Na psicanálise, o termo "acting out" é usado para descrever um tipo
de comportamento no qual o paciente expressa, de forma impulsiva e muitas vezes destrutiva, seus sentimentos e conflitos internos em ações e comportamentos externos, em vez de verbalizá-los ou compreendê-los emocionalmente. É considerado uma forma de defesa utilizada pelo ego para lidar com conflitos e emoções intensas.
Um exemplo de "acting out" pode ser quando um paciente em
análise, em vez de falar sobre suas angústias ou expressar seus sentimentos durante as sessões, começa a se comportar de maneira agressiva, como ficar irritado, ter explosões de raiva ou fazer gestos hostis. Outro exemplo pode ser um paciente que, ao invés de falar sobre seus medos ou ansiedades, se envolve em comportamentos impulsivos e autodestrutivos, como usar drogas, praticar comportamentos de risco ou se envolver em relacionamentos tumultuados.
Esses comportamentos "acting out" muitas vezes são uma tentativa
do paciente de expressar seus sentimentos e conflitos internos de forma indireta, uma vez que a verbalização direta pode ser difícil ou incômoda. No entanto, o "acting out" pode levar a consequências negativas, como agravar os conflitos, prejudicar relacionamentos ou causar danos à saúde física e emocional do paciente.
Na psicanálise, o papel do terapeuta é ajudar o paciente a
compreender e trabalhar com os sentimentos e conflitos subjacentes que levam ao "acting out", por meio da interpretação dos padrões de comportamento e do aprofundamento da compreensão emocional. O objetivo é auxiliar o paciente a desenvolver uma maior consciência de si mesmo/a e de suas emoções, para que possa encontrar maneiras mais saudáveis e construtivas de lidar com suas dificuldades internas, em vez de se expressar por meio de comportamentos impulsivos e destrutivos.