de saúde mental foi psicopatia.

Tal vocábulo foi, infelizmente, utilizado de modo muito


impreciso, ora se identificando psicopatia com
personalidade sociopática, ora com transtornos da
personalidade em geral.

(Dalgalarondo, 2008)
Isso quer dizer que, no transtorno da personalidade, há uma
marcante desarmonia que se reflete tanto no plano
intrapsíquico como no das relações interpessoais.

Os transtornos da personalidade, embora de modo geral


produzam consequências muito penosas para o indivíduo,
familiares e pessoas próximas, não são facilmente
modificáveis por meio das experiências da vida.

(Dalgalarondo, 2008)
Segundo a classificação atual de transtornos mentais da
OMS (1993), a CID-10, os transtornos da personalidade são
definidos pelas seguintes características:

(Dalgalarondo, 2008)
1. Geralmente surgem na infância ou adolescência e
tendem a permanecer relativamente estáveis ao longo
da vida do indivíduo.

2. Manifestam um conjunto de comportamentos e reações


afetivas claramente desarmônicas, envolvendo vários
aspectos da vida do indivíduo, como a afetividade, o
controle de impulsos, o modo e o estilo de
relacionamento interpessoais.

(Dalgalarondo, 2008)
3. O padrão anormal de comportamento e de respostas
afetivas e volitivas é permanente, de longa duração e não
limitado ao episódio de doença mental associada.

4. O padrão anormal de comportamento inclui muitos


aspectos do psiquismo e da vida social do indivíduo, não
sendo restrito a apenas um tipo de reação ou uma área do
psiquismo.

(Dalgalarondo, 2008)
5. O padrão comportamental é mal adaptativo, produz uma
série de dificuldades para o indivíduo ou para as pessoas
que com ele convivem.

6. São condições não relacionadas diretamente à lesão


cerebral evidente ou a outro transtorno psiquiátrico (embora
haja alterações de personalidade secundárias à lesão
cerebral).

(Dalgalarondo, 2008)
7. O transtorno da personalidade leva a algum grau de
sofrimento (angústia, solidão, sensação de fracasso pessoal,
dificuldades no relacionamento vividas com amargura,
etc.), entretanto tal sofrimento pode se tornar aparente para
o indivíduo apenas tardiamente em sua vida.

8. Em geral, o transtorno da personalidade contribui para o


mau desempenho ocupacional (no trabalho, estudos, etc.)
e social (com familiares, amigos, colegas de trabalho ou
estudo). Entretanto, tal desempenho precário não é
condição obrigatória.

(Dalgalarondo, 2008)
Definição

Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de


experiência interna e comportamento que se desvia
acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo,
é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da
fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento
ou prejuízo.

Critérios gerais:
(DSM-5)

(DSM-5)
(DSM-5)
O diagnóstico de transtornos da personalidade exige
avaliação dos padrões de funcionamento de longo prazo
do indivíduo, e as características particulares da
personalidade devem estar evidentes no começo da fase
adulta.

Os traços de personalidade que definem esses transtornos


devem também ser diferenciados das características que
surgem em resposta a estressores situacionais específicos ou
estados mentais mais transitórios (p. ex., transtornos bipolar,
depressivo ou de ansiedade; intoxicação por substância).
(DSM-5)
Transtornos da Personalidade do Grupo A

Transtorno da Personalidade Paranoide

• Sensibilidade excessiva a rejeições e a contratempos;


• Tendência a guardar rancores persistentemente;
• Desconfiança excessiva e tendência exagerada a
distorcer as experiências por interpretar erroneamente as
ações neutras ou amistosas de outros como hostis ou
depreciativas;

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Paranoide

• Obstinado senso de direitos pessoais e sensação de estar


sendo injustiçado em relação a esses direitos, em
desacordo com a situação real;
• Suspeitas recorrentes, sem justificativa, com respeito à
fidelidade sexual do parceiro;
• Tendência a experimentar autovalorização excessiva,
manifesta por meio de atitude persistente de auto
referência;
• Preocupação com explicações “conspiratórias”, sem
fundamento em dados reais.
(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Paranoide

O transtorno da personalidade paranoide não deve ser


diagnosticado se o padrão de comportamento ocorre
exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno
bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos ou outro
transtorno psicótico ou se é atribuível aos efeitos fisiológicos
de uma condição neurológica ou a outra condição
médica.
(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Paranoide

O transtorno da personalidade paranoide e o transtorno


da personalidade esquizotípica compartilham os traços de
desconfiança, distanciamento interpessoal e ideação
paranoide, mas o transtorno da personalidade
esquizotípica também inclui sintomas como pensamento
mágico, experiências perceptivas incomuns e pensamento
e discurso estranhos.
(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Esquizoide

• Distanciamento afetivo, afeto embotado, aparente frieza


emocional;
• Capacidade limitada para expressar sentimentos
calorosos, ternos ou raiva para com os outros;
• Indiferença aparente a elogios ou críticas;
• Poucas atividades que produzem prazer;
• Pouco interesse em ter experiências sexuais com outra
pessoa;
• Preferência quase invariável por atividades solitárias;
(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Esquizoide

• Preocupação excessiva com fantasias e introspecção;


• Ausência de amigos íntimos ou de relacionamentos
confidentes;
• Insensibilidade marcante em relação a normas e
convenções sociais.

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Esquizoide

Indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide


podem ter um dificuldades para expressar raiva, mesmo em
resposta a provocação direta, o que contribui para a
impressão de que carecem de emoção.

Suas vidas parecem por vezes sem rumo, e eles podem


aparentar estar “à deriva” em relação a seus objetivos.
Dificuldade em reagir adequadamente a acontecimentos
importantes da vida.
(DSM-5)
Transtornos da Personalidade do Grupo B

Transtorno da Personalidade Antissocial

Os sociopatas são pessoas incapazes de uma interação


afetiva verdadeira e amorosa.
Não têm consideração ou compaixão pelas outras pessoas,
mentem, enganam, trapaceiam, prejudicam os outros,
mesmo a quem nunca lhes fez nada.
São popularmente conhecidos como “mau caráter”,
“tranqueira”, “canalha”, etc.

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Antissocial

• Indiferença e insensibilidade pelos sentimentos alheios;


• Irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e
obrigações sociais;
• Incapacidade de manter relacionamentos, embora não
haja dificuldade em estabelecê-los;
• Muito baixa tolerância a frustrações e baixo limiar para
descarga de agressão, inclusive violência;

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Antissocial

• Incapacidade de experimentar culpa e de aprender com


a experiência, particularmente com a punição;
• Propensão marcante para culpar os outros ou para
oferecer racionalizações plausíveis para o
comportamento que gerou seu conflito com a
sociedade;
• Crueldade e sadismo são frequentes nesse tipo de
personalidade

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Antissocial

A característica essencial do transtorno da personalidade


antissocial é um padrão difuso de indiferença e violação dos
direitos dos outros, o qual surge na infância ou no início da
adolescência e continua na vida adulta.
Esse padrão também já foi referido como psicopatia,
sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial.
Visto que falsidade e manipulação são aspectos centrais do
transtorno da personalidade antissocial,

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Antissocial

Para que esse diagnóstico seja firmado, o indivíduo deve ter


no mínimo 18 anos de idade e deve ter apresentado alguns
sintomas de Transtorno da Conduta antes dos 15 anos.

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Antissocial

O transtorno da conduta envolve um padrão repetitivo e


persistente de comportamento no qual os direitos básicos
dos outros ou as principais normas ou regras sociais
apropriadas à idade são violados.

Os comportamentos específicos característicos do transtorno


da conduta encaixam-se em uma de quatro categorias:
agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade,
fraude ou roubo ou grave violação a regras.

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Antissocial

O padrão de comportamento antissocial continua até a


vida adulta.
Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial não
têm êxito em ajustar-se às normas sociais referentes a
comportamento legal.
Podem repetidas vezes realizar atos que são motivos de
detenção (estando já presos ou não), como destruir
propriedade alheia, assediar outras pessoas, roubar ou ter
ocupações ilegais.
Pessoas com esse transtorno desrespeitam os desejos, direitos
ou sentimentos dos outros.
(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Antissocial

Com frequência, enganam e manipulam para obter ganho


ou prazer pessoal (p. ex., conseguir dinheiro, sexo ou poder)
Podem mentir, usar nomes falsos, trapacear ou fazer
maldades.
Um padrão de impulsividade pode ser manifestado por
fracasso em fazer planos para o futuro.
Indivíduos com o transtorno tendem a ser irritáveis e
agressivos e podem envolver-se repetidamente em lutas
corporais ou cometer atos de agressão física (inclusive
espancamento de cônjuge ou filho)

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Antissocial

Essas pessoas ainda demonstram descaso pela própria


segurança ou pela de outros.
Isso pode ser visto no comportamento ao dirigir (Ex:
velocidade excessiva recorrente, direção sob intoxicação,
múltiplos acidentes).
Podem se envolver em comportamento sexual ou uso de
substância com alto risco de consequências nocivas.
Podem negligenciar ou falhar em cuidar de uma criança a
ponto de colocá-la em perigo.

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Borderline
Transtorno de personalidade emocionalmente instável (CID-10)

• Instabilidade emocional intensa;

• Sentimentos crônicos de vazio;

• Relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis,


oscilando em curtos períodos de uma grande “paixão” ou
“amizade” para “ódio” e “rancor” profundos;

• Esforços excessivos para evitar abandono;


(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Borderline

• Dificuldades sérias e instabilidade com relação à


autoimagem, aos objetivos e às preferências pessoais
(inclusive a sexual);

• Atos repetitivos de autolesão, envolvendo-se em


atuações perigosas (como guiar muito embriagado e
velozmente, intoxicar-se com substâncias, etc.);

• Atos suicidas repetitivos.


(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Borderline

A característica essencial do transtorno da personalidade


borderline é um padrão difuso de instabilidade das relações
interpessoais, da autoimagem e de afetos e de
impulsividade acentuada que surge no começo da vida
adulta e está presente em vários contextos.

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Borderline

São muito sensíveis às circunstâncias ambientais.

Vivenciam medos intensos de abandono e experimentam


raiva inadequada mesmo diante de uma separação de
curto prazo realística ou quando ocorrem mudanças
inevitáveis de planos.

Indivíduos com o transtorno da personalidade borderline


tentam de tudo para evitar abandono real ou imaginado.

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Borderline

Pode ocorrer uma perturbação da identidade,


caracterizada por instabilidade acentuada e persistente da
imagem ou da percepção de si mesmo.

Mudanças súbitas e dramáticas na autoimagem,


caracterizadas por metas, valores e aspirações vocacionais
inconstantes.

Podem ocorrer mudanças súbitas em opiniões e planos


sobre carreira profissional, identidade sexual, valores e tipos
de amigos.
(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Borderline

Com frequência expressam raiva inadequada e intensa ou


têm dificuldades em controlá-la.

Podem demonstrar sarcasmo extremo, amargura persistente


ou ter explosões verbais.

A raiva é geralmente provocada quando um cuidador ou


companheiro é visto como negligente, contido,
despreocupado ou como alguém que abandona. Tais
expressões de raiva costumam ser seguidas de vergonha e
culpa, contribuindo para o sentimento de ter sido mau.
(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Borderline

• Transtorno Bipolar: oscilações de humor que duram


períodos maiores. Início, evolução e remissão dos
sintomas.
Transtorno da Personalidade Borderline

• Ideias ou ilusões paranoides podem estar presentes nos


transtornos da personalidade borderline, mas são mais
transitórios, reativos a problemas interpessoais e
responsivos à estruturação externa (limítrofe);

• Ainda que o transtorno da personalidade histriônica possa


ser também caracterizado por busca de atenção,
comportamento manipulativo e por mudanças rápidas
nas emoções, o transtorno da personalidade borderline
distingue-se por autodestrutividade, ataques de raiva nos
relacionamentos íntimos e sentimentos crônicos de vazio
profundo e solidão.
Transtorno da Personalidade Histriônica

• Dramatização, teatralidade, expressão exagerada das


emoções;

• Sugestionabilidade aumentada, facilmente influenciado


por outros ou pelas circunstâncias;

• Afetividade superficial, pueril e lábil;

• Busca contínua de atenção e apreciação pelos outros,


quer ser o centro das atenções (vitimizados);
(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Histriônica

• Sedução inapropriada em aparência (vestimenta,


maquiagem, etc.) e comportamento;

• Erotização de situações não estritamente eróticas;

• Infantilidade, tendência a reações infantis, pouca


tolerância à frustração.

(DSM-5)
Transtornos da Personalidade do Grupo C

Transtorno da Personalidade Evitativa


Transtorno de personalidade ansiosa (CID-10)

• Estado constante de tensão e apreensão

• Crença de ser socialmente incapaz, desinteressante ou


inferior aos outros

• Preocupação ou medo excessivo em ser criticado ou


rejeitado;

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Evitativa

• Restrições na vida diária devido à necessidade de


segurança física ou psíquica;

• Evitação de atividades sociais e ocupacionais que


envolvam contato interpessoal significativo,
principalmente por medo de críticas, desaprovação ou
rejeição;

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Dependente

• Subordinação das próprias necessidades e desejos


àqueles dos outros dos quais é dependente;

• Solicitação constante de que outros (dos quais depende)


tomem as decisões importantes em sua vida pessoal;

• Sentimento de desamparo quando sozinho por causa de


medo exagerado de ser incapaz de se cuidar;

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Dependente

• Preocupação e/ou medo exagerado de ser abandonado


pela(s) pessoa(s) da(s) qual(is) depende;

• Capacidade limitada de tomar decisões cotidianas sem


excesso de conselhos e reasseguramento pelos outros;

• Relutância em fazer exigências ainda que razoáveis à(s)


pessoa da qual depende.

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Obsessivo-compulsiva
Transtorno de personalidade anancástica (CID-10)

• Preocupação excessiva com detalhes, regras, listas,


ordem, organização ou esquemas;

• Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas;

• Dúvidas excessivas sobre assuntos irrelevantes;

• Cautela demasiada;

(DSM-5)
Transtorno da Personalidade Obsessivo-compulsiva

• Rigidez e teimosia;

• Insistência incomum para que os outros submetam-se


exatamente à sua maneira de fazer as coisas;

• Excesso e escrúpulos e preocupação indevida com detalhes


da vida;

• A rigidez impede ou anula o prazer nas relações


interpessoais;

• Adesão excessiva às convenções sociais e certo pedantismo


(DSM-5)
AUTOR: ROBERT D. HARE. PH.D.
ADAPTAÇÃO BRASILEIRA: HILDA C. P. MORANA, PH.D

Esse instrumento pondera traços de personalidade


prototípicos de psicopatia. Foi projetado para avaliar de
maneira segura e objetiva o grau de periculosidade e de
readaptabilidade à vida comunitária de condenados.
Por Luiza Garonce, G1 DF
10/10/2019 15h38

Trailer:
https://youtu.be/L9pQfK8uJRo
Transtornos de Personalidade

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