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Universidade Luterana do Brasil 

Curso: Direito

Tema: TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO - TOC

Alunos:
Eylla Virgínia Lima De Azevedo;
Lorran Rodrigues de Queiroz;
Virgínia Roberta Mendes Dias Campos.

Manaus/AM
09 de maio de 2023.
INTRODUÇÃO

O Transtorno Obsessivo Compulsivo, conhecido comumente como


“TOC”, é uma perturbação mental, apresenta um cenário de obsessões e
compulsões.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), O Transtorno


obsessivo Compulsivo é uma doença mental grave, além de ser uma das dez
doenças com maior incapacitação das pessoas. (OMS, 1993).

A origem de tal transtorno mental é multifatorial, podendo acometer


tanto homens como mulheres, o início dos sintomas nota-se durante a infância
e adolescência.

Os sintomas do transtorno são muito diversificados, sendo que seu


diagnóstico é apenas clínico, uma vez que não existem exames laboratoriais ou
de imagem que indiquem tal transtorno.

No Brasil, cerca de uma pessoa a cada 50 sofre de Transtorno


obsessivo Compulsivo e em torno de 30% dos que têm se recusam a passar
pelo tratamento.

Portanto, o Transtorno obsessivo Compulsivo é grave e possui vários


aspectos diferentes, dentre os quais o presente trabalho abordará o subtipo
com obsessões de pedofilia e o ciúme patológico.
BREVE EXPLANAÇÃO SOBRE O TRANSTORNO OBSESSIVO
COMPULSIVO

Como suscitado acima, o transtorno obsessivo compulsivo é um


transtorno psiquiátrico de ansiedade que tem como principal característica a
presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.

A obsessão é caracterizada como pensamentos, impulsos ou imagens


recorrentes que provocam na pessoa ansiedade ou mal-estar. A pessoa sente a
necessidade de ignorar ou suprimir a ansiedade causada por essas obsessões
através de pensamentos, rotinas ou atividades repetitivas denominadas
compulsões ou rituais.

As obsessões mais comuns são o medo de contaminação por germes,


sujidade ou produtos químicos, medo de contrair uma doença, medo de
prejudicar outras pessoas de forma acidental ou intencional ou medo de
cometer um erro grave.

As compulsões mais comuns são lavar as mãos ou limpar


compulsivamente para diminuir o medo de contaminação ou de contrair uma
doença; confirmar repetidamente as coisas para diminuir o medo de prejudicar
outrem ou de cometer um erro; e ordenar, organizar por determinada ordem,
contar ou repetir compulsivamente nomes, frases ou rotinas para diminuir a
ansiedade.

SINTOMAS

Podem ocorrer as seguintes alterações: do comportamento (rituais ou


compulsões, repetições, evitações e indecisões); do pensamento
(preocupações excessivas com doenças, com falhas, dúvidas, pensamentos
com conteúdo impróprio ou “ruim”, obsessões); e emocionais (aflição, culpa,
medo, desconforto, depressão). (BRUNA, 2023)

Na maioria dos casos os sintomas são específicos, como por exemplo,


sentir necessidade de confirmar repetidamente as coisas, realizar
compulsivamente determinadas rotinas, ter repetidamente determinados
pensamentos.

Os diversos sintomas tendem a co-ocorrer no mesmo paciente e mudar


de conteúdo ao longo do tempo. Por está razão, inúmeros pesquisadores
procuram estudar quais os sintomas obsessivo compulsivos que ocorrem
conjuntamente com mais frequência, de modo a se constituírem em fatores ou
dimensões de sintomas, provavelmente com mecanismos etiológicos
diferenciais envolvidos.

CAUSAS DO “TOC”

As causas do TOC não estão bem esclarecidas, mas certamente, trata-


se de um problema de ordem multifatorial onde o histórico familiar, alterações
neuroquímicas, fatores biológicos e psicológicos estão entre as possíveis
causas desse distúrbio de ansiedade.

DIAGNÓSTICO

Como analisado as causas do “TOC” são diversas, devido a isto para


que ocorra um diagnóstico pode levar muito tempo, posto que será feita a
analise de cada sintoma manifestado pelo portador do distúrbio. Em inúmeras
situações o diagnóstico só ocorre na fase adulta do portador, porém alguns
sintomas são manifestados em crianças a partir de 3 anos de idade.

Portanto, o diagnóstico é feito apenas de forma clínica, ao conversar


com a pessoa a mesma expressa seus sentimentos, posto que começa a notar
certo incomodo devido uma situação não qual não deveria haver tal
desconforto, sendo que tais incômodos afetam sua rotina e atividades diárias.

TRATAMENTO

Conforme Dias (2020), o tratamento do TOC ocorre através do uso de


medicamentos (antidepressivos e ansiolíticos) e psicoterapia (técnicas
comportamentais e cognitivas, adaptadas especificamente para o controle e
alívio do quadro). Portanto ao primeiro sinal da doença, é indispensável a
procura por ajuda profissional e encaminhamento para tratamento
especializado a fim de atenuar o sofrimento e restabelecer a saúde mental.
O CIÚME ENQUANTO SINTOMA DO TRANSTORNO OBSESSIVO
COMPULSIVO

O ciúme obsessivo pode ser um sinal de TOC (transtorno obsessivo


compulsivo) se associados a frequentes: Pensamentos obsessivos
relacionados à ameaça de infidelidade; necessidade compulsiva de verificar e
controlar o parceiro.

Pessoas com TOC do relacionamento também podem apresentar


outros tipos de obsessões, tais como: Fazer comparações de seu
relacionamento com o de outras pessoas ou comparar a relação atual com
experiências anteriores; constantemente medir a atração pelo parceiro,
verificando se não existe atração maior por outras pessoas; focar nas falhas do
relacionamento; quantificar e testar o afeto do parceiro; duvidar se a pessoa é a
“escolha certa”; reavaliar, insistentemente, aspectos físicos e traços de
personalidade com objetivo de encontrar detalhes negativos, que justifiquem a
dúvida quanto ao relacionamento; idealizar as atitudes do parceiro e da própria
experiência do amor, invasão de privacidade, acessar o celular para verificar
chamadas e mensagens, exigir senhas de e-mail e perfis de mídias sociais,
ouvir conversas particulares, etc.; comportamento de monitoramento checar
constantemente onde o parceiro está, conferir suas atividades em redes
sociais, controlar a agenda de compromissos.

Assim como, necessidade de constantes “provas de amor”, limitação


da liberdade do parceiro impedir que vá a certos lugares ou encontre
determinadas pessoas, além de interferir em características pessoais;
insistência em sempre acompanhar o parceiro em atividades rotineiras, como
fazer compras, visitar amigos e familiares, ir ao médico, comportamentos de
perseguição; atitudes violentas (agressões verbais ou físicas) com o parceiro
ou pessoas consideradas rivais.

Outras atitudes como, suspeita de infidelidade por coisas mínimas,


quando o parceiro não atende o telefone, se arruma para sair ou parece mais
feliz e animado, por exemplo.
As possíveis causas para tais comportamentos: baixa autoestima,
dependência e carência emocional, pais ausentes ou muito controladores, na
infância; insegurança; experiências traumáticas e também pode estar
associado a transtornos afetivos e distúrbios de personalidade.

Este comportamento ora demostrado é capaz de gerar agressões


físicas e verbais. Trazendo consequências no mundo jurídico.

A Lei 14.132/2021 inseriu no Código Penal Brasileiro o artigo 147-B,


que traz a figura do crime de violência psicológica contra a mulher. O artigo
descreve como conduta ilícita o uso de ameaças, constrangimentos,
humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do
direito de ir e vir ou outros, para controlar ações, comportamentos, crenças e
decisões da mulher, causando danos emocional ou prejuízo à saúde
psicológica.

A pena prevista é de 6 meses a 2 anos de reclusão e multa.

O conceito de violência psicológica contra a mulher já está expresso no


artigo 7º, II, da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), e sua inclusão também
no CPB vem reforçar a criminalização de atos dessa natureza.

Código Penal - Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940:

Lesão corporal
        Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde
de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.

Diante o exposto, é necessário que a pessoa se submeta a tratamentos


psicológicos e psiquiátricos nos casos mais graves para melhora na qualidade
de vida e em sociedade.

TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO COM OBSESSÕES DE


PEDOFILIA

O TOC Sexual é uma das variáveis do Transtorno Obsessivo


Compulsivo e está relacionado à Ansiedade. Ele acontece quando a pessoa
passa a ter pensamentos obsessivos de cunho sexual e, por não conseguir
controlá-los, desenvolve rituais compulsivos para tentar aliviar o sentimento de
culpa e a ansiedade.

É comum quem possui Transtorno Obsessivo Compulsivo Sexual


pensar com temor, em temas como infidelidade, pedofilia, incesto, abuso
sexual, comportamento sexual violento, estupro, entre outros.

Assim como os outros tipos de TOCs, o portador do TOC Sexual acaba


desenvolvendo um comportamento compulsivo para lidar com os pensamentos
intrusivos.

Quem sofre com o problema tem a preocupação com o fato de que


pensamentos de origem sexual proibidos ou ilegais possam um dia levá-los a
agir de acordo com esses desejos, seja sobre pedofilia, violência sexual,
incesto, homossexualidade, ou qualquer outro.

Já as obsessões sexuais causadas pelo transtorno são indesejadas,


causam angústia, vergonha e um sentimento de aversão/repulsa.

Nota-se no indivíduo que possui o TOC Sexual, a consciência acerca


da realidade, o sentimento de repulsa diante dos pensamentos obsessivos e a
capacidade de autodeterminção. Portanto, não desencadeia para o âmbito
judiciário, mas traz expressividade no âmbito legislativo, com a criação de
políticas públicas, através de normas regulamentadoras voltadas à saúde
mental.

A Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001 instituiu um novo modelo de


tratamento aos portadores de transtornos mentais no Brasil, e redireciona a
assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em
serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas com transtornos mentais.

A saúde mental é um importante fator que possibilita o ajuste


necessário para lidar com as emoções positivas e negativas. Investir em
estratégias que possibilitem o equilíbrio das funções mentais é essencial para
um convívio social mais saudável.
CONCLUSÃO
Não há quem não tenha experimentado alguma vez um
comportamento compulsivo, mas se ele se repete a ponto de prejudicar a
execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser portadora de TOC e precisa
de tratamento;

Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente


normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a
frequência desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue;

Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais


dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar
com a compulsão que alivia a ansiedade;

O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da


família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e
encaminhar a pessoa para tratamento;

Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo


caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNA, M. H. V. Transtorno obsessivo compulsivo (TOC). 2023. Fonte:
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/transtorno-obsessivo-
compulsivo-toc/. Acessado em 06 de maio de 2023.

Ciúme Obsessivo Pode Ser Sinal de TOC? 2021.Fonte


https://clinicadepsicologianodari.com.br/post/ciume-excessivo-pode-ser-sinal-
de-toc/. Acessado em 06 de maio de 2023.

DIAS, M.D. Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), 2020. Fonte:


https://consaude.com.br/dicas/transtorno-obsessivo-compulsivo-toc. Acessado
em 06 de maio de 2023.

LUCIANA, F. TOC SEXUAL. 2021. Fonte: https://psicologafabiola.com.br/toc-


sexual/. Acessado em 06 de maio de 2023.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Classificação estatística internacional
de doenças e problemas relacionadas à Saúde. 10ª ed. Porto Alegre: Artes
Médicas; 1993.

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Fonte:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_obsessivo-compulsivo. Acessado em 06
de maio de 2023.

Vias de Fato X Lesão Corporal, 2018. Fonte:


levehttps://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-
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%20corporal-,Art.,três%20meses%20a%20um%20ano. Acessado em 05 de
maio de 2023.

Violência Psicológica, 2021. Fonte:


https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-
facil/edicao-semanal/violencia-psicologica#:~:text=A%20pena%20prevista
%20%C3%A9%20de,criminaliza%C3%A7%C3%A3o%20de%20atos%20dessa
%20natureza. Acessado em 05 de maio de 2023.

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