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DISTÚRBIO DE PERSONALIDADE BORDERLINE

O que é Borderline?
Primeiro, saiba que se trata de um distúrbio de personalidade caracterizado por
mudanças súbitas e bem opostas. Quer dizer, é comum que os pacientes lidem
com estabilidade e calmaria, mas entram em um surto psicótico de repente.

Essas reações são mais frequentes nas relações sociais, vividas com muita
intensidade. Assim, quando algo está bom, a sensação para quem tem
Borderline é que ela é excelente. Se algo foge do controle e se torna
desagradável, a percepção é que ocorreu uma catástrofe.

Você já ouviu a expressão ‘’fazer tempestade em um copo d’água’’? Ela


resume como algumas pessoas transformam situações banais em tragédias.
Outra expressão popular — dessa vez, mais comum entre os mais jovens — é
‘’ser emocionado’’, associado a pessoas afetuosas de forma desproporcional.

Por exemplo, alguém com quem você falava todos os dias e tinha muito afeto
demorou para responder. Essa demora pode ser intensamente interpretada
como um complô, desprezo, abandono e várias outras percepções negativas.

Se você se identificou com esse cenário, tenha calma: passar por isso não quer
dizer que tenha Borderline ou qualquer outro transtorno mental!

Qual é a diferença entre Borderline e


bipolar?
Além de Borderline ou apenas uma instabilidade normal, outra possibilidade é
que você tenha transtorno bipolar. Afinal, os pacientes têm humores extremos,
como disposição e euforia em um momento, alternados com impulsividade e
adoção de comportamentos de risco pouco tempo depois.

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No entanto, quem tem Borderline passa por instabilidades como essas em uma
frequência bem maior, como em segundos, minutos ou horas. Enquanto isso, a
bipolaridade, que atinge mais adolescentes e jovens, varia o humor em dias,
semanas ou meses.

Além disso, o Borderline é um transtorno de personalidade, não de humor.


Assim, as reações tendem a ser mais complexas e duradouras —
principalmente, sem o tratamento adequado.

Isso porque o transtorno surge devido a uma desordem na estruturação


psíquica, levando o indivíduo a viver sempre em extremos. Por isso, também é
comum que os pacientes não saibam o que são e nem o que querem. Por outro
lado, a bipolaridade não reflete em tantas crises de identidade.

Quais são os sintomas da síndrome de


Borderline?
Os sintomas envolvem padrões de comportamento que identificam quem sofre
de Borderline. Saiba mais sobre os principais:

• medo extremo de rejeição e abandono — podendo refletir em ameaças


para evitar esses medos e enxergá-los como catástrofes;
• alternância intensa de valorização e desvalorização do outro — sentir
amor doentio por alguém em um momento, e sentir ódio pela mesma
pessoa logo depois;
• intensa instabilidade na identidade — por exemplo, seguir fielmente uma
religião e, pouco depois, adotar valores totalmente opostos;
• impulsividade — coloca a integridade física e mental em risco, sendo
refletida em atos de comer impulsivamente, fazer dívidas sem controle,
dirigir sob efeito de drogas etc.;
• comportamentos nocivos e ameaças ou tentativas de suicídio — gestos
como arranhões, batidas da cabeça na parede e cortes são alguns dos
sinais;
• mudanças rápidas e extremas de humor — como se um único indivíduo
tivesse múltiplas personalidades, que variam sem nenhum motivo
aparente;
• sensação constante de vazio — não encontrar sentido nas ações, sentir
tédio e melancolia frequentemente;
• ira descontrolada e desproporcional — maior propensão a entrar em
discussões e sentir raiva, quando o mais esperado era outro sentimento
negativo, como luto e tristeza;
• pensamentos paranoicos — como sentir-se fora de si,
despersonalização etc.

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Como é feito o diagnóstico e o
tratamento?
O diagnóstico do Borderline é feito por um psiquiatra, após a análise da
presença de, pelo menos, cinco sintomas do transtorno de maneira constante e
persistente. Ainda, a presença de ansiedade, depressão e compulsão
alimentar também são indícios do problema de saúde.

O tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline é feito com


acompanhamento emocional com Pisicanalista Clínico e psiquiátrico. Esses
profissionais podem solicitar medicamentos para controlar a agressividade e
tratar doenças associadas, como depressão e ansiedade.

Além disso, psicólogos oferecem sessões psicoterápicas que ajudam os


pacientes a controlar os impulsos e entender os comportamentos adotados.
Muitas vezes, também é necessário contar com uma equipe multidisciplinar,
que, além dos dois profissionais citados, envolve nutricionistas e cuidadores.

O tratamento de TPB é fundamental para os pacientes terem uma vida mais


equilibrada, assim como melhores relações pessoais e profissionais. Não é
possível ‘’tirar’’ o Borderline de quem recebeu o diagnóstico, sendo preciso
conviver para sempre com ele. Logo, o mais recomendado é ter ferramentas
aliadas ao controle de emoções e comportamentos.

Prof. Dr. William Vicente Borges

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