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Manejo Clínico da

Depressão:
Relação Terapêutica
Professora Elytanya Vasconcelos
Psicóloga – CRP 15/4146
Manejo Clínico da Depressão

• As características gerais do terapeuta que facilitam o


emprego da terapia incluem o calor humano, empatia
adequada e autenticidade. Essas características
afetam as atitudes e comportamentos do terapeuta
durante o tratamento.

• Se excessivamente enfatizados ou empregados sem


critério, tais atributos podem favorecer a ruptura da
colaboração terapêutica.

• Por outro lado, um terapeuta dotado dessas


características e que saiba usá-las cuidadosamente
poderá aumentar significativamente sua eficácia.
Manejo Clínico da Depressão

Cabe aqui uma palavra de ADVERTÊNCIA.

As técnicas cognitivas e behavioristas muitas vezes parecem


enganadoramente simples.

As vezes o terapeuta novato pode ficar "orientado para a


aplicação de técnicas", a ponto de ignorar os aspectos humanos
da interação terapeuta-paciente. Poderá relacionar-se com o
paciente como um computador se liga a outro, e não como uma
pessoa a outra.

Alguns dos terapeutas jovens mais aptos no emprego de


técnicas especificas foram percebidos, por seus pacientes, como
mecânicos, manipuladores e mais interessados nas técnicas do
que neles.
Manejo Clínico da Depressão

CALOR HUMANO

Para se preservar e ter uma maior segurança para evitar


problemáticas uma das alternativas consiste em
perguntar diretamente ao paciente como ele percebe o
terapeuta; por exemplo, como alguém distante,
dominador ou sincero, ou como alguém demasiado
envolvido emocionalmente com o paciente.

Com muita frequência, as respostas do paciente


fornecem orientações úteis para o melhor caminho de o
terapeuta se relacionar com ele, assim como trazem
informações concretas sobre a sensibilidade e distorções
cognitivas específicas do paciente.
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O terapeuta geralmente demonstra sua aceitação e


calor humano em sua maneira de ser, tom de voz e
modo de expressar suas palavras. Esses estilos
podem ser mais bem aprendidos pela observação
de clínicos mais experientes, porém você vai
aprendendo tudo isso na prática e no contexto em
que você vivencia na clínica.
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EMPATIA

A empatia adequada diz respeito a como o terapeuta penetra no


mundo do paciente e experimenta a vida do mesmo modo que ele.
Na verdade, até certo ponto o terapeuta vivencia os sentimentos do
paciente. Na medida em que sua empatia seja razoavelmente
exata, será capaz de compreender como o paciente estrutura e
reage a certas situações.

Além disso, pode demonstrar que compartilha de algumas das


aflições do paciente.

Essa exteriorização ajuda o paciente a encarar o terapeuta como


compreensivo, facilitando dessa forma a revelação posterior de
sentimentos e cognições. Nesse sentido, a dose exata de empatia
facilita a colaboração terapêutica.
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É importante estabelecer uma distinção clara entre


empatia e simpatia.

A simpatia se refere mais propriamente a um


sentimento de compaixão pelo sofrimento do
paciente e a uma atitude de compartilhar
ativamente dessa dor. Uma resposta excessivamente
simpática pode arruinar as tentativas feitas pelo
terapeuta para aliviar as fontes da angústia do
paciente.
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CONFIANÇA BÁSICA

A autenticidade é um ingrediente importante em todos os


tipos de psicoterapia. Um terapeuta autêntico é honesto
consigo mesmo, assim como com o paciente. Entretanto,
não precisa ser áspero ou abrupto com sua franqueza. Face
à tendência do paciente deprimido a ater-se seletivamente
ao que é negativo e a extrair provas de suas próprias
deficiências, o terapeuta precisa poder mesclar diplomacia
com sinceridade. O paciente pode tomar erradamente a
franqueza como crítica, hostilidade ou rejeição. Além disso,
uma afirmação acentuadamente positiva - ainda que
autêntica - pode provocar reações anti terapêuticas.
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CONFIANÇA BÁSICA

A maneira mais eficaz de dar segurança provém da


demonstração ao paciente de que seus sintomas
podem ser revertidos através da correção de suas
ideias irrealistas e de seu comportamento auto
derrotista.

Da mesma forma, acentuar a dedicação ao paciente


pode provocar suspeita ou pensamentos culposos,
tais como, "Por que ele afirma se importar tanto
comigo?", ou "Não mereço tanta atenção".
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Rapport
O rapport é um ingrediente crucial no tratamento de pacientes depressivos.

O termo rapport se refere, em geral, ao acordo harmonioso entre pessoas. Na ralação


terapêutica, o rapport consiste de uma combinação de componentes emocionais e
intelectuais.

Quando se estabelece esse tipo de relação, o paciente percebe o terapeuta como alguém

(a) em sintonia com seus sentimentos e atitudes,

(b) dotado de simpatia, empatia e compreensão,

(c) que o aceita com todos os seus "defeitos". e

(d) com quem ele se pode comunicar sem ter que explicar em detalhe seus sentimentos e
atitudes ou classificar o que diz.

Quando o rapport atinge um nível ótimo, paciente e terapeuta se sentem seguros e


razoavelmente à vontade um com o outro. Nenhum se mostra defensivo, excessivamente
cauteloso, titubeante ou inibido.

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