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Exemplo:
➙ Conjunto dinâmico de processos cognitivos, emocionais e
➙ os recetores sensoriais da pele são sensíveis a estímulos
conativos, onde se conjugam fenómenos conscientes e
táteis, como a pressão, a vibração, a textura ou a temperatura,
inconscientes.
enquanto os dos olhos são sensíveis à luz e às cores.
➙ Sem elas não teríamos acesso aos estímulos do meio. Limiar absoluto e limiar diferencial
Limiar diferencial
➙ Por exemplo:
➙ Exemplo:
Perceção
Leis da perceção
➙ Processo cognitivo que consiste na interpretação e
→ Estruturação ou agrupamento
organização dos estímulos provenientes do meio (interno ou
externo) através dos órgãos sensoriais → Discriminação figura fundo
- Estimulos sensoriais (cores, odores, texturas, sons... ) → Pregnância ou boa forma (Gestalt)
captados pelos orgãos sensoriais → constância percetual
- convertidos em impulsos nervosos e conduzidos as sistema
nervoso central e ao cérebro
➙ Processo ativo (somos nos que intervimos) de organização ➙ Tendência para organizar ou estruturar os diferentes
e interpretação das informações sensoriais. Difere da elementos que vemos porque são semelhantes ou porque
sensação, na medida em que é uma atividade cognitiva pela estão próximos
qual conferimos sentido e significado à informação sensorial,
isto é, transformamos em conhecimento significativo os
estímulos do meio. Discriminação figura-fundo
- enquanto lês este texto distingues as letras (figura) do papel ➙ Para o efeito, recorremos a:
branco onde estão impressas (fundo) e agrupa-las (em
palavras e frases) de forma a fazerem sentido para ti.
Indicadores de profundidade
➙ O mesmo acontece com uma melodia (figura) cujas notas
se agrupam e destacam face aos ruídos ambientais (fundo). ➙ binoculares (visão binocular):
➙ Mostra que aquilo que num dado momento é percecionado ➙ monoculares (visão monocular):
como figura ou forma pode não o ser, caso a perspetiva do - quando é possível percebermos a profundidade apenas com
observador se altere. a visão de um olho.
➙ O gestaltismo estabeleceu a base dos estudos atuais sobre
a perceção.
Indicadores monoculares de profundidade
➙ Os princípios que os psicólogos da forma identificaram
mantêm-se como explicações racionais de certos aspetos da
perceção, ainda que não abarquem o fenómeno no seu todo. Interposição (sobreposição/oclusão)
➙ São frequentemente usados, por exemplo, em marketing e ➙ A sobreposição parcial das figuras permite-nos perceber a
publicidade. sua localização face a outras e a distância que mantêm
relativamente ao observador.
Exemplo:
Paralaxe de movimento
Tamanho relativo
➙ Pelo contrário, quanto mais distantes, mais sobrepostos e - por um lado, a perceção é essencial para criar coerência nas
indiferenciados parecem. sensações recebidas
Experiência
Constância percetiva
➙ Através do dispositivo conhecido como precipício visual,
➙ Tendência para percecionar os objetos do mesmo modo,
Eleanor Gibson e Richard Walk desenvolveram experiências
apesar de serem capturados de ângulos e distâncias
para testar:
diferentes, mesmo que os estímulos sejam alterados ha uma
resistência à mudança da perceção que é efetuada. - a perceção da profundidade em bebés, tendo descoberto
que, mesmo quando incentivadas pelos adultos, as crianças
➙ Isso sucede no nível da visão com a forma, o tamanho e a demonstram relutância em aventurar-se para a parte
cor. aparentemente mais profunda do dispositivo.
➙ É o mecanismo que estabiliza o mundo que nos rodeia, ➙ Para além da organização percetual, a interpretação da
garantindo-lhe imutabilidade em termos de tamanho, forma, informação sensorial implica também a atribuição de sentido
localização, brilho e cor. aos estímulos.
Exemplo:
Exemplo:
➙ Capacidade para adquirir, conservar e restituir informação. - Nós recordamos este código de forma como foi memorizado.
A importância da Memória
➙ Recuperação da informação:
➙ A memória permite-nos: - Trata-se de nos lembrarmos da informação anteriormente
• Conservar informações relativas ao mundo exterior (nomes, armazenada
factos, datas, ente outros).
➙ Esta capacidade de criar registos das nossas interações, que - Podes codificar a canção a partir das palavras usadas, da
são retidos para mais tarde poderem ser recordados, diz sequência de sons ou do seu significado, ou seja, podes
respeito à memória enquanto função dinâmica e criativa. recorrer a um código:
- criar, reter e recordar - são interdependentes, pelo que o - Para que possa ser recordada, a informação codificada tem
sistema de memorização só funciona eficazmente se: de deixar um registo no sistema nervoso - o traço mnésico -,
que é guardado para poder ser utilizado posteriormente.
- procedermos à codificação, ao armazenamento e à
recuperação da informação. - A canção, uma vez codificada, é então armazenada no
cérebro.
Efeito de recência
Exemplo:
➙ Não existe passagem para a memória de curto termo (e, Atenção dividiva
consequentemente, para a memória de longo termo), se não ➙ Por vezes, temos de focar os nossos sentidos em mais do
houver um investimento da atenção. que um estímulo em simultâneo ou temos de focar a nossa
➙ Exemplo: atenção em mais do que uma tarefa.
➙ Graças à atenção, uma parte da informação que chega aos ➙ No caso de tentarmos memorizar uma lista de palavras
órgãos sensoriais é transferida para a memória de curto termo grande, há uma forte tendência humana para memorizarmos
(MCT). as primeiras palavras (efeito de primazia) e as últimas
palavras do conjunto (efeito de recência), sendo a
Capacidade deste tipo de memória probabilidade de recordação significativamente menor para as
➙ Tal como acontece com a sua duração, é limitada, sendo da palavras do meio da lista.
ordem de: ➙ A maior parte da informação que a ela chega perde-se
- sete dígitos (capacidade digital) ou sete palavras (capacidade instantes depois ( a não ser que a repitamos e reutilizemos).
verbal) na sua forma auditiva
➙ Este esquecimento rapido tem uma vantagem:
- sete elementos distintos na sua forma visual. possibilidade de chegada de novos itens
➙ implícitas (procedimentais)
A memória de curto termo (MCT)
- incluem procedimentos e ações
➙ Permite:
- são coisas que sabemos, mas nas quais não pensamos
- não apenas a exploração da informação da memória
de forma consciente, são hábitos e capacidades motoras
sensorial
Exemplo: andar de bicicleta ou desenhar uma forma.
- como contribui para manter presente informação que se
encontrava guardada na memória de longo termo (MLT).
➙ Há vários fatores que contribuem para que uma informação ➙ explícitas (declarativas)
seja transferida para a memória de longo termo:
- incluem factos e proposições
➙ recapitulação na memória:
- dizem respeito às coisas que sabemos por termos
- quando a informação é repetida várias vezes, mantemo-la na lembrança
memória de trabalho, o que aumenta a probabilidade de ser
Exemplo: a cor dos olhos da avó ou os acontecimentos de
transferida para a memória de longo termo.
ontem à tarde.
Falhas de memória
- Quebras na atenção ou
➙ Amnésia anterógrada:
Perturbações da memória:
- perturbação da memória na qual, após uma lesão no tecido
➙ Amnésia de fixação: incapacidade de adquirir e reter novos cerebral, o indivíduo não é capaz de formar novas
dados. recordações, mas não tem dificuldade em lembrar o que
aprendeu antes da lesão (anterógrada significa para diante).
➙ Amnésia de evocação: incapacidade de recordar dados já
adquiridos ➙ Amnésia retrógrada:
➙ Hipermnésia: perda da capacidade de esquecer - perturbação na qual o indivíduo sofre uma perda de
memória de um período anterior à época da lesão cerebral,
➙ Paramnésia: reconhecimento indevido dos facto; sensação contudo mantém a capacidade de formar novas memórias
de tomar o passado pelo presente. (retrógrada significa para trás).
As memórias inventadas ➙ A experiência implicava alterar o verbo usado na questão
colocada e ver até que ponto isso tinha influência na
➙ Frequentemente, os problemas da memória não estão
estimativa da velocidade a que os participantes achavam que
associados ao facto de não conseguirmos recordar-nos, mas
os carros circulavam no momento do acidente.
ao de cometermos erros no momento de recuperar
informação da memória de longo termo. ➙ Nesta experiência não se estava apenas a condicionar a
memória dos indivíduos, mas a interpretação que dela faziam.
➙ Em resultado disso, mentimos sem querer, porque, ao
recordarmos, acabamos por, involuntariamente, reconstruir o Conclusão:
passado com base no que pensamos e sabemos e não no que
recordamos. ➙ Verificou-se que os participantes a quem tinha sido feita a
pergunta usando o verbo: esmagar eram mais propensos a
➙ Constantemente modificada ao longo da experiência, a responder sim à pergunta Viu algum vidro partido?, mesmo
memória humana é construída e reconstruída a cada instante, que no filme não houvesse vidros partidos.
sofrendo influências permanentes da educação, da
comunicação com os outros, da interpretação pessoal dos ➙ Estes resultados são consistentes com a ideia de que as
acontecimentos e dos factos, da leitura e dos meios de perguntas feitas após um evento podem dar origem à
comunicação social, dos valores e anseios, enfim, da imagem reconstrução da memória desse mesmo evento.
que temos de nós próprios, dos outros e do mundo. ➙ Estas e outras experiências semelhantes mostram que,
➙ Memória, esquecimento e imaginação caminham lado a além de ser perfeitamente possível alterar recordações, por
lado na construção das nossas lembranças pessoais. Isso exemplo, em função de informação, factos ou sugestões
mesmo defende a psicóloga Elizabeth Loftus que, investiga a subsequentes, é ainda possível implantar falsas memórias.
falibilidade da memória humana.
➙ As investigações de Elizabeth Loftus e John Palmer Não ser capaz de esquecer pode:
começaram com um conjunto de experiências muito simples,
conhecidas como: - perturbar tanto a adaptação ao meio
Versão 1:
1.3. aprendizageM
➙ 1. os participantes eram convidados a observar curtos
filmes sobre colisões rodoviárias num cruzamento onde existia ➙ Mudança relativamente estável e duradoura do
um sinal de cedência de passagem. comportamento ou das capacidades do indivíduo, adquirida
como resultado da observação prática, estudo ou experiência,
➙ 2. metade dos intervenientes recebia a sugestão de que o
que se traduz num aumento do seu repertório de
sinal de trânsito era um sinal de paragem obrigatória.
competências e saberes.
➙ 3. era solicitado aos indivíduos que respondessem a
➙ Alteração no comportamento de um organismo que resulta
questões sobre o que tinham visto.
da influência do meio e se traduz no aumento das
Conclusão: possibilidades de ação ou conduta de forma relativamente
estával e perduravel.
➙ Quando questionados sobre que sinal de trânsito se
lembravam, os que haviam sido sugestionados tendiam a ➙ Está diretamento ligada à memória, sem a qual seria
afirmar que tinham visto um sinal STOP; aqueles que não impossível
tinham recebido a falsa informação eram muito mais precisos
na lembrança do sinal de trânsito.
Fatores de aprendizagem
- é muito comum na forma como interagimos com o mundo. O condicionamento (clássico e operante)
➙ Utilizamos a associação entre estímulos para antecipar um ➙ Estas constatações levaram Pavlov a reconhecer que, ao
evento. contrário dos reflexos inatos, a salivação em função do
avistamento de uma tigela não era automática e, portanto, só
➙ Por exemplo: poderia ter sido adquirida através da experiência.
- quando se aproxima uma tempestade, aprendeste que o ➙ Para compreender o que se teria passado, Pavlov realizou
relâmpago é seguido do trovão, por isso, mal o céu se ilumina, uma experiência que consistiu em:
contas os segundos para o estrondo que se seguirá.
- apresentar ao cão estímulos distintos (como o som de uma
campainha ou o acender de uma lâmpada) seguidos do
Condicionamento operante estímulo que parecia estar na origem da salivação
(apresentação de comida).
➙ Processo de aprendizagem em que o reforço depende da
resposta. Por outras palavras, é feita uma associação entre o ➙ Pavlov constatou que, depois de repetir a associação entre
os estímulos durante algum tempo, os cães começavam a
salivar com o som da campainha ou com o acender da Exemplo:
lâmpada.
➙ Quando o teu cão obedece à ordem de se sentar e, em
- A teoria que Pavlov desenvolveu a partir das suas consequência, recebe um biscoito, para ele a regra é sem
observações ficou conhecida como condicionamento clássico. sentar não há biscoito e, por isso, se quer o biscoito, tem de
escolher a resposta sentar de entre o enorme conjunto de
alternativas que são as possíveis ações de um cão.
A experiência de Pavlov passo a passo:
➙ Thorndike estudou a inteligência animal.
• O alimento é o estímulo incondicionado (El), pois, por si só,
desencadeia uma resposta automática, isto é, sem ➙ Para realizar a sua pesquisa, construiu uma caixa-
necessidade de condicionamento (daí a designação problema: uma caixa de madeira equipada com uma porta
incondicionado). que podia ser aberta a partir de um mecanismo situado no seu
interior.
• A salivação produzida pelo alimento é a resposta
incondicionada (RI), assim chamada por se desencadear ➙ Thorndike fechava gatos famintos no interior de uma caixa-
diretamente em função do El, isto é, sem necessidade de problema, colocando do lado de fora um prato com comida
aprendizagem prévia. que estes podiam ver e cheirar.
• O adjetivo condicionado indica que o EC provoca a RC única ➙ O gato começava por tentativas de resposta de tipo
e exclusivamente após o organismo ter passado por um exploratório, até que, por acaso, encontrava a resposta
processo de treino ou de aprendizagem. adequada, conseguindo libertar-se da caixa.
Exemplo:
Aquisição
Generalização
Discriminação
Insight:
1º Situação
• Experiências mais simples envolvendo elementos ➙ Para que ocorresse esta reestruturação, seria necessário o
próximos uns dos outros: insight ou compreensão súbita –
Exemplo:
- Estas crianças revelam também maior agressividade para ➙ De tanto convivermos com a violência, dos desenhos
com os outros brinquedos da sala. animados às relações tóxicas e agressivas entre pessoas
próximas, começamos a desvalorizá-la e a não a reconhecer
➙ As crianças que observaram o adulto ignorando o boneco como tal quando estamos perante ela.
Bobo são as menos agressivas, inclusivamente se comparadas
com as do grupo de controlo.
1.4. inteligência
➙ Este estudo parece confirmar a hipótese de Bandura de que
as crianças aprendem a comportar-se de forma agressiva ➙ Definição:
mediante a observação e imitação da conduta violenta dos
adultos, sobretudo em meio familiar. - Capacidade de assimilar conhecimentos
➙ Concluiu que qualquer desempenho intelectual impõe a ➙Pelo contrário, cada individuo é único.
combinação entre dois fatores (bifatorial):
➙A inteligência resulta, nesse sentido, não de um fator geral,
• O fator G (capacidade para discernir relações complexas): mas de uma combinação de sete aptidões gerais:
- o qual está presente no mesmo grau num mesmo indivíduo
em todo o seu desempenho inteligente;
Aptidões mentais primárias:
• Os fatores S (por exemplo, visual, verbal e numérico)
• Compreensão verbal (V): compreensão de ideias
- que são responsáveis por atividades intelectuais especificas. expressas atraves de palavras.
➙ Que existem múltiplas inteligências, algumas das quais • A inteligência corporal-cinestésica, determinante
podem ter desempenhos independentes de outras e serem para atividades desportivas, dança e ações que exijam
amplamente diferentes. controlo e coordenação do movimento.
➙ Por outro lado, algumas dessas capacidades inteligentes • A inteligência musical, ligada à execução,
não são geralmente consideradas nem medidos pelos composição e apreciação de padrões musicais.
tradicionais testes de inteligência, apesar de serem essenciais • A inteligência espacial, que envolve a deteção de
à vida prática. padrões e é usada na interpretação e compreensão de mapas
e na orientação de objetos e pessoas num determinado
espaço. Está, normalmente, associada às artes.
Motivos que conduziram Gardner à constatação da
independência entre as diferentes capacidades cognitivas • A inteligência interpessoal, presente nas relações
com os outros, permitindo compreender as suas emoções e
➙ Os efeitos de lesões cerebrais (em que os indivíduos comportamentos.
mantêm inalteradas as suas capacidades para certas tarefas,
• A inteligência intrapessoal, implicada na
apesar de terem perdido definitivamente outras aptidões)
compreensão de si mesmo.
➙ a existência de indivíduos:
• A inteligência naturalista, utilizada para reconhecer
- portadores da síndrome de savant (pessoas com atrasos e categorizar seres e objetos da natureza, como animais,
cognitivos profundos que mantêm, em áreas muito plantas e rochas, por exemplo, e foi incluída na teoria em
específicas, comportamentos inteligentes acima da média) resultado de descobertas neurobiológicas recentes sobre o
funcionamento do córtex cerebral.
- de sobredotados
Emoção
➙ A teoria de Sternberg valoriza a criatividade, considerando-
a um processo que exige o equilíbrio e aplicação dos três ➙ refere-se a uma resposta breve e intensa a um estímulo
espetos essências da inteligência criativa, analítica e pratica. específico
➙ Emoções primárias:
Em resumo - Surgem na infância (inatas) para permitirem uma reação ao
meio;
➙ Diferentes teorias destacam aspetos sobre a natureza da
inteligência que se complementam. - manifestadas e reconhecidas universalmente entre culturas,
como o medo, por exemplo
➙ Emoções secundárias:
- dependentes de experiência social para a sua construção, 2.1. diMenSõeS biológica e SociaiS daS
como o orgulho, por exemplo eMoçõeS
• As emoções constituem o início de um processo continuo. ➙ Componente expressiva: Conjunto de expressões corporais
que comunicam ao outro o que estamos a vivenciar;
• As emoções não requerem necessariamente consciência.
➙ Componente comportamental: Comportamento adotado
em função das emoções sentidas;
Emoções Básicas ➙ Componente subjetiva: Esfera pessoal e intima daquilo que
➙ Tristeza; medo; surpresa; aversão; cólera; alegria. o sujeito experiencia em função da situação vivida.
Por exemplo:
Diferença
- aumentam os batimentos cardíacos
Distingue-se da emoção pelo seu caráter subjetivo, avaliativo e
cognitivo. - e a tensão muscular (componente neurofisiológica).
Resposta emocional
➙ Normalmente, os sinais recebidos do meio seguem dos O papel de outras estruturas neurobiológicas
órgãos sensoriais para o tálamo, que, por sua vez, os reenvia
➙ Para além do papel da amigdala e do sistema limbico nas
para o córtex cerebral.
emoções, também o córtex orbitofrontal desempenha um
papel nestes processos fundamentais.
Sinais visuais
➙ Contudo, este itinerário é demasiado longo para a Regiões do cérebro associadas à emoção
produção de uma resposta eficaz a estímulos ameaçadores
➙ A descoberta de regiões do cérebro intimamente
como aquele com que te deparas no teu regresso a casa.
associadas à emoção resultou, em alguns casos, de:
Lesões pré-frontais
Como funciona este atalho neural que gera rapidamente uma
resposta do tipo ataque-ou-fuga em situações de ameaça? ➙ Lesões pré-frontais, como as de Elliot, permitiram aos
neurocientistas perceber:
➙ Uma pequena parte do sinal é enviada direta e velozmente
pelo tálamo à amígdala, o que permite que esta desencadeie - a pertinência do circuito orbitoirontal-amigdala, tanto na
uma resposta. tomada de decisões sensatas, cruciais para a vida pessoal e
interpessoal, como também na elaboração de pensamentos
claros.
Importância da amígdala
- o processamento pré-cognitivo realizado pela amigdala é um ➙ recebe, interpreta e coordena a informação visual,
mecanismo evolutivo que se desenvolveu ao longo do tempo permitindo o reconhecimento do estímulo.
para proteger os animais (humanos e não humanos) do perigo.
Tálamo
- Outro papel importante da amígdala é o: de decifrar o
(situado por cima do tronco cerebral):
significado emocional das expressões faciais, sendo
especialmente sensível a rostos que revelem medo. ➙ funciona como principal centro de retransmissão e
coordenação das impressões sensoriais.
Não surpreende, pois, que as lesões nesta estrutura resultem
também em acentuados défices sociais.
Amígdala ➙ E tudo isto acontece porque o seu raciocínio, em
consequência da lesão no circuito orbitofrontal-amígdala,
(sentinela emocional situada no sistema límbico):
deixou de ser influenciado por sinais provenientes dos
➙ controla a reatividade emocional do medo, da ira e de mecanismos da emoção.
outras emoções positivas como as que envolvem o
Exemplo:
processamento de recompensas.
➙ Decisões simples, como:
- O estímulo é recebido pelo tálamo, que envia a informação ➙ Ao ficar vazio de emoções e sentimentos, o seu intelecto
sensorial para o córtex cerebral, responsável pela tornou-se desapaixonado, tristemente inútil.
interpretação das mensagens e pela definição de um plano de
➙ O caso de Elliot e os de outros pacientes com lesões pré-
resposta
frontais similares levaram:
- No entanto, enquanto a informação segue o seu percurso
- à formulação de várias hipóteses no âmbito das
para as regiões corticais do cérebro, a amígdala é
neurociências-
imediatamente informada (através de um atalho neural) e
ativa uma resposta emocional. a de António Damásio e a de Richard Davidson.
- Esta via mais rápida mobiliza-te para responderes caso a via
mais lenta venha a confirmar a ameaça.
Razão, emoção e capacidade de decisão
- Enquanto o cérebro avalia a ameaça, já a divisão simpática do
teu sistema nervoso autónomo prepara o teu corpo para uma ➙ A partir de casos como o de Elliot, Damásio formulou a
reação do tipo ataque-ou-fuga. hipótese de que:
- Só quando estiveres fora de perigo (afinal, o leão é uma - existe uma estreita relação entre as áreas pré-frontais do
criança mascarada, não há razão para temê-lo), a divisão cérebro e as reações com origem nas emoções.
parassimpática do sistema nevoso autónomo irá fazer retornar
o organismo ao estado de repouso.
Refletir sobre uma ação
- as capacidades de avaliação racional de situações, ➙ Esta reação somática involuntária é condicionada pela:
história das nossas emoções passadas.
- a inteligência
➙ Na medida em que: uma determinada ação conduziu, no
- a memória (recorda, inclusivamente, estados emocionais e
passado, a experiências psicossomáticas desagradáveis,
sentimentos passados),
estaremos motivados a evitá-las e, por conseguinte, a
- não adquiriu dificuldades na linguagem nem perdeu as ponderar sobre outras possíveis estratégias de atuação.
capacidades motoras.
➙ Numa série de estudos recentes, Richard Davidson e a sua ➙ Ainda que não possamos pôr-nos no lugar de outra pessoa
equipa descobriram: e experienciar as suas emoções da mesma forma:
- uma maior ativação do córtex pré-frontal direito na presença - é nos possível inferir o que está a passar-se com os outros
de emoções negativas e através da análise das suas expressões faciais e postura
corporal.
- uma maior ativação do córtex pré-frontal esquerdo perante
emoções positivas.
➙ Este padrão é conhecido como assimetria cerebral das Componente comportamental das emoções
emoções.
➙ A componente comportamental das emoções é muito
importante, pois:
Hemisfério direito e esquerdo - as expressões emocionais são comunicações não verbais
poderosas na interação com os outros.
➙ Pesquisas a este nível mostram também que o hemisfério
direito está mais envolvido na compreensão do material Exemplo:
emocional do que o esquerdo.
A expressão:
➙ Davidson defende que:
➙ Os olhos são o espelho da alma.
- a lateralização das emoções está de alguma forma ligada à
- Quando se olha para um rosto humano, os olhos dominam a
maior ou menor motivação, isto é, à maior ou menor
comunicação emocional, daí que revelem o nosso estado de
confiança e esforço na busca de objetivos.
espírito, as nossas emoções.
- Disfarçar as emoções é muito difícil, pois nunca conseguimos
Críticos de Davidson ocultar completamente o nosso estado emocional.
➙ Da mesma forma que os neurocientistas se concentraram ➙ A teoria de Ekman tem por base:
na investigação da componente neurofisiológica das emoções,
- as expressões faciais
os antropólogos e psicólogos de várias áreas ocuparam-se em
investigar a dimensão comunicativa destes processos, - e a forma como cada uma das emoções básicas pode ser
dedicando-se: expressa através de músculos faciais.
➙ Ekman acredita que: ➙ Sabemos que a sua expressão autêntica em determinados
contextos sociais, públicos ou privados, nos pode ser
- as expressões faciais associadas a cada emoção são distintas prejudicial.
entre si, involuntárias, previsíveis e fáceis de ler para alguém
que as tenha estudado. ➙ Por isso, a maioria de nós aprendeu:
➙ A sua pesquisa envolve: - não só a controlar a sua intensidade,
- a decomposição das expressões faciais até aos seus - como também a selecionar os contextos para a sua
elementos musculares específicos expressão.
- e o desenvolvimento de programas para ajudar a treinar ➙ Nem sempre este autocontrolo é fácil ou conseguido, mas
pessoas a tornarem-se observadores mais precisos das a verdade é que somos socialmente moldados, através dos
emoções e dos sentimentos que assomam no rosto dos processos de socialização, no sentido de o construir.
outros.
Ekman concluiu:
Resultados
➙ Dão forma particular aquilo que poderá constituir o indutor ➙ Os antecedentes deste novo conceito estão presentes em
de determinada emoção dois tipos de inteligência pessoal e social considerados no
modelo das inteligências múltiplas de Gardner:
Exemplo:
- a inteligência interpessoal
- um lugar específico pode ser indutor de medo, tristeza ou
- a inteligência intrapessoal.
alegria para alguém - em função das suas vivências e história
pessoal - e passar despercebido à maioria das pessoas.
Habilidades propostas em algumas teorias sobre inteligência
emocional
➙ Dão forma particular à cognição e aos comportamentos
que se seguem à emoção ➙ Controlarmos, discriminarmos e entendermos as nossas
emoções e as dos outros ou
Exemplo: se tivermos má nota num teste, ficaremos,
provavelmente, tristes; mas, se avaliarmos o resultado como ➙ usarmos a informação emocional de forma inteligente para
decorrente da nossa falta de empenho ou excesso de guiar o pensamento e as ações
confiança, poderemos sentir alguma culpa e decidir, em ➙ Porém, é importante ter presente que se trata de mais uma
função disso, que nos empenharemos bastante para o próximo forma de entender que existem outras perspetivas de se ser
teste, de modo a que não volte a repetir-se o mau resultado. inteligente e não de uma receita para o êxito
➙ As emoções não são apenas biológicas e nem ➙ Uma das mais relevantes perspetivas sobre a inteligência
exclusivamente socioculturais: emocional parte do modelo mental proposto por John D.
Mayer e Peter Salovey, que aborda:
- são processos adaptativos e autorreguladores complexos de
natureza biocultural. - a inteligência emocional como um conjunto de capacidades
ou habilidades mentais.
Descreve a inteligência emocional como: - O alpinista Aron Ralston tornou-se mundialmente conhecido
quando, após uma queda, tomou a decisão de cortar o próprio
- a capacidade de uma pessoa ter consciência e gerir as suas braço para sobreviver.
emoções, de modo que estas sejam expressas de maneira
apropriada e eficaz. - No final, um dos seus braços ficou preso sob a rocha.
Durante cinco dias, Aron tentou libertar-se de todas as
➙ Segundo o psicólogo, o controlo das emoções é essencial maneiras, até que, desesperado, no limite da sua resistência
para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo. física e mental, percebeu que só com uma decisão drástica
poderia salvar-se. Foi então que amputou o próprio braço.
Modelo sobre a inteligência emocional Na base do comportamento humano estão diferentes tipos
de motivação:
➙ O seu modelo sobre a inteligência emocional centra-se
num conjunto de competências (pilares) que, na sua ➙ Os motivos fisiológicos, primários ou orgânicos, estão
perspetiva, se forem desenvolvidas, favorecem um melhor orientados:
desempenho pessoal e profissional. São elas: - para a autopreservação e incluem, por exemplo, a
• Autoconsciência - capacidade de reconhecer as próprias necessidade de alimento.
emoções e sentimentos. ➙ Os motivos pessoais, sociais ou secundários, por seu lado,
• Autorregulação - capacidade de lidar com as próprias incluem:
emoções, adequando-as a cada situação vivida. - as intenções e a tentativa de realização de objetivos ou
• Automotivação - capacidade de se motivar e de se manter projetos.
motivado.
➙ É esta força autorreguladora que permite às pessoas adiar que indicava que o autocontrolo tinha mais que ver com
gratificações (satisfação de necessidades) em favor de estratégia e esforço consciente do que com um
objetivos a longo prazo (realização de projetos). comportamento natural das crianças, o que reforça:
- a importância do papel da motivação no comportamento
humano.
Experiência de Walter Mischel
➙ Por isso, a maioria das crianças do projeto apoderou-se da ➙ Por outras palavras, as crianças parecem aguentar mais
única guloseima e algumas fizeram-no logo após o tempo se o ambiente em que a experiência é realizada lhes
experimentador abandonar a sala. parecer de confiança.
Conclusões