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Cognição ➙ É na mente que se dá a atividade psíquica e onde se consta

a noção de "Eu", sendo um sistema que não se limita a captar


➙ O processo de tomada de decisão é entendido como uma informação do exterior, mas que atribui um significado a essa
relação complexa entre diversos processos: mesma informação em função da qualidade de rede neural,
das experiencias anteriores do individuo e das influencias
Processos cognitivos sociais e culturais.
➙ Não é passivo!
➙ Isto confere à mente um caráter único, subjetivo e pessoal.
➙ consistem na criação, transformação e utilização da
Cognição Emoção Motivação
informação recebida do meio no sistema sensorial, onde é Conhecer Sentir Agir
tratada e armazenada. “O quê” “Como” “Porquê”
➙ No exemplo dado, estes processos estão relacionados com
a pesquisa sobre os cursos ou profissões que te permitam
perceber quais serão as melhores escolhas.
1.1 Sensação e perceção
➙ Relacionados com o processo de conhecimento e com o
tratamento e interpretação da informação: perceção,
aprendizagem e memória. Sensação

➙ As sensações (captação em bruto da informação) são


Processos emocionais transformadas pelas perceções.

➙ integram aspetos relacionados com a dimensão afetiva e ➙ Reação dos órgãos recetores sensoriais aos estímulos do
sentimental. meio. Implica:

➙ No exemplo, estes processos vão orientar as tuas escolhas, (1) a existência de um estímulo, por exemplo, visual, sonoro,
de acordo com o que entendes que pode trazer-te mais tátil, olfativo ou gustativo,
realização e felicidade. (2) uma impressão provocada no recetor e transmitida ao
sistema nervoso central e

Processos motivacionais (3) um processo psicofisiológico que dá origem à sensação.

➙ coincidem com a energiza usada na concretização de


Os sentidos
objetivos e resultam da articulação com a cognição e a
➙ Estão na origem dos estímulos sensoriais que, desde o
emoção.
ambiente intrauterino, nos informam sobre o mundo exterior
➙ Se estiveres motivado, por muito que o caminho seja e o estado do nosso próprio corpo.
exigente, vais investir mais energia nas escolhas para que te
sentes estimulado.

O ponto de partida das sensações

Cognição ➙ São os recetores sensoriais, isto é, as células localizadas nos


órgãos dos sentidos.
➙ Todas as formas de conhecimento e consciência, tais como:
perceber, memorizar, aprender, raciocinar, imaginar, resolver ➙ São eles que permitem transformar a energia do estímulo
problemas, etc. (luminoso, mecânico ou químico) num impulso elétrico, que
segue, através do sistema nervoso, até ao cérebro, onde é
➙ é o conjunto de mecanismos através dos quais cada um de
processado e interpretado.
nós adquire, trata, conserva e explora informação, produzindo
conhecimento. ➙ Cada recetor sensorial é especializado em detetar um
estímulo específico do ambiente.

Mente
Exemplo:
➙ Conjunto dinâmico de processos cognitivos, emocionais e
conativos, onde se conjugam fenómenos conscientes e ➙ os recetores sensoriais da pele são sensíveis a estímulos
inconscientes. táteis, como a pressão, a vibração, a textura ou a temperatura,
enquanto os dos olhos são sensíveis à luz e às cores.
➙ Sem elas não teríamos acesso aos estímulos do meio. Limiar absoluto e limiar diferencial

➙ Existem mais para além dos cinco sentidos (visão, audição,


olfato, paladar e tato).
➙ Associado ás sensações
➙ Se, por exemplo, te vendarem os olhos e te puserem numa
➙ O sistema sensorial humano é capaz de detetar diferenças
estrutura inclinada, mesmo sem veres, sabes que estás num
minimas no ambiente, mas não é capaz de identificar todos os
plano inclinado. Consegues percebê-lo graças às sensações
estímulos recebidos.
resultantes do funcionamento do teu ouvido interno e da
cinestesia, que te orientam no espaço e te informam sobre o ➙ Isso ocorre quando o sinal é muito fraco ou quando está
estado de equilíbrio do teu corpo. fora do intervalo que os sentidos são capazes de perceber.
➙ Todos os sentidos são importantes para a nossa Limiar absoluto
sobrevivência e interação com o mundo, alertando-nos para as
condições e perigos do meio e para o estado do nosso ➙ É a quantidade mínima de energia que um estímulo tem de
organismo. ter para ser identificado em pelo menos cinquenta por cento
das vezes em que ocorre.

Limiar diferencial

➙ Capacidade de distinguir dois estímulos muito parecidos

➙ É a diferença mínima necessária entre dois estímulos para


que sejam reconhecidos como distintos um do outro.

➙ Por exemplo:

- no sistema de construção de cores aditivas RGB, usado nos


ecrãs de equipamentos eletrónicos, pode haver mais de 16
milhões de cores diferentes.

- Todavia, há muitas cores diferentes, em termos absolutos,


que são percecionadas como iguais, apesar de terem uma
combinação dos três canais de cor - vermelho (R), verde (G) e
azul (B)) - diferente.

➙ A visão humana, dadas as semelhanças entre as inúmeras


cores deste espectro, perceciona-as como equivalentes.

➙ Exemplo:

- O MP3 usa uma tecnologia de compressão que elimina parte


do áudio, diminuindo o tamanho do ficheiro cerca de 10 vezes,
sem que a maior parte de nós se aperceba das diferenças.

- As partes suprimidas não são audíveis pela maior parte das


➙ Os recetores sensoriais estão preparados para captar pessoas.
diferenças minimas no ambiente.
- As supressões são praticamente impercetíveis, exatamente
➙ Mas quão sensíveis são? porque exploram as limitações da audição humana.

➙ Outra importante descoberta da psicofísica refere-se à:


Psicofísica Adaptação sensorial
➙ A psicofisica tem-se preocupado em encontrar respostas ➙É a tendência para o declínio da capacidade de resposta a
para esta questão e em perceber como a força e a intensidade estímulos imutáveis, constantes ou repetitivos.
de um estímulo afetam a sensação que o observador
experiencia. ➙ Por exemplo:

➙ Das investigações da psicofísica emergem dois conceitos - se pões perfume de manhã, sentes imediatamente o seu
fundamentais: limiar absoluto e limiar diferencial. odor, mas, passados poucos minutos, deixas de notar este
conjunto de estímulos.
- Isso não significa que o perfume tenha perdido • contexto social e cultural
completamente a sua intensidade, mas antes que te
habituaste ao cheiro.

Leis da perceção
Perceção
→ Estruturação ou agrupamento
➙ Processo cognitivo que consiste na interpretação e
organização dos estímulos provenientes do meio (interno ou → Discriminação figura fundo
externo) através dos órgãos sensoriais
→ Pregnância ou boa forma (Gestalt)
- Estimulos sensoriais (cores, odores, texturas, sons... )
→ constância percetual
captados pelos orgãos sensoriais

- convertidos em impulsos nervosos e conduzidos as sistema


nervoso central e ao cérebro
Estruturação/Agrupamento
- Interpretação destes impulsos em função de experiências,
motivações e aspetos culturais. ➙ Tendência para organizar ou estruturar os diferentes
elementos que vemos porque são semelhantes ou porque
➙ Processo ativo (somos nos que intervimos) de organização
estão próximos
e interpretação das informações sensoriais. Difere da
sensação, na medida em que é uma atividade cognitiva pela
qual conferimos sentido e significado à informação sensorial,
isto é, transformamos em conhecimento significativo os Discriminação figura-fundo
estímulos do meio. ➙ o nosso cerebro tende a destacar figuras a partir de um
plano de modo a conferir sentido aquilo que vê.

Sensação e perceção ➙ Esta capacidade é inata no ser humano, pois cegos de


nascença a quem foi dado na idade adulta a possibilidade de
➙ Enquanto a sensação diz respeito ao modo como os começar a ver, também são capazes de discriminar figuras
recetores sensoriais captam os estímulos e aos mecanismos num fundo neutro.
que permitem que essas informações sejam transmitidas ao
cérebro, a perceção refere-se ao:

➙ processamento posterior da informação sensorial, cujo Pregnância ou boa forma (Gestalt)


resultado são as representações ou construções mentais dos ➙ temos tendência para percecionar as formas mais simples e
estímulos. regulares , simétricas e equilibradas:
➙ A perceção corresponde, assim, ao processo que nos ➙ Assim, percecionamos um quadrado ou uma flor mesmo
permite: quando eles verdadeiramente não estão lá
Exemplo:

- olhar para uma fotografia e, mais do que formas e cores, Organização percetual
reconhecer pessoas importantes das nossas vidas, atribuir
sentido e significado a um pôr do sol, a uma composição ➙ forma como percebemos o que nos rodeia, envolve um
musical ou até mesmo à nossa comida favorita. conjunto de aspetos que, desde cedo, despertaram a
curiosidade dos psicólogos, em particular dos associados ao
movimento gestalt (ou Psicologia da forma).
Fatores do significação

➙ Nem todos percecionamos o mundo do mesmo modo, pois Gestaltismo


ha fatores de significação que fazem da perceção algo pessoal
e único: ➙ defendia que organizamos a realidade separando figura e
fundo e agrupando as unidades percetivas de modo a
• estruturas fisiológicas ganharem significado.
• Experiências anteriores Por exemplo:
• Motivações
- enquanto lês este texto distingues as letras (figura) do papel
branco onde estão impressas (fundo) e agrupa-las (em
Indicadores de profundidade
palavras e frases) de forma a fazerem sentido para ti.
➙ binoculares (visão binocular):
➙ O mesmo acontece com uma melodia (figura) cujas notas
se agrupam e destacam face aos ruídos ambientais (fundo). - quando os dois olhos estão simultaneamente implicados na
perceção da profundidade

Obras de Escher ➙ monoculares (visão monocular):

- quando é possível percebermos a profundidade apenas com


➙ Mostra que aquilo que num dado momento é percecionado
a visão de um olho.
como figura ou forma pode não o ser, caso a perspetiva do
observador se altere.

➙ O gestaltismo estabeleceu a base dos estudos atuais sobre Indicadores monoculares de profundidade
a perceção.

➙ Os princípios que os psicólogos da forma identificaram


Interposição (sobreposição/oclusão)
mantêm-se como explicações racionais de certos aspetos da
perceção, ainda que não abarquem o fenómeno no seu todo. ➙ A sobreposição parcial das figuras permite-nos perceber a
sua localização face a outras e a distância que mantêm
➙ São frequentemente usados, por exemplo, em marketing e
relativamente ao observador.
publicidade.
Exemplo:

- O vaso com pigmento verde do canto inferior esquerdo está


mais próximo do observador do que o que contém pigmento
castanho, pois esconde-o parcialmente.

Paralaxe de movimento

➙ Aos olhos de um observador, o movimento próprio é


acompanhado pelo movimento das coisas do mundo em
redor.

➙ Com velocidades e direções distintas, os objetos que estão


mais próximos parecem mover-se mais rapidamente e no
sentido contrário ao do observador, acontecendo o inverso
com objetos mais distantes.

Tamanho relativo

➙ Quanto mais pequeno surge na retina do observador, mais


distante parece aquilo que é observado.
Profundidade e à constância percetiva Exemplo:

➙ Para além dos aspetos relacionados com a distinção entre - os dois jogadores que ocupam o centro da imagem estarão
figura e fundo e com os princípios de agrupamento das mais próximos do observador do que os restantes jogadores
unidades percetivas, outros, nomeadamente os relativos à que surgem na fotografia.
perceção de profundidade e à constância percetiva, captaram
também o interesse dos investigadores.
Gradiente de textura
➙ Organizarmo-nos num espaço tridimensional implica:
➙ Quanto mais próximos se encontram os itens de uma
- sermos capazes de fazer estimativas quanto à profundidade e
superfície uniforme, mais detalhados e separados se
à distância dos objetos.
apresentam ao observador.
➙ Para o efeito, recorremos a:
➙ Pelo contrário, quanto mais distantes, mais sobrepostos e - por outro, o caráter dinâmico da perceção facilmente conduz
indiferenciados parecem. ao erro na interpretação da realidade recebida pelos sentidos.

➙ O cérebro, por vezes, interpreta incorretamente a


informação e deixa-se enganar na forma como percebe a
Perspetiva linear
realidade.
➙ Linhas e itens aparentemente paralelos convergem para
pontos de fuga à medida que se aproximam do horizonte.
Ilusões
➙ Quanto mais convergentes as linhas e itens parecerem ao
observador, maior a perceção de distância e profundidade. ➙ são perceções distorcidas de uma situação e são produzidas
por fatores físicos ou psicológicos.

➙ Resultam, portanto, da deficiente captação e interpretação


Sombra e luz
dos estímulos.
➙ Através destas duas propriedades, o observador consegue
interpretar as imagens bidimensionais como se tivessem
propriedades tridimensionais. Experiência

➙ Através do dispositivo conhecido como precipício visual,


Eleanor Gibson e Richard Walk desenvolveram experiências
Constância percetiva
para testar:
➙ Tendência para percecionar os objetos do mesmo modo, - a perceção da profundidade em bebés, tendo descoberto
apesar de serem capturados de ângulos e distâncias que, mesmo quando incentivadas pelos adultos, as crianças
diferentes, mesmo que os estímulos sejam alterados ha uma demonstram relutância em aventurar-se para a parte
resistência à mudança da perceção que é efetuada. aparentemente mais profunda do dispositivo.
➙ Isso sucede no nível da visão com a forma, o tamanho e a ➙ Para além da organização percetual, a interpretação da
cor. informação sensorial implica também a atribuição de sentido
➙ É o mecanismo que estabiliza o mundo que nos rodeia, aos estímulos.
garantindo-lhe imutabilidade em termos de tamanho, forma,
localização, brilho e cor.
Predisposição percetiva
Exemplo:
➙ Mostra que os indivíduos e os grupos sociais podem
- Num quarto às escuras, apesar de não conseguirmos ver atribuir significados diferentes à realidade física,
corretamente as cores, sabemos que, quando se acender a luz, reconstruindo-a, e, muitas vezes, percebendo situações de
a parede continuará da cor que era. modo diferente.
➙ A constância percetiva garante-nos: Exemplo:
- a estabilização das sensações e a sua coerência. - O efeito dos estereótipos e dos preconceitos na perceção.

Distúrbios percetivos Influencia da cultura


➙ os distúrbios percetivos são falsas perceções, isto é, ➙ A cultura está presente na forma como percecionamos o
perceções ás quais o sujeito atribui significações inadequadas, meio, influenciando-a, e como nos deixamos ou não enganar
como é o caso das ilusões. pelas ilusões.
➙ Tal como a sensação, a perceção também pode ser iludida.

➙ O facto de a perceção desempenhar um papel ativo e de


completar ou contextualizar os dados recebidos nos sentidos,
potencia as ilusões percetivas. 1.2. Memoria e atenção

Memória
➙ Se,
➙ Capacidade para adquirir, conservar e restituir informação.
- por um lado, a perceção é essencial para criar coerência nas
sensações recebidas
➙ É a habilidade para adquirir e conservar informação ou - Nós recordamos este código de forma como foi memorizado.
representações da experiência passada com base nos
processos mentais de codificação, retenção e recuperação.
➙ Armazenamento
➙ É um campo complexo de processos baseados em
mecanismos biológicos e psicológicos. - O código memorizado é mantido para utilização posterior,
podendo manter-se na memória por diferentes períodos de
tempo.
A importância da Memória

➙ A memória permite-nos:
➙ Recuperação da informação:
• Conservar informações relativas ao mundo exterior (nomes,
- Trata-se de nos lembrarmos da informação anteriormente
factos, datas, ente outros).
armazenada
• A adaptação ao meio e a sobrevivência (evitando comer
alimentos que sabemos serem tóxicos, por ex.)
Saudade
• Conservar a nossa identidade pessoal (quem sou, como
cheguei aqui). ➙ é um sentimento muito valorizado, no entanto, ele só é
possível porque guardamos memórias e somos capazes de
• Adquirir novos conhecimentos e mantê-los
evocar o nosso passado.

➙ Exemplo:

- Queres memorizar a letra de uma canção.


Memória enquanto função dinâmica e criativa
- Tens de começar pela codificação, isto é, tens de transformar
➙ Esta capacidade de criar registos das nossas interações, que a canção em representações e códigos.
são retidos para mais tarde poderem ser recordados, diz
- Podes codificar a canção a partir das palavras usadas, da
respeito à memória enquanto função dinâmica e criativa.
sequência de sons ou do seu significado, ou seja, podes
➙ Estas três operações: recorrer a um código:

- criar, reter e recordar - são interdependentes, pelo que o - visual, acústico ou semântico.
sistema de memorização só funciona eficazmente se:
- Para que possa ser recordada, a informação codificada tem
- procedermos à codificação, ao armazenamento e à de deixar um registo no sistema nervoso - o traço mnésico -,
recuperação da informação. que é guardado para poder ser utilizado posteriormente.

- A canção, uma vez codificada, é então armazenada no


cérebro.

- Quando tentares extrair o traço mnésico armazenado de


entre todos os outros, dá-se a recuperação da informação.

Teorias do processamento da informação

- Separam a memória em três subsistemas:

Processo de memorização ➙ Memória sensorial (ou depósito de informação sensorial);

➙ Aquisição e codificação ➙ Memória de curto termo (ou memória de trabalho);

- Captamos sensorialmente informação que deixa em nós uma ➙ Memória de longo termo.
marca pela sua relevância (traço menesico ).

- Esta informação é traduzida num código acústico (padrão de


➙ Estes três tipos de memória diferem entre si em vários
sons), visual (sequência de letras e/ou algarismos) ou
aspetos, nomeadamente quanto à sua:
semântico (pelo seu significado), de modo a poder ser
armazenado. - natureza
- período de permanência da informação ➙ Se lhes prestarmos atenção, codificamo-los e são
transferidos para outros sistemas de armazenamento se nao,
- capacidade de armazenamento.
sao esquecidos.

Efeito de recência

Exemplo:

- não estás a prestar muita atenção a uma aula, é possível que


consigas lembrar-te das últimas palavras ditas pela professora
(efeito de recência), contudo muito dificilmente conseguirás
estabelecer as ligações entre essas palavras e os conteúdos
que estão a ser lecionados, pois a atenção é muito importante
para transferir a informação para a memória de longo termo.

➙ Quando estás numa aula e os teus colegas estão a


conversar na mesa ao lado da tua, tens de te abstrair da
conversa deles para conseguires concentrar-te.

➙ Dito de outra forma, tens de abstrair-te de alguns estímulos


para conseguires concentrares-te noutros.

Diferentes memórias sensoriais (MS)


Atenção
➙ Constituem a primeira etapa no estabelecimento de um
registo duradouro das nossas experiências e são, por isso, uma ➙ Fixação da mente num determinado objeto.
fase importante no processamento global da informação. ➙ Estado de consciência em que os sentidos estão focados em
➙ Permitem: certos aspetos do ambiente e o sistema nervoso central está
em estado de prontidão para responder a estímulos.
- conservar as características físicas de um estímulo (visual,
auditivo, olfativo, tátil ou gustativo) captado pelos órgãos ➙ Pode falar-se de atenção seletiva e de atenção dividida.
sensoriais durante algumas frações de segundo.

➙ De entre todas as memórias sensoriais, as mais estudadas Atenção seletiva


têm sido a:
➙ É o que permite concentrares-te em tarefas simples, como
- memória sensorial visual - ou memória icónica ler um livro ou conversar com um amigo.
- memória sensorial auditiva- ou memória ecoica.

➙ Não existe passagem para a memória de curto termo (e, Atenção dividiva
consequentemente, para a memória de longo termo), se não
houver um investimento da atenção. ➙ Por vezes, temos de focar os nossos sentidos em mais do
que um estímulo em simultâneo ou temos de focar a nossa
➙ Exemplo: atenção em mais do que uma tarefa.
- Os campeonatos de memória em que os competidores
procuram associar histórias criadas por si à sequência de
cartas, a forma como direcionamos a atenção para aquilo que Exemplo:
pretendemos memorizar faz toda a diferença, quer na
- O uso de telemóvel durante a condução.
quantidade, quer na qualidade da memorização.
➙ Vários estudos com condução simulada mostram que
➙ A memória sensorial preserva:
dividir a atenção com uma conversa ao telemóvel duplica a
- a informação em estado bruto por frações de segundo - probabilidade de não se prestar atenção aos sinais de trânsito
registos sensoriais iconicos (imagens) , ecóicos (som), táteis, ou ter tempos de reação superiores quando os detetamos.
olfativo, etc...

MCT
➙ Graças à atenção, uma parte da informação que chega aos ➙ No caso de tentarmos memorizar uma lista de palavras
órgãos sensoriais é transferida para a memória de curto termo grande, há uma forte tendência humana para memorizarmos
(MCT). as primeiras palavras (efeito de primazia) e as últimas
palavras do conjunto (efeito de recência), sendo a
Capacidade deste tipo de memória probabilidade de recordação significativamente menor para as
➙ Tal como acontece com a sua duração, é limitada, sendo da palavras do meio da lista.
ordem de: ➙ A maior parte da informação que a ela chega perde-se
- sete dígitos (capacidade digital) ou sete palavras (capacidade instantes depois ( a não ser que a repitamos e reutilizemos).
verbal) na sua forma auditiva
➙ Este esquecimento rapido tem uma vantagem:
- sete elementos distintos na sua forma visual. possibilidade de chegada de novos itens

➙ São estas sete unidades que te permitem recordar uma


série de letras sem sentido aparente depois de as agrupares Memórias de longo termo
em unidades menores e significativas.
➙ Podem ser de dois tipos:

➙ implícitas (procedimentais)
A memória de curto termo (MCT)
- incluem procedimentos e ações
➙ Permite:
- são coisas que sabemos, mas nas quais não pensamos
- não apenas a exploração da informação da memória
de forma consciente, são hábitos e capacidades motoras
sensorial
Exemplo: andar de bicicleta ou desenhar uma forma.
- como contribui para manter presente informação que se
encontrava guardada na memória de longo termo (MLT).

➙ Há vários fatores que contribuem para que uma informação ➙ explícitas (declarativas)
seja transferida para a memória de longo termo:
- incluem factos e proposições
➙ recapitulação na memória:
- dizem respeito às coisas que sabemos por termos
- quando a informação é repetida várias vezes, mantemo-la na lembrança
memória de trabalho, o que aumenta a probabilidade de ser
Exemplo: a cor dos olhos da avó ou os acontecimentos de
transferida para a memória de longo termo.
ontem à tarde.

- distingue-se entre memória episódica ou autobiográfica


(relativa à nossa narrativa e história pessoal) e memória
semântica (associada ao conceito de cultura geral).

Memória a longo prazo


➙ é mais fácil recodificar palavras quando conseguimos
atribuir-lhes um significado, porque agrupamos conjuntos de ➙ Recebe a informação significativa que resiste ao
letras significativas entre si. esquecimento na memória a longo prazo.

➙ Possui uma capacidade virtualmente ilimitada e durante


longos períodos de tempo (mesmo por toda a vida)
Efeito de primazia e de recencia
➙ Diferentes memórias são armazenadas em diferentes Teorias sobre as razões do esquecimento
pontos do cérebro, não havendo uma única localização .
➙ Teoria da interferência

- defende que há uma competição entre informação, isto é,


O esquecimento que as novas informações se intrometem, levando-nos a
distorcer ou a esquecer as anteriores.
Definição:
- o mesmo modo, a informação já retida pode ter influência
- casos em que a memória falha
sobre a nova informação, deturpando as novas memórias ou
- incapacidade de recuperar um informação aprendida dificultando a sua integração.

➙ A memória humana está muito longe de ser um registo ➙ Teoria da degradação


fotográfico fiel e objetivo de factos e acontecimentos.
- postula que o fragmento original de informação vai, por si
➙ Inclui: só, desaparecendo gradativamente, como um risco de tinta
que se desvanece com o tempo, a menos que façamos algo
- esquecimentos (que aumentam progressivamente com a para o manter intacto.
idade)
- Por outras palavras, temos tendência para esquecer as
- distorções memórias que não são utilizadas (o que explica por que razão
- falsas atribuições e, inclusivamente, efabulações muitas vezes não consegues recordar-te de matéria que
(especulações) e estudaste em anos anteriores, apesar de na altura a dominares
corretamente).
- mentiras descaradas, mesmo que inconscientemente
construídas.

Falhas de memória

➙ Causas, como, por exemplo:

- Quebras na atenção ou

- Erros na codificação (o que implica que não estejamos a falar


verdadeiramente em esquecimento, mas em informação que
não chegou a ser memorizada).

- Dificuldades em recuperar os dados guardados na memória


de longo termo.

- Deteriorização do traço mnesico

- Interferência de novas ou de velhas aprendizagens (inibição Falhas de memória


retroativa ou pró-ativa).
➙ Podem também ter origem em lesões no tecido cerebral:

➙ Amnésia anterógrada:
Perturbações da memória:
- perturbação da memória na qual, após uma lesão no tecido
➙ Amnésia de fixação: incapacidade de adquirir e reter novos cerebral, o indivíduo não é capaz de formar novas
dados. recordações, mas não tem dificuldade em lembrar o que
aprendeu antes da lesão (anterógrada significa para diante).
➙ Amnésia de evocação: incapacidade de recordar dados já
adquiridos ➙ Amnésia retrógrada:

➙ Hipermnésia: perda da capacidade de esquecer - perturbação na qual o indivíduo sofre uma perda de
memória de um período anterior à época da lesão cerebral,
➙ Paramnésia: reconhecimento indevido dos facto; sensação contudo mantém a capacidade de formar novas memórias
de tomar o passado pelo presente. (retrógrada significa para trás).
As memórias inventadas estimativa da velocidade a que os participantes achavam que
os carros circulavam no momento do acidente.
➙ Frequentemente, os problemas da memória não estão
associados ao facto de não conseguirmos recordar-nos, mas ➙ Nesta experiência não se estava apenas a condicionar a
ao de cometermos erros no momento de recuperar memória dos indivíduos, mas a interpretação que dela faziam.
informação da memória de longo termo.
Conclusão:
➙ Em resultado disso, mentimos sem querer, porque, ao
➙ Verificou-se que os participantes a quem tinha sido feita a
recordarmos, acabamos por, involuntariamente, reconstruir o
pergunta usando o verbo: esmagar eram mais propensos a
passado com base no que pensamos e sabemos e não no que
responder sim à pergunta Viu algum vidro partido?, mesmo
recordamos.
que no filme não houvesse vidros partidos.
➙ Constantemente modificada ao longo da experiência, a
➙ Estes resultados são consistentes com a ideia de que as
memória humana é construída e reconstruída a cada instante,
perguntas feitas após um evento podem dar origem à
sofrendo influências permanentes da educação, da
reconstrução da memória desse mesmo evento.
comunicação com os outros, da interpretação pessoal dos
acontecimentos e dos factos, da leitura e dos meios de ➙ Estas e outras experiências semelhantes mostram que,
comunicação social, dos valores e anseios, enfim, da imagem além de ser perfeitamente possível alterar recordações, por
que temos de nós próprios, dos outros e do mundo. exemplo, em função de informação, factos ou sugestões
subsequentes, é ainda possível implantar falsas memórias.
➙ Memória, esquecimento e imaginação caminham lado a
lado na construção das nossas lembranças pessoais. Isso
mesmo defende a psicóloga Elizabeth Loftus que, investiga a
falibilidade da memória humana. Não ser capaz de esquecer pode:

➙ As investigações de Elizabeth Loftus e John Palmer - perturbar tanto a adaptação ao meio


começaram com um conjunto de experiências muito simples, - como não ser capaz de recordar.
conhecidas como:

Teste de veracidade das testemunhas oculares

Versão 1:
1.3. Aprendizagem
➙ 1. os participantes eram convidados a observar curtos
➙ Mudança relativamente estável e duradoura do
filmes sobre colisões rodoviárias num cruzamento onde existia
comportamento ou das capacidades do indivíduo, adquirida
um sinal de cedência de passagem.
como resultado da observação prática, estudo ou experiência,
➙ 2. metade dos intervenientes recebia a sugestão de que o que se traduz num aumento do seu repertório de
sinal de trânsito era um sinal de paragem obrigatória. competências e saberes.

➙ 3. era solicitado aos indivíduos que respondessem a ➙ Alteração no comportamento de um organismo que resulta
questões sobre o que tinham visto. da influência do meio e se traduz no aumento das
possibilidades de ação ou conduta de forma relativamente
Conclusão: estával e perduravel.
➙ Quando questionados sobre que sinal de trânsito se ➙ Está diretamento ligada à memória, sem a qual seria
lembravam, os que haviam sido sugestionados tendiam a impossível
afirmar que tinham visto um sinal STOP; aqueles que não
tinham recebido a falsa informação eram muito mais precisos
na lembrança do sinal de trânsito.
Fatores de aprendizagem

• Maturação: as aprendizagens devem estar adequadas ao


Versão 2: grau de maturação do indivíduo

➙ 1. os participantes assistiram ao mesmo tipo de filmes e, • Inteligência: a facilidade com que se encontra uma solução
em seguida, responderam a perguntas sobre eventos neles para um problema depende da capacidade de aprender e
ocorridos. consolidar novas e velhas aprendizagens

➙ A experiência implicava alterar o verbo usado na questão • Grau de motivação. a aprendizagem é facilitada quando o
colocada e ver até que ponto isso tinha influência na individuo se empenha no processo
• Experiencias anteriores. O sucesso das aprendizagens • Ser estáveis:
anteriores pode impulsionar a aquisição de novas
- Se aquilo que tentaste aprender origina apenas uma
aprendizagens.
mudança momentânea no teu comportamento, então não
pode dizer-se que aprendeste.

Aprendizagem por Associação: - Para que possa dizer-se que houve aprendizagem, a mudança
na forma de responder aos eventos deve ser persistente.
➙ A aprendizagem processa-se pela associação entre
estímulos e respostas. • Afetar o comportamento ou os processos mentais.

- A aprendizagem envolve processos emocionais, cognitivos e


motivacionais, pelo que o conteúdo aprendido se manifesta
➙ Aprender não é apenas adquirir, é também, por exemplo: nos comportamentos que temos e altera a forma como
- abandonar condutas consideradas impróprias ou pensamos.
desajustadas

- aprender a não dizer palavrões ou a não roer as unhas Muito do que aprendemos implica:

➙ a integração de uma informação nova que frequentemente


➙ O âmbito da aprendizagem pode ser delimitado de forma diz respeito à relação entre acontecimentos ou entre um
mais precisa pelos quatro pressupostos seguintes: acontecimento e um determinado comportamento.

1. A aprendizagem não se reduz a conhecimentos factuais, isto


é, todos os comportamentos - incluindo habilidades motoras e Investigadores na área da aprendizagem
relacionamento social - dependem virtualmente da
aprendizagem, que está envolvida em toda e qualquer área do ➙ Investigadores na área da aprendizagem referem-se a estas
conhecimento e do comportamento. relações como sendo formas de associações, na medida em
que ao aprender estabelecemos associações ou anulamos (ou
Exemplo: aprender a gatinhar ou a andar. enfraquecemos) associações previamente existentes.
2. A aprendizagem não é sempre correta, ou seja, é possível Podemos distinguir os processos de aprendizagem em dois
adquirir conhecimentos incorretos, adotar maus hábitos e grandes grupos:
responder inadequadamente a situações.

Exemplos: dizer palavrões ou recorrer a tiques de oralidade


(por exemplo, tipo, pá...).

3. A aprendizagem não é necessariamente intencional e


deliberada, aliás, parte significativa do repertório aprendido
foi adquirido, subtilmente, através do processo de
socialização.

Exemplo: pronunciar as palavras de acordo com o sotaque


da região onde se vive.

4. A aprendizagem não é diretamente observável, mas apenas


inferida a partir do comportamento observável. Só se pode
concluir algo sobre o que foi aprendido a partir do
desempenho dos indivíduos numa dada situação.
➙ Muito do que sabemos hoje sobre a aprendizagem resulta
Exemplo: usar o elevador - uma criança pode ter aprendido de investigações com animais não humanos.
a usar o elevador, mas não conseguir alcançar os botões.
➙ Cães, gatos, ratos e macacos, todos ajudaram a
compreender melhor os processos que estão na base da
mudança de comportamento e processos mentais.
➙ A aprendizagem corresponde, ao processo através do qual
as nossas experiências geram mudanças relativamente ➙ Alguns processos de aprendizagem não divergem muito
permanentes no comportamento ou nos processos mentais. entre humanos e não humanos.

➙ Encontramos até muitas semelhanças em dois tipos de


aprendizagem: comportamental e cognitiva.
Para que possam ser consideradas aprendizagem têm de:
Comportamental Cognitiva - se estudaste muito e tiveste uma boa nota num teste,
Por condicionamento Por insight tenderás a fazer o mesmo para o teste seguinte.
clássico
Por condicionamento Por observação e Mas não aprendemos apenas por condicionamento.
operante imitação ➙ Por exemplo:

-Imagina que estás a tirar a carta de condução. Muito


Aprendizagem por condicionamento ou comportamental
provavelmente não entras no carro e, por tentativa e erro,
➙ O condicionamento corresponde: descobres onde fica a ignição para poderes pôr o veículo a
funcionar.
- condicionamento clássico: associação aprendida entre dois
estímulos

- condicionamento operante: associação entre um estímulo e O condicionamento (clássico e operante)


um comportamento e
➙ é uma forma de aprendizagem que surge fortemente
- é muito comum na forma como interagimos com o mundo. associada às teorias comportamentalistas (ou behavioristas) e
a respostas externas objetivamente observáveis.
➙ Por exemplo:
➙ Em contrapartida, os teóricos da aprendizagem por
- há canções de que gostas muito porque te fazem sentir feliz e observação focam-se nos aspetos mais internos e cognitivos
canções que te deixam mais triste ou melancólico, pois da aprendizagem.
relacionas as primeiras com acontecimentos positivos e as
segundas com o inverso.

- Há insetos, répteis e/ou aracnídeos que te fazem sentir Aplicação prática das experiências laboratoriais de Ivan
calafrios, porque lhes associaste o potencial ameaçador que, Pavlov com cães no condicionamento classico
em muitos casos, nem têm.
➙ Ivan estava a estudar a salivação dos cães no sentido de
-Há tarefas que fazes em casa para poderes receber a tua compreender o seu papel no aparelho digestivo e apercebeu-
semanada ou para não seres repreendido. se que os cães salivavam antes de lhes ser apresentado o
alimento.
Condicionamento clássico
➙ Na verdade, os cães começavam a salivar no momento em
➙ Processo de aprendizagem que ocorre de forma
que um dos técnicos do laboratório entrava na sala ou sempre
independente da vontade do sujeito através da associação
que viam ou ouviam as tigelas em que usualmente lhes era
entre estímulos.
distribuído o alimento.
➙ Um estímulo neutro (que não originava qualquer resposta) Conclusões:
é associado a um estímulo incondicionado (que produzia a
resposta natural), dando origem a um estímulo condicionado ➙ Estas constatações levaram Pavlov a reconhecer que, ao
que tem um efeito sobre o indivíduo. contrário dos reflexos inatos, a salivação em função do
avistamento de uma tigela não era automática e, portanto, só
➙ Utilizamos a associação entre estímulos para antecipar um poderia ter sido adquirida através da experiência.
evento.
➙ Para compreender o que se teria passado, Pavlov realizou
➙ Por exemplo: uma experiência que consistiu em:
- quando se aproxima uma tempestade, aprendeste que o - apresentar ao cão estímulos distintos (como o som de uma
relâmpago é seguido do trovão, por isso, mal o céu se ilumina, campainha ou o acender de uma lâmpada) seguidos do
contas os segundos para o estrondo que se seguirá. estímulo que parecia estar na origem da salivação
(apresentação de comida).

Condicionamento operante ➙ Pavlov constatou que, depois de repetir a associação entre


os estímulos durante algum tempo, os cães começavam a
➙ Processo de aprendizagem em que o reforço depende da salivar com o som da campainha ou com o acender da
resposta. Por outras palavras, é feita uma associação entre o lâmpada.
comportamento e as consequências, o que leva a que o
comportamento seja repetido ou evitado em função de - A teoria que Pavlov desenvolveu a partir das suas
produzir bons ou maus resultados. observações ficou conhecida como condicionamento clássico.

➙ Exemplo:
A experiência de Pavlov passo a passo: escolher a resposta sentar de entre o enorme conjunto de
alternativas que são as possíveis ações de um cão.
• O alimento é o estímulo incondicionado (El), pois, por si só,
desencadeia uma resposta automática, isto é, sem ➙ Thorndike estudou a inteligência animal.
necessidade de condicionamento (daí a designação
incondicionado). ➙ Para realizar a sua pesquisa, construiu uma caixa-
problema: uma caixa de madeira equipada com uma porta
• A salivação produzida pelo alimento é a resposta que podia ser aberta a partir de um mecanismo situado no seu
incondicionada (RI), assim chamada por se desencadear interior.
diretamente em função do El, isto é, sem necessidade de
aprendizagem prévia. ➙ Thorndike fechava gatos famintos no interior de uma caixa-
problema, colocando do lado de fora um prato com comida
• O som da campainha ou a luz da lâmpada, antes do que estes podiam ver e cheirar.
condicionamento, designa-se estímulo neutro (EN) e, após o
condicionamento, estímulo condicionado (EC).

• À salivação em função do som da campainha chamamos O objetivo era:


resposta condicionada (RC), isto é, aprendida, adquirida.
➙ que os animais encontrassem o mecanismo que lhes daria
• O adjetivo condicionado indica que o EC provoca a RC única acesso ao alimento.
e exclusivamente após o organismo ter passado por um
➙ O gato começava por tentativas de resposta de tipo
processo de treino ou de aprendizagem.
exploratório, até que, por acaso, encontrava a resposta
adequada, conseguindo libertar-se da caixa.

O condicionamento clássico explica:

➙ que os processos estão na base da aprendizagem de uma Conclusao:


resposta involuntária.
- Thorndike concluiu que o tempo necessário para sair da caixa
➙ Contudo, as descobertas de Pavlov não explicam diminuía consideravelmente à medida que os ensaios se
comportamentos voluntários: repetiam.

- Porque é que o teu cão se senta ou dá a pata quando lhe ➙ Esta forma de aprendizagem (por tentativa e erro) tem por
pedes? base aquilo que Thorndike designou:

- lei do efeito, de acordo com a qual, numa dada situação,


todo o ato que produz um estado de coisas satisfatório é
Comportamentos voluntarios mantido ou reforçado;
➙ Edward Thorndike procurou explicar estes e outros ➙ inversamente, as ações cujos resultados conduzem a um
comportamentos voluntários, apresentando uma teoria do estado de coisas incómodo ou nulo serão tendencialmente
condicionamento de acordo com a qual: enfraquecidas ou eliminadas.
- aprendemos a comportar nos de certa maneira no sentido de
obtermos recompensas ou evitarmos punições.
A lei do efeito de Thorndike
➙ Esta forma de aprendizagem designa-se: condicionamento
operante ou aprendizagem instrumental. ➙ A lei do efeito de Thorndike é a primeira formalização de
um princípio que está por detrás de toda a Psicologia
comportamentalista:
A principal diferença entre o condicionamento clássico e o - a conexão entre o estímulo e a resposta e sua relevância para
condicionamento operante é: o processo de aprendizagem e o comportamento.
➙ na aprendizagem instrumental, o reforço (recompensa) ➙ Thorndike antecipa o trabalho de Burrhus Skinner e a sua
depende da resposta dada. teoria do condicionamento operante.
Exemplo:

➙ Quando o teu cão obedece à ordem de se sentar e, em ➙ Skinner foi um dos primeiros investigadores a distinguir
consequência, recebe um biscoito, para ele a regra é sem condicionamento clássico de condicionamento operante.
sentar não há biscoito e, por isso, se quer o biscoito, tem de
➙ Estava particularmente interessado em compreender as ➙ Apesar de semelhante ao estímulo original, um outro
ações voluntárias. estímulo não produz a resposta condicionada (valorizam-se as
diferenças entre ambos).

Extinção
Experiência:
➙ A resposta condicionada perde intensidade ou desaparece
➙ As suas experiências mais conhecidas foram realizadas com na ausência de reforço.
ratos, que eram colocados em gaiolas experimentais com uma
alavanca. ➙ O que acontece quando a aprendizagem envolve punição
em vez de reforço?
➙ Quando o rato pressionava a alavanca, agia sobre o meio e
recebia alimento, que funcionava como reforço da resposta de ➙ Apesar de parecerem semelhantes, o reforço negativo e a
pressão. punição (positiva ou negativa) são distintos:

➙ Este processo ficou conhecido por reforço positivo, uma


vez que se produz um aumento da resposta através da Objetivo do reforço
atribuição de uma recompensa. O reforço encoraja, pois, o
comportamento. ➙ aumentar a frequência do comportamento

- Outras experiências são relativas ao reforço negativo, ou Objetivo da punição


seja, à criação de uma associação que visa aumentar uma
resposta através da eliminação de um estímulo aversivo ➙ reduzir a sua frequência.

Por exemplo:

- a gaiola onde se encontra o rato produzir um som alto ou - Positivo e negativo querem dizer adicionar e eliminar,
eletrochoques até que este pressione a alavanca. respetivamente, não tendo nada que ver com bom ou mau,
prazeroso ou doloroso.

➙ Tal como o reforço, também a punição pode ser positiva ou


negativa.

➙ Ambas visam a redução frequência da resposta, mas a:

- punição positiva (também chamada aversiva) envolve a


apresentação de um estímulo aversivo e a

- punição negativa envolve a eliminação de um estimulo.

Exemplo:

- numa briga entre dois irmãos, pelo comando da televisão, os


➙ Apesar de diferentes, Skinner, com as suas investigações, pais têm de decidir entre castigá-los com uma repreensão
concluiu que o condicionamento operante envolve os mesmos assertiva (punição positiva ou aversiva) ou retirar-lhes o acesso
princípios que o condicionamento clássico: à televisão durante uma semana (punição negativa).

Aquisição

➙ Corresponde ao primeiro passo da aprendizagem, no


âmbito do qual a resposta aumenta porque está associada ao
reforço.

Generalização

➙ Pela semelhança que apresenta com o estímulo original,


um outro estímulo gera a resposta condicionada (não se
valorizam as diferenças entre ambos).

Discriminação
- uma situação onde toda a disposição dos elementos é
semelhante

- o chimpanzé está dentro da jaula e existe uma banana no


seu exterior fora do seu alcance -, no entanto, a vara foi
colocada no interior da jaula, mas longe das grades.

Insight:

➙ Forma de aprendizagem que se faz de forma súbita, quando


a resposta para um problema surge de forma repentina e
inesperada.

➙ No insight, os elementos que permitem a resolução do


problema já fazem parte da estrutura cognitiva do sujeito,
➙ Nem todas as aprendizagens se traduzem em respostas mudando a forma como são associados.
diretamente observáveis.
➙ A solução surge como se de um "momento de inspiração"
➙ Com base nesta ideia, outras teorias surgiram para abordar se tratasse.
os:

Aspetos cognitivos da aprendizagem


O comportamento do chimpanzé

➙ No que respeita à resolução do problema, mostrava-se


distinto nas duas situações.

➙ A interpretação que Köhler fez destas diferenças introduziu


a ideia da reestruturação do campo percetual.

1º Situação

➙ O psicólogo Wolfgang Köhler estudou: ➙ Assim, quando se colocou a vara junto das grades da jaula,
mais próxima da fruta, os dois elementos foram percebidos
- a inteligência dos chimpanzés e a sua capacidade de
como parte integrante da mesma situação-problema.
resolução de problemas, mostrando que estes:
➙ Foi então fácil para o chimpanzé utilizar a vara para puxar a
- não se limitam a aprender por tentativa e erro, como
fruta para junto de si.
propunha Thorndike, mas aprendem também por insight (ou
compreensão súbita). 2º situação:
➙ Muito rudimentares a nível procedimental, os estudos de ➙ A distância existente entre os dois elementos do problema -
Köhler incluíam: a banana fora da jaula e a vara colocada no interior da jaula -
implicou uma reestruturação do campo percetual, isto é, a
Dois tipos de situações experimentais:
compreensão dos dois elementos como parte integrante do
• Experiências mais simples envolvendo elementos mesmo problema.
próximos uns dos outros:
➙ Para que ocorresse esta reestruturação, seria necessário o
Exemplo: insight ou compreensão súbita –
- uma situação em que o chimpanzé se encontra no interior de - a compreensão ou solução imediata do problema -, uma
uma jaula onde está também uma vara que foi colocada perto forma de aprendizagem resultante de várias tentativas que
das grades e próxima de uma banana que se encontra fornecem a assimilação das relações entre elementos.
pendurada no exterior da jaula e fora do seu alcance.

• Experiências de maior dificuldade envolvendo elementos


distantes uns dos outros:

Exemplo:
4 condições necessárias para que os comportamentos do
modelo tenham efeito sobre nós:

- atenção, retenção, reprodução e motivação.

Modelagem

1. há que prestar atenção ao modelo

2. guardar o que se viu ou ouviu para que se possa imitá-lo


sem erro

3. é importante que exista um bom motivo para que o


comportamento seja integrado no conjunto de respostas do
sujeito, por exemplo, a expectativa de uma recompensa.

Papel dos processos mentais na aprendizagem


➙ Neste processo de modelagem, inscreve-se o reforço
➙ O papel dos processos mentais na aprendizagem foi vicariante: o sujeito observa um modelo cujo comportamento
valorizado por outros psicólogos, para além de Köhler. foi reforçado.

➙ Albert Bandura, cujo ponto de partida teórico é o ➙ Por exemplo:


condicionamento operante, é um exemplo disso mesmo. - uma criança observa o irmão a arrumar os brinquedos e
Estratégias de aprendizagem percebe que os adultos em seu redor elogiam e premeiam
esse comportamento.
➙ Reforço e punição são estratégias de aprendizagem, mas
nem toda a aprendizagem se alcança desta forma. ➙ Os elogios e prémios dirigidos ao irmão (reforço vicariante)
funcionam como motivação para a imitação do conjunto de
Exemplo: respostas observado (arrumar os brinquedos), na medida em
- Se os gatos estudados por Thorndike, tinham de descobrir que criam a expectativa de uma recompensa.
sozinhos como sair da caixa, na generalidade das
aprendizagens humanas não é isso que acontece, isto é:
Reforço vicariante:
- quando nascemos, temos à nossa disposição um enorme
conjunto de conhecimentos: ➙ Forma de reforço indireta que ocorre quando alguém
observa um modelo que é recompensado ou punido,
- não precisamos de redescobrir o fogo ou de reinventar a reforçando dessa forma o seu próprio comportamento.
roda, do mesmo modo que sabemos como devemos
agasalhar-nos quando refresca o tempo.
Diferença entre reforço direto e indireto

Reforço vicariante ➙ Esta forma de reforço distingue-se do reforço direto, em


que o próprio sujeito recebe um prémio a seguir ao
➙ Apesar de reconhecer, à semelhança de Skinner, a
comportamento desejado.
influência dos esquemas de reforço externo na aprendizagem,
Bandura defendia também a possibilidade de haver mudança ➙ Independentemente de se tratar de um reforço direto (o
comportamental sem existência de reforço direto, através do comportamento do agente é reforçado) ou vicariante (o
que denominou reforço vicariante. comportamento do modelo observado é reforçado), a conduta
passa a fazer parte do conjunto de respostas comportamentais
do sujeito.
Teoria da aprendizagem social

➙ Bandura desenvolveu a teoria da aprendizagem social, a


O modelo proposto por Bandura
qual propõe que uma boa parte do comportamento humano é
adquirido por modelagem, isto é, por observação e imitação. ➙ Apresenta o processo cognitivo como essencial para a
aprendizagem, já que o ser humano pode aprender uma
extensa gama de comportamentos, bastando para tal:
- observar um modelo ➙ Mais do que o diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és,
Bandura diria, provavelmente, diz-me quem são os teus
- avaliar as consequências da sua conduta
modelos e dir-te-ei quem és.
- decidir conscientemente realizar, ou não, um
➙ O contributo de Bandura sublinha:
comportamento semelhante ao observado.
- a importância da vida social, pelo que faz sentido recordar o
que foi dito no tema anterior sobre os neurónios espelho, cujo
Estudo envolvendo um boneco insuflável papel é particularmente relevante na aprendizagem por
imitação.
➙ Bandura iniciou uma importante discussão, que ainda hoje
se mantém, sobre a aprendizagem de comportamentos ➙ Enquanto na:
violentos.
- aprendizagem comportamental o enfoque está apenas nos
➙ Provando que uma criança imita o comportamento que eventos observáveis
observa num modelo adulto, a experiência com o boneco
- na aprendizagem cognitiva são feitas inferências sobre os
Bobo mostrou o poder dos exemplos agressivos em contexto
processos mentais que não são diretamente observáveis.
social.
➙ No primeiro caso, a aprendizagem resulta da associação
entre estímulos e respostas;
Três grupos de crianças são testados.
➙ no segundo caso, a aprendizagem decorre do
➙ Um grupo de crianças observa um adulto, satisfeito, a gritar processamento da informação (isto é, o aprendiz procura a
e a maltratar fisicamente o boneco Bobo (condições informação mais relevante do estímulo).
agressivas).
➙ Em conjunto, Köhler e Bandura chamaram a atenção para
➙ Um segundo grupo de crianças observa um adulto, os aspetos mais cognitivos da aprendizagem, trazendo uma
satisfeito, a brincar e a ignorar o boneco Bobo (condições não abordagem complementar às propostas de Pavlov, Thorndike e
agressivas). Skinner: entre o estímulo e a resposta existe a dimensão
cognitiva dos indivíduos e o seu espaço mental.
➙ Um terceiro grupo não observa qualquer adulto no espaço
(grupo de controlo).

➙ Na segunda etapa do estudo, todas as crianças brincam na Concluindo:


sala, onde se encontram diversos brinquedos, incluindo o
boneco Bobo. ➙ Vários estudos concluem que um dos efeitos da exposição à
violência é a normalização de atos violentos.
➙ As crianças do primeiro grupo tendem a imitar o que
observaram, agredindo o boneco e inventando,
inclusivamente, novas formas de o fazer. Exemplo:
- Estas crianças revelam também maior agressividade para ➙ De tanto convivermos com a violência, dos desenhos
com os outros brinquedos da sala. animados às relações tóxicas e agressivas entre pessoas
➙ As crianças que observaram o adulto ignorando o boneco próximas, começamos a desvalorizá-la e a não a reconhecer
Bobo são as menos agressivas, inclusivamente se comparadas como tal quando estamos perante ela.
com as do grupo de controlo.

➙ Este estudo parece confirmar a hipótese de Bandura de que 1.4. Inteligência


as crianças aprendem a comportar-se de forma agressiva
mediante a observação e imitação da conduta violenta dos ➙ Definição:
adultos, sobretudo em meio familiar. - Capacidade de assimilar conhecimentos

- recordar acontecimentos e recuperar situações passados


Conclusão - utilizar corretamente o pensamento e a razão
➙ Permite-nos perceber a importância dos modelos na - aplicar conhecimentos em situações novas
aquisição e adoção de tipos de comportamento e formas de
estar. - adaptar-se ao meio e às suas transformações estabelecendo
prioridades e selecionando recursos para a concretização de
objetivos e para a resolução de problemas.
Spearman considerava que o fator G incluía:

Teoria bifatorial da inteligência - três componentes básicas:

➙ Um dos enigmas sobre a inteligência relaciona-se com uma - a apreensão das experiências (capacidade para codificar
descoberta debatida no início do século XX (1904): informação)

- os indivíduos parecem tender a apresentar um nível - o relacionamento de ideias (capacidade para inferir ou
consistente de desempenho numa variedade de tarefas estabelecer relações entre duas ou mais ideias)
diferentes.
- a edução de correlatos (capacidade para aplicar a relação
➙ Esta descoberta conduziu à ideia de: inferida, criando novas ideias).

- inteligência geral ➙ A maior ou menor destreza do sujeito nestas três


operações justificaria as diferenças individuais na inteligência
- e à teoria de Charles Spearman. geral.

Spearman
➙ Teoria bifatorial da inteligência: Spearman interpretava
➙ Foi um pioneiro no estudo da inteligência, que acreditava fator G (denominador comum) como uma energia mental
que todo o comportamento inteligente tinha por base um essencialmente inata, ao passo que os fatores S dependeriam
único fator geral, que designou por fator G. da aprendizagem e da ativação do fator G.

O fator G Teoria multifatorial da inteligência

➙ É a inteligência geral, comum a todas as atividades ➙ Louis Thurstone contrapôs à teoria bifatorial a possibilidade
inteligentes de a inteligencia não depender de um abrangente fator geral,
mas estar antes relacionada com um conjunto de fatores
➙ uma espécie de energia mental sobre a qual se independentes combinados.
estabelecem e desenvolvem os fatores S ou aptidões
específicas. ➙Defendeu uma perspetiva pluralista de inteligência

➙Segundo a sua proposta, não se pode reduzir a inteligência a


uma caracteristica geral que afeta o desempenho global do
Fatores G e S indivíduo.
➙ Concluiu que qualquer desempenho intelectual impõe a ➙Pelo contrário, cada individuo é único.
combinação entre dois fatores (bifatorial):
➙A inteligência resulta, nesse sentido, não de um fator geral,
• O fator G (capacidade para discernir relações complexas):
mas de uma combinação de sete aptidões gerais:
- o qual está presente no mesmo grau num mesmo indivíduo
em todo o seu desempenho inteligente;
Aptidões mentais primárias:
• Os fatores S (por exemplo, visual, verbal e numérico)
• Compreensão verbal (V): compreensão de ideias
- que são responsáveis por atividades intelectuais especificas.
expressas atraves de palavras.

• Fluência verbal (W): produção rápida de palavras a


➙ Assim, de acordo com a proposta de spearman, se partir de instruções apresentadas.
soubermos que um individuo atinge desempenhos elevados • Fluência numérica (N): gestão de números e
numa tarefa que exija em alto grau o fator G (determinante), produção rápida de operações aritméticas simples.
poderemos predizer, com segurança, níveis semelhantes de
desempenho para outra tarefa que também exija este fator • Espacial (S): visualização de objetos num espaço
em alto grau. bidimensional ou tridimensional.

➙ O desempenho em tarefas que implicam essencialmente • Velocidade percetiva (P): visualização rápida de
fatores S (por exemplo, cálculo lógico) não permite pequenas diferenças ou semelhanças.
transposições e predições tão precisas. • Memória (M): evocação de estímulos anteriormente
apresentados.
• Raciocínio (R): resolução de problemas lógicos.

➙ Se é verdade que cada pessoa possui, em grau distinto,


cada capacidade cognitiva, a forma como cada um de nós
➙ Estas aptidões, entendidas pelo autor como fatores comuns
mistura ou combina os diversos tipos de inteligência gera
ao desempenho de determinados grupos de tarefas,
múltiplas formas de comportamento inteligente.
constituíram o centro da teoria multifatorial da inteligência.
➙ Gardner apresenta uma visão holística da inteligência,
➙ Teoria multifatorial da inteligência: Thurstone propôs a
muito distante das perspetivas tradicionais.
existência de várias aptidões, diversas na sua natureza e
relativamente independentes entre si, podendo, todavia, cada ➙ Confessa que o termo "inteligência" foi propositadamente
uma delas entrar com pesos diferentes em várias atividades. escolhido para entrar em controvérsia com aqueles que
colocam a lógica e a linguagem numa posição privilegiada,
descurando, ou mesmo discriminando, outras competências.
Teoria das inteligências múltiplas
➙ Gardner propôs a teoria das inteligências múltiplas e
➙ Contra as clássicas da inteligência, fatoriais e psicométricas identificou:
(preocupadas com a determinação do famoso QI ou quociente
Oito tipos de inteligencias
de inteligência), dois psicólogos, Howard Gardner e Robert
Sternberg, propuseram a existência de múltiplas inteligências. ➙ Embora cada uma delas esteja mais desenvolvida em
determinadas pessoas do que em outras, todas elas assumem
➙ As suas teorias permitem:
a mesma importância. São elas:
- uma leitura mais dinâmica da inteligência
• A inteligência linguística, utilizada na leitura de
- uma análise mais completa e aprofundada dos processos, livros, na escrita de textos e na compreensão das palavras e
estratégias e componentes que tornam possível o ato discursos quotidianos.
inteligente.
• A inteligência lógico-matemática, implicada na
resolução de problemas matemáticos e em tarefas que exigem
o pensamento dedutivo, predominantemente avaliadas pela
Gardner defendeu:
escola.
➙ Que existem múltiplas inteligências, algumas das quais • A inteligência corporal-cinestésica, determinante
podem ter desempenhos independentes de outras e serem para atividades desportivas, dança e ações que exijam
amplamente diferentes. controlo e coordenação do movimento.
➙ Por outro lado, algumas dessas capacidades inteligentes • A inteligência musical, ligada à execução,
não são geralmente consideradas nem medidos pelos composição e apreciação de padrões musicais.
tradicionais testes de inteligência, apesar de serem essenciais
à vida prática. • A inteligência espacial, que envolve a deteção de
padrões e é usada na interpretação e compreensão de mapas
e na orientação de objetos e pessoas num determinado
Motivos que conduziram Gardner à constatação da espaço. Está, normalmente, associada às artes.
independência entre as diferentes capacidades cognitivas • A inteligência interpessoal, presente nas relações
➙ Os efeitos de lesões cerebrais (em que os indivíduos com os outros, permitindo compreender as suas emoções e
comportamentos.
mantêm inalteradas as suas capacidades para certas tarefas,
apesar de terem perdido definitivamente outras aptidões) • A inteligência intrapessoal, implicada na
compreensão de si mesmo.
➙ a existência de indivíduos:
• A inteligência naturalista, utilizada para reconhecer
- portadores da síndrome de savant (pessoas com atrasos
e categorizar seres e objetos da natureza, como animais,
cognitivos profundos que mantêm, em áreas muito
plantas e rochas, por exemplo, e foi incluída na teoria em
específicas, comportamentos inteligentes acima da média)
resultado de descobertas neurobiológicas recentes sobre o
- de sobredotados funcionamento do córtex cerebral.

- e de outros indivíduos excecionalmente talentosos em áreas


específicas
Teoria das inteligências múltiplas: apresenta-se como uma
teoria empírica, o que significa que o número de inteligências,
a sua delimitação e configuração podem ser alterados em - ser capaz de executá-las ou dá-las a conhecer a outros
função de novas observações e conclusões. (inteligência prática).

➙ Ao contrário dos modelos tradicionais, as perspetivas de


Gardner e de Sternberg pressupõem a estreita ligação entre os
Teoria triárquica da inteligência
diversos processos mentais.
➙ Robert Stemberg, defende que a inteligência humana é
uma súmula de três inteligências:
Em resumo
- Inteligência criativa ou capacidade para ir além dos dados,
planear, criar e inventa ideias novas e interessantes que ➙ Diferentes teorias destacam aspetos sobre a natureza da
permitam resolver problemas novos. inteligência que se complementam.
- Inteligência analítica ou capacidade para analisar, comparar ➙ A teoria bifatorial (Spearman) sublinha a importância de
e avaliar ideias, resolver problemas conhecidos e tomar um fator geral e dos fatores específicos do ato inteligente
decisões.
➙ A teoria multifatorial (Thurstone) enfatiza a existência de
- Inteligência prática ou capacidade para transformar a teoria múltiplas habilidades inteligentes, que podem atuar de forma
em prática, isto é, transformar as realizações humanas independente.
abstratas em produções práticas.
➙ A teoria das inteligências múltiplas (Gardener) argumenta
que o ato inteligente é composto por múltiplas habilidades
Teoria triárquica da inteligência: para Sternberg, cada um de cognitivas diferentes.
nós pode aplicar a inteligência em muitos problemas de
➙ A teoria triárquica (Sternberg) defende que a inteligência
diferente natureza, podendo ser mais bem-sucedido diante de
deve compreender três aspetos correlacionados - criatividade,
problemas com uma dimensão mais académica ou, por outro
capacidade analítica e aplicação prática.
lado, com uma dimensão mais prática.

➙ A teoria triárquica da inteligência humana procura explicar,


numa perspetiva de integração, a relação entre:
Emoção
• Inteligência e mundo interno do indivíduo, ou seja,
O que são os processos emocionais?
os mecanismos mentais subentendidos no comportamento
inteligente. ➙ as emoções estão intimamente ligadas à motivação, que:
• Inteligência e mundo externo do individuo, ou seja, - nos acompanham desde sempre,
a utilização destes mecanismos mentais na vida quotidiana no
sentido de se ajustar ao meio. - são parte do nosso repertório de sobrevivência e

• Inteligência e experiência, ou seja, o papel - essenciais à comunicação, orientando decisões e


mediador das vivências entre os mundos interno e externo do comportamentos.
indivíduo.

Emoção
➙ A teoria de Sternberg valoriza a criatividade, considerando- ➙ refere-se a uma resposta breve e intensa a um estímulo
a um processo que exige o equilíbrio e aplicação dos três específico
espetos essências da inteligência criativa, analítica e pratica.
➙ Estado de um organismo decorrente de uma situação,
provocando uma experiência subjetiva e manifestações
Uma pessoa criativa necessita: somáticas e viscerais.

➙ Do equilíbrio entre as três dimensões da inteligência:

- destacar-se por produzir ideias inovadoras (inteligência ➙Padrão de reação complexo, transitório, brusco e agudo,
criativa) através do qual um individuo tenta lidar com um evento ou
assunto pessoalmente significativo.
- saber selecionar as melhores (inteligência analítica)
➙Envolve elementos:
- fisiológicos, cognitivos e comportamentais. • Os sentimentos geram emoções.

É frequente distinguir-se: • Os sentimentos constituem o fim de um processo


contínuo.
➙ Emoções primárias:
• Os sentimentos possuem uma relação privilegiada com a
- Surgem na infância (inatas) para permitirem uma reação ao consciência.
meio;
➙ Experiência mental e privada dos afetos e das emoções.
- manifestadas e reconhecidas universalmente entre culturas,
como o medo, por exemplo

➙ Emoções secundárias: Componente das emoções

- dependentes de experiência social para a sua construção, ➙ Componente cognitiva: Compreensão consciente de um
como o orgulho, por exemplo facto que desencadeia a emoção;

- Alicerçam-se sobre as primárias, sendo vivenciadas mais ➙ Componente avaliativa: Avaliação positiva ou negativa do
tarde. facto desencadeador da emoção;
- Já têm em conta uma avaliação cognitiva das situações ➙ Componente fisiológica: Conjunto de reações fisiológicas
(aprendizagens) que as provocam. desencadeadas pela emoção;

➙ Componente expressiva: Conjunto de expressões corporais


• As emoções são públicas (observáveis pelos outros) que comunicam ao outro o que estamos a vivenciar;

Exemplo: ter medo ou sentir alegria ➙ Componente comportamental: Comportamento adotado


em função das emoções sentidas;
• As emoções geram sentimentos.
➙ Componente subjetiva: Esfera pessoal e intima daquilo que
• As emoções constituem o início de um processo continuo. o sujeito experiencia em função da situação vivida.
• As emoções não requerem necessariamente consciência.

➙ E impossivel dissociar estas componentes das emoções.


Emoções Básicas

➙ Tristeza; medo; surpresa; aversão; cólera; alegria.


Perspetiva Evolutiva das Emoções

➙ Desempenham um papel adaptativo ao meio por


Manifestações Físicas transmitirem socialmente aos demais o que estamos a
experienciar.
➙ Abrandamento ou aceleração dos batimentos cardíacos e
da respiração, contração dos vasos periféricos (o que provoca ➙ São universais e transversais às diferentes culturas.
palidez) ou dilatação desses mesmos vasos (o que faz corar),
alteração das secreções glandulares (sudação), etc.
Perspetiva Fisiológica das Emoções

➙ As emoções são o resultado da perceção dos estados


fisiológicos e das suas manifestações.
Sentimento
➙ Existe uma relação direta e reciproca entre corpo e mente:
➙ O sentimento refere-se à experiência subjetiva de sinto-me a tremer, logo experiencio medo
emoções, é, geralmente, mais duradouro e estável, tem uma
componente cognitiva e pode ser influenciado por crenças e
valores. Perspetiva Cognitivista das Emoções
➙ Estados afetivos e Interiores, que nascem das emoções. ➙ As emoções são o resultado da interpretação das situações
causadoras de uma reação emotiva.

• Os sentimentos são privados (não observáveis pelos ➙ São fatores de ordem cognitiva e percetiva que determinam
outros). o modo como se desencadeiam as emoções:
- fico com medo porque interpreto uma situação como - a componente cognitiva: que te informou das características
ameaçadora. que já conhecias dessa pessoa; interpretação e significado
atribuidos aos estimulos sensoriais

- a componente comportamental, que te permitiu reagir


Perspetiva Cultural das Emoções
através da elevação do tom de voz; dimensão observável das
➙ As emoções são evidenciadas num enquadramento emoções
cultural, expressamos nos tendo em conta a cultura em que
➙ Nem sempre nos apercebemos imediatamente da relação
crescemos.
entre estas três componentes, mas todas funcionam de forma
Ex: na cultura egípcia as mulheres são desencorajadas a articulada e rápida.
mostrar sentimentos em público, ocultando o sorriso

A dimensão neurofisiológica das emoções


Perspetiva Integradora das Emoções
➙ Consideremos o exemplo da ira, uma emoção negativa e
➙ Emoções e fatores cognitivos estão ambos associados na hostil vinculada a fortes reações físicas.
tomada de decisões (A. Damásio).

➙ Analisamos uma situação e avaliamos consequências (fator A Ira


racional), mas temos em conta as emoções que a mesma nos
provoca. ➙ A Ira, como qualquer outra emoção, é uma resposta com
origem num dado objeto, isto é, tem uma causa.
➙ Segundo Damásio, possuímos mecanismos ou bases
orgânicas automáticas no córtex pré-frontal que orientam as ➙ A forma como percebemos o objeto, como o
decisões: os marcadores somáticos. interpretamos, ou seja, o conhecimento que dele construímos
(componente cognitiva) gera a experiência emocional.
➙ Ao tomar decisões complexas, os marcadores somáticos
agregam-se, criando uma rede somática que direciona ou
influencia as nossas decisões.
Face ao objeto indutor de ira, o sistema nervoso é ativado

Por exemplo:
Diferença
- aumentam os batimentos cardíacos
Distingue-se da emoção pelo seu caráter subjetivo, avaliativo e
- e a tensão muscular (componente neurofisiológica).
cognitivo.
➙ Em resultado deste estado interno do organismo, é
provável que:
O afeto
- fiquemos lívidos,
➙ é um estado mental subjetivo acerca de uma pessoa,
- falemos alto
objeto ou situação, que pode ser positivo ou negativo, mas é
mais durável e estável que as emoções. - e gesticulemos energicamente (componente
comportamental).
➙ Subjetividade de um estado psíquico elementar em relação
a algo, capaz de proporcionar prazer ou desprazer.
Resposta emocional

➙ Quando desencadeamos uma resposta emocional, todo o


corpo é envolvido, mas existem estruturas que assumem
Dimensões biológicas e sociais dos processos
papéis significativos a nível neurofisiológico.
emocionais

➙ É possível encontrar três componentes das emoções:


As duas mais importantes são:
- a componente neurofisiológica, que desencadeou, através - a amígdala (pequena estrutura do sistema limbico)
dos sistemas nervoso e endócrino, o estado de alerta
(aumentando o batimento cardíaco); - e o córtex orbitofrontal (região do córtex pré-frontal ligada ao
sistema limbico).
Exemplo: Não surpreende, pois, que as lesões nesta estrutura resultem
também em acentuados défices sociais.
➙ Imagina que, no teu regresso a casa dás de caras com um
leão no meio da rua.

➙ Sentirás, com toda a certeza, medo. O papel de outras estruturas neurobiológicas

➙ Normalmente, os sinais recebidos do meio seguem dos ➙ Para além do papel da amigdala e do sistema limbico nas
órgãos sensoriais para o tálamo, que, por sua vez, os reenvia emoções, também o córtex orbitofrontal desempenha um
para o córtex cerebral. papel nestes processos fundamentais.

Sinais visuais Córtex orbitofrontal

➙ No caso dos sinais visuais, a mensagem é encaminhada ➙ Esta região cortical é importante no planeamento e na
para o córtex visual, onde é analisada e avaliada, processando- coordenação de comportamentos destinados a atingir
se uma resposta ajustada. objetivos.

➙ Está também envolvida no processamento de estímulos


emocionais, em especial os que se relacionam com as
Informação emocional interações sociais.
➙ Se a informação recebida é emocional, segue então um
sinal do córtex para a amígdala que ativa os centros respetivos.
Regiões do cérebro associadas à emoção
➙ Contudo, este itinerário é demasiado longo para a
produção de uma resposta eficaz a estímulos ameaçadores ➙ A descoberta de regiões do cérebro intimamente
como aquele com que te deparas no teu regresso a casa. associadas à emoção resultou, em alguns casos, de:

- investigações levadas a cabo com indivíduos que, por


acidente ou doença, perderam determinadas regiões do
Garantir a sobrevivência cérebro.
➙ Para garantir a sobrevivência, a biologia equipou-nos com ➙ Foi possível perceber: mudanças profundas nas emoções
um atalho neural através do qual conseguimos: desses pacientes e concluir que estas regiões infuenciavam
- produzir uma resposta emocional mais rápida (ainda que diretamente as emoções e o comportamento que delas
menos precisa), antes dos centros corticais serem informados, resulta.
interpretarem e definirem um plano de resposta.

Lesões pré-frontais
Como funciona este atalho neural que gera rapidamente uma ➙ Lesões pré-frontais, como as de Elliot, permitiram aos
resposta do tipo ataque-ou-fuga em situações de ameaça? neurocientistas perceber:
➙ Uma pequena parte do sinal é enviada direta e velozmente - a pertinência do circuito orbitoirontal-amigdala, tanto na
pelo tálamo à amígdala, o que permite que esta desencadeie tomada de decisões sensatas, cruciais para a vida pessoal e
uma resposta. interpessoal, como também na elaboração de pensamentos
claros.

Importância da amígdala

➙ A importância da amígdala na aprendizagem do medo e na Córtex visual


reatividade emocional imediata foi sublinhada pelo (situado no lobo occipital):
neurocientista Joseph LeDoux, segundo o qual:
➙ recebe, interpreta e coordena a informação visual,
- o processamento pré-cognitivo realizado pela amigdala é um permitindo o reconhecimento do estímulo.
mecanismo evolutivo que se desenvolveu ao longo do tempo
para proteger os animais (humanos e não humanos) do perigo. Tálamo

- Outro papel importante da amígdala é o: de decifrar o (situado por cima do tronco cerebral):
significado emocional das expressões faciais, sendo
➙ funciona como principal centro de retransmissão e
especialmente sensível a rostos que revelem medo.
coordenação das impressões sensoriais.
➙ É, além do mais, completamente incapaz de aprender em
função de erros e experiências negativas passados.
Amígdala
➙ E tudo isto acontece porque o seu raciocínio, em
(sentinela emocional situada no sistema límbico):
consequência da lesão no circuito orbitofrontal-amígdala,
➙ controla a reatividade emocional do medo, da ira e de deixou de ser influenciado por sinais provenientes dos
outras emoções positivas como as que envolvem o mecanismos da emoção.
processamento de recompensas.
Exemplo:

➙ Decisões simples, como:


Resposta do tipo ataque-ou-fuga:
- marcar o dia e a hora de um encontro, tornaram-se tarefas
➙ aumento dos batimentos cardíacos e da pressão sanguínea. impossíveis

➙ Preparação dos músculos para uma reação rápida. -porque: Elliot perde-se ante os prós e os contras de cada
possibilidade e em pormenores irrelevantes.
- O estímulo é recebido pelo tálamo, que envia a informação
sensorial para o córtex cerebral, responsável pela ➙ Ao ficar vazio de emoções e sentimentos, o seu intelecto
interpretação das mensagens e pela definição de um plano de tornou-se desapaixonado, tristemente inútil.
resposta
➙ O caso de Elliot e os de outros pacientes com lesões pré-
- No entanto, enquanto a informação segue o seu percurso frontais similares levaram:
para as regiões corticais do cérebro, a amígdala é
- à formulação de várias hipóteses no âmbito das
imediatamente informada (através de um atalho neural) e
neurociências-
ativa uma resposta emocional.
a de António Damásio e a de Richard Davidson.
- Esta via mais rápida mobiliza-te para responderes caso a via
mais lenta venha a confirmar a ameaça.

- Enquanto o cérebro avalia a ameaça, já a divisão simpática do Razão, emoção e capacidade de decisão
teu sistema nervoso autónomo prepara o teu corpo para uma
reação do tipo ataque-ou-fuga. ➙ A partir de casos como o de Elliot, Damásio formulou a
hipótese de que:
- Só quando estiveres fora de perigo (afinal, o leão é uma
criança mascarada, não há razão para temê-lo), a divisão - existe uma estreita relação entre as áreas pré-frontais do
parassimpática do sistema nevoso autónomo irá fazer retornar cérebro e as reações com origem nas emoções.
o organismo ao estado de repouso.

Refletir sobre uma ação


Caso de elliot (p.145)
➙ Quando refletimos sobre uma ação, experimentamos uma
➙ Com a cirurgia, Elliot não perdeu: reação emocional baseada parcialmente nas nossas
expectativas em relação ao seu resultado.
- as capacidades de avaliação racional de situações,
➙ Esta reação somática involuntária é condicionada pela:
- a inteligência história das nossas emoções passadas.
- a memória (recorda, inclusivamente, estados emocionais e
➙ Na medida em que: uma determinada ação conduziu, no
sentimentos passados),
passado, a experiências psicossomáticas desagradáveis,
- não adquiriu dificuldades na linguagem nem perdeu as estaremos motivados a evitá-las e, por conseguinte, a
capacidades motoras. ponderar sobre outras possíveis estratégias de atuação.

➙ É, contudo, incapaz de decidir de forma adequada,


sobretudo quando a tomada de decisões implica matéria Marcadores somáticos
pessoal e social.
➙ Mecanismo automático que orienta e suporta decisões
➙ Mostra-se incompetente para planear o futuro, não através da associação de sentimentos e emoções a
considerando os resultados, as emoções e os sentimentos das determinados cenários, funcionando como um sistema de
experiências passadas, fatores tão decisivos em qualquer qualificação automática de previsão de situações adversas ou
escolha ponderada. favoráveis.
➙ Os marcadores somáticos são: - Componente subjetiva: Esfera pessoal e intima daquilo que o
sujeito experiencia em função da situação vivida.
- mecanismos que aumentam a precisão e a eficiência dos
nossos processos de decisão ➙ E impossivel dissociar estas componentes das emoções.

- são como que um sistema de orientação da decisão e da


nossa relação social com os outros.
Perspetiva Evolutiva das Emoções
➙ Os sinais automáticos que desencadeiam protegem-nos
➙ Desempenham um papel adaptativo ao meio por
imediatamente da repetição de prejuízos anteriores ou
transmitirem socialmente aos demais o que estamos a
alertam-nos para benefícios passados.
experienciar.

➙ São universais e transversais às diferentes culturas.


➙ Segundo esta hipótese, Elliot e as pessoas com danos nas
áreas pré-frontais:
Perspetiva Fisiológica das Emoções
- perdem total ou parcialmente a capacidade de formarem
estes marcadores, o que resulta em comportamentos de risco, ➙ As emoções são o resultado da perceção dos estados
dificuldade na tomada de decisões e atitudes irresponsáveis fisiológicos e das suas manifestações.
ou reprovadas socialmente.
➙ Existe uma relação direta e reciproca entre corpo e mente:
sinto-me tremer, logo experiencio medo
Damásio

➙ Para Damásio, o ato de decidir está suportado: Perspetiva Cognitivista das Emoções
- por um lado, no raciocínio (avaliação da situação e dos meios ➙ As emoções são o resultado da interpretação das situações
para se chegar ao objetivo) e, causadoras de uma reação emotiva.
- por outro lado, na avaliação emocional baseada nas ➙ São fatores de ordem cognitiva e percetiva que determinam
experiências anteriores e nas nossas preferências. o modo como se desencadeiam as emoções: fico com medo
➙ Estes dois elementos permitem ao indivíduo: porque interpreto uma situação como ameaçadora.

- tomar decisões rapidamente

- e empenhar a energia necessária para empreender a ação. Perspetiva Cultural das Emoções

➙ É também neste sentido que se afirma hoje que: ➙ As emoções são evidenciadas num enquadramento
cultural, expressamos nos tendo em conta a cultura em que
- existe uma estreita relação entre a emoção e a motivação crescemos.
humanas, como analisaremos mais à frente.
➙ Ex: na cultura egípcia as mulheres são desencorajadas a
mostrar sentimentos em público, ocultando o sorriso

Componente das emoções Perspetiva Integradora das Emoções


- Componente cognitiva: compreensão consciente de um facto ➙ Emoções e fatores cognitivos estão ambos associados na
que desencadeia a emoção; tomada de decisões (A. Damásio).
- Componente avaliativa: avaliação positiva ou negativa do
➙ Analisamos uma situação e avaliamos consequências (fator
facto desencadeador da emoção;
racional), mas temos em conta as emoções que a mesma nos
- Componente fisiológica: conjunto de reações fisiológicas provoca.
desencadeadas pela emoção;
➙ Segundo Damásio, possuímos mecanismos ou bases
- Componente expressiva: Conjunto de expressões corporais orgânicas automáticas no córtex pré-frontal que orientam as
que comunicam ao outro o que estamos a vivenciar; decisões: os marcadores somáticos.

- Componente comportamental: Comportamento adotado em ➙ Ao tomar decisões complexas, os marcadores somáticos


função das emoções sentidas; agregam-se, criando uma rede somática que direciona ou
influencia as nossas decisões.
investigar a dimensão comunicativa destes processos,
dedicando-se:
Lateralização das emoções
- ao estudo da sua componente comportamental.
➙ Numa série de estudos recentes, Richard Davidson e a sua
equipa descobriram: ➙ Ainda que não possamos pôr-nos no lugar de outra pessoa
e experienciar as suas emoções da mesma forma:
- uma maior ativação do córtex pré-frontal direito na presença
de emoções negativas e - é nos possível inferir o que está a passar-se com os outros
através da análise das suas expressões faciais e postura
- uma maior ativação do córtex pré-frontal esquerdo perante corporal.
emoções positivas.

➙ Este padrão é conhecido como assimetria cerebral das


emoções. Componente comportamental das emoções

➙ A componente comportamental das emoções é muito


importante, pois:
Hemisfério direito e esquerdo
- as expressões emocionais são comunicações não verbais
➙ Pesquisas a este nível mostram também que o hemisfério poderosas na interação com os outros.
direito está mais envolvido na compreensão do material
emocional do que o esquerdo. Exemplo:

➙ Davidson defende que: A expressão:

- a lateralização das emoções está de alguma forma ligada à ➙ Os olhos são o espelho da alma.
maior ou menor motivação, isto é, à maior ou menor
- Quando se olha para um rosto humano, os olhos dominam a
confiança e esforço na busca de objetivos.
comunicação emocional, daí que revelem o nosso estado de
espírito, as nossas emoções.

Críticos de Davidson - Disfarçar as emoções é muito difícil, pois nunca conseguimos


ocultar completamente o nosso estado emocional.
➙ Críticos de Davidson defenderam, posteriormente, que:
- o seu modelo simplifica excessivamente a natureza complexa
das emoções e que outros estudos revelaram que há emoções Neurologista
distribuídas por ambos os hemisférios, envolvendo várias
➙ O neurologista francês Guillaume Duchenne foi pioneiro no
regiões do cérebro.
estudo das expressões faciais humanas, nomeadamente do
sorriso.

Diferentes processos mentais ➙ A chave, ao que parece, está na contração involuntária do


músculo orbicular do olho, ou seja, um sorriso genuíno
➙ Os diferentes processos mentais são interdependentes. envolve não apenas os músculos dos lábios e da boca, mas
também os músculos dos olhos.
➙ A última geração de cientistas mostrou, através de
pesquisas conclusivas, que:
- nem a cognição é tão lógica e racional como em tempos se Charles Darwin
defendeu,
➙ Charles Darwin defendeu, em Expressão das Emoções no
- nem a emoção é tão ilógica e irracional como se julgava. Homem e Animais, que:
➙ Na presença de um estímulo, o nosso organismo inicia um - as emoções são adaptativas, essenciais à sobrevivência e
processo de: programadas pelo processo de seleção natural.
- interpretação, avaliação e produção de resposta emocional ➙ Sem ignorar a sua dimensão fisiológica, valorizou
que implica de forma especial a amígdala e o córtex sobretudo:
orbitofrontal.
- a função comunicativa e os aspetos expressivos da emoção.

Emoções primárias e emoções secundárias ou sociais


Teoria de Ekman
➙ Da mesma forma que os neurocientistas se concentraram
na investigação da componente neurofisiológica das emoções, ➙ A teoria de Ekman tem por base:
os antropólogos e psicólogos de várias áreas ocuparam-se em
- as expressões faciais
- e a forma como cada uma das emoções básicas pode ser ➙ Sabemos que a sua expressão autêntica em determinados
expressa através de músculos faciais. contextos sociais, públicos ou privados, nos pode ser
prejudicial.
➙ Ekman acredita que:
➙ Por isso, a maioria de nós aprendeu:
- as expressões faciais associadas a cada emoção são distintas
entre si, involuntárias, previsíveis e fáceis de ler para alguém - não só a controlar a sua intensidade,
que as tenha estudado.
- como também a selecionar os contextos para a sua
➙ A sua pesquisa envolve: expressão.
- a decomposição das expressões faciais até aos seus ➙ Nem sempre este autocontrolo é fácil ou conseguido, mas
elementos musculares específicos a verdade é que somos socialmente moldados, através dos
processos de socialização, no sentido de o construir.
- e o desenvolvimento de programas para ajudar a treinar
pessoas a tornarem-se observadores mais precisos das
emoções e dos sentimentos que assomam no rosto dos
outros. Outras reações emocionais

➙ Existem outras reações emocionais para além deste


conjunto restrito de seis emoções básicas.
Emoções humanas
➙ Importa, pois, acrescentar que existem outros
➙ De acordo com Ekman, são seis, eventualmente sete, as comportamentos que podem igualmente ser definidos como
emoções humanas básicas primárias ou universais. emoções.
➙ Para testar a hipótese de que: Exemplo:
- o rosto reflete expressões emocionais e que essas - o ciúme e a culpa, os quais se enquadram nas chamadas
manifestações são compreensíveis para todas as pessoas, emoções secundárias e sociais.
independentemente da cultura a que pertencem, Ekman
percorreu diversas sociedades.

Ekman concluiu:

➙ Que as expressões faciais de medo, ira, nojo, espanto,


tristeza e alegria são reconhecidas por pessoas pertencentes a
diversas culturas em todo o mundo.

Papel da sociedade
Resultados
➙ O papel desempenhado pela sociedade na formação das
➙ Os resultados da investigação que Ekman desenvolveu em
cinco culturas distintas, indicavam: emoções secundárias é maior do que nas primárias.

- maior homogeneidade no reconhecimento de algumas ➙ Todavia, isto não significa que as emoções secundárias não
expressões, como a alegria e o espanto, do que noutras, como sejam, também elas, biologicamente programadas, pelo
a tristeza e o medo. menos em parte, ou que as emoções primárias não possam
ser influenciadas pela cultura.

Estes resultados levaram-no a concluir que:


As emoções
- Embora as emoções primárias ou básicas pareçam ser
expressas da mesma maneira em diferentes contextos, a ➙ As emoções têm por base dispositivos inatos e estes
verdade é que as regras de expressão (ou de exibição)
mecanismos fazem parte da história evolutiva da nossa
definem, em cada cultura, quem pode revelar uma
espécie.
determinada emoção a quem, quando, como e com que
intensidade. ➙ Porém, a expressão da emoção traduz, em cada indivíduo e
➙ Ou seja, Ekman não rejeitou o papel da aprendizagem e da em cada cultura, a interação entre:
cultura nas respostas emocionais. - fatores biologicamente programados

- e fatores socioculturais aprendidos.


Exemplo: ira
➙ Todas as emoções não inatas - tanto as agradáveis, quanto
as que implicam dor e sofrimento - têm um papel na
Podemos então concluir que:
orientação do nosso comportamento e construção da
➙ a experiência pessoal e a cultura não anulam a personalidade e implicam aprendizagem.
universalidade da expressão emocional, mas sobrepõem
influências que explicam muitas das diferenças de expressão
Inteligência emocional
das emoções em diferentes culturas.
➙ A inteligência emocional é hoje um conceito comum
utilizado para designar a capacidade de usarmos as emoções
As culturas: para promovermos o sucesso pessoal.

➙ Dão forma particular a alguns aspetos da expressão da ➙ Abrange:


emoção - o conjunto de competências pessoais e sociais que explicam
a variabilidade na acuidade das respostas emocionais
Exemplo:
- inclui a capacidade de a pessoa se motivar a si mesma e
-a morte de alguém próximo está, em muitas culturas,
persistir nos objetivos, a despeito das frustrações
associada a expressões emocionais de tristeza ou de dor, mas
a forma como essas emoções se manifestam e são avaliadas - controlar os impulsos e adiar as recompensas
pelos outros é, claramente, cultural e pessoal. - impedir que o desânimo tolde o pensamento e tolha a ação
- sentir empatia e ter esperança.
➙ Dão forma particular aquilo que poderá constituir o indutor ➙ Os antecedentes deste novo conceito estão presentes em
de determinada emoção dois tipos de inteligência pessoal e social considerados no
modelo das inteligências múltiplas de Gardner:
Exemplo:
- a inteligência interpessoal
- um lugar específico pode ser indutor de medo, tristeza ou
alegria para alguém - em função das suas vivências e história - a inteligência intrapessoal.
pessoal - e passar despercebido à maioria das pessoas.

Habilidades propostas em algumas teorias sobre inteligência


➙ Dão forma particular à cognição e aos comportamentos emocional
que se seguem à emoção ➙ Controlarmos, discriminarmos e entendermos as nossas
emoções e as dos outros ou
Exemplo:
➙ usarmos a informação emocional de forma inteligente para
- se tivermos má nota num teste, ficaremos, provavelmente,
guiar o pensamento e as ações
tristes; mas, se avaliarmos o resultado como decorrente da
nossa falta de empenho ou excesso de confiança, poderemos ➙ Porém, é importante ter presente que se trata de mais uma
sentir alguma culpa e decidir, em função disso, que nos forma de entender que existem outras perspetivas de se ser
empenharemos bastante para o próximo teste, de modo a que inteligente e não de uma receita para o êxito
não volte a repetir-se o mau resultado.

Modelo mental proposto por John D. Mayer e Peter Salovey


Conclusão: ➙ Uma das mais relevantes perspetivas sobre a inteligência
➙ As emoções não são apenas biológicas e nem emocional parte do modelo mental proposto por John D.
Mayer e Peter Salovey, que aborda:
exclusivamente socioculturais:
- a inteligência emocional como um conjunto de capacidades
- são processos adaptativos e autorreguladores complexos de
ou habilidades mentais.
natureza biocultural.
➙ Estes investigadores defendem que a emoção pode facilitar
a resolução de problemas, oferecendo aos recursos cognitivos
soluções mais diversificadas e criativas.
2.2. papel das emoções no comportamento humano
➙ Segundo Mayer e Salovey, a inteligência emocional
remete-nos para um "pensador com um coração" que
percebe, compreende, constrói e transforma relações sociais.
Papel das emoções não inatas
➙ O modelo que propuseram na década de 1990 integra • Autorregulação - capacidade de lidar com as próprias
quatro habilidades inter-relacionadas. emoções, adequando-as a cada situação vivida.
• Automotivação - capacidade de se motivar e de se manter
motivado.
• Empatia - capacidade de perceber a perspetiva das outras
pessoas.
• Habilidades sociais/de relacionamento - conjunto das
capacidades envolvidas na interação social.

Teste de inteligência emocional para avaliar o quociente


emocional

➙ Diferente do quociente de inteligência (QI):


- que avalia os conhecimentos de cariz intelectual, científico e
académico do indivíduo

➙ Daniel Goleman desenvolveu o teste de inteligência


emocional para avaliar o quociente emocional (QE), isto é:
- a capacidade de a pessoa reconhecer e lidar com os seus
sentimentos e emoções, visando o seu desenvolvimento
pessoal e profissional baseado nos cinco pilares propostos.
Daniel Goleman

➙ Daniel Goleman parte da necessidade de conciliação entre


as dimensões racional e emocional humanas, na medida em Motivação
que considera que estas se potenciam mutuamente,
favorecendo o desenvolvimento do indivíduo. ➙ A generalidade das ações humanas é orientada em função
de um objetivo.
Exemplo:
Descreve a inteligência emocional como:
- O alpinista Aron Ralston tornou-se mundialmente conhecido
- a capacidade de uma pessoa ter consciência e gerir as suas quando, após uma queda, tomou a decisão de cortar o próprio
emoções, de modo que estas sejam expressas de maneira braço para sobreviver.
apropriada e eficaz.
- No final, um dos seus braços ficou preso sob a rocha.
➙ Segundo o psicólogo, o controlo das emoções é essencial Durante cinco dias, Aron tentou libertar-se de todas as
para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo. maneiras, até que, desesperado, no limite da sua resistência
física e mental, percebeu que só com uma decisão drástica
poderia salvar-se. Foi então que amputou o próprio braço.
Define a inteligência emocional como:
- a "capacidade de identificar os nossos sentimentos e os dos O que é um motivo?
outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro
de nós e nos nossos relacionamentos". ➙ De forma simples, podemos falar em motivação e no
conjunto de forças (internas e externas) que mobilizam,
- é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos
dirigem ou sustentam o teu comportamento, conferindo-lhe
indivíduos e pode ser desenvolvida ao longo de toda a vida.
força, direção e persistência.

Modelo sobre a inteligência emocional


Na base do comportamento humano estão diferentes tipos
➙ O seu modelo sobre a inteligência emocional centra-se de motivação:
num conjunto de competências (pilares) que, na sua
➙ Os motivos fisiológicos, primários ou orgânicos, estão
perspetiva, se forem desenvolvidas, favorecem um melhor
orientados:
desempenho pessoal e profissional. São elas:
- para a autopreservação e incluem, por exemplo, a
• Autoconsciência - capacidade de reconhecer as próprias
necessidade de alimento.
emoções e sentimentos.
➙ Os motivos pessoais, sociais ou secundários, por seu lado, Conclusões
incluem:
➙ Observando estes comportamentos, Mischel e a sua equipa
- as intenções e a tentativa de realização de objetivos ou perceberam que:
projetos.
- as crianças que conseguiam esperar pela segunda guloseima
utilizavam estratégias de autoproibição e de autodistração, o
que indicava que o autocontrolo tinha mais que ver com
➙ É esta força autorreguladora que permite às pessoas adiar estratégia e esforço consciente do que com um
gratificações (satisfação de necessidades) em favor de comportamento natural das crianças, o que reforça:
objetivos a longo prazo (realização de projetos).
- a importância do papel da motivação no comportamento
humano.
Experiência de Walter Mischel

➙ Walter Mischel deu início a um importante projeto Em estudos posteriores, em que voltou a analisar as mesmas
experimental que pretendia avaliar: crianças, Mischel verificou que:
- o autocontrolo e a capacidade das crianças adiarem - a capacidade de adiar a gratificação é um bom preditor de
gratificações. sucesso, uma vez que as crianças que se revelaram capazes de
A experiência: esperar pela gratificação apresentavam:

- Uma criança de 4 anos é levada por um adulto para uma sala. - melhores resultados escolares

- o adulto diz à criança que precisa de se ausentar por um - maior fluência verbal
certo tempo, a fim de resolver um pequeno problema. - atenção
- Nessa altura, é proposto à criança um prémio constituído por - confiança em si
duas guloseimas, se conseguir aguardar pelo regresso do
adulto. - capacidade de planear e de antecipa

- Caso não consiga esperar, ganhará apenas uma guloseima, - menos probabilidade de perder o controlo sob stresse do
mas imediatamente. que as crianças que revelaram menos capacidade de
resistência no teste dos marshmallows.
- Depois do acordo, o experimentador abandona a sala
deixando junto da criança a guloseima que esta poderá comer
se preferir a gratificação imediata.
Estudos posteriores ao realizado por Mischel

➙ mostraram que a capacidade de adiar a gratificação


Qual a probabilidade de uma criança resistir a este desafio? durante o tempo de espera imposto é influenciada por um
processo de tomada de decisão racional em que o grau de
➙ Aos 4 anos, poucas crianças conseguirão resistir aos 15 ou fiabilidade do ambiente é tomado em consideração.
20 intermináveis minutos de espera.
➙ Por outras palavras, as crianças parecem aguentar mais
➙ Por isso, a maioria das crianças do projeto apoderou-se da tempo se o ambiente em que a experiência é realizada lhes
única guloseima e algumas fizeram-no logo após o parecer de confiança.
experimentador abandonar a sala.

➙ Quanto às crianças que conseguiram vencer a tentação:


- taparam os olhos para evitar o contacto visual com a
guloseima
- apoiaram a cabeça entre os braços
- olharam para o teto
- falaram sozinhas
- cantaram, brincaram com as mãos e com os pés
- tentaram dormir

➙ tudo isto com o objetivo de se ajudarem na luta contra o


impulso.

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