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CARTILHA

anstorno
Tr

Afetivo

Bipolar
ATUAÇÃO DA
ENFERMAGEM

Abril 2021
CRIAÇÃO E DESIGN

BEATRIZ BUTHERS SOARES

CAROLINI GONÇALVES SILVA DA


CONCEIÇÃO

Acadêmicas do 9º período do curso de graduação em


Enfermagem pela Associação Brasileira de Ensino Universitário
- UNIABEU

ORIENTAÇÃO

PROF. MS. LEANDRO ARANTES


MOREIRA

Mestre em Ensino das Ciências da Saúde e Meio Ambiente pelo


Centro Universitário Plínio Leite UNIPLI (2005). Docente do
Curso de Graduação em Enfermagem da Associação Brasileira
de Ensino Universitário - UNIABEU (2009 - atual)
Sumário

O QUE É .......................................... 3

CAUSAS .......................................... 3

TIPOS .............................................. 4

SINAIS E SINTOMAS .................... 6

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO .. 7

PROCESSO DE ENFERMAGEM ..... 8

PAPEL DO ENFERMEIRO ............... 10

FILMES ............................................ 11

SÉRIES ............................................ 13

REFERÊNCIAS ................................ 15
O que é?
O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é um tipo de
transtorno de humor caracterizado por episódios de
variação extrema de humor entre dois polos: a depressão e
a mania/hipomania.
É um transtorno de longa duração, grave, que pode
causar, em alguns casos, sintomas psicóticos. Possui
tendência a ser recorrente, e seus episódios depressivos ou
maníacos podem estar relacionados com situações ou
fatores estressantes.

Causas
Não há uma causa específica para esse transtorno.
Contudo, há influência de fatores genéticos, alterações em
algumas áreas do cérebro e nos níveis de
neurotransmissores. Sabe-se também que alguns fatores
podem antecipar a manifestação desse transtorno em
pessoas com predisposição genética.
Esses fatores são: episódios recorrentes de depressão,
estresse prolongado, medicamentos inibidores do apetite
(anfetaminas e anorexígenos) e disfunções da tireoide
(hipo e hipertireoidismo).

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Tipos

TIPO 1
O Transtorno Afetivo Bipolar tipo I, o mais grave dentre
todos os tipos, é caracterizado por períodos de mania com
um tempo de duração de no mínimo uma semana, e
períodos de depressão, que podem durar de duas semanas
até alguns meses. Em ambas as fases, os episódios são
bastante intensos, sendo capazes de causar danos ao
indivíduo e àqueles que convivem com o mesmo, tanto em
seu ambiente social quanto profissional.
Devido a gravidade do caso, episódios de suicídio e
complicações psiquiátricas são bastante comuns. Sendo
assim, pode haver necessidade de internação.

TIPO 2
No Transtorno Afetivo Bipolar tipo II, os episódios de
hipomania (versão mais leve da mania) e depressão
ocorrem de maneira alternada, sem interferir
significativamente no comportamento e nas atividades do
indivíduo.

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TRANSTORNO CICLOTÍMICO
O tipo ciclotímico é caracterizado por ser uma versão
menos intensa do transtorno bipolar. Os períodos de
alteração de humor e depressão ocorrem de maneira
crônica, porém não atingem os níveis de episódios
maníacos ou depressivos maiores. As fases variam entre
um sintoma mais brando de depressão e um episódio
hipomaníaco. Na maioria das vezes, as pessoas que sofrem
desse tipo de transtorno são consideradas mal-humoradas.
Embora este seja o tipo menos agressivo, é necessário
ser tratado de maneira correta para que não evolua para o
transtorno afetivo bipolar I e II.

Curiosidades
TIPO 1
ia para o surgimento deste tip o de
A idade méd
transtorno é 18 anos.

TIPO 2
te começam por volta dos 22 anos.
Normalmen

CICLOTÍMICO
m é d ia, n a ad ole sc ê n c ia o u n o
Inicia-se, em
v ida ad u lta. S eu in íc io ta rd io na
começo da
u m T ra nsto rn o d o H u m or
fase adulta sugere
C o n diç ão M é dic a G eral (ex :
Devido a uma
esclerose múltipla).

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Sinais e
Sintomas

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Diagnóstico
Com o desenvolvimento da psiquiatria, a "Psicose
Maníaco Depressiva" teve sua nomenclatura modificada
para "Transtorno Afetivo Bipolar". Essa mudança ocorreu
conforme a necessidade de utilizar terminologias neutras
(transtornos, distúrbios) ao invés de termos polêmicos
(psicose, neurose e outros), e também pelo fato de que
nem todos os pacientes diagnosticados com Transtorno
Afetivo Bipolar manifestam fenômenos psicóticos
(alucinações, delírios). Desde então, esse transtorno não é
mais considerado uma doença psicótica, mas sim um
distúrbio emocional.
O diagnóstico do TAB é clínico, considerando os sinais
e sintomas apresentados pelo paciente, e estes podem ser
relatados pelo próprio paciente, seus familiares ou amigos.

Tratamento
O tratamento medicamentoso deve ser associado ao
acompanhamento multidisciplinar (Psiquiatria, Psicologia,
Terapia Ocupacional, Assistência Social e Enfermagem), a
fim de promover uma reabilitação psicossocial com maior
qualidade de vida ao cliente. Os medicamentos de maior
evidência científica são: Lítio, Valproato, Carbamazepina,
Olanzapina e Lamotrigina.

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Processo de
Enfermagem
1. COLETA DE DADOS
J. K., sexo feminino, 58 anos, semi-alfabetizada,
evangélica, dona de casa, classe econômica baixa, mede
cerca de 1,57m de altura e pesa aproximadamente 45kg.
Cabelos grisalhos e compridos, presos, aparentando mais
idade do que tem. Esta paciente tem o diagnóstico de
Transtorno Afetivo Bipolar, detectado há um ano e meio.
Esta é sua terceira internação e está há cerca de 60 dias no
hospital. Morava com um filho até a internação, porém
refere que este saiu de casa para morar com a nova
namorada; cuidava de seus netos até há alguns meses, mas
tiraram-lhe as crianças quando começou a apresentar
sintomas da doença. Foi internada pelo genro, na fase
maníaca, pois a paciente vagava à noite, por uma grande
rodovia, batendo nas janelas das casas que encontrava pelo
caminho. O primeiro contato com J. K. foi num período
depressivo: ela estava no sofá da sala de estar, em sua ala
hospitalar, num ambiente escuro e silencioso. Ao abordá-
la, ela respondeu murmurando às perguntas feitas, com o
olhar triste e não encarava as pessoas. Alimentava-se com
dificuldade, precisando de ajuda durante as refeições;
higiene diária precária, com seus cabelos sujos; tomava
seus medicamentos e obedecia a rotina seguida no
hospital, apesar de não frequentar a Terapia Ocupacional e
Atividades em Grupo.

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2. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
Comunicação verbal prejudicada;
Risco de suicídio;
Regulação do humor prejudicada;
Envolvimento em atividades de recreação diminuído;
Perambulação;
Autonegligência;
Risco de sentimento de impotência;
Risco de dignidade humana comprometida;
Tristeza crônica.

3. PLANEJAMENTO
Melhorar a qualidade de vida do cliente;
Regular o humor;
Identificar possíveis origens para o sofrimento vivenciado e as
principais fontes de estresse (gatilhos);
Explicar à família/amigos que a pessoa precisa de apoio;
Informar o cliente e seus familiares/amigos a respeito do transtorno;
Avaliar risco de suicídio;

4. IMPLEMENTAÇÃO
Terapia em família, participação em grupos de apoio, psicoterapia,
entre outros;
Realização de atividades que proporcionem prazer e sentido de vida;
Reflexão sobre autoconfiança e autoestima;
Estimulação da comunicação do paciente com as pessoas e com o
profissional;
Estabelecimento de um vínculo terapêutico de confiança e respeito;

5. AVALIAÇÃO
A avaliação do cliente deverá ser feita de forma constante, uma vez que
suas necessidades mudam conforme o estágio do seu transtorno
(maníaco ou depressivo).

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Papel do Enfermeiro

O enfermeiro, ao prestar os seus cuidados, deverá


prezar pelo respeito ao cliente, aceitando-o, chamando-o
pelo seu nome, evitando qualquer crítica, condenação ou
julgamento referente ao seu transtorno.
É de extrema importância que o enfermeiro estabeleça
um vínculo terapêutico de respeito e confiança com o
cliente e seus sentimentos, estimulando uma comunicação
verbal adequada, mantendo contato visual, demonstrando
interesse pelo o que o paciente tem a dizer, promovendo
uma escuta terapêutica, com respeito ao silêncio quando
este for necessário.
Deve-se aproveitar o momento para atender o cliente
de modo que o mesmo se sinta completamente seguro e
confortável. Para isso, é importante apoiar esse paciente
antes, durante e após seus episódios (depressivos ou
maníacos), reconhecendo e valorizando seus progressos,
suas conquistas e ajudando o mesmo a reconhecer seus
limites e encontrar a melhor maneira de lidar com seus
problemas.

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Filmes

POR LUGARES
INCRÍVEIS
"Por Lugares Incríveis" acompanha
Violet Markey (Elle Fanning) e
Theodore Finch (Justice Smith), que
têm suas vidas transformadas para
sempre quando se conhecem. Juntos,
eles se apoiam para curar os estigmas
emocionais e físicos que adquiriram
no passado.

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O LADO BOM
DA VIDA
Depois de uma fase difícil de sua vida,
Pat Solitano Jr. está disposto a seguir
em frente e reconquistar sua ex-
mulher. Através de amigos, ele
conhece Tiffany, que lhe promete
ajuda na tarefa da reconquista. Uma
inesperada ligação começa a uni-los.

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11
Filmes

SENTIMENTOS
QUE CURAM
Cameron (Mark Ruffalo) é um pai que
sofre de bipolaridade e quer
reconquistar sua ex-esposa, Maggie
(Zoe Saldana), e filhas. Com
dificuldades financeiras, Maggie
decide fazer um curso e acaba
deixando as filhas sob os cuidados de
Cameron. Agora, ele terá o desafio de
controlar a doença e ser pai.
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TOCADOS PELO
FOGO
Dois escritores bipolares, Carla e
Marco acabam no mesmo hospital
psiquiátrico. Os poemas de ambos são
regidos por seus conflitos emocionais.
Eles se aproximam e isso faz com que
suas emoções tornem-se mais
intensas, o que agrava a doença de
cada um. Eles começam um romance
que traz à tona toda a beleza e
dificuldade de sua condição. CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR

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Séries

SPIN OUT
Entre conflitos amorosos, familiares e
profissionais, acompanhados por uma
narrativa misteriosa, a série tem a
saúde mental como principal temática.
Além de abordar assuntos importantes
como sexualidade, racismo e abuso, os
episódios aprofundam-se no
transtorno afetivo bipolar. Assim,
"Spin Out" apresenta mãe e filha que
vivem com o mesmo transtorno,
mostrando os impactos e também os CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR
altos e baixos causados pelo distúrbio.

MODERN LOVE
Em Modern Love, cada episódio
retrata uma história de amor. No 3º
episódio, a atriz Anne Hathaway
explora o tema da saúde mental ao
interpretar Lexi, uma advogada que
trabalha na área do entretenimento e
que passou a vida inteira escondendo
que sofria de bipolaridade. Ao tentar
se relacionar amorosamente, Lexi luta
contra seus sentimentos, que oscilam
entre a euforia e depressão.
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13
Séries

HOMELAND
Um soldado americano reaparece após
anos de cativeiro. Mas, uma analista da
CIA suspeita se ele é realmente um
herói de guerra ou um enviado pelos
terroristas para atacar os EUA. A
oficial de operações da CIA Carrie
Mathison sofre de bipolaridade. Ela,
que descobriu ainda na universidade
ter o transtorno, já possuía histórico de
família e decide se automedicar,
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escondendo de todos o seu quadro.

BLACK BOX

A renomada neurocientista Catherine


Black sofre de transtorno afetivo
bipolar. A médica tenta balancear sua
vida profissional e pessoal, em que a
mesma cuida dos pacientes enquanto
luta contra sua própria doença e tenta
esconder seus segredos.

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Referências

BOGOCHVOL, Ariel. Bipolar, maníaco, depressivo. Instituto da


Psicanálise Lacaniana, 2016. Disponível em:
<http://www.ipla.com.br/conteudos/trabalhos-cientificos/bipolar-
maniaco-depressivo/>. Acesso em: 9 out. 2020

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Saúde mental – Cadernos de Atenção
Básica n° 34. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2020

BRUNA, Maria Helena Varella. Transtorno Bipolar. Drauzio Varella,


2020. Disponível em: <http://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-
sintomas/transtorno-bipolar-2/>. Acesso em: 9 out. 2020

CARDOSO, L. et al. Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em


Enfermagem: Clínica da atenção psicossocial. Florianópolis:
Universidade Federal de Santa Catarina/Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem, 2013. Disponível em:
<http://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/15779/mod_resource/con
tent/3/Modulo8_Psicossocial.pdf>. Acesso em: 9 out. 2020

MARTINS, L. M. M. Assistência de enfermagem a pacientes com


desordem bipolar e sentimentos da estudante de enfermagem:
Estudo de Caso. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 33, n. 4, p.
421-7, dez. 1999. Disponível em:
<http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/478.pdf>. Acesso em: 9 out.
2020

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MINATOGAWA-CHANG, T. M.; DEMÉTRIO, F. N. Curso de capacitação
em saúde mental: módulo III: Transtornos do humor. São Luís:
Universidade Federal do Maranhão. UNASUS/UFMA, 2013. Disponível
em:
<http://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/2044/3/Sa%C3%BAde%20
Mental%20-%20M%C3%B3dulo%203%20UND%203.pdf>. Acesso em 9
out. 2020.

NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I:


definições e classificação 2018-2020. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.
Disponível em:
<http://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5015948/mod_resource/conte
nt/3/Ref%2012.pdf>. Acesso em: 9 out. 2020

SANCHES, Fabíola Patrícia Machado; DE AZEVEDO, Sandra da Costa


Guimarães. Transtorno de Humor Bipolar: visão ocidental e oriental.
ABENAH, 2016. Disponível em: <http://abenanacional.org/transtorno-
de-humor-bipolar-visao-ocidental-e-oriental/>. Acesso em: 15 out. 2020

SANTANA, Vera Lúcia Veiga. Transtorno Afetivo Bipolar. Escola


Brasileira de Psicanálise, 2014. Disponível em:
<http://www.ebp.org.br/old/transtorno-afetivo-bipolar/>. Acesso em: 9
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SOUZA, F. G. M. Tratamento do transtorno bipolar – Eutimia. Revista de


Psiquiatria Clínica, v. 32, n. 1, p. 63-70, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rpc/v32s1/24414.pdf >. Acesso em: 15 out.
2020

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