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➙ integram aspetos relacionados com a dimensão afetiva e ➙ Reação dos órgãos recetores sensoriais aos estímulos do
sentimental. meio. Implica:
➙ No exemplo, estes processos vão orientar as tuas escolhas, (1) a existência de um estímulo, por exemplo, visual, sonoro,
de acordo com o que entendes que pode trazer-te mais tátil, olfativo ou gustativo,
realização e felicidade. (2) uma impressão provocada no recetor e transmitida ao
sistema nervoso central e
Mente
Exemplo:
➙ Conjunto dinâmico de processos cognitivos, emocionais e
conativos, onde se conjugam fenómenos conscientes e ➙ os recetores sensoriais da pele são sensíveis a estímulos
inconscientes. táteis, como a pressão, a vibração, a textura ou a temperatura,
enquanto os dos olhos são sensíveis à luz e às cores.
➙ Sem elas não teríamos acesso aos estímulos do meio. Limiar absoluto e limiar diferencial
Limiar diferencial
➙ Por exemplo:
➙ Exemplo:
➙ Das investigações da psicofísica emergem dois conceitos - se pões perfume de manhã, sentes imediatamente o seu
fundamentais: limiar absoluto e limiar diferencial. odor, mas, passados poucos minutos, deixas de notar este
conjunto de estímulos.
- Isso não significa que o perfume tenha perdido • contexto social e cultural
completamente a sua intensidade, mas antes que te
habituaste ao cheiro.
Leis da perceção
Perceção
→ Estruturação ou agrupamento
➙ Processo cognitivo que consiste na interpretação e
organização dos estímulos provenientes do meio (interno ou → Discriminação figura fundo
externo) através dos órgãos sensoriais
→ Pregnância ou boa forma (Gestalt)
- Estimulos sensoriais (cores, odores, texturas, sons... )
→ constância percetual
captados pelos orgãos sensoriais
- olhar para uma fotografia e, mais do que formas e cores, Organização percetual
reconhecer pessoas importantes das nossas vidas, atribuir
sentido e significado a um pôr do sol, a uma composição ➙ forma como percebemos o que nos rodeia, envolve um
musical ou até mesmo à nossa comida favorita. conjunto de aspetos que, desde cedo, despertaram a
curiosidade dos psicólogos, em particular dos associados ao
movimento gestalt (ou Psicologia da forma).
Fatores do significação
➙ O gestaltismo estabeleceu a base dos estudos atuais sobre Indicadores monoculares de profundidade
a perceção.
Paralaxe de movimento
Tamanho relativo
➙ Para além dos aspetos relacionados com a distinção entre - os dois jogadores que ocupam o centro da imagem estarão
figura e fundo e com os princípios de agrupamento das mais próximos do observador do que os restantes jogadores
unidades percetivas, outros, nomeadamente os relativos à que surgem na fotografia.
perceção de profundidade e à constância percetiva, captaram
também o interesse dos investigadores.
Gradiente de textura
➙ Organizarmo-nos num espaço tridimensional implica:
➙ Quanto mais próximos se encontram os itens de uma
- sermos capazes de fazer estimativas quanto à profundidade e
superfície uniforme, mais detalhados e separados se
à distância dos objetos.
apresentam ao observador.
➙ Para o efeito, recorremos a:
➙ Pelo contrário, quanto mais distantes, mais sobrepostos e - por outro, o caráter dinâmico da perceção facilmente conduz
indiferenciados parecem. ao erro na interpretação da realidade recebida pelos sentidos.
Memória
➙ Se,
➙ Capacidade para adquirir, conservar e restituir informação.
- por um lado, a perceção é essencial para criar coerência nas
sensações recebidas
➙ É a habilidade para adquirir e conservar informação ou - Nós recordamos este código de forma como foi memorizado.
representações da experiência passada com base nos
processos mentais de codificação, retenção e recuperação.
➙ Armazenamento
➙ É um campo complexo de processos baseados em
mecanismos biológicos e psicológicos. - O código memorizado é mantido para utilização posterior,
podendo manter-se na memória por diferentes períodos de
tempo.
A importância da Memória
➙ A memória permite-nos:
➙ Recuperação da informação:
• Conservar informações relativas ao mundo exterior (nomes,
- Trata-se de nos lembrarmos da informação anteriormente
factos, datas, ente outros).
armazenada
• A adaptação ao meio e a sobrevivência (evitando comer
alimentos que sabemos serem tóxicos, por ex.)
Saudade
• Conservar a nossa identidade pessoal (quem sou, como
cheguei aqui). ➙ é um sentimento muito valorizado, no entanto, ele só é
possível porque guardamos memórias e somos capazes de
• Adquirir novos conhecimentos e mantê-los
evocar o nosso passado.
➙ Exemplo:
- criar, reter e recordar - são interdependentes, pelo que o - visual, acústico ou semântico.
sistema de memorização só funciona eficazmente se:
- Para que possa ser recordada, a informação codificada tem
- procedermos à codificação, ao armazenamento e à de deixar um registo no sistema nervoso - o traço mnésico -,
recuperação da informação. que é guardado para poder ser utilizado posteriormente.
- Captamos sensorialmente informação que deixa em nós uma ➙ Memória de longo termo.
marca pela sua relevância (traço menesico ).
Efeito de recência
Exemplo:
➙ Não existe passagem para a memória de curto termo (e, Atenção dividiva
consequentemente, para a memória de longo termo), se não
houver um investimento da atenção. ➙ Por vezes, temos de focar os nossos sentidos em mais do
que um estímulo em simultâneo ou temos de focar a nossa
➙ Exemplo: atenção em mais do que uma tarefa.
- Os campeonatos de memória em que os competidores
procuram associar histórias criadas por si à sequência de
cartas, a forma como direcionamos a atenção para aquilo que Exemplo:
pretendemos memorizar faz toda a diferença, quer na
- O uso de telemóvel durante a condução.
quantidade, quer na qualidade da memorização.
➙ Vários estudos com condução simulada mostram que
➙ A memória sensorial preserva:
dividir a atenção com uma conversa ao telemóvel duplica a
- a informação em estado bruto por frações de segundo - probabilidade de não se prestar atenção aos sinais de trânsito
registos sensoriais iconicos (imagens) , ecóicos (som), táteis, ou ter tempos de reação superiores quando os detetamos.
olfativo, etc...
MCT
➙ Graças à atenção, uma parte da informação que chega aos ➙ No caso de tentarmos memorizar uma lista de palavras
órgãos sensoriais é transferida para a memória de curto termo grande, há uma forte tendência humana para memorizarmos
(MCT). as primeiras palavras (efeito de primazia) e as últimas
palavras do conjunto (efeito de recência), sendo a
Capacidade deste tipo de memória probabilidade de recordação significativamente menor para as
➙ Tal como acontece com a sua duração, é limitada, sendo da palavras do meio da lista.
ordem de: ➙ A maior parte da informação que a ela chega perde-se
- sete dígitos (capacidade digital) ou sete palavras (capacidade instantes depois ( a não ser que a repitamos e reutilizemos).
verbal) na sua forma auditiva
➙ Este esquecimento rapido tem uma vantagem:
- sete elementos distintos na sua forma visual. possibilidade de chegada de novos itens
➙ implícitas (procedimentais)
A memória de curto termo (MCT)
- incluem procedimentos e ações
➙ Permite:
- são coisas que sabemos, mas nas quais não pensamos
- não apenas a exploração da informação da memória
de forma consciente, são hábitos e capacidades motoras
sensorial
Exemplo: andar de bicicleta ou desenhar uma forma.
- como contribui para manter presente informação que se
encontrava guardada na memória de longo termo (MLT).
➙ Há vários fatores que contribuem para que uma informação ➙ explícitas (declarativas)
seja transferida para a memória de longo termo:
- incluem factos e proposições
➙ recapitulação na memória:
- dizem respeito às coisas que sabemos por termos
- quando a informação é repetida várias vezes, mantemo-la na lembrança
memória de trabalho, o que aumenta a probabilidade de ser
Exemplo: a cor dos olhos da avó ou os acontecimentos de
transferida para a memória de longo termo.
ontem à tarde.
Falhas de memória
- Quebras na atenção ou
➙ Amnésia anterógrada:
Perturbações da memória:
- perturbação da memória na qual, após uma lesão no tecido
➙ Amnésia de fixação: incapacidade de adquirir e reter novos cerebral, o indivíduo não é capaz de formar novas
dados. recordações, mas não tem dificuldade em lembrar o que
aprendeu antes da lesão (anterógrada significa para diante).
➙ Amnésia de evocação: incapacidade de recordar dados já
adquiridos ➙ Amnésia retrógrada:
➙ Hipermnésia: perda da capacidade de esquecer - perturbação na qual o indivíduo sofre uma perda de
memória de um período anterior à época da lesão cerebral,
➙ Paramnésia: reconhecimento indevido dos facto; sensação contudo mantém a capacidade de formar novas memórias
de tomar o passado pelo presente. (retrógrada significa para trás).
As memórias inventadas estimativa da velocidade a que os participantes achavam que
os carros circulavam no momento do acidente.
➙ Frequentemente, os problemas da memória não estão
associados ao facto de não conseguirmos recordar-nos, mas ➙ Nesta experiência não se estava apenas a condicionar a
ao de cometermos erros no momento de recuperar memória dos indivíduos, mas a interpretação que dela faziam.
informação da memória de longo termo.
Conclusão:
➙ Em resultado disso, mentimos sem querer, porque, ao
➙ Verificou-se que os participantes a quem tinha sido feita a
recordarmos, acabamos por, involuntariamente, reconstruir o
pergunta usando o verbo: esmagar eram mais propensos a
passado com base no que pensamos e sabemos e não no que
responder sim à pergunta Viu algum vidro partido?, mesmo
recordamos.
que no filme não houvesse vidros partidos.
➙ Constantemente modificada ao longo da experiência, a
➙ Estes resultados são consistentes com a ideia de que as
memória humana é construída e reconstruída a cada instante,
perguntas feitas após um evento podem dar origem à
sofrendo influências permanentes da educação, da
reconstrução da memória desse mesmo evento.
comunicação com os outros, da interpretação pessoal dos
acontecimentos e dos factos, da leitura e dos meios de ➙ Estas e outras experiências semelhantes mostram que,
comunicação social, dos valores e anseios, enfim, da imagem além de ser perfeitamente possível alterar recordações, por
que temos de nós próprios, dos outros e do mundo. exemplo, em função de informação, factos ou sugestões
subsequentes, é ainda possível implantar falsas memórias.
➙ Memória, esquecimento e imaginação caminham lado a
lado na construção das nossas lembranças pessoais. Isso
mesmo defende a psicóloga Elizabeth Loftus que, investiga a
falibilidade da memória humana. Não ser capaz de esquecer pode:
Versão 1:
1.3. Aprendizagem
➙ 1. os participantes eram convidados a observar curtos
➙ Mudança relativamente estável e duradoura do
filmes sobre colisões rodoviárias num cruzamento onde existia
comportamento ou das capacidades do indivíduo, adquirida
um sinal de cedência de passagem.
como resultado da observação prática, estudo ou experiência,
➙ 2. metade dos intervenientes recebia a sugestão de que o que se traduz num aumento do seu repertório de
sinal de trânsito era um sinal de paragem obrigatória. competências e saberes.
➙ 3. era solicitado aos indivíduos que respondessem a ➙ Alteração no comportamento de um organismo que resulta
questões sobre o que tinham visto. da influência do meio e se traduz no aumento das
possibilidades de ação ou conduta de forma relativamente
Conclusão: estával e perduravel.
➙ Quando questionados sobre que sinal de trânsito se ➙ Está diretamento ligada à memória, sem a qual seria
lembravam, os que haviam sido sugestionados tendiam a impossível
afirmar que tinham visto um sinal STOP; aqueles que não
tinham recebido a falsa informação eram muito mais precisos
na lembrança do sinal de trânsito.
Fatores de aprendizagem
➙ 1. os participantes assistiram ao mesmo tipo de filmes e, • Inteligência: a facilidade com que se encontra uma solução
em seguida, responderam a perguntas sobre eventos neles para um problema depende da capacidade de aprender e
ocorridos. consolidar novas e velhas aprendizagens
➙ A experiência implicava alterar o verbo usado na questão • Grau de motivação. a aprendizagem é facilitada quando o
colocada e ver até que ponto isso tinha influência na individuo se empenha no processo
• Experiencias anteriores. O sucesso das aprendizagens • Ser estáveis:
anteriores pode impulsionar a aquisição de novas
- Se aquilo que tentaste aprender origina apenas uma
aprendizagens.
mudança momentânea no teu comportamento, então não
pode dizer-se que aprendeste.
Aprendizagem por Associação: - Para que possa dizer-se que houve aprendizagem, a mudança
na forma de responder aos eventos deve ser persistente.
➙ A aprendizagem processa-se pela associação entre
estímulos e respostas. • Afetar o comportamento ou os processos mentais.
- aprender a não dizer palavrões ou a não roer as unhas Muito do que aprendemos implica:
- Há insetos, répteis e/ou aracnídeos que te fazem sentir Aplicação prática das experiências laboratoriais de Ivan
calafrios, porque lhes associaste o potencial ameaçador que, Pavlov com cães no condicionamento classico
em muitos casos, nem têm.
➙ Ivan estava a estudar a salivação dos cães no sentido de
-Há tarefas que fazes em casa para poderes receber a tua compreender o seu papel no aparelho digestivo e apercebeu-
semanada ou para não seres repreendido. se que os cães salivavam antes de lhes ser apresentado o
alimento.
Condicionamento clássico
➙ Na verdade, os cães começavam a salivar no momento em
➙ Processo de aprendizagem que ocorre de forma
que um dos técnicos do laboratório entrava na sala ou sempre
independente da vontade do sujeito através da associação
que viam ou ouviam as tigelas em que usualmente lhes era
entre estímulos.
distribuído o alimento.
➙ Um estímulo neutro (que não originava qualquer resposta) Conclusões:
é associado a um estímulo incondicionado (que produzia a
resposta natural), dando origem a um estímulo condicionado ➙ Estas constatações levaram Pavlov a reconhecer que, ao
que tem um efeito sobre o indivíduo. contrário dos reflexos inatos, a salivação em função do
avistamento de uma tigela não era automática e, portanto, só
➙ Utilizamos a associação entre estímulos para antecipar um poderia ter sido adquirida através da experiência.
evento.
➙ Para compreender o que se teria passado, Pavlov realizou
➙ Por exemplo: uma experiência que consistiu em:
- quando se aproxima uma tempestade, aprendeste que o - apresentar ao cão estímulos distintos (como o som de uma
relâmpago é seguido do trovão, por isso, mal o céu se ilumina, campainha ou o acender de uma lâmpada) seguidos do
contas os segundos para o estrondo que se seguirá. estímulo que parecia estar na origem da salivação
(apresentação de comida).
➙ Exemplo:
A experiência de Pavlov passo a passo: escolher a resposta sentar de entre o enorme conjunto de
alternativas que são as possíveis ações de um cão.
• O alimento é o estímulo incondicionado (El), pois, por si só,
desencadeia uma resposta automática, isto é, sem ➙ Thorndike estudou a inteligência animal.
necessidade de condicionamento (daí a designação
incondicionado). ➙ Para realizar a sua pesquisa, construiu uma caixa-
problema: uma caixa de madeira equipada com uma porta
• A salivação produzida pelo alimento é a resposta que podia ser aberta a partir de um mecanismo situado no seu
incondicionada (RI), assim chamada por se desencadear interior.
diretamente em função do El, isto é, sem necessidade de
aprendizagem prévia. ➙ Thorndike fechava gatos famintos no interior de uma caixa-
problema, colocando do lado de fora um prato com comida
• O som da campainha ou a luz da lâmpada, antes do que estes podiam ver e cheirar.
condicionamento, designa-se estímulo neutro (EN) e, após o
condicionamento, estímulo condicionado (EC).
- Porque é que o teu cão se senta ou dá a pata quando lhe ➙ Esta forma de aprendizagem (por tentativa e erro) tem por
pedes? base aquilo que Thorndike designou:
➙ Quando o teu cão obedece à ordem de se sentar e, em ➙ Skinner foi um dos primeiros investigadores a distinguir
consequência, recebe um biscoito, para ele a regra é sem condicionamento clássico de condicionamento operante.
sentar não há biscoito e, por isso, se quer o biscoito, tem de
➙ Estava particularmente interessado em compreender as ➙ Apesar de semelhante ao estímulo original, um outro
ações voluntárias. estímulo não produz a resposta condicionada (valorizam-se as
diferenças entre ambos).
Extinção
Experiência:
➙ A resposta condicionada perde intensidade ou desaparece
➙ As suas experiências mais conhecidas foram realizadas com na ausência de reforço.
ratos, que eram colocados em gaiolas experimentais com uma
alavanca. ➙ O que acontece quando a aprendizagem envolve punição
em vez de reforço?
➙ Quando o rato pressionava a alavanca, agia sobre o meio e
recebia alimento, que funcionava como reforço da resposta de ➙ Apesar de parecerem semelhantes, o reforço negativo e a
pressão. punição (positiva ou negativa) são distintos:
Por exemplo:
- a gaiola onde se encontra o rato produzir um som alto ou - Positivo e negativo querem dizer adicionar e eliminar,
eletrochoques até que este pressione a alavanca. respetivamente, não tendo nada que ver com bom ou mau,
prazeroso ou doloroso.
Exemplo:
Aquisição
Generalização
Discriminação
- uma situação onde toda a disposição dos elementos é
semelhante
Insight:
1º Situação
➙ O psicólogo Wolfgang Köhler estudou: ➙ Assim, quando se colocou a vara junto das grades da jaula,
mais próxima da fruta, os dois elementos foram percebidos
- a inteligência dos chimpanzés e a sua capacidade de
como parte integrante da mesma situação-problema.
resolução de problemas, mostrando que estes:
➙ Foi então fácil para o chimpanzé utilizar a vara para puxar a
- não se limitam a aprender por tentativa e erro, como
fruta para junto de si.
propunha Thorndike, mas aprendem também por insight (ou
compreensão súbita). 2º situação:
➙ Muito rudimentares a nível procedimental, os estudos de ➙ A distância existente entre os dois elementos do problema -
Köhler incluíam: a banana fora da jaula e a vara colocada no interior da jaula -
implicou uma reestruturação do campo percetual, isto é, a
Dois tipos de situações experimentais:
compreensão dos dois elementos como parte integrante do
• Experiências mais simples envolvendo elementos mesmo problema.
próximos uns dos outros:
➙ Para que ocorresse esta reestruturação, seria necessário o
Exemplo: insight ou compreensão súbita –
- uma situação em que o chimpanzé se encontra no interior de - a compreensão ou solução imediata do problema -, uma
uma jaula onde está também uma vara que foi colocada perto forma de aprendizagem resultante de várias tentativas que
das grades e próxima de uma banana que se encontra fornecem a assimilação das relações entre elementos.
pendurada no exterior da jaula e fora do seu alcance.
Exemplo:
4 condições necessárias para que os comportamentos do
modelo tenham efeito sobre nós:
Modelagem
➙ Um dos enigmas sobre a inteligência relaciona-se com uma - a apreensão das experiências (capacidade para codificar
descoberta debatida no início do século XX (1904): informação)
- os indivíduos parecem tender a apresentar um nível - o relacionamento de ideias (capacidade para inferir ou
consistente de desempenho numa variedade de tarefas estabelecer relações entre duas ou mais ideias)
diferentes.
- a edução de correlatos (capacidade para aplicar a relação
➙ Esta descoberta conduziu à ideia de: inferida, criando novas ideias).
Spearman
➙ Teoria bifatorial da inteligência: Spearman interpretava
➙ Foi um pioneiro no estudo da inteligência, que acreditava fator G (denominador comum) como uma energia mental
que todo o comportamento inteligente tinha por base um essencialmente inata, ao passo que os fatores S dependeriam
único fator geral, que designou por fator G. da aprendizagem e da ativação do fator G.
➙ É a inteligência geral, comum a todas as atividades ➙ Louis Thurstone contrapôs à teoria bifatorial a possibilidade
inteligentes de a inteligencia não depender de um abrangente fator geral,
mas estar antes relacionada com um conjunto de fatores
➙ uma espécie de energia mental sobre a qual se independentes combinados.
estabelecem e desenvolvem os fatores S ou aptidões
específicas. ➙Defendeu uma perspetiva pluralista de inteligência
➙ O desempenho em tarefas que implicam essencialmente • Velocidade percetiva (P): visualização rápida de
fatores S (por exemplo, cálculo lógico) não permite pequenas diferenças ou semelhanças.
transposições e predições tão precisas. • Memória (M): evocação de estímulos anteriormente
apresentados.
• Raciocínio (R): resolução de problemas lógicos.
Emoção
➙ A teoria de Sternberg valoriza a criatividade, considerando- ➙ refere-se a uma resposta breve e intensa a um estímulo
a um processo que exige o equilíbrio e aplicação dos três específico
espetos essências da inteligência criativa, analítica e pratica.
➙ Estado de um organismo decorrente de uma situação,
provocando uma experiência subjetiva e manifestações
Uma pessoa criativa necessita: somáticas e viscerais.
- destacar-se por produzir ideias inovadoras (inteligência ➙Padrão de reação complexo, transitório, brusco e agudo,
criativa) através do qual um individuo tenta lidar com um evento ou
assunto pessoalmente significativo.
- saber selecionar as melhores (inteligência analítica)
➙Envolve elementos:
- fisiológicos, cognitivos e comportamentais. • Os sentimentos geram emoções.
- dependentes de experiência social para a sua construção, ➙ Componente cognitiva: Compreensão consciente de um
como o orgulho, por exemplo facto que desencadeia a emoção;
- Alicerçam-se sobre as primárias, sendo vivenciadas mais ➙ Componente avaliativa: Avaliação positiva ou negativa do
tarde. facto desencadeador da emoção;
- Já têm em conta uma avaliação cognitiva das situações ➙ Componente fisiológica: Conjunto de reações fisiológicas
(aprendizagens) que as provocam. desencadeadas pela emoção;
• Os sentimentos são privados (não observáveis pelos ➙ São fatores de ordem cognitiva e percetiva que determinam
outros). o modo como se desencadeiam as emoções:
- fico com medo porque interpreto uma situação como - a componente cognitiva: que te informou das características
ameaçadora. que já conhecias dessa pessoa; interpretação e significado
atribuidos aos estimulos sensoriais
Por exemplo:
Diferença
- aumentam os batimentos cardíacos
Distingue-se da emoção pelo seu caráter subjetivo, avaliativo e
- e a tensão muscular (componente neurofisiológica).
cognitivo.
➙ Em resultado deste estado interno do organismo, é
provável que:
O afeto
- fiquemos lívidos,
➙ é um estado mental subjetivo acerca de uma pessoa,
- falemos alto
objeto ou situação, que pode ser positivo ou negativo, mas é
mais durável e estável que as emoções. - e gesticulemos energicamente (componente
comportamental).
➙ Subjetividade de um estado psíquico elementar em relação
a algo, capaz de proporcionar prazer ou desprazer.
Resposta emocional
➙ Normalmente, os sinais recebidos do meio seguem dos ➙ Para além do papel da amigdala e do sistema limbico nas
órgãos sensoriais para o tálamo, que, por sua vez, os reenvia emoções, também o córtex orbitofrontal desempenha um
para o córtex cerebral. papel nestes processos fundamentais.
➙ No caso dos sinais visuais, a mensagem é encaminhada ➙ Esta região cortical é importante no planeamento e na
para o córtex visual, onde é analisada e avaliada, processando- coordenação de comportamentos destinados a atingir
se uma resposta ajustada. objetivos.
Lesões pré-frontais
Como funciona este atalho neural que gera rapidamente uma ➙ Lesões pré-frontais, como as de Elliot, permitiram aos
resposta do tipo ataque-ou-fuga em situações de ameaça? neurocientistas perceber:
➙ Uma pequena parte do sinal é enviada direta e velozmente - a pertinência do circuito orbitoirontal-amigdala, tanto na
pelo tálamo à amígdala, o que permite que esta desencadeie tomada de decisões sensatas, cruciais para a vida pessoal e
uma resposta. interpessoal, como também na elaboração de pensamentos
claros.
Importância da amígdala
- Outro papel importante da amígdala é o: de decifrar o (situado por cima do tronco cerebral):
significado emocional das expressões faciais, sendo
➙ funciona como principal centro de retransmissão e
especialmente sensível a rostos que revelem medo.
coordenação das impressões sensoriais.
➙ É, além do mais, completamente incapaz de aprender em
função de erros e experiências negativas passados.
Amígdala
➙ E tudo isto acontece porque o seu raciocínio, em
(sentinela emocional situada no sistema límbico):
consequência da lesão no circuito orbitofrontal-amígdala,
➙ controla a reatividade emocional do medo, da ira e de deixou de ser influenciado por sinais provenientes dos
outras emoções positivas como as que envolvem o mecanismos da emoção.
processamento de recompensas.
Exemplo:
➙ Preparação dos músculos para uma reação rápida. -porque: Elliot perde-se ante os prós e os contras de cada
possibilidade e em pormenores irrelevantes.
- O estímulo é recebido pelo tálamo, que envia a informação
sensorial para o córtex cerebral, responsável pela ➙ Ao ficar vazio de emoções e sentimentos, o seu intelecto
interpretação das mensagens e pela definição de um plano de tornou-se desapaixonado, tristemente inútil.
resposta
➙ O caso de Elliot e os de outros pacientes com lesões pré-
- No entanto, enquanto a informação segue o seu percurso frontais similares levaram:
para as regiões corticais do cérebro, a amígdala é
- à formulação de várias hipóteses no âmbito das
imediatamente informada (através de um atalho neural) e
neurociências-
ativa uma resposta emocional.
a de António Damásio e a de Richard Davidson.
- Esta via mais rápida mobiliza-te para responderes caso a via
mais lenta venha a confirmar a ameaça.
- Enquanto o cérebro avalia a ameaça, já a divisão simpática do Razão, emoção e capacidade de decisão
teu sistema nervoso autónomo prepara o teu corpo para uma
reação do tipo ataque-ou-fuga. ➙ A partir de casos como o de Elliot, Damásio formulou a
hipótese de que:
- Só quando estiveres fora de perigo (afinal, o leão é uma
criança mascarada, não há razão para temê-lo), a divisão - existe uma estreita relação entre as áreas pré-frontais do
parassimpática do sistema nevoso autónomo irá fazer retornar cérebro e as reações com origem nas emoções.
o organismo ao estado de repouso.
➙ Para Damásio, o ato de decidir está suportado: Perspetiva Cognitivista das Emoções
- por um lado, no raciocínio (avaliação da situação e dos meios ➙ As emoções são o resultado da interpretação das situações
para se chegar ao objetivo) e, causadoras de uma reação emotiva.
- por outro lado, na avaliação emocional baseada nas ➙ São fatores de ordem cognitiva e percetiva que determinam
experiências anteriores e nas nossas preferências. o modo como se desencadeiam as emoções: fico com medo
➙ Estes dois elementos permitem ao indivíduo: porque interpreto uma situação como ameaçadora.
- e empenhar a energia necessária para empreender a ação. Perspetiva Cultural das Emoções
➙ É também neste sentido que se afirma hoje que: ➙ As emoções são evidenciadas num enquadramento
cultural, expressamos nos tendo em conta a cultura em que
- existe uma estreita relação entre a emoção e a motivação crescemos.
humanas, como analisaremos mais à frente.
➙ Ex: na cultura egípcia as mulheres são desencorajadas a
mostrar sentimentos em público, ocultando o sorriso
- a lateralização das emoções está de alguma forma ligada à ➙ Os olhos são o espelho da alma.
maior ou menor motivação, isto é, à maior ou menor
- Quando se olha para um rosto humano, os olhos dominam a
confiança e esforço na busca de objetivos.
comunicação emocional, daí que revelem o nosso estado de
espírito, as nossas emoções.
Ekman concluiu:
Papel da sociedade
Resultados
➙ O papel desempenhado pela sociedade na formação das
➙ Os resultados da investigação que Ekman desenvolveu em
cinco culturas distintas, indicavam: emoções secundárias é maior do que nas primárias.
- maior homogeneidade no reconhecimento de algumas ➙ Todavia, isto não significa que as emoções secundárias não
expressões, como a alegria e o espanto, do que noutras, como sejam, também elas, biologicamente programadas, pelo
a tristeza e o medo. menos em parte, ou que as emoções primárias não possam
ser influenciadas pela cultura.
➙ Walter Mischel deu início a um importante projeto Em estudos posteriores, em que voltou a analisar as mesmas
experimental que pretendia avaliar: crianças, Mischel verificou que:
- o autocontrolo e a capacidade das crianças adiarem - a capacidade de adiar a gratificação é um bom preditor de
gratificações. sucesso, uma vez que as crianças que se revelaram capazes de
A experiência: esperar pela gratificação apresentavam:
- Uma criança de 4 anos é levada por um adulto para uma sala. - melhores resultados escolares
- o adulto diz à criança que precisa de se ausentar por um - maior fluência verbal
certo tempo, a fim de resolver um pequeno problema. - atenção
- Nessa altura, é proposto à criança um prémio constituído por - confiança em si
duas guloseimas, se conseguir aguardar pelo regresso do
adulto. - capacidade de planear e de antecipa
- Caso não consiga esperar, ganhará apenas uma guloseima, - menos probabilidade de perder o controlo sob stresse do
mas imediatamente. que as crianças que revelaram menos capacidade de
resistência no teste dos marshmallows.
- Depois do acordo, o experimentador abandona a sala
deixando junto da criança a guloseima que esta poderá comer
se preferir a gratificação imediata.
Estudos posteriores ao realizado por Mischel