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Capítulo 6 – Sensação e Percepção

Em nossas experiências cotidianas, sensação e percepção se fundem em um processo contínuo.

Sensação – o processo pelo qual nossos receptores sensoriais e o sistema nervoso recebem e representam energias de
estímulos do ambiente. É o que vemos, cheiramos, ouvimos, saboreamos e sentimos.

Percepção – o processo de organização e interpretação das informações sensoriais habilitando-nos a reconhecer objetos
e eventos significativos. É a capacidade de interpretar essa sensação, associando informações sensoriais a nossa memória
e cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar nosso comportamento. Ex.:
podemos reconhecer uma pessoa pelo seu cabelo, sua voz, etc.

Processamento bottom-up (de baixo para cima)- análise que começa com os receptores sensoriais e sobe para a
integração cerebral e informação sensorial (entrada do estímulo). Nosso processamento bottom-up começa nos
receptores sensoriais e evolui para níveis mais elevados de processamento.

Nosso processamento top-down (de cima para baixo) - processamento de informações guiado por processos mentais de
nível mais elevado, como quando construímos percepções com base em nossa experiência e nossas expectativas. No
modelo Top-down, tem sido privilegiado o estudo sobre uma estratégia de regulação emocional, que é a da
reavaliação cognitiva, compreendida como uma forma de avaliar e manipular o disparador da emoção,
reinterpretando ativamente os estímulos emocionais e modificando sua expressão emocional. Este tipo de
estratégia de regulação emocional pertence a um modelo de compreensão Top-down, no sentido de regiões
cerebrais pré-frontais estarem em ação, tendo sobre controle as regiões cerebrais geradoras de emoção, como
o sistema límbico e, principalmente, a amígdala (Gross, 1998)

Desse ponto de vista, a Regulação Emocional, embasada no modelo Top-down, está focada na racionalidade e
no controle, e é definida como a capacidade de controlar as próprias emoções, assim como as suas respostas
(Chiesa, et al., 2013).
Todos os nossos sentidos (1) recebem estímulos sensoriais, frequentemente utilizando células receptoras especializadas;
(2) transformam estes estímulos em impulsos neurais; (3) entregam a informação neural para o nosso cérebro. O
processo de converter uma forma de energia em outra, que nosso cérebro consiga utilizar, se chama transdução.

Qual a distinção grosseira entre sensação e percepção?


Sensação é o processo bottom-up pelo qual nossos receptores sensoriais e nosso sistema recebem e representam estímulos. Percepção
é o processo top-down no qual nosso cérebro cria significando organizando e interpretando o que nossos sentidos detectam.

Nós humanos, somos atingidos em todo o tempo por raios X, ondas de rádio, infravermelho, etc que não podemos
perceber. Assim, existe uma limite (individual) de até onde nossa sensação pode nos trazer informações sensoriais. Tal
limite é chamado de Limiares Absolutos- estimulação mínima necessária para detectarmos uma luz, um som, uma
pressão, um sabor ou um odor específico em 50% das vezes. Os outros 50% não detectáveis (abaixo do limiar absoluto),
são Subliminares.

Teoria de detecção do sinal (TDS)– ao estudar os limiares, identificou-se que de maneira individual, cada pessoa tem um
nível de sensibilidade sensorial diferentes que relaciona a “ força do sinal”+ “nível de alerta”(atenção), constituindo assim
a teoria de detecção de sinais. O reconhecimento de que a sensibilidade sensorial requer uma decisão consciente é uma
das coisas que define a teoria de detecção de sinal. Ex.: Quando estamos divagando nos pensamentos, ou muito
concentrados em alguma atividade, podemos não perceber uma pessoa nos chamando pelo nome, ou, não perceber
algum estímulo que esteja acontecendo ao nosso redor, pois, o nível de alerta para “aquele” estímulo não é prioridade
naquele momento.Outro exemplo: teste de audiometria (acerto/erro/alarme falso/rejeição correta).

Limiar diferencial também chamado de diferença apenas perceptível (dap) é a diferença mínima que uma pessoa pode
detectar entre dois estímulos quaisquer em metade das vezes. Ex.: Detectar a voz do filho em meio a tantas outras
crianças; diferenciar o balido de um cordeiro em meio a tantos outros.

Usando o som como exemplo, explique a diferença entre: limiar absoluto, estimulação subliminar, e limiar diferencial.
Limiar absoluto é a estimulação mínima necessária para detectar um determinado som (como uma bicicleta se aproximando atrás de
nós em uma calçada) na metade das vezes. A estimulação subliminar acontece quando sem termos consciência, nosso sistema
sensorial processa o som da bicicleta se aproximando (quando está abaixo do nosso limiar absoluto). Um limiar diferencial é a diferença
mínima necessária para distinguir entre dois sons (como o zunido familiar da bicicleta de um amigo e o som desconhecido de outra
bicicleta).

Persuasão subliminar tão difundida entre os marqueteiros afirmam que possue um efeito poderoso e duradouro sobre o
comportamento. Porém entre os pesquisadores, o consenso é que não! O efeito produzido em mensagem de persuasão
subliminar tem apenas efeito placebo, que funciona apenas porque acredita-se nele.

Adaptação sensorial – diminuição da sensibilidade como consequência da estimulação contínua a um estímulo, então
nossas células nervosas disparam com menos frequência e passamos a ter menos consciência desse estímulo (cheiro de
esgoto, cheiro de cachorro, morar em rua barulhenta). Embora a adaptação sensorial reduza a nossa sensibilidade, ela
oferece uma importante vantagem: liberdade para focarmos em coisas “novas mais importantes”, e reforça uma lição
fundamental: Percebemos o mundo não exatamente como ele é, mas como é útil para nós percebê-lo. Ex.: Imagem
estabilizada em laboratório desaparece ou vira fragmentos. Influencia também como percebemos nossas emoções,
pesquisadores demostraram que nosso sistema visual se adapta a imagem visual estática. Esse processo é realizado no
cérebro. A adaptação sensorial e os limiares sensoriais são ingredientes importantes em nossas percepções do mundo à
nossa volta. Grande parte do que percebemos veem não só do que “está lá fora” mas também do que está atrás de
nossos olhos e entre nossas orelhas. (pág. 192)

Conjunto perceptivo – As expectativas podem nos proporcionar um conjunto perceptivo, um conjunto de tendências,
pressupostos mentais que afetam (de cima para baixo) o que ouvimos, experimentamos, ouvimos e vemos. O que
determina nosso conjunto perceptivo? Através da experiência formamos conceitos, ou, esquemas que organizam e
interpretam informações que não são familiares. A percepção é a forma única como um indivíduo vê o mundo. Conjunto
perceptivo refere-se às informações que as pessoas usam para entender coisas novas. O conjunto perceptivo influencia
nossa percepção. O conjunto perceptivo de cada pessoa é diferente por causa das diferenças individuais em coisas como
experiências de vida, memórias, crenças e motivações pessoais. O conjunto perceptivo impacta as maneiras como
encontramos e navegamos por novas informações e novas experiências. Exemplos na Pág193: Monstro do lago ou um
tronco de arvore? A imagem de uma velha ou uma jovem?

Efeitos contextuais – a percepção pode variar de acordo com o contexto social e cultural. O contexto cria uma
expectativa, que de cima para baixo (top-down) influencia nossa percepção.

Motivação e emoção – As percepções são influenciadas de cima para baixo (top-down), não apenas por nossas
expectativas e pelo contexto, mas também por nossas emoções e motivações. Ex.: Ao ouvir uma música triste as pessoas
mostram predisposição para entender palavras com conotação de tristeza (morte em vez de sorte, lamento em vez de
alento, dor em vez de cor), ao ouvir músicas irritantes, percebem mais gravidade em situações; Uma colina parece mais
íngreme para quem está com mochila pesada nas costas ou ouvindo uma música triste; uma colina parece menos
íngreme para quem está com um amigo do lado. A moral dessas histórias: Acreditar é, de fato ver.

Visão: Processamento Sensorial e Perceptivo


Ex.: Semáforo

 Receptores sensoriais recebem os estimulo (onde luminosas da cor verde), propriedade física do ambiente (a
percepção ainda não aconteceu);
 Sensação os receptores sensoriais existentes nos olhos recebem o estímulo do ambiente (a percepção ainda não
aconteceu);
 Estímulo captado pela sensação é traduzido em sinais elétricos que serão transmitidos para o cérebro
(codificação sensorial) construindo a representação visual dessa luz verde. A tradução de estímulos chama-se
Transdução, a onda de luz é captada pelos Bastonetes e Cones do olho e através do nervo optico é transportada
para o cérebro onde será interpretado (percepção) e você entende que poderá continuar dirigir.
ESTIMULO FÍSICO: Ondas Luminosas->Cornea->Contração/Dilatação da pupila->Lente ou Cristalino + Iris (acomodação-foca os
objetos)-> Retina(receptores sensoriais cones e bastonetes)->Nervo Ótico =>>Transdução

Como percebemos a cor no mundo à nossa volta?


“No mundo físico não existe cor”, a cor será sempre o resultado do processamento visual. A cor de um tomate por
exemplo é construção mental nossa a partir de pulsos de energia eletromagnética. A cor, como todos os aspectos da
visão, reside não no objeto, mas no teatro de nossos cérebros, como evidenciam nossos sonhos em cores. “ Apenas a
mente possui visão e audição; tudo o mais é surdo e cego.”

Qualquer cor pode ser criada combinando-se as ondas de luz de três cores primárias – azul, vermelho e verde. O
processamento das cores ocorrem em dois estágios:

1. Os cones retinianos sensíveis ao vermelho, verde e azul respondem em graus variados a diferentes estímulos
cromáticos como sugerido pela teoria tricomática – teoria segunda a qual a retina contém três diferentes
receptores para cores, um mais sensível ao vermelho, um ao verde e outro ao azul - que quando estimulados
combinadamente podem produzir a percepção de qualquer cor.
2. As respostas dos cones são então processadas pelas células do processo oponente – teoria segundo a qual
processos retinianos opostos (vermelho-verde, amarelo-azul, branco-preto) possibilitam a visão das cores.

Detecção de Características

Nosso cérebro desconstrói as imagens visuais e depois as reconstrói. Detectores de Características são células
nervosas no cérebro que respondem às características específicas de uma cena –borda, linha, ângulos e movimentos.
Uma área do lobo temporal perto da sua orelha direita permite a você perceber os rostos e, graças a uma rede neural
especializada, reconhece-los a partir de vários pontos de vista. Se essa região for danificada, você consegue reconhecer
outros objetos, mas não faces, pois a percepção de faces ocorre em uma região separada do cérebro.

Processamento paralelo

É o processamento simultâneo de vários aspectos de um problema; o modo natural de processamento de


informações do cérebro para muitas funções incluindo a visão. Nosso cérebro realiza esse e muitos outros feitos notáveis
por meio do processamento paralelo: fazendo muitas coisas ao mesmo tempo. Para analisar uma cena visual, ele divide
uma cena visual em subdimensões – movimento, forma, profundidade, e cor – e trabalha em cada aspecto
simultaneamente. Então construímos nossas percepções interagindo o trabalho separado, mas em paralelo, dessas
diferentes equipes visuais.

Organização Perceptiva

Nosso cérebro faz mais do que registrar informações a respeito do mundo. A percepção não é só abrir uma janela e deixar
uma imagem ser impressa no cérebro. Filtramos informações sensoriais que chegam e construímos (inferimos) nossa
percepção. A mente faz diferença!

Para tal, ao receber um amontoado de sensações, a tendência das pessoas é de organizá-las em uma Gestalt (forma ou
todo). Enquanto olhamos diretamente para frente, não conseguimos separar a cena percebida nos campos de visão
esquerdo e direito. A todo momento é uma cena inteira. Pág. 204 Cubo de Necker.

Percepção de forma

 Figura e fundo: Identifica qualquer objeto (a figura) como distinto daquilo que o rodeia (o fundo).
 Agrupamento: Organizar a figura em uma forma significativa. Para dar ordem e forma às sensações básicas, a
mente segue certas regras para agrupar estímulos.
o Proximidade: Tendência de agrupar os objetos que estão mais próximos uns dos outros.
o Continuidade: Percepção de padrões contínuos em vez de perceber vários objetos.
o Fechamento: Preenchemos lacunas para criar um objeto inteiro

Percepção de Profundidade
A percepção de profundidade habilita-nos a estimar a distância de um objeto. Essa habilidade é em parte, inata. O
aprendizado parece fazer parte dessa resposta, pois a cautela de bebês aumenta com a experiência de engatinhar, não
importa em que idade eles comecem. A disparidade retiniana é um indicador binocular para a percepção de
profundidade: comparando imagens das retinas em ambos os olhos, o cérebro calcula a distância – quanto maior a
disparidade (diferença) entre as duas imagens, mais próximo o objeto.

Indicadores Binoculares – indicadores de profundidade, como a disparidade retiniana, que dependem dos dois olhos.
Utilizado para objetos próximos.

Indicadores Monoculares – para distancias maiores utilizamos os indicadores de profundidade, como interposição e
perspectiva linear, disponível para cada olho.

Altura relativa – percebemos os objetos mais altos em nosso campo de visão como se estivessem mais distantes e as
partes mais baixas como estivem mais próximas.

Movimento relativo – Enquanto nos movemos, os objetos que estão parados parecem que se movem.

Tamanho relativo – objetos com tamanhos parecidos são percebidos menores quando mais distantes.

Interposição – Se um objeto bloquear parcialmente a nossa visão do outro, nós o percebemos mais próximo.

Perspectiva Linear – Linhas paralelas parecem se encontrar na distância.

Luz e sombra – O sombreamento produz um senso de profundidade coerente

Percepção de Movimento

Normalmente seu cérebro calcula o movimento baseando-se parcialmente na premissa de que os objetos que estão
diminuindo estão se afastando (e não ficando menores), e objetos que estão se ampliando na verdade estão se
aproximando. Mas você é imperfeito na percepção do movimento, pois, as vezes nossos cérebros adultos são enganados
quando acreditam no que não estão vendo. Quando objetos grandes e pequenos se movem na mesma velocidade, os
objetos grandes parecem se mover com mais lentidão. Ex. Os trens parecem se mover mais lentamente que os carros e os
aviões Jumbo parecem pousar mais lentamente que outros jatos.

O cérebro também perceberá o movimento contínuo em uma rápida serie de imagens sutilmente variáveis (movimento
estroboscópio), o movimento é construído em nossa mente.

Fenômeno fi- uma ilusão de movimento criada quando duas ou mais luzes adjacentes acendem e apagam em uma rápida
sequência (percebemos uma única luz movendo-se para lá e para cá entre elas).

Constância perceptiva

Habilidade de perceber corretamente os objetos como constantes quanto ao formato, tamanho, cor e luminosidade,
apesar dos dados sensoriais brutos que podem conduzir a percepção equivocada. Percepção de objetos como inalterados
(tendo constância de formas, tamanho, claridade e cor), mesmo quando a iluminação e as imagens retinianas mudam
(ângulo, distancia ou iluminação).

 Constância de cor e claridade – Nossa experiência de cor depende do contexto de um objeto. Eu e você vemos a
cor, graças aos cálculos da luz refletida por um objeto, realizados por nosso cérebro, em relação aos objetos que
nos cercam. Um mesmo objeto pode apresentar tonalidades diferentes quando submetidos à luz ou sombra,
porém não alteram nossa percepção de que elas são iguais (sabendo que as cores são idênticas). O que muda é o
contexto a que o objeto está exposto.
 Constância de forma e tamanho – Um objeto cuja forma real não pode mudar, parece mudar, de acordo com o
ângulo de visão. Em relação ao tamanho, nosso cérebro percebe como constante objetos cujo mesmo diante de
informações sensoriais que poderia nos levar a pensar o contrário. Ex.: Ao avistar uma ilha, sabemos que é uma
ilha, sabendo que ela está distante, está pequena.
As ilusões perceptivas reforçam uma lição fundamental: A percepção não é meramente uma projeção do mundo em
nosso cérebro. Em vez disso, nossas sensações são desmontadas em partes de informação que nosso cérebro remonta
em seu próprio modelo funcional do mundo externo.

Percepção de forma, percepção de profundidade, percepção de movimento e constâncias perceptivas esclarecem a


maneira como organizamos nossas experiências visuais. A organização perceptiva aplica-se também a outros sentidos.

Interpretação perceptiva

 Experiência e Percepção Visual - Nossas capacidades perceptivas são em partes inatas (figura e fundo, e cores) e
em parte aprendidas com nossas experiências (reconhecer objetos). Ex.: Animais criados com óculos que
simulava uma cegueira, exibiam limitações perceptivas muito parecidas com a dos homens que nascem cegos e
recuperam a visão. Os animais permanecem funcionalmente cegos à forma. A experiência guia, sustenta e
mantém a organização neural do cérebro tornando possíveis nossas percepções. As experiências sugerem que
existe um período crítico (infância) para o desenvolvimento sensorial e perceptivo normal – período ideal em
que é necessária a exposição a certos estímulos ou experiências.
 Adaptação Perceptiva – na visão, a capacidade de se ajustar a um campo visual deslocado ou até invertido
artificialmente. Ex.: Adaptação aos novos óculos; experiências comprovaram a adaptação mais drástica – com
um capacete optico que inverteu o lado direito pelo esquerdo e o lado de cima com o de baixo (era como andar
de cabeça para baixo), e houve adaptação perceptiva depois de alguns dias de experiência.

Audição – Os sentidos não visuais


Depois da visão a audição é uma importante fonte de informação do ambiente ao nosso redor. O processamento também
começa com estímulos através da escuta do som. O deslocamento das moléculas de ar, provocam alteração na pressão
do ar resultando então uma onda sonora.

Amplitude da onda – regula o volume do som (quanto < amplitude mais baixo o som)

Frequência de onda (hertz) – para sons agudos (>frequência), para sons graves (< frequência)

As ondas são recebidas pelo Ouvido Externo, e causam uma vibração nas estruturas internas disparando um sinal neural
que será conduzido até o córtex através do nervo auditivo.

A localização das orelhas tem papel fundamental na localização da origem do som pois um ouvido pode receber um
informação mais rápida e mais intensa (alta) que o outro; também permite uma audição estereofônica (tridimensional).

O sistema auditivo impacta no Equilíbrio.

Tato
“O tato é o alfa e o ômega de nossa afeição.”(Willian James).

Nossa pele registra os estímulos de temperatura e pressão, tornando o tato vital.

 Ratos filhotes privados de contato materno produzem menos hormônio de crescimento e apresentam taxa
metabólica mais baixa.
 Macacos jovens que podem ver e cheirar a mãe, mas não tocá-las entram em desespero;
 Os bebes humanos prematuros ganham peso mais rápido e vão para casa mais cedo se forem estimulados por
massagem com as mãos;

O toque pode comunicar medo, raiva, desgosto, amor, gratidão e simpatia. O corpo cria respostas diferentes ao mesmo
estímulo dependendo da percepção do toque. Ex.: Sente mais cócegas quando outra pessoa a faz, e muito pouca resposta
quando a pessoa faz cócegas em si mesmo. Uma carícia sensual evoca uma resposta diferente no córtex quando um
homem hetero acredita receber o toque de uma mulher atraente em vez de um homem.

DOR
A dor é uma maneira de comunicar que há algo errado acontecendo no seu corpo. As mulheres são mais sensíveis a dor
que os homens (seu sentido de audição e olfato também tendem a ser mais sensíveis). Nossa sensibilidade individual a
dor também varia dependendo dos nossos genes, nossa fisiologia, nossas experiências e nossa atenção e da cultura ao
nosso redor. Desse modo nossas dores combinam sensações button-up e top-down.

A medula espinhal contém pequenas fibras nervosas, que conduzem a maioria dos sinais de dor, e fibras maiores, que
conduzem a maior parte dos outros sinais sensoriais. Estudiosos sugeriram que a medula espinhal contém um “portão”
neurológico. Quando um tecido é lesionado, as fibras pequenas são ativadas, abrem o “portão” e você sente dor. A
atividade das fibras maiores fecham o portão bloqueando os sinais de dor impedindo-os que chegue ao cérebro.

A dor não é meramente um sintoma físico de nervos lesionados. Mensagens enviadas do cérebro para a medula também
podem fechar o portão. O cérebro também pode criar dor como por exemplo do membro fantasma.

“O ponto a ser lembrado: sentimos, vemos, ouvimos, saboreamos, e cheiramos com o cérebro, que pode assimilar
sensações, mesmo sem o funcionamento dos sentidos.”

Influencias psicológicas – uma influência poderosa sobre nossa percepção é a atenção que damos a dor.

A nossa percepção da dor é um fenômeno biopsicossocial e tendemos a perceber mais a dor quando os outros também
parecem experimentá-la. Ao sentirmos empatia pela dor alheia, nossa própria atividade cerebral pode, em parte,
espelhar que o cérebro do outro está em dor. Nossa experiência de dor é muito mais do que mensagens neurais enviadas
para o nosso cérebro.

Experiência pessoal da dor


Influências Biológicas: Influências Psicológicas: Influências Socioculturais:
 Atividade nas fibras grandes e  Atenção à dor  Presença de outras pessoas
pequenas da medula espinhal  Aprendizagem baseada na  Empatia pela dor dos outros
 Diferenças genéticas na experiência  expectativas culturais
produção de endorfina  expectativas
 A interpretação da atividade do
Sist Nerv Central feita pelo
cérebro

Controle da dor

Se a dor está onde o corpo encontra a mente (se é um fenômeno tanto físico quanto psicológico) então deveria ser
tratável tanto física quanto psicologicamente. Portanto, atividades como exercícios, massagem, hipnose, relaxamento,
distração do pensamento assim como controle clínico, medicamentos, cirurgia, acupuntura, e estímulos elétricos podem
ser muito eficazes no controle da dor.

O efeito placebo também pode ser útil por diminuir a atenção e as respostas do cérebro e as experiências dolorosas –
mimetizando (disfarce) drogas analgésicas.

A distração é uma maneira especialmente eficaz aumentar a tolerância a dor, assim, através de técnicas de distração
(olhar para o horizonte, contar de 3 em 3 de traz para frente, ouvir uma música, óculos de realidade virtual, etc) essas
técnicas ajudam a reduzir a atividade cerebral relacionada a dor. Como a dor está no cérebro, desviar a atenção pode
trazer alívio.

PALADAR
ESTIMULO (COMIDA) => RECEPTORES (LINGUA E BOCA) => VIA CEREBRAL => PERCEPÇÃO

A experiência do sabor está no cérebro (top-down) e tem mais propósitos do que nosso simples prazer. Gostos aversivos
nos mantem distantes de alimentos novos que podem ser tóxicos (impróprios) para ingestão. Paladares básicos: Doce,
Salgado, Azedo, Amargo e Umami.

O paladar é um sentido químico, que depende das papilas gustativas para desencadear o processo de reconhecimento
dos sabores. Alguns receptores respondem principalmente às moléculas doces, outros às salgadas, às azedas, às umami
ou amargas. No entanto a medida que envelhecemos, o número de papilas gustativas diminui, bem como a sensibilidade
do paladar, e o fumo e o consumo de álcool aceleram esse declínio.
Nossas expectativas podem influenciar o paladar, ao perceber um estímulo saboroso, desencadeia mais atividade em uma
área cerebral que responde a experiências prazerosas.

OLFATO
“A vida começa com uma inspiração e termina com uma expiração”

ESTIMULO (CHEIRO)=>RECEPTORES (NO NARIZ)=>VIA CEREBRAL=>PERCEPÇÃO

O olfato é primitivo, aprendido desde que nossos ancestrais farejavam alimentos e predadores. Como o paladar, o olfato
é um sentido químico, e também depende de associações aprendidas. Ex.: Bebês criam uma preferência pelo cheiro da
mãe através da amamentação. O cheiro do mar, de um perfume, ou da cozinha de um parente querido pode trazer a
mente uma época feliz.

Os circuitos do cérebro ajudam a explicar esse poder de evocar sentimento e lembranças. Há uma linha direta entre a
área cerebral, que recebe informações do nariz, e os centros límbicos antigos, associados à memória e à emoção.

O Gênero e a idade influenciam nossa capacidade para identificar odores, sendo que as mulheres e os adultos jovens tem
o melhor sentido do olfato. Já os fumantes e as pessoas com doença de Alzheimer, doença de Parkinson ou transtorno
por uso do álcool normalmente tem o olfato menos apurado.

A despeito de nossa habilidade de descriminar odores, não somos muito bons em descrevê-los. Se compararmos com
nossa experiência e memória de imagens e sons, cheiros são quase primitivos e, com certeza, mais difíceis de descrever e
recordar.

Os seres humanos possuem de 10 a 20 milhões de receptores olfativos. Diferentes combinações de receptores odoríficos
enviam mensagens para o cérebro permitindo-nos reconhecer cerca de 10.000 cheiros diferentes.

POSIÇÃO E MOVIMENTO CORPORAL


Como percebemos a posição e o movimento do nosso corpo?

Sensores importantes em nossa articulações, tendões e músculos permitem nossa Cinestesia – o sistema para detectar o
movimento e a posição das partes do corpo. Pessoas que tiveram esses nervos (sensores) comprometidos por algum
motivo, relatam a sensação de estarem desencarnadas, como se seu corpo estivesse morto, não fosse real, não fosse
delas. A visão interage com a Cinestesia, pois em casos experimentais, pessoas recuperam seus movimentos, focando
visualmente em seus membros e dirigindo-os em conformidade.

O sentido vestibular associado monitora a posição e o movimento de sua cabeça (e, portanto, de seu corpo), incluindo o
sentido de equilíbrio. Este sentido opera no sistema auditivo, no ouvido interno. Assim, uma sensação de tontura pode
ser provocada ao girar a cabeça e corpo (rodopiar), e assim seu cérebro entende que você ainda está girando, provocando
um engano no cérebro. Isso ilustra um princípio subjacente às ilusões perceptivas: Os mecanismos que normalmente nos
dão uma experiência exata do mundo podem, em condições especiais nos enganar.

INTERACAO SENSORIAL
É o princípio de que um sentido pode influenciar outro.

 Olfato mais textura mais paladar = sabor


 Visão e audição – um som pode ser mais fácil de ouvir com uma pista visual / Uma luz fraca torna-se mais visível
quando acompanhada de um curto estrondo. / Legendas com filmes simultâneas / Leitura labial
 Tato e Audição – Tocar instrumentos musicais
 Tato e visão – Tocar a ponta do nariz de olhos vendados

Interação sensorial – é o princípio de que um sentido pode influenciar outro, como acontece quando o cheiro do
alimento influencia seu gosto.

Nosso cérebro também mistura nossas considerações táteis e sociais:


O novo estudo, publicado em janeiro no jornal "Psychological Science", faz parte de um campo imensamente popular
chamado cognição incorporada, a ideia de que o cérebro não é a única parte do nosso corpo com uma mente própria. Os
circuitos cerebrais que processam as sensações corporais se conectam com circuitos cerebrais responsáveis pela
cognição.

"A forma como processamos informação está relacionada não apenas aos nossos cérebros, mas ao nosso corpo inteiro",
disse Nils B. Jostmann, da Universidade de Amsterdã. "Usamos todos os sistemas disponíveis para chegar a uma
conclusão e compreender o que está acontecendo".

O Rio da emoção é alimentado pela sensação, cognição e emoção. E é por isso que precisamos de níveis de análise
biológica, psicológica e sociocultural.

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